GRUPO DE ESTUDOS 2009 CIDADANIA E EDUCAÇÃO EM/ PARA OS DIREITOS HUMANOS

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1 Profissionais da Educação GRUPO DE ESTUDOS 2009 CIDADANIA E EDUCAÇÃO EM/ PARA OS DIREITOS HUMANOS Desejamos boas vindas a todos os que escolheram participar das reflexões referentes à Cidadania e Educação em/para Direitos Humanos. É oportuno dizer que a utilização da expressão em/para visa remeter ao trabalho relativo não somente às questões teóricas, mas também, e principalmente, a prática dos Direitos Humanos no dia-a-dia, a formação de uma cultura em Direitos Humanos. Os Direitos Humanos apresentam-se como direitos fundamentais que todos deveriam usufruir sem nenhuma discriminação étnica, social, econômica, jurídica, política ou ideológica. Eles são condições indispensáveis para se alcançar uma convivência em que todos sejam respeitados indistintamente. Por suas características essenciais, podem ser classificados de diversas formas, mais a maneira mais usual está relacionada ao momento em que foram reconhecidos.tais direitos têm como características serem universais, naturais, inalienáveis, invioláveis, obrigatórios, indivisíveis. Enfim, sendo a primeira edição de Grupo de Estudos desta demanda, trouxemos elementos que possam contribuir para uma compreensão ampliada do assunto e que possibilite um olhar pedagógico sobre a questão. Consideramos que o maior desafio a enfrentar é superar o preconceito, a discriminação e as desigualdades sociais, não se tratando apenas de (re)conhecer os direitos dos sujeitos de direitos, mas de buscar alavancar a transformação social. Para isso, precisamos aprimorar as discussões que afligem a sociedade, assim como ampliar os debates nas escolas paranaenses sobre a importância dessa demanda, deveras pouco conhecida. Assim, nos 6 encontros concernentes a este Grupo de Estudos, pretendemos: no primeiro encontro analisar a trajetória percorrida pelos Direitos Humanos, citando os documentos elaborados nos diferentes períodos e contextos, atendo-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completou 60 anos em 2008; no segundo encontro refletir sobre os aspectos específicos da Educação em/para Direitos Humanos, por meio da análise de alguns pontos do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos PNEDH, documento que está em construção e orienta as ações no processo educativo, seja este formal ou informal; no terceiro encontro discutir sobre o poder da mídia, sua relação ou não com os Direitos Humanos, seu papel na educação informal, bem como seus limites e potencialidades em sala de aula; no quarto encontro levantaremos algumas questões sobre os sujeitos de direitos e a necessária transformação social apontada em convenções internacionais e transformadas em leis em nosso país; no quinto encontro discutiremos algumas questões referentes a Educação Fiscal, demanda também atendida por esta Coordenação e que traz, entre outras, uma discussão a respeito da função social dos tributos e do controle dos gastos do dinheiro público, sem os quais inviabilizam-se as políticas públicas e violam-se os direitos dos sujeitos. O sexto e último encontro reservamos para a elaboração de um artigo que deverá contemplar as discussões fomentadas nos cinco encontros anteriores. É importante que o grupo sistematize e contextualize as reflexões e discussões durante os encontros para facilitar a elaboração do artigo final. Cabe ainda ressaltar que os Roteiros de Estudos servem somente como orientação dos encontros, não sendo necessário o envio de qualquer atividade para a SEED, exceto o artigo final. Desejamos a tod@s, boa leitura, reflexão e discussão. Atenciosamente, Equipe de Cidadania e Educação em/para Direitos Humanos Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos - 1 -

2 ROTEIRO DE ESTUDOS 1º Encontro 1. Trace um breve histórico do surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de seus desdobramentos até os dias atuais. Em seguida responda: a) Segundo ORLANDI, quais limitações estão presentes no documento em questão? b) Poderíamos afirmar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem sido plenamente explorada? Por quê? c) Quais limitações o grupo apontaria para a viabilidade da Declaração Universal dos Direitos Humanos nos dias atuais? Qual seria sua potencialidade? 2. A partir da análise da charge abaixo, como o grupo avalia o conhecimento e o acesso aos Direitos Humanos? Bom trabalho!!! Bom trabalho!!!! - 2 -

