Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Justiça da Federação Equestre Portuguesa
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- Samuel de Almada Canário
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1 Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Justiça da Federação Equestre Portuguesa Lisboa, de Março de 2017 Ass.: Recurso sobre Candidaturas Eleitorais Alexandre da Costa Lobo Mascarenhas de Lemos, contribuinte fiscal nº , titular do cartão de cidadão nº , residente no largo de São Vicente, nº 8, em Alcabideche, Delegado ao Congresso da Federação Equestre Portuguesa, tendo sido, na data de hoje, notificado das listas que se pretendem apresentar a sufrágio eleitoral no Congresso da FEP em 31 de Março próximo, e tendo verificado a eventual inelegibilidade de vários candidatos a membros da Direção pela lista A, vem apresentar recurso da deliberação do Presidente do Congresso de aceitação das referidas candidaturas, nos termos do número 3 do artigo 9º do Regulamento Eleitoral da FEP, o que faz com base no seguinte: 1) O candidato à Presidência da FEP, Luis Manuel Cidade Pereira de Moura, exerceu já os seguintes mandatos: a) Como Vice-presidente da Direção, no mandato iniciado a 14 de Abril de 2009 e concluído, por destituição, em 21 de Dezembro de (Docs. 1 e 2) b) Como Presidente e, por inerência de funções membro da Direção, no mandato iniciado a 1 de Fevereiro de 2011e concluído a 24 de Março de (Docs. 3 e 4) c) Como Presidente e, por inerência de funções membro da Direção, no mandato iniciado a 25 de Março de 2013 e que terminará em 31 de Março de (Doc. 4)
2 2) Os candidatos à Vice-presidência da FEP, Luis Filipe Soares Santos Correia e Joaquim Francisco Mota Batista, exerceram já os seguintes mandatos: a) Como Vice-presidentes da Direção, no mandato iniciado a 14 de Abril de 2009 e concluído, por destituição, em 21 de Dezembro de (Docs. 1 e 2) b) Como Vice-presidentes da Direção, no mandato iniciado a 1 de Fevereiro de 2011e concluído a 24 de Março de (Docs. 3 e 4) c) Como Vice-presidentes da Direção, no mandato iniciado a 25 de Março de 2013 e que terminará em 31 de Março de (Doc. 4) 3) É certo que a lei estabelece uma duração de 4 anos, em regra coincidentes com o ciclo olímpico, para os mandatos dos titulares dos órgãos das federações desportivas. 4) No entanto, tanto a lei como os Estatutos admitem também a possibilidade de que esses mandatos terminem antes do final do período previsto, entre outras razões, por renúncia ou perda de mandato. 5) Tratando-se da renúncia ou perda de mandato do Presidente, dispõe o numero 2 do artigo 12º do Regulamento Eleitoral, tal implica também a perda de mandato da Direção. 6) Sendo óbvio que, em qualquer caso, a vagatura daí resultante dá origem a um novo mandato, como conclui a própria Constituição da República Portuguesa, no numero 2 do artigo 128º, com referência ao Presidente da República. 7) Torna-se, assim, evidente que o 3 candidatos referidos, tendo desempenhado já 3 mandatos sucessivos como membros da Direção da FEP, não podem exercer um quarto mandato, também ele sucessivo, sob pena de violação grosseira do disposto no número 2 do artigo 10º do Regulamento Eleitoral da FEP, o número 2 do artigo 18º dos Estatutos da FEP e o número 2 do artigo 50 do Regime Jurídico das Federações Desportivas, bem como do respectivo preambulo.
3 8) Naquilo que concerne ao candidato Luis Manuel Cidade Pereira de Moura, tendo desempenhado as funções de Vice-presidente (um mandato) e Presidente (dois mandatos), integrou já a Direção nesses três mandatos sucessivos, pelo que não pode agora candidatar-se, pela quarta vez sucessiva, a um órgão federativo que, não obstante ser autónomo, sempre implicaria a sua integração como membro de pleno direito na Direção, nos termos do numero um do artigo 41º do Regime Jurídico das Federações Desportivas e do artigo 42º dos Estatutos. 9) E, sendo o Presidente, embora órgão distinto, membro por inerência da Direção, a sucessão do exercício de quatro mandatos consecutivos na Direção, ainda que alternando a qualidade de Vice-presidente com a de Presidente, ofendería tanto a literalidade como o espirito das normas referidas em 6). 10) A admissão de que alguém pudesse cumprir mais do que 3 mandatos sucessivos como membro da Direção, com a justificação de que, tendo sido Vice-presidente passaría a ser Presidente ou vice-versa, não seria mais do que uma forma ardilosa de contornar a lei, os Estatutos e o Regulamento Eleitoral, no respectivo propósito, deixado claro até à exaustão pelos referidos dispositivos legais, de impedir um excessivo apego ao poder. Trata-se, de resto, de um saudável principio democrático, semelhante ao da limitação dos mandatos autárquicos e presidenciais praticado em Portugal e contrário à prática politica russa contemporânea. A aceitação do princípio contrário implicaria a possibilidade de alguém se manter por tempo indefinido na Direção, bastando-lhe ir alternando a Presidência com a Vice-presidência. Concluindo o Recorrente que: I. O Presidente da Federação é, por inerência de funções, titular da Direção; II. Nenhum titular de um órgão da Federação pode exercer mais do que três mandatos consecutivos nesse órgão;
4 III. Ao ser eleitos para um novo mandato, os três candidatos referenciados nos artigos 1) e 2) iriam, automaticamente, exercer um quarto mandato consecutivo como membros da Direção, assim violando a letra e o espírito do n.º 2 do art.º 10.º do Regulamento Eleitoral, o número 2 do artigo 18º dos Estatutos e o número 2 do artigo 50 do Regime Jurídico das Federações Desportivas, bem como o respectivo preambulo. Deve assim ser revogada a decisão do Presidente do Congresso de aceitação das referidas candidaturas. Respeitosamente P.D. Alexandre M. de Lemos
