Monteforte. Aline Souza de Cruz

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Monteforte. Aline Souza de Cruz"

Transcrição

1 Monteforte Aline Souza de Cruz Ao desembarcar de um longo e turbulento voo, Marcela pôde enfim respirar tranquilamente. Não tão tranquilamente quanto gostaria, pois seus pensamentos e insegurança a perturbavam. Ligou o celular e no visor aparecia a seguinte informação: quarenta ligações não atendidas, todas do mesmo número. Será que não posso ser dona da minha própria vida? As nuvens carregadas e a ventania do clima irlandês traduziam o seu próprio estado de espírito, sério e melancólico. De repente, sente uma aproximação... Boa tarde, Monteforte, feliz em me encontrar? Marcela sente seu coração parar de bater por alguns segundos, tudo começa a escurecer e ela cai desmaiada. Ao acordar, Marcela se viu em um cômodo amarelo, espaçoso, com mobília antiga. Trêmula, recordou de um corpo estendido no chão, decapitado no seu quarto, da mesma cor do cômodo onde estava agora. Sentiu culpa ao lembrar que ela, de certa forma, era responsável pelo assassinato, e que possivelmente dentro de alguns minutos morreria da mesma forma. Levantou com um pouco de dificuldade, tateando a parede, até alcançar a porta. Tentou abri-la, mas estava trancada. Foi até a janela; o cômodo estava localizado no último andar, de um prédio aparentemente com cinco andares. Lamentou ter tanto medo de altura e sem opções, sentou-se em uma poltrona velha e decidiu esperar pelo seu algoz. 1

2 Marcos entra no cômodo com uma bandeja nas mãos, e a coloca sobre a mesa. Era o doce favorito de Marcela, quindim. Mas que droga é essa?, pensou ela, ainda desnorteada. - Você poderia terminar logo com tudo isso? Se você me ama tanto quanto diz, poderia não me deixar sofrer tanto antes de morrer. - Do que você está falando? Eu trago seu doce favorito e você diz que estou te fazendo sofrer! Você está levando seu regime muito a sério... - Você me trancou aqui e... - Você não estava trancada! Talvez essa sua agitação e nervosismo tenham te atrapalhado um pouco... E você bateu a cabeça no chão, pode estar um pouco desorientada... Não sei se você se lembra, mas você desmaiou, então te trouxe para cá, nada além disso. - Você viajou atrás de mim! - Monteforte, sempre com mania de grandeza! Você acha que eu não tenho nada melhor pra fazer, além de gastar alguns bons reais em viagem, só pra te perseguir e te matar! Tem mais de um detalhe: fugir da cena do crime e me esconder na Europa pelo resto da vida. Ah, por favor, não me faça rir! Como você se tornou patética ao longo desses anos... - E você bem cínico e... - Se enxerga garota! Eu marquei essa viagem há oito meses, quando ainda tínhamos um relacionamento, lembra? E a única pessoa que deveria ter algum rancor aqui sou eu, pois eu fui traído pelo nosso 2

3 melhor amigo e você. Eu fiz o favor de ajudar, mas... Sai daqui agora garota! - Como eu fui burra de ter vindo pra cá! Mas... - Some daqui! esbraveja Marcos. - Você matou o Pablo!! Como você pôde? - Qual é o seu problema? Como assim, matou o Pablo? Espera... ele morreu? A porta abre e um vulto surge, refletindo a sombra na parede amarela tartrazina, até que Marcela e Marcos, pasmos, enxergam um rosto deformado, mas ainda reconhecível. - Mas você... ai... mas... gaguejava Marcela. - Estou aqui, mas vocês... Não por muito tempo. 3

4 O verdadeiro significado do Natal Carolina Rosada O Natal está chegando. Época de festa, família reunida, presentes e muita comida. Quem não espera pela noite de 24 de dezembro para cear em volta de uma mesa com um peru bem gordo, castanhas, salada das mais coloridas e variadas, arroz doce, refrigerante, bolos (por que não?) tortas, sorvetes, panetones... É tanta comida e nem as sobras nós desperdiçamos, nós a almoçamos no dia seguinte! E ninguém liga para o peso nessas horas, afinal, é época de férias e é Natal! Nós nos preocupamos é em comer, comer e comer mais um pouco. Mas não Iolanda. Iolanda é uma menina de 17 anos, 1,65m de altura e pesa quase 100kg. Ama doces, e o Natal era a sua época predileta quando criança. Mas agora, o peso é o seu pior inimigo e a única saída para emagrecer até o início das aulas é fazer dieta. Ahhh, o início das aulas... Desde que Iolanda ganhou uns quilinhos até sua melhor amiga se afastou... Todos dizem que Iolanda gosta tanto de panetones que resolveu virar um. E essa é apenas uma das piadas maldosas que seus colegas fazem. E foi por isso que Iolanda resolveu fazer uma dieta. Mas o Natal chegou e, com ele, tooodas aquelas comidas. Iolanda precisa ser forte e continuar mantendo a sua dieta. Mas será que ela consegue? Será que ela passará o Natal sem comer um pedaço de torta sequer? Agora é 1 hora de 24 de dezembro, e Iolanda acordou. Foi quando tudo começou! Iolanda acordou no início da madrugada porque sentiu fome. Seu jantar da noite anterior foi apenas uma colher de arroz, outra de feijão preto, dois peitos de frango, tão brancos quanto as cores de uma parede, e salada. Muita salada. Alface, rúcula, tomate cereja, azeitona, pepino, brócolis, cenoura, ervilha, milho... Era salada que não acabava mais. Mas é claro que isso não satisfez a fome de Iolanda. Isso não satisfaria a fome de ninguém. Por isso Iolanda ainda estava com fome, 4

5 tanta fome que seu estômago roncava como o motor de um carro velho, e parecia que um buraco do tamanho do mundo havia aberto em seu estômago. Então Iolanda levanta da cama e vai à cozinha. Abrindo um dos armários, ela encontra pacotes e mais pacotes de biscoitos recheados e caixas e mais caixas de panetones. Panetones com gotas de chocolates, com frutas cristalizadas, recheados de trufas... Qualquer um no meio da madrugada abriria uma caixa e comeria pelo menos um pedaço de cada um. Mas Iolanda não podia fazer isso, saberia que se fizesse seu colesterol aumentaria no mesmo instante e todo aquele doce desceria imediatamente pelos seus quadris, se alojaria em suas coxas e a faria engordar mais ainda. Mas Iolanda foi forte, fechou a porta do armário, respirou fundo e contou até 10. 1, 2, 3, 4... Seu estômago roncou novamente lembrando que estava com fome. Por um milésimo de segundo, ela pensou: Vou abrir e comer um pedaço, estou com fome. Mas pensou mais uma vez, virou-se e abriu a geladeira. Mais tentações ela avistou, bolos, tortas, massas, latas de leite condensado, refrigerantes, tudo o que sua família estaria prestes a devorar dali algumas horas. Iolanda fechou a porta da geladeira, sentou no banco, apoiou sua cabeça no balcão e seus olhos se encheram de lágrimas. Mas, quando ela estava prestes a chorar, pensou que de nada adiantaria chorar, de nada adiantaria sentir pena de si, e que ela era forte, e que se ela queria emagrecer, conseguiria! Então Iolanda olhou para o outro lado do balcão, onde se encontrava uma fruteira, pegou uma maçã, lavou e foi para o seu quarto comendo, com esperança de que sua fome passaria e ela conseguiria dormir. Às 9h30m, Iolanda acordou novamente. Acordou porque sentia cheiro de massa, provavelmente de lasanha ou nhoque, um dos pratos principais que sua mãe estava preparando para a ceia. Mais uma vez se lembrou de ser forte e foi imediatamente tomar um banho. Quando saiu, percebeu que realmente estava com fome e, por mais que ela não quisesse, teria que ir até a cozinha comer algo de café da manhã. Quando entrou na cozinha, era comida para todo o lado. Suas tias e seu pai estavam ajudando sua mãe a cozinhar, e era uma tentação ficar 5