3 Texto 1: DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos Direitos Humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum, Considerando ser essencial que os Direitos Humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos Direitos Humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, agora portanto, A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Artigo I II Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou - 3 -

4 III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução

5 XVII XVIII XIX XX XXI XXII XXIII XXIV XXV XXVI 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular. Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. 1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. 1.Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses. Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social. 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito

6 XXVII XXVIII XXIX XXX 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios. 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor. Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. Disponível em: Acesso em 04.mar

7 Texto 2 - Direitos Humanos: sessenta anos de conquistas A Declaração Universal de 1948: compromisso humanista DALLARI, D.A. Há sessenta anos a humanidade deu início a uma nova fase em sua história, registrando num documento lúcido e objetivo a tomada de consciência do valor primordial da pessoa humana e de seus direitos essenciais e universais, inerentes à sua própria natureza. Isso já é ressaltado, com muita evidência, em sua denominação, Declaração Universal dos Direitos Humanos, e é enfaticamente proclamado em seu artigo primeiro, que inicia com o seguinte enunciado: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Na denominação dada ao documento e nas afirmações constantes do artigo primeiro estão contidos alguns elementos esclarecedores da mais alta importância, que dão o testemunho do extraordinário avanço já obtido, em comparação com dados anteriores. Com efeito, o primeiro documento que teve a denominação de Declaração de Direitos foi o que a Assembléia Nacional da França aprovou em 1789, num dos momentos mais expressivos de afirmação da vitória da Revolução Francesa, que punha fim ao chamado Antigo Regime e começava uma nova fase na história da humanidade. O documento então aprovado foi designado Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, o que despertou reações veementes dentro da própria Assembléia, denunciando o seu caráter discriminatório contra as mulheres. Isso foi negado pelos líderes da maioria, que eram franceses brancos e ricos, mas o espírito discriminatório foi confirmado logo em seguida. Basta lembrar que, à semelhança dos Estados Unidos da América, criados com a aprovação da primeira Constituição escrita da História, em 1787, a França impediu o acesso das mulheres aos altos cargos do governo e da Administração Pública. Assim, a afirmação de que os Direitos Humanos declarados são de todos os seres humanos exclui qualquer espécie de discriminação. Isso tem ainda grande importância, para constatação dos avanços, pelo fato de que tanto os Estados Unidos quanto a França se basearam na afirmação da existência de direitos naturais das pessoas, sendo o primeiro deles o direito à liberdade, sendo bem conhecido o lema da Revolução Francesa, Liberdade, Igualdade, Fraternidade, e na prática negaram por muito tempo essa afirmação. Com efeito, ambos, Estados Unidos e França, usavam o trabalho escravo em larga escala e continuaram mantendo a escravidão negra durante muitos anos. A mulher só foi admitida como eleitora em eleições nacionais estadunidenses em 1920 e na França ela só foi admitida como Juíza em Além disso, os trabalhadores tiveram que enfrentar duríssima resistência, inclusive forte repressão policial, para, no século XX, serem admitidos como livres e iguais. Como fica óbvio, aquilo que se denominou enfaticamente Liberalismo continha uma boa dose de hipocrisia, pois os direitos declarados eram os dos homens brancos ricos, excluindo grande parte da humanidade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela Organização das Nações Unidas em 1948 foi, efetivamente, um avanço para a humanidade. Existem ainda resistências à sua efetiva aplicação, mas a simples existência dessa Declaração tem servido de apoio significativo para lutas travadas por meios pacíficos e para denúncias e reivindicações buscando a concretização de mudanças nas Constituições, na organização das sociedades e nas práticas da convivência humana constitucionais, visando à eliminação das discriminações e a implantação da justiça social

