Experiências de avaliação do impacto de intervenções populacionais. O caso da avaliação do P1MC.

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1 Experiências de avaliação do impacto de intervenções populacionais. O caso da avaliação do P1MC. Léo Heller Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFMG Professor Residente, Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares, UFMG

2 Plano da apresentação O Programa O desenho de avaliação Alguns resultados Aspectos relevantes para a avaliação de intervenções

3 O P1MC Programa de Formação e Mobilização para Convivência com o Semi-Árido: Um Milhão de Cisternas Rurais Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA): 1999 Telhado captação Calhas condução Bomba manual Tampa alumínio Placa identificação cisternas construídas Capacidade L Beber Cozinhar Escovar dentes Tubo extravasor Fonte: GOMES,

4 Formação e mobilização social para convivência As Famílias pobres da área rural do semiárido representam o público alvo Alternativa individual inovação popular placas de concreto cilíndrico litros

5 Fonte: ASA (2003)

6 O projeto de avaliação Dimensão políticoinstitucional Avaliação P1MC Dimensão epidemiológica Dimensão tecnológica

7 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? Pode Piaget contribuir para compreender a gestão da água? Concepção da Realidade Diagrama I Sistema Aproveitamento de Água de Chuva no Brasil (SAACB) Período Plano Nacional Organismos Internacionais (ONU) Experiências Internacionais Discurso da Sustentabilidade Pesquisa e Informação 2.5 Programa um milhão de cisternas rurais no Brasil: uma proposta de utilização das elaborações de Rolando García 2.6 Algumas Considerações Plano Nacional Plano Local Estado; Fracasso das Políticas Públicas; Fortalecimento dos Movimentos Sociais SEpi Saúde Pública SPod Poder Público SAsa Minas Unidades Gestoras Micro-Regionais Unidades Gestoras Locais, STR, ONGs, CPT, Conselhos Municipais STec Tecnologia Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA); Pesquisa e Conhecimento SPop População Beneficiada

8 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? Análise Sistêmica Inter-relações entre subsistemas Tensão Gestor ASA 21 Então a politização da experiência... Plano Local SPod Poder Público SAsa Minas Unidades Gestoras Micro-Regionais Unidades Gestoras Locais, STR, ONGs, CPT, Conselhos SEpi Saúde Pública STec Tecnologia SPop População Alcançada 4.5 Inter-relações entre subsistemas Local da desconexão Gomes et al. (em edição) Antropológicos Específicos Diversidade do rural Saúde Tempo Ânimo Dinheiro

9 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? Cenários 4.7 Possibilidades sistêmicas

10 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? 2.5 Programa um milhão de cisternas rurais no Brasil: uma proposta de utilização das elaborações de Rolando García 2.6 Algumas Considerações Avaliação Participativa Avaliações 1ª geração: mensuração 2ª geração: descrição 3ª geração: formação de juízos de valor A quarta geração apresenta como principal referência a consideração das demandas, questões e problemas levantados pelos grupos de interesse envolvidos no processo de avaliação (GUBA e LINCOLN, 1989)

11 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? 3.1 Metodologia 3.2 Definição da área de estudo 3.3 Triangulação de Métodos (survey, qualitativa). 3.4 Seminário 3.5 A importância da triangulação para pesquisas sobre água Triangulação de métodos Survey (623 domicílios) Fotografias do domicílio e da cisterna Participação em encontros da ASA Minas Participação em Encontro Nacional da ASA Visita à UGC em Recife Entrevistas assessores da ASA (24)/ gestores públicos (5)/ CPT (1)/ Coordenação estadual da ASA (1)/ MST (1) 15 entrevistas abertas com população beneficiada (Berilo/Chapada do Norte) Realização de Seminário Município de Berilo

12 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? 3.3 Triangulação de Métodos (survey, qualitativa). Famílias participantes Sede dos municípios Rede Hidrográfica

13 ZA pa ga r RA pa ga r LA pa ga r FA pa ga r Água em situação de escassez: água de chuva para quem? Construindo sistemas de aproveitamento de água de chuva 5.3 A efetividade da atuação das Unidades Gestoras Microrregionais: análise de componentes dop1mc, aspectos construtivos e custos Número de cisternas construídas Minas Gerais Descontinuidade na transferência de recursos. CPI das ONGs. Cisterna com defeito Região de Estudo CAA CAR CAV Defeito com vazamento de água Região de Estudo CAA CAR CAV Defeito com < 1 ano uso* Região de Estudo CAA CAR CAV Cisterna continua com defeito** Região de Estudo CAA CAR CAV Cisterna continua vazando*** Região de Estudo CAA CAR CAV Sim (% de domicílios) Não *x2=22,9889 p=0,000;** x2= 9,8739p=0,007;***x2=9,1704p = 0,010;

14 Água em situação de escassez: água de chuva para quem? Análise DAFO (IPN, 2002; MSC/UNICEF, 2011). D Debilidades A Ameaças F Fortalezas O Oportunidades Aspectos políticos e institucionais. Dimensão da saúde pública. 3.4 SEMINÁRIOS 3.5 A importância da triangulação para pesquisas sobre água Participante marca a frase que descreve o aspecto mais importante na sua avaliação. Resultado final da análise DAFO. Rosa: pontos negativos; verde: pontos positivos; branco: estratégias. Quatro colunas sobre dimensão da saúde pública e quatro colunas sobre dimensão político-institucional.

