INSTITUTO DE PSICOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA. CONTROLE DO COMPORTAMENTO POR RELAÇÕES ENTRE ESTÍMULOS EM Cebus apella

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1 U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O INSTITUTO DE PSICOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CONTROLE DO COMPORTAMENTO POR RELAÇÕES ENTRE ESTÍMULOS EM Cebus apella ROMARIZ DA SILVA BARROS São Paulo 1998

2 U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O INSTITUTO DE PSICOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CONTROLE DO COMPORTAMENTO POR RELAÇÕES ENTRE ESTÍMULOS EM Cebus apella ROMARIZ DA SILVA BARROS Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Pau lo como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Psicologia Área de concentração: Psicologia Experimental. Orientadora: Dra. Maria Helena Leite Hunziker São Paulo 1998

3 iii UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CONTROLE DO COMPORTAMENTO POR RELAÇÕES ENTRE ESTÍMULOS EM Cebus apella Candidato: ROMARIZ DA SILVA BARROS Orientadora: Dra. Maria Helena Leite Hunziker Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Psicologia Área de concentração: PSICOLOGIA EXPERIMENTAL. Comissão julgadora: Defesa 1998 i i i

4 iv O presente trabalho foi parcialmente financiado pela CAPES, através do programa PICD. iv

5 v Dedico este trabalho A L i a Q u e i r o z ( a L i l i ), m u l h e r l i n d a e i n t e l i g e n t e c o m q u e m t e n h o o p r a z e r d e c o n v i v e r ( t e a m o! ) ; Ao meu pai, homem agradavelmente simples teimoso e bom; A minha mãe, uma mulher de garra; Ao meu irmão (Mairtão), o melhor irmão que alguém poderia ter; A minha irmã Luciana, mulher sonhadora e de conquistas; A minha irmã Lediana, mulher sutilmente forte. v

6 vi Agradeço a Olavo Galvão, um grande companheiro, pela orientações bem humoradas, pelo entusiasmo, pelo apoio em todas as ocasiões e, sobretudo, pela amizade sincera; A Tatu, pelo eterno alto astral, pela confiança e por ter possibilitado este curso; José Carlos Simões Fontes, por todas as oportunidades que me deu e pelo afeto; Batistuta, Fernando Baga, Arnaldão, Junhão (in memorian), Marcus Bentes, Aninha, Edna Leitão, Lugui, Sérgio Luna e tantos outros grandes amigos de quem fiquei apartado por alguns longos momentos, enquanto confeccionava este trabalho; Didi, pelo apoio total durante todo o tempo, especialmente na coleta de dados; Paulo Bonobo e Marlene, pela ajuda, pela solidariedade nas broncas, pelos ensinamentos; Alda e Michel pelo socorro em Francês; Todos os colegas do Departamento de Psicologia Experimental da UFPa pelo incentivo; João do Carmo e Rosana Éleres pela amizade e pelo exemplo de trabalho; Horácia, Juninho e Arietê, pela colaboração indispensável; Todos que, de alguma maneira, contribuíram para que eu seja quem sou. vi

7 vii Barros, Romariz da Silva (1998). Controle do comportamento por relações entre estímulos em Cebus apella. Tese de doutorado. São Paulo: Instituto de Psicologia - USP, 112p. RESUMO Equivalência de estímulos, um fenômeno comportamental amplamente demonstrado em humanos, tem sido encontrada com dificuldades em não -humanos, provavelmente devido a dificuldades de procedimento. Controle não programado pela posição dos estímulos tem sido apontado como um fator que interfere no desempenho de matching-t o-sample e que leva a resultados negativos em testes de propri edades definidoras de equivalência (reflexividade, simetria e transitividade). Duas linhas de pesquisa foram exploradas: 1) Posição como estímulo em discriminações condicionais e testes de propriedades emergentes e 2) Treino e testes de relações condicionais na ausência de correlação entre a posição e a função dos estímulos. Foram conduzidos quatro experimentos com três macacos Cebus apella, uma fêmea e dois machos. No Experimento I, os sujeitos foram submetidos a treino de discriminações condicionais e testes de propriedades emergentes com posições como estímulo. Resultados positivos nos testes foram encontrados quando as relações testadas eram topograficamente semelhantes às relações treinadas. No Experimento II, treinos de discriminações simples com três conjuntos de estímulos visuais (cores e formas arbitrárias) mostraram diferenças na discriminabilidade dos estímulos. No Experimento III os sujeitos foram submetidos a treino de pareamento por identidade e testes de identidade generalizada com dois dos três conjuntos de estímulos facilmente discriminados no Experimento II e mais três novos conjuntos de estímulos. Os resultados dos testes foram positivos quando os estímulos já tinham sido apresentados antes em treinos de discriminações simples simultâneas, que possivelmente funcionaram como um treino de matching-to- sample com atraso. No Experimento IV os sujeitos foram submetidos a treinos de relações condicionais arbitrárias e a testes de simetria, cujos resultados foram negativos. Escolhas corretas fora m reforçadas em todas as tentativas, em todos os experimentos. Todas as tentativas de matching-to-sample eram com atraso zero. A interpretação dos dados baseia-se na suposição de que relações de equivalência são relações ambientais. O pré-requisito para a emergência das propriedades definidoras pode ser a aquisição de controle por essas propriedades enquanto relações ambientais, o que demanda extenso treino. Palavras -chave: Discriminação simples, discriminação condicional, pareamento ao modelo, equivalên cia de estímulos, posição, Cebus apella. v i i

8 viii Barros, Romariz da Silva (1998). Control of behavior by stimulus relations in Cebus apella. Doctoral dissertation. São Paulo: Instituto de Psicologia - USP, 112p. ABSTRACT Stimulus equivalence, a largely demonstrated behavioral phenomenon in humans has been hardly found in non- humans likely due to procedural difficulties. Unprogrammed control by stimulus position has been pointed as interfering with matching-to-sample performances, which leads to negative results in tests of equivalence defining properties (reflexivity, symmetry and transitivity). Two lines of research were pursued that investigate: 1) Location as stimulus in conditional discriminations and tests of emergent properties and 2) Training and tests of conditional relations with no relation between location and function of stimuli. Four experiments with 1 female and 2 male Cebus apella were conducted. In Experiment I subjects were submitted to training of conditional discriminations and tests of emergent properties with location as stimulus, with positive results when the tested relations were similar to those trained. In Experiment II, training of simultaneous simple discriminations with three sets of visual stimuli (colors and arbitrary forms) showed differences in discriminability of the stimuli. In Experiment III, with two of the easily discriminated stimulus sets and three new stimulus sets, subjects received training of identity matching-tosample and generalized identity tests, with positive results when the stimuli had been presented before in simultaneous simple discriminations, that possibly functioned as delayed identity matching-to-sample. In Experiment IV, subjects were submitted to arbitrary matching-t o-sample training, and to symmetry tests with negative results. Correct choices in all trials were reinforced. All matching-to-sample trials were zero-delay. Interpretation of data relay on the assumption that equivalence relations are environmental relations. The prerequisite for defining properties emergence may be the acquisition of control by these defining properties as environmental relations, which demand extended training. Key-words: Simple discrimination, conditional discrimination, matching-to-sample, stimulus equivalence, location, C ebus apella. viii

9 ix Barros, Romariz da Silva (1998). Contrôle du comportement au travers des relations entre stimuli chez Cebus apella. Thèse de doctorat. São Paulo : Instituto de Psicologia U S P, 112p. R E S U M É L équivalence de stimuli, un phénomène comportemental amplement démontré chez les humains, est vérifié chez les animaux avec des difficultés, probablement à cause de procédures inadéquates. Le contrôle non programmé exercé par la position des stimuli a été considéré comme un obstacle dans l obtention des résultats positifs lors des tests visant à examiner les propriétés qui définissent l équivalence (réflexivité, symétrie et transitivité) dans le contexte de la procédure de «matching-to sample». Deux axes de recherche ont été explorées : 1) rôle de la position comme stimulus dans des entraînements de relations conditionnelles et dans des tests des propriétés émergentes ; 2) investigation des relations conditionnelles entraînées en l absence de corrélation entre positions et fonctions des stimuli modèles et comparaison. Il a été réalisé quatre expériences avec trois singes de l espèce Cebus apella, une femelle et deux mâles. Dans l Expérience I, il a été réalisé des entraînements de relations conditionnelles et des tests de propriétés émergentes où la p o s i t ion était le stimulus. Dans les tests, des résultats positifs ont été obtenus uniquement quand les relations testées étaient similaires à celles de la situation d entraînement. Dans l Expérience II, les entraînements de discriminations simples simultanées a vec trois ensembles de stimuli visuels (couleurs et formes arbitraires), ont permis l identification des stimuli pour lesquels les sujets éprouvaient des difficultés à discriminer. Dans l Expérience III, grâce aux deux ensembles de stimuli facilement discriminés dans l Expérience II et à trois nouveaux ensembles, il a été effectué des entraînements de choix du stimulus identique au modèle et des tests de identidad generalizée. Dans ces derniers tests, des résultats positifs ont été obtenus lorsque les stimuli avaient été présentés antérienrement lors de discriminations simples simultanées, ayant ont probablement fonctionné comme un entraînement au «matching-t o-sample». Dans l Expérience IV, il a été effectué des entraînements de discriminations conditionnell es arbitraires et des tests de symétrie, dont les résultats furent négatifs. Les choix corrects étaient systematiquement reuforcés et tontes les tentatives de «matching-to-sample» n étaient deférées. Les resultats sont discutées en considerant que les relations d équivalence sont des relations environnementales. Les conditions nécessaires pour voir apparaitre l émergence des propriétés exigent l acquisition du contrôle sur les relations complexes qui définissent le phénomène, ce qui demande une riche exposition à ces types de relations. Mots -clés : Discrimination simple, discrimination conditionnelle, pareamento ao modèle, équivalence entre stimuli, position, Cebus apella. ix

10 x ÍNDICE Página R E S U M O... vii ABSTRACT... v i i i R É S U M É... ix INTRODUÇÃO EXPERIMENTO I Método Sujeitos Equipament E s t í m u l o s Procedimento Resultados e Discussão EXPERIMENTO II Método Sujeitos Equipament E s t í m u l o s Procedimento Resultados e Discussão EXPERIMENTO III Método Sujeitos.e equipamento E s t í m u l o s Procedimento Resultados e Discussão EXPERIMENTO IV Método Sujeitos.e equipamento E s t í m u l o s Procedimento Resultados e Discussão DISCUSSÃO GERAL REFERÊNCIAS x

11 1 Estudos sobre discriminações condicionais têm sido realizados, já há bastante tempo, através do procedimento de matching-to-sample (pareamento ao modelo ou igualação com o modelo). De acordo com Sidman (1994), o termo matching-to-sample foi criado para nomear o desempenho de igualação ao modelo mas também pode ser aplicado com adequação ao procedimento comumente usado para obtenção desse desempenho em laboratório. No procedimento de matching-to-sample, os estímulos-modelo controlam a função discriminativa positiva (S+) ou negativa (S -) dos estímulos de comparação. A apresentação de um dos estímulos modelo indica qual dos estímulos de comparação funciona como S + e qual(is) funciona(m) como S -. Em geral, exige -se que o sujeito responda inicialmente ao estímulo modelo (resposta de observação). A resposta produz os estímulos de comparação. Respostas ao estímulo de comparação determinado pelo experimentador para funcionar como S+ na presença do estímulo modelo específico são reforçadas. Respostas aos estímulos determinados para funcionar como S -, na presença daquele estímulo modelo, não são reforçadas. Quando a base de escolha do estímulo de comparação é a igualdade com o estímulo modelo, o procedimento é chamado de pareamento por identidade com o modelo. Quando a base de escolha é arbitrária o procedimento é nomeado de pareamento arbitrário (ou simbólico) com o modelo. Esse procedimento pode apresentar duas variantes em função da possibilidade de permanência ou retirada do estímulo modelo, no momento da apresentação dos estímulos de comparação. No pareamento simultâneo, o estímulo modelo e os estímulos de comparação ficam simultaneamente exibidos. No pareamento sucessivo, os estímulos de comparação só são apresentados após a retirada do estímulo modelo. O procedimento pode, ainda, ser invertido, apresentando-se primeiro os estímulos de comparação e depois o estímulo modelo. O pareamento sucessivo permite a manipulação do intervalo de tempo entre a retirada do estímulo modelo e a apresentação dos estímulos de comparação. No pareamento sucessivo sem atraso, imediatamente após a resposta de observação, o estímulo modelo é removido e os estímulos de comparação são apresentados. No pareamento com atraso, é possível programar o tempo entre a remoção do estímulo modelo e a apresentação das comparações (ver Carter & Werner, 1978; Cumming & Berryman, 1961; Cumming & Berryman, 1965). Tem sido demonstrado amplamente que, após treino de discriminações condicionais relacionadas, utilizando o procedimento de matching to sample acima descrito, se testes apropriados forem conduzidos, sujeitos humanos freqüentemente demonstram relações condicionais não diretamente treinadas, também chamadas de relações emergentes (ver por exemplo Devany, Hayes & Nelson, 1986; Mackay & Sidman, 1984; Sidman, 1971; Sidman & Cresson, 1973; Sidman & Tailby, 1982). Relações entre estímulos não treinadas, desenvolvidas pelos sujeitos a partir de relações condicionais treinadas, têm sido largamente estudadas pelos analistas do comportamento. As relações derivadas de reflexividade, simetria e transitividade foram consideradas por Sidman & Tailby (1982) como propriedades definidoras de um fenômeno chamado equivalência de estímulos, estendendo à análise do comportamento uma das definições matemáticas de equivalência. Discriminações condicionais relacionadas são aquelas que possuem estímulos em comum, com funções iguais ou diferentes. Por exemplo, discriminações condicionais 1

12 2 AB são relacionadas a discriminações condicionais BC, na medida em que os estímulos B participam de ambas: naquela como comparação, nesta como modelo. Dado que relações condicionais arbitrárias entre os estímulos de um conjunto A (A1, A2 e A3, por exemplo) e os estímulos de outro conjunto B (B1, B2 e B3) tenham sido ensinadas a um sujeito (relações A1B1, A2B2 e A3B3) e, posteriormente, também tenham sido ensinadas as relações entre os estímulo do conjunto B e os do conjunto C (relações B1C1, B2C2 e B3C3), a formação de classes de equivalência entre os estímulos (A1, B1 e C1; A2, B2 e C2; A3, B3 e C3) de acordo com Sidman & Tailby (1982), será documentada quando, sem a necessidade de treino adicional, o sujeito demonstrar as propriedades de: reflex ividade (apresentando as relações emergentes A1A1, A2A2 e A3A3; B1B1, B2B2 e B3B3; C1C1, C2C2 e C3C3); simetria (apresentando as relações emergentes B1A1, B2A2 e B3A3; C1B1, C2B2 e C3B3); transitividade (apresentando as relações emergentes A1C1, A2C2 e A3C3) e simetria da transitividade ou equivalência (apresentando as relações emergentes C1A1, C2A2 e C3A3). O critério comportamental para definição da equivalência de estímulos, proposto por Sidman & Tailby (1982), foi adaptado a partir de uma das definições matemáticas abstratas de equivalência. Apesar de essa não ser a única maneira de definir equivalência de estímulos, esses critérios foram amplamente aceitos pela comunidade científica. A constatação das propriedades acima mencionadas nas discriminações condicionais treinadas (contingência de quatro termos) documenta a existência do que tem sido chamado de verdadeiro desempenho de matching-to-sample (Sidman, 1994 e Sidman, Rauzin, Lazar, Cunninghan & Tailby, 1982). Apesar da emergência das propriedades definidoras de equivalência, após treinos de discriminações condicionais relacionadas, ser um fenômeno abundantemente demonstrado, nem sempre o desempenho de discriminação condicional, obtido através do procedimento de matching-to-sample, corresponde ao verdadeiro desempenho de matching-to-sample que, no contexto do procedimento de matching-to-sample é sinônimo de equivalência de estímulos. Em outras palavras, ainda que alguns sujeitos demonstrem altos níveis de acerto nas tentativas de escolha de acordo com o modelo, eles podem não responder de acordo com as propriedades definidoras de equivalência nos testes, sendo esse um indício de que o verdadeiro desempenho de igualação ao modelo (equivalência) não foi obtido. De acordo com Sidman (1994) não é possível avaliar se o desempenho de um sujeito, em uma discriminação condicional, envolve equivalência de estímulos apenas olhando para o nível de acertos em discriminações diretamente treinadas. São necessários os testes adicionais, através dos quais é possível verificar a intercambialidade (ou substitutabilidade ) dos estímulos. Resultados positivos nos testes de substitutabilidade indicam que as relações ensinadas na linha de base constituem o verdadeiro desempenho de igualação com o modelo. A definição formal de equivalência de estímulos apresentada por Sidman & Tailby (1982), baseada na verificação das propriedades emergentes no contexto do procedimento de matching-to-sample, propiciou o desenvolvimento de uma extensa tradição de pesquisa por ser precisa e operacional. O desenvolvimento dessa área de pesquisa demonstrou que, tanto quanto precisa, a definição sidmaniana de equivalência era restritiva. Uma parte dos desempenhos emergentes de sujeitos humanos e não-humanos, 2

13 3 que atendiam a outros critérios de equivalência, não podiam ser enquadrados naquela definição. Pouco tempo depois que Sidman (1971) publicou os primeiros resultados positivos de equivalência de estímulos usando um adolescente com desenvolvimento severamente retardado como sujeito, uma parte dos pesquisadores que se engajaram nessa área de estudo se dedicaram a explicar a dificuldade de obtenção de classes de estímulos equivalentes com sujeitos não-humanos. Os estudos publicados nos últimos vinte e sete anos mostram que equivalência de estímulos tem sido documentada freqüentemente e com relativa facilidade quando são usados sujeitos humanos mas é difícil de ser demonstrada quando são usados sujeitos nãohumanos. Também tem sido relatada dificuldade de obtenção de equivalência com sujeitos humanos com desenvolvimento retardado e que apresentem dificuldades de aquisição de repertório verbal (Devany, Hayes & Nelson, 1986). Os resultados de alguns estudos conduzidos com sujeitos humanos e nãohumanos, nos quais foi avaliado o efeito de variáveis como a nomeação, por exemplo, não têm sido interpretados de maneira unívoca. Particularmente controvertida tem sido a questão do papel da linguagem na formação de classes de estímulos equivalentes. Alguns pesquisadores têm sugerido que o uso da linguagem é necessário para e obtenção de equivalência de estímulos (por exemplo, Dugdale & Lowe, 1990), enquanto outros pesquisadores se opõem a isso, argumentando que o fenômeno da equivalência de estímulos pode ser, ao contrário, um requisito para repertórios lingüísticos (ver Kuno, Kitadate & Iwamoto, 1994; Mackay & Sidman, 1984; Schusterman & Kastak, 1993; Sidman & Tailby, 1982; Sidman, Wilson-Morris & Kirk, 1986). A respeito da influência do uso da linguagem na formação de classes de equivalência, Devany, Hayes & Nelson (1986) publicaram um experimento do qual os resultados são especialmente intrigantes. Foram utilizados como sujeitos três grupos de quatro crianças: um grupo de pré-escolares com desenvolvimento e repertório considerados normais; outro de crianças com desenvolvimento retardado, mas com bom repertório de fala e uso de símbolos e ainda outro grupo de crianças com desenvolvimento retardado e com dificuldades de aquisição de repertório verbal. Para cada um dos sujeitos, os estímulos eram seis figuras coloridas selecionadas por sorteio a partir de um conjunto maior de figuras. O procedimento utilizado foi o de matching-to-sample, através do qual foi feito o treino de quatro discriminações condicionais relacionadas e, em seguida, testes foram conduzidos para determinar se classes de estímulos equivalentes haviam sido formadas. Os dados mostram que todas as oito crianças com repertório verbal desenvolvido formaram classes de estímulos equivalentes. O mesmo não ocorreu com as quatro crianças com dificuldades de repertório verbal. Esses resultados podem reforçar a hipótese de que o uso da linguagem estaria na base do desempenho de equivalência. De Rose (1989), contudo, fez alguns questionamentos relativos ao procedimento e ao modo como os resultados de Devany, Hayes & Nelson (1986) foram interpretados. De acordo com De Rose (1989), as crianças com limitações de repertório verbal poderiam ter demonstrado a formação de classes de estímulos equivalentes se os testes tivessem sido suficientemente reapresentados. O argumento de De Rose está baseado no fato de que aquelas crianças, que precisaram executar muito mais blocos de treino para atingir o critério de aquisição da discriminação, deveriam ser proporcionalmente submetidas a mais blocos de teste do que as crianças com repertório verbal desenvolvido, o que não foi feito. 3

14 4 Para todas as crianças, os testes foram realizados através de um único bloco de quarenta tentativas, apesar da diferença no número de blocos de tentativas necessários para conclusão da fase de aquisição da linha de base. Além disso, todos os testes conduzidos por Devany, Hayes & Nelson (1986) foram efetuados somente no final da fase de treino da complexa linha de base. Esse procedimento se assemelha ao que Adams, Fields & Verhave (1993) chamaram de protocolo complexo-para-simples, que consiste em efetuar primeiro o teste de equivalência, e só depois testar as propriedades mais básicas como transitividade, simetria e reflexividade. O estudo de Adams, Fields & Verhave (1993) demonstrou que os sujeitos submetidos ao protocolo simples-para-complexo, que consiste testar primeiro propriedades mais básicas, como reflexividade e simetria, e só depois as propriedades de transitividade e equivalência, formaram classes mais rapidamente, com menos variabilidade intersujeitos e com menor número de falhas. A maneira de proceder os testes, adotada por Devany, Hayes & Nelson (1986), pode ter produzido uma dificuldade adicional para as crianças com repertório verbal reduzido, que já haviam apresentado uma maior lentidão na fase de treino, comparada com a dificuldade para as crianças com repertório verbal normal. Os dados disponíveis na literatura indicam que o papel da linguagem na formação de classes de estímulos equivalentes ainda permanece obscuro. Resultados positivos fidedignos e replicáveis em testes de propriedades emergentes de equivalência com sujeitos não-humanos, ou com sujeitos humanos com repertório verbal muito reduzido, poderiam pôr fim a esse impasse, indicando que a linguagem não é necessária para a formação de classes de equivalência (Barros, Galvão & Fontes, 1996; Dube, McIlvane, Callahan & Stoddard, 1993) ou, talvez, que a equivalência verificada com sujeitos humanos com repertório verbal desenvolvido seja um fenômeno distinto da equivalência encontrada em animais. Ao longo desses vinte e sete anos de pesquisa, diversas tentativas têm sido feitas no sentido de documentar a emergência de equivalência em animais e freqüentemente elas têm sido frustradas. Dube, McIlvane, Callahan & Stoddard (1993) contrastaram duas diferentes interpretações para o amplo sucesso em tentativas de obter equivalência com sujeitos humanos e a relativa dificuldade de obtenção de equivalência com sujeitos nãohumanos. Eles nomearam as duas maneiras de interpretar os dados dessa área de pesquisa de interpretação qualitativa e interpretação quantitativa. De acordo com a interpretação qualitativa, a diferença entre o desempenho de sujeitos humanos e não-humanos, em experimentos de equivalência, seria qualitativa e refletiria fundamentalmente diferentes processos comportamentais. Isso implicaria que a formação de classes de estímulos equivalentes requereria a existência de redes ou sistemas de associações neurais que se desenvolveram exclusivamente no sistema nervoso central humano (ver também Donahoe & Palmer, 1994, cap. 5). De acordo com a interpretação quantitativa, entretanto, é possível que a dificuldade de obtenção de equivalência com não-humanos esteja relacionada à inadequação dos procedimentos de treino e de teste. Isso implica que resultados positivos com procedimentos padrões de equivalência envolveriam pré-requisitos comportamentais que a maioria dos sujeitos humanos adquiriram durante sua história pré-experimental, mas que a maioria dos animais utilizados nos laboratórios não adquiriram. De acordo com essa interpretação, portanto, a diferença entre os desempenhos de sujeitos humanos e não- 4

15 5 humanos refletiria diferenças quantitativas no repertório que esses dois tipos de sujeitos trazem para a situação experimental. Ainda de acordo com Dube, McIlvane, Callahan & Stoddard (1993), a interpretação qualitativa sugere pesquisa biocomportamental que vise a especificação das estruturas subjacentes ao repertório de equivalência. A interpretação quantitativa sugere pesquisa em Análise do Comportamento que vise a especificação dos pré-requisitos comportamentais de equivalência de estímulos. Adotando uma interpretação quantitativa, é através de experimentos, que objetivam explicitar as condições necessárias para a emergência de relações de equivalência com não-humanos, que se poderá determinar que tipo de história comportamental é necessária para a obtenção de equivalência. De acordo com Sidman (1994), esse conhecimento sobre as condições necessárias para a formação de classes de estímulos equivalentes detém um valioso potencial de aplicação, por exemplo, no ensino de repertórios complexos, como leitura e escrita, no sistema de ensino regular e também no ensino desses desempenhos a pessoas portadoras de necessidades pedagógicas especiais. A análise dos relatos de trabalhos disponíveis na literatura permite dizer que alguns passos têm sido dados no sentido de determinar essas condições necessárias para a emergência de relações de equivalência com sujeitos não-humanos. Apesar disso, resultados positivos em testes de propriedades emergentes de equivalência de estímulos não têm sido encontrados em não-humanos, se não 1) após extenso treino de uma grande quantidade de relações condicionais e após testes e treino de algumas propriedades de equivalência (Schusterman & Kastak, 1993); 2) sob a forma de demonstrações parciais de uma das propriedade definidoras mas não de outras (por exemplo, D Amato, Salmon, Loukas & Tomie, 1985; Kuno, Kitadate & Iwamoto, 1994; Oden, Thompson & Premack, 1988; Tomonaga, Matsuzawa, Fugita & Yamamoto, 1991); 3) utilizando-se procedimentos que impossibilitam a execução dos testes de emergência das propriedades definidoras (por exemplo, Cerutti & Rumbaugh, 1993; Manabe, Kawashima & Staddon, 1995; Premack, 1986; Savage -Rumbaugh, Rumbaugh, Smith & Lawson, 1980; Vaughan, 1988) e 4) baseados no treino de encadeamento de respostas mediadoras, o que dificulta a comparação com resultados obtidos em procedimentos padrão de equivalência (McIntire, Cleary & Thompson, 1987). Uma parte dos experimentos que exploraram o fenômeno da formação de classes de equivalência em organismos não-humanos, publicados nos últimos anos, evidenciaram a necessidade de se admitir que: 1) a partição de conjuntos de estímulos em subconjuntos, levando em consideração sua função, é uma forma de equivalência de estímulos; e 2) respostas diferenciais e conseqüências diferenciais podem fazer parte das classes de equivalência. Essa nova maneira de ver (ou pelo menos de definir) equivalência admite que o fenômeno pode ser encontrado em contingências de três termos (Sidman, 1994). Por algum tempo, portanto, indícios de equivalência de estímulos foram obtidos com sujeitos não-humanos mas a ausência de testes de reflexividade, simetria ou transitividade e/ou algumas diferenças nos procedimentos utilizados, em relação ao procedimento padrão, não permitiram haver certeza de tratar-se dos mesmos processos comportamentais obtidos em experimentos conduzidos com o procedimento padrão e com sujeitos humanos (por exemplo, Savage -Rumbaugh, Rumbaugh, Smith & Lawson, 1980; Vaughan, 1988). 5

16 6 Apesar do tempo decorrido desde a publicação de muitos desses trabalhos, a discussão de seus resultados ainda permanece produtiva. A seguir serão analisados alguns desses experimentos, para definir que problemas permanecem por serem resolvidos com relação à formação de classes de estímulos equivalentes em animais. Utilizando um procedimento de reversões sucessivas de discriminações simples, Vaughan (1988) verificou, de acordo com a definição matemática de equivalência como uma partição, a formação de classes de estímulos com seis pombos experimentalmente ingênuos como sujeitos. Os estímulos eram quarenta slides com figuras de árvores que foram subdivididos aleatoriamente em dois subconjuntos de vinte. O procedimento envolveu sucessivas reversões das funções S+ e S - de estímulos. No início do treino, os vinte estímulos do subconjunto 1 tinham função de S+ e os vinte do subconjunto 2 tinham função de S -. A ordem de apresentação dos estímulos era randômica e mudava a cada sessão. Quando um estímulo S+ estava presente, o sujeito devia bicar duas vezes na chave de respostas correspondente, dentro de um intervalo de dois segundos para obter dois segundos de acesso a comida. Quando um estímulo S - estava presente, o sujeito deveria esperar dois segundos sem bicar a chave e então a tentativa terminava sem reforçamento, iniciando um intervalo entre tentativas. Respostas a S - reiniciavam o intervalo de dois segundos de apresentação desse estímulo. Quando os sujeitos aprendiam essa discriminação, a contingência era revertida. Assim, os slides do subconjunto 1 se tornavam agora S - e os do subconjunto 2 se tornavam S+. Logo que os sujeitos aprendiam a discriminação revertida, a contingência era novamente invertida, voltando à condição inicial. As reversões foram efetuadas diversas vezes. Os resultados mostram que, no final do experimento, quando uma reversão era feita, o sujeito também invertia a discriminação, passando a bicar os estímulos que antes eram S - e não bicando os estímulos que antes eram S+. Vaughan (1988) obteve uma partição do conjunto de quarenta estímulos em dois subconjuntos e os estímulos de um mesmo subconjunto se tornaram funcionalmente equivalentes. A diferença de procedimento e a ausência dos testes das propriedades definidoras de equivalência (Sidman & Tailby, 1982) dificultaram a aceitação desses resultados como evidências de formação de classes de equivalência com sujeitos nãohumanos. Segundo Hayes (1989), em função do desempenho final apresentado pelos pombos de Vaughan (1988) ter-se devido a uma história de treino direto, não se tratando, portanto, de desempenho emergente, os resultados obtidos por Vaughan não podiam ser considerados como uma demonstração de equivalência de estímulos. Segundo Hayes, os sujeitos só responderam da mesma maneira para os membros de uma mesma classe por causa de um extensivo treino direto com inversões de contingência. Hayes afirmou também que o problema do estudo não era empírico ou de procedimento, mas de definição: Vaughan teria obtido, na verdade, uma convincente demonstração de formação de classes de estímulos funcionalmente equivalentes com pombos, mas não equivalência de estímulos. O mérito do experimento de Vaughan estaria em ter obtido pioneiramente classes funcionais em não humanos. Alguns trabalhos, entretanto, sugeriram que classes funcionais e classes de equivalência poderiam envolver os mesmos processos comportamentais ( v e r D u b e, 6

17 7 M c D o n a l d & M c I l v a n e, ; D u b e e t a l., e S i d m a n, W y n n e, M a g u i r e & B a r n e s, ). A p e s a r d e s t a n ã o t e r s i d o a m e s m a p o s i ç ã o a s s u m i d a d e s d e o s p r i m e i r o s e s t u d o s n a á r e a d e e q u i v a l ê n c i a d e e s t í m u l o s, d e a c o r d o c o m S i d m a n ( ) t a n t o m a t e m a t i c a m e n t e q u a n t o c o m p o r t a m e n t a l m e n t e, p a r t i ç ã o e e q u i v a l ê n c i a p a r e c e m s e r d o i s l a d o s d a m e s m a m o e d a. A p e s a r d e s s a d i s c u s s ã o a i n d a p e r m a n e c e r a b e r t a ( D u b e e t a l., ), j á é p o s s í v e l a d m i t i r q u e, c l a s s e s d e e s t í m u l o s f u n c i o n a l m e n t e e q u i v a l e n t e s e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e q u i v a l e n t e s e n v o l v e m o s m e s m o s p r o c e s s o s c o m p o r t a m e n t a i s, m e s m o q u e a c e s s í v e i s p o r p r o c e d i m e n t o s d i f e r e n t e s ( S i d m a n, ). Um outro experimento que mereceu atenção especial foi o desenvolvido por Savage -Rumbaugh et al. (1980). Eles realizaram um experimento que pode facilmente ser traduzido para a área de estudo de relações de equivalência, apesar do interesse focal ser o estudo das habilidades de linguagem de chimpanzés (ver também Cerutti & Rumbaugh, 1993). Savage -Rumbaugh et al., (1980) utilizaram como sujeitos, dois chimpanzés (Pan troglodytes). Esses animais tinham uma ampla história experimental. Eles haviam sido submetidos a alguns experimentos anteriores, nos quais aprenderam discriminações condicionais (eles aprenderam a requerer alguns itens alimentícios apresentados pelo experimentador mediante a seleção de lexigramas 1 - nomes - correspondentes em um painel de respostas); demonstraram aprendizagem por observação (se um dos sujeitos aprendia a usar um determinado nome para solicitar um dado item alimentício, o outro sujeito, que presenciava isso, também passava a usar o nome ) e também demonstraram aprendizagem por exclusão (os macacos continuaram selecionando os nomes associados com os alimentos, mesmo quando novos nomes foram incluídos no teclado e passaram a selecionar esses nomes novos, quando novos itens alimentícios foram apresentados). No experimento de Savage -Rumbaugh et al. (1980), os chimpanzés também aprenderam o nome de onze ferramentas (alavanca, corda, chave de boca etc) utilizando nomes correspondentes. Os animais aprenderam, inicialmente, a separar três itens alimentícios (pão, laranja e bolo de feijão) e três ferramentas (graveto, chave e dinheiro) em duas caixas diferentes. O experimentador colocava um alimento em uma das caixas e uma ferramenta na outra e então requeria do macaco continuar separando os objetos. Quando os animais aprenderam a categorizar os objetos, os experimentadores ensinaram o sujeito a fazer essa mesma classificação, utilizando agora os nomes (lexigramas) correspondentes, e não os próprios objetos, e depois retiraram as caixas. Os animais aprenderam a rotular os seis objetos usando os nomes ensinados pelo experimentador. Então, o experimentador apresentou ao sujeito cinco itens alimentícios e cinco ferramentas dos quais eles haviam aprendido os nomes (selecionar condicionalmente os lexigramas correspondentes) mas nunca os tinham classificado como ferramentas ou comida. Um dos sujeitos classificou corretamente todos os objetos e o outro cometeu apenas um erro. Em uma segunda fase do experimento, os sujeitos aprenderam a selecionar os nomes correspondentes mediante a apresentação de fotografias dos objetos. Inicialmente as fotografias foram aderidas nos objetos e continuava-se requerendo que os animais classificassem os objetos. 1 Os lexigramas eram formas arbitrárias apresentadas em um painel de respostas 7