8 Os Direitos Humanos e os caminhos da História Perde-se na origem dos tempos o reconhecimento de que os seres humanos são criaturas especiais, que nascem com certas peculiaridades, incluindo necessidades básicas de natureza material, psicológica e espiritual, que são as mesmas para todas as pessoas. Entre tais peculiaridades encontra-se também a possibilidade de se desenvolver anteriormente, de transformar a natureza e de estabelecer novas formas de convivência. Tudo isso levou à conclusão de que o ser humano é dotado de especial dignidade e que é imperativo que todos recebam proteção e apoio para a satisfação das necessidades básicas e para o pleno uso e desenvolvimento de suas possibilidades físicas e intelectuais. Como decorrência de todos esses fatores, foi sendo definido um conjunto de faculdades naturais necessitadas de apoio e estímulo social, que hoje se externam como direitos fundamentais da pessoa humana. Mas apesar de serem direitos de todos os seres humanos, o que deveria levar à conclusão lógica de que ninguém é contra tais direitos, a História mostra coisa bem diferente disso. Há pessoas que colocam suas ambições pessoais, sua busca de poder, prestígio e riqueza acima dos valores humanos. Isso explica as violências da Idade Média, com o estabelecimento dos privilégios da nobreza e a servidão dos trabalhadores. Essa é, também, a raiz das agressões sofridas pelos índios da América Latina com a chegada dos europeus, estando aí, igualmente, o nascedouro das violências contra a pessoa humana, inspiradas nos valores do capitalismo, que tenta renovar agora sua imagem desgastada, propondo a farsa da globalização. O excesso de agressões à dignidade da pessoa humana, em decorrência do egoísmo, da insaciável voracidade, da insensibilidade moral dos dominadores tem despertado reações, tanto no plano das idéias quanto no âmbito da ação material. Desse modo surgiram teorias e movimentos revolucionários, que foram contribuindo para que um número cada vez maior de seres humanos tomasse consciência de sua dignidade essencial e dos direitos a ela inerentes. No final da Idade Média, no século XIII, aparece a grande figura de São Tomás de Aquino que, tomando a vontade de Deus como fundamento dos Direitos Humanos, condena as violências e discriminações, dizendo que o ser humano tem Direitos Naturais que devem ser sempre respeitados, chegando a afirmar o direito de rebelião dos que forem submetidos a condições indignas. Mas a fundamentação teológica dos Direitos Humanos foi usada maliciosamente, para sustentar que os direitos dos reis e dos nobres decorriam da vontade de Deus e assim estariam justificadas as discriminações e injustiças sociais. Os séculos XVII e XVIII foram marcados por lutas contra esses privilégios. Grandes filósofos políticos reafirmaram a existência dos direitos fundamentais da pessoa humana, sobretudo os direitos à liberdade e à igualdade, mas dando como fundamento desses direitos a própria natureza humana, descoberta e dirigida pela razão. Na seqüência dessas idéias, a burguesia, que tinha força econômica, mas estava à margem do poder político, associou-se à plebe, pois ambas estavam igualmente interessadas na destruição dos antigos privilégios de que gozavam a nobreza e o clero a ela associado e seu valioso aliado político, também beneficiário das injustiças. O ponto culminante dessas lutas foi a Revolução Francesa. No ano de 1789, colocado o poder nas mãos da burguesia, foi publicada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, afirmando, no artigo primeiro, que todos os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos, mas, ao mesmo tempo, admitindo distinções sociais, as quais, conforme a Declaração, deveriam ter fundamento na utilidade comum. Logo foram achados os pretextos para essas distinções, instaurando-se uma nova forma de sociedade discriminatória com novas classes de privilegiados, estabelecendo-se enorme distância entre as camadas mais ricas da população, pouco numerosas, e a grande massa dos mais pobres. A partir de então, as injustiças incessantemente acumuladas, as discriminações impostas pela lei, excluindo da participação política os não-proprietários e as mulheres, o uso dos órgãos do Estado para sustentação dos privilégios dos mais ricos e de seus serviçais, tudo isso acarretou - 8 -