6 ali. No mesmo momento que sua mãe viu seu rosto, largou a panela em que estava cozinhando e foi falar com ela. - Iolanda, minha filha, sei que está com fome. E sei o quanto você gostaria de comer o que estamos preparando. Mas não se preocupe, vou preparar uma salada bem gostosa e filés de frango só para você. Vou fazer até gelatina diet. Não fique triste, minha filha, afinal, o Natal não é só sobre a comida. Agora ande, coma algo de café da manhã. Iolanda sabia que sua mãe estava chateada tanto quanto ela e que estava falando aquilo para seu bem. Mas Iolanda se sentiu ainda pior, pegou outra maçã, umas bolachas de aveia e foi até o quintal. Queria ficar o mais longe possível de toda aquela comida. Mas ainda o quintal não era longe o suficiente, ainda lá sentia cheiro de todas as comidas gostosas. Então Iolanda pegou sua bicicleta e resolveu andar um pouco, espairecer. Por volta de meio dia, ela voltou. Não foi almoçar, foi direto para o seu quarto ler. Ler sempre a ajudava. Iolanda não leu por muito tempo, aquele cheiro e os pensamentos de como seria mais tarde a ficavam incomodando, então ela resolveu dormir. E dormiu a tarde toda, sem ninguém incomodar. Todos sabiam como deveria estar sendo difícil para Iolanda. Às 17h30min ela acordou e resolveu tomar outro banho. Logo depois, foi à sala onde seus primos, tios, tias, avós e todo o resto de sua família estavam chegando e se acomodando no sofá. Então Iolanda resolveu sentar ali também e socializar um pouco. Afinal era Natal, e não havia motivos para ficar sozinha no quarto por mais horas do que já havia ficado. E Iolanda conversou com todos, sem exceção durante horas. E durante a conversa com o seu avô, ela percebeu que não deveria ficar triste desse jeito, que o Natal não é apenas sobre o que comemos. E Iolanda ficou pensando sobre o que seu avô disse por muito tempo... Meia noite, os sinos badalaram, os fogos de artifícios foram soltos e todos se cumprimentaram e se felicitaram, era oficialmente 25 de dezembro, Natal! Depois de muitos abraços e beijos todos foram para a mesa e trataram logo de encher seus pratos, afinal todos estavam com fome. Inclusive 6

7 Iolanda. E sua ceia foi exatamente o que sua mãe disse, filés de frangos brancos como um fantasma, saladas e mais saladas, suco de frutas, e é claro como sobremesa, gelatina diet. Mas Iolanda não ficou triste, ceiou com toda a sua família e depois de algumas horas quando todos estavam quase acabando suas sobremesas Iolanda foi para o quarto se deitar. No dia seguinte acordou cedo, ainda pensando no que seu avô havia falado. E isso a fez lembrar que seus parentes chegariam dali algumas horas para sentarem a mesa e comerem mais comida. Então Iolanda se deu conta que era o tempo perfeito para ir e fazer uma coisa que ela sentia que deveria ser feita. Ela foi até a cozinha, encheu algumas tigelas com generosos pedaços de peru, arroz, feijão, salada e tudo o que via pela frente. Logo depois Iolanda colocou tudo em uma sacola, pegou a sua bicicleta e andou até um pequeno orfanato que ficava alguns quarteirões dali. Quando chegou lá e disse para a diretora que aquela comida era para as crianças, a diretora abriu um sorriso de orelha a orelha. - Eu sei que ainda é pouca comida, mas acho que alimentará bem as crianças. Eu estou de regime e meu colesterol é altíssimo, sei que não posso comer nem metade do que está aqui, e é por isso que eu estou trazendo para as crianças. Sei que elas estão com fome e afinal de contas, é Natal. A diretora agradeceu muito Iolanda, disse que seria o melhor Natal que as crianças teriam e perguntou se não queria ficar para comer e brincar um pouco com as crianças. Ela aceitou no mesmo instante. Depois de algumas horas Iolanda foi para casa e chegou a tempo de ninguém notar sua falta. Arrumou-se e quando sua família chegou ela foi logo falar com o seu avô. - Vovô, o que o senhor disse ontem me fez refletir bastante. Realmente Natal não significa só comer e comer, o Natal representa o amor, é para nós compartilharmos. Eu acordei hoje e antes que meus pais arrumassem a mesa, enchi algumas tigelas com bastante comida e levei todas para o orfanato aqui perto. Eu percebi que não deveria ficar triste por não comer bem no Natal porque eu como todos os dias. Mas aquelas crianças do orfanato não, e mais, eles não tem família, então eu levei essas comidas e fiquei algumas horas com as crianças. E isso me fez um bem que o senhor não imagina... 7

8 E esse se tornou o melhor Natal que Iolanda poderia ter. A partir daquele ano em diante, todos os natais ela passou a levar comida para os órfãos. 8

9 Inesperado Começo Diogo Natal Ramos Tudo começou, por um mero acaso - por assim dizer... Semanas de dores, de risos, de choros, e de tantas alegrias. Um pouco confuso, mas foi assim que tudo começou. Sem ideia, sem paciência, sem vivência, sem nada. Apenas foi um grande e terrível acontecimento. Bela pele, cabelos negros e longos, pouca altura, sorriso vigoroso e radiante, olhos castanhos claros e arredondados e de grande carisma, sem dúvida. Seu nome? Não me recordo muito bem, aliás, nem lembro de muita coisa. Perdido em sua beleza não tive tempo e de longe passou por minha cabeça perguntar, mas só sei que foi assim, sentado em um banco de praça, perdido em meus pensamentos, já era noite, e junto com os meus pensamentos comtemplava as estrelas que brilhavam como nunca antes. Mas em um único desvio de pensamento, olhei para o lado e sem querer a ví. Balançando seus lindos cabelos para o lado, ligeiramente sorriu para mim, e sem perceber já estava ao seu lado, perguntando a ela o que fazia ali. Ela com uma voz doce e serena, prontamente me respondeu: - Boa noite! Tudo bem com você? Eu apenas estou tomando um ar. E caí em pensamentos olhando essas estrelas... Quando fui respondê-la a pergunta que tinha me feito, ela sorriu de repente. E me perguntou: - Você é casado? - Não. eu respondi. - Namora ou está em algum relacionamento? Ela perguntou. - Eu sou solteiro senhorita! Respondi. Ela então fitou os seus olhos em mim e disse: 9

