CHORO DOS VIOLINOS DONATO RAMOS

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2 CHORO DOS VIOLINOS 1ª Edição: E-BOOK ª Edição: Impresso e E-Book 2015 LIVRO Nº 122 DO MESMO AUTOR ESCRITAS EDITORA FLORIANÓPOLIS SC Mais de um terço dos anos que vivi foram dedicados à profissão de Radialista, tendo atuado em mais de uma dezena de Emissoras em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Mais de dez mil textos, novelas, crônicas e poemas escritos, posteriormente transformados em livros, que em 2015 perfazem mais de uma centena. Esses livros, graças à tecnologia já implantada no Brasil, permite que você compre apenas um livro e esse livro será impresso e enviado pra você pelo Correio. Esse processo permite ao escritor mostrar as suas obras sem disponibilizar grandes quantias com a impressão em Gráficas, como no passado. Radialista: Você que tem um programa que fala de Saudade, de amor, de amizade, do Sol ou da Lua, utilize os textos.cite a fonte. O ouvinte gosta do estilo, principalmente os mais antigos e os apaixonados de plantão! DONATO RAMOS 80 anos em

3 SANDRA PEREIRA Apresentadora PRIMER TV Do que ela mais gosta: Falar de Deus. Falar da vida dedicada à outras vidas. E sorrir. Enviar mensagens de otimismo a todos os seus fãs da televisão e aos seus colegas da MESA REDONDA, de Tadeu Soares. E sorrir. Se sofre, ninguém sabe, porque sorri. Mas talvez chore, sensível que é, ao ouvir o som dos violinos que lhe mando em meu 122º LIVRO.. DONATO RAMOS 3

4 ESCRITAS EDITORA CHORO DOS VIOLINOS Um violino chora sentindo os prantos que a vida lega aos destinos humanos. 4

5 Textos para programas radiofônicos que falam de saudade 5

6 M INHA ALMA vibra nos acordes Desses violinos que choram... Meus olhos ainda umedecidos Pelas lágrimas que há pouco Eu derramava, estão cansados De ver... De ver em tudo e em todos, caprichos evidenciados Em fatos incompreensíveis. Minh alma é como a alma dos violinos que choram... Que choram sempre. 6

7 A BODAS DE PRATA vida é uma sequência de coisas e de fatos... Lembro minha mocidade. Recordo, hoje, o dia feliz de meu matrimônio... Eis ao meu lado com seu lindo vestido de noiva, radiante e feliz como se fora o dia mais feliz de sua existência. Hoje, já são passados 25 anos e esse dia ficou gravado em nossos corações. Os seus cabelos, outrora esplendorosos, estão prateados com a cor do tempo. Hoje nossas bodas são verdadeiras bodas de prata. (Souza Moreno) 7

8 Quando lembro seu nome, Fulgor estranho invade minh alma sensitiva. Vejo nas coisas que o mundo criou, beleza sem par, encanto divino, suavidade infinita. Recordo os momentos felizes que juntos passamos, contemplando da velha e encantadora cidade do interior, sentindo a força majestosa do amor que nos domina. Para você, esta melodia que bem traduz a grandiosidade de meu amor por você. (Souza Moreno) 8

9 Uma noite passou. Outra chegou e passou também. Os sonhos foram sendo empilhados em desalinho, em ordem e sem jeito, Em algum canto da nossa sensibilidade. São tantas as noites e tantos os sonhos Que a vida da gente vai seguindo arcada de tanta escuridão. 9

10 TEMPO DE SERESTA Belos os tempos de seresta que nem todos conheceram. Os furtivos encontros, a sensação de estar burlando a vigilância do pai, da mãe ou da preceptora... (Era assim que se chamavam aquelas que cuidavam das meninas-moças em idade de casar... Poucos se lembram.) Mas todos se lembram e sentirão quando o poeta da saudade disser musicalmente o que essa lembrança representa... 10