9 mais sofrimento, miséria, violências e inevitáveis revoltas. No campo dos dominadores surgiram, entretanto, muitas disputas, sobretudo de natureza econômica, em âmbito nacional e internacional. Essa produção de injustiças e esse choque de ambições levaram à perda da paz, com duas guerras mundiais no século XX, chegando-se a extremos, jamais imaginados, de violência contra a vida e a dignidade da pessoa humana. Declaração Universal dos Direitos Humanos: avanços e resistências Terminada a Segunda Guerra Mundial, estando ainda abertas as feridas da grande tragédia causada pelo egoísmo, pelo excesso de ambições materiais, pela arrogância dos poderosos e pela desordem social que de tudo isso resultou, iniciou-se um trabalho visando à criação de um novo tipo de sociedade, informada por valores éticos e tendo a proteção e promoção da pessoa humana como seus principais objetivos. Foi instituída, então, a Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de trabalhar permanentemente pela paz. Demonstrando estarem conscientes de que esse objetivo só poderá ser atingido mediante a eliminação das injustiças e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa humana, os integrantes da Assembléia Geral da ONU aprovaram, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Declaração é um marco histórico, não só pela amplitude das adesões obtidas, mas, sobretudo, pelos princípios que proclamou, recuperando a noção de Direitos Humanos e fundando uma nova concepção de convivência humana, vinculada pela solidariedade. É importante assinalar também que, a partir da Declaração e com base nos princípios que ela contém, já foram assinados muitos pactos, tratados e convenções, tratando de problemas e situações particulares relacionados com os Direitos Humanos. Esses documentos implicam obrigações jurídicas e o descumprimento dos compromissos neles registrados acarreta sanções de várias espécies, como o fechamento do acesso a fontes internacionais de financiamento e aos serviços de organismos internacionais, além de outras conseqüências de ordem moral e material. A partir da proclamação da igualdade de todos os seres humanos, em direitos e dignidade, como está expresso no artigo primeiro da Declaração Universal, vários pactos e tratados dispuseram sobre situações específicas em que a igualdade vinha sendo negada, fixando regras e estabelecendo responsabilidades. Essa diretriz já penetrou nas Constituições, o que significa um reforço, de ordem prática, da eficácia das normas, bem como facilidade maior para seu conhecimento e sua aplicação. O que se pode concluir disso tudo, é que a Declaração Universal dos Direitos Humanos marca o início de um novo período na história da humanidade. Os que procuram a preservação ou a conquista de privilégios, os que buscam vantagens materiais e posições de superioridade política e social, sem qualquer consideração de ordem ética, os que pretendem que seus interesses tenham prioridade sobre a dignidade da pessoa humana, esses resistem à implantação das normas inspiradas nos princípios da Declaração Universal. Mas a realidade mostra um avanço considerável na conscientização das pessoas e dos povos, havendo razões objetivas para se acreditar que a história da humanidade está caminhando no sentido da criação de uma nova sociedade, na qual cada pessoa, cada grupo social, cada povo verá seus Direitos Humanos fundamentais reconhecidos e respeitados. O que reforça essa crença é a constatação de que vem aumentando incessantemente o número dos que já tomaram consciência de que, para superar as resistências, cada um de nós deverá ser um defensor ativo de seus próprios Direitos Humanos. E por imperativo ético, mas também para defesa de seus próprios direitos, todos deverão ser defensores dos Direitos Humanos de todos. Adaptado de: DALLARI, D. A. Direitos Humanos: sessenta anos de conquistas. In.: BRASIL, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil. Revista Direitos Humanos. Ano 1, Dezembro/2008. p Disponível em Acesso em 25.fev