10 - Ah! Então é por isso! Você parece uma pessoa muito tensa. Mas agora eu percebi o motivo, você deve ser uma pessoa um pouco tímida e de mesma proporção reservada. Já parou para pensar que tudo isso atrapalha um pouco a sua vida? Eu sem entender o que ela estava querendo dizer com tudo aquilo, disse: - Nunca parei para pensar sobre isso, aliás, nem me importo em ser reservado. Logicamente que isso pode atrapalhar um pouco mas não é algo que me incomode. Na verdade poucas coisas me incomodam. Aproposito você está em algum relacionamento, parece tão certa de suas palavras? Neste momento ela olhou para mim como se algo a tivesse tirado do chão, sua feição ficou tão gélida e tão sem conhecimento do tempo, que me fez repetir a mesma pergunta por duas vezes, parecia que estava em transe como se a pergunta que tinha feito a ela fosse algo marcante e assustadora. - Me desculpe se perguntei algo que não devia, já que estamos aqui falando de mim. Pensei que não se importaria se fizesse a mesma pergunta a você, no entanto, você parece um pouco assustada, será que foi a pergunta que te fiz? Ela, então, com um olhar perdido e triste me respondeu. - Não é por nada, mas o que você me perguntou? Ah! Deve ter sido sobre o meu trabalho, não é? Me desculpe, não prestei atenção à sua pergunta. Seria possível a gente deixar para uma outra oportunidade? Então, disse a ela um pouco desiludido: - Sim, sem problema. Vamos marcar assim que possível. Deixe o seu número que te ligo durante a semana para nos encontrar, pode ser? Neste momento, me virei para pegar a caneta que estava dentro de minha mochila e quando retornei, ela simplesmente tinha sumido, sem mais, em um piscar de olhos ela não estava mais alí. Como isso pôde 10

11 ter acontecido? Sem resposta para essa pergunta, levantei e segui caminhando pela rua contemplando as estrelas... 11

12 Decolando Evelym Souza - Alô? - Sim, é ela... responde Brenda nitidamente irritada depois de ter sido acordada com o barulho ensurdecedor do celular ao lado da cama. Era pouco mais de oito horas. Quem será o infeliz que está me ligando a essa hora da manhã, em plena segunda-feira? Ai, ninguém merece... foi o seu pensamento enquanto esperava a pessoa responder do outro lado da linha. - Bom dia, meu nome é Regina da Decolar Linhas Aéreas e estou ligando para saber se você tem interesse em uma vaga para Comissária de Bordo em nossa empresa... Dessa vez milhões de pensamentos invadiram sua mente. Memórias dos intermináveis três meses de curso na escola de comissários, lembranças de infância, das brincadeiras com as amigas, quando faziam de conta que eram aeromoças e disputavam a mala de viagens velha e enferrujada esquecida no quartinho de bagunças e até da fantasia de aeromoça que sua avó havia feito e lhe presenteado no aniversário de oito anos. Conforme as imagens passavam pela sua cabeça, não podia evitar de pensar no maravilhoso futuro que a aguardava, de braços abertos, a partir daquele momento. - Claro, claro, tenho interesse sim. agora com a voz mais doce e calma do mundo quase sem acreditar no que tinha acabado de ouvir e certificando-se de que realmente já estava acordada e de que aquilo não era um sonho. - Só um minuto, vou pegar um papel pulou da cama e foi até a escrivaninha apoiando o celular entre o ombro e o queixo, pegou o único papel que estava sobre a mesa, o folheto de instruções da tintura Loiro Ultramoderno 101 que havia feito no dia anterior, e escreveu nos espaços que achava em branco. 12

13 - Certo, certo...ahã...sei...ok. Já anotei. Pode confirmar sim e muitíssimo obrigada. Em êxtase, começou a dançar pelo quarto, numa espécie de coreografia contemporânea, que misturava piruetas, rodopios, pulos e algumas micagens; dessas que os grandes críticos acham o máximo, mas a gente não entende nada, embalada por uma música silenciosa que explodia por dentro, embora quase não se ouvissem sons saindo de sua boca. Após alguns minutos de deleite, parou pensativa no meio do quarto, passando vagarosamente o olhar pelos objetos espalhados, como que se tivesse voltado a realidade. Hummm...acho que vou ligar para o salão...não vou trabalhar hoje, preciso fazer algumas compras e me preparar para esta entrevista, até porque meus dias como recepcionista estão contados. pensou enquanto procurava o telefone no celular. - Brenda do céu!!! Coitadinha...deve estar muito abalada...olha chuchu, pode deixar, vamos dar um jeito aqui, fique tranqüila e, quanto ao seu tio, que Deus o tenha... Assim que desligou, guardou o celular na bolsa, correu para o armário separar a roupa que iria vestir e foi para o banho. Meia hora depois, ainda com a toalha enrolada ao corpo, tomou calmamente seu café da manhã. Em seguida, voltou para o quarto, vestiu a roupa, maquiou-se e finalmente saiu. Ao retornar para a casa, já ao final do dia, estava exausta, mas havia comprado tudo que o precisava. Ao abrir a porta da sala, notou que a casa estava arrumada e logo se lembrou que segunda-feira era dia de faxina, e com a correria, havia se esquecido de deixar o dinheiro para a empregada. Foi direto para o quarto e jogou as sacolas de compras em cima da cama numa única tacada, reunindo as últimas forças que lhe restavam. Retirou os sapatos atirando-os longe e repousou a bolsa sobre a cadeira da escrivaninha. 13

14 Começou a desembrulhar as compras, uma a uma, apreciando-as mais uma vez, agora com mais calma: um terninho azul marinho, de corte e caimentos perfeitos, um sapato preto de verniz, de bico arredondado e salto fino, maravilhoso, meia-calça cor da pele, um kit de maquiagem completo, envolto em uma linda capa de veludo verde, pincéis, esmaltes, e mais algumas coisinhas da farmácia. Havia também uma camisa branca, de gola e punhos engomados, e um lenço de seda muito charmoso, com as cores da Decolar. - Pronto. Acho que não falta mais nada. pensou em voz alta. - Sei que não podia gastar nesse momento, mas, na verdade isso foi um investimento, vou usar tudo depois quando for comissária... São coisas de qualidade, vão durar bastante continuou. E ainda pude parcelar em dez vezes no cartão. Não podia ser melhor! De repente, Brenda olhou para a escrivaninha a procura do papel em que havia anotado o endereço da entrevista, mas não o avistou. Então se aproximou e começou a remexer nas coisas, afastando o porta-lápis, os retratos, abrindo as caixas de documentos, olhando embaixo da pilha de livros, dentro deles, vasculhando as gavetas... E não encontrou nada. Correu para pegar o celular na bolsa e verificou o histórico de chamadas, na esperança de poder ligar novamente e confirmar o endereço. - Número restrito. Droga! Vou matar a Rita, ela jogou fora o papel. E agora? Então, num esforço desesperado, começou a relembrar de algumas informações que havia escrito pela manhã, e como quando alguém tenta montar um quebra-cabeça, pegou outro papel na bolsa e tentou reproduzir tudo o que recordava. O nome da rua ela tinha dúvidas, mas lembrava claramente o nome do Edifício. Anotou novamente os pontos de referência que a moça havia lhe falado para depois procurar 14