18 8 Em seguida, os objetos foram retirados. Um dos sujeitos classificou corretamente todas as fotos. O outro sujeito, após aprender a evitar que a luminosidade refletida pelas fotografias atrapalhasse sua visão, também respondeu corretamente. Por último, os experimentadores aderiram os próprios nomes (os desenhos arbitrários dos lexigramas) nas fotografias e continuaram requisitando que os sujeitos as classificassem. Em seguida, as fotografias foram retiradas e os sujeitos classificaram os nomes corretamente como ferramenta ou comida. Então, dezessete outros nomes foram apresentados aos animais. Eles já haviam aprendido a relacionar corretamente esses nomes com os objetos, mas nunca os tinham rotulado como comida ou ferramenta e, ainda assim, sem qualquer treino adicional, classificaram os nomes corretamente (Cerutti & Rumbaugh, 1993). É possível que os resultados apresentados por Savage -Rambaugh et al. (1980) sejam resultantes de equivalência de estímulos. O procedimento adotado é diferente do procedimento padrão utilizado em experimentos de equivalência. Tal como ocorrera com o experimento de Vaughan (1988). A diferença em relação a procedimentos padrão dificultou a comparação dos resultados deste experimento com muitos outros descritos na literatura. É difícil precisar se os resultados obtidos por Savage -Rambaugh et al. (1980), através do procedimento acima descrito, correspondem ao desempenho de sujeito humanos, submetidos ao procedimento de pareamento com o modelo. A ausência dos testes de reflexividade, simetria, transitividade e equivalência inviabilizou a aplicação da definição de Sidman & Tailby (1982) que está profundamente relacionada ao procedimento de matching-to-sample. Apesar disso, os resultados obtidos por Savage -Rumbaugh et al. (1980) são uma convincente demonstração de desempenho emergente com sujeitos não-humanos e, portanto, encorajam e realização de replicações do experimento com modificações no procedimento de modo a permitir a execução dos testes de propriedades definidoras de equivalênci a (Sidman, 1994). Um outro trabalho, que também contribuiu recentemente para mudanças na maneira de ver o fenômeno da equivalência de estímulos, foi publicado por Manabe, Kawashima & Staddon (1995). Eles realizaram um experimento pioneiro na formação de cl asses que incluem respostas vocais emergentes. Utilizando três periquitos (Melopsittacus undulatus) como sujeitos, foram realizados três experimentos. Uma pequena câmara experimental foi montada, onde os periquitos podiam bicar três chaves (que registravam as respostas através de células fotoelétricas) para obter acesso a grãos. A vocalização dos animais era registrada através de um microfone portátil, instalado na câmara experimental. Através de um equipamento especial, a freqüência dos chamados dos pássaros era medida em KiloHertz. Se esses chamados excedessem um limiar, o equipamento automaticamente convertia-os em um sinal digital que era conduzido a um microcomputador. No primeiro experimento, Manabe et al. (1995) obtiveram uma demonstração inédita de que o comportamento vocal dos pássaros podia ser modificado através de procedimentos automatizados de conseqüenciação em laboratório (ou seja, modificações não provenientes de fatores sociais). Os periquitos aprenderam a emitir um chamado alto (de 2 a 4 khz ) diante de um estímulo (um disco vermelho, por exemplo) e um chamado baixo (de 1 a 2 khz) para outro estímulo (um disco verde, por exemplo), demonstrando que vocalização, naqueles animais, pode ser colocada sob controle de estímulo. 8

19 9 No segundo experimento, dois outros estímulos (formas F1 e F2) foram introduzidos. Quando uma dessas formas era apresentada na chave central do painel de respostas, o periquito deveria emitir qualquer um dos chamados (alto ou baixo) para produzir as cores (verde e vermelho) como comparações. Se o modelo (forma) fosse F1, respostas de bicar a chave verde eram reforçadas. Se o modelo fosse F2, bicar o disco vermelho era reforçado. Apesar de ambos os chamados emitidos diante dos modelos (F1 e F2) produzirem as cores como comparações, dois dos três pássaros, ao longo do treino, passaram a emitir freqüentemente diante do modelo o mesmo tipo de chamado que havia sido treinado para ser emitido diante da cor que funcionava como comparação correta (proporção acima de 0.7 nas últimas sessões). Um dos sujeitos, por exemplo, que havia aprendido a emitir um chamado baixo diante do disco verde, também emitia esse mesmo chamado diante de F1. Vale notar que a resposta de vocalização emergiu independentemente de 1) exigências da contingência; 2) diferenças no custo das duas respostas de vocalização; 3) reforçamento acidental de outras respostas de vocalização. Como um dos sujeitos não demonstrou a emergência das vocalizações correspondentes, um terceiro experimento foi conduzido. Foram utilizados dois sujeitos do experimento anterior (um deles havia demonstrado nomeação espontânea e o outro não). Os sujeitos foram inicialmente submetidos a tentativas do tipo cor-forma. Quando o modelo era o disco vermelho, por exemplo, o sujeito deveria emitir um chamado alto para produzir as comparações F3 e F4. Respostas de bicar F3 eram reforçadas. Quando o modelo era o disco verde, um chamado baixo produzia as comparações F3 e F4. Respostas a F4 eram reforçadas. Em seguida os sujeitos foram submetidos a um trei no forma-forma (pareamento por identidade). Os estímulos modelo eram F3 e F4. Diante de qualquer um dos modelos, ambos os chamados produziam as comparações F3 e F4. Respostas de bicar a comparação idêntica ao modelo eram reforçadas. Os resultados mostram que, durante a primeira fase do terceiro experimento, os animais aprenderam a relação entre um estímulo (verde) uma resposta (chamado alto) e outro estímulo (F3). Na segunda fase desse experimento, os sujeitos passaram a emitir a resposta (chamado alto) diante do estímulo que era seu conseqüente (F3), apesar da contingência não exigir isso (proporção entre 0.7 e 1.0, nas últimas sessões). Manabe et al. (1995) argumentaram que os resultados obtidos nesse experimento são comparáveis com os resultados de equivalência funcional e equivalência de estímulos. As classes obtidas compunham -se de formas e cores (estímulos) e vocalizações (respostas). Apesar da inclusão de respostas nas classes em contingências de três termos não ser cogitada como uma demonstração de formação de classes de equivalência no início do desenvolvimento dessa área de pesquisa, os resultados obtidos por Manabe et al. (1995) são um exemplo convincente dessa possibilidade. A demonstração de que respostas diferenciais podem ser incluídas nas classes, geradas a partir de contingências tríplices, indicou, mais uma vez, a necessidade de ampliação da definição de equivalência pelas propriedades de reflexividade, simetria e transitividade. No experimento de Manabe et al. (1995), uma mesma resposta passa a ser controlada por dois estímulos diferentes, apesar de ter sido treinada na presença de apenas um deles (transferência de controle discriminativo), sendo isso uma convincente evidência de equivalência de estímulos. 9

20 1 0 Uma possível evidência de formação de classes de estímulos equivalentes mediante os testes das propriedades emergentes propostas por Sidman & Tailby (1982) vem do experimento realizado por McIntire et al. (1987). Os experimentadores afirmaram ter conseguido formar duas classes de estímulos equivalentes de três membros com duas macacas (Macaca fascicularis) como sujeitos, através de um sistema de nomeação composto de duas "palavras". Os estímulos eram seis cores (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta) que foram separadas em dois conjuntos (1 e 2, por exemplo). Os sujeitos foram inicialmente treinados a emitir uma resposta diferencial R1 (pressionar a chave oito vezes) diante de todos estímulos do conjunto 1 e também foram ensinados a emitir outra resposta diferencial R2 (manter a chave pressionada por três segundos e meio) diante dos estímulos do conjunto 2. Em seguida, foram realizados treinos de discriminação condicional, através de um procedimento de pareamento com o modelo onde os estímulos que funcionavam como modelo e como comparação correta sempre pertenciam ao mesmo conjunto (de acordo com o estabelecido no treino prévio). As comparações erradas eram sempre do conjunto diferente do estímulo modelo. A mesma resposta requerida diante do modelo era também requerida diante da comparação selecionada numa mesma tentativa. Foram efetuados testes de reflexividade, simetria, transitividade e equivalência, e os sujeitos exibiram altos níveis de acerto em todos os testes, apesar de terem sido detectados alguns problemas de generalização entre os estímulos azul e verde e entre os estímulos amarelo e laranja. O estudo de McIntire et al. (1987) gerou uma controvérsia em relação ao papel da nomeação na formação de classes de estímulos equivalentes em humanos e nãohumanos (Hayes, 1989; McIntire, Cleary & Thompson, 1989; Saunders, 1989). A questão central é a que segue: o treino da mesma resposta de nomeação para estímulos diferentes (nomeação de classe) estabelece necessariamente relações de equivalência ou apenas estabelece um encadeam ento de respostas? De acordo com Hayes (1989), um exame detalhado do procedimento mostra que todos componentes das relações testadas por McIntire et al. (1987) foram diretamente treinados e que, portanto, os resultados obtidos são produto de treino direto e não relações emergentes. Nos testes, independentemente da mudança da função dos estímulos (modelo ou comparação) ou da mudança de posição, os sujeitos podem ter apenas continuado a emitir a resposta R1 (diretamente ensinada) para os estímulos do conjunto 1 e a resposta R2 para os estímulos do conjunto 2. McIntire et al. (1989) discutiram que o experimento por eles conduzido em 1987 apenas colocou sob controle explícito o que ocorre em todos os casos de formação de equivalência: a nomeação das classes. Entretanto permanece a dúvida se é o surgimento de respostas de nomeação comuns para os membros de uma classe potencial que sempre é responsável pela obtenção de resultados positivos em experimentos de equivalência. De acordo com Sidman (1994) parte dessa controvérsia poderia ser resolvida se uma replicação do experimento de McIntire et al. (1987) fosse realizada utilizando-se um procedimento no qual o treino de respostas diferenciais fosse realizado para cada estímulo e não para uma classe potencial. Essa modificação permite manter o procedimento de nomeação sem permitir que a formação de classes seja influenciada pelo treino direto de respostas diferenciais comuns para os membros das classes em potencial. 1 0

21 1 1 A p e s a r d a s d i f i c u l d a d e s d e a d e q u a ç ã o c o m p r o c e d i m e n t o s p a d r ã o, a c o n t r i b u i ç ã o d o s e s t u d o s a c i m a d e s c r i t o s p a r a a á r e a d e e s t u d o s s o b r e a f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e m n ã o - h u m a n o s é i n d i s c u t í v e l. C o n t u d o, u m a d a s d e m o n s t r a ç õ e s m a i s c o n v i n c e n t e s d e e q u i v a l ê n c i a c o m n ã o - h u m a n o s f o i a p r e s e n t a d a p o r S c h u s t e r m a n & K a s t a k ( ). E l e s r e l a t a r a m a e m e r g ê n c i a d e r e l a ç õ e s d e e q u i v a l ê n c i a d e e s t í m u l o ( s i m e t r i a, t r a n s i t i v i d a d e e e q u i v a l ê n c i a ) d e a c o r d o c o m o c o n c e i t o d e S i d m a n & T a i l b y ( ), u s a n d o u m l e ã o m a r i n h o f ê m e a ( Z a l o p h u s c a l i f o r n i a n u s ) c o m o s u j e i t o. A n á l i s e s d e t a l h a d a s d e s s e e x p e r i m e n t o s ã o i m p o r t a n t e s p o r q u e o s p o s s í v e i s f a t o r e s d e t e r m i n a n t e s d e s s e s r e s u l t a d o s p o s i t i v o s a i n d a n ã o f o r a m e n c o n t r a d o s. O p r o c e d i m e n t o u t i l i z a d o p o r S h u s t e r m a n & K a s t a k ( ) f o i o p a r e a m e n t o s i m u l t â n e o c o m o m o d e l o. U m e x t e n s i v o t r e i n o d e r e l a ç õ e s A B e n t r e t r i n t a c o n j u n t o s d e t r ê s e s t í m u l o s ( o b j e t o s t r i d i m e n s i o n a i s e f i g u r a s ) f o i i n i c i a l m e n t e r e a l i z a d o. A a p r e n d i z a g e m d a r e l a ç ã o e n t r e o s e l e m e n t o s ( A e B, p o r e x e m p l o ) d e c a d a c o n j u n t o f o i c h a m a d a p e l o s a u t o r e s d e p r o b l e m a. A p ó s o s u j e i t o t e r a p r e n d i d o o s d o i s p r i m e i r o s p r o b l e m a s A B p o r e n s a i o e e r r o, o s p r ó x i m o s s e i s p r o b l e m a s f o r a m e n s i n a d o s c o m a a j u d a d e u m p r o c e d i m e n t o d e e x c l u s ã o, e m q u e o s m o d e l o s n o v o s e r a m p a r e a d o s c o m c o m p a r a ç õ e s n o v a s n a p r e s e n ç a d e e s t í m u l o s S - q u a i s q u e r d e n t r e o s e s t í m u l o s j á p a r e a d o s a n t e r i o r m e n t e. A p a r t i r d o n o n o p r o b l e m a A B, t o d a s a s r e l a ç õ e s f o r a m e n s i n a d a s a o s p a r e s e p o r e n s a i o e e r r o. N a m e d i d a e m q u e c a d a p r o b l e m a i a s e n d o a p r e n d i d o, e s t e e r a i n c o r p o r a d o a u m a l i n h a d e b a s e. E m s e g u i d a, d o z e d o s t r i n t a p r o b l e m a s f o r a m s e p a r a d o s p a r a u m t e s t e d a r e l a ç ã o d e s i m e t r i a B A. O s t e s t e s c o n s i s t i a m e m q u a t r o t e n t a t i v a s p a r a c a d a p r o b l e m a, t o d a s e l a s p o d e n d o r e s u l t a r e m r e f o r ç a m e n t o, c a s o o s u j e i t o r e s p o n d e s s e d e a c o r d o c o m a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e s p e r a d a s. O r e s u l t a d o d e u m t e s t e e r a c o n s i d e r a d o p o s i t i v o q u a n d o o s u j e i t o e s c o l h i a a c o m p a r a ç ã o d e f i n i d a c o m o c o r r e t a n a p r i m e i r a d a s q u a t r o t e n t a t i v a s d o t e s t e e e m p e l o m e n o s d u a s d a s t r ê s t e n t a t i v a s s u b s e q ü e n t e s. A p ó s o t e s t e e o t r e i n o d a s r e l a ç õ e s B A ( s i m e t r i a ), f o r a m c o n d u z i d o s o t r e i n o B C e o s t e s t e s C B ( s i m e t r i a ), A C ( t r a n s i t i v i d a d e ) e C A ( s i m e t r i a, j á q u e h o u v e r e f o r ç a m e n t o d e t e n t a t i v a s d o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e A C - t e s t e a n t e r i o r ) u s a n d o o s m e s m o s d o z e p r o b l e m a s. F i n a l m e n t e, t r e i n o s d e l i n h a d e b a s e A B e B C e t e s t e s C A u s a n d o d e z o i t o n o v o s c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s f o r a m e x e c u t a d o s. O s r e s u l t a d o s m o s t r a m q u e, a p ó s t e r s i d o n e c e s s á r i o o t r e i n o a p e n a s d a s s i m e t r i a s B A p a r a o s d o z e p r i m e i r o s p r o b l e m a s, o s u j e i t o a p r e s e n t o u e l e v a d o n ú m e r o d e a c e r t o s n o s t e s t e s p o s t e r i o r e s d e s i m e t r i a ( C B ), t r a n s i t i v i d a d e ( A C ) a i n d a c o m o s p r i m e i r o s 1 2 c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s e e q u i v a l ê n c i a ( C A ) c o m o s d e z o i t o c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s r e m a n e s c e n t e s. S e g u n d o S c h u s t e r m a n & K a s t a k ( ), o s r e s u l t a d o s s u g e r e m q u e o c o n c e i t o de e q u i v a l ê n c i a n ã o é m e d i a d o p e l a l i n g u a g e m, m a s p o d e s e r u m p r é - r e q u i s i t o p a r a a c o m p e t ê n c i a l i n g ü í s t i c a. O s d a d o s o b t i d o s p o r S h u s t e r m a n & K a s t a k ( ) r e f o r ç a m a h i p ó t e s e d e q u e a d i f i c u l d a d e d e o b t e n ç ã o d e d a d o s p o s i t i v o s d e e q u i v a l ê n c i a c o m n ã o - h u m a n o s p o d e e s t a r r e l a c i o n a d a a u m a d e f i c i ê n c i a e s p e c í f i c a d e r e p e r t ó r i o d o s s u j e i t o s o u a f a l h a s, n o q u e d i z r e s p e i t o a o c o n t r o l e d e v a r i á v e i s e s t r a n h a s, n o s p r o c e d i m e n t o s a t é e n t ã o u s a d o s n a t e n t a t i v a d e o b t e r e s s a s r e l a ç õ e s e n ã o a u m a d e f i c i ê n c i a d o s s u j e i t o s l i g a d a à a u s ê n c i a d e l i n g u a g e m. De acordo com Shusterman & Kastak (1993), é possível que os resultados negativos em testes de propriedades emergentes com animais, em experimentos anteriores, tenham sido deternimados pela ausência de uma ampla exposição dos sujeitos a situações 1 1

22 1 2 de escolha condicional onde os estímulos modelo e suas comparações correspondentes mudam de papéis em testes de relações simétricas. A p e s a r d e a i n d a n ã o h a v e r c l a r e z a e m r e l a ç ã o a o s m o t i v o s p e l o s q u a i s o l e ã o m a r i n h o d e S h u s t e r m a n & K a s t a k ( ) d e m o n s t r o u f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e q u i v a l e n t e s, é p o s s í v e l a p o n t a r a l g u n s f a t o r e s : 1 ) O s u j e i t o h a v i a d e m o n s t r a d o, e m e x p e r i m e n t o s a n t e r i o r e s, o d e s e m p e n h o g e n e r a l i z a d o d e p a r e a m e n t o p o r i d e n t i d a d e, s e n d o e s s a u m a i m p o r t a n t e f o r m a d e e v i t a r c o n t r o l e s e s p ú r i o s e m r e l a ç ã o à d e f i n i ç ã o d o s e s t í m u l o s e i n c e n t i v a r o c o n t r o l e p e l a s c a r a c t e r í s t i c a s p r e c i s a m e n t e d e f i n i d a s p e l o e x p e r i m e n t a d o r c o m o r e l e v a n t e s p a r a a t a r e f a ; 2 ) O s u j e i t o h a v i a s i d o s u b m e t i d o a v á r i o s t r e i n o s e n v o l v e n d o a p r e n d i z a g e m p o r e x c l u s ã o, e m e x p e r i m e n t o s a n t e r i o r e s. I s s o p o d e t e r f a c i l i t a d o a a q u i s i ç ã o d a l i n h a d e b a s e e t a m b é m o d e s e m p e n h o n o s t e s t e s o n d e h a v i a r e f o r ç a m e n t o ; 3 ) No experimento, para uma dada relação modelo-s+, muitos eram os S - possíveis, de modo que, no treino de uma determinada relação da linha de base, não se pode dizer que a história dos estímulos como S+ e S - era comparável, em função da alternação balanceada dos estímulos-modelo [como Dube, McIlvane & Green (1992) apontam ser necessário para que uma linha de base atenda ao critério de discriminação condicional]. Só depois de uma dada relação ter sido testada é que os S+ passavam a alternadamente funcionar também como S - em comparação a outros estímulos modelo, em tentativas subseqüentes; 4) O procedimento simples-para-complexo (ver Adams et al., 1993) foi utilizado e, portanto, cada relação emergente (simetria, transitividade e equivalência) foi testada logo após o treino de sua linha de base e não no final do treino da linha de base completa, como ocorreria em um procedimento de complexo-para-simples ; 5) O sujeito, logo após ter falhado nos primeiros testes de simetria BA, foi submetido a sessões de treino compostas de tentativas AB e BA (treino da relação bidirecional). Há duas maneiras de conceber a influência do treino de simetria sobre os resultados positivos de Shusterman & Kastak (1993). A grande quantidade de treino ABBA pode: 1) ter fornecido ao sujeito uma história suficiente de relações modelo-comparação intercambiáveis, possibilitando uma espécie de formação de conceito de simetria, segundo próprios os autores ou 2) ter apenas eliminado controles espúrios como os da posição dos estímulos (Sidman, 1994). É especialmente interessante questionar por que não foi necessário o treino de formação de conceito de transitividade. Esse questionamento dá mais peso para a interpretação apresentada por Sidman (1994). Um outro conjunto de trabalhos que tem contribuído para a discussão da formação de classes de estímulos equivalentes com sujeitos não-humanos foi produzido por Zental Hogan e seus colaboradores. Zental & Urcuioli (1993) sumariaram vários desses experimentos e defenderam que vários estudos sobre o desenvolvimento de relações emergentes com pombos já demonstraram que esses animais são capazes de demonstrar equivalência de estímulos. Segundo Zental & Urcuioli (1993), há claras evidências de desempenho generalizado de escolha por identidade ao modelo. Apesar de com menor abundância, para esses autores, a emergência de simetria também já teria sido mostrada possível. Esses resultados positivos teriam sido possíveis, com pombos, através de procedimentos que envolviam conseqüências diferenciais para respostas a diferentes estímulos. Transitividade, mais 1 2

23 1 3 abundantemente, também já teria sido demonstrada com pombos, seja através de condicionamento pavloviano, seja através de discriminações condicionais (Zental & Urcuioli, 1993). Zental & Urcuioli (1993) também levantam a possibilidade de alguma evidência de equivalência ter sido obtida com pombos at ravés de um procedimento onde vários estímulos modelo são relacionados a um mesmo estímulo de comparação (many-toone procedure), mas não através de um procedimento semelhante, mas onde um mesmo estímulo modelo é relacionado a vários estímulos de comparação (one-to-many procedure). Essa suposição é resultante da comparação dos resultados de dois experimentos descritos a seguir. Urcuioli, Zental, Jackson-Stmith & Steirn (1989) encontraram algumas evidências de relações emergentes utilizando um procedimento através do qual dois diferentes estímulos modelos de um dado conjunto eram relacionados a uma mesma comparação (many-to-one procedure). Em contrapartida, Urcuioli & Zental (1993) não encontraram evidências de relações emergentes utilizando um procedimento através do qual o sujeito aprendia a relacionar cada estímulo modelo a duas diferentes comparações (oneto-many procedure). Urcuioli, Zental & DeMarse (1995) realizaram um experimento que objetivou explorar mais detalhadamente esses achados. Apesar desses dois experimentos não adotarem o procedimento padrão de equivalência, a comparação entre eles é possível. Urcuioli et al. (1995) utilizaram como sujeitos doze pombos White carneaux experimentalmente ingênuos. Os estímulos eram cores (azul, branco, vermelho e verde), formas (uma sinal matemático de adição e um quadrado) e linhas (três linhas horizontais e três verticais). Os pombos foram randomicamente distribuídos em dois grupos. Todos os sujeitos passaram por sessões de modelagem da resposta de bicar os estímulos, que eram projetados em três chaves dispostas horizontalmente e uma das paredes da câmara experimental. Seis animais foram submetidos ao procedimento many-to-one (MTO), onde as comparações eram os nodais comuns, e os outros seis passaram pelo procedimento one-to-many (OTM), no qual os modelos eram os nodais comuns. Em seguida, foram realizados os treinos para a inclusão de dois estímulos, tanto para o grupo OTM quanto para o grupo MTO. Esses treinos adicionais consistiam em novas sessões de pareamento com o modelo, nas quais os sujeitos aprendiam a relacionar dois dos estímulos-modelo originalmente conhecidos a duas comparações novas (no caso dos sujeitos do grupo OTM) ou relacionavam duas comparações originalmente conhecidas a dois modelos novos (no caso dos sujeitos do grupo MTO). Então testes eram conduzidos, envolvendo combinações desses estímulos novos com os outros nunca diretamente relacionados com eles. Os pombos inicialmente treinados no procedimento MTO apresentaram maior evidência de rel ações emergentes do que os pombos inicialmente treinados no procedimento OTM. Urcuioli et al. (1995) argumentaram que as diferenças entre os grupos podiam ser decorrentes do fato de o grupo OTM ter sido submetido a mais blocos de treino até atingirem o critério de aquisição da linha de base. Isso, segundo os autores, pode ter diminuído as possibilidades desses sujeitos responderem de acordo com o esperado pelo surgimento de relações emergentes nos testes. Adicionalmente, a combinação dos estímulos particularmente utilizada para o grupo OTM pode ter gerado dificuldades decorrentes, por exemplo, do desenvolvimento de 1 3

24 1 4 controle por composições de estímulos (controle pelas configurações apresentadas no painel de estímulos, ao invés de controle por cada estímulo em particular). Um novo experimento foi conduzido para explorar essas possibilidades, utilizando outros vinte e quatro pombos (White carneaux) experimentalmente ingênuos como sujeitos. Todos os pombos aprenderam as relações condicionais de linha de base mai s rapidamente do que no primeiro experimento. Os resultados dos testes desse segundo experimento replicam os do primeiro. Segundo Urcuioli et al. (1995), esses resultados demonstram que a obtenção de relações emergentes com pombos é influenciada pela manei ra como as relações de linha de base são ensinadas (procedimento OTM ou MTO). As razões pelas quais essas diferenças ocorrem são ainda desconhecidas. Apesar dos autores defenderem contundentemente a demonstração de formação de classes de estímulos de acordo com o critério de Sidman & Tailby (1982) nos trabalhos acima mencionados, os dados desses experimentos sugerem cautela. As evidências de emergência das propriedades de equivalência são fracas. Os critérios para avaliação dos resultados dos testes são baseados na diferença de prontidão com que se dá a aquisição das discriminações condicionais testadas, em relação à linha de base e a testes não congruentes com as propriedades de equivalência. No experimento de Zentall, Sherburne & Steirn (1992), por exemplo, após o treino AB (relações A1B1 e A2B2) os sujeitos exibiram 60% de acerto em um teste de simetria congruente com a linha de base (ou seja: modelo B1, S+ A1, S - A2; modelo B2, S + A 2, S- A1) e 40% de acerto em outro teste de simetria não-congruente (ou seja: modelo B1, S+ A2, S - A1; modelo B2, S+ A1, S - A2). Procedimentos de teste semelhantes foram adotados também para a verificação de reflexividade e transitividade e equivalência. Os resultados obtidos por Zentall e seus colaboradores poderiam ser mais convincentes se o desempenho dos sujeitos tivesse atingido critérios mais exigentes para avaliação dos resultados dos testes. Na maioria das pesquisas com sujeitos humanos, os critérios para consideração de resultados positivos em testes de propriedades emergentes exigem percentuais de acertos acima de 90%. Também seria desejável, em um segundo momento, evidências mais fortes de reflexividade, simetria e transitividade em uma única linha de base e com os mesmos sujeitos. Não há clareza se os resultados apontados por Zental & Urcuioli (1993), obtidos em diferentes experimentos e com diferentes sujeitos, são passíveis de replicação em um experimento único e com um mesmo sujeito. Além dos estudos acima mencionados, vale ressaltar dois outros experimentos que também obtiveram demonstrações parciais de uma algumas das propriedades definidoras da equivalência sidmaniana c o m a n i m a i s. T o m o n a g a e t a l. ( ) r e l a t a m a o b t e n ç ã o d e e m e r g ê n c i a e s t a t i s t i c a m e n t e s i g n i f i c a t i v a d e s i m e t r i a a p e n a s c o m u m d e t r ê s c h i m p a n z é s ( P a n t r o g l o d y t e s ) u t i l i z a d o s e m u m e x p e r i m e n t o e m q u e o s e s t í m u l o s e r a m f o r m a s ( u m a c r u z e u m c í r c u l o ) e c o r e s ( v e r d e e v e r m e l h o ). F o i u t i l i z a d o u m p r o c e d i m e n t o d e p a r e a m e n t o c o m o m o d e l o. E m u m p r i m e i r o e x p e r i m e n t o, o s s u j e i t o s a p r e n d e r a m a s s e g u i n t e s d i s c r i m i n a ç õ e s : r e s p o n d e r à c r u z c o m o c o m p a r a ç ã o, n a p r e s e n ç a d o e s t í m u l o v e r m e l h o c o m o m o d e l o e r e s p o n d e r a o c í r c u l o c o m o c o m p a r a ç ã o n a p r e s e n ç a d o e s t í m u l o v e r d e c o m o m o d e l o. E m s e g u i d a u m t e s t e d e s i m e t r i a f o i c o n d u z i d o. A p e n a s u m d o s s u j e i t o s m o s t r o u a l g u m a e v i d ê n c i a d e s i m e t r i a. E s s e s u j e i t o f o i s u b m e t i d o a u m s e g u n d o e x p e r i m e n t o n o q u a l a s r e s p o s t a s a c a d a u m d o s e s t í m u l o s m o d e l o p r o d u z i a m u m e s t í m u l o a u d i o - v i s u a l ( n o m e a d o s p e l o s e x p e r i m e n t a d o r e s c o m 1 4

25 1 5 f l a s h e e s t r e l a s ) e d e p o i s o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o. R e s p o s t a s a o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o d e f i n i d o c o m o c o r r e t o p r o d u z i a m o m e s m o e s t í m u l o a u d i o - v i s u a l e r e f o r ç a m e n t o. O e s t í m u l o a u d i o - v i s u a l f l a s h e r a a p r e s e n t a d o a p ó s a r e s p o s t a a o e s t í m u l o m o d e l o v e r m e l h o e a p ó s a r e s p o s t a a o S + ( c r u z ). O o u t r o e s t í m u l o a u d i t i v o - v i s u a l ( e s t r e l a s ) e r a a p r e s e n t a d o a p ó s a r e s p o s t a a o e s t í m u l o m o d e l o v e r d e e a p ó s a r e s p o s t a a o S + ( c í r c u l o ). O d e s e m p e n h o d e s s e s u j e i t o m e l h o r o u n o s e g u n d o t e s t e d e s i m e t r i a. E m u m t e r c e i r o e x p e r i m e n t o, a p e n a s o s e s t í m u l o s a u d i t i v o - v i s u a i s f o r a m a p r e s e n t a d o s c o m o m o d e l o. O s r e s u l t a d o s d e m o n s t r a m q u e, e m u m p r i m e i r o t e s t e, o s u j e i t o r e s p o n d e u s i g n i f i c a t i v a m e n t e à s c o m p a r a ç õ e s c o r r e s p o n d e n t e s n a p r e s e n ç a d o s n o v o s m o d e l o s, m a s, e m s e g u n d o t e s t e, o s u j e i t o a p r e s e n t o u p r e f e r ê n c i a p e l o e s t í m u l o c í r c u l o. T e s t e s a d i c i o n a i s d e c o n t r o l e p o r e x c l u s ã o e c o n t r o l e p o r S + f o r a m c o n d u z i d o s ( v e r T o m o n a g a, ), a t r a v é s d o s q u a i s v e r i f i c o u - s e q u e o m e s m o c h i m p a n z é q u e h a v i a d e m o n s t r a d o s i m e t r i a e s t a t i s t i c a m e n t e s i g n i f i c a t i v a t a m b é m d e m o n s t r o u c o n t r o l e p o r e x c l u s ã o q u a n d o o m o d e l o e r a u m a c o r e a s c o m p a r a ç õ e s e r a m f o r m a s ( a p e s a r d e t e r d e m o n s t r a d o p r e f e r ê n c i a p o r e s t í m u l o q u a n d o o m o d e l o e r a f o r m a e a s c o m p a r a ç õ e s e r a m c o r e s ). O s o u t r o s s u j e i t o s q u e f a l h a r a m n o t e s t e d e s i m e t r i a, t a m b é m n ã o d e m o n s t r a r a m c o n t r o l e p o r e x c l u s ã o. T a m b é m K u n o, K i t a d a t e & I w a m o t o ( ) r e l a t a r a m s u c e s s o p a r c i a l n a t e n t a t i v a d e o b t e n ç ã o d e t r a n s i t i v i d a d e, u s a n d o q u a t r o p o m b o s c o m o s u j e i t o s. O p r o c e d i m e n t o u t i l i z a d o e r a o p a r e a m e n t o a r b i t r á r i o c o m o m o d e l o s e m a t r a s o, s e n d o q u e o m o d e l o a p a r e c i a e m q u a l q u e r u m a d e t r ê s j a n e l a s d i s p o s t a s h o r i z o n t a l m e n t e. A r e s p o s t a r e q u e r i d a, t a n t o p a r a o m o d e l o q u a n t o p a r a a c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d a, e r a b i c a r d e z v e z e s. F o r a m u t i l i z a d o s e s t í m u l o s h e t e r o g ê n e o s ( v i s u a l m e n t e b a s t a n t e d i s t i n t o s ) : l i n h a s ( c i r c u l a r e v e r t i c a l ), f o r m a s g e o m é t r i c a s ( t r i â n g u l o e c r u z ) e c o r e s ( v e r m e l h o e v e r d e ). A d u r a ç ã o d o t r e i n o f o i e s t e n d i d a p a r a e s t a b i l i z a r e f o r t a l e c e r o d e s e m p e n h o a n t e s d o s t e s t e s. S e s s õ e s c o m r e f o r ç a m e n t o i n t e r m i t e n t e a n t e s d a s s e s s õ e s d e t e s t e f o r a m c o n d u z i d a s p a r a e v i t a r d e t e r i o r a ç ã o d e l i n h a d e b a s e. A p ó s a i n s t a l a ç ã o d a l i n h a d e b a s e A B e B C, b l o c o s d e t r e i n o m i s t o f o r a m c o n d u z i d o s. O s r e s u l t a d o s m o s t r a r a m q u e u m d o s s u j e i t o s r e s p o n d e u d e a c o r d o c o m o e s p e r a d o n o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e, o b t en d o n í v e i s d e a c e r t o r e l a t i v a m e n t e a l t o s, m a s o m e s m o n ã o o c o r r e u p a r a o s o u t r o s t r ê s s u j e i t o s. O s a u t o r e s r e s s a l t a m q u e u m d o s s u j e i t o s d e m o n s t r o u a l t a e v i d ê n c i a d e t r a n s i t i v i d a d e n a p r i m e i r a s e s s ã o d e t e s t e ( p o u c o a c i m a d e 8 0 % ) m a s n ã o n a s s e s s õ e s s u b s e q ü e n t e s. R e u n i n d o o s d a d o s d e t o d o s o s s u j e i t o s, o p e r c e n t u a l d e r e s p o s t a s c o r r e t a s d e a c o r d o c o m o e s p e r a d o p e l o p a r a d i g m a d a t r a n s i t i v i d a d e, n a p r i m e i r a s e s s ã o d e t e s t e, f o i d e 6 9 %. Alguns resultados negativos A análise dos principais experimentos que obtiveram resultados negativos na busca de equivalência com animais não-humanos tem se mostrado relevante. Através dela tem sido possível encontrar eventuais falhas de procedimento que motivam a realização de novas pesquisas que visem a identificar variáveis relevantes para a ocorrência de equivalência. Essa suposição de que a dificuldade de obtenção de equivalência com nãohumanos seja devida a falhas dos procedimentos contribui para uma interpretação quantitativa (Dube et al., 1993) das dificuldades, verificadas em alguns experimentos, para a obtenção de classes de estímulos equivalentes com sujeitos não-humanos. De acordo com essa interpretação quantitativa, resultados negativos em testes de verificação da formação 1 5