10 Texto 3: Declaração Universal dos Direitos do Homem 1 É um documento básico assinado pelas Nações Unidas em A Carta Internacional dos Direitos Humanos inclui a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e um Protocolo Facultativo. Do ponto de vista discursivo, é interessante observar que não basta a declaração, é preciso que se redijam pactos específicos. Se a Declaração foi promulgada em 1948, os Pactos só ficaram prontos em Assim como o protocolo que se ocupa de organizar as comunicações individuais dos que se consideram vítimas de violações de seus direitos previstos nos pactos. Quanto à Declaração, ela se constitui de um preâmbulo e de 30 artigos. O preâmbulo é constituído de alguns considerandos : o primeiro deles é considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo. Tomamos este como exemplo para falar sobre a discursividade que aí é produzida. A palavra reconhecimento mostra que fica a critério do sujeito esta responsabilidade. Além disso, dizer que a dignidade é inerente, também naturaliza algo que é uma conquista histórica e social. Mais ainda, essa dignidade é inerente à família humana. A noção de família abriga a de dignidade. Sem família, portanto, desaparece esse valor? E, o mais interessante, o que se visa, não é o sujeito, não é a família, mas a liberdade, a justiça e a paz no MUNDO. Este trabalho não pretende fazer uma análise minuciosa de todos os considerandos. Só mencionamos este como exemplo para mostrar que um discurso nunca começa nele mesmo. Já há sentidos que sustentam os sentidos que se constituem nele. E, quando lemos, já nos comprometemos com estes sentidos que já estão significando naqueles a que estamos tendo acesso. Pois bem, estes considerandos são assim a armadura que cinde os sentidos em uma formação discursiva na qual estes sentidos fazem sentido. E os artigos, que virão depois, já têm esta armadura como lugar de significação. É com esta formação discursiva que nos relacionamos quando falamos em Direitos Humanos. Antes de passarmos à análise dos artigos, chama-nos a atenção o fato de que, depois dos considerandos (que são sete), enuncia-se: agora, portanto, a Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Voltaremos à análise deste texto mais à frente. Queremos só destacar daqui o papel de realce dado à educação para atingir este ideal. E nos perguntamos: o que seriam as tais medidas progressivas? O artigo número 1 é o que resume toda a filosofia da declaração: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir 1 É de se observar que utilizamos aqui tanto a expressão Direitos do Homem para a Carta da ONU como Direitos Humanos. É assim que encontramos ao longo das citações. Em 1947, a comissão que trabalhava no projeto decidiu chamar de Carta Internacional dos Direitos Humanos o conjunto dos documentos então em preparação. Mas, como disse, encontram-se estas formas do homem/humanos se substituindo indiferentemente. Atualmente, algumas pessoas fazem esta distinção, atribuindo à expressão do homem um sentido mais restrito, que não incluiria o sexo feminino. No entanto, em meu trabalho, não faço esta distinção pois a palavra humano também tem em sua raiz a palavra homem e quando falamos em Homem com letra maiúscula, estamos significando todo o gênero humano