15 no Google. Um pouco mais aliviada, guardou cuidadosamente o papel na bolsa e foi para a cozinha aprontar alguma coisa para comer. *** Nos dias que se seguiram, Brenda não apareceu no salão, apesar das inúmeras ligações não atendidas de sua gerente. Aproveitou o tempo livre para se preparar: voltou a fazer academia, marcou algumas sessões de drenagem linfática e limpeza de pele. Foi ao médico, fez um check-up geral, consultou o dentista, a nutricionista e o terapeuta, pois não tinha dúvidas de que estar preparada psicologicamente para esta nova fase era fundamental. Além disso, voltou a fazer aulas de inglês e, ao final de uma semana, já estava com todos os anúncios de bordo decorados nas duas línguas. Infelizmente não haveria tempo hábil para estudar francês, alemão e japonês que também havia mencionado no currículo. Mas apesar de não conhecer nenhuma palavra nestes idiomas, era sua intenção estudá-los futuramente, e isto seria obviamente mais um diferencial perante as outras candidatas. Ter ganhado o concurso de Miss Caipirinha 1992 certamente também a destacaria das demais. Além dos dois meses e meio da faculdade de Economia, trancada no ano passado, por conta da agenda atribulada do salão e que estava deixando a pobrezinha estressada. E sem contar os inúmeros cursos extracurriculares, como postura, etiqueta, passarela e maquiagem para festas. Seu currículo era de fato excepcional! *** Enfim, após duas semanas tumultuadas, eis que chega o grande dia! Ainda era madrugada e Brenda já estava acordada, incrivelmente disposta, pronta para dar as boas vindas à nova vida! A partir de hoje serei uma nova mulher, finalmente serei uma comissária de bordo e conquistarei o mundo! Decolar, aqui vou eu! Mal posso esperar... 15

16 Por volta das sete horas, Brenda estava praticamente pronta, terminando a maquiagem. Olhou pela última vez para a imagem refletida no espelho e proferiu em alto e bom som: - Poderosaaa! virou-se, deu uma piscadinha despedindo-se do reflexo, pegou a mala e saiu apressada. O táxi, que ela havia contratado na véspera, estava esperando-a do outro lado da rua. De dentro do carro, o motorista acompanhava com atenção cada passo da futura comissária. Brenda trancou a porta de casa, guardou a chave na bolsa a tiracolo e começou a caminhar em direção ao portão, empurrando a mala de rodinhas, com a classe e a elegância de quem faz isso há anos. Entrou no carro e fechou a porta com firmeza, mas antes mesmo que pudesse falar, foi surpreendida pela pergunta do motorista que observava tudo pelo retrovisor: - Para o aeroporto, certo? - Não, não... falou meio sem graça. - Ainda não sou aeromoça, por enquanto. e sorriu novamente. - Na verdade, estou indo para uma entrevista. completou, entregando o papel com o endereço para o taxista. - Entendi... limitou-se a dizer. E não conversaram durante toda a corrida. O som do rádio quebrava o silêncio embaraçoso. O prédio que abrigava o escritório da empresa era inacreditável: De longe, o mais bonito e imponente da região. Todo envidraçado, muito alto, com cerca de uns vinte andares. No topo, o emblema da companhia esculpido em metal dourado, fazendo os raios de sol refletir por todos os ângulos. Brenda subiu as escadas da entrada principal e se deparou um salão amplo, com piso de mármore reluzente, e sofás distribuídos por todos os cantos. Ao fundo, um balcão onde quatro atendentes impecavelmente maquiadas e penteadas, vestidas com o uniforme da companhia, distribuíam sorrisos dignos de comercial de pasta de 16

17 dente. Tímida, Brenda entrou e dirigiu-se para um dos sofás a sua direita. Devo ter chegado um pouco cedo pensou enquanto olhava para o relógio. Acomodou-se no sofá, cruzou as pernas, pousando as duas mãos sobre o joelho dobrado e ficou nessa posição por algum tempo, observando curiosa o entra-e-sai das pessoas, olhando de tempos em tempos para o relógio. Para se distrair, pegou uma revista na mesinha ao lado do sofá e começou a folheá-la. Não demorou muito para que desse mais uma olhadela no relógio: quinze para as nove. Está quase na hora... pensou. Decidiu que seria melhor apresentar-se no balcão. Confiante, levantou-se em direção a uma das recepcionistas. - Bom dia! - Bom dia, em que posso ajudar? - Tenho uma entrevista marcada às nove horas, para a vaga de Comissária de Bordo. - Qual é seu nome? - Brenda. Brenda Oliveira. - Só um minuto por gentileza. A atendente tirou o telefone do ganho e digitou três números. Abaixou ligeiramente a cabeça e começou a falar, mas era impossível escutar uma palavra sequer da conversa. Após alguns minutos, colocou o telefone no gancho e voltou os olhos para Brenda: - Desculpe-me, sinto informar, mas a vaga já foi preenchida. A entrevista estava marcada para a semana passada e achamos que a senhorita havia desistido... 17

18 O Mundo Secreto Isadora Emi Iwahashi Ferreira Katarina estava encostada no parapeito do seu velho apartamento com uma xícara quente de chá. O sol nascente mandava leves ondas de calor enquanto o vento frio da manhã brincava com seus curtos cabelos ruivos. A alvorada era a hora do dia que Kat mais gostava; ela sempre acordava para ver o sol nascer, mas hoje não conseguia tirar seus olhos da caixa de madeira deixada em sua porta na noite passada. O que mais a perturbava era seu conteúdo,: pequenas coisas de sua infância, como uma pequena boneca há muito tempo perdida no orfanato onde viveu, ou até mesmo coisas que ela jogou fora, como um cd riscado e uma camiseta velha. Tudo estava lá, pequenos rastros da sua existência dentro de uma linda caixa de madeira e por cima havia apenas um bilhete dizendo Eu te vejo. Tudo havia começado há mais ou menos uma semana: cartas sem remetente ou destinatário que chegavam para ela com pequenas notas de livros que ela já havia lido ou fotos dela no trabalho; Todas as cartas terminavam com Não conte a ninguém. Ela nunca havia sentido tanto medo na sua vida, nem mesmo quando morava no orfanato e tinha que lutar com as outras crianças por um lar ou até mesmo para sobreviver à inspetora do orfanato. Katarina sentiu um arrepio e, por um momento, teve um mau pressentimento sobre tudo isso. Tomou um longo gole de chá e entrou novamente em seu apartamento. Chutou a caixa para longe e tentou não pensar mais nela. Rezava para que fosse apenas algum amigo seu tentando assustála. Olhou para os lados, procurando sinais de alguém a observando, mas o único ser vivo que encontrou a espreita foi Kitty, uma pequena gatinha branca que estava escondida debaixo do sofá. Foi para o banheiro e, assim que terminou de tomar uma ducha e de se trocar com o habitual terninho preto, a campainha tocou, acionando o MODO PERIGO nela. Foi até a porta com medo de quem poderia 18