26 1 6 de classes de equivalência com sujeitos não-humanos indicam que os requisitos comportamentais para equivalência não foram atendidos pelos procedimentos aplicados. Sidman et al. (1982) publicaram um dos primeiros trabalhos explorando especificamente o problema da não emergência de simetria com animais. Sidman et al. (1982) realizaram uma seqüência de experimentos com o objetivo de verificar se seria possível obter simetria com macacos Rhesus, através de adaptações dos procedimentos que vinham sendo usados com sujeitos humanos. Em um primeiro experimento, foi adotado um procedimento tão próximo quanto possível ao utilizado em experimentos anteriores que obtiveram resultados negativos com pombos. Os sujeitos, três macacos Rhesus adultos (macaca mulata), foram submetidos a um treino de discriminação condicional através de uma tarefa de pereamento simultâneo e arbitrário com o modelo. Os estímulos eram cores (vermelho e verde) e linhas (horizontal e vertical). Em virtude da maioria dos animais ter apresentado dificuldade de aprender as discriminações com linhas como estímulos, foram adotados esquemas diferenciais (FR5 e DRL) para as respostas de observação ao modelo quando estes eram respectivamente linhas horizontais ou verticais, apesar de os autores reconhecerem que a função dos estímulos modelo, nesse caso, fica relacionada a uma dada classe de respostas. Apenas um animal, q u e j á h a v i a s i d o s u b m e t i d o a n t e r i o r m e n t e a d i s c r i m i n a ç õ e s e n v o l v e n d o l i n h a s h o r i z o n t a i s e v e r t i c a i s, a p r e n d e u a s d i s c r i m i n a ç õ e s d e l i n h a d e b a s e s e m a n e c e s s i d a d e d o t r e i n o d e e s q u e m a s d i f e r e n c i a i s d e r e s p o s t a s. P a r a t o d o s o s a n i m a i s, n a s d i s c r i m i n a ç õ e s e n v o l v e n d o a p e n a s c o r e s, o s e s q u e m a s ( F R 5 e D R L ) n ã o f o r a m n e c e s s á r i o s. A p ó s o t r e i n o d e l i n h a d e b a s e, o s s u j e i t o s f o r a m s u b m e t i d o s a u m t e s t e d e s i m e t r i a n o q u a l t o d a s a s t e n t a t i v a s p o d e r i a m r e s u l t a r e m r e f o r ç a m e n t o, i n c l u s i v e a s d e t e s t e, c a s o o s u j e i t o r e s p o n d e s s e d e a c o r d o c o m a p r o p r i e d a d e d e s i m e t r i a. O s r e s u l t a d o s d o s t e s t e f o r a m n e g a t i v o s. O d e s e m p e n h o d o s a n i m a i s n ã o e v i d e n c i o u a p r o p r i e d a d e d e s i m e t r i a. Com base nesses resultados, Sidman et al. (1982) levantaram a hipótese de que u m a d e f i n i ç ã o c o m p l e t a d e r e l a ç ã o c o n d i c i o n a l d e v e r i a c o n s i d e r a r t a m b é m o s e s t í m u l o s i n c o r r e t o s ( S - ) e, e n t ã o, n u m t e s t e d e s i m e t r i a, a i n t e r c a m b i a l i d a d e e n t r e m o d e l o e c o m p a r a ç ã o o c o r r e r i a s o m e n t e q u a n d o o m e s m o e s t í m u l o i n c o r r e t o, o r i g i n a l m e n t e u t i l i z a d o e m c a d a u m d o s t i p o s d e t e n t a t i v a d o t r e i n o, e s t i v e s s e p r e s e n t e n a s t e n t a t i v a s c o r r e s p o n d e n t e s d o t e s t e. S e, a p e n a s a t í t u l o d e e x e m p l o, u m a d a s t e n t a t i v a s d e l i n h a d e b a s e t i n h a c o m o m o d e l o u m a l i n h a h o r i z o n t a l, c o m o S + u m a l i n h a v e r t i c a l e c o m o S - a c o r v e r d e, o t e s t e d e s i m e t r i a c o r r e s p o n d e n t e a e s s a l i n h a d e b a s e d e v e r i a s e r f e i t o a t r a v é s d e t e n t a t i v a s o n d e o e s t í m u l o m o d e l o s e r i a a l i n h a v e r t i c a l, o S + s e r i a a l i n h a h o r i z o n t a l, m a n t e n d o - s e o S - c o m o s e n d o a c o r v e r d e, d i f e r e n t e m e n t e d o q u e f o i f e i t o n o p r i m e i r o e x p e r i m e n t o, o n d e o S - s e r i a a c o r v e r m e l h a. Um segundo experimento foi, então, conduzido para explorar essa possibilidade. Foi utilizado como sujeito um dos macacos Rhesus que haviam sido submetidos ao primeiro experimento. O procedimento utilizado foi o mesmo do experimento anterior, exceto que, nos testes, a exigência acima descrita foi atendida. Os resultados desse segundo experimento também foram negativos. Mesmo com os S - do treino sendo mantidos constantes no teste, os estímulos modelo e os S+ não se mostraram intercambiáveis. 1 6

27 1 7 Sidman et al. (1982), diante desses novos resultados negativos, levantaram a possibilidade de que, mesmo com sujeitos humanos, o procedimento utilizado nos doi s experimentos anteriores não levaria à emergência de simetria. Como o procedimento era uma adaptação dos procedimentos tradicionalmente usados com humanos, havia algumas diferenças, especialmente no que diz respeito aos testes, que incluíam reforçamento. É possível que os sujeitos humanos submetidos a outros experimentos tivessem aprendido, na linha de base, um desempenho diferente daquele que estava sendo ensinado aos macacos dos dois experimentos anteriores. Um terceiro experimento, que replicou os experimentos anteriores utilizando seis crianças normais como sujeitos, foi realizado para testar essa hipótese. Duas crianças apresentaram dificuldades similares às dos macacos na aprendizagem da linha de base envolvendo linhas. Os mesmos esquemas diferenciai s (FR5 e DRL) para respostas de observação aos modelos horizontal e vertical, utilizados com os macacos, foram adotados com as crianças. Os resultados do terceiro experimento mostraram que, das seis crianças, quatro demonstraram simetria mas duas não. É possível que os mesmos motivos envolvidos na ausência de simetria com os macacos estivessem envolvidos na ausência de evidências de simetria com essas duas crianças do terceiro experimento. Entretanto a hipótese de que o procedimento não levaria a equivalência com humanos foi refutada. Em todos os experimentos anteriores, cada uma das cores (verde ou vermelho) só aparecia separadamente nas tentativas de teste. Quando as relações a serem testadas eram ensinadas na fase de treino, as linhas horizontal e vertical eram sempre apresentadas uma a cada tentativa porque eram os estímulos modelo, e as cores eram sempre apresentadas juntas porque eram comparações. Em outras palavras, os sujeitos aprendiam discriminações sucessivas com as linhas e discriminações simultâneas com as cores. Nos testes, pela primeira vez, as cores, que passavam a ser modelo, eram apresentadas separadamente, uma a cada tentativa. Isso poderia exigir dos sujeitos uma discriminação sucessiva para a qual a linha de base não fornecia os pré-requisitos. Os sujeitos foram treinados a discriminar as cores apresentadas simultaneamente mas não sucessivamente. Um quarto experimento foi conduzido, no qual as tentativas de identidade com cores, que compunham a linha de base dos experimentos anteriores, foram substituídas por tentativas cor-forma. Desse modo, os sujeitos aprendiam a discriminar as cores separadamente desde a linha de base por que nessas novas tentativas cor-forma as cores eram estímulos modelo. Também as tentativas de identidade com linhas foram substituídas por tentativas linha-forma. No quarto experimento, os sujeitos, dois macacos Rhesus que haviam participado do primeiro experimento, tinham que aprender a discriminação sucessiva tanto para cores quanto para linhas. Os resultados mostram que, mesmo os sujeitos tendo sido submetidos a uma história equivalente de discriminações sucessivas e simultâneas com cores e linhas, a simetria não emergiu nos testes. Sidman et al. (1982) levantaram ainda uma última possibilidade: os diferentes resultados obtidos com crianças e macacos poderiam estar refletindo características das espécies. Um quinto experimento foi conduzido, constituindo -se basicamente de uma replicação do primeiro e do terceiro experimento, mas utilizando babuínos (Papio anubis) como s ujeitos. Nesse experimento, não foram utilizados esquemas diferenciais de respostas de observação para facilitar a discriminação das linhas horizontal e vertical. Para um dos sujeitos, o procedimento constituiu-se basicamente do treino da linha de base e de um teste subseqüente de simetria com reforçamento. Para o outro sujeito o procedimento envolveu mais detalhes. Após o treino da linha de base, o sujeito foi submetido a um teste de simetria 1 7

28 1 8 sem reforçamento. Em seguida, novos blocos de linha de base foram apresentados até que o sujeito atingisse novamente altos índices de acerto e então um teste com reforçamento foi executado. Após isso, o sujeito foi submetido a blocos de teste de simetria com reforçamento durante vinte sessões consecutivas. Como os blocos de teste eram compostos de tentativas de linha de base AB e tentativas de sonda BA com reforçamento, distribuídas quase aleatoriamente ao longo do bloco, essas vinte sessões se constituíram em uma espécie de treino de simetria. Os resultados relativos a ambos os sujeitos mostraram altos níveis de acerto na linha de base e resultados negativos nos testes. O primeiro sujeito desenvolveu preferência pelo estímulo linha vertical no único teste de simetria a que foi submetido, apresentando, portanto, baixos níveis de acerto. O segundo sujeito desenvolveu preferência pelo estímulo linha horizontal nos dois primeiros testes, e preferência pelo estímulo linha vertical no terceiro teste. Ao longo das vinte sessões posteriores de treino de simetria, o sujeito aprendeu o desempenho simétrico, apresentando altos níveis de acerto tanto nas tentativas AB quanto nas tentativas BA no final do experimento. A insistência dos resultados negativos mostrou que as condições necessárias para a emergência de simetria não eram conhecidas. É possível que a correlação entre a função dos estímulos modelo e sua posição (os modelos sempre eram apresentados na janela central do painel de estímulos) tenha produzido em uma especificação incorreta do controle de estímulo na discriminação de linha de base. No teste de simetria, os estímulos que funcionaram como modelo na linha de base (apresentados na janela central), passaram a aparecer nas janelas laterais e em uma disposição que mudava aleatoriamente de tentativa para tentativa. Se, para os sujeitos, a definição do estímulo modelo envolvia além do conteúdo da janela a sua posição (sempre na janela central), então era esperado que esses sujeitos não respondessem positivamente nos testes, quando esses estímulos passavam a ocupar as janelas laterais. É possível que a introdução de tentativas de escolha por identidade com o modelo não tenha sido suficiente para eliminar esse problema. A influência da posição dos estímulos poderia ser um dos fatores mais fundamentais da ausência de simetria (Sidman et al., 1982). Sidman et al. (1982) admitiram que as diferenças entre espécies podem refletir diferenças de adequação de diferentes tipos de estímulos. É possível que o uso de estímulos como sons ou odores típicos dos próprios macacos levasse a resultados diferentes, mas o uso desse tipo de estímulos é freqüentemente dificultado por limitações técnicas no desenvolvimento de controle rigoroso de variáveis estranhas. A dificuldade dos sujeitos na discriminação das linhas (horizontal e vertical) pode ser uma evidência adicional de que os estímulos apresentados eram inadequados para as espécies animais utilizadas como sujeitos. Para D Amato et al. (1985), esse pode ter sido um dos fatores mais significativos para a determinação da diferença entre o desempenho dos sujeitos humanos e não-humanos, no experimento de Sidman et al. (1982). Segundo D Amato et al. (1985), os blocos de tentativas de pareamento por identidade entre as linhas horizontal e vertical, executados no início do experimento, não foram suficientes para eliminar fontes de controle indesejáveis ligadas a esses estímulos. Como foi utilizado um procedimento de pareamento simultâneo, o controle discriminativo, nas tentativas de pareamento por identidade, poderia ser dependente da presença do estímulo modelo. As comparações, juntamente com o modelo, formavam uma configuração que não variava mesmo quando o sujeito eventualmente girava a cabeça. Nessas tentativas de pareamento por identidade, portanto, independentemente da posição da 1 8

29 1 9 cabeça do animal, uma linha vertical, que funcionava como modelo, tinha uma orientação igual à da comparação correta (outra linha vertical) e diferente da comparação errada (linha horizontal). Nos testes de simetria, as comparações eram novamente as linhas, mas os modelos eram discos coloridos (verde e vermelho). Nesse caso, os sujeitos não mais poderiam responder de acordo com as indicações dadas pela semelhança de orientação entre os estímulos. Nos testes, a configuração formada pelos estímulos modelo (discos coloridos) e as comparações (linhas horizontal e vertical) não permitia aos sujeitos responderem à comparação correta baseando-se na orientação do modelo. Ao contrário, sem esse referencial, as linhas poderiam ser confundidas uma com a outra caso o animal girasse a cabeça. As crianças que participaram do experimento de Sidman et al. (1982) discriminaram linhas horizontais e verticais mais facilmente que os macacos, em decorrência de aprendizagem pré-experimental. D Amato et al. (1985) realizaram três experimentos visando a explorar essa e outras possibilidade de explicação dos resultados negativos de Sidman et al. (1982). Em um primeiro experimento, foi utilizado um procedimento de pareamento com o modelo sem atraso. Esse procedimento, além de ter se mostrado mais eficiente em um experimento anterior (Hogan & Zental, 1977), poderia evitar que o comportamento dos sujeitos ficasse sob controle de configurações formadas pelos estímulos modelo e comparação. Foram utilizados como sujeitos seis macacos Cebus apella, dois machos e quatro fêmeas. Os estímulos eram formas (círculo, triângulo, linha vertical, linhas cruzadas na forma de um sinal matemático de adição e um ponto) além de um disco vermelho. A contingência programada pelos experimentadores não requeria resposta ao modelo para apresentação das comparações. Cada um dos sujeitos foi submetido a um treino das relações condicionais (A1-B1 e A2-B2) e a testes de simetria congruentes com a linha de base (B1 -A1 e B2 -A2) e a testes não-congruentes com a linha de base (B1 -A2 e B2 -A1). Nos blocos de teste, todas as tentativas poderiam resultar em reforçamento, mesmo as de teste, caso o sujeito respondesse de acordo com a relação esperada. Os resultados de todos os testes de simetria foram negativos para todos os sujeitos. Fortes preferências por estímulos foram verificadas. Os sujeitos obtiveram mais acertos no testes de simetria congruente do que no teste de simetria não-congruente, mas essa é uma evidência fraca de simetria. Após um retreino da linha de base e a repetição dos testes, a preferência por estímulos foi reduzida, mas os resultados continuaram sendo negativos. D Amato et al. (1985) argumentaram que a simetria pode ter sido mascarada por outras relações aprendidas pelos sujeitos em função do desenvolvimento de controle por outros estímulos que não os programados pelos experimentadores (a localização dos estímulos ou as configurações por eles formadas, por exemplo). A interferência da correlação entre a localização dos estímulos modelo e sua função foi mais uma vez mencionada como um dos possíveis fatores responsáveis pelos resultados negativos, tal como no experimento de Sidman et al. (1982). D Amato et al. (1985) realizaram um segundo experimento com o objetivo de realizar testes de transitividade. Os sujeitos foram quat ro dos seis macacos utilizados no experimento anterior. Foram utilizados os mesmos estímulos e o mesmo procedimento de paramento sem atraso do primeiro experimento. Os sujeitos, que já haviam aprendido as relações condicionais AB, aprenderam também as relações BC (B1C1 e B2C2) exibindo altos níveis de acerto em sessões alternadas de treino desses dois conjuntos de 1 9

30 2 0 discriminações. Foram realizados testes de transitividade congruentes com a linha de base (modelo A1, S+ C1 e S - C2; modelo A2, S+ C2, S - C1) e t estes transitividade nãocongruentes (modelo A1, S+ C2, S - C1; modelo A2, S+ C1, S - C2). Os resultados dos testes mostram que não houve preferência por estímulos. Três dos quatro sujeitos apresentaram percentuais de acerto superiores a 90% nas tentativas do teste da transitividade congruente. Foram baixos os níveis de acerto nos testes de transitividade nãocongruente. Em um terceiro experimento, D Amato et al. (1985), utilizando um procedimento semelhante ao dos experimentos anteriores, objetivaram replicar o segundo experimento utilizando quatro pombos (White carneaux) machos como sujeitos. Os sujeitos apresentaram altos níveis de acerto nas discriminações de linha de base, mas não responderam de acordo com o esperado pela propriedade transitividade nos testes. Houve preferência por estímulos e por posições. De acordo com D Amato et al. (1985) as diferenças entre os resultados do segundo e do terceiro experimento podem estar refletindo diferenças entre as espécies (macacos e pombos). Esse argumento está baseado no fato de que, no desempenho dos macacos, a transitividade se mostrou um fenômeno robusto, mas teve fracas evidências no comportamento dos pombos. Esse argumento pode reforçar a interpretação qualitativa para a explicação das dificuldades de obtenção de equivalência com animais (ver Dube et al., 1993) e é contrário aos argumentos de Sidman et al. (1982) de acordo com os quais os resultados negativos podem ser decorrentes de falhas nos procedimentos. A ausência de simetria no primeiro experimento poder ser uma evidência adicional de que, mediante o treino de uma linha de base AB, relações simétricas (BA) são mais complexas que relações de transitividade (AC). De acordo com D Amato et al. (1985), como a transitividade não envolve bidirecionalidade, ela pode ser facilitada por uma espécie de mediação pelo estímulo B que, mesmo ausente, mantém uma relação comum com os estímulos que aparecem no teste. Um outro aspecto facilitador da transitividade é o fato dos estímulos, no teste, serem apresentados nas mesmas posições e funções em que foram apresentados durante os treinos da linha de base. K e n d a l l ( ) t a m b é m o b t e v e r e s u l t a d o s p o s i t i v o s e m t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e p a r a a l g u n s d e s e u s s u j e i t o s, e m u m o u t r o e s t u d o n o q u a l f o i p o s s í v e l v e r i f i c a r s e p o m b o s e x ib i a m r e s p o s t a s m e d i a d o r a s e m t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e. O q u e e s t á s e n d o c h a m a d o d e r e s p o s t a s m e d i a d o r a s c o n s i s t e m e m r e s p o n d e r a e s t í m u l o s n o d a i s a n t e s d e r e s p o n d e r à s c o m p a r a ç õ e s c o r r e t a s n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e. Foram realizados três experimentos, utilizando-se um procedimento de pareamento simultâneo com o modelo com dupla escolha e com pombos (White carneaux) como sujeitos. Q u a t r o c h a v e s d e r e s p o s t a f o r a m a c o p l a d a s e m d u a s d a s q u a t r o p a r e d e s d a c â m a r a e x p e r i m e n t a l. Na parede frontal havia um comedouro e duas chaves, posicionadas nos cantos superiores direito e esquerdo, que podiam ser iluminadas com a cor vermelha. Na parede lateral esquerda, encontrava-se a luz da câmara experimental, localizada no canto superior direito e, ao lado, duas luzes quadradas (uma branca e a outra de cor âmbar). Havia também duas chaves de resposta que podiam ser iluminadas com a cor verde. As demais paredes (lateral direita e a do fundo da câmara experimental) eram transparentes de modo que permitiam que os sujeitos fossem observados durante as sessões experimentais. Nesse experimento os estímulos do conjunto A (luz branca e âmbar) foram apresentados sempre no canto superior direito da parede lateral esquerda da câmara 2 0

31 2 1 experimental; os estímulos B eram as posições esquerda e direita das chaves de resposta da parede frontal; os estímulos C eram as posições esquerda e direita das chaves de resposta da parede lateral esquerda. Os sujeitos foram submetidos a três procedimentos de treino diferentes: 1) AB e BC e teste AC; 2) treino AB e AC e teste BC e 3) treino AB e CB e teste AC. Inicialmente, todos os sujeitos foram submetidos ao treino AB: bicar na chave da direita ou da esquerda da parede frontal da câmara experimental (estímulos B) condicionalmente à apresentação das luzes branca ou âmbar (estímulos A). Depois os sujeitos foram submetidos ao restante do treino da linha de base, que foi diferente para cada par de sujeitos, de acordo com os procedimentos acima apresentados. De acordo com Kendall (1983), a linha de base treinada era de discriminações condicionais de posição. Os dois sujeitos que foram submetidos ao primeiro procedimento de treino (AB BC) aprenderam inicialmente a responder na chave da direita da parede frontal (B1) na presença da luz branca (A1) e aprenderam a responder na chave da esquerda (B2) na presença da luz âmbar (A2). Esse foi o treino AB. Depois os sujeitos aprenderam relações condicionais entre os estímulos B e C (posições direita e esquerda das chaves nas paredes frontal e lateral esquerda). No teste de transitividade AC os sujeitos deveriam responder na chave da direita (C1 - parede lateral esquerda) na presença de A1 e deveriam responder na chave da esquerda (C2 - parede lateral esquerda) na presença de A2. Os sujeitos apresentaram bom desempenho nos testes de transitividade e foram os únicos a apresentarem comportamento de mediação, que neste caso, consistia em, na presença dos estímulos A, responder aos estímulos B antes de responder aos estímulos C. Esses resultados não foram encontrados com os outros sujeitos que foram expostos a testes de transitividade mas não foram expostos ao treino AB BC (submetidos aos procedimentos de treino AB AC ou AB CB). O s t e s t e s BC e AC, a p l i c a d o s após respectivamente os procedimentos de treino AB AC e AB CB, e n v o l v i a m, a l é m d a t r a n s i t i v i d a d e, a r e l a ç ã o s i m é t r i c a. E r a m, p o r t a n t o, t e s t e s d e e q u i v a l ê n c i a. R e s u l t a d o s p o s i t i v o s n e s s e s t e s t e s i n d i c a r i a m q u e a s r e l a ç õ e s a p r e n d i d a s p e l o s s u j e i t o s e r a m s i m é t r i c o - t r a n s i t i v a s, o q u e n ã o o c o r r e u. H á r a z õ e s p a r a s e a c r e d i t a r, p o r t an t o, q u e o c o m p o r t a m e n t o d o s s u j e i t o s q u e p a s s a r a m n o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e p o d e r i a c o n s i s t i r a p e n a s u m e n c a d e a m e n t o d e r e s p o s t a s. C o m o o s e s t í m u l o s u t i l i z a d o s f o r a m a s p r ó p r i a s l o c a l i z a ç õ e s d a s c h a v e s, o s d o i s e s t í m u l o s B e s t a v a m f i s i c a m e n t e p r e s e n t e s d u r a n t e o s t e s t e s A C. C o m o o s s u j e i t o s f o r a m d i r e t a m e n t e t r e i n a d o s a r e s p o n d e r a B d i a n t e d e A c o m o m o d e l o, e t a m b é m a r e s p o n d e r a C d i a n t e d e B c o m o m o d e l o, a p r e s e n ç a d o s e s t í m u l o s B p o d e t e r s i d o a o c a s i ã o p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d e u m e n c a d e a m e n t o d e r e s p o s t a s ( A B C ). I s s o t a m b é m e x p l i c a r i a a o c o r r ê n c i a d e r e s p o s t a s d e m e d i a ç ã o. O b j e t i v a n d o e x a m i n a r m e l h o r e s s a s p o s s i b i l i d a d e s, L i p k e n s e t a l. ( ) r e a l i z a r a m u m o u t r o e x p e r i m e n t o, u t i l i z a n d o u m p r o c e d i m e n t o s e m e l h a n t e a o d e K e n d a l l ( ). O s e s t í m u l o s u t i l i z a d o s f o r a m : u m d i s c o v e r d e e o u t r o v e r m e l h o ( c o n j u n t o A ) ; a s d u a s p o s i ç õ e s ( d i r e i t a e e s q u e r d a ) d e d u a s c h a v e s d i s p o s t a s h o r i z o n t a l m e n t e e i l u m i n a d a s c o m l u z l a r a n j a ( c o n j u n t o B ) ; u m p a d r ã o d e l i n h a s p r e t a s e m u m f u n d o b r a n c o e a p e n a s o f u n d o b r a n c o ( c o n j u n t o C ). F o r a m u t i l i z a d o s c o m o s u j e i t o s n o v e p o m b o s ( C o l u m b a l i v i a ) e x p e r i m e n t a l m e n t e i n g ê n u o s. O p r o c e d i m e n t o e n v o l v i a a s s e g u i n t e s v a r i a n t e s d e t r e i n o : A B B C, B A B C e A B C B. A e s c o l h a d e s s e s p r o c e d i m e n t o s d e t r e i n o f o i f e i t a c o m a 2 1

32 2 2 f i n a l i d a d e d e e x a m i n a r d e t a l h a d a m e n t e o p o s s í v e l s u r g i m e n t o d e c o m p o r t a m e n t o s m e d i a d o r e s o u d e e n c a d e a m e n t o s d e r e s p o s t a s, c o m o n o e x p e r i m e n t o d e K e n d a l l ( ). N o e x p e r i m e n t o d e L i p k e n s e t a l. ( ) o s e s t í m u l o s B e r a m e s t í m u l o s n o d a i s e m t o d o s o s p r o c e d i m e n t o s d e t r e i n o. A p ó s o t r e i n o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s d e l i n h a d e b a s e, a p r o b a b i l i d a d e d e r e f o r ç a m e n t o f o i r e d u z i d a g r a d u a l m e n t e d e 1, 0 p a r a 0, 3 3 e f o r a m r e a l i z a d o s t e s t e s d e s i m e t r i a, t r a n s i t i v i d a d e e e q u i v a l ê n c i a s e m r e f o r ç a m e n t o. C a d a r e l a ç ã o e m e r g e n t e f o i t e s t a d a e m u m a s e s s ã o s e p a r a d a. Q u a t r o d o s n o v e s u j e i t o s a p r e n d e r a m o s d o i s c o n j u n t o s d e d i s c r i m i n a ç õ e s ( A B e B C, p o r e x e m p l o ). O s c i n c o s u j e i t o s r e s t a n t e s a p r e n d e r a m a p e n a s u m c o n j u n t o d e d i s c r i m i n a ç õ e s ( A B, p o r e x e m p l o ) e f o r a m s u b m e t i d o s a p e n a s a t e s t e s d e s i m e t r i a. O s r e s u l t a d o s m o s t r a m a l t o s n í v e i s d e a c e r t o n a l i n h a d e b a s e e b a i x o s n í v e i s n o s t e s t e s p a r a t o d o s o s s u j e i t o s. N ã o h o u v e r e g i s t r o d e c o m p o r t a m e n t o s m e d i a d o r e s. A p e s a r d o s e s t í m u l o s B e s t a r e m p r e s e n t e s d u r a n t e o s t e s t e s, e l e s n ã o s e e n c o n t r a v a m i l u m i n a d o s c o m l u z l a r a n j a ( c o m o n o t r e i n o ), d i f e r e n t e m e n t e d o e x p e r i m e n t o d e K e n d a l l ( ). É p o s s í v e l q u e e s s e t i n h a s i d o u m f a t o r i m p o r t a n t e p a r a a a u s ê n c i a d e c o m p o r t a m e n t o s m e d i a d o r e s n o e x p e r i m e n t o d e L i p k e n s e t a l. ( ). M e s m o c o m o s e s t í m u l o s s e n d o a p r e s e n t a d o s s e m p r e n a m e s m a p o s i ç ã o, o p r o c e d i m e n t o a d o t a d o p o r L i p k e n s e t a l. ( ) n ã o l e v o u à o b t e n ç ã o d e s i m e t r i a. É p o s s í v e l q u e e s s e s r e s u l t a d o s t e n h a m s i d o d e v i d o s n o v a m e n t e a c o n t r o l e s i n d e s e j á v e i s e x e r c i d o s p o r c o n f i g u r a ç õ e s f o r m a d a s p e l o s e s t í m u l o s a p r e s e n t a d o s j u n t o s. U m e s t í m u l o B 1, a p r e s e n t a d o s e p a r a d a m e n t e c o m o m o d e l o n u m t e s t e d e s i m e t r i a B A, c o n f i g u r a u m a s i t u a ç ã o m u i t o d i f e r e n t e d e q u a n d o e l e m e s m o e r a a p r e s e n t a d o j u n t o c o m o e s t í m u l o B 2 n o t r e i n o d a l i n h a d e b a s e A B, p r o b l e m a q u e t al v e z p u d e s s e s e r r e s o l v i d o a t r a v é s d a i n t r o d u ç ã o d e b l o c o s d e t e n t a t i v a s d e p a r e a m e n t o s u c e s s i v o p o r i d e n t i d a d e s e m a t r a s o o u m a i s s e g u r a m e n t e a t r a v é s d a d e m o n s t r a ç ã o d e p a r e a m e n t o g e n e r a l i z a d o p o r i d e n t i d a d e ( v e r D u b e, M c I l v a n e & G r e e n, ). O u t r a h i p ó t e s e l e v a n t a d a p o r L i p k e n s e t a l. ( ) p a r a e x p l i c a ç ã o d e s s e s r e s u l t a d o s n e g a t i v o s f o i b a s e a d a n a p o s s i b i l i d a d e d e q u e o c a m i n h o p e r c o r r i d o p e l o s p o m b o s d e n t r o d a c â m a r a e x p e r i m e n t a l p a r a r e s p o n d e r a o m o d e l o e d e p o i s à c o m p a r a ç ã o c o r r e t a, t e n h a a s s u m i d o a l g u m c o n t r o l e s o b r e a s r e s p o s t a s d e e s c o l h a. N o s t e s t e s, c o m o n o v o s c a m i n h o s t i n h a m q u e s e r p e r c o r r i d o s, o d e s e m p e n h o d e t e r i o r o u. Q u a l q u e r u m a d e s s a s h i p ó t e s e s q u e s e j a a d o t a d a p a r a e x p l i c a ç ã o d o s r e s u l t a d o s n e g a t i v o s e s t á b a s e a d a n a e s p e c i f i c a ç ã o i n c o r r e t a d o c o n t r o l e d e e s t í m u l o g e r a d a p o r f a l h a s d e p r o c e d i m e n t o. Dentre todos os problemas de procedimentos, apontados na literatura como possíveis determinantes da ausência de relações emergentes em não-humanos, o problema do controle pela posição tem sido um dos mais unânimes. É exatamente por isso que esse problema será examinado separadamente a seguir. O problema da posição A p e s a r d e u m a p a r t e s i g n i f i c a t i v a d o s e s t u d o s p u b l i c a d o s n a l i t e r a t u r a d a á r e a d e e s t u d o d a f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s p e r m i t i r a f i r m a r q u e o f e n ô m e n o d a e q u i v a l ê n c i a é e n c o n t r a d o e m s u j e i t o s n ã o - h u m a n o s, é n e c e s s á r i o a s s u m i r q u e d a d o s p o s i t i v o s e m t e s t e s d e v e r i f i c a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e q u i v a l e n t e s c o m a n i m a i s s ó s ã o e n c o n t r a d o s c o m g r a n d e d i f i c u l d a d e. E s s e f a t o c o n t r a s t a a i n d a c o m a a b u n d a n t e d e m o n s t r a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e q u i v a l e n t e s c o m s u j e i t o s h u m a n o s. 2 2

33 2 3 A r e v i s ã o ( a c i m a a p r e s e n t a d a ) d e a l g u n s d o s t r a b a l h o s q u e m a i s c o n t r i b u í r a m p a r a a d i s c u s s ã o s o b r e a f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e q u i v a l e n t e s r e f o r ç a a h i p ó t es e d e q u e a d i f i c u l d a d e d e o b t e n ç ã o d e d a d o s p o s i t i v o s d e e q u i v a l ê n c i a c o m n ã o - h u m a n o s p o d e e s t a r r e l a c i o n a d a d e f i c i ê n c i a s e s p e c í f i c a s d e r e p e r t ó r i o d o s s u j e i t o s o u a f a l h a s d e c o n t r o l e e x p e r i m e n t a l, n o s p r o c e d i m e n t o s a t é e n t ã o u s a d o s n a t e n t a t i v a d e o b t e r e s s a s r e l a ç õ e s e n ã o a u m a d e f i c i ê n c i a d o s s u j e i t o s l i g a d a à a u s ê n c i a d a l i n g u a g e m. A a r b i t r a r i e d a d e d o s e s t í m u l o s, a s d i f i c u l d a d e s d e a t i n g i r c r i t é r i o s d e a p r e n d i z a g e m n o s p r o c e d i m e n t o s d e d i s c r i m i n a ç ã o c o n d i c i o n a l, o c o n t r o l e p o r c o n f i g u r a ç õ e s f o r m a d a s p o r v á r i o s e s t í m u l o s e n ã o p o r c a d a u m d e l e s s e p a r a d a m e n t e e o c o n t r o l e p e l a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s m o d e l o e d e c o m p a r a ç ã o n a s t e n t a t i v a s d e t r e i n o e d e t e s t e s ã o a l g u n s f a t o r e s a p r e s e n t a d o s c o m o p o s s í v e i s d e t e r m i n a n t e s d e s s a d i f i c u l d a d e. D e f a t o, o c o n t r o l e d e e s t í m u l o, t a l c o m o e s p e c i f i c a d o p e l o e x p e r i m e n t a d o r p o d e n ã o c o r r e s p o n d e r a o r e a l c o n t r o l e d e e s t í m u l o s o b o q u a l e s t á o c o m p o r t a m e n t o d o s u j e i t o. O s a n i m a i s d e l a b o r a t ó r i o, d u r a n t e o s e x p e r i m e n t o s, u s u a l m e n t e a p r e n d e m a l g o d i f e r e n t e d o q u e f o i p r o g r a m a d o p e l o s e x p e r i m e n t a d o r e s ( S i d m a n, ). O p r o b l e m a d o c o n t r o l e n ã o - p r o g r a m a d o p e l a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s f o i a p o n t a d o e m m u i t o s t r a b a l h o s q u e j á f o r a m a q u i a b o r d a d o s o u s e r ã o d e s c r i t o s a s e g u i r. ( D A m a t o e t a l., ; I v e r s e n, ; I v e r s e n, S i d m a n & C a r r i g a n, ; K e n d a l l, ; L i p k e n s, e t a l., ; S i d m a n, ; S i d m a n, ; S i d m a n e t a l., ) E m u m e x p e r i m e n t o j á m e n c i o n a d o a q u i, S i d m a n e t a l. ( ) o b t i v e r a m o s r e s u l t a d o s e s p e r a d o s p e l o p a r a d i g m a d e s i m e t r i a c o m q u a t r o d e s e i s c r i a n ç a s m a s n ã o o b t i v e r a m o s m e s m o s r e s u l t a d o s c o m o s m a c a c o s R h e s u s e b a b u í n o s, a p e s a r d e s i s t e m á t i c a s m u d a n ç a s n o p r o c e d i m e n t o t e r e m s i d o f e i t a s, c o m o o b j e t i v o d e o b t e r r e s u l t a d o s p o s i t i v o s c o m o s n ã o - h u m a n o s. U m a d a s h i p ó t e s e s l e v a n t a d a s p e l o s e x p e r i m e n t a d o r e s f o i qu e, c o m o o s e s t í m u l o s m o d e l o e r a m s e m p r e a p r e s e n t a d o s n a j a n e l a c e n t r a l e a s c o m p a r a ç õ e s n a s j a n e l a s l a t e r a i s, e s s a c o r r e l a ç ã o e n t r e f u n ç ã o d o s e s t í m u l o s e s u a p o s i ç ã o p o d e r i a s e t o r n a r p a r t e d e d e f i n i ç ã o d o s e s t í m u l o s. O c o n t r o l e p o d e r i a e s t a r s e n d o e x e r c i d o t a n t o p e l o e s t í m u l o e s p e c i f i c a d o q u a n t o p e l a p o s i ç ã o n a q u a l e s s e e s t í m u l o e r a a p r e s e n t a d o o u p o r a m b o s. S e i s s o o c o r r e, o r e s u l t a d o d o s t e s t e s d e s i m e t r i a, o n d e o s e s t í m u l o s m o d e l o p a s s a m a f u n c i o n a r c o m o c o m p a r a ç ã o e v i c e - v e r s a, n ã o p o d e m s e r p o s i t i v o s. T a m b é m f o i d e m o n s t r a d o p o r I v e r s e n e t a l. ( ) q u e a a l t e r a ç ã o d a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s m o d e l o e d e c o m p a r a ç ã o, e m d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s c o m m a c a c o s, p r o v o c a v a o r o m p i m e n t o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s e m f o r m a ç ã o. U t i l i z a r a m - s e d o i s m a c a c o s R h e s u s ( M a c a c a m u l a t a ) e u m p r o c e d i m e n t o d e p a r e a m e n t o p o r i d e n t i d a d e c o m o m o d e l o, o n d e r e l a ç õ e s l i n h a - l i n h a e c o r - c o r e r a m e n s i n a d a s. E m u m p r i m e i r o m o m e n t o, o e s t í m u l o m o d e l o a p a r e c i a s e m p r e n a j a n e l a c e n t r a l e a s c o m p a r a ç õ e s n a s d u a s j a n e l a s l a t e r a i s. P o s t e r i o r m e n t e o m o d e l o p o d e r i a s u r g i r e m q u a l q u e r u m a d a s t r ê s j a n e l a s e a s c o m p a r a ç õ e s n a s d u a s j a n e l a s r e m a n e s c e n t e s. F o i o b s e r v a d o q u e a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e n v o l v e n d o c o r e s p e r m a n e c e r a m i n t a c t a s a p ó s a m u d a n ç a d e l o c a l i z a ç ã o d o s e s t í m u l o s, m a s a s r e l a ç õ e s e n v o l v e n d o l i n h a s h o r i z o n t a i s e v e r t i c a i s s e d e t e r i o r a r a m. N e s s a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s, p o r t a n t o, o e s t í m u l o e r a n ã o a p e n a s o c o n t e ú d o e s p e c i f i c a d o n a s j a n e l a s m a s e n v o l v i a t a m b é m s u a p o s i ç ã o r e l a t i v a. Resultados semelhantes foram obtidos por Iversen (1997), noutro estudo em que se utilizaram ratos como sujeitos e luzes (permanente ou intermitentemente piscando) como estímulos, no procedimento de pareamento com o modelo. Em um primeiro 2 3