11 uns para com os outros em espírito de fraternidade. Esta é uma paráfrase do lema da revolução francesa: liberdade, igualdade, fraternidade. A premissa dotado de razão e consciência é uma marca da conjuntura histórica e filosófica que é a do século XVIII. O artigo número 2 é o da igualdade e não-discriminação de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião. É uma especificação do primeiro: em que somos iguais? Em classe, não. É essa, aliás, a grande diferença que fica silenciada e que, na realidade, é o que é a fonte do discurso da igualdade: a diferença de classes precisa do discurso da igualdade perante a lei, na diferença de sexo, de raça, de língua, de opinião, de religião etc. Dos artigos, podemos referir a alguns que são, por assim dizer, o ponto principal dentre os outros. O primeiro a ser realçado é, sem dúvida, o terceiro artigo: Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. De certa forma, ele conjuga em si os outros, do quarto ao vigésimo primeiro, que especificam os direitos civis e políticos tais como proibição da escravatura, de tortura, de penas cruéis, o direito ao reconhecimento da personalidade jurídica, a um julgamento eqüitativo, à presunção de inocência, a proibição de intromissão na vida privada, na família, na correspondência, liberdade de opinião e expressão, o direito à propriedade, liberdade de circulação e residência, o direito à reunião e associação pacíficas, direito a funções públicas em seu país etc. O artigo 22, também reconhecido como uma pedra de toque da Declaração, introduz os artigos 23 a 27 que se referem aos direitos de segurança social, o direito ao trabalho, o direito ao salário igual por trabalho igual, o direito ao repouso e aos lazeres, a um nível de vida suficiente para assegurar a saúde e o bem-estar, o direito à educação e de tomar parte na vida cultural da comunidade. O artigo 22 aborda que: Todo ser humano, como membro de sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recurso de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis a sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL..., 1948) Note-se aqui que a referência ao Estado é manifesta. Dependemos do Estado (de sua organização e recursos). Nos interessa observar que este é um discurso marcado pelo nacionalismo mesmo que se dirija ao mundo. Note-se ainda que a questão da dignidade mantém-se como causa. De que sentidos se preenche a dignidade? Os artigos 28 a 30 reconhecem a necessidade de que reine uma ordem social e internacional que assegure a efetividade dos direitos e liberdades enunciados na Declaração e acentuam os deveres e responsabilidades de cada indivíduo para com sua comunidade. O artigo 30, finalmente, adverte que nenhum Estado, grupo ou indivíduo pode desenvolver qualquer atividade para destruir quaisquer direitos e liberdades enunciadas na Declaração. Ou seja, é um artigo que confirma a validade da Declaração. Como vimos, no início desta análise da Declaração Internacional dos Direitos do Homem, fazem parte do mesmo funcionamento os Pactos que foram elaborados e que dão sustentação à Declaração 2. Apresentam-se, assim, como partes da textualidade do discurso dos Direitos Humanos. E aparecem como sendo textos que procuram dar um suporte mais efetivo e prático, 2 Vale ressaltar, dentre eles: - Convenção relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino (1960); - Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966); - Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966); - Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial (1966); - Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1979); - Convenção sobre os Direitos da Criança (1989); - Convenção para proteção e promoção da diversidade de expressões culturais (2005)