19 ser, duvidando por um momento que fosse algum amigo seu querendo assustá-la. Quem quer que fosse, a pessoa cansou-se de brincar através da correspondência e veio pessoalmente apavorá-la. Respirou fundo e caminhou até a porta. Olhou hesitante pelo olho mágico e soltou aliviada o ar que nem notava prender; era apenas Will, com um grande sorriso. Abriu a porta claramente aliviada por ser apenas seu velho amigo de orfanato. Eles eram sobreviventes; talvez Will fosse o maior sobrevivente entre os dois. Apesar dos olhos verdes e dos cabelos cor de mel, Will carregava uma marca da vida passada, uma vida na qual ele tinha uma família uma grande cicatriz, que ia da sua sobrancelha esquerda até o canto esquerdo de sua boca, retorcendo-a e fazendo com que muitos evitassem o seu olhar. Mas ainda que a boca de Will fosse um pouco deformada, Kat considerava aquele sorriso o mais bonito que já vira e os olhos brilhavam sempre com calor fraterno. - O que foi, estava esperando mais alguém? disse Will ainda sorrindo. - Claro que sim, estava esperando o meu amante. Kat deu um risinho forçado, mas aparentemente a brincadeira só tinha entretido ela. - Eu sei que é mentira, eu sou o único homem na sua vida. William falou com um semblante sério. - Homem? falou Kat com um tom sarcástico. Bom, não vou discutir as suas ilusões agora. Precisamos ir trabalhar, certo? Kat correu para o quarto para pegar a bolsa. Deu uma última olhada na caixa e fechou a porta de seu apartamento atrás de si. Will e Kat caminharam lado a lado por três quarteirões. Normalmente eles conversavam muito, mas hoje a atmosfera estava pesada e nenhum dos dois conseguia manter uma conversa decente. Chegando ao prédio da empresa, Katarina se sentiu mais vulnerável; alguém estava observando-a, tirando fotos dela no trabalho, prestando atenção nos pequenos detalhes da sua vida. Sentiu-se vulnerável, e, apesar de tentar animar-se pensando que era apenas uma pegadinha pensou 19

20 novamente que tudo aquilo não era uma brincadeira e que estava longe de terminar. Para Kat o dia passou vagarosamente. Seu trabalho acabou se acumulando, pois de cinco em cinco minutos, ela olhava para o relógio e depois olhava por cima de seu ombro, procurando alguém que a estivesse observando. O telefone tocou e Kat pulou de susto. Suspirou e forçou-se a sorrir, como tinha feito o dia inteiro, fingindo que tudo estava bem. - Katarina? Venha ao meu escritório. a voz de Sr. Martin, presidente da companhia, tão de repente como apareceu, sumiu, deixando Katarina alarmada. Será que alguém falou para ele o quão distraída eu estou hoje? Ai, meu Deus, será que eu vou ser demitida? Levantou-se rapidamente e correu para a sala ao lado, escritório de Sr. Martin. Katarina sabia que já havia um histórico de várias secretárias demitidas do presidente; Algumas não duravam meses, mas Kat estava durando muito mais do que todas as anteriores. Ela abriu a porta calmamente e tentou não transparecer nenhum nervosismo. - Chamou, Sr. Martin? - Sente-se, Katarina. Não pode ser! Ele vai me demitir... O que eu vou fazer depois? Ninguém vai querer contratar uma pessoa sem formação nenhuma. pensou Kat. Sr. Martin era um homem grande, de estatura acima da média e com ombros largos. Muitos diziam que ele jogava futebol americano quando era mais jovem, mas parou por causa de uma lesão. Apesar de ser mais velho que Kat, ela o considerava um homem bonito. A maioria das mulheres da empresa o encarava quando chegava de terno e gravata. Os olhos acinzentados de Doug Martin a miravam com 20

21 firmeza. Ela se sentou e tentou não encarar de volta o olhar reprovador de seu chefe. Olhou para o porta-retrato que ele tinha na mesa: era dele e de sua esposa com a sua filhinha. Ela gostava da foto, mostrava tudo o que ela não teve, mas agora ela já nem sentia mais tristeza por isso. - Sabe, Katarina, você deve saber que muitas pessoas já passaram pelo seu cargo, certo? - Sim, senhor. ela disse com uma voz carregada de pesar e tristeza. - Você já se perguntou o porquê de você ficar aqui por tanto tempo? Sr. Martin levantou-se de sua grande cadeira e aproximou-se de Kat sentando-se na cadeira ao lado. Como todos sabem, você não é graduada em nenhuma faculdade, não tem nenhuma experiência anterior... Ele inclinou-se em direção a ela e pôs a mão em seu ombro, e desceu-a por suas costas acariciando-a. E de uma hora para outra Kat perdeu toda a cor que lhe restava em seu rosto, olhou para o Sr. Martin, fechou os olhos e se perguntou o que faria. Lentamente abriu os olhos e viu seu chefe fitando-a e esperando alguma reação de sua parte. - O... O senhor vai me demitir? gaguejou Katarina - É claro que não, Katarina... disse ele com uma voz calma. Ele parou de repente de mexer nas costas dela, segurou-a firmemente pelo ombro e pegou seu pulso com a mão livre, tentando trazê-la para mais perto. - Na... Não! Kat levantou de repente afastando com tudo a cadeira em que estava sentada, correu para fora da sala ainda escutando Doug gritar e chamar por ela. Entrou no banheiro, se fechou em uma cabine e começou a chorar. O que foi aquilo? Kat começou a tremer. Fechou os olhos e encostou-se na parede, encolhendo-se. 21

22 A porta do banheiro se abriu com um rangido e Kat tentou silenciar seu choro. Não conseguia ver nada dentro daquela cabine, mas também não conseguia ouvir nada. - Oi, tem alguém aí? perguntou Kat. Um silêncio pesado instalou-se no lugar, mas o silêncio logo foi quebrado pelo baque da porta do banheiro sendo fechada. Respirou fundo e secou suas lágrimas com o papel áspero que havia lá. Tomou coragem e abriu a porta do reservado e quase imediatamente teve vontade de trancar-se de novo na cabine. No espelho do banheiro, escrito em vermelho havia a palavra puta. A palavra se destacava no banheiro branco da empresa e, com ela, havia também uma foto de Kat e seu chefe, dando a impressão de que eles eram muito mais do que colegas de trabalho e que ambos estavam confortáveis na situação. Kat voltou a tremer, estendeu a mão e pegou a foto. Olhou-a mais de perto e suas bochechas queimaram de vergonha. A foto tinha sido tirada de dentro do escritório, estava muito perto e nítida demais para ter sido tirada do lado de fora. Dobrou a foto e colocou-a no bolso. Pegou um papel e tentou tirar aquela palavra que a acusava e a fazia se sentir suja. Depois de ter limpado o espelho o melhor que pôde, Kat foi para a sua mesa, passou a mão em seus cabelos e fechou os olhos; mas a palavra ainda estava lá gravada na sua mente, acusando-a de uma coisa que não fez. - Está tudo bem? Katarina pulou de susto, mas viu que era apenas Lily, a sua amiga e colega de trabalho. - Claro, tudo bem. respondeu Kat nada convincente. Lilian sempre foi a mais bonita, a mais popular e todos sempre a seguiam e a temiam por ser a supervisora do setor. Kat sempre se perguntou por que Lily a tinha escolhido para andar com ela. - Não parece estar tudo bem. - Lily puxou um batom vermelho que usava todos os dias e reforçou a cor dos seus lábios já vermelhos Mas 22