15 Dimensão tecnológica 1. A conquista da cisterna 2. A construção da cisterna 3. Desvio das primeiras águas das chuvas 4. Retirada de água da cisterna 5. Manutenção interna e externa da cisterna 6. Operação da desinfecção por cloração 7. Utilização de água armazenada

16 Quando começa a chover tem que destampar pra lavar o telhado um pouco. O dia que choveu tava tampada, eu esqueci de tirar a tampa e choveu de noite, eu já tava deitada e não vim tirar. É que se fosse de dia você corre e tira, foi à noite, todas as vezes que choveu foi à noite, assim não deu tempo (CN03). Retirada da água Essas caixas estão resistindo, só que tem umas que dão problema porque tão plantando, eles deixam árvore perto da caixa (BE15). Desvio da primeira água Ela [a bomba manual] não funciona, desperdiça muita água. Eu não tirei ela porque você sabe, que o que foi feito a gente num pode tirar, mas um chega lá e faz assim e chuááá!!! Aquela água vai toda embora (CN09). Manutenção Desinfecção O cloro, eu achei na cidade vizinha. O cara falou assim, num tem, lá no seu município é que têm, e eles vão lhe dar ; eu digo não, não tem! Eu procurei lá e eles disseram que não tem agora ; então ele falou assim, olha, tem uma farmácia ali que tem pra vender.... (CN09).

17 Dimensão epidemiológica Área de estudo Médio Vale do Jequitinhonha Municípios selecionados: Berilo e Chapada do Norte Maior nº de crianças <5 anos; Zona rural; Domicílios portadores de cisternas. 17

18 Amostra Grupo 1 (exposto à intervenção): crianças (< 5 anos); possuíam ou utilizavam de terceiros os sistemas de captação de água de chuva e armazenamento em cisternas. (AZUL) 664 crianças 571 casas visitadas Grupo 2 (não-exposto à intervenção): crianças (< 5 anos); sem acesso às cisternas e nem aos sistemas coletivos de abastecimento. Fontes: rio, barragem, mina e cacimba. (VERMELHO) 18

19 Metodologia Coleta dos dados 1ª ETAPA 2ª ETAPA 3ª ETAPA - Questionário completo - Distribuição TF-Test (parasitológico) - Análise qualidade da água - 1ª Ficha acompanhamento - Distribuição TF-Test (parasitológico) - Análise qualidade da água Diarreia - 2ª Ficha acompanhamento - Distribuição TF-Test (parasitológico) - Análise qualidade da água Berilo: set/2009 Chapada: out a dez/09 Berilo e Chapada 25/abr a 11/mai/10 Berilo: 31/set a 02/out/10 Chapada: 30/nov a 05/dez/10 19

20 Qualidade microbiológica da água Domicílios monitorados por etapa: 100: 50 (grupo 1) e 50 (grupo 2) Berilo Chapada do Norte Chapada do Norte Berilo Legenda Grupo 2 Grupo 1 Coleta das amostras: local de armazenamento final da água utilizada para beber; Indicadores analisados: coliformes totais e Escherichia coli; Técnica do Substrato Definido, citado no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1998). Local das análises: laboratórios da COPANOR de Berilo ou 20 Chapada do Norte;

21 Desfecho 4: infecção por Giardia β S(β) p-valor Odds IC Intercepto -1,682 0,463 0,000 0,19 0,07-0,46 Tipo de abastecimento - Sem cisterna 0,490 0,210 0,019 1,63 1,08-2,46 Etapa 2 0,555 0,225 0,014 1,74 1,12-2,71 Etapa 3 0,145 0,251 0,563 1,16 0,71-1,89 Ordem da gravidez - segunda ou superior 0,531 0,194 0,006 1,70 1,16-2,49 Duração da gravidez - menos de 9 meses 0,529 0,182 0,004 1,70 1,19-2,43 Lavar as mãos antes de cozinhar Com pequena frequência ou não 1,590 0,456 0,000 4,91 Higienização dos alimentos antes de consumir 2,01-11,99 Lavados com água sem tratamento -0,569 0,241 0,018 0,57 0,35-0,91 Lavados/desinfetados água sanitária ou vinagre -0,164 0,265 0,537 0,85 0,50-1,43 Renda familiar total De 101 a 500 reais -0,739 0,308 0,017 0,48 0,26-0,87 Acima de 500 reais -0,505 0,321 0,115 0,60 0,32-1,13 Nº de cômodos por casa -0,116 0,056 0,039 0,89 0,80-0,99 21

22 Qualidade microbiológica da água Presença de coliformes totais Com cisterna (n= 126) Sem cisterna (n= 130) Água de chuva (n=57) n % n % n % % % 53 93% Presença de E. coli 87 69% 83 64% 40 70% 22

23 Alguns aspectos relevantes Diferentes dimensões (processos/impactos). Variedade de métodos Os mais adequados por dimensão. Triangulação. Marcos teóricos e conceituais adequados. Avaliação participativa. As perguntas da avaliação.

24 Thank you!