34 2 4 experimento, durante o treino, o estímulo modelo sempre aparecia na chave central e os estímulos de comparação nas duas chaves laterais. Após a aquisição da discriminação, o estímulo modelo foi apresentado em qualquer uma das três chaves e as comparações nas duas chaves remanescentes. O desempenho do sujeito deteriorou nas tentat ivas em que os estímulos modelo e comparação foram apresentados em novas posições, mas foi mantido quando os estímulos eram apresentados nas posições originais. No segundo experimento, as relações condicionais foram retreinadas sendo que os estímulos model o foram apresentados sempre na chave lateral esquerda. Depois do treino, os estímulos foram apresentados novamente em posições variadas. Os dados mostraram que quando o modelo aparecia em qualquer uma das posições treinadas (esquerda ou central), o desempenho do sujeito mantinha altos níveis de acerto. Nas tentativas em que o modelo foi apresentado na chave da direita (posição não treinada) o desempenho se deteriorou. Esses dados demonstraram que no procedimento de matching-to-sample a correlação entre a posição dos estímulos (janela central ou janelas laterais) e a função por eles exercida (modelo ou comparação) pode incluir a posição dos estímulos como uma dimensão controladora das respostas dos sujeitos. O desempenho dos sujeitos nesses experimentos não deve, portanto, ser considerado como pareamento por identidade. S i d m a n ( ) t a m b é m d e m o n s t r o u q u e é i n f u n d a d a a s u p o s i ç ã o d e q u e, e m d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s c o m m a c a c o s, a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o s e t o r n a r i a u m a s p e c t o i r r e l e v a n t e s e e s s e s e s t í m u l o s f o s s e m a p r e s e n t a d o s e m p o s i ç õ e s v a r i a d a s d i v e r s a s v e z e s ( p r o c e d i m e n t o p a d r ã o ). U m a l i n h a d e b a s e d e e s c o l h a p o r i d e n t i d a d e c o m o m o d e l o f o i t r e i n a d a, e n v o l v e n d o c o r e s ( v e r d e e v e r m e l h o ) e l i n h a s ( h o r i z o n t a l e v e r t i c a l ). C o m o h a v i a c i n c o c h a v e s d e r e s p o s t a n o p a i n e l d a c â m a r a e x p e r i m e n t a l o s d o i s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o p o d i a m s e r a p r e s e n t a d o s e m q u a t r o d i f e r e n t e s p o s i ç õ e s ( a p o s i ç ã o c e n t r a l e r a r e s e r v a d a p a r a o e s t í m u l o m o d e l o ). N a a q u i s i ç ã o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s, p o r t a n t o, o m e s m o p a r d e c o m p a r a ç õ e s e r a a p r e s e n t a d o e m s e i s d i f e r e n t e s d i s p o s i ç õ e s e o s u j e i t o, u m m a c a c o R h e s u s ( M a c a c a m u l a t a ) r e a g i a d i f e r e n t e m e n t e a c a d a c o n f i g u r a ç ã o, a p e s a r d e s e r e m u s a d o s o s m e s m o s e s t í m u l o s. C u r v a s d e a p r e n d i z a g e m, s e p a r a d a s p a r a c a d a u m a d a s s e i s p o s s i b i l i d a d e s d e c o m b i n a ç ã o d a a p a r i ç ã o d a s d u a s c o m p a r a ç õ e s n a s q u a t r o c h a v e s d e r e s p o s t a, f o r a m r e g i s t r a d a s e o b s e r v o u - s e q u e c a d a d i s c r i m i n a ç ã o, e n v o l v e n d o u m p a r d e e s t í m u l o s e m u m a d a d a p o s i ç ã o, e v o l u í a s e p a r a d a m e n t e d a s o u t r a s. A v a r i a ç ã o d a l o c a l i z a ç ã o d a s c o m p a r a ç õ e s, p o r t a n t o, n ã o e l i m i n o u o c o n t r o l e p e l a p o s i ç ã o. A o c o n t r á r i o, a u m e n t o u o n ú m e r o d e c o m p o n e n t e s d a d i s c r i m i n a ç ã o q u e a g o r a e n v o l v i a, a l é m d o e s t í m u l o e x p e r i m e n t a l, t a m b é m a p o s i ç ã o e m q u e e l e a p a r e c i a. I s s o i n d i c a, m a i s u m a v e z, q u e a s c a r a c t e r í s t i c a s f u n c i o n a i s d o s e s t í m u l o s p o d e m i n c l u i r a s p e c t o s d a s i t u a ç ã o q u e e s t ã o f o r a d o s l i m i t e s d a s j a n e l a s o n d e o s e s t í m u l o s s ã o p r o j e t a d o s, s e n d o e s t e p o s s i v e l m e n t e u m i m p o r t a n t e f a t o r c o n t r i b u i n t e p a r a u m a p a r t e d a s d i f i c u l d a d e s d e o b t e n ç ã o d e e q u i v a l ê n c i a c o m a n i m a i s. O s e x p e r i m e n t o s a c i m a c i t a d o s i n d i c a r a m a n e c e s s i d a d e d e : 1 ) c o n s i d e r a r o p a p e l c o n t r o l a d o r d a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s n o t r e i n o d e r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s ; 2 ) r e a l i z a r e s t u d o s e s p e c i f i c a m e n t e a r e s p e i t o d o c o n t r o l e p e l a p o s i ç ã o : q u a i s r e s u l t a d o s p o d e r i a m s e r o b t i d o s c o m a a p l i c a ç ã o d o p r o c e d i m e n t o d e m a t c h i n g- t o - s a m p l e p a r a o t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s u s a n d o p o s i ç õ e s c o m o e s t í m u l o? O q u e a c o n t e c e r i a s e o s e s t í m u l o s m o d e l o o c u p a s s e m a s m e s m a s p o s i ç õ e s d o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o d u r a n t e o 2 4

35 2 5 t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s, e l i m i n a n d o - s e a c o r r e l a ç ã o e n t r e a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s e s u a f u n ç ã o? E s t a s q u e s t õ e s a p o n t a m d u a s p o s s i b i l i d a d e s d e p e s q u i s a : 1 ) v e r i f i c a r a p o s s i b i l i d a d e d o u s o d e p o s i ç õ e s - e s t í m u l o e m d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s, e s p e c i a l m e n t e e m s u j e i t o s n ã o - h u m a n o s, j á q u e o c o n t r o l e p e l a p o s i ç ã o s e m o s t r o u b e m m a i s c r í t i c o n o s e s t u d o s ( a c i m a m e n c i o n a d o s ) r e a l i z a d o s c o m e s s e t i p o d e s u j e i t o s ; 2 ) v e r i f i c a r s e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s r e l a c i o n a d a s p o d e m s e r t r e i n a d a s n a a u s ê n c i a d e c o r r e l a ç ã o e n t r e a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s e s u a f u n ç ã o ( m o d e l o e c o m p a r a ç ã o ) e q u a i s o s e f e i t o s d e s t e t i p o d e t r e i n o n o s r e s u l t a d o s d e t e s t e s d a s p r o p r i e d a d e s d e f i n i d o r a s d e e q u i v a l ê n c i a, e s p e c i a l m e n t e a s i m e t r i a. A p o s i ç ã o c o m o e s t í m u l o : e s t u d o s c o m s u j e i t o s h u m a n o s. E x p l o r a n d o a p r i m e i r a p o s s i b i l i d a d e d e p e s q u i s a a c i m a m e n c i o n a d a, d i v e r s o s e x p e r i m e n t o s f o r a m r e a l i z a d o s n o L a b o r a t ó r i o d e P s i c o l o g i a F. S. K e l l e r n a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r á, o b j e t i v a n d o d e s e n v o l v e r u m p r o c e d i m e n t o a d e q u a d o p a r a o e s t u d o d a p o s i ç ã o c o m o e s t í m u l o e m d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e e q u i v a l ê n c i a c o m h u m a n o s e a n i m a i s. N o s e x p e r i m e n t o s c o m s u j e i t o s h u m a n o s, f o i u t i l i z a d o o p r o c e d i m e n t o d e p a r e a m e n t o a r b i t r á r i o c o m o m o d e l o. O s e s t í m u l o s e r a m n o v e q u a d r a d o s c i n z a p o s i c i o n a d o s e m f o r m a d e u m a m a t r i z 3 X 3. A r e s p o s t a r e q u e r i d a, t a n t o p a r a o m o d e l o q u a n t o p a r a a s c o m p a r a ç õ e s, e r a u m c l i c n o m o u s e d o c o m p u t a d o r, e s t a n d o o c u r s o r p o s i c i o n a d o s o b r e o e s t í m u l o s e l e c i o n a d o n a t e l a d e u m m i c r o c o m p u t a d o r. R e s p o s t a s c o r r e t a s, n o s t r e i n o s d e l i n h a d e b a s e, e r a m c o n s e q ü e n c i a d a s c o m u m b i p, a d i ç ã o d e u m p o n t o e m u m c o n t a d o r n o c a n t o s u p e r i o r e s q u e r d o d o m o n i t o r e o e s t í m u l o m o d e l o r e a p a r e c i a e f i c a v a p i s c a n d o j u n t o c o m o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o c o r r e t o. E x p e r i m e n t o s f o r a m c o n d u z i d o s u t i l i z a n d o d e l i n e a m e n t o s A B / A C e A B / B C c o m a d u l t o s e c r i a n ç a s e A B / C B c o m a d u l t o s ; c o m p r o c e d i m e n t o d e p a r e a m e n t o a r b i t r á r i o c o m a t r a s o d e u m e t r ê s s e g u n d o s ; u s a n d o u m a e s p é c i e d e l e a r n i n g- s e t o n d e r e l a ç õ e s q u e n ã o e m e r g i a m e r a m d i r e t a m e n t e t r e i n a d a s e n o v a s c o n f i g u r a ç õ e s d e t r e i n o e r a m a p r e s e n t a d a s ; u s a n d o o s p r o c e d i m e n t o s s i m p l e s p a r a c o m p l e x o e c o m p l e x o p a r a s i m p l e s ( d e a c o r d o c o m A d a m s, F i e l d s & V e r h a v e, ) o u u s a n d o n o m e a ç ã o ( v e r F r a n ç a & G a l v ã o, ; F r a n ç a & G a l v ã o, ; F r a n ç a, C a r v a l h o N e t o & G a l v ã o, ; F r a n ç a, P a n i a g o, M a c h a d o & B a r r o s, ; G a l v ã o & F r a n ç a, ; P a n i a g o & G a l v ã o, ; P a n i a g o, F r a n ç a & G a l v ã o, ; P a n i a g o, F r a n ç a & G a l v ã o, ; S i m õ e s & G a l v ã o, a ; S i m õ e s & G a l v ã o, b ). O s r e s u l t a d o s m o s t r a r a m q u e a e m e r g ê n c i a d e r e l a ç õ e s d e e q u i v a l ê n c i a d e p o s i ç ã o c o m h u m a n o s t e m s e m o s t r a d o b e m m a i s d i f í c i l q u e a e m e r g ê n c i a d e r e l a ç õ e s d e e q u i v a l ê n c i a e n t r e o u t r o s e s t í m u l o s v i s u a i s s e m e l h a n t e s a o s r e l a t a d o s n a l i t e r a t u r a, c o m o c o r e s o u f o r m a s. D e t o d o s o s t r i n t a e t r ê s s u j e i t o s q u e p a r t i c i p a r a m d e s s e s e x p e r i m e n t o s d e e q u i v a l ê n c i a d e p o s i ç ã o, v i n t e e c i n c o n ã o d e m o s t r a r a m e m e r g ê n c i a d e e q u i v a l ê n c i a e o i t o d e m o n s t r a r a m r e s u l t a d o s p o s i t i v o s, d e n t r e o s q u a i s, a p e n a s t r ê s j u s t i f i c a r a m s e u d e s e m p e n h o d e a c o r d o c o m o e s p e r a d o p e l o p a r a d i g m a d e e q u i v a l ê n c i a, e m u m a e n t r e v i s t a f i n a l. S e é v e r d a d e q u e e q u i v a l ê n c i a r e q u e r u m a h i s t ó r i a e s p e c í f i c a, o f r a c a s s o d e s s e s s u j e i t o s p o d e r i a s e r e x p l i c a d o p o r u m p o s s í v e l d é f i c i t d e h i s t ó r i a e s p e c í f i c a d e d i s c r i m i n a ç õ e s d e p o s i ç ã o n o r e p e r t ó r i o d o s s u j e i t o s h u m a n o s, j á q u e b o a p a r t e d o s q u e f a l h a r a m n o s t e s t e s d e r e l a ç õ e s e m e r g e n t e s e n t r e p o s i ç õ e s f o r a m, l o g o e m s e g u i d a, s u b m e t i d o s a p r o c e d i m e n t o s c o n v e n c i o n a i s d e p a r e a m e n t o c o m o m o d e l o e d e m o n s t r a r a m c o n v i n c e n t e m e n t e e q u i v a l ê n c i a c o m l e t r a s g r e ga s c o m o e s t í m u l o. 2 5

36 2 6 Simões (1996) realizou um experimento que também objetivou a obtenção de relações de equivalência com sujeitos humanos usando posições como estímulos. O experimento apresentou uma variação de procedimento em relação aos outros trabalhos que tinham objetivos semelhantes, citados anteriormente. No experimento de Simões (1996) foram utilizados três sujeitos humanos adultos e um procedimento de pareamento com o modelo sucessivo e sem atraso. Os estímulos eram nove posições ocupadas por retângu los dispostos em uma matriz 3 x 3. Cada uma das posições foi arbitrariamente designada como um estímulo (A1, A2, A3, B1, B2, B3, C1, C2 e C3). Foram ensinadas 18 discriminações condicionais de posições sob controle contextual de três cores. Por exemplo, se o estímulo A1 fosse apresentado como modelo, em uma determinada tentativa, e se os três estímulos de comparações fossem apresentadas na cor azul, então a posição B(x) seria correta; se as comparações estivessem vermelhas, então a posição B(y) seria corret a e se as comparações estivessem amarelas, então a posição B(z) seria correta. Para o estímulo A2 como modelo, a cor azul era o contexto para selecionar B(y), vermelho para B(z) e amarelo para B(x). Para o estímulo A3 como modelo, a cor azul era o contexto para selecionar B(z), vermelho para B(x) e amarelo para B(y). Além de uma linha de base AB foi também treinada a linha de base AC. Testes de simetria (BA e CA) e de equivalência (BC e CB) foram executados. Ao contrário do que ocorreu nos outros experimentos de equivalência de posição com humanos, todos os sujeitos responderam de acordo com o esperado pelo paradigma de equivalência de Sidman & Tailby (1982), apesar de, em alguns casos, ter havido a necessidade de repetição de alguns testes. É importante, contudo, ressaltar um detalhe do procedimento adotado por Simões (1996): ao final de cada bloco, inclusive os de teste, os sujeitos eram informados sobre a quantidade de acertos naquele bloco. De acordo com Simões (1996) é necessário esclarecer o papel desse feedback após os blocos de testes, antes da aceitação final de que esse novo procedimento tenha sido responsável pela formação de classes de equivalência de posição. B a r r o s ( ), d a n d o c o n t i n u i d a d e a o p r o g r a m a d e p e s q u i s a, r e p l i c o u s i s t e m a t i c a m e n t e o e x p e r i m e n t o d e S i m õ e s ( ), e x c l u i n d o, e n t r e t a n t o, o f e e d b a c k n o f i n a l d o s b l o c o s d e t e s t e. F o r a m u t i l i z a d o s s e i s s u j e i t o s h u m a n o s a d u l t o s c o m o s u j e i t o s. O s d a d o s o b t i d o s p o r B a r r o s ( ) f o r a m b a s t a n t e d i f e r e n t e s d a q u e l e s r e l a t a d o s p o r S i m õ e s ( ). D o s s e i s s u j e i t o s, a p e n a s u m r e s p o n d e u d e a c o r d o c o m o e s p e r a d o n o s t e s t e s d a s p r o p r i e d a d e s d e f i n i d o r a s d e e q u i v a l ê n c i a. E s t e s d a d o s : 1 ) i n d i c a m q u e o s r e s u l t a d o s p o s i t i v o s o b t i d o s p o r S i m õ e s ( ) f o r a m p r o v a v e l m e n t e d e t e r m i n a d o s p e l o f e e d b a c k f o r n e c i d o a p ó s o s b l o c o s d e t e s t e ; 2 ) c o n f i r m a m a d i f i c u l d a d e d e e m e r g ê n c i a d e e q u i v a l ê n c i a d e p o s i ç ã o c o m s u j e i t o s h u m a n o s, t a l c o m o d o s d i v e r s o s t r a b a l h o s r e a l i z a d o s a n t e s d e S i m õ e s ( ). A p o s i ç ã o c o m o e s t í m u l o : e s t u d o s c o m s u j e i t o s n ã o - h u m a n o s. E n q u a n t o o s e s t u d o s, a c i m a m e n c i o n a d o s, s o b r e r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s d e p o s i ç ã o e e q u i v a l ê n c i a d e e s t í m u l o s c o m s u j e i t o s h u m a n o s e r a m e f e t u a d o s, n a m e s m a l i n h a d e p e s q u i s a, a l g u n s e x p e r i m e n t o s c o m m a c a c o s c o m o s u j e i t o s f o r a m d e s e n v o l v i d o s. U t i l i z a n d o u m p r o c e d i m e n t o s e m e l h a n t e a o s u t i l i z a d o s n o s e x p e r i m e n t o s c o m s u j e i t o s h u m a n o s, B a r r o s, G a l v ã o & F o n t e s ( ) c o n d u z i r a m u m e x p e r i m e n t o o b j e t i v a n d o v e r i f i c a r a p o s s i b i l i d a d e d e s e r e a l i z a r u m t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s u s a n d o p o s i ç õ e s c o m o e s t í m u l o e u m m a c a c o A t e l e s p a n i s c u s p a n i s c u s e x p e r i m e n t a l m e n t e i n g ê n u o c o m o s u j e i t o. 2 6

37 2 7 F o i u t i l i z a d a u m a c â m a r a e x p e r i m e n t a l q u e c o n t i n h a u m p a i n e l c o m n o v e c h a v e s d e r e s p o s t a d e a c r í l i c o t r a n s p a r e n t e d o t i p o u s a d o e m e x p e r i m e n t o s c o m p o m b o s. A d i s p o s i ç ã o d a s c h a v e s e r a e m f o r m a d e u m a m a t r i z 3 x 3. U m a l i n h a d e b a s e A B ( A 1 - B 1, A 2 - B 2 e A 3 - B 3 ) f o i t r e i n a d a a t r a v é s d e u m p r o c e d i m e n t o q u e e n v o l v i a u m a e s p é c i e d e f a d i n g i n, o n d e i n i c i a l m e n t e s ó o m o d e l o e o S + e s t a v a m p r e s e n t e s e d e p o i s o s S - e r a m i n t r o d u z i d o s p r o g r e s s i v a m e n t e. E n t ã o u m t e s t e d e s i m e t r i a B A ( B 1 - A 1, B 2 - A 2 e B 3 - A 3 ) f o i c o n d u z i d o. O s u j e i t o a t i n g i u a l t o s n í v e i s d e a c e r t o n a d i s c r i m i n a ç ã o d e l i n h a d e b a s e, m a s o s r e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a f o r a m n e g a t i v o s. N o t e s t e, o s u j e i t o r e s p o n d e u d o m o d o m a i s s e m e l h a n t e a o t r e i n o q u a n t o p o s s í v e l, d e m o n s t r a n d o r e l a ç õ e s e n t r e p o s i ç õ e s m u i t o p a r e c i d a s c o m a s r e l a ç õ e s t r e i n a d a s. De acordo com o procedimento de Schusterman & Kastak (1993), após resultados negativos em testes de simetria, uma alternativa de continuidade da pesquisa é o treino da simetria não emergente e a realização de novos testes após treino de novas linhas de base. Sidman et al. (1982), após resultados negativos em testes de simetria efetuados com macacos como sujeitos, efetuaram várias repetições do bloco de teste com o objetivo de treinar as relações simétricas. No final do experimento, o sujeito apresentou altos níveis de acerto tanto nas discriminações AB quanto nas discriminações BA. Adotando este procedimento, Dias (1998) deu continuidade ao experimento de Barros et al. (1996), realizando um experimento com o objetivo de verificar se a repetição do bloco de teste de simetria, tal como efetuada por Sidman et al. (1982), se constituía um procedimento eficiente para treino de desempenho simétrico com posições como estímulo. Uma macaca da espécie Cebus apella, já submetida a um teste de simetria de posição (com resultados negativos) em um experimento anterior, foi utilizada como sujeito. Foi utilizada uma câmara experimental semelhante à descrita por Barros et al. (1996) excetuando-se que, ao invés de um painel com chaves de resposta, foi utilizado um monitor de tela sensível ao toque para apresentação dos estímulos e registro das respostas. O treino das três relações condicionais AB foi efetuado em três fases. Na primeira fase, apenas tentativas do tipo A1B1 foram apresentadas. Na segunda fase, além das tentativas A1B1, foram também apresentadas tentativas A2B2. Na terceira fase do treino, tentativas A1B1, A2B2 e A3B3 foram apresentadas. Uma importante modificação introduzida por Dias (1998), em relação ao experimento de Barros et al., foi o critério de aquisição das discriminações que consistiu na obtenção de 18 tentativas corretas consecutivas. Um teste de simetria, idêntico ao efetuado por Barros et al., foi executado. Os resultados não evidenciaram a propriedade simétrica. Foram realizadas vinte repetições de bloco de teste de simetria BA. Cada repetição do bloco de teste foi precedida de um bloco de linha de base AB, onde o desempenho do sujeito atingia o critério de 18 tentativas corretas consecutivas. Como esse procedimento não foi suficiente para a instalação das discriminações BA (B1A1, B2A2 e B3A3), estas foram treinada através do mesmo procedimento usado para o treino AB. Então, após a terceira fase do treino BA, realizou-se uma verificação da linha de base AB. O bloco de tentativas de verificação da linha de base era semelhante ao bloco de teste BA (48 tentativas, sendo 12 tentativas das discriminações AB distribuídas no meio de 36 tentativas BA). No bloco de verificação, o desempenho do sujeito foi preciso nas relações BA, mais recentemente reforçadas, e impreciso nas relações AB. Também 2 7

38 2 8 foram realizadas repetições do bloco de verificação de linha de base até a obtenção do desempenho simétrico. Diferentemente dos resultados de Sidman et al. (1982) apenas as repetições do bloco de teste não resultaram na aquisição das discriminações BA. Os dados do bloco de tentativas de verificação de linha de base AB, após o treino BA, mostraram que as relações condicionais AB det erioraram -se após o treino das relações condicionais BA. De modo semelhante ao que foi obtido por Sidman et al. (1982) e Barros et al. (1996), no experimento de Dias (1998) também verificou-se deterioração da linha de base após teste/treino de simetria. O procedimento de repetição do bloco de testes, com reforçamento, não se mostrou eficiente para o treino das relações não emergentes. É provável que a diferença na quantidade de tentativas de um e de outro conjunto de discriminações (AB e BA, por exemplo) tenha representado uma desvantagem para o treino do desempenho nãoemergente. Na fase das sucessivas repetições do bloco de teste BA, por exemplo, o sujeito, antes de ser submetido ao bloco de tentativas BA, tinha que atingir o critério de 18 tentativas corretas consecutivas em um bloco exclusivamente de tentativas AB. Só então ele era submetido a um bloco de 48 tentativas (o mesmo bloco do teste de simetria) onde 12 tentativas eram do conjunto BA e 36 do conjunto AB. Considerando o número total de tentativas a que o sujeito era submetido a cada dia, o percentual de tentativas AB e BA era de 20% de tentativas BA e 80% de AB. Diferentemente dos dados obtidos por Barros et al. (1996), Dias (1998) não encontrou relações consistentes no teste de simetria nem nas repetições do bloco de teste. O estudo do papel controlador da posição no treino de discriminações condicionais através do procedimento de matching-to-sample tem se mostrado relevante. Os estudos aqui apresentados exploraram uma das promissoras possibilidades de pesquisa: o estudo da posição como estímulo. N o e x p e r i m e n t o d e B a r r o s e t a l. ( ), a s r e l a ç õ e s t r e i n a d a s f o r a m d e f i n i d a s a l e a t o r i a m e n t e n o u n i v e r s o d a s n o v e p o s i ç õ e s n a m a t r i z. N ã o f o i p o s s í v e l i d e n t i f i c a r c o m c l a r e z a s e a s r e l a ç õ e s o b t i d a s n o t e s t e e r a m d e f a t o t e n t a t i v a s d e r e s p o n d e r d e a c o r d o c o m a s r e l a ç õ e s t r e i n a d a s. É p o s s í v e l q u e o t r e i n o d e r e l a ç õ e s o r d e n a d a s ( v e r t i c a l m e n t e o u h o r i z o n t a l m e n t e, p o r e x e m p l o ) p u d e s s e d e i x a r m a i s c l a r o q u a l o t i p o d e r e l a ç ã o e n t r e e s t í m u l o s e s t á s e n d o o b t i d a n o s t e s t e s. A l é m d i s s o, B a r r o s e t a l. ( ) c o g i t a r a m a p o s s i b i l i d a d e d e e m e r g ê n c i a d e s i m e t r i a a p ó s o t r e i n o d e r e l a ç õ e s s i m é t r i c a s, a t r a v é s d e u m a e s p é c i e d e l e a r n i n g- s e t d e s i m e t r i a. O p r o c e d i m e n t o e n v o l v e r i a i n i c i a l m e n t e o t r e i n o d e l i n h a d e b a s e AB e t e s t e d e s i m e t r i a B A. C a s o a s i m e t r i a n ã o f o s s e a t e s t a d a, r e a l i z a r - s e - i a o t r e i n o d a s i m e t r i a n ã o e m e r g e n t e, s e g u i d o d o t r e i n o d e n o v a l i n h a d e b a s e e n o v o t e s t e / t r e i n o d e s i m e t r i a a t é a o b t e n ç ã o d a p r o p r i e d a d e s i m é t r i c a. U m d o s o b j e t i v o s d o p r e s e n t e tr a b a l h o d e t e s e f o i d a r c o n t i n u i d a d e à p e s q u i s a s o b r e a p o s i ç ã o c o m o e s t í m u l o e m d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s c o m m a c a c o s, b e m c o m o c o n t i n u a r a v e r i g u a n d o a p o s s i b i l i d a d e d e o b t e n ç ã o d e r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e m e r g e n t e s c o m o a s i m e t r i a. O p r i m e i r o e x p e r i m e n t o, q u e s e r á r e l a t a d o a s e g u i r, o b j e t i v o u v e r i f i c a r a s d u a s p o s s i b i l i d a d e s a c i m a m e n c i o n a d a s. D e s s e m o d o, r e a l i z o u - s e i n i c i a l m e n t e t r e i n o s l i n h a s d e b a s e c o m p o s t a s d e r e l a ç õ e s e n t r e p o s i ç õ e s o r d e n a d a s h o r i z o n t a l m e n t e, c o m a p o s s i b i l i d a d e d e t r e i n o d a s r e l a ç õ e s s i m é t r i c a s n ã o e m e r g e n t e s e t r e i n o d e n o v a s l i n h a s d e b a s e e n o v o s t e s t e s d e s i m e t r i a. O s r e s u l t a d o s d o e x p e r i m e n t o d e D i a s ( ) f o r a m o p o n t o d e p a r t i d a p a r a a e l a b o r a ç ã o d o p r o c e d i m e n t o d e s t e e x p e r i m e n t o. 2 8

39 2 9 O s e x p e r i m e n t o s s u b s e q ü e n t e s ( E x p e r i m e n t o s 2, 3 e 4 ) v i s a r a m a e x p l o r a r u m a s e g u n d a p o s s i b i l i d a d e d e p e s q u i s a : o t r e i n o d e r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s n a a u s ê n c i a d a c o r r e l a ç ã o e n t r e a s p o s i ç õ e s d o s e s t í m u l o s e s u a f u n ç ã o. O p r o b l e m a d e p e s q u i s a m a i s a m p l o c o n t i n u a s e n d o a d e f i n i ç ã o d a s c o n d i ç õ e s n e c e s s á r i a s p a r a a f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e q u i v a l ê n c i a e m a n i m a i s. N e s s e s e s t u d o s s u b s e q ü e n t e s, a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s c o n t i n u o u s e n d o u m a v a r i á v e l c r í t i c a. A e l i m i n a ç ã o d a c o r r e l a ç ã o e n t r e a f u n ç ã o e a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s m o d e l o e c o m p a r a ç ã o f o i u m a t e n t a t i v a d e e l i m i n a r a p o s i ç ã o c o m o f o n t e d e c o n t r o l e. F o r a m u t i l i z a d o s, p o r t a n t o, o u t r o s e s t í m u l o s v i s u a i s ( c o r e s e f o r m a s ) q u e n ã o a p o s i ç ã o. A l g u n s p r o c e d i m e n t o s a d o t a d o s n e s s e s e x p e r i m e n t o s v i s a m a e v i t a r p r o b l e m a s d e g e n e r a l i z a ç ã o e n t r e o s e s t í m u l o s ( e n t r e c o r e s, p o r e x e m p l o ) e e x p l o r a r r e p e r t ó r i o s b á s i c o s c o m o o d e e s c o l h a p o r i d e n t i d a d e g e n e r a l i z a d a. 2 9

40 3 0 EXPERIMENTO I MÉTODO Sujeitos. F o r a m u t i l i z a d o s c o m o s u j e i t o s d o i s m a c a c o s C e b u s a p e l l a ( M 0 5 e M 0 6 ). O s u j e i t o M 0 5, u m a f ê m e a a d u l t a d e a p r o x i m a d a m e n t e q u a t r o a n o s d e i d a d e n o i n í c i o d o e x p e r i m e n t o, h a v i a s i d o s u b m e t i d a a u m e x p e r i m e n t o a n t e r i o r c u j o p r o c e d i m e n t o t a m b é m e n v o l v i a t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s c o m p o s i ç õ e s c o m o e s t í m u l o. O s u j e i t o M 0 6, u m m a c h o s u b - a d u l t o d e a p r o x i m a d a m e n t e t r ê s a n o s d e i d a d e n o i n í c i o d o e x p e r i m e n t o, e r a e x p e r i m e n t a l m e n t e i n g ê n u o. Os animais foram alojados individual mente (no caso de M05) ou em par (no caso de M06) em gaiolas-viveiro externas à sala de coleta de dados e construídas em tela de arame, medindo 2,57 x 1,83 x 1,85 m. No interior de cada uma das gaiolas-viveiro e a 1 metro de altura do solo, foram instaladas três plataformas de madeira, que funcionavam como poleiros, e uma caixa de madeira de 0,47 x 0,49 x 0,47 m que servia de abrigo. Na parede lateral esquerda de cada uma das gaiolas-viveiro, encontrava-se um comedouro tipo bandeja medindo 0,24 x 0,33 x 0,24 m. Na parede lateral direita e a 1 metro de altura do solo, havia uma gaiola de contenção medindo 0,55 x 0,20 x 0,80 m, utilizada para facilitar a captura dos animais e a limpeza da gaiola-viveiro. O s s u j e i t o s, e m g e r a l, f o r a m s u b m e t i d o s a u m a s e s s ã o e x pe r i m e n t a l d i á r i a, c i n c o d i a s p o r s e m a n a ; f o r a m s e m p r e a l i m e n t a d o s u m a ú n i c a v e z p o r d i a ( a p r o x i m a d a m e n t e u m a h o r a a p ó s a c o n c l u s ã o d a s e s s ã o e x p e r i m e n t a l ) e m a n t i d o s e m l i v r e a c e s s o a á g u a. C o m o o s a n i m a i s c o n s u m i a m t o d o o a l i m e n t o p o u c a s h o r a s a p ó s o f o r n e c i m e n t o, n ã o f o i n e c e s s á r i o m a n t ê- l o s e m e s q u e m a d e p r i v a ç ã o, c o m r e s t r i ç ã o d a q u a n t i d a d e d e a l i m e n t o f o r n e c i d a. A d i e t a d o s a n i m a i s e r a c o m p o s t a d e p e d a ç o s d e f r u t a s ( b a n a n a, m a m ã o, l a r a n j a, m e l ã o ), l e g u m e s ( c e n o u r a, r e p o l h o, c o u v e, j e r i m u m ) e r a ç ã o c a n i n a. A d i e t a f o i e v e n t u a l m e n t e e n r i q u e c i d a c o m o v o s c o z i d o s, c a s t a n h a - d o - p a r á, l e i t e e v i t a m i n a s ( p o l i p l e x e c e w i n ) a d i c i o n a d a s à á g u a. D u r a n t e a s s e s s õ e s e x p e r i m e n t a i s, o s s u j e i t o s e r a m a l i m e n t a d o s c o m p e l o t a s d e c o m i d a d e m g c o m s a b o r e a r o m a d e b a n a n a ( N o y e s f o o d p e l l e t s ) f o r n e c i d a s c o m o c o n s e q ü ê n c i a p a r a a s r e s p o s t a s c o r r e t a s. E q u i p a m e n t o. Foi utilizada uma câmara experimental medindo 0,80 x 0,80 x 0,70 m. Na parede frontal da câmara experimental havia uma janela de 0,26 x 0,20 m. Um monitor de tela sensível ao toque foi acoplado a essa janela na câmara experimental e ficava sobre uma prateleira, pelo lado externo. Na parede oposta à que recebia o monitor de vídeo, encontrava-se uma porta de acrílico transparente de 0,40 x 0,30 m. No canto superior direito dessa parede, foram adaptados uma lâmpada e um suporte metálico para uma câmera filmadora. A lâmpada permanecia ligada durante todas as sessões experimentais, ainda que a câmera não estivesse ligada. A base, o teto e a parede lateral esquerda da câm ara experimental foram construídas de tela de aço tipo moeda. Na parede lateral esquerda localizava-se uma porta de 0,35 x 0,20 m, que era utilizada como entrada e saída do sujeito da câmara experimental. Logo abaixo do monitor acoplado à câmara experimental, ficava um computador 486 DX2 66. Um software intitulado TREL versão 2.1 (criado por José Iran A. dos Santos, com financiamento do CNPq), especificamente desenvolvido para experimentos envolvendo treino de relações entre estímulos, foi utilizado para a apresentação dos estímulos e registro das respostas e latências durante as sessões experimentais. Um dispensador automático de pelotas de comida de 190 mg foi utilizado para a conseqüenciação das respostas corretas. O computador, através de uma interface 3 0