23 se você não quer falar sobre isso, tudo bem. Você sabe que pode falar comigo, né? - Claro que eu sei. Eu só estou meio cansada. - Ah, acabei de me lembrar. Enquanto você estava fora, Doug pediu pra entregar esse bilhete para você. Lily tirou um papel do mesmo bolso que havia tirado seu usual batom vermelho e entregou para Kat. - O... Obrigada. pegou rapidamente o papel e colocou ao lado do teclado do computador. - Agora, como sua superior quando o Doug está fora, volte a trabalhar. antes de sair Lily deu uma risadinha e soprou um beijo para amiga. Kat sorriu sem muita vontade e ligou o computador, estendeu a mão e pegou o bilhete. Abriu com receio e suspirou de alivio com a pequena nota de seu chefe dizendo que iria a uma reunião e que não voltaria antes das três e meia da tarde. Porém, o seu alivio durou pouco, pois no canto do papel, escrito bem espremido em uma letra quase ilegível, estava escrito Precisamos conversar quando eu voltar. Amassou a nota e tentou não pensar no que aconteceria em algumas horas. O computador apitou e mostrou que havia um novo na conta que ela possuía na intranet da empresa. Kat clicou duas vezes no aviso de novo . O computador dela não era o mais novo da empresa, então ele fazia barulhos estranhos e demorava um pouco para abrir o . Mas quando o se abriu, a foto dela e do presidente da companhia apareceu, e logo abaixo com o mesmo vermelho das letras do espelho uma mensagem apareceu Pelo menos as prostitutas cobram alguma coisa. As letras escorreram como sangue e formaram outra frase. O que você faria para que essa foto não seja mandada para todos da empresa? Kat ficou encarando o computador por mais dois minutos completamente chocada, encarando a tela e vendo a frase escorrer e transformar-se em outra várias vezes. Se antes ela estava assustada, 23

24 agora ela estava furiosa. Pegou o mouse e clicou em responder o . Katarina batia nas teclas furiosamente. Quem é você? E o que você quer de mim? ela parou por um segundo e continuou Isso é algum tipo de piada? Porque isso não tem graça nenhuma! Apertou enviar e esperou. O trabalho do dia já estava acumulado na mesa de Kat. Toda a papelada que tinha que rever e arquivar e, tudo o que tinha de fazer hoje, estava num canto da mesa, largado, e ela não tinha nenhuma intenção de começar a trabalhar agora. Suspirou e olhou para a sala do seu chefe que estava vazia. Já passava das cinco da tarde e ele ainda não havia voltado da reunião. Assim como seu chefe, a resposta do ainda não havia chegado. Katarina sorriu consigo e pensou que, às vezes, ser agressiva tem suas vantagens. Imaginou a Sra. Pereira, uma das inspetoras malignas do orfanato, balançando a cabeça em desaprovação, e isso fez com que Kat sorrisse ainda mais. Aposto que a pessoa ficou com medo. Ela não esperava que eu tomasse uma posição ofensiva. Estava tão cansada que nem percebeu que abaixou a cabeça e cochilou. Kat foi acordada pelo apito do computador avisando de um novo . Olhou para o relógio e viu que faltavam cinco minutos antes de bater o ponto e ir embora. Kat clicou duas vezes e havia apenas um arquivo anexo com a frase Me assista, escrita no tom de vermelho que fazia o coração de Kat acelerar. Ela fez o download do arquivo e ele instantaneamente abriu no aplicativo do seu computador. A imagem estava escura mas, mesmo assim, dava para ver que a câmera estava no chão,e uma mesinha e um sofá estavam na imagem. Kat, ainda assim, não conseguia ver nada de familiar no local. O coração de Kat batia fortemente contra a sua caixa torácica. Patinhas brancas entraram em foco e um miado solitário preencheu as caixas de 24

25 som do escritório vazio, a não ser pelo pessoal da limpeza que ficava até mais tarde e que estava conversando alto em alguma sala vizinha. Kat pôs a mão na boca para evitar que gritasse. Agora reconhecia os móveis e, acima de tudo, reconhecia a gata branca do vídeo. A gata começou a explorar a câmera como se ela fosse um brinquedo, os olhos azuis da gata estavam meio vermelhos por causa do ajuste da filmadora e, logo atrás de Kitty, surgiu da escuridão uma pessoa. Por causa da posição da filmadora, dava apenas para ver as pernas. A pessoa se aproximou e fez um carinho em Kitty que instintivamente ronronou, mas o carinho não durou muito. A mesma mão enluvada que acariciava a gata pegou-a pelo pescoço, e a gata começou a se debater e a miar desesperadamente. O estranho levou a gata para longe da câmera, mas ainda dava para ouvir os miados de suplica da pequena Kitty e, por um segundo, Katarina desejou que todo aquele barulho acabasse, e, como se alguém tivesse escutado o seu desejo, o miado parou. Tudo ficou mergulhado em um silêncio ensurdecedor, como se o vídeo tivesse parado, mas ele ainda estava rodando. Caminhando tranquilamente até a porta segurando uma faca pingando algo que Kat preferia nem imaginar o que era, o estranho saiu deixando a porta semi-aberta e assim o vídeo termina deixando um silêncio desconfortável. A esperança de que tudo aquilo não passava de uma brincadeira a deixou, e Kat começou a pensar em tudo o que essa pessoa sádica poderia fazer, afinal, essa pessoa sabia onde ela trabalhava e onde ela vivia. E Kat pensou no mais assustador: essa pessoa tinha acesso à sua vida. Ela ficou encarando a tela do computador e, desde que tudo isso começou, ela não sentiu nada; sentiu-se vazia e quis que o medo voltasse, para que assim, ela soubesse como se sentir nesse momento. No fundo do escritório, longe o suficiente para ver e não ser visto, alguém derrubou uma pilha de arquivos. Kat olhou em direção a pessoa, mas ela não conseguia ver nada. 25

26 Oi? Leo? Chamou o funcionário que normalmente limpa o escritório. Desculpe, eu já vou sair para você poder limpar aqui, Leo. Uma pessoa saiu da escuridão, toda vestida de preto, mas, o que mais chamou atenção foi que a pessoa estava usando luvas e casaco pesado, em pleno verão. Ei! Quem é você? Kat levantou a voz e andou em direção do estranho, mas, quando ela começou a ficar perto demais, a pessoa começou a correr e, por impulso, Kat começou a correr atrás da pessoa que a espionava. O prédio estava estranhamente vazio e os sapatos de Kat faziam um barulho estrondoso naquele vazio. Ela queria que a pessoa também fizesse algum barulho. Parecia que ela estava correndo atrás de uma sombra, se não fosse o fato de que a pessoa estava bem na sua frente. A pessoa sumiu no fim do corredor e Kat já estava ficando ofegante. Um forte baque a pegou de surpresa e a fez parar de correr. Foi receosa até onde a pessoa havia desaparecido, esperando um ataque, mas o corredor estava vazio. O corredor terminava em uma pesada porta de metal vermelha e, a mesma dava acesso à escada de emergência. Kat percebeu a loucura que estava fazendo, deu as costas para a grande porta vermelha e correu em direção a sua sala. Enquanto pegava seu casaco e sua bolsa, Kat pensou seriamente em chamar a polícia. pegou o telefone e digitou o número da polícia. O telefone tocou duas vezes e na terceira a voz de uma mulher respondeu: Polícia, qual é a sua emergência? a mulher esperou pacientemente na linha. Alô? Kat desligou rapidamente, não conseguia dizer as palavras. Se contasse a alguém, tudo aquilo seria real e, além disso, tinha medo de estar sendo observada. 26