5 Constituição da Republica Portuguesa Artigo 123.º (Reelegibilidade) 1. Não é admitida a reeleição para um terceiro mandato consecutivo, nem durante o quinquénio imediatamente subsequente ao termo do segundo mandato consecutivo. 2. Se o Presidente da República renunciar ao cargo, não poderá candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quinquénio imediatamente subsequente à renúncia. Artigo 128.º (Mandato) 1. O mandato do Presidente da República tem a duração de cinco anos e termina com a posse do novo Presidente eleito. 2. Em caso de vagatura, o Presidente da República a eleger inicia um novo mandato. Artigo 131.º (Renúncia ao mandato) 1. O Presidente da República pode renunciar ao mandato em mensagem dirigida à Assembleia da República. 2. A renúncia torna-se efectiva com o conhecimento da mensagem pela Assembleia da República, sem prejuízo da sua ulterior publicação no Diário da República. RJFD Em oitavo lugar, estabelece -se uma regra geral para a renovação dos mandatos dos titulares dos vários órgãos federativos, de acordo com a qual ninguém pode exercer mais do que três mandatos seguidos num mesmo órgão de uma federação desportiva, Artigo 13.º Direitos e deveres das federações desportivas 3 Sem prejuízo das demais obrigações que resultam da lei, as federações desportivas devem cumprir os objectivos de desenvolvimento e generalização da prática desportiva, garantir a representatividade e o funcionamento democrático internos, em especial através da limitação de mandatos, bem como assegurar a transparência e a regularidade da sua gestão. Artigo 41.º Direcção 1 A direcção é o órgão colegial de administração da federação desportiva, sendo integrada pelo presidente e pelos membros designados por nomeação daquele ou por eleição nos termos estatutários. Artigo 50.º Duração do mandato e limites à renovação 1 O mandato dos titulares dos órgãos das federações desportivas, bem como das ligas profissionais ou associações territoriais de clubes nelas filiadas é de quatro anos, em regra coincidentes com o ciclo olímpico.
6 2 Ninguém pode exercer mais do que três mandatos seguidos num mesmo órgão de uma federação desportiva, salvo se, na data da entrada em vigor do presente decreto- -lei, tiverem cumprido ou estiverem a cumprir, pelo menos, o terceiro mandato consecutivo, circunstância em que podem ser eleitos para mais um mandato consecutivo. 3 Depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, os titulares dos órgãos não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido. 4 No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores não podem candidatar- -se para o mesmo órgão nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia. ESTATUTOS Artigo 18.º (Mandato) 1. O mandato dos Órgãos Sociais tem a duração de quatro anos, em regra coincidentes com o ciclo olímpico. 2. Ninguém pode exercer, mais do que três mandatos seguidos, num mesmo órgão da FEP. 3. Depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, os titulares dos órgãos não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido. 4. No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores não podem candidatar-se para o mesmo órgão nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia. Artigo 42.º (Composição) A Direção é o órgão colegial de administração da FEP, composta pelo Presidente e por quatro ou seis Vice-Presidentes eleitos nos termos estatutários. REGULAMENTO ELEITORAL ARTIGO 9º 1. Analisadas e aceites as listas pelo Presidente do Congresso, este solicitará à Direção da FEP que no prazo de três dias e, pelo meio mais expedito, designadamente através do site, delas dê conhecimento aos sócios e aos Delegados ao Congresso. 2. Havendo mais do que uma lista, caberá ao Presidente do Congresso decidir sobre a respetiva identificação. 3. Da deliberação do Presidente do Congresso sobre a elegibilidade dos candidatos cabe recurso, no prazo de dois dias, para o Conselho de Justiça, com carácter de urgência. 4. Os candidatos julgados inelegíveis, podem ser substituídos no prazo de dois dias. 5. A composição final das listas candidatas é divulgada aos sócios e aos delegados ao Congresso, até três dias antes do ato eleitoral. 6. A inelegibilidade superveniente de qualquer candidato não suspende o processo eleitoral, mas inibe-o de tomar posse. 7. Os boletins de voto serão em papel rigorosamente igual, fornecido pela Direção da FEP, sem marcas, nem sinais exteriores e todos impressos ou todos datilografados, devendo estar ao dispor dos delegados ao Congresso logo no início dos trabalhos
7 ARTIGO 10º 1. O mandato dos Órgãos Sociais tem a duração de quatro anos, em regra, coincidentes com o ciclo olímpico. 2. Ninguém pode exercer mais do que três mandatos seguidos num mesmo órgão da FEP. 3. Concluídos os mandatos referidos no número anterior, os titulares dos órgãos não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido. 4. No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores, não podem candidatar-se para o mesmo órgão nas eleições imediatas, nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia. ARTIGO 12º 2. A renúncia ou perda de mandato do Presidente, implica a perda de mandato da Direção.
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