41 3 1 (desenvolvida pelo professor José Carlos Simões Fontes, PhD), acionava o comedouro que deixava cair uma pelota de comida a cada acionamento. Através de uma mangueira, a pelota chegava até uma bandeja situada 0,24 m abaixo das chaves de respostas, dentro da câmara experimental. Logo acima da bandeja do comedouro havia uma luz vermelha que acendia no momento em que o comedouro era acionado. E s t í m u l o s. O s e s t í m u l o s, n e s t e e x p e r i m e n t o, d i s t r i b u í a m - s e p e l a s p o s i ç õ e s o c u p a d a s p o r d e z e s s e i s m o l d u r a s q u a d r a d a s d e s e n h a d a s c o m l u z b r a n c a s o b r e f u n d o p r e t o n a t e l a d o m o n i t o r. A s m o l d u r a s q u a d r a d a s e r a m d i s p o s t a s e m f o r m a d e u m a m a t r i z 4 x 4. O c o m p u t a d o r a p r e s e n t a v a a m a t r i z n a t e l a d o m o n i t o r n o i n í c i o d e c a d a t e n t a t i v a. A o f i n a l d a t e n t a t i v a, a t e l a e r a e s c u r e c i d a e as s i m p e r m a n e c i a d u r a n t e t o d o o i n t e r v a l o e n t r e t e n t a t i v a s. C a d a m o l d u r a q u a d r a d a media três centímetros de lado e havia uma distância de 1,3 centímetro entre uma e outra moldura no sentido horizontal e vertical. Os estímulos ativos eram as molduras preenchidas com luz branca ( janelas iluminadas ). As respostas às molduras vazias eram apenas registradas ( janelas apagadas ). N u m e r a n d o - s e o s q u a d r a d o s d a m a t r i z ( d a e s q u e r d a p a r a a d i r e i t a e d e c i m a p a r a b a i x o ) d e u m a d e z e s s e i s, a r b i t r o u - s e q u e : a s p o s i ç õ e s 1, 5 e 9 f u n c i o n a r i a m r e s p e c t i v a m e n t e c o m o e s t í m u l o s A 1, A 2 e A 3 ; a s p o s i ç õ e s 2, 6 e 1 0, c o m o e s t í m u l o s B 1, B 2 e B 3 ; a s p o s i ç õ e s 3, 7 e 1 1, c o m o e s t í m u l o s C 1, C 2 e C 3 (ver Figura 1). A1 B1 C1 I2 I1 A2 B2 C2 D1 D2 D3 I3 H2 H1 A 3 B 3 C 3 E 1 E 2 E 3 H 3 G2 G1 F1 F2 F3 G3 Figura 1 - Distribuição das posições-estímulo na matriz 4 x 4. Na porção esquerda da figura são apresentadas os estímulos dos conjuntos A, B e C. Na porção intermediária da figura estão as posições-estímulo utilizadas para compor os conjuntos D, E e F. Na porção direita da figura estão os conjuntos de estímulos G, H e I. A p ó s o t r e i n o d a l i n h a d e b a s e A B C e, r e c o m b i n a n d o a s p o s i ç õ e s, d e t e r m i n o u - s e q u e : a s p o s i ç õ e s 6, 7 e 8 s e r i a m r e s p e c t i v a m e n t e o s e s t í m u l o s D 1, D 2 e D 3 ; a s p o s i ç õ e s 1 0, 1 1 e 1 2 s e r i a m r e s p e c t i v a m e n t e o s e s t í m u l o s E 1, E 2 e E 3 ; a s p o s i çõ e s 1 4, 1 5 e 1 6 s e r i a m r e s p e c t i v a m e n t e o s e s t í m u l o s F 1, F 2 e F 3. A p ó s a l i n h a d e b a s e D E F, e r e c o m b i n a n d o m a i s u m a v e z a s p o s i ç õ e s - e s t í m u l o : a s p o s i ç õ e s 1 2, 1 1 e 1 5 f u n c i o n a r a m r e s p e c t i v a m e n t e c o m o e s t í m u l o s G 1, G 2 e G 3 ; a s p o s i ç õ e s 7, 6 e 1 0 f u n c i o n a r a m r e s p e c t i v a m e n t e c o m o e s t í m u l o s H 1, H 2 e H 3 ; a s p o s i ç õ e s 2, 1 e 5 f u n c i o n a r a m r e s p e c t i v a m e n t e c o m o e s t í m u l o s I 1, I 2 e I 3. Procedimento: Treino ao comedouro e Modelagem A luz vermelha, situada acima da bandeja do comedouro, e o próprio comedouro podiam ser acionados simultaneamente pelo experimentador utilizando um interruptor manual. O acionamento do comedouro produzia, além do acionamento da luz vermelha, o ruído do dispensador de pelotas e a apresentação de uma pelota de comida na bandeja do comedouro. O treino ao comedouro foi encerrado quando o sujeito, estando 3 1

42 3 2 afastado da bandeja do comedouro, se aproximava da mesma imediatamente após ruído do acionamento do bebedouro. Iniciou-se, então, a modelagem da resposta de tocar nas janelas, com o uso do mesmo interruptor manual e através do método de aproximações sucessivas, até que o sujeito começasse a tocar nas janelas iluminadas, o que acionava automaticamente o comedouro (resposta final). Apenas o sujeito M06 foi submetido a esta fase do experimento. P r é - t r e i n o Foi realizado um pré-treino com o objetivo de fortalecer o desempenho de tocar as janelas iluminadas (ativas) e extinguir o desempenho de tocar janelas apagadas (desligadas). Cada tentativa se iniciava com a apresentação de uma única janela iluminada em qualquer uma das nove posições. Respostas a esse estímulo (tocar na tela do monitor, no ponto onde o estímulo estava sendo apresentado) acionavam o comedouro e encerravam a tentativa, iniciando um intervalo entre tentativas (IET) de 1 segundo. Respostas a qualquer outra chave não tinham conseqüências programadas, mas eram registradas. A apresentação dos estímulos nas nove chaves era balanceada. Cada sessão do pré-treino terminava quando 100 tentativas eram efetuadas ou em quarenta e cinco minutos (o que ocorresse primeiro). O pré-treino foi encerrado quando o percentual tentativas corretas (tentativas em que a primeira resposta do sujeito era na janela iluminada) atingiu 100% por 5 sessões consecutivas. Treino AB Encerrado o pré-treino, procedeu-se o treino das três discriminações condicionais AB (modelo A1, S+ B1, S - B2 e B3; modelo A2, S+ B2, S - B1 e B3; modelo A3, S+ B3, S - B1 e B2). O treino foi realizado em três fases. O critério de aquisição para mudança de fase era a conclusão de 18 tentativas corretas consecutivas. Todas as sessões do treino foram encerradas quando se atingia um dos seguintes critérios: 1) aquisição do desempenho: 18 tentativas corretas consecutivas; 2) duração máxima: 45 minutos de sessão; 3) máximo de tentativas: 72 tentativas efetuadas. Fase 1. Durante a Fase 1 foi realizado o treino da discriminação A1B1. Cada tentativa se iniciava com a apresentação do estímulo A1 como modelo. Respostas a esse estímulo o apagavam e produziam os estímulos de comparação (B1, B2 e B3). Respostas a B1 (S+) eram conseqüenciadas com a apresentação de uma pelota de comida e iniciavam um IET de 1 segundo. Respostas aos estímulos B2 ou B3 (S -) geravam IET (1 segundo) e a mesma tentativa era apresentada novamente (procedimento de correção). Respostas de tocar qualquer outra janela não tinham conseqüências programadas mas eram registradas. Respostas a S+ foram consideradas como acerto e repostas a S - foram consideradas como erro. A Fase 1 foi encerrada quando os sujeitos efetuaram 18 tentativas corretas consecutivas. Fase 2. Durante a Fase 2 foi realizado o treino da discriminação A2B2 e a manutenção do desempenho treinado na fase anterior. Cada tentativa se iniciava com a apresentação de um dos estímulos modelo A1 ou A2. Respostas a estes estímulos produziam os estímulos de comparação B1, B2 e B3. Se A1 fosse apresentado como modelo, B1 funcionava como S+ e B2 e B3 funcionavam como S-. Se A2 fosse apresentado como modelo, B2 funcionava como S+ e B1 e B3 funcionavam como S -. Respostas a S+ eram conseqüenciadas com a apresentação de uma pelota de comida e iniciavam o IET. Respostas a S - geravam IET e correção. Tentativas do tipo A1B1 e A2B2 eram apresentadas em igual proporção. 3 2

43 3 3 Fase 3. Durante a Fase 3, foi realizado o treino da discriminação A3B3 e a manutenção do desempenho treinado nas fases anteriores. Cada tentativa se iniciava com a apresentação de um dos estímulos modelo A1, A2 ou A3. Respostas a estes estímulos produziam os estímulos de comparação B1, B2 e B3. Se A1 fosse apresentado como modelo, B1 funcionava como S+ e B2 e B3 funcionavam como S-. Se A2 fosse apresentado como modelo, B2 funcionava como S+ e B1 e B3 funcionavam como S -. Se A3 fosse apresentado como modelo, B3 funcionava como S+ e B1 e B2 funcionavam como S -. Respostas a S+ eram conseqüenciadas com a apresentação de uma pelota de comida e iniciavam o IET. Respostas a S- geravam IET e correção. Tentativas do tipo A1B1, A2B2 e A3B3 eram apresentadas em igual proporção e em ordem aleatória. Teste de simetria BA Consistiu de um bloco de 48 tentativas, em que 36 eram de linha de base AB (A1-B1, A2-B2 e A3-B3) e 12 eram de teste de simetria BA (B1 -A1, B2 -A2 e B3 -A3). A simetria de cada relação foi testada em quatro tentativas aleatoriamente inseridas no meio de tentativas de linha de base. Todas as t entativas, inclusive as de teste, poderiam resultar em reforçamento caso o sujeito respondesse de acordo com a propriedade de simetria (o que era considerado como acerto). Neste bloco de teste, erros em quaisquer das tentativas não geravam correção. O resultado do teste foi considerado positivo quando atingiu o seguinte critério, para cada relação,: (1) desempenho correto na primeira tentativa; (2) desempenho correto em pelo menos duas das três tentativas subseqüentes (critério usado por Schusterman & Kastak, 1993). Q u a n d o o r e s u l t a d o d o t e s t e e r a p o s i t i v o, o s u j e i t o e r a s u b m e t i d o a n o v o s t r e i n o s d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B C ( B 1 C 1, B 2 C 2 e B 3 C 3 ) e a t e s t e s C B ( s i m e t r i a ), A C ( t r a n s i t i v i d a d e ) e C A ( s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e ). Q u a n d o o r e s u l t a d o d o t e s t e d e s i m e t r i a B A e r a n e g a t i v o o s u j e i t o e r a s u b m e t i d o a t r e i n o d e s i m e t r i a (t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B A ). I n i c i a l m e n t e o s s u j e i t o s e r a m s u b m e t i d o s a r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e c o m r e f o r ç a m e n t o. C a s o e s s e p r o c e d i m e n t o n ã o s e m o s t r a s s e e f e t i v o, e f e t u a v a - s e o t r e i n o B A a d o t a n d o o m e s m o p r o c e d i m e n t o d o t r e i n o A B ( t r ê s f a s e s ). N o f i n a l d o t r e i n o B A, o s s u j e i t o s e r a m s u b m e t i d o s n o v a m e n t e a o b l o c o d e t e n t a t i v a s u s a d o n o t e s t e B A. E m s e g u i d a o s u j e i t o e r a s u b m e t i d o a o t r e i n o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B C e n o v o s t e s t e s d e s i m e t r i a, d e t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e. O p r o c e d i m e n t o a d o t a d o n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e e r a o m e s m o d e s c r i t o a c i m a e m r e l a ç ã o a o t e s t e d e s i m e t r i a B A. T r e i n o d e n o v a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e t e s t e d e p r o p r i e d a d e s e m e r g e n t e s N o v o s t r e i n o s d e l i n h a d e b a s e D E e E F e o s t e s t e s E D e F E, ( s i m e t r i a ), D F ( t r a n s i t i v i d a d e ) e F D ( s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e ) f o r a m e f e t u a d o s. O p r o c e d i m e n t o a d o t a d o f o i o m e s m o d e s c r i t o a n t e r i o r m e n t e ( a d o t a d o n a l i n h a d e b a s e A B C ). O s u j e i t o M 0 6 f o i a i n d a s u b m e t i d o a u m t e r c e i r o c o n j u n t o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s ( G H e H I ) e a o s t e s t e s c o r r e s p o n d e n t e s d e s i m e t r i a, t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e. A o l o n g o d o e x p e r i m e n t o, a l g u m a s m u d a n ç a s d e p r o c e d i m en t o f o r a m a d o t a d a s e m f u n ç ã o d e n e c e s s i d a d e s e s p e c í f i c a s d e t e r m i n a d a s p e l o d e s e m p e n h o d o s s u j e i t o s. E s s a s m u d a n ç a s d e p r o c e d i m e n t o s e r ã o a p r e s e n t a d a s j u n t o c o m o s r e s u l t a d o s. O s d a d o s o b t i d o s n o p r e s e n t e e x p e r i m e n t o s e r ã o d i s c u t i d o s n a m e d i d a e m q u e f o r e m s e n d o a p r e s e n t a d o s, c o m o o b j e t i v o d e t e n t a r c o n t e x t u a l i z a r a h i s t ó r i a d o e x p e r i m e n t o e a s d i s c u s s õ e s d a s q u a i s f o r a m e x t r a í d a s a s d e c i s õ e s. 3 3

44 3 4 R E S U L T A D O S E D I S C U S S Ã O T r e i n o a o c o m e d o u r o e m o d e l a g e m. O t r e i n o a o c o m e d o u r o f o i r e a l i z a d o c o m o s u j e i t o M 0 6 e m um a ú n i c a s e s s ã o, c o m d u r a ç ã o a p r o x i m a d a d e 2 0 m i n u t o s. N o f i n a l d a s e s s ã o, o s u j e i t o, e s t a n d o a f a s t a d o d a b a n d e j a d o c o m e d o u r o, s e a p r o x i m a v a d a m e s m a i m e d i a t a m e n t e a p ó s o a c i o n a m e n t o d o c o m e d o u r o. D u r a n t e a m o d e l a g e m d a r e s p o s t a d e t o c a r a s j a n e l a s i l u m i n a d a s n a t e l a d o c o m p u t a d o r, e f e t u a d a c o m o s u j e i t o M 0 6, f o r a m r e f o r ç a d a s, n e s s a o r d e m, r e s p o s t a s d e : t o c a r a l â m p a d a v e r m e l h a ; t o c a r a b o r d a i n f e r i o r d o m o n i t o r d o c o m p u t a d o r ; t o c a r a t e l a d o m o n i t o r ; t o c a r q u a l q u e r u m a d a s j a n e l a s d o m o n i t o r ; t o c a r a j a n e l a i l u m i n a d a n a t e l a d o m o n i t o r ( r e s p o s t a f i n a l ). A c l a s s e o p e r a n t e o b t i d a n o f i n a l d o p r o c e d i m e n t o d e m o d e l a g e m, c o m o s u j e i t o M 0 6, a p r e s e n t o u d i f e r e n ç a s t o p o g r á f i c a s e m r e l a ç ã o à c l a s s e d e r e s p o s t a s e x i b i d a p e l o s u j e i t o M 0 5, m o d e l a d a e m u m e x p e r i m e n t o a n t e r i o r. A c l a s s e d e r e s p o s t a s a p r e s e n t a d a p e l o s u j e i t o M 0 6 p o d e s e r a s s i m d e f i n i d a m o r f o l o g i c a m e n t e : t o c a r, c o m a s p o n t a s d o s d e d o s d e u m a d a s m ã o s, a j a n e l a i l u m i n a d a n a t e l a d o m o n i t o r. A c l a s s e d e r e s p o s t a s e x i b i d a p e l o s u j e i t o M 0 5 d e f i n e - s e m o r f o l o g i c a m e n t e a s s i m : b a t e r c o m a p a l m a d e u m a d a s m ã o s s o b r e a j a n e l a i l u m i n a d a n a t e l a d o m o n i t o r. O s u j e i t o M 0 6 f o i s u b m e t i d o a o i t o s e s s õ e s d e p r é - t r e i n o. T e n d o a t i n g i d o o c r i t é r i o p a r a e n c e r r a m e n t o d o p r é - t r e i n o, o s u j e i t o f o i s u b m e t i d o a o t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s. L i n h a d e b a s e A B C T r e i n o d e l i n h a d e b a s e A B O treino da linha de base AB (A1B1, A2B2 e A3B3) foi efetuado em 21 sessões, com o sujeito M05 (uma sessão na Fase 1, dezesseis sessões na Fase 2 e quatro sessões na Fase 3 ) e em 16 sessões com o sujeito M06 (cinco sessões na Fase 1, sete sessões na Fase 2 e quatro sessões na Fase 3). A Figura 2 apresenta os percentuais de acerto, por discriminação, para cada uma das sessões do treino AB, com ambos os sujeitos. 3 4

45 3 5 M05 % de acertos 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sessões A1B1 A2B2 A3B3 M06 100% % de acertos 80% 60% 40% 20% 0% Sessões A1B1 A2B2 A3B3 Figura 2 - Percentuais de acerto em cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do treino AB para ambos os sujeitos. Na Fase 1, apenas as tentativas A1B1 eram apresentadas. Na Fase 2, tentativas A1B1 e A2B2 eram apresentadas. Na Fase 3, tentativas A1B1, A2B2 e A3B3 eram apresentadas. A porção superior da figura apresenta os dados do sujeito M05 e a porção inferior apresenta os dados do sujeito M06. N a F a s e 1 d o t r e i n o, q u a n d o a p e n a s t e n t a t i v a s A 1 B 1 e r a m a p r e s e n t a d a s, o s s u j e i t o s a p r e n d e r a m u m a d i s c r i m i n a ç ã o s i m p l e s. A f u n ç ã o S + e S - d o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o ( e s t í m u l o s d i s c r i m i n a t i v o s ) n ã o v a r i a v a e m f u n ç ã o d a a p r e s e n t a ç ã o d e e s t í m u l o s m o d e l o ( e s t í m u l o s c o n d i c i o n a i s ) u m a v e z q u e a p e n a s o e s t í m u l o A 1 f u n c i o n a v a c o m o m o d e l o e a p e n a s o e s t í m u l o B 1 f u n c i o n a v a c o m o S +. N a F a s e 2, o s s u j e i t o s a p r e n d e r a m u m a d i s c r i m i n a ç ã o c o n d i c i o n a l ( s e A 1 é m o d e l o, e n t ã o B 1 é S + e B 2 e B 3 s ã o S- ; S e A 2 é m o d e l o, e n t ã o B 2 é S + e B 1 e B 3 s ã o S- ). N a F a s e 3, o e s t í m u l o B 3, q u e n a s f a s e s a n t er i o r e s s e m p r e f u n c i o n o u c o m o S -, t a m b é m p a s s o u a f u n c i o n a r c o m o S +, n a p r e s e n ç a d e A 3 ( m o d e l o ) q u e a i n d a n ã o h a v i a s i d o a p r e s e n t a d o. E s s a d i f e r e n ç a q u a l i t a t i v a n a s d i s c r i m i n a ç õ e s a p r e n d i d a s n a s F a s e s 1 e 2 d o t r e i n o ( d i s c r i m i n a ç ã o s i m p l e s e d i s c r i m i n a ç ã o co n d i c i o n a l ) e a s e m e l h a n ç a e n t r e a s F a s e s 2 e 3 ( d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s ) t e o r i c a m e n t e p o d e r i a d e t e r m i n a r q u e o s s u j e i t o s p a s s a s s e m m a i s r a p i d a m e n t e p e l a s F a s e s 1 e 3 d o t r e i n o e m a i s l e n t a m e n t e p e l a F a s e 2. I s s o p o d e s e r o b s e r v a d o n o s d a d o s r e l a t i v o s à a q u i s i ç ã o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s A B p e l o s u j e i t o M

46 3 6 O s u j e i t o M 0 6, q u e e r a e x p e r i m e n t a l m e n t e i n g ê n u o n o i n í c i o d o p r e s e n t e e x p e r i m e n t o, p a s s o u p o r m a i s s e s s õ e s q u e o s u j e i t o M 0 5, a t é a t i n g i r o c r i t é r i o d e a q u i s i ç ã o d a F a s e 1. N a s p r i m e i r a s s e s s õ e s a p ó s a i n t r o d u ç ã o d a s t e n t a t i v a s A 2 B 2, n a F a s e 2, o c o r r e u u m a q u e d a n o n ú m e r o d e a c e r t o s n a s t e n t a t i v a s A 1 B 1, p a r a a m b o s o s s u j e i t o s. O s d a d o s d o s u j e i t o M 0 6 m o s t r a m u m a r e d u ç ã o n o n ú m e r o d e a c e r t o s n a s t e n t a t i v a s A 1 B 1 e A 2 B 2, q u a n d o d a i n t r o d u ç ã o d a s t e n t a t i v a s A3 B 3, n a F a s e 3. O s d a d o s d o s u j e i t o M 0 5 n ã o m o s t r a m o m e s m o e f e i t o. T e s t e d e s i m e t r i a B A O s r e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a B A f o r a m n e g a t i v o s p a r a a m b o s o s s u j e i t o s, c o m o m o s t r a a T a b e l a 1. D a d o s d e a q u i s i ç ã o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s c o m p o s i ç õ e s c o m o e s t í m u l o s e g u i d a d e r e s u l t a d o s n e g a t i v o s e m t e s t e d e s i m e t r i a t a m b é m j á h a v i a m s i d o r e l a t a d o s p o r B a r r o s, G a l v ã o & F o n t e s ( ) e D i a s ( ). T a b e l a 1 - R e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e s i m e t r i a B A, c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. O t e s t e d e c a d a r e l a ç ã o f o i f e i t o e m q u a t r o t e n t a t i v a s. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. C é l u l a s v a z i a s i n d i c a m q u e o b l o c o d e t e n t a t i v a s n ã o f o i c o m p l e t a d o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a B 1 A 1 X ( A 2 ) M 0 5 B 2 A 2 X ( A 3 ) C - - B 3 A 3 C C - - B 1 A 1 X ( A 3 ) C X ( A 2 ) X ( A 3 ) M 0 6 B 2 A 2 C X ( A 3 ) C C B 3 A 3 C C C C A p ó s a l g u n s e r r o s s u c e s s i v o s, o s u j e i t o M 0 5 p a r o u d e e m i t i r r e s p o s t a s d e t o c a r o s e s t í m u l o s n o p a i n e l e x p e r i m e n t a l, a u m e n t a n d o a f r e q ü ê n c i a d e r e s p o s t a s d e a u t o l i m p e z a e d e a n d a r n o i n t e r i o r d a c â m a r a e x p e r i m e n t a l. E s s e m e s m o p a d r ã o d e r e s p o s t a s f o i o b t i d o e m u m e x p e r i m e n t o a n t e r i o r c o m o m e s m o s u j e i t o, q u a n d o e r r o s s u c e s s i v o s f o r a m r e g i s t r a d o s. B a r r o s, G a l v ã o & F o n t e s ( ), a n a l i s a n d o o s e r r o s d o s u j e i t o n o t e s t e d e s i m e t r i a, v e r i f i c a r a m q u e o s u j e i t o r e s p o n d e u, d u r a n t e o t e s t e, d e m a n e i r a s e m e l h a n t e a o t r e i n o, e x i b i n d o r e l a ç õ e s e n t r e p o s i ç õ e s s e m e l h a n t e s à s t r e i n a d a s. E s s e t i p o d e r e s u l t a d o n ã o f o i v e r i f i c a d o n o p r e s e n t e e x p e r i m e n t o. A m b o s o s s u j e i t o s f o r a m s u b m e t i d o s n o v a m e n t e a b l o c o s d e l i n h a d e b a s e, a t é a t i n g i r o c r i t é r i o d e 1 8 t e n t a t i v a s c o r r e t a s c o n s e c u t i v a s, e a r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e B A. O o b j e t i v o d e s t a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o u s a d o n o t e s t e, c o m r e f o r ç a m e n t o, f o i t r e i n a r a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B A ( n ã o - e m e r g e n t e s ) n u m b l o c o d e t e n t a t i v a s i d ê n t i c o à q u e l e d o t e s t e B A. O u s o d e s s e p r o c e d i m e n t o e s t á b a s e a d o n a h i p ó t e s e d e q u e o t r e i n o d a s i m e t r i a n a s m e s m a s c o n d i ç õ e s d o t e s t e p o d e r i a p r o d u z i r u m a h i s t ó r i a f a v o r á v e l à e m e r g ê n c i a d e s i m e t r i a a p ó s t r e i n o d e n o v a s l i n h a s d e b a s e. A F i g u r a 3 a p r e s e n t a r e s u m i d a m e n t e o s r e s u l t a d o s d a s quatorze r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e n t a t i v a s u s a d o n o t e s t e B A ( s u j e i t o M 0 5 ) e a ú n i c a r e p e t i ç ã o d o b l o c o e f e t u a d a c o m o s u j e i t o M 0 6. D a s q u a t o r z e s e s s õ e s d e r e p e t i ç ã o d o b l o c o d e t e s t e B A e f e t u a d a s c o m o s u j e i t o M 0 5, o i t o f o r a m e n c e r r a d a s p e l o cr i t é r i o d e d u r a ç ã o m á x i m a ( 4 5 m i n u t o s ). 3 6

47 3 7 N e s t a s o i t o s e s s õ e s, q u a n d o a s p r i m e i r a s t e n t a t i v a s d e t e s t e e r a m a p r e s e n t a d a s, o s u j e i t o p a r a v a d e t o c a r n o s e s t í m u l o s d o p a i n e l e x p e r i m e n t a l. B1A1 B2A2 B3A3 B1A1 B2A2 B3A3 B1A1 B2A2 B3A3 M B1A1 B2A2 B3A M 0 6 Figura 3 - Resultados das repetições do bloco de teste de simetria BA. Cada um dos pequenos quadrados representa uma tentativa. Um conjunto de 12 quadrados representa o bloco de 12 tentativas BA, que eram apresentadas no meio de 36 tentativas de linha de base. A primeira linha de cada conjunto de 12 quadrados representa a relação B1A1; a segunda linha representa a discriminação B2A2; a terceira linha representa a discriminação B3A3. Quadrados preenchidos indicam respostas a comparações definidas como corretas. Quadrados vazios indicam as tentativas com respostas a comparações definidas como erradas. A ausência de alguns quadrados indica que o bloco de tentativas não foi completado. F a l h a s n a p r o g r a m a ç ã o d o e x p e r i m e n t o d e t e r m i n a r a m q u e o s s u j e i t o s f o s s e m s u b m e t i d o s a p r o c e d i m e n t o s d i f e r e n t e s n o t r e i n o d e s i m e t r i a B A. O s u j e i t o M 0 5 f o i s u b m e t i d o a q u a t o r z e r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e / t r e i n o B A e a o t r e i n o B A e m t r ê s f a s e s, s e m e l h a n t e a o t r e i n o A B. O s u j e i t o M 0 6 f o i s u b m e t i d o a a p e n a s u m a r e p e t i ç ã o d o b l o c o B A e a o t r e i n o B A e m e t a p a ú n i c a ( t r ê s d i s c r i m i n a ç õ e s j u n t a s n a p r i m e i r a s e s s ã o ). O d e s e m p e n h o d o s u j e i t o M 0 6 a t i n g i u o c r i t é r i o d e a q u i s i ç ã o ( 1 8 t e n t a t i v a s c o r r e t a s c o n s e c u t i v a s ) n a ú n i c a s e s s ã o d e t r e i n o B A ( B 1 A 1 : 1 0 a c e r t o s e m 1 8 t e n t a t i v a s ; B 2 A 2 : 1 6 a c e r t o s e m 1 8 t e n t a t i v a s ; B 3 A 3 : 1 8 a c e r t o s e m 1 8 t e n t a t i v a s ). E s s a a q u i s i ç ã o r á p i d a d a s d i s c r i m i n a ç õ e s B A n ã o f o i t o m a d a c o m o u m a e v i d ê n c i a d e s i m e t r i a. A F i g u r a 4 m o s t r a o d e s e m p e n h o d o s u j e i t o M 0 5 n a s n o v e s e s s õ e s d o t r e i n o B A. N a s d u a s ú l t i m a s s e s s õ e s d o t r e i n o ( o i t a v a e n o n a s e s s õ e s ), a l é m d a s t e n t a t i v a s B A, f o r a m t a m b é m a p r e s e n t a d a s t e n t a t i v a s A B. O p e r c e n t u a l d e a c e r t o n a s t e n t a t i v a s A B n e s s a s d u a s s e s s õ e s f o i d e 9 0 % n a o i t a v a s e s s ã o e d e % n a n o n a s e s s ã o. 3 7

48 3 8 M05 % de acertos 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sessões B1A1 B2A2 B3A3 Figura 4 - Percentuais de acerto em cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do treino BA para o s u j e i t o M 0 5. O b l o c o d e t e s t e d e s i m e t r i a B A f o i r e a p r e s e n t a d o p a r a a m b o s o s s u j e i t o s a p ó s o t r e i n o d e s i m e t r i a B A. O o b j e t i v o d e s t e r e p e t i ç ã o d o b l o c o B A f o i p r o d u z i r u m a h i s t ó r i a d e r e s p o n d e r à s t e n t a t i v a s A B e B A c o m a l t o s í n d i c e s d e a c e r t o e m b l o c o s d e t e n t a t i v a s i d ê n t i c o s a o s u s a d o s n o s t e s t e s a o l o n g o d e t o d o e s t e e x p e r i m e n t o. O s r e s u l t a d o s d a r e a p r e s e n t a ç ã o d o b l o c o B A e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 2. T a b e l a 2- R e s u l t a d o d a r e a p r e s e n t a ç ã o d o b l o c o d e t e n t a t i v a s u s a d o n o t e s t e B A p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a B 1 A 1 C X ( A 2 ) C C M 0 5 B 2 A 2 C C C C B 3 A 3 C C C C B 1 A 1 C C C C M 0 6 B 2 A 2 C C C C B 3 A 3 C X ( A 2 ) C C O d e s e m p e n h o d e a m b o s o s s u j e i t o s a t i n g i u o c r i t é r i o n o b l o c o d e t e s t e B A, a p ó s o t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B A. T r e i n o d e l i n h a d e b a s e B C O s s u j e i t o s f o r a m, e m s e g u i d a, s u b m e t i d o s a o t r e i n o d a l i n h a d e b a s e B C. A m b o s o s s u j e i t o s e n c e r r a r a m o t r e i n o B C e m a p e n a s t r ê s s e s s õ e s, o u s e j a, a t i n g i r a m o c r i t é r i o d e 1 8 t e n t a t i v a s c o r r e t a s c o n s e c u t i v a s n a p r i m e i r a s e s s ã o d e c a d a u m a d a s F a s e s 1, 2 e 3 d o t r e i n o. O número de sessões necessárias para concluir o treino BC, portanto, foi muito menor do que o número de sessões efetuadas no treino AB. Os dados da aquisição da linha de base BC com sujeito M05 podem ser sumariados da seguinte maneira: Fase 1 100% de acerto; Fase 2 89,13% de acerto; Fase 3 100% de acerto. Os dados do sujeito M06 resumem -se assim: Fase 1 91,30% de 3 8

49 3 9 acerto; Fase 2-91,30% de acerto; Fase 3 100% de acerto. A Tabela 3 apresenta os números de acertos em cada uma das sessões do treino. T a b e l a 3 - Número de acertos e o total de tentativas de cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do t r e i n o B C p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. M 0 5 M 0 6 Acertos/total de tentativas Acertos/total de tentativas B1C1 B2C2 B3C3 T o t a l B1C1 B2C2 B3C3 T o t a l 1 8 / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / 1 8 N ã o s e o b s e r v o u, n o t r e i n o d a l i n h a d e b a s e B C, u m a c u r v a d e a p r e n d i z a g e m c o m o f o i o b s e r v a d o n o t r e i n o d a l i n h a d e b a s e A B. O s s u j e i t o s e x i b i r a m p e r c e n t u a i s d e a c e r t o m u i t o e l e v a d o s d e s d e a p r i m e i r a s e s s ã o d o t r e i n o B C, o q u e n ã o o c o r r e u n a l i n h a d e b a s e A B. T e s t e d e s i m e t r i a C B O s r e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a C B f o r a m p o s i t i v o s p a r a a m b o s o s s u j e i t o s, c o m o m o s t r a a T a b e l a 4. T a b e l a 4 - R e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e s i m e t r i a C B, c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. O t e s t e d e c a d a r e l a ç ã o f o i f e i t o e m q u a t r o t e n t a t i v a s. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a C 1 B 1 C C C C M 0 5 C 2 B 2 C C C C C 3 B 3 C C C C C 1 B 1 C C X ( B 3 ) C M 0 6 C 2 B 2 C C X ( B 1 ) C C 3 B 3 C X ( B 2 ) C C O s d a d o s a t é a q u i a p r e s e n t a d o s p e r m i t e m d u a s i n t e r p r e t a ç õ e s. U m a d e l a s e s t á d e a c o r d o c o m o q u e é s u g e r i d o p o r S c h u s t e r m a n & K a s t a k ( ), B a r r o s e t al. ( ) e D i a s ( ). D e a c o r d o c o m e s t e s t r a b a l h o s, é p o s s í v e l q u e s e j a n e c e s s á r i o a n t e s f o r n e c e r a o s s u j e i t o s u m a h i s t ó r i a a p r o p r i a d a d e e x e m p l o s d e r e l a ç õ e s s i m é t r i c a s e n t r e e s t í m u l o s p a r a o b t e r p o s t e r i o r m e n t e e m e r g ê n c i a d e s i m e t r i a c o m n o v o s c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s. D e a c o r d o c o m o q u e f o i s u g e r i d o p o r S c h u s t e r m a n & K a s t a k ( ), B a r r o s e t a l. ( ) e D i a s ( ), e c o n s i d e r a n d o a p e n a s o s d a d o s a p r e s e n t a d o s a t é a q u i, s e r i a p o s s í v e l c o g i t a r a p o s s i b i l i d a d e d e q u e o s u c e s s o d o s s u j e i t o s n o t e s t e d e s i m e t r i a C B s e r i a d e v i d o a o e x e m p l o d e r e l a ç õ e s s i m é t r i c a s f o r n e c i d o n a l i n h a d e b a s e A B. U m a v e z q u e o s s u j e i t o s f o r a m d i r e t a m e n t e t r e i n a d o s a s e l e c i o n a r o s e s t í m u l o s B n a p r e s e n ç a d o s e s t í m u l o s A e v i c e - v e r s a, o s s u j e i t o s p o d e r i a m t e r e s t a b e l e c i d o o m es m o t i p o d e r e l a ç ã o s i m é t r i c a e n t r e o s e s t í m u l o s B e C, a p ó s o t r e i n o d a s n o v a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B C e s e m a n e c e s s i d a d e t r e i n o a d i c i o n a l. A p o s s í v e l e m e r g ê n c i a d a s i m e t r i a C B s e r i a, p o r t a n t o, d e v i d a a o t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B C n o m e s m o c o n t e x t o e m q u e s e d e s e n v o l v e u a h i s t ó r i a d e 3 9