27 Colocou o casaco e jogou a bolsa no ombro, suspirou, como fazia todo final de expediente, mas esse suspiro era carregado de temor. Pegou o elevador e se olhou no espelho, deu um pequeno pulo de susto, quase não se reconheceu. Seus olhos estavam vermelhos e abaixo deles havia olheiras roxas. O seu curto cabelo estava emaranhado, a roupa estava meio suada e desarrumada da perseguição. Passou a mão no cabelo e tentou arrumar a roupa. O elevador se abriu com um ding. O segurança da noite já havia chego e abriu a porta para ela com um sorriso despreocupado. Kat olhou para a rua deserta e lançou-se na escuridão. Seus passos eram largos e, a cada um minuto, Kat olhava para trás com a sensação de que alguém a estava observando. Chegou rapidamente no prédio onde morava, olhou para cima, diretamente para o seu apartamento e, aparentemente nada estava fora do lugar. Pensou na pobre Kitty. Pegou as chaves e olhou novamente por cima de seu ombro, e, dessa vez, havia alguém lá, Kat piscou achando que fosse uma ilusão. Uma pessoa estava escondida nas sombras, com um capuz cobrindo o rosto. Quando a pessoa notou que ela o tinha visto, deu um passo em direção a Kat e levantou a mão, como se quisesse dizer para ela esperar. Assustada, Kat abriu a porta e se trancou dentro do prédio, pelo menos ela sabia que aquele maluco estava na rua e não em seu apartamento. Subiu as escadas correndo, pois o velho prédio não possuía um elevador, pelo menos, não um que funcionasse. Quando chegou ao seu andar, as luzes se acenderam automaticamente mostrando a porta semi-aberta de seu apartamento e algumas gotas de sangue. Andou vagarosamente, não com medo do maníaco que estava lá fora, mas com medo do que ia encontrar lá dentro. Um trovão a fez pular e a luz de todo o prédio desligar de uma vez. 27

28 As fracas luzes de emergência acenderam-se e Kat já não podia mais adiar. Com passos firmes foi até a porta e a empurrou. A casa estava toda revirada, com papéis e objetos jogados no chão, a caixa estava aberta num canto com a boneca sentada no topo daquele amontoado de coisas, segurando o bilhete Eu te vejo, em suas mãos de pano surrado. Andou até a cozinha e encontrou a pequena Kitty envolta em uma poça, que no escuro parecia negra, mas um raio iluminou tudo e Kat viu os pelos da gata manchados pelo mesmo rubro que agora manchava o chão da cozinha. E nesse momento, Kat chorou. Chorou pela gatinha ensanguentada em sua cozinha, chorou pelo péssimo dia que havia tido, chorou por ela e pelo medo do estranho encapuzado que estava lá fora. Foi até a janela e, no meio da chuva, olhando para ela, estava o maníaco. O celular dela tocou no bolso de seu casaco. Pegou o pequeno celular que anunciava uma nova mensagem. Apertou ler e se arrependeu na hora. O SMS tinha o número bloqueado e dizia Se pegar uma gata já foi fácil, a segunda¹ não será problema. Logo quando terminou de ler a mensagem, o celular apitou de novo com uma nova mensagem. Kat deu o comando para abrir a mensagem e, novamente, o número estava bloqueado e a mensagem era tão curta e ameaçadora quanto a anterior: Vem gatinho, gatinho, gatinho. Vem aqui. Kat jogou o celular longe, tentando afastar aquela sensação ruim no estômago, olhou novamente para a calçada, mas dessa vez não viu ninguém. Um miado suplicante começou dentro do seu apartamento, como a gravação de sua pobre gatinha sofrendo. Correu para cozinha, abriu e fechou as gavetas com batidas violentas, e quando achou a faca mais afiada que tinha, saiu do apartamento sem nem ao menos se preocupar em fechar a porta. Desceu as escadas e, quando chegou do lado de fora do prédio, Will estava lá, com o mesmo olhar amigo que ele sempre a olhou durante tantos anos. Kat? O que está fazendo nessa chuva? Will perguntou Kat? 28

29 Will, tem alguém... Tem alguém me vigiando. Me ajude. ela desabou na rua, mas não conseguia mais chorar, já havia chorado muito naquele dia. Olhou para a faca e se perguntou o que teria feito se tivesse encontrado a pessoa que a perseguia, escondeu em seu casaco encharcado pela chuva. Will tirou seu casaco preto e colocou em Kat, levantou o capuz para protegê-la. Venha, vamos para a sua casa... Ele a levantou do chão e a conduziu para dentro do prédio. Ela só conseguia dizer pobre Kitty... ou todo aquele sangue.... E quando estavam para entrar, Kat viu refletido na porta do prédio o mesmo casaco preto do maníaco. O casaco estava nela e por instinto Kat se afastou de Will, jogou o casaco na rua e gritou. Oh meu Deus, como pôde? Como você pôde fazer isso comigo? Kat gritou e um trovão iluminou o céu chuvoso. Com a pobre Kitty? Do que você está falando? Will perguntou confuso e, quando viu os olhos de Kat cheios de fúria, se assustou. Era você o tempo todo! ela pegou o casaco e o jogo na calçada molhada. E você ainda coloca esse casaco nojento em mim! Katarina, deixe eu te ajudar, você precisa de ajuda. Eu não preciso de ajuda, eu só preciso de você longe de mim! Kat pegou a faca que tinha escondido em seu casaco molhado, deu um grito, como se estivesse numa guerra e avançou contra Will. Pego de surpresa, Will não teve nem ao menos tempo para se defender. A faca entrou em sua barriga e manchou a camiseta azul claro de sangue. Assim que Kat tirou a faca de Will, percebeu o que tinha feito, largou a faca, deixando-a cair no chão ao lado do seu amigo. Não, não, me desculpa Will, eu não queria... apesar de tudo, ele ainda a olhava com um olhar amigo. 29

30 Kat, você se esqueceu? ele cuspiu um pouco de sangue. Você me deu esse casaco de aniversário, mês passado, não se lembra? ¹ Trocadilho com o apelido da Katarina, Kat, que tem a mesma pronuncia de cat que significa gato em inglês Kat parou de tentar estancar o sangue e, por um segundo, se perdeu nas suas memórias. Era verdade, ela tinha dado esse casaco para ele, tinha gostado tanto do casaco que comprou um igual para si. Shh... Não fala nada. Kat usou todas as suas forças para gritar. Alguém? Por favor, me ajude! Socorro! As luzes azuis e vermelhas apareceram ao longe e deixaram Kat ao mesmo tempo aliviada e alarmada. Quis correr para longe, mas não sabia dizer exatamente o porquê. Controlou-se e ficou ao lado de Will, como uma boa amiga deveria fazer. As pessoas colocavam suas cabeças para fora das janelas, curiosas em saber o que tinha acontecido. O carro da polícia parou e um policial com um homem, que estava com um jaleco de médico, saíram da viatura, olharam a confusão e o horror ficou estampado na face do médico. Após ver Will no chão, o policial olhou pra Katarina e disse: Luiza Martin? Está presa por assassinato. O policial a algemou e colocou-a no banco de trás. O médico agora estava agachado tentando reanimar Will. Em poucos minutos uma ambulância chegou, mas já era tarde demais. Carregaram o Will para dentro da ambulância, ainda tentando reanimá-lo, e Kat apenas olhava tudo, com um olhar vago e triste de dentro da viatura. Depois de um mês isolada, os médicos a deixaram sair para conviver com os outros pacientes, mas havia uma condição: ela deveria ver o psiquiatra todos os dias. Sempre se sentava na mesma cadeira e olhava 30