11 SERENATA No ano de 1934 o saudosista brasileiro recebia o melhor presente da temporada: uma nova música de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa. Era, exatamente, aquela que estava faltando para que as serenatas se completassem em número, gênero e grau. Pela singeleza dos versos de Orestes, Sílvio lutou para que ela se tornasse a síntese de tudo o que se havia feito para os seresteiros. Seu nome, SERENATA! 11

12 ESTAVA ESCRITO Era mentira, Somente mentira, Tudo o que você Me dizia. O que foi que você Fez dos meus sonhos, Transformando-os Em angústias Inenarráveis e doloridas? O que foi que você fez Dos meus sonhos, nos quais Você sempre estava...? Mas, dizem, se não fora assim, O que seria...? Se estava escrito, Assim deveria ser vivido. Como o foi. 12

13 A VALSA DE STRAUSS Ah! a obra que o Divino Poeta inspirou. Passarão os anos E os séculos sem que perca a beleza, A força de penetrar no mais recôndito de cada ser. A peça orquestral nascida aos ritmos do amor para o encantamento de toda humanidade. A Valsa de Strauss... 13

14 MULHER Em torno de ti, mulher, Como a abelha em volta Da flor, Somos todos vigilantes, Todos desvelos... Em torno de ti, mulher, o homem construiu o mundo... Construiu vidas, Felicidade E desgraças... Em torno de ti, e em teu nome, O homem descobriu o amor... Em torno de ti, mulher, Gira o mundo! 14

15 BEIJA-FLOR Letra e música de Roberto Martins Carlos Galhardo De flor em flor. Sem pensar... Sem sonhar... Lá vai O beija-flor, Todos os dias, A mesma lida, O ir-e-vir, Sem saber para onde e, Talvez, nem por que... Lá vai o beija-flor Espalhando novas flores, Naquilo que leva consigo Além do mal de cada beijo. É o pólen, A vida, Vida que existe em cada beijo Do beija-flor... 15

16 SORRIS DA MINHA DOR As pessoas riem da dor alheia porque não sabem o que determinou essa dor. As pessoas zombam dos sentimentos alheios, porque não sabem o quê levou essa pessoa a fazer o que fez, a fazer o que outros não fariam, a pensar o que outros não pensaram. Sorris da minha dor, diz o poeta, por quê? Se não sabes por que sofro...? 16

17 Não procuremos ver o ritmo da música... O seu ritmo será dado pelo sentimento de cada um, ao recordar a música de seresta... Não procuremos, além do ritmo, sentir queixas ou lamentações... Uma cantiga basta, para recordar... Para afagar um peito que se esquece do hoje, para viver o Ontem... Doidos da vida, doidos para morrer, os nossos sonhos se aquecem na melodia... 17

18 Umaasa de anjo passa de leve sobre nossas lembranças, fazendo-nos reviver por dentro... Um caminho perdido é reencontrado... Um riso de criança perseguindo as lutas que se apagaram, vai descalço procurar purezas que se perderam no tempo... Vamos recordar. Simplesmente, recordar... 18

19 A mar... Amar... A vida toda, amar! Valeria a pena, no entanto viver de angústias e incertezas? De esperas e de renúncias...? Mas o ente não ousa despedir-se do amor para sempre... Sofrendo ou rindo, chorando ou arrependendose, sabendo que novamente irá sofrer, os olhos do homem, o corpo do homem, o tato dos homens, só procura, o homem, o amor... Amar... Amar... Sempre amar! 19

20 Vida que foi e que não volta... Passos estranhos dentro da gente... Visões de passado... Medo do presente... A angústia a remoer ideias que feriram... Gestos de abandono... Quem pode definir as nuances da alma da gente, quando uma simples melodia, que não foi feita especialmente para nós, vem bulir com a nossa sensibilidade, fazendo com que rostos esquecidos, gestos perdidos no tempo, retornem com toda a força, a mesma que existiu nas nossas vidas, há muito tempo atrás... Ah! A música feita pelo mestre... Ele sabia que, um dia, alguém se lembraria dela... 20