50 4 0 r e l a ç õ e s s i m é t r i c a s e n t r e o s e s t í m u l o s A e B, d u r a n t e o t r e i n o d a s i m e t r i a A B- B A. S e e s t e a r g u m e n t o e s t i v e r c o r r e t o, o s s u j e i t o s d o p r e s e n t e e x p e r i m e n t o d e v e r i a m p a s s a r e m n o v o s t e s t e s d e s i m e t r i a a p ó s t r e i n o s d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s r e l a c i o n a d a s e n t r e n o v a s p o s i ç õ e s - e s t í m u l o. A o u t r a i n t e r p r e t a ç ã o p o s s í v e l p a r a o s d a d o s r e s u l t a d a c o n s t a t a ç ã o d e q u e a a q u i s i ç ã o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s B C ( B 1 C 1, B 2 C 2 e B 3 C 3 ) f o i r e a l i z a d a m e d i a n t e a u m a q u a n t i d a d e d e t r e i n o m u i t o m e n o r d o q u e a s r e l a ç õ e s A B. O b s e r v a n d o o s d a d o s c o n t i d o s n a T a b e l a 3 é p o s s í v e l p e r c e b e r q u e o s s u j e i t o s j á i n i c i a r a m o t r e i n o B C c o m e l e v a d o s n ú m e r o s d e a c e r t o s. É p o s s í v e l q u e o d e s e m p e n h o q u e a q u i e s t á s e n d o c h a m a d o d e l i n h a d e b a s e B C n ã o c o n s t i t u a u m n o v o c o n j u n t o d e d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s r e l a c i o n a d a s. A s r e l a ç õ e s e n t r e o s c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s A e B e e n t r e o s c o n j u n t o s B e C e r a m p a r a l e l a s ( v e r F i g u r a 1 ). N o t r e i n o A B, o s s u j e i t o s r e l a c i o n a r a m t r ê s e s t í m u l o s d a p r i m e i r a c o l u n a d a m a t ri z c o m t r ê s e s t í m u l o s d a s e g u n d a c o l u n a. O e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o c o r r e t o e s t a v a s e m p r e i m e d i a t a m e n t e à d i r e i t a d o e s t í m u l o m o d e l o. N o t r e i n o B C o m e s m o t i p o d e r e l a ç ã o e r a e s t a b e l e c i d o e n t r e t r ê s e s t í m u l o s d a s e g u n d a e t r ê s e s t í m u l o s d a t e r c e i r a c o l u n a. É p o s s í v e l q u e n e n h u m d e s e m p e n h o n o v o t e n h a s i d o t r e i n a d o n o s b l o c o s B C. O s m e s m o s e s t í m u l o s q u e o s s u j e i t o s r e l a c i o n a r a m n o t r e i n o A B ( p r i m e i r a e s e g u n d a c o l u n a s d a m a t r i z ) a p a r e c i a m a g o r a l i g e i r a m e n t e d e s l o c a d o s p a r a a d i r e i t a ( s e g u n d a e t e r c e i r a c o l u n a s d a m a t r i z ), m a s m a n t i n h a m e n t r e s i a s m e s m a s r e l a ç õ e s : o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o c o r r e t o c o n t i n u a v a s e n d o a q u e l e a p r e s e n t a d o i m e d i a t a m e n t e à d i r e i t a d o m o d e l o. E s t e a r g u m e n t o e x p l i c a o f a t o d e n ã o s e o b s e r v a r u m a c u r v a d e a p r e n d i z a g e m n o t r e i n o B C. O s r e s u l t a d o s p o s i t i v o s n o t e s t e d e s i m e t r i a C B, d e a c o r d o c o m e s t e a r g u m e n t o, n ã o p o d e r i a m s e r e n t e n d i d o s c o m o i n d í c i o d e d e s e m p e n h o d e m a t c h i n g- t o - s a m p l e o u, s e j a, f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e q u i v a l e n t e s. N o t e s t e C B o s s u j e i t o s r e l a c i o n a r a m o s e s t í m u l o s d a t e r c e i r a c o l u n a d a m a t r i z c o m o s e s t í m u l o s d a s e g u n d a c o l u n a, d e m a n e i r a i d ê n t i c a à q u e t i n h a m s i d o d i r e t a m e n t e e n s i n a d o s d u r a n t e o t r e i n o d e s i m e t r i a B A, r e l a c i o n a n d o o s e s t í m u l o s d a s e g u n d a c o l u n a c o m o s d a p r i m e i r a. D e a c o r d o c o m e s t a s e g u n d a i n t e r p r e t a ç ã o d o s d a d o s, s e o s s u j e i t o s f o s s e m s u b m e t i d o s a t e s t e s d e s i m e t r i a, a p ó s o t r e i n o d e r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e n t r e n o v a s p o s i ç õ e s - e s t í m u l o, e l e s f a l h a r i a m n e s s e s t e s t e s p o r q u e o d e s e m p e n h o t r e i n a d o n a s l i n h a s d e b a s e A B e B C n ã o s e a p l i c a r i a m a e s s a n o v a l i n h a d e b a s e. E s s a d i s c u s s ã o a p o n t a p a r a a n e c e s s i d a d e d e t r e i n o d e u m a n o v a l i n h a d e b a s e. A n t e s d i s s o e n t r e t a n t o, o s s u j e i t o s f o r a m s u b m e t i d o s a t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e. T e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e A C e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e C A. P a r a a r e a l i z a ç ã o d e s t e s t e s t e s, o s s u j e i t o s f o r a m s u b m e t i d o s a b l o c o s d e t e n t a t i v a s c o m p o s t o s t a n t o d e t e n t a t i v a s A B q u a n t o d e t e n t a t i v a s B C ( l i n h a d e b a s e m i s t a A B- B C ). O d e s e m p e n h o d o s s u j e i t o s a t i n g i u o c r i t é r i o ( 1 8 t e n t a t i v a s c o r r e t a s c o n s ec u t i v a s ) n a p r i m e i r a s e s s ã o. T e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e A C e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e C A f o r a m c o n d u z i d o s e o s d a d o s e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a

51 4 1 T a b e l a 5- R e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e A C e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e C A, c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. O t e s t e d e c a d a r e l a ç ã o f o i f e i t o e m q u a t r o t e n t a t i v a s. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a A 1 C 1 C C C C M 0 5 A 2 C 2 C C C C A 3 C 3 C C X ( C 2 ) C A 1 C 1 C C C C M 0 6 A 2 C 2 C C C C A 3 C 3 C C X ( C 2 ) X ( C 2 ) C 1 A 1 C X ( A 2 ) X ( A 2 ) X ( A 3 ) M 0 5 C 2 A 2 C X ( A 3 ) C C C 3 A 3 C X ( A 2 ) C X ( A 1 ) C 1 A 1 X ( A 2 ) X ( A 2 ) C X ( A 2 ) M 0 6 C 2 A 2 C C X ( A 3 ) X ( A 3 ) C 3 A 3 X ( A 2 ) X ( A 2 ) C C F o r a m o b s e r v a d o s, p a r a a m b o s o s s u j e i t o s, a l t o n ú m e r o d e a c e r t o n o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e A C e b a i x o n ú m e r o d e a c e r t o n o t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e C A. O s u j e i t o M 0 5 a t i n g i u o c r i t é r i o n o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e A C. O m e s m o n ã o o c o r r e u c o m o s u j e i t o M 0 6, q u e f i c o u m u i t o p r ó x i m o d o c r i t é r i o. A m b o s o s s u j e i t o s f a l h a r a m n o t e s t e d e e q u i v a l ê n c i a. C o n s i d e r a n d o a s c o n c l u s õ e s p a r c i a i s a c i m a m e n c i o n a d a s, c a b e r i a l e v a n t a r a l g u m a s q u e s t õ e s : 1 ) Q u a i s s e r i a m o s r e s u l t a d o s d e n o v o s t e s t e s d e s i m e t r i a a p ó s t r e i n o d e n o v a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s e n t r e p o s i ç õ e s - e s t í m u l o? 2 ) P o r q u e o s s u j e i t o s a p r e s e n t a r a m e x c e l e n t e d e s e m p e n h o n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e, s e m n e n h u m a e x p e r i ê n c i a p r é v i a c o m e x e m p l o s d e r e l a ç õ e s t r a n s i t i v a s? 3 ) P o r q u e o s s u j e i t o s f a l h a r a m n o t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e? E s t a s q u e s t õ e s i n d i c a r a m q u e, d e f a t o, o t r e i n o d e n o v a s l i n h a s d e b a s e, u s a n d o o u t r o s c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s ( r e c o m b i n a ç õ e s d a s p o s i ç õ e s d a m a t r i z ) d e v e r i a s e r e f e t u a d o a p ó s o t r e i n o d a s r e l a ç õ e s n ã o e m e r g e n t e s ( t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e ), r e a l i z a d o c o m o o b j e t i v o d e f o r n e c e r a o s s u j e i t o s u m a h i s t ó r i a d e r e l a ç õ e s s i m é t r i c o - t r a n s i t i v a s. O s u j e i t o M 0 6 f o i s u b m e t i d o a t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s c o n g r u e n t e s c o m a n o ç ã o d e t r a n s i t i v i d a d e e e q u i v a l ê n c i a e o s u j e i t o M 0 5, a p e n a s a t r e i n o d a s r e l a ç õ e s d e e q u i v a l ê n c i a. O p r o c e d i m e n t o d e t r e i n o c o n s i s t i u d e r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e c o m r e f o r ç a m e n t o. O s u j e i t o M 0 5 f o i s u b m e t i d o a s e t e r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e e q u i v a l ê n c i a. C o m o o c r i t é r i o n ã o f o i a t i n g i d o, r e a l i z o u - s e u m t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s C 1 A 1, C 2 A 2 e C 3 A 3 e m t r ê s f a s e s, d e m o d o s e m e l h a n t e a o d e s c r i t o n o t r e i n o A B. O s u j e i t o M 0 6 a t i n g i u o c r i t é r i o d e t r a n s i t i v i d a d e n a q u a r t a r e p e t i ç ã o d o b l o c o e a t i n g i u o c r i t é r i o d e e q u i v a l ê n c i a n a d é c i m a o i t a v a r e p e t i ç ã o d o b l o c o. 4 1

52 4 2 A F i g u r a 5 s u m a r i z a o s d a d o s d e c a d a r e p e t i ç ã o d o s b l o c o s d e t e s t e, p a r a a m b o s o s s u j e i t o s. M 0 5 E Q U I V A L Ê N C I A C 1 A 1 C 2 A 2 C 3 A C 1 A 1 C 2 A 2 C 3 A 3 M 0 6 T R A N S I T I V I D A D E A 1 C 1 A 2 C 2 A 3 C 3 E Q U I V A L Ê N C I A C 1 A 1 C 2 A 2 C 3 A 3 C 1 A1 C 2 A 2 C 3 A 3 C 1 A 1 C 2 A 2 C 3 A 3 C 1 A 1 C 2 A 2 C 3 A F i g u r a 5 - R e s u l t a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e e q u i v a l ê n c i a p a r a o s u j e i t o M 0 5 e t r a n s i t i v i d a d e e e q u i v a l ê n c i a p a r a o s u j e i t o M 0 6. C a d a u m d o s p e q u e n o s q u a d r a d o s r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. U m c o n j u n t o d e 1 2 q u a d r a d o s r e p r e s e n t a u m b l o c o d e 1 2 t e n t a t i v a s q u e e r a m a p r e s e n t a d a s n o m e i o d e 3 6 t e n t a t i v a s d e l i n h a d e b a s e. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como c o r r e t a s. Q u a d r a d o s v a z i o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como e r r a d a s. A a u s ê n c i a d e a l g u n s q u a d r a d o s i n d i c a q u e o b l o c o n ã o f o i c o m p l e t a d o. C o m o s e p o d e o b s e r v a r n a F i g u r a 5, m e s m o a p ó s s e t e r e p e t i ç õ e s d o b l o c o C A, o s u j e i t o M 0 5 n ã o a p r e n d e u a s r e l a ç õ e s C 1 A 1, C 2 A 2 e C 3 A 3 q u e f o r a m t r e i n a d a s d e p o i s s e p a r a d a m e n t e. O s d a d o s d o t r e i n o d e e q u i v a l ê n c i a d o s u j e i t o M 0 5 e n c o n t r a m - s e n a F i g u r a

53 4 3 M05 % de acerto 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sessões C1A1 C2A2 C3A3 Figura 6 - Apresenta os percentuais de acertos em cada discriminação para cada uma das quinze sessões das Fases 1, 2 e 3 do treino CA para o sujeito M05. O s u j e i t o M 0 5 a p r e s e n t o u g r a n d e d i f i c u l d a d e d e a q u i s i ç ã o d a r e l a ç ã o C 2 A 2. N a s é t i m a s e s s ã o d o t r e i n o d e s s a r e l a ç ã o, a s t e n t a t i v a s C 1 A 1 f o r a m r e t i r a d a s d o s b l o c o s d e t r e i n o, p e r m a n e c e n d o a p e n a s a s t e n t a t i v a s C 2 A 2. N a d é c i m a s e g u n d a s e s s ã o d o t r e i n o, q u a n d o o n ú m e r o d e a c e r t o s n a d i s c r i m i n a ç ã o C 2 A 2 e r a a l t o, v o l t o u - s e a a p r e s e n t a r t e n t a t i v a s C 1 A 1 j u n t o c o m a s t e n t a t i v a s C 2 A 2. A s t e n t a t i v a s C 3 A 3 f o r a m i n t r o d u z i d a s n a d é c i m a q u a r t a s e s s ã o. O t r e i n o C A f o i c o n c l u í d o e m q u i n z e s e s s õ e s. A T a b e l a 5 m o s t r a o s r e s u l t a d o s d a r e a p r e s e n t a ç ã o d o b l o c o d e t e s t e d e C A a p ó s o t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s C A, p a r a o s u j e i t o M 0 5. T a b e l a 6 - R e s u l t a d o s d a r e a p r e s e n t a ç ã o d o b l o c o C A p a r a o s u j e i t o M 0 5. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o M 0 5. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a C 1 A 1 C C C C M 0 5 C 2 A 2 C C C C C 3 A 3 C C C X ( A 2 ) J á f o i l e v a n t a d a a n t e r i o r m e n t e a q u e s t ã o a r e s p e i t o d o s m o t i v o s p e l o s q u a i s o s s u j e i t o s m o s t r a r a m e l e v a d o s n ú m e r o s d e a c e r t o s n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e e b a i x o n ú m e r o d e a c e r t o s n o s t e s t e s d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e. É p o s s í v e l q u e i s s o s e j a d e v i d o a o f a t o d e q u e o d e s e m p e n h o e x i g i d o n o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e A C é m u i t o s e m e l h a n t e a o d e s e m p e n h o q u e o s s u j e i t o s e x i b i r a m n o b l o c o d e t en t a t i v a s A B e B C, r e a l i z a d o m i n u t o s a n t e s d a s e s s ã o d e t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e A C. E l e v a d o s n ú m e r o s d e a c e r t o s f o r a m v e r i f i c a d o s d e s d e a p r i m e i r a v e z q u e o s s u j e i t o s f o r a m s u b m e t i d o s a o s b l o c o s d e l i n h a d e b a s e m i s t a. O s s u j e i t o s r e l a c i o n a v a m t r ê s e s t í m u l o s d a p r i m e i r a c o l u n a d a m a t r i z c o m t r ê s e s t í m u l o s d a s e g u n d a e e s t e s c o m t r ê s e s t í m u l o s d a t e r c e i r a. E s s e t i p o d e t r e i n o p o d e t e r c o n t r i b u í d o p a r a q u e o s s u j e i t o s a p r e s e n t a s s e m n ú m e r o d e a c e r t o s e l e v a d o n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e, c o n s i d e r a n d o q u e f o r a m o b s e r v a d a s r e s p o s t a s m e d i a d o r a s n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e ( o s s u j e i t o s r e s p o n d i a m a o e s t í m u l o A 1 c o m o m o d e l o, d e p o i s r e s p o n d i a m a 4 3

54 4 4 B 1, m e s m o q u e a j a n e l a e s t i v e s s e a p a g a d a, e e n t ã o r e s p o n d i a m a C 1 - c o m p a r a ç ã o c o r r e t a n o t e s t e A C ). E s s e f a t o t a m b é m f o i r e l a t a d o p o r K e n d a l ( ) e f o i i n v e s t i g a d o p o r L i p k e n s, K o p & M a t h j i s, ). N e s s e s d o i s t r a b a l h o s, a p o s i ç ã o d o s e s t í m u l o s f a z i a p a r t e d o c o n t r o l e d a s r e s p o s t a s. O l h a n d o p a r a o s d a d o s d e s s a m a n e i r a é p o s s í v e l c o m p r e e n d e r t a m b é m p o r q u e o s s u j e i t o s e x i b i r a m b a i x o n ú m e r o d e a c e r t o s n o t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e ( C A ) : h a v i a p o u c o s p r é - r e q u i s i t o s n a h i s t ó r i a d o s s u j e i t o s q u e p e r m i t i s s e m r e l a c i o n a r o s e s t í m u l o s d a t e r c e i r a c o l u n a d a m a t r i z c o m o s e s t í m u l o s d a p r i m e i r a. D e a c o r d o c o m e s t e a r g u m e n t o, p o r t a n t o, o s r e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e a q u i a p r e s e n t a d o s t a m b é m n ã o p o d e m s e r t o m a d o s c o m o e v i d ê n c i a s d o v e r d a d e i r o d e s e m p e n h o d e m a t c h i n g- t o - s a m p l e ( o u s e j a a f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e q u i v a l ê n c i a ). P a r a c o l o c a r e m t e s t e a s p o s s i b i l i d a d e s e x p l i c a t i v a s a c i m a e x p o s t a s, o s s u j e i t o s f o r a m s u b m e t i d o s a o t r e i n o d e u m a n o v a l i n h a d e b a s e ( r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s D E e E F ) e a n o v o s t e s t e s d e s i m e t r i a, t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e. L i n h a d e b a s e D E F T r e i n o d e l i n h a d e b a s e D E O s s u j e i t o s f o r a m i n i c i a l m e n t e s u b m e t i d o s a t r e i n o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s D E ( D 1 E 1, D 2 E 2 e D 3 E 3 ). O s u j e i t o M 0 5 c o n c l u i u o t r e i n o D E e m c i n c o s e s s õ e s ( u m a p a r a a F a s e 1, d u a s p a r a a F a s e 2 e d u a s p a r a a F a s e 3 ). O s u j e i t o M 0 6 c o n c l u i u o t r e i n o D E e m t r ê s s e s s õ e s ( c a d a f a s e d o t r e i n o f o i e f e t u a d a e m u m a ú n i c a s e s s ã o ). A T a b e l a 7 a p r e s e n t a d o s d a d o s d o t r e i n o D E p a r a a m b o s o s s u j e i t o s. T a b e l a 7 - Número de acertos e o total de tentativas de cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do t r e i n o D E p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. M 0 5 M 0 6 Acertos/total de tentativas acertos/total de tentativas D 1 E 1 D 2 E 2 D 3 E 3 T o t a l D 1 E 1 D 2 E 2 D 3 E 3 T o t a l 2 3 / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / 4 2 O s s u j e i t o s a p r e n d e r a m a s d i s c r i m i n a ç õ e s D 1 E 1, D 2 E 2 e D 3 E 3, a p r e s e n t a n d o b a i x o n ú m e r o d e e r r o s. A d i f e r e n ç a b á s i c a e n t r e a s r e l a ç õ e s t r e i n a d a s n a s d u a s l i n h a s d e b a s e e r a q u e n a l i n h a d e b a s e A B C r e l a c i o n a v a m - s e, h o r i z o n t a l m e n t e e d a e s q u e r d a p a r a a d i r e i t a, t r ê s e s t í m u l o s d a p r i m e i r a, s e g u n d a e t e r c e i r a c o l u n a s d a m a t r i z e n a l i n h a d e b a s e D E F r e l a c i o n a v a m - s e, v e r t i c a l m e n t e e d e c i m a p a r a b a i x o, t r ê s e s t í m u l o s d a s e g u n d a t e r c e i r a e q u a r t a l i n h a s d a m a t r i z ( v e r Fi g u r a 1 ). E x a t a m e n t e p o r c a u s a d e s s a s e m e l h a n ç a e n t r e a s l i n h a s d e b a s e A B C e D E F, é i m p o r t a n t e d e s t a c a r u m d a d o r e s u l t a n t e d a o b s e r v a ç ã o d o s u j e i t o M 0 6 d u r a n t e a s s e s s õ e s d e t r e i n o d a l i n h a d e b a s e D E. O s u j e i t o M 0 6, a c a d a t e n t a t i v a d u r a n t e t o d o o t r e i n o D E, p r i m e i r o r e s p o n d i a a o e s t í m u l o m o d e l o, d e p o i s m o v i m e n t a v a a c a b e ç a p a r a a d i r e i t a, a p r o x i m a n d o - a d o o m b r o d i r e i t o, a n t e s d e r e s p o n d e r a o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o. A p a r e n t e m e n t e, e s s a m o v i m e n t a ç ã o d a c a b e ç a d o s u j e i t o, d a p o s i ç ã o v e r t i c a l p a r a a p o s i ç ã o h o r i z o n t a l, t o r n a v a a s n o v a s r e l a ç õ e s D E m u i t o p a r e c i d a s c o m a s r e l a ç õ e s j á 4 4

55 4 5 c o n h e c i d a s n o t r e i n o A B. E s s e f a t o p o d e t e r d e t e r m i n a d o q u e o s u j e i t o M 0 6 t e n h a c o n c l u í d o o t r e i n o D E c o m g r a n d e f a c i l i d a d e. T e s t e d e s i m e t r i a E D O s d a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a E D p a r a a m b o s o s s u j e i t o s e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 8. T a b e l a 8 - R e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e s i m e t r i a E D c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. O t e s t e d e c a d a r e l a ç ã o f o i f e i t o e m q u a t r o t e n t a t i v a s. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a E 1 D 1 C C C C M 0 5 E 2 D 2 X ( D 3 ) C X ( D 3 ) X ( D 1 ) E 3 D 3 C C C X ( D 1 ) E 1 D 1 C C X ( D 2 ) C M 0 6 E 2 D 2 X ( D 3 ) C C X ( D 3 ) E 3 D 3 C C C C A p e s a r d o s s u j e i t o s t e r e m r e s p o n d i d o d e a c o r d o c o m o e s p e r a d o p o r s i m e t r i a e m v á r i a s t e n t a t i v a s, o d e s e m p e n h o d e a m b o s o s s u j e i t o s n ã o a t i n g i u o c r i t é r i o p a r a o t e s t e d e s i m e t r i a E D. O s s u j e i t o s f o r a m, e n t ã o, s u b m e t i d o s a r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e, d e m o d o s e m e l h a n t e a o q u e f o i e f e t u a d o n a l i n h a d e b a s e A B C. A F i g u r a 7 r e s u m e o s d a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e E D. M 0 5 E 1 D 1 E 2 D 2 E 3 D 3 E 1 D 1 E 2 D 2 E 3 D M F i g u r a 7 M o s t r a o s r e s u l t a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e s i m e t r i a E D p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como c o r r e t a s. Q u a d r a d o s v a z i o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como e r r a d a s. N a p r i m e i r a r e p e t i ç ã o o b l o c o d e t e s t e E D, o d e s e m p e n h o d o s u j e i t o M 0 6 n a l i n h a d e b a s e E D a p r e s e n t o u a c e n t u a d a q u e d a. N a m e s m a s e s s ã o e m q u e s e o b s e r v o u q u e d a n o d e s e m p e n h o d a l i n h a d e b a s e D E, v e r i f i c o u - s e q u e o s u j e i t o M 0 6 r a r a m e n t e o r i e n t a v a a c a b e ç a n a p o s i ç ã o h o r i z o n t a l a n t e s d e r e s p o n d e r a o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o, c o m o o b s e r v a d o n a s s es s õ e s a n t e r i o r e s. O s u j e i t o M 0 6 f o i s u b m e t i d o, e n t ã o, a c i n c o s e s s õ e s c o n s e c u t i v a s d e t r e i n o D E a n t e s d e e f e t u a r a s e g u n d a s e s s ã o d e r e p e t i ç ã o d o b l o c o E D. A F i g u r a 8 a p r e s e n t a o s d a d o s d e s s a s c i n c o s e s s õ e s e f e t u a d a s c o m o o b j e t i v o d e r e c u p e r a r o d e s e m p e n h o d a l i n h a d e b a s e D E. 4 5

56 4 6 M06 % de acertos 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sessões D1E1 D2E2 D3E3 Figura 8 - Percentuais de acertos em cada discriminação para cada uma das cinco sessões de treino DE para o s u j e i t o M 0 6. O s d a d o s c o n t i d o s n a F i g u r a 8 m o s t r a m q u e a q u e d a n o d e s e m p e n h o f o i m a i o r n a d i s c r i m i n a ç ã o D 3 E 3 d o q u e n a s d i s c r i m i n a ç õ e s D 1 E 1 e D 2 E 2. O d e s e m p e n h o d o s u j e i t o a t i n g i u o c r i t é r i o d e 1 8 t e n t a t i v a s c o r r e t a s c o n s e c u t i v a s n a q u i n t a s e s s ã o e o n ú m e r o d e a c e r t o s n a d i s c r i m i n a ç ã o D 3 E 3 s e e q u i p a r o u a o n ú m e r o d e a c e r t o s n a s d e m a i s d i s c r i m i n a ç õ e s. T r e i n o d a l i n h a d e b a s e E F O s s u j e i t o s f o r a m e n t ã o s u b m e t i d o s a o t r e i n o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s c o n d i c i o n a i s E F ( E 1 F 1, E 2 F 2 e E 3 F 3 ), c u j o s d a d o s e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 9. T a b e l a 9 - Número de acertos e total de tentativas de cada discriminação a cada sessão das F a s e s 1, 2 e 3 d o t r e i n o E F p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. M 0 5 M 0 6 acertos/total de tentativas Acertos/total de tentativas E1F1 E2F2 E3F3 T o t a l E1F1 E2F2 E3F3 T o t a l 1 8 / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / 2 9 D e m a n e i r a s e m e l h a n t e a o q u e f o i o b s e r v a d o n a l i n h a d e b a s e A B C, o s s u j e i t o s a p r e s e n t a r a m e l e v a d o s n ú m e r o s d e a c e r t o s n a l i n h a d e b a s e E F d e s d e a p r i m e i r a s e s s ã o. N a s d i s c r i m i n a ç õ e s D E, o s s u j e i t o s r e l a c i o n a v a m v e r t i c a l m e n t e e d e c i m a p a r a b a i x o t r ê s e s t í m u l o s d a s e g u n d a e d a t e r c e i r a l i n h a d a m a t r i z. N a l i n h a d e b a s e E F o s s u j e i t o s f a z i a m o m e s m o c o m o s e s t í m u l o s d a t e r c e i r a e q u a r t a l i n h a s d a m a t r i z. T e s t e d e s i m e t r i a F E O s r e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a F E f o r a m n e g a t i v o s p a r a a m b o s o s s u j e i t o s e e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a

57 4 7 T a b e l a R e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e s i m e t r i a F E c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. O t e s t e d e c a d a r e l a ç ã o f o i f e i t o e m q u a t r o t e n t a t i v a s. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a F 1 E 1 C C C C M 0 5 F 2 E 2 C C C X ( E 1 ) F 3 E 3 X ( E 2 ) X ( E 2 ) X ( E 2 ) C F 1 E 1 X ( E 2 ) X ( E 2 ) C X ( E 2 ) M 0 6 F 2 E 2 C X ( E 3 ) C X ( E 3 ) F 3 E 3 C C C C C o m o o s s u j e i t o s n ã o p a s s a r a m n o t e s t e d e s i m e t r i a F E, f o r a m s u b m e t i d o s a t r e i n o d e s t a s r e l a ç õ e s. O s d a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e F E e n c o n t r a m - s e n a F i g u r a 9 M 0 5 M F 1 E 1 F 2 E 2 F 3 E 3 F i g u r a 9 - R e s u l t a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e s i m e t r i a F E p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como c o r r e t a s. Q u a d r a d o s v a z i o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como e r r a d a s. O s r e s u l t ad o s n e g a t i v o s n o t e s t e d e s i m e t r i a E D e n f r a q u e c e m o a r g u m e n t o d e a c o r d o c o m o q u a l o s r e s u l t a d o s p o s i t i v o s n o t e s t e d e s i m e t r i a C B s e r i a m r e s u l t a d o d a h i s t ó r i a d e t r e i n o d e s i m e t r i a A B- B A. A e x p e r i ê n c i a d o s s u j e i t o s c o m r e l a ç õ e s d e s i m e t r i a d u r a n t e a l i n h a d e b a s e A B C n ã o f a c i l i t o u a e m e r g ê n c i a d e s i m e t r i a n a l i n h a d e b a s e D E F. O s s u j e i t o s n ã o p a s s a r a m n o t e s t e d e s i m e t r i a E D. S e t r e i n o d e s i m e t r i a A B B A t i v e s s e p r o d u z i d o o c o n t e x t o p a r a e m e r g ê n c i a d e s i m e t r i a c o m n o v a s r e l a ç õ e s e n t r e p o s i ç õ e s, o s r e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a E D t e r i a m s i d o p o s i t i v o s. O s d a d o s d a l i n h a d e b a s e E F t a m b é m n ã o e s t ã o c o m p l e t a m e n t e d e a c o r d o c o m a s u p o s i ç ã o d e q u e a s e g u n d a l i n h a d e b a s e t r e i n a d a ( E F ) s e r i a u m a r é p l i c a d a p r i m e i r a ( D E ). U m a c o n f i r m a ç ã o c o n v i n c e n t e d e s s e a r g u m e n t o t e r i a s i d o o b t i d a s e s e t i v e s s e o b t i d o r e s u l t a d o s p o s i t i v o s n o t e s t e d e s i m e t r i a F E, a p ó s o t r e i n o d e s i m e t r i a E D. E n t r e t a n t o, s e e s s e a r g u m e n t o n ã o f o r l e v a d o a e s s e e x t r e m o, t o r n a - s e v á l i d o d e s t a c a r a l g u m a s d i f e r e n ç a s n o s p r o c e d i m e n t o s e r e s u l t a d o s o b t i d o s n o s t e s t e s e t r e i n o s d e s i m e t r i a n a s d u a s l i n h a s d e b a s e. N a l i n h a d e b a s e A B C, o s s u j e i t o s, a p ó s o s r e s u l t a d o s n e g a t i v o s n o t e s t e d e s i m e t r i a B A, f o r a m s u b m e t i d o s n ã o a p e n a s à r e p e t i ç ã o d o b l o c o B A, m a s t a m b é m a t r e i n o d a s d i s c r i m i n a ç õ e s B A s e p a r a d a m e n t e ( M 0 5 ) e a b l o c o s d e t e n t a t i v a s A B e B A b a l a n c e a d o s. ( M 0 5 e M 0 6 ). C o n s i d e r a n d o - s e q u e n o t e s t e C B o s s u j e i t o s n ã o e x i b i r a m n e n h u m c o m p o r t a m e n t o n o v o, m a s a p e n a s r e s p o n d e r a m d e a c o r d o c o m o q u e f o r a m t r e i n a d o s ( r e p e t i ç ã o d o s b l o c o s d e t e s t e e t r e i n o i n t e n s i v o ), e n t ã o o s r e s u l t a d o s p o s i t i v o s n o t e s t e C B f o r a m s i g n i f i c a t i v a m e n t e i n f l u e n c i a d o s p e l o t r e i n o A B- B A. O t r e i n o d a s i m e t r i a E D ( l i n h a d e b a s e D E F ) f o i m a i s c u r t o q u e o t r e i n o d a s i m e t r i a B A ( l i n h a d e b a s e A B C ) e a s r e l a ç õ e s D 1 E 1, D 2 E 2 e D 3 E 3 n ã o f o r a m t r e i n a d a s 4 7

58 4 8 s e p a r a d a m e n t e e d e m o d o i n t e n s i v o c o m o n o t r e i n o B A. C o n s i d e r a n d o - s e i s s o, u m a q u e s t ã o p e r m a n e c e s e m r e s p o s t a : o s r e s u l t a d o s d o t e s t e F E p o d e r i a m t e r s i d o s e m e l h a n t e s a o s r e s u l t a d o s d o t e s t e C B s e u m a l o n g a e x p e r i ê n c i a c o m a s r e l a ç õ e s D E e E D t i v e s s e s i d o f o r n e c i d a a o s s u j e i t o s? U m o u t r o a s p e c t o a s e r l e v a d o e m c o n s i d e r a ç ã o d i z r e s p e i t o a o s r e s u l t a d o s d o t r e i n o d e s i m e t r i a F E. P a r a a m b o s o s s u j e i t o s, o c r i t é r i o d o b l o c o d e t e s t e f o i a t i n g i d o n a s e g u n d a r e p e t i ç ã o d o b l o c o. A l é m d i s s o, u m n ú m e r o e l e v a d o d e r e s p o s t a s c o r r e t a s p o d e s e r o b s e r v a d o j á n a p r i m e i r a r e p e t i ç ã o d o b l o c o F E. E s s e f a t o p o d e a u m e n t a r a i n d a m a i s o v a l o r d a q u e s t ã o l e v a n t a d a n o p a r á g r a f o a n t e r i o r. O s d a d o s a p o n t a m n o v a m e n t e p a r a a n e c e s s i d a d e d e u m n o v o t r e i n o d e l i n h a d e b a s e u s a n d o n o v a s p o s i ç õ e s - e s t í m u l o. Teste de transitividade DF e simetria da transitividade FD Os sujeitos, foram submetidos a treinos de linha de base mista (DE e EF) e testes de transitividade (DF) e simetria da transitividade (FD). Ambos os sujeitos atingiram o critério (18 tentativas corretas consecutivas) no primeiro bloco de linha de base mista DE e EF. Os dados dos testes de transitividade DF e simetria da transitividade FD encontram -se na Tabela 11. T a b e l a R e s u l t a d o s d o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e D F e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e F D c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. O t e s t e d e c a d a r e l a ç ã o f o i f e i t o e m q u a t r o t e n t a t i v a s. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. S u j e i t o T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a D 1 F 1 X ( F 2 ) C C C M 0 5 D 2 F 2 C C C C D 3 F 3 C C C C D 1 F 1 C C C C M 0 5 D 2 F 2 C C C C ( r e p e t i ç ã o ) D 3 F 3 C C C C D 1 F 1 C C C C M 0 6 D 2 F 2 C C C C D 3 F 3 C C C C F 1 D 1 X ( D 3 ) X ( D 3 ) X ( D 2 ) X ( D 2 ) M 0 5 F 2 D 2 X ( D 3 ) X ( D 1 ) X ( D 3 ) X ( D 1 ) F 3 D 3 X ( D 1 ) X ( D 2 ) X ( D 2 ) X ( D 1 ) F 1 D 1 X ( D 3 ) X ( D 2 ) C C M 0 6 F 2 D 2 X ( D 3 ) X ( D 3 ) C C F 3 D 3 C X ( D 1 ) C C De acordo com os dados contidos na Tabela 11, os sujeitos exibiram elevados números de acertos nos testes de transitividade e baixo número de acertos nos testes de equivalência. Foram efetuadas repetições do bloco de simetria da transitividade FD. Os dados encontram -se na Figura

59 4 9 F 1 D 1 F 2 D 2 F 3 D 3 M M F 1 D 1 F 2 D 2 F 3 D 3 F i g u r a R e s u l t a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e F D p a r a o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como c o r r e t a s. Q u a d r a d o s v a z i o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como e r r a d a s. A a u s ê n c i a d e a l g u n s q u a d r a d o s i n d i c a q u e o b l o c o d e t e s t e n ã o f o i c o m p l e t a d o. C o m o é p o s s í v e l v e r i f i c a r n a F i g u r a 1 0, o d e s e m p e n h o d o s u j e i t o M 0 6 a t i n g i u o c r i t é r i o n a t e r c e i r a r e p e t i ç ã o d o b l o c o F D. O m e s m o n ã o o c o r r e u c o m o d e s e m p e n h o d o s u j e i t o M 0 5, q u e n ã o a p r e n d e u a s d i s c r i m i n a ç õ e s F D m e s m o a p ó s c i n c o r e p e t i ç õ e s d o b l o c o F D. O s u j e i t o M 0 5 f o i, e n t ã o, s u b m e t i d o a t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s F D. O s d a d o s e n c o n t r a m - s e n a F i g u r a 1 1 M05 100% % de acertos 80% 60% 40% 20% 0% Sessões F1D1 F2D2 F3D3 Figura 11 - Percentuais de acerto em cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do treino FD para o s u j e i t o M 0 5. O b l o c o d e t e s t e F D f o i r e a p r e s e n t a d o a p ó s o t r e i n o F D e o s u j e i t o M 0 5 a p r e s e n t o u % d e a c e r t o. O s d a d o s d o s t e s t e s d e s i m e t r i a n a l i n h a d e b a s e D E F n ã o s e i g u a l a m a o s q u e f o r a m o b t i d o s n a l i n h a d e b a s e A B C. A p e s a r d i s s o, i m p o r t a n t e s s e m e l h a n ç a s f o r a m e n c o n t r a d a s n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e n a s d u a s l i n h a s d e b a s e. O s s u j e i t o s a p r e s e n t a r a m a l t o n ú m e r o d e a c e r t o s n o s t e s t e s d e t r a n s i t i v i d a d e e b a i x o n ú m e r o d e a c e r t o n o s t e s t e s d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e. E s s e s r e s u l t a d o s p a r e c e m c o n f i r m a r o s a r g u m e n t o s a p r e s e n t a d o s, q u a n d o d a d i s c u s s ã o d o s d a d o s d a l i n h a d e b a s e A B C. U m a n o v a l i n h a d e b a s e f o i t r e i n a d a u t i l i z a n d o - s e n o v a s c o m b i n a ç õ e s d a s p o s i ç õ e s - e s t í m u l o ( v e r F i g u r a 1 ). A n o v a l i n h a d e b a s e e n v o l v i a a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s G H e H I. U m a d a s p r i n c i p a i s m o t i v a ç õ e s p a r a o t r e i n o d e s s a n o v a l i n h a d e b a s e f o i 4 9