12 ligado aos diferentes Estados, para que os Direitos sejam praticados. A Declaração, por seu lado, aparece como um padrão por meio do qual se pode medir o grau de respeito e cumprimento das normas internacionais de Direitos Humanos. São normas, não são leis. Um Discurso (da Educação) para os Direitos Humanos Quem, Onde, Quando? O que temos a dizer como proposição para um discurso de educação em Direitos Humanos? E trata-se da questão da educação porque, primeiro, a própria Declaração coloca suas expectativas neste instrumento que é a educação e, vagamente, no que chama de medidas progressivas. O que nos leva a pensar que as tais medidas progressivas seriam implementadas oportunamente pelos Estados na medida da necessidade e da possibilidade de cada um. Mas o apelo à educação é geral. Em segundo lugar porque a educação, com a Revolução Francesa, passa a fazer parte dos instrumentos do Estado, em sua forma burguesa, para dar a todos as mesmas oportunidades. Faz, pois, parte da democracia. Ela não é apenas formadora, como diz Piaget (1972), mas uma condição formadora ao próprio desenvolvimento. Ela contempla o direito que tem o indivíduo de se desenvolver e a obrigação que tem a sociedade de transformar suas possibilidades em realizações efetivas e úteis (PIAGET, 1972). Em terceiro lugar, e isto faz parte do que dissemos na primeira parte sobre o que seja discurso, não temos controle pessoal sobre os sentidos, sobre o modo como se constituem e produzem seus efeitos (ideológicos). Os sentidos não são aprendidos ideologicamente. São experimentados. Daí que colocamos a questão da educação como uma questão fundamental para a promoção de Direitos Humanos. Não se ensinam os Direitos, diríamos, mas podemos criar, pela educação, condições para evitar que os sujeitos sejam presos de evidências que os impediriam de colocar-se de modo crítico à realidade que desrespeita a vida, a liberdade, a segurança, o direito ao trabalho, entre outros. Como viver na realidade e, ao mesmo tempo, ter condições de não identificar-se com a segregação que ela cria? Senso assim a educação é capaz de produzir este espaço em que os sujeitos possam se significar politicamente de modo que tanto os sujeitos como os sentidos sejam não mera reprodução mas transformação, resistência, ruptura. Então, o que temos a dizer logo no início é que não é por acaso, desvio, ou falha que a sociedade burguesa desrespeita a dignidade do ser humano. Por isso, a educação tem um lugar privilegiado e também por isso há a criação de mecanismos como a Declaração Universal dos Direitos do Homem: para lidar com esta ambigüidade, com este equívoco que é constitutivo do sujeito e do sentido produzido na conjuntura burguesa em que jogam liberdade e submissão, direitos e deveres, autonomia e responsabilidade. O que a educação pode fazer, nesse caso, é criar condições para que possa(m) irromper outra(s) discursividade(s) que atravesse(m) a produção existente de sentidos evidentes, atingindo assim e rompendo com a interpretação da ideologia já-lá. Façamos um recuo histórico: quando se deu a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Em 1948, nas Nações Unidas. Ou seja, depois da Segunda Guerra Mundial, e do grande impacto que esta criou no interior mesmo do capitalismo. Além disso, não esqueçamos, é o momento da prática da Guerra Fria. Portanto, também não é por acaso que ela seja promulgada pelas Nações Unidas. É um momento crítico para a sociedade democrática burguesa. A Declaração é um instrumento que se cria nessas condições. Sem mexer nas estruturas, e mesmo para não mexer nas estruturas nada de revoluções - trazer para a comunidade internacional algum discurso que aplaque a necessidade de outros sentidos. Os Pactos que acompanham a Declaração e fazem a relação com os diferentes Estados, receberam a incumbência, por exemplo, de conter um artigo

13 que garantisse que todos os povos terão direito à autodeterminação. Por outro lado, o exercício da igualdade vem sempre acrescido de um enunciado que atravessa toda a Declaração: a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática. Não se abre mão da ordem pública e se visa precipuamente a liberdade, a justiça e a paz no MUNDO, como já assinalamos em outra parte deste estudo. Intrincada relação entre sujeito/sociedade/estado/mundo que resta sempre a ser administrada. Contradição inscrita na estrutura mesma do sistema: se a ordem social é burguesa e ela mesma cria dificuldades (diferenças), como gerir estas dificuldades (diferenças) tendo no horizonte o sujeito jurídico, pensando-se a mundialização? Com Declarações, Pactos etc. que são, por sua vez, a forma mesma da contradição do sistema e um meio de reduzir seus efeitos. Mas para que as Declarações, os Pactos tenham validade, não se pode apelar diretamente aos instrumentos jurídicos (trata-se de normas e não de leis) mas de administrar as relações com os Estados (que, estes sim, podem produzir suas leis, suas constituições) e tornar o discurso das Declarações acessível e respeitado pelos sujeitos, pelas sociedades. Aí entra a função da educação na reivindicação dos direitos e o respeito a eles: ela deve ser um mecanismo que leve o sujeito a reconhecer e a respeitar os Direitos Humanos. O discurso dos Direitos Humanos é universalizante (mundializante?). Podemos assim reconhecer que a educação tem um papel importante nisso. Ela poderia ser uma prática que levasse a reconhecer no outro homem o que somos, sendo diferentes. Desse modo, como prática social, resultaria que o universalismo não é natural mas construído historicamente, com a educação sendo parte do processo de historicização. A constituição de uma memória discursiva, de um saber sobre os direitos do homem No caso da Revolução Francesa, os direitos do homem e do cidadão, que foram promulgados, faziam parte da experiência da própria revolução. Estavam incorporados no povo que a conduziu. Não era uma questão de aprendizado. Estavam incorporados na memória revolucionária do povo francês. O exercício do que está presente nos artigos, é parte da vida comum desse cidadão. Claro que pode haver desrespeito. Mas trata-se de uma falta de alguém que sabe mas que não respeita. E saber aqui não tem o sentido do saber enquanto conhecimento, mas saber enquanto experiência histórica, saber discursivo, vivência de sentidos. Está na história deles. Com isto estamos dizendo que os Direitos Humanos, no caso francês, por exemplo, tem uma memória, é algo histórico que se universaliza e funciona no registro de princípios gerais, válidos para todos. Mas se temos dizeres que não se enraízam em condições concretas, eles são in-compreensíveis. É preciso, então, trabalhar os modos de sua produção e elaboração. Para nós, assim como para muitas sociedades que viveram o regime da colonização e não tiveram um gesto de ruptura em que a experiência da cidadania se colocava como um objetivo de luta, de conquista, de reconhecimento e identificação, o texto da Declaração é um texto importado, traduzido e afixado como modelar. Um padrão a seguir. É um modelo a ser seguido, não são sentidos conquistados e incorporados em nossa memória social e política. Aqui vale a pena fazer referência a uma distinção que tenho proposto (ORLANDI, 1998) entre o não-sentido (non sens) e o sem-sentido. O não-sentido, em uma relação com a memória discursiva, é o irrealizado, aquilo que ainda não faz mas pode vir a fazer sentido. O sem-sentido, ao contrário, resulta de um esgotamento, de processos pelos quais as coisas perdem o sentido, ou simplesmente não fazem sentido. Para muitos sujeitos de nossa sociedade a palavra igualdade não faz nenhum sentido, é uma palavra sem-sentido. Em sua memória discursiva, esse sujeito não foi afetado por este processo de significação. Como dissemos, os sentidos resultam da experiência de uma memória