60 5 0 v e r i f i c a r s e u m a h i s t ó r i a m a i s a m p l a d e t r e i n o d e s i m e t r i a H G, c a s o f o s s e m o b t i d o s r e s u l t a d o s n e g a t i v o s, p o d e r i a i n f l u e n c i a r r e s u l t a d o s p o s i t i v o s n o t e s t e I H. D a d o s n e s s a d i r e ç ã o a f a s t a r i a m a h i p ó t e s e d e q u e s e e s t a v a l i d a n d o c o m o f e n ô m e n o d a f o r m a ç ã o d e c l a s s e s d e e s t í m u l o s e r e f o r ç a r i a m a h i p ó t e s e d e q u e o s s u j e i t o s s e c o m p o r t a m n o s t e s t e s d e m o d o s e m e l h a n t e a o d e s e m p e n h o t r e i n a d o e m o c a s i õ e s a n t e r i o r e s. L i n h a d e B a s e G H I T r e i n o d e l i n h a d e b a s e G H A p e n a s o s u j e i t o M 0 6 f o i s u b m e t i d o a t r e i n o d e u m a n o v a l i n h a d e b a s e G H I. O t r e i n o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s G H ( G 1 H 1, G 2 H 2 e G 3 H 3 ) f o i e f e t u a d o e m 1 0 s e s s õ e s ( u m a p a r a a F a s e 1, s e t e p a r a a F a s e 2 e d u a s p a r a a F a s e 3 ). A F i g u r a 1 2 m o s t r a o s d a d o s d o t r e i n o G H. M06 100% % de acertos 80% 60% 40% 20% 0% Sessões G1H1 G2H2 G3H3 Figura 12 - Percentuais de acertos em cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do treino GH para o s u j e i t o M 0 6. O s u j e i t o M 0 6 e x i b i u u m a g r a n d e d i f i c u l d a d e d e a q u i s i ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o G 2 H 2. N a p r i m e i r a s e s s ã o d o t r e i n o G 2 H 2, o s u j e i t o a p r e s e n t o u 0 % d e a c e r t o n e s s a d i s c r i m i n a ç ã o e % n a d i s c r i m i n a ç ã o G 1 H 1. N a s e g u n d a s e s s ã o d a F a s e 2, f o i i n t r o d u z i d o u m p r o c e d i m e n t o d e a j u d a q u e c o n s i s t i a e m a p r e s e n t a r p r i m e i r o o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o c o r r e t o e d e p o i s d e d o i s s e g u n d o s é q u e s e a p r e s e n t a v a m o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o e r r a d o s. O t e m p o q u e d e c o r r i a e n t r e a a p r e s e n t a ç ã o d o S + e d o s S - e r a d i m i n u í d o e m 2 0 % a c a d a t e n t a t i v a c o r r e t a, a t é s e a p r o x i m a r d e z e r o. S e o s u j e i t o r e s p o n d e s s e a S -, o t e m p o q u e d e c o r r i a e n t r e a a p r e s e n t a ç ã o d o S + e d o S - n a p r ó x i m a t e n t a t i v a e r a a u m e n t a d o e m 2 0 %, s e n d o q u e o a t r a s o m á x i m o e r a d e d o i s s e g u n d o s. O d e s e m p e n h o d o s u j e i t o a t i n g i u % d e a c e r t o n a d i s c r i m i n a ç ã o G 2 H 2. N a t e r c e i r a s e s s ã o d a F a s e 2, o p r o c e d i m e n t o d e a j u d a f o i r e t i r a d o e o d e s e m p e n h o r e t o r n a a 0 % d e a c e r t o. N a s e s s ã o s e gu i n t e o p r o c e d i m e n t o d e a j u d a f o i r e i n t r o d u z i d o e o d e s e m p e n h o v o l t o u a % d e a c e r t o. A p a r t i r d a q u i n t a s e s s ã o d a F a s e 2, n ã o s e i n t r o d u z i u m a i s o p r o c e d i m e n t o d e a j u d a. C o m o o c o r r e u u m g r a n d e n ú m e r o d e e r r o s n e s t a f a s e, e c o m o e r r o s g e r a v a m c o r r e ç ã o, u m n ú m e r o m u i t o g r a n d e d e r e p e t i ç õ e s d a t e n t a t i v a G 2 H 2 f o i v e r i f i c a d o n a s s e s s õ e s e m q u e o s u j e i t o a p r e s e n t a v a 0 % d e a c e r t o. N a s r e p e t i ç õ e s d a s t e n t a t i v a s G 2 H 2, a f r e q ü ê n c i a d e r e s p o s t a s d e e s c o l h a d o s e s t í m u l o s H 1 e H 3 f o i m u i t o a l t a e a f r e q ü ê n c i a d e 5 0

61 5 1 r e s p o s t a s d e e s c o l h a d o e s t í m u l o H 2 f o i b a i x a, m e s m o c o m o s p r o c e d i m e n t o s d e c o r r e ç ã o e d e a j u d a. R e u n i n d o o s d a d o s d e t o d a s a s s e s s õ e s d o d a F a s e 2 d o t r e i n o ( G 2 H 2 ), e c o n s i d e r a n d o t o d a s a s r e p e t i ç õ e s d e t e n t a t i v a s ( c o r r e ç õ e s ), é p o s s í v e l o b t e r a s e g u i n t e d i s t r i b u i ç ã o d a s r e s p o s t a s d o s u j e i t o ( v e r T a b e l a 1 2 ). T a b e l a N ú m e r o t o t a l d e r e s p o s t a s d o s u j e i t o a c a d a u m d o s e s t í m u l o s d e c o m p a r a ç ã o ( H 1, H 2, H 3 ) c o n d i c i o n a l m e n t e à p r e s e n ç a d o e s t í m u l o m o d e l o ( G 1, G 2 ) d u r a n t e a F a s e 2 d o t r e i n o G H. C o 1 - H 1 C o 2 - H 2 C o 3 - H 3 M o d e l o G M o d e l o G D u r a n t e a F a s e 2, p o r t a n t o, o s u j e i t o n ã o a p r e s e n t o u n e n h u m e r r o n a s t e n t a t i v a s G 1 H 1 ( a c e r t o s e m t e n t a t i v a s ), m a s a p r e s e n t o u m u i t o s e r r o s n a s t e n t a t i v a s G 2 H 2 ( 9 9 a c e r t o s e m t e n t a t i v a s ). Q u a n d o o e s t í m u l o m o d e l o e r a o e s t í m u l o G 2 o s u j e i t o f r e q ü e n t e m e n t e r e s p o n d i a a H 1 o u H 3. O b s e r v a n d o a F i g u r a 1, é p o s s í v e l p e r c e b e r q u e a s p o s i ç õ e s a q u i n o m e a d a s d e G 2, H 1 e H 3 j á h a v i a m s i d o r e l a c i o n a d a s e m t r e i n o s a n t e r i o r e s. A s p o s i ç õ e s G 2 e H 1 e r a m a s m e s m a s q u e a n t e s f o r a m n o m e a d a s d e E 2 e D 2 n o s t r e i n o s d e l i n h a d e b a s e D E F. A s p o s i ç õ e s G 2 e H 3 e r a m a s m e s m a s q u e a n t e s f o r a m n o m e a d a s d e C 3 e B 3, n o s t r e i n o s d e l i n h a d e b a s e A B C ( v e r F i g u r a 1 ). I s s o p o d e e s c l a r e c e r a b a i x a f r e q ü ê n c i a d e a c e r t o n a r e l a ç ã o G 2 H 2, n a F a s e 2 d o t r e i n o G H. N a s l i n h a s d e b a s e a n t e r i o r e s o s s u j e i t o j á t i n h a a p r e n d i d o a e s t a b e l e c e r a s r e l a ç õ e s G 2 H 1 e t a m b é m G 2 H 3. A l é m d i s s o, d i f e r e n t e m e n t e d e t o d a a h i s t ó r i a a q u e o s u j e i t o f o i s u b m e t i d o n e s t e e x p e r i m e n t o, a c o m p a r a ç ã o c o r r e t a n a s t e n t a t i v a s G 2 H 2 e r a a c o m p a r a ç ã o m a i s d i s t a n t e d o m o d e l o. I s s o p o d e t e r g e r a d o u m a d i f i c u l d a d e a d i c i o n a l p a r a o s u j e i t o. S e e s t e ú l t i m o a r g u m e n t o t a m b é m é v á l i d o, o s u j e i t o d e v e r i a t e r f a c i l i d a d e d e a p r e n d e r a s i m e t r i a d a r e l a ç ã o G 2 H 2 p o r q u e a c o m p a r a ç ã o c o r r e t a e s t a r i a m a i s p r ó x i m a d o e s t í m u l o m o d e l o ( e s s e d a d o p o d e s e r o b s e r v a d o n a T a b e l a 1 3 e n a F i g u r a 1 3 ). T e s t e d e s i m e t r i a H G A o f i n a l d o t r e i n o G H, o s u j e i t o f o i s u b m e t i d o a o t e s t e d e s i m e t r i a H G. O s d a d o s e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 1 3 T a b e l a R e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a H G c o m o s u j e i t o M 0 6. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a H 1 G 1 C X ( G 2 ) X ( G 2 ) X ( G 2 ) H 2 G 2 C C C C H 3 G 3 X ( G 2 ) X ( G 2 ) X ( G 2 ) X ( G 2 ) O s d a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a H G f o r a m n e g a t i v o s, m e s m o a p ó s a e x p e r i ê n c i a d e r e l a ç õ e s s i m é t r i c a s d a s l i n h a s d e b a s e a n t e r i o r e s. O s r e s u l t a d o s d o t e s t e c o n f i r m a m a s u p o s i ç ã o d e q u e a d i s t â n c i a m a i o r e n t r e o m o d e l o e a c o m p a r a ç ã o c o r r e t a n a d i s c r i m i n a ç ã o G 2 H 2 d i f i c u l t o u a a q u i s i ç ã o d e s s a d i s c r i m i n a ç ã o, b e m c o m o c o n f i r m a m 5 1

62 5 2 q u e a a p r o x i m a ç ã o e n t r e o m o d e l o e a c o m p a r a ç ã o c o r r e t a n a s i m e t r i a H 2 G 2 p o d e t e r f a c i l i t a d o a s e s c o l h a s d e G 2. F o r a m e f e t u a d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e H G, u m a v e z q u e o d e s e m p e n h o d o s u j e i t o n ã o a t i n g i u o c r i t é r i o p a r a s i m e t r i a. O s d a d o s e n c o n t r a m - s e n a F i g u r a 1 3 M H 1 G 1 H 2 G 2 H 3 G H 1 G 1 H 2 G 2 H 3 G 3 F i g u r a R e s u l t a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e s i m e t r i a H G. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como c o r r e t a s. Q u a d r a d o s v a z i o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como e r r a d a s. O c r i t é r i o p a r a e n c e r r a m e n t o d o t r e i n o d e s i m e t r i a H G f o i a t i n g i d o n a d é c i m a r e p e t i ç ã o d o b l o c o d e t e s t e. A F i g u r a 1 3 t a m b é m m o s t r a q u e o s u j e i t o a p r e s e n t o u g r a n d e n ú m e r o d e e r r o s n a s d i s c r i m i n a ç õ e s H 1 G 1 e H 3 G 3, n a s q u a i s a s c o m p a r a ç õ e s c o r r e t a s f i c a v a m m a i s d i s t a n t e s d o e s t í m u l o m o d e l o. T r e i n o d a l i n h a d e b a s e H I O s u j e i t o M 0 6 f o i, e n t ã o, s u b m e t i d o a t r e i n o d e l i n h a d e b a s e H I. C a d a u m a d a s t r ê s f a s e s d o t r e i n o f o i c o n c l u í d a e m u m a ú n i c a s e s s ã o. O s d a d o s e s t ã o c o n t i d o s n a T a b e l a 1 4. T a b e l a Número de acertos e o total de tentativas de cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 do treino HI para o s u j e i t o M 0 6. Acertos/total de tentativas H 1 I 1 H 2 I 2 H 3 I 3 T o t a l 1 8 / / / / / / / / / 1 8 C o m o o t r e i n o H I e n v o l v i a r e l a ç õ e s e n t r e e s t í m u l o s m u i t o s e m e l h a n t e s à s r e l a ç õ e s t r e i n a d a s n a l i n h a d e b a s e G H ( o m e s m o o c o r r i d o e n t r e n a l i n h a d e b a s e A B e B C e e n t r e n a l i n h a d e b a s e D E e E F), o s u j e i t o p a s s o u p e l a s t r ê s f a s e s d o t r e i n o c o m p e r c e n t u a i s m u i t o p r ó x i m o s a % d e a c e r t o. T e s t e d e s i m e t r i a I H T e s t e s d e s i m e t r i a I H f o r a m e f e t u a d o s e o s r e s u l t a d o s e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 1 5. T a b e l a R e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a I H c o m o s u j e i t o M 0 6. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a I 1 H 1 C X ( H 2 ) C C I 2 H 2 C C C C I 3 H 3 C C C C 5 2

63 5 3 O s d a d o s d o t e s t e I H f o r a m p o s i t i v o s. O s u j e i t o e x i b i u u m e l e v a d o n ú m e r o d e a c e r t o s n o t e s t e, r e f o r ç a n d o o a r g u m e n t o d e q u e a l i n h a d e b a s e H I n ã o e n v o l v i a n e c e s s a r i a m e n t e d e s e m p e n h o n o v o. T e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e G I e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e I G. A p ó s o t e s t e d e s i m e t r i a I H, o s u j e i t o f o i s u b m e t i d o a u m a s e s s ã o d e t r e i n o d a l i n h a d e b a s e m i s t a G H e H I. O d e s e m p e n h o d o s u j e i t o a t i n g i u % d e a c e r t o n a p r i m e i r a s e s s ã o e f o i e n t ã o s u b m e t i d o a u m t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e G I. O s d a d o s d o t e s t e e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 1 6. T a b e l a R e s u l t a d o s d o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e G I. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a G1I1 C X ( I 2 ) X ( I 2 ) C G2I2 X ( I 3 ) X ( I 3 ) X ( I 3 ) C G3I3 C C C C D i f e r e n t e m e n t e d o q u e f o i o b s e r v a d o n a s l i n h a d e b a s e a n t e r i o r e s, o s u j e i t o a p r e s e n t o u b a i x o n ú m e r o d e a c e r t o s n o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e. F o r a m e f e t u a d a s r e p e t i ç õ e s d o t e s t e G I. A F i g u r a 1 4 s u m a r i a o s d a d o s d e s t a s r e p e t i ç õ e s. M G 1 I 1 G 2 I 2 G 3 I 3 F i g u r a R e s u l t a d o s d a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e G I. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como c o r r e t a s. Q u a d r a d o s v a z i o s i n d i c a m r e s p o s t a s a c o m p a r a ç õ e s definidas como e r r a d a s. A p ó s a s e x t a r e p e t i ç ã o d o b l o c o t e t e s t e G I, s u j e i t o f o i s u b m e t i d o a t r e i n o i n t e n s i v o d a s r e l a ç õ e s G I e m t r ê s f a s e s. O s d a d o s d o t r e i n o d e t r a n s i t i v i d a d e G I e s t ã o c o n t i d o s n a F i g u r a 1 5. M06 100% % de acertos 80% 60% 40% 20% 0% Sessões G1I1 G2I2 G3I3 Figura 15 - Percentuais de acertos em cada discriminação a cada sessão das Fases 1, 2 e 3 d o t r e i n o G I p a r a o s u j e i t o M

64 5 4 D u r a n t e a s r e p e t i ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e G I e t a m b é m d u r a n t e o t r e i n o i n t e n s i v o d a s r e l a ç õ e s c o n d i c i o n a i s G I, o s u j e i t o a p r e s e n t o u m a i s e r r o s n a s t e n t a t i v a s G 2 I 2, o n d e o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o c o r r e t o e r a o e s t í m u l o m a i s d i s t a n t e d o m o d e l o. F o r a m e f e t u a d a s r e a p r e s e n t a ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e G I. O s d a d o s d a s r e a p r e s e n t a ç õ e s d o b l o c o e s t ã o c o n t i d o s n a T a b e l a 1 7. T a b e l a R e s u l t a d o s d a s r e a p r e s e n t a ç õ e s d o b l o c o d e t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e G I. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o m p a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a G1I1 C X ( I 2 ) C C G2I2 C C X ( I 3 ) X ( I 1 ) G3I3 X ( I 2 ) C C C G1I1 C C C C G2I2 C C X ( I 1 ) C G3I3 C C C C O c r i t é r i o p a r a e n c e r r a m e n t o d o t r e i n o G I f o i a t i n g i d o n a s e g u n d a r e a p r e s e n t a ç ã o d o b l o c o d e t e n t a t i v a s u s a d o n o t e s t e G I. U m a s e s s ã o d e t r e i n o d e l i n h a d e b a s e m i s t a G H e H I f o i e f e t u a d a. O s u j e i t o a p r e s e n t o u 1 8 a c e r t o s e m 1 9 t e n t a t i v a s. E f e t u o u - s e, e n t ã o, o t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e I G. O s d a d o s e n c o n t r a m - s e n a T a b e l a 1 8. T a b e l a R e s u l t a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e I G. R e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o c o r r e t a s s ã o i n d i c a d a s c o m C e r e s p o s t a s d e e s c o l h a a c o m p a r a ç õ e s d e f i n i d a s c o m o e r r a d a s s ã o i n d i c a d a s c o m X. N o c a s o d e e r r o, i n d i c a - s e e n t r e p a r ê n t e s e s o e s t í m u l o d e c o mp a r a ç ã o s e l e c i o n a d o p e l o s u j e i t o. T e s t e 1 a t e n t a t i v a 2 a t e n t a t i v a 3 a t e n t a t i v a 4 a t e n t a t i v a I 1 G 1 C X ( G 2 ) C C I 2 G 2 X ( G 1 ) C X ( G 1 ) X ( G 1 ) I 3 G 3 X ( G 2 ) X ( G 2 ) X ( G 2 ) X ( G 1 ) O s d a d o s d o t e s t e d e s i m e t r i a d a t r a n s i t i v i d a d e I G f o r a m n e g a t i v o s a s s e m e l h a n d o - s e a o s d a d o s o b t i d o s n a s l i n h a s d e b a s e a n t e r i o r e s c o m a m b o s o s s u j e i t o s. O s d a d o s e n c o n t r a d o s n a l i n h a d e b a s e G H I, c o m o s u j e i t o M 0 6, m a n t ê m s e m e l h a n ç a s e d i f e r e n ç a s e m r e l a ç ã o a o s d a d o s o b t i d o s n a s l i n h a s d e b a s e a n t e r i o r e s c o m o s s u j e i t o s M 0 5 e M 0 6. N a l i n h a d e b a s e G H I, o s u j e i t o M 0 6 f a l h o u n o t e s t e d e s i m e t r i a H G e p a s s o u n o t e s t e I H, a p ó s o t r e i n o d a s i m e t r i a H G. E s s e s d a d o s c o n t r i b u e m c o m o a r g u m e n t o d e q u e n o t e s t e I H n e n h u m d e s e m p e n h o n o v o e s t a v a s e n d o e x i b i d o. N o t e s t e d e t r a n s i t i v i d a d e G I o s u j e i t o M 0 6, d i f e r e n t e m e n t e d o q u e v i n h a o c o r r e n d o n a s l i n h a s d e b a s e a n t e r i o r e s, f a l h o u. O f a t o d a r e l a ç ã o G 2 I 2 s e r u m a d a s p o u c a s o c a s i õ e s e m q u e a c o m p a r a ç ã o c o r r e t a e r a a m a i s d i s t a n t e d o m o d e l o, d e v e s e r l e v a d o e m c o n s i d e r a ç ã o p o r q u e, n a l i n h a d e b a s e G H I, o s e r r o s s e c o n c e n t r a m n e s t e t i p o d e t e n t a t i v a ( p r i n c i p a l m e n t e n o s t r e i n o s d e l i n h a d e b a s e G 2 H 2 e n o t e s t e e t r e i n o d a t r a n s i t i v i d a d e G 2 I 2 ). N o s t e s t e s d e s i m e t r i a H 2 G 2 e I 2 H 2, o n d e a c o m p a r a ç ã o c o r r e t a e r a 5 4

65 5 5 a m a i s p r ó x i m a d o m o d e l o ( v e r F i g u r a 1 ), n ã o s e i d e n t i f i c o u a m e s m a d i f i c u l d a d e a c i m a m e n c i o n a d a. Não foram encontradas evidências de desempenho de matching-to-sample ao longo do presente experimento. Resultados positivos em testes de possíveis relações emergentes só foram encontrados 1) em testes de simetria quando já havia sido efetuado treino de relações topograficamente semelhantes e 2) em testes de transitividade efetuados junto com o reforçamento de linha de base mista, ainda com o registro, em algumas ocasiões, de respostas mediadoras. O uso de posições como estímulo não se mostrou adequado para testar a hipótese de que experiência com exemplos de relações simétricas e transitivas pode favorecer a emergência destas propriedades de equivalência após treino de novas relações condicionais. Os dados do presente experimento mostram que relações condicionais entre posições, treinadas em uma determinada linha de base, contaminam o treino de novas linhas de base posteriormente. É possível que o uso de outros estímulos visuais, que não a posição, seja mais adequado para este tipo de pesquisa. Os Experimentos 2, 3 e 4, que serão relatados a seguir, visaram a explorar uma segunda possibilidade de pesquisa sobre o papel controlador da posição em experimentos de matching-to-sample : o treino de relações condicionais e o teste de relações emergentes na ausência da correlação entre as posições dos estímulos. 5 5

66 56 EXPERIMENTO II Iversen, Sidman & Carrigam (1986) verificaram que desempenhos de escolha por identidade ao modelo com linhas (horizontal e vertical) como estímulo podem deteriorar se os estímulos forem apresentados em novas posições. Os mesmos resultados foram obtidos por Iversen (1997) usando ratos como sujeitos e usando luz permanente e luz intermitente como estímulos. Os dados obtidos por Iversen (1997) e Iversen, Sidman & Carrigam (1986) indicam que a posição dos estímulos assumiu controle sobre o comportamento dos sujeitos. Esses achados reafirmam a necessidade de estudos sobre o papel controlador da posição dos estímulos. Um problema de pesquisa ainda mais básico do que o que foi explorado por Iversen e seus colaboradores, pode ser levantado: discri minações simples simultâneas entre estímulos deterioram se os estímulos forem apresentados em novas posições? Essa é uma das perguntas que motiva o presente experimento. Considerando o que foi apontado no Experimento 1, sobre a necessidade de efetuar experimentos sobre a emergência de relações entre estímulos visuais, que não a posição, uma outra questão que merece resposta é relativa à natureza dos estímulos a serem usados nesses experimentos Alguns trabalhos relatados na literatura já mencionaram a possibilidade de problemas de aquisição e manutenção de discriminações condicionais serem decorrentes de características particulares dos estímulos usados nestas discriminações. McIntire, Cleary & Thompson (1987), por exemplo, usando duas macacas como sujeitos (Macaca fascicularis), relataram algumas dificuldade de manutenção do desempenho dos sujeitos que podem ter sido causadas por generalização dos estímulos usados no experimento: um dos sujeitos, na presença do estímulo azul emitia a resposta que tinha sido treinada diante de verde ; o outro sujeito, na presença do estímulo laranja emitia a resposta que tinha treinada diante de vermelho e amarelo. D Amato, Salmon, Loukas & Tomie (1985) comentaram que as dificuldades encontradas por Sidman, Rauzin, Laz ar, Cunningham, Tailby & Carrigan (1982) para obtenção de simetria com macacos poderia ser decorrente do uso de estímulos como linha vertical e linha horizontal. No início do experimento foi efetuado um treino de escolha por identidade com o modelo, através do procedimento de matching-to- sample simultâneo. O controle discriminativo no treino de escolha por identidade poderia depender da presença do estímulo modelo junto com as comparações. Independentemente da posição da cabeça do sujeito, o estímulo de comparação correto e o modelo mantinham a mesma orientação (vertical ou horizontal). No treino das discriminações arbitrárias linha-cor, as linhas (vertical e horizontal) eram modelo e cores (verde e vermelho) eram comparações. Nos testes de simetria, as cores funcionavam como modelo e as linhas como comparações. Variações na posição da cabeça dos sujeitos poderiam interferir nas respostas de escolha dos sujeitos. É possível que o treino de discriminações simples simultâneas usando estes estímulos antes dos treinos de discriminações condicionais pudesse ter possibilitado detectar esse tipo de problema. Considerando que os conjuntos de estímulos que se pretendia utilizar nos próximos experimentos do presente estudo apresentavam grande diferença física e, levandose em consideração dados da literatura que indicam 1) dificuldades de discriminação de alguns estímulos (generalização entre cores ou problemas com estímulos como linhas verticais e horizontais) e 2) diferença na manutenção de discriminações com formas e cores como estímulos quando apresentadas em novas posições (Iversen, 1997; Iversen, Sidman & Carrigan, 1986), o presente experimento objetivou: 1) averiguar se a aquisição de 56

67 57 discriminações simples era mais rápida com alguns conjuntos de estímulos do que com outros; 2) verificar se a manutenção da discriminação era diferente para os diferentes conjuntos de estímulos. Executar um experimento que atenda a estes objetivos pode permitir ao experimentador evitar que ocorram problemas na aquisição das discriminações condicionais através do procedimento de matching-t o-sample em função de características dos próprios estímulos. MÉTODO S u j e i t o s. F o r a m u t i l i z a d o s c o m o s u j e i t o s d o i s m a c a c o s C e b u s a p e l l a ( M 0 6 e M 0 7 ). O s u j e i t o M 0 6 f o i u m d o s s u j e i t o s u t i l i z a d o s n o E x p e r i m e n t o 1 e j á f o i d e s c r i t o a n t e r i o r m e n t e. O s u j e i t o M 0 7, u m m a c h o s u b - a d u l t o d e a p r o x i m a d a m e n t e 2 a n o s e m e i o d e i d a d e n o i n í c i o d o e x p e r i m e n t o, e r a e x p e r i m e n t a l m e n t e i n g ê n u o. A s c o n d i ç õ e s d e a l o j a m e n t o e a l i m e n t a ç ã o d o s s u j e i t o s j á f o r a m d e s c r i t a s n o E x p e r i m e n t o 1. E q u i p a m e n t o. F o i u t i l i z a d o o m e s m o d e s c r i t o n o E x p e r i m e n t o 1, e x c e t u a n d o - s e o f a t o d e s e a p r e s e n t a r e m, n a t e l a d o c o m p u t a d o r, n o v e j a n e l a s d e r e s p o s t a, d i s p o s t a s n a f o r m a d e u m a m a t r i z 3 X 3, a o i n v é s d e d e z e s s e i s j a n e l a s d i s p o s t a s n a f o r m a d e m a t r i z 4 X 4. E s t í m u l o s. F o r a m u t i l i z a d o s 3 c o n j u n t o s d e e s t í m u l o s. O s e s t í m u l o s e r a m c o r e s e f o r m a s d e s e n h a d a s a t r a v é s d o a p l i c a t i v o P a i n t d o W i n d o w s 9 5 d e n t r o d e j a n e l a s q u a d r a d a s m e d i n d o 3, 8 c m d e l a d o n a t e l a d o c o m p u t a d o r ( v e r F i g u r a 1 6 ). Figura 16 Três conjuntos de estímulos utilizados no Experimento II. Na primeira linha da figura estão os estímulos do conjunto Cor 1 ( amarelo, verde, vermelho e branco ). Na segunda linha, estão os estímulos do conjunto Quantidade ( um, dois e três ). Na terceira linha, estão os estímulos do conjunto Forma 1 ( bola, xis e xadrez ). A s c o r e s e r a m a p r e s e n t a d a s e m u m c í r c u l o d e 3, 0 c m d e d i â m e t r o d e s e n h a d o n o c e n t r o d a s j a n e l a s. A s f o r m a s e r a m c a r a c t e r e s a r b i t r á r i o s ( v e r F i g u r a 1 6 ). O c o n j u n t o C O R 1 e r a c o m p o s t o d o s e s t í m u l o s : a m a r e l o, v e r d e, v e r m e l h o e b r a n c o. 57

68 58 O c o n j u n t o Q U A N T I D A D E e r a c o m p o s t o p o r 3 s u b c o n j u n t o s c o m d i f e r e n t e s q u a n t i d a d e s d e b o l i n h a s n e g r a s d e s e n h a d a s e m p o s i ç õ e s v a r i a d a s e m u m f u n d o c i n z a : s u b c o n j u n t o 1 ( u m a b o l i n h a ) ; s u b c o n j u n t o 2 ( d u a s b o l i n h a s ) e s u b c o n j u n t o 3 ( t r ê s b o l i n h a s ). A p o s i ç ã o e m q u e u m a m e s m a q u a n t i d a d e d e b o l i n h a s e r a d e s e n h a d a d e n t r o d a j a n e l a v a r i a v a d e t e n t a t i v a p a r a t e n t a t i v a. O o b j e t i v o d e s s a m a n i p u l a ç ã o f o i t e n t a r m a n t e r a q u a n t i d a d e d e b o l i n h a s c o m o d i m e n s ã o r e l e v a n t e d o e s t í m u l o. O c o n j u n t o F O R M A 1 e r a c o m p o s t o p e l o s e s t í m u l o s : B O L A, X I S e X A D R E Z. O s e s t í m u l o s f o r a m d e s e n h a d o s d e m o d o a e v i t a r o p r o b l e m a r e l a t a d o n o e x p e r i m e n t o d e D A m a t o, S a l m o n, L o u k a s & T o m i e ( ) d e a c o r d o c o m o q u a l a a l t e r a ç ã o d a p o s i ç ã o d a c a b e ç a d o s u j e i t o e m r e l a ç ã o a o p a i n e l d e r e p o s t a p o d i a p r o v o c a r e r r o s n a d i s c r i m i n a ç ã o c o m o s e s t í m u l o s l i n h a v e r t i c a l e l i n h a h o r i z o n t a l. P r o c e d i m e n t o Treino ao comedouro e modelagem O procedimento adotado foi o mesmo descrito no Experimento 1. Apenas o sujeito M07 foi submetido a esta fase experimento. Discriminações simples: pares de estímulos. Foram realizados treinos de discriminações simples simultâneas utilizando-se todos os conjuntos de estímulos com o objetivo de verificar se os sujeitos discriminavam os estímulos, que seriam utilizados nas fases seguintes do experimento. Para cada conjunto de estímulos ( 1, 2 e 3, por exemplo), foram constituídas todas as combinações de pares de estímulos possíveis ( 1-2, 2-3, e 1-3 ). Desse modo, cada um dos estímulos foi confrontado com os outros dois estímulos do conjunto na contingência de discriminação simultânea. Todos os estímulos funcionaram tanto como S+ quanto como S -. Todas as sessões do presente experimento foram encerradas quando se atingia um dos seguintes critérios: 1) aquisição do desempenho: 18 tentativas corretas consecutivas 1 ; 2) duração máxima: 45 minutos de sessão; 3) máximo de tentativas: 72 tentativas efetuadas. Cada tentativa se iniciava com a apresentação de um par de estímulos ( verde e vermelho, por exemplo) em duas janelas quaisquer da linha inferior (3 janelas) da matriz de nove janelas. A posição do par de estímulos nas três janelas foi balanceada. No início do treino, o estímulo verde funcionou como S+ e, portanto, respostas a ele (tocar na tela do monitor, no ponto onde o estímulo estava sendo apresentado) acionavam o dispensador de pelotas de comida, iniciavam um intervalo entre tentativas (IET) de seis segundos e a tentativa era encerrada. Respostas ao estímulo vermelho, que funcionava como S-, iniciavam o IET, encerrando a tentativa sem reforçamento, e, em seguida, a mesma tentativa era reapresentada (procedimento de correção). Respostas a S+ foram consideradas acerto e respostas a S- foram consideradas erro. Quando o desempenho do sujeito atingiu o critério de 18 tentativas corretas consecutivas, foi conduzido um bloco de 72 tentativas com o objetivo de verificar se a discriminação se mantinha mediante a apresentação dos estímulos em novas posições. Os estímulos verde e vermelho, portanto passaram a ocupar novas posições na matriz de nove janelas, permanecendo com as respectivas funções de S+ e S-. Durante as seis primeiras tentativas da sessão, os estímulos ocupavam as três posições originais. Nas seis tentativas seguintes, os estímulos passaram a ser apresentados em duas posições quaisquer dentre as seis posições das duas linhas inferiores da matriz. Nas seis tentativas subseqüentes, 1 Erros eram seguidos de correção. No caso de erro, uma nova tentativa só era apresentada após acerto na tentativa de c o r reção. As tentativas de correção não foram contabilizadas pelo experimentador como novas tentativas. O software utilizado na coleta de dados, entretanto, encerrava cada sessão automaticamente após dezoito acertos consecutivos: um acerto na tentativa de correção mais dezessete acertos em novas tentativas. Por esse motivo, na sessão de resultados será possível verificar sessões encerradas mediante dezessete tentativas corretas consecutivas. 58

69 59 os estímulos foram apresentados em duas posições quaisquer das nove posições da matriz. Esse procedimento adotado nas 18 primeiras tentativas foi repetido quatro vezes, perfazendo um total de 72 tentativas. Um bloco de tentativas, tal como o descrito acima, foi efetuado sempre que o desempenho do sujeito atingiu o critério de aquisição, em todas as etapas desta fase do experimento. O objetivo foi verificar se as discriminações treinadas se mantinham quando os estímulos eram apresentados em novas posições. Na sessão seguinte, a função S+ e S- dos estímulos foi invertida: o estímulo vermelho passou a funcionar como S+ e o estímulo verde como S-. Quando o desempenho do sujeito atingiu o critério de 18 tentativas corretas consecutivas e após a verificação do desempenho em novas posições, o estímulo vermelho continuou funcionando como S+ e o estímulo branco foi introduzido como S-. Quando o desempenho do sujeito atingiu o critério e os estímulos foram apresentados em novas posições, a contingência foi invertida ( branco como S+ e vermelho como S-). Após a aquisição da discriminação e o bloco de manutenção do desempenho em novas posições, o estímulo branco permaneceu funcionando como S+ e o estímulo verde retornou, funcionando como S -. Em seguida a contingência foi invertida e, então, mais um bloco tentativas de verificação do desempenho em novas posições foi efetuado 2. O procedimento acima descrito também foi utilizado com os conjuntos QUANTIDADE e FORMA 1. Discriminações simples com três estímulos Discriminações simples simultâneas com três estímulos (um S+ e dois S-) foram conduzidas utilizando-se os conjuntos de estímulos COR 1 e FORMA 1, acima mencionados. Cada tentativa se iniciava com a apresentação de três estímulos do conjunto COR 1 ( verde, vermelho e branco ) em três janelas quaisquer da matriz de nove janelas. A apresentação dos três estímulos nas nove janelas foi balanceada. No início do treino, o estímulo verde funcionava como S+ e os estímulos vermelho e branco funcionavam como S-. Respostas a S+ acionavam o dispensador de pelotas de comida e a tentativa era encerrada, iniciando-se um intervalo entre tentativas (IET) de seis segundos. Respostas a S- encerravam a tentativa sem reforçamento, geravam IET e, em seguida, a mesma tentativa era reapresentada (procedi mento de correção). Respostas a S+ eram consideradas acerto e respostas a S- eram consideradas erro. Quando o critério de aquisição da discriminação foi atingido (18 tentativas corretas consecutivas), o estímulo vermelho passou a funcionar como S+ e os e stímulos verde e branco passaram a funcionar como S -. Por fim, o estímulo branco passou a funcionar como S+ e os estímulos verde e vermelho passaram a funcionar como S-. O mesmo procedimento foi adotado com os estímulos do FORMA 1 (BOLA, XIS e XADREZ). RESULTADOS E DISCUSSÃO T r e i n o a o c o m e d o u r o e M o d e l a g e m O t r e i n o a o c o m e d o u r o f o i r e a l i z a d o c o m o s u j e i t o M 0 7 e m u m a ú n i c a s e s s ã o, c o m d u r a ç ã o a p r o x i m a d a d e 2 0 m i n u t o s. N o f i n a l d a s e s s ã o, o s u j e i t o, e s t a n d o a f a s t a d o d a b a n d e j a d o c o m e d o u r o, s e a p r o x i m a v a d a m e s m a i m e d i a t a m e n t e a p ó s o a c i o n a m e n t o d o c o m e d o u r o. D u r a n t e a m o d e l a g e m d a r e s p o s t a d e t o c a r a s j a n e l a s i l u m i n a d a s n a t e l a d o c o m p u t a d o r, f o r a m r e f o r ç a d a s r e s p o s t a s c o m o : t o c a r a l â m p a d a v e r m e l h a ; t o c a r a 2 Apenas o sujeito M07 foi submetido a treinos com o estímulo AM. 59

70 60 b o r d a i n f e r i o r d o m o n i t o r d o c o m p u t a d o r ; t o c a r a t e l a d o m o n i t o r ; t o c a r q u a l q u e r u m a d a s j a n e l a s d o m o n i t o r ; t o c a r a j a n e l a i l u m i n a d a n a t e l a d o m o n i t o r ( r e s p o s t a f i n a l ). D i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m p a r e s d e e s t í m u l o s : c o n j u n t o C O R 1 Foram efetuadas 20 sessões de treino da discriminação AM+ / VD (estímulo amarelo funcionando como S+ e verde funcionando como S-) com o sujeito M07 até que se obtivesse 18 tentativas corretas consecutivas. Durante o treino da discriminação os estímulos ocuparam duas posições quaisquer das três posições da linha inferior da matriz 3 x 3. Na sessão seguinte à obtenção do critério, os estímulos foram apresentados em duas posições quaisquer da matriz (bloco de avaliação da manutenção da discriminação em novas posições) e o sujeito apresentou 60 acertos em 72 tentativas (83,34%). A Figura 17 apresenta os dados de cada uma das sessões do treino e do bloco de manutenção. Foram efetuadas 15 sessões no treino da discriminação VD+ / AM (reversão da discriminação anteriormente treinada) com o sujeito M07 até que se obtivesse 18 tentativas corretas consecutivas. 60

71 61 M07 E s t í m u l o s a c / t o t % d e a c AM+ VD 10/22 40,04% tempo esgotado 30/72 41,67% 35/72 48,61% 33/70 47,14% 34/72 47,22% 32/72 44,44% 35/72 48,61% 42/72 48,34% 36/72 50,00% 38/72 52,77% 42/72 58,34% 41/72 56,94% 52/72 72,22% 55/72 76,39% 54/72 75,00% 52/72 72,22% 57/72 79,17% 61/72 84,73% 62/72 86,11% 56/64 87,50% NP 60/72 83,34% Figura 17 - Dados de cada uma das sessões do treino de discriminações simples com pares de estímulos AM (amarelo = S+) e VD (verde = S-) d o c o n j u n t o C O R 1 c o m o s u j e i t o M 0 7. À e s q u e r d a i n d i c a-s e o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s p a r a c a d a s e s s ã o. C a d a q u a d r a d o r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s r e p r e s e n t a m respostas a S+. Quadrados vazios representam re s p o s t a s a S-. Os números em negrito indicam as sessões em que se obteve o critério de a q u i s i ç ã o ( 1 8 t e n t a t i v a s c o r r e t a s c o n s e c u t i v a s ). A s l e t r a s N P n a c o l u n a e s t í m u l o s i n d i c a m o s b l o c o s d e 7 2 t e n t a t i v a s d e v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. 61

72 62 Na décima e na décima primeira sessão do treino f o i i n t r o d u z i d o u m p r o c e d i m e n t o d e a j u d a q u e c o n s i s t i a e m a p r e s e n t a r p r i m e i r o o S + e d e p o i s d e d o i s s e g u n d o s é q u e s e a p r e s e n t a v a o S -. S e o s u j e i t o r e s p o n d e s s e a S +, o t e m p o q u e d e c o r r i a e n t r e a a p r e s e n t a ç ã o d o S + e d o S - n a p r ó x i m a t e n t a t i v a e r a d i m i n u í d o e m 2 0 %, a t é s e a p r o x i m a r d e z e r o. S e o s u j e i t o r e s p o n d e s s e a S -, o t e m p o q u e d e c o r r i a e n t r e a a p r e s e n t a ç ã o d o S + e d o S - n a p r ó x i m a t e n t a t i v a e r a a u m e n t a d o e m 2 0 %, s e n d o q u e o a t r a s o m á x i m o e r a d e d o i s s e g u n d o s. Esse procedimento de ajuda introduzido durante o treino não se mostrou eficaz. Os percentuais de acerto nas duas sessões com ajuda foram mais baixos que o percentual de acerto na sessão anterior à introdução do procedimento. Na décima quinta sessão o desempenho do sujeito M07 atingiu o critério de 18 tentativas corretas consecutivas. No bloco de manutenção da discriminação em novas posições, obteve-se 62 acertos em 72 tentativas o que indica que a discriminação se manteve estável c om a apresentação dos estímulos em novas posições. A Figura 18 apresenta os dados de todas as sessões do treino da discriminação VD+ / AM, bem como do bloco de manutenção da discriminação. A elevada quantidade de tentativas necessárias para treinar as discriminações acima mencionadas indica que a instalação das discriminações simples com os estímulos AM e VD foi efetuada com o sujeito M07 com grande dificuldade. Por causa disso, não se utilizou o estímulo amarelo nos treino efetuados com o sujeito M06. A dificuldade de aquisição das discriminações, verificada com o sujeito M07, pode estar relacionada a características do sistema visual dos primatas do novo mundo no que diz respeito à percepção de cores. As pesquisas que objetivam esclarecer aspectos relativos à capacidade de visão a cores em primatas ainda apresentam dados controvertidos. Essa afirmação é especialmente válida no que diz respeito a primatas do Novo Mundo, dentre eles os Cebus apella. Sabe-se que as condições de monocromatismo, dicromatismo e tricomatismo dependem da existência de respectivamente uma, duas ou três classes de cones no sistema visual dos animais. Aparentemente o que se pode observar é que os macacos do Novo Mundo apresentam um polimorfismo ligado ao sexo: tricomatismo apenas ent re as fêmeas. Especificamente em relação à espécie Cebus apella, alguns estudos encontraram evidências de tricomatismo em machos, mas evidências contrárias também já foram encontradas (Pessoa, Cesar, Gomes, Pessoa, Tavares & Tomaz, no prelo). Não fez parte dos objetivos do presente estudo explorar esse campo de pesquisa. A controvérsia na pesquisa de sistema visual, entretanto, apontou a necessidade de verificar a possibilidade dos sujeitos discriminarem os estímulos que se estava planejando utilizar nos pr óximos experimentos, independentemente do fato da dimensão do estímulo relevante na discriminação era a cor ou a luminosidade 3. Verificar diferenças na quantidade de treino necessária para instalar discriminações simples usando diferentes conjuntos de estí mulos (cores e formas) foi, portanto, um dos principais objetivos do presente experimento. 1 N o presente experimento não se controlou a diferença de luminosidade que poderia haver entre os diferentes estímulos dos conjuntos de estímulos que envolviam cores. Esse seria um controle necessário se se pretendesse afirmar que a dimensão relevante para os sujeitos nesses estímulos era a cor. 62

73 63 M 0 7 Estímulos ac/tot % de ac. VD+ AM 03/18 16,67% tempo esgotado 19/72 26,39% 40/72 55, 55% 43/72 59,72% 53/72 73,61% 53/72 73,61% 53/72 73,61% 51/72 70,33% 61/72 84,72% A 56/72 77,78% A 60/72 83,34% 58/72 80,55% 59/72 81,94% 57/72 79,17% 29/34 85,29% NP 62/72 86,11% Figura 18 - D a d o s d e c a d a u m a d a s s e s s õ e s d o t r e i n o d e d i scriminações simples com pares de estímulos VD (verde = S+) e AM (amarelo = S-) d o c o n j u n t o C O R 1 c o m o s u j e i t o M 0 7. À e s q u e r d a i n d i c a -s e o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s p a r a c a d a s e s s ã o. C a d a q u a d r a d o r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s r e p r e s e n t a m r e s p o s t a s a S+. Quadrados vazios representam respostas a S-. Os números em negrito indicam as sessões em que se obteve o critério de aquisição (18 tentativas correta s c o n s e c u t i v a s ). A s l e t r a s N P n a c o l u n a e s t í m u l o s i n d i c a m o s b l o c o s d e 7 2 t e n t a t i v a s d e v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. A l e t r a A n a c o l u n a c o n t i n g ê n c i a m a r c a a s s e s s õ e s e m q u e s e u t i l i z o u o p r o c e d i m e n t o d e a j u d a. 63

74 64 No treino de discriminações simples com as cores verde e vermelho, o sujeito M07 atingiu o critério de aquisição da discriminação (18 tentativas corretas consecutivas) na segunda sessão do treino da discriminação VD+/ VM (com 97,22% de acerto no bloco de manutenção) e na primeira sessão da discriminação VM+/ VD (com 87,50% de acerto no bloco de manutenção). O sujeito M06 atingiu o critério de aquisição de ambas as discriminações na primeira sessão e apresentou 97,22% de acerto no bloco de manutenção da discriminação VD+/VM e 93,05% na discriminação VM+/VD. A reduzida quantidade de treino necessária para aquisição das discriminações com os estímulos verde e vermelho (em relação à quantidade de treino para a aquisição das discriminações com as cores amarelo e verde, para M07) também foi verificada em ambos os sujeitos, no treino das discriminações: VM+/ BR, BR+/ VM, BR+/ VD e VD+/ BR. Em todas os blocos de manutenção das discriminações em novas posições os sujeitos mostraram altos percentuais de acerto. A Figura 19 apresenta os dados de todos os treinos das discriminações simples acima mencionadas, bem como os dados dos blocos de manutenção, para ambos os sujeitos. Os dados apresentados reforçam a possibilidade de que a dificuldade de obtenção das discriminações simples com os estímulos AM e VD, com o sujeito M07, não tenha sido devida a problemas com o procedimento mas com esse par de estímulos escolhido. D i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m p a r e s d e e s t í m u l o s : c o n j u n t o Q U A N T I D A D E Em relação ao treino das discriminações simples envolvendo estímulos do conjunto QUANTIDADE, os dados voltam apontar dificuldades de aquisição. O sujeito M06 aprendeu a discriminação 1+/ 2 em cinco sessões e a discriminação 2+/ 1 em quatro sessões. O sujeito M07 aprendeu a discriminação 1+/ 2 em três sessões e a discriminação 2+/ 1 em quatro sessões. Os percentuais de acerto nos blocos de manutenção das discriminações em novas posições foram ligeiramente mais baixos que os observados com os estímulos do conjunto COR 1. A Figura 20 apresenta dos dados de todas as sessões do treino destas discriminações, bem como os dados dos blocos de manutenção. Nas discriminações envolvendo os estímulos 2 e 3 os sujeitos apresentaram dificuldades maiores. O sujeito M06 aprendeu a discriminação 2+/ 3 em dez sessões e a discriminação 3+/ 2 em nove sessões. Os blocos de manutenção das discriminações em novas posições revelaram percentuais de acerto mais baixos do que os que vinham sendo verificados em outras discriminações (83,34% de acerto, para ambas as discriminações). A Figura 21 apresenta os dados destas discriminações e dos blocos de manutenção com o sujeito M06. O sujeito M07 aprendeu as discriminações 2+/ 3 em cinco sessões e a discriminação 3+/ 2 em nove sessões. Nos blocos de manutenção das discriminações em novas posições, obteve-se os seguintes percentuais de acerto: 75% de acerto na discriminação 2+/ 3 e 80,56% de acerto na discriminação 3+/ 2. A Figura 22 apresenta os dados de todas as sessões do treino e dos blocos de manutenção para o sujeito M07. Uma quantidade de treino menor do que a acima relatada foi necessária para o treino das discriminações envolvendo estímulos 1 e 3. O sujeito M06 aprendeu a discriminação 3+/ 1 na primeira sessão do treino e a discriminação 1+/ 3 em duas s essões. Nos blocos de manutenção das discriminações em novas posições, obteve-se os seguintes dados: 98, 61% de acerto na discriminação 3+/ 1 e 77,78% de acerto na discriminação 1+/ 3. O sujeito M07 aprendeu ambas as discriminações (3+/ 1 e 1+/ 3) na primeira sessão de treino. Os dados dos blocos de manutenção das discriminações em novas posições foram os que seguem: na discriminação 3+/ 1, 98,61% de acerto e na discriminação 1+/ 3, 70, 83% de acerto. A Figura 23 apresenta os dados da aquisição das discriminações com os estímulos 1 e 3 e dos blocos de manutenção para ambos os sujeitos. 64

75 65 M06 E s t í m u l o s a c / t o t % d e a c. VD+ VM 36/42 85,74% NP 70/72 97,22% VM+ VD 32/44 72,72% NP 67/72 93,05% VM+ BR 18/18 100,00% NP 69/72 95,83% BR+ VM 18/20 90,00% NP 67/72 93,05% BR+ VD 18/18 100,00% NP 69/72 95,83% VD+ BR 22/28 78,57% NP 67/72 93,05% M 0 7 VD+ VM 63/72 87,50% 18/18 100,00% NP 70/72 97,22% VM+ VD 52/62 83,87% NP 63/72 87,50% VM+ BR 42/45 93,34% NP 61/72 84,72% B R + VM 18/20 90,00% NP 64/ % BR+ VD 19/21 90,47% NP 66/72 91,67% VD+ BR 33/36 91,67% NP 62/72 86,11% Figu ra 19 - Dados de cada uma das sessões do treino de discriminações simples com pares de estímulos do conjunto COR 1 (Verde = VD, Vermelho = VM, Branco = BR) com ambos os sujeitos. À esquerda indica -s e q u a i s o s e s t í m u l o s a p r e s e n t a d o s e m c a d a e t a p a d o t r e i n o, o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e tentativas e o percentual de acertos. O sinal + indica qual dos estímulos funcionou como S+. Cada quadrado representa uma tentativa. Cada linha da figura apresenta dados de uma sessão. Quadrados preenchidos representam respos t a s a S +. Q u a d r a d o s v a z i o s r e p r e s e n t a m r e s p o s t a s a S-. Os números em negrito indicam as sessões em que se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). As letras NP na coluna estímulos indicam os blocos de 72 tentativas de verif i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. 65

76 66 Estímulos ac./tot. % de ac /72 61,11% 52/72 72,22% 60/72 83,33% 63/72 87,50% 50/56 89,28% NP 69/72 95,34% /72 27,77% 34/72 47,22% 41/72 56,95% 25/30 83,34% NP 63/72 87,50% /72 70,84% 56/72 77,78% 40/44 90,90% NP 50/72 69,44% M 0 6 M /72 30,56% 32/72 44,44% 51/72 70,83% 58/72 80,56% NP 61/72 84,72% Figura 20 - Dados de cada uma das sessões do treino de discriminações simples com os pares de estímulos 01 e 02 do conjunto QUANTIDADE com a m b o s o s s u j e i t o s. À e s q u e r d a in d i c a-s e o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s p a r a c a d a s e s s ã o. O s i n a l + i n d i c a q u a l d o s e s t í m u l o s f u n c i o n o u c o m o S + e m c a d a e t a p a d o t r e i n o. C a d a q u a d r a d o r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Quadrados preenchidos representam respostas a S+. Quadrados vazios representam respostas a S-. O s n ú m e r o s e m n e g r i t o i n d i c a m a s s e s s õ e s e m q u e se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). As letras NP na coluna estímulos indicam os blocos de 72 tentativas de v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. 66

77 67 E s t í m u l o s a c. / t o t. % d e a c /72 36,11% 24/72 33,34% 42/72 58,34% 40/72 55,55% 42/72 58,34% 55/72 76,39% 44/72 61,11% 60/72 83,34% 63/72 87,50% 54/65 83,07% NP 60/72 83,34% M /72 20,84% 26/72 36,11% 26/72 36,11% 42/72 58,34% 51/72 70,84% 53/72 73,61% 53/72 73,61% 57/72 79,16% 40/46 81,63% NP 60/72 83,34% Figura 21 - D a d o s d e c a d a u m a d a s s e s s õ e s d o t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m o s pares de estímulos 02 e 03 do conjunto QUANTIDADE com o s u j e i t o M 0 6. À e s q u e r d a i n d i c a -s e o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s p a r a c a d a s e s s ã o. O s i n a l + i n d i c a q u a l d o s estímulos funcionou como S+ em cada etapa do treino. C a d a q u a d r a d o r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Quadrados preenchidos representam respostas a S+. Quadrados vazios representam respostas a S-. O s n ú m e r o s e m n e g r i t o i n d i c a m a s s e s s õ e s e m q u e s e o b t e v e o c r i t é rio de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). As letras NP na coluna estímulos indicam os blocos de 72 tentativas de v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. 67

78 68 E s t í m u l o s a c. / t o t. % d e a c /72 38,89% 45/72 62,50% 51/72 70,83% 53/72 73,61% 23/24 95,84% NP 54/72 75,00% M /72 36,11% 35/72 48,61% 42/72 58,34% 32/47 68,08% 31/49 63,23% 52/72 72,22% 52/72 72,22% 56/72 7 7, 7 8 % 37/42 88,09% NP 58/72 80,56% Figura 22 - D a d o s d e c a d a u m a d a s s e s s õ e s d o t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m o s p a r e s d e e s t í m u l o s 0 2 e 0 3 do conjunto QUANTIDADE com o s u j e i t o M 0 7. À e s q u e r d a i n d i c a -s e o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s p a r a c a d a s e s s ã o. O s i n a l + i n d i c a q u a l d o s e s t í m u l o s f u n c i o n o u c o m o S + e m c a d a e t a p a d o t r e i n o. C a d a q u a d r a d o r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Quadrados preenchidos representam respostas a S+. Quadrados vazios representam respostas a S-. O s n ú m e r o s e m n e g r i t o i n d i c a m a s s e s s õ e s e m q u e se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). As letras NP na coluna estímulos indicam os blocos de 72 tentativas de v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. 68

79 69 E s t í m u l o s a c. / t o t. % d e a c /19 9 4, 7 3 % NP 71/72 98,61% /72 63,88% 18/19 9 4, 7 3 % NP 56/72 77,78% M 0 6 M /19 94,73% NP 71/72 98,61% /21 85,71% NP 51/72 70,83% Figura 23 - Dados de cada uma das sessões do treino de discriminações simples com os pares de estímulos 01 e 03 do conjunto QUANTIDADE com a m b o s o s s u j e i t o s. À e s q u e r d a i n d i c a-s e o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s p a r a c a d a s e s s ã o. O s i n a l + i n d i c a q u a l d o s e s t í m u l o s f u n c i o n o u c o m o S + e m c a d a e t a p a d o t r e i n o. C a d a q u a d r a d o r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Quadrados preenchidos representam respostas a S+. Quadrados vazios r e p r e s e n t a m r e s p o s t a s a S-. O s n ú m e r o s e m n e g r i t o i n d i c a m a s s e s s õ e s e m q u e se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). As letras NP na coluna estímulos indicam os blocos de 72 tentativas de v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a di s c r i m i n a ç ã o e m novas posições. 69

80 70 O uso dos estímulos do conjunto QUANTIDADE determinou algumas dificuldades de discriminação para os sujeitos. A quantidade de bolinhas dentro da janela como dimensão relevante dos estímulos indicou que quantidade é um contínuo de estímulos em que as diferenças entre os valores sucessivos é pequena e entre os valores alternados é maior. Dessa forma, a discriminação entre esses estímulos permitiria a obtenção de, por exemplo, gradientes de generalização. Essa suposição é levantada com base nos dados que indicam mais facilidade para discriminação de pares de estímulos como 1 e 3, por exemplo, (onde a diferença é marcante entre uma janela, com três bolinhas e outra com uma bolinha) e maior dificuldade para discriminação dos pares de estímulos como 2 e 3, por exemplo, (onde a diferença entre as janelas com duas e três bolinhas é menos marcante). Esse argumento explica porque, para obtenção do critério de 18 tentativas corretas consecutivas, foi necessário submeter os s ujeitos a uma quantidade de treino: 1) pequena nas discriminações 3+/1 e 1+/3.; 2) grande nas discriminações 2+/3 e 3+/2; 3) intermediária nas discriminações 1+/2 e 2+/1. Essa suposição, entretanto, para ser mantida requeria mais dados. Sessões adicionais de treinos de discriminações simples com estes estímulos foram conduzidas apenas com o sujeito M07. A Figura 24 mostra dados das sessões conduzidas com o sujeito M07, que foi submetido, na ordem, às seguintes contingências: 1+/ 3, 2+/ 3, 2+/ 1 e 2+/ 7 (est a última nunca tinha sido apresentada antes). Os dados mostram que o sujeito: 1) atingiu o critério de aquisição na primeira sessão da discriminação 1+/3 (diferença marcante de uma janela para outra); 2) na discriminação 2+/ 3 (onde havia discreta diferença de uma janela para a outra) apresentou percentuais de acerto mais baixos do que na etapa anterior e atingiu e critério de aquisição somente na quarta sessão; 3) atingiu o critério de aquisição na segunda sessão da discriminação 2+/1, apresentando, na última sessão, percentual de acerto acima do que foi observado na discriminação 2+/3 e abaixo do que foi observado na discriminação 1+/3; 4) atingiu com facilidade o critério de aquisição na discriminação 2+/ 7, que nunca tinha sido treinada antes, mas que co nfrontava dois estímulos bastante diferentes. Estes dados reforçam a hipótese de que a quantidade de treino necessária para se obter o critério de aquisição será menor se a diferença na quantidade de bolinhas entre as janelas for maior. D i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m p a r e s d e e s t í m u l o s : c o n j u n t o F O R M A 1. Os dados obtidos no treino das discriminações com os estímulos do conjunto FORMA 1 se assemelham aos dados obtidos com os estímulos do conjunto COR 1. O critério de aquisição das discriminações foi atingido, por ambos os sujeitos, na primeira sessão de exposição a cada uma das contingências (BO+/XX, XX+/BO, XX+/XA, XA+/XX, XA+/ BO e BO+/XA). Os dados dos blocos de manutenção das discriminações, quando os estímulos foram apresentados em novas posições, apontam números elevados de acertos, com percentuais acima de 90% na maioria dos blocos. A Figura 25 contém os dados de todas as sessões dos treino das discriminações mencionadas para ambos os sujeitos. Os dados relatados até aqui contra-recomendaram o uso dos estímulos AM, 1, 2 e 3 nos próximos experimentos que envolveram treinos e testes de escolha por identidade arbitrária através do procedimento de matching-t o-sample. 70

81 71 E s t í m u l o s. a c. / t o t. % d e a c /21 90,47% M /72 73,61% 60/72 83,34% 56/72 77,78% 43/51 59,72% /72 55,55% 34/39 87,17% /26 88,46% Figura 24 - D a d o s d e c a d a u m a d a s s e s s õ e s d o t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m p a r e s d e e s t í m u l o s d o c o n j u n t o Q U A N T I D A D E c o m o s u j e i t o M 0 7. À e s q u e r d a i n d i c a -s e q u a i s o s e s t í m u l o s a p r e s e n t a d o s e m c a d a e t a p a d o t r e i n o, o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e ac e r t o s. O sinal + indica qual dos estímulos funcionou como S+. Cada quadrado representa uma tentativa. Cada linha da figura apresenta dados de uma sessão. Quadrados preenchidos representam respostas a S+. Quadrados vazios representam respostas a S-. O s nú m e r o s e m n e g r i t o i n d i c a m a s s e s s õ e s em que se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). 71

82 M 0 6 E s t í m u l o s a c. / t o t. % d e a c. BO+ XX 20/21 95,24% NP 71/72 98,61% XX+ BO 17/21 80,95% NP 70/72 97,22% XX+ XA 27/28 96,43% NP 72/72 100,00% XA+ XX 20/24 83,34% NP 66/72 91,67% XA+ BO 21/22 95,45% NP 67/72 93,05% BO+ XA 18/20 80,00% NP 66/72 91,67% M 0 7 BO+ XX 28/30 93,34% NP 44/49 89,79% XX+ BO 18/20 80,00% NP 69/72 95,84% XX+ XA 18/ , 0 0 % NP 69/72 95,84% XA+ XX 17/19 89,47% NP 69/72 95,84% XA+ BO 17/18 94,45% NP 69/72 95,84% BO+ XA 20/21 95,24% NP 70/72 97,22% Figura 25 - Dados de cada uma das sessões do treino de discriminações simples com todos os pares de estímulos do conjunto FORMAS 1 (BOLA = BO, XIS = XX, XADREZ = XA) com ambos os sujeitos. À esquerda indica-s e q u a i s o s e s t í m u l o s a p r e s e n t a d o s e m c a d a e t a p a d o t r e i n o, o n ú m e ro de acertos/total de tentativas e o percentual de acertos. O sinal + indica qual dos estímulos funcionou como S+. Cada quadrado representa uma t e n t a t i v a. C a d a l i n h a d a f i g u r a a p r e s e n t a d a d o s d e u m a s e s s ã o. Q u a d r a d o s p r e e n c h i d o s r e p r e s e n t a m r e s p o s t a s a S+. Quadrados vazios representam respostas a S-. Os números em negrito indicam as sessões em que se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). As letras N P n a c o l u n a e s t í m u l o s i n d i c a m o s b l o c o s d e 7 2 t e n t a t i v a s d e v e r i f i c a ç ã o d a m a n u t e n ç ã o d a d i s c r i m i n a ç ã o e m novas posições

83 73 Discriminações simples com três estímulos: conjuntos Cor 1 e Forma 1 Com o objetivo de confrontar cada estímulo com os dois outros estímulos dos conjuntos COR 1 (excetuando-se AM) e FORMA 1, foram realizados treinos de discriminações simples com três estímulos (um S+ e dois S -): VD+/ VM, BR; VM+, BR, VD; BR+, VD, VM; BO+, XX, XA; XX+, XA, BO; XA+, BO, XX. Os dados obtidos com ambos os sujeitos confirmam os achados da fase anterior deste experimento, fase esta que envolveu treino de discriminações entre pares de estímulos. O desempenho de ambos os sujeitos atingiu o critério após um pequeno número de tentativas de treino. A Figura 26 contém os dados de todas as sessões dos treinos de discriminações acima mencionadas, para ambos os sujeitos. Iversen, Sidman & Carrigan (1986) levantaram a seguinte questão: Será que desempenhos de escolha por identidade treinados através do procedimento de matching-tosample se mantêm se os estímulos forem apresentados em novas posições? Eles demonstraram que, com macacos como sujeitos, a resposta poderia ser afirmativa se os estímulos fossem cores, mas não se fossem linhas (horizontal e vertical). Iversen (1997) obteve resposta negativa para a mesma pergunta com ratos como sujeitos, usando luz intermitente e luz constante como estímulos. Uma pergunta crucial para a execução do presente experimento foi a que segue: Será que discriminações simples entre pares de estímulos (formas e cores) se mantêm se apresentadas em novas posições? Os dados do presente experimento indicaram que a resposta pode ser afirmativa, se não forem detectadas interferências de controles espúrios na aquisição das discriminações. Quando os sujeitos efetuaram prontamente as discriminações eles também exibira m altos percentuais de acerto nas mesmas discriminações com os estímulos em novas posições. Nestes casos, a posição parece ter sido eliminada como fonte de controle. Esse foi um importante passo para o próximo experimento. 73

84 74 E s t í m u l o s ac. / t o t. % d e a c. VD+ VM BR 27/32 8 4, 3 7 % VM+ BR VD 17/20 8 5, 0 0 % BR+ VD VM 18/20 9 0, 0 0 % M 0 6 BO+ XX XA 49/55 89,09% XX+ XA BO 53/61 86,88% XA+ BO XX 17/18 94,44% M 0 7 VD+ VM BR 28/39 71,79% VM+ BR VD 12/15 80,00% Falha no equipamento 18/18 100,00% BR+ VD VM 21/28 75,00% BO+ XX XA 37/41 90,24% XX+ XA BO 27/32 84,37% XA+ BO XX 25/27 92,59% Figura 26 - D a d o s d e c a d a u m a d a s s e s s õ e s d o t r e i n o d e d i s c r i m i n a ç õ e s s i m p l e s c o m t o d a s a s t r i n c a s d e e s t í m u l o s d o s c o n j u n t o s C O R 1 (Verde = VD, Vermelho = VM, Branco = BR) e FORMA 1 (BOLA = BO, XIS = XX, XADREZ = XA) com ambos os sujeitos. À esquerda indica-s e q u a i s o s e s t í m u l o s q u e f o r a m a p r e s e n t a d o s e m c a d a e t a p a d o t r e i n o, o n ú m e r o d e a c e r t o s / t o t a l d e t e n t a t i v a s e o p e r c e n t u a l d e a c e r t o s. O s i n a l + i n d i c a q u a l d o s e s t í m u l o s f u n c i o n o u c o m o S +. C a d a l i n h a d a f i g u r a r e p r e s e n t a u m a s e s s ã o. C a d a quadrado representa uma tentativa. Na apresentação dos dados das sessões com os estímulos COR 1, os quadra dos estão preenchidos com as cores dos estímulos selecionados pelos sujeitos. Na apresentação dos dados das sessões com os estímulos FORMA 1, os q u a d r a d o s p r e t o s i n d i c a m r e s p o s t a s a B O, q u a d r a d o s c i n z a i n d i c a m r e s p o s t a s a X X e q u a d r a d o s b r a n c o s i n d i c a m r e spostas a XA. Os números em negrito indicam as sessões em que se obteve o critério de aquisição (18 tentativas corretas consecutivas). 74

85 75 EXPERIMENTO III Iversen (1997) e Iversen, Sidman & Carrigan (1986) demonstraram que o desempenho de escolha por identidade ao modelo se deteriora quando os estímulos modelo, sempre apresentados na janela central durante o treino, passam a ser apresentados em janelas laterais. A correlação entre a função dos estímulos (modelo e comparação) e a posição ocupada por esses estímulos (respectivamente janela central e janelas laterais) pode ter determinado que parte do controle do comportamento dos sujeitos tenha sido exercido pela posição dos estímulos. Essa correlação entre a função dos estímulos e sua posição pode ser um fator determinante de resultados negativos em testes de simetria, nos quais a função dos estímulos é necessariamente invertida (D Amato, Salmon, Loukas & Tomie, 1985; Sidman, 1994). Um interessante problema de pesquisa, portanto, pode ser levantado: é possível treinar discriminações condicionais através do procedimento de matching-t o-sample na ausência de correlação entre a posição dos estímulos e sua função? Essa pergunta poderia ser respondida se se efetuassem treinos de desempenho de escolha por identidade com o modelo, através de um procedimento no qual os estímulos modelo e de comparação pudessem ocupar as mesmas posições independentemente de suas funções. Além de responder ao problema de pesquisa acima mencionado (gerado pelas questões levantadas por Iversen e seus colaboradores), o presente experimento objetivou explorar aspectos relativos ao desempenho de escolha por identidade. É possível que a obtenção do desempenho de escolha por identidade generalizada, antes do treino de relações arbitrárias e do teste de relações emergentes, seja uma maneira de eliminar o controle por características não programadas da tarefa, como por exemplo o cont role pela posição dos estímulos. É bem verdade, contudo, que o desenvolvimento do desempenho de escolha por identidade generalizada, antes dos testes para formação de classes de equivalência, inviabiliza testes de reflexividade, uma vez que escolha por identidade generalizada e reflexividade são indistinguíveis do ponto de vista do registro, apesar de serem desempenhos construídos por histórias de exposição a contingências completamente diferentes (Sidman, 1994). Mesmo assim, os objetivos do presente experimento foram: 1) verificar a possibilidade de treinar o desempenho de escolha condicional por identidade com o modelo, na ausência de correlação entre a função dos estímulos (modelo e comparação) e sua posição (janela central versus janelas laterais), através do procedimento de matching-tosample e 2) a partir desse treino, verificar a possibilidade de emergência desse desempenho com estímulos novos (identidade generalizada). MÉTODO Sujeitos e Equipamento: Foram utilizados os mesmos sujeitos e equipamento descritos no experimento anterior. Estímulos: Foram utilizados os conjuntos de estímulos FORMA 1 e COR 1 (descritos no experimento anterior) que foram nomeados, no presente experimento, respectivamente como conjuntos A e B e. Além destes, foram utilizados os estímulos dos conjuntos C (COR 2: rosa, cinza e ciano ), D (COR 3: verde escuro, marrom e azul ) e E (FORMA 2: círculos, losango e argolas ) - ver Figura 27. Procedimento: Todas as sessões deste experimento foram programadas para serem encerradas quando se atingia um dos seguintes critérios: 1) aquisição do desempenho: 18 tentativas 75

86 76 corretas consecutivas 1 ; 2) duração máxima: 45 minutos de sessão; 3) máximo de tentativas: 72 tentativas efetuadas. Figura 27 Três conjunto s de estímulos utilizados no Experimento III. Na primeira linha da figura estão os estímulos do conjunto Cor 2 ( rosa, cinza e ciano ). Na segunda linha, estão os estímulos do conjunto Cor 3 ( verde escuro, marrom e azul ). Na terceira linha, e stão os estímulos do conjunto Forma 2 ( círculos, losango e argolas ). Treino das relações condicionais AA O treino das relações condicionais AA (modelo A1, S+ A1, S- A2 e A3; modelo A 2, S + A 2, S- A1 e A3; modelo A3, S+ A3, S- A1 e A2) foi efetuado em três fases, através de um procedimento de matching-t o-sample sucessivo e sem atraso. O critério de aquisição para mudança de fase foi de 18 tentativas corretas consecutivas. Fase 1: treino A1A1: Todas as tentativas se iniciavam com a apresentação do e stímulo A1 ( bola ) desenhado em qualquer uma das nove janelas da matriz. A resposta de tocar esse estímulo produzia a retirada do mesmo e a apresentação dos três estímulos de comparação A1, A2 e A3 (respectivamente bola, xis e xadrez ) que também ocupavam três janelas quaisquer na matriz, podendo um deles ocupar inclusive a janela na qual tinha sido apresentado o estímulo modelo 2. Respostas a A1, que funcionava como S+, acionavam o comedouro que dispensava uma pelota de comida e a tentativa era ence rrada, iniciando-se um intervalo entre tentativas (IET) de 6 segundos. Respostas a A2 e A3, que funcionavam como S -, encerravam a tentativa sem reforçamento, geravam IET e, em seguida, a mesma tentativa era reapresentada (procedimento de correção). 1 Da mesma maneira que no experimento anterior, as sessões em que o procedimento de correção foi utilizado no presente experimento foram encerradas com 17 tentativas corretas consecutivas, após acerto na última tentativa de correção. 2 Essa modificação no procedimento foi intro duzida nos Experimentos III e IV com o objetivo de eliminar a correlação entre a função dos estímulos (modelo e comparação) e sua posição (janela central versus janelas laterais). 76

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