14 Há sujeitos, produzidos pelas relações de segregação do capitalismo, que têm na pele justamente a experiência da desigualdade, da diferença, e isto tão profundamente que, para estes sujeitos, a palavra igualdade é sem-sentido. Por outro lado, há sujeitos, tão identificados com suas posições de poder e onipotência, para os quais a palavra igualdade também é sem-sentido. Entretanto, há, por exemplo para os sujeitos segregados, discursividades que eles nunca experimentaram mas que podem vir a fazer (outro) sentido em sua memória social e histórica. Sentidos que esta sociedade não constitui mas que estes sujeitos, de suas posições na história, vislumbram como sentidos possíveis. Talvez aí esteja uma função importante da educação em Direitos Humanos: instalar uma situação em que estes sujeitos possam passar do não-sentido ao sentido possível, de modo que o irrealizado advenha formando sentido do interior do não-sentido (PÊCHEUX, 1975). Aí então, talvez seja possível, pelo discurso da educação em Direitos Humanos, que estes sujeitos vislumbrem o próprio lugar que ocupam como seres humanos (que) nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razão e de consciência, (que) devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade. Este percurso que estamos propondo para a Educação em Direitos Humanos que ela saiba ouvir e instaurar outros discursos que atravessem o discurso dominante - vem do fato de que, da perspectiva discursiva, a consciência não precede a experiência, ao contrário, se constitui a partir dela. Se assim é, é preciso que os diferentes discursos, muitas vezes silenciados pelo alarido do processo dominante de produção de sentidos no capitalismo, possam ser ouvidos e investidos na realidade histórica e social contemporânea, de tal modo que essas outras experiências encontrem voz e possam (re) significar(se) no coro dos Direitos Humanos, em nossos dias, tão surdos e emudecidos, não porque não se fala neles, mas porque eles já não fazem sentido. ORLANDI, E. P. Declaração Universal dos Direitos do Homem. In.: SILVEIRA, R. M. G. et al. Educação em direitos humanos: Fundamentos teórico metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, p Disponível em

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