31 ao redor. Nada tinha mudado, as paredes ainda eram brancas, não havia pó sobre os livros e a escrivaninha de carvalho ainda se encontrava limpa e com os papéis organizados. Bom dia, Luiza. Como você está hoje? o médico perguntou com a mesma voz alegre de todos os dias e como todos os dias nenhuma resposta veio de Luiza. Se encararam por alguns minutos, como faziam todos os dias, e, depois de algum tempo sem obter respostas, o médico a dispensava sempre com a mesma frase: Acho que você ainda não está pronta para falar, não é mesmo? o médico chamava a enfermeira que levava Luiza para seu quarto. Depois de alguns minutos, a enfermeira de Luiza voltou à sala do psiquiatra com o rosto vermelho e o cabelo emaranhado. Mais um ataque de raiva? Está mais freqüente agora que ela convive com os outros pacientes. O senhor não acha que é melhor isolá-la novamente? a enfermeira perguntou arrumando o cabelo num coque baixo. Não, ela foi isolada na infância depois que mãe morreu, entrou em depressão e começou a criar mundos em que ela poderia ser feliz de novo, mas, no final, se não machucava alguém, ela acabava se machucando. A enfermeira sentou-se na mesma cadeira que Luiza sentava-se todos os dias e levou a mão ao rosto tentando fazer com que ele parasse de latejar. Só que da última vez que ela criou o seu próprio mundinho, - disse a enfermeira ela acabou matando alguém, e eu sei que isso nunca tinha acontecido antes. Verdade. Mas depois que o pai dela a achou, decidiu-se que se a deixássemos viver em uma fantasia ela iria ficar bem e talvez não fosse mais triste e solitária como ela era quando estava aqui no hospital. 31

Em algum lugar de mim

Em algum lugar de mim Em algum lugar de mim (Drama em ato único) Autor: Mailson Soares A - Eu vi um homem... C - Homem? Que homem? A - Um viajante... C - Ele te viu? A - Não, ia muito longe! B - Do que vocês estão falando?

Leia mais

DESENGANO CENA 01 - CASA DA GAROTA - INT. QUARTO DIA

DESENGANO CENA 01 - CASA DA GAROTA - INT. QUARTO DIA DESENGANO FADE IN: CENA 01 - CASA DA GAROTA - INT. QUARTO DIA Celular modelo jovial e colorido, escovas, batons e objetos para prender os cabelos sobre móvel de madeira. A GAROTA tem 19 anos, magra, não

Leia mais

Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele

Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele O Plantador e as Sementes Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele sabia plantar de tudo: plantava árvores frutíferas, plantava flores, plantava legumes... ele plantava

Leia mais

Era uma vez um menino muito pobre chamado João, que vivia com o papai e a

Era uma vez um menino muito pobre chamado João, que vivia com o papai e a João do Medo Era uma vez um menino muito pobre chamado João, que vivia com o papai e a mamãe dele. Um dia, esse menino teve um sonho ruim com um monstro bem feio e, quando ele acordou, não encontrou mais

Leia mais

Efêmera (título provisório) Por. Ana Julia Travia e Mari Brecht

Efêmera (título provisório) Por. Ana Julia Travia e Mari Brecht Efêmera (título provisório) Por Ana Julia Travia e Mari Brecht anaju.travia@gmail.com mari.brecht@gmail.com INT. SALA DE - DIA. VÍDEO DE Números no canto da tela: 00 horas Vídeo na TV., 22, com seus cabelos

Leia mais

HISTÓRIA DE LINS. - Nossa que cara é essa? Parece que ficou acordada a noite toda? Confessa, ficou no face a noite inteira?

HISTÓRIA DE LINS. - Nossa que cara é essa? Parece que ficou acordada a noite toda? Confessa, ficou no face a noite inteira? HISTÓRIA DE LINS EE PROF.PE. EDUARDO R. de CARVALHO Alunos: Maria Luana Lino da Silva Rafaela Alves de Almeida Estefanny Mayra S. Pereira Agnes K. Bernardes História 1 Unidas Venceremos É a história de

Leia mais

Roteiro para curta-metragem. Aparecida dos Santos Gomes 6º ano Escola Municipalizada Paineira NÃO ERA ASSIM

Roteiro para curta-metragem. Aparecida dos Santos Gomes 6º ano Escola Municipalizada Paineira NÃO ERA ASSIM Roteiro para curta-metragem Aparecida dos Santos Gomes 6º ano Escola Municipalizada Paineira NÃO ERA ASSIM SINOPSE José é viciado em drogas tornando sua mãe infeliz. O vício torna José violento, até que

Leia mais

A Sociedade dos Espiões Invisíveis

A Sociedade dos Espiões Invisíveis A Sociedade dos Espiões Invisíveis Tem dias em que tudo o que mais quero é embarcar na minha rede mágica e viajar para bem longe! Talvez, em algum outro lugar, não me sinta tão, tão... diferente! Eu sei

Leia mais

ALEGRIA ALEGRIA:... TATY:...

ALEGRIA ALEGRIA:... TATY:... ALEGRIA PERSONAGENS: Duas amigas entre idades adolescentes. ALEGRIA:... TATY:... Peça infanto-juvenil, em um só ato com quatro personagens sendo as mesmas atrizes, mostrando a vida de duas meninas, no

Leia mais

MALDITO. de Kelly Furlanetto Soares. Peça escritadurante a Oficina Regular do Núcleo de Dramaturgia SESI PR.Teatro Guaíra, no ano de 2012.

MALDITO. de Kelly Furlanetto Soares. Peça escritadurante a Oficina Regular do Núcleo de Dramaturgia SESI PR.Teatro Guaíra, no ano de 2012. MALDITO de Kelly Furlanetto Soares Peça escritadurante a Oficina Regular do Núcleo de Dramaturgia SESI PR.Teatro Guaíra, no ano de 2012. 1 Em uma praça ao lado de uma universidade está sentado um pai a

Leia mais

Roteiro para curta-metragem. Nathália da Silva Santos 6º ano Escola Municipalizada Paineira TEMPESTADE NO COPO

Roteiro para curta-metragem. Nathália da Silva Santos 6º ano Escola Municipalizada Paineira TEMPESTADE NO COPO Roteiro para curta-metragem Nathália da Silva Santos 6º ano Escola Municipalizada Paineira TEMPESTADE NO COPO SINOPSE Sérgio e Gusthavo se tornam inimigos depois de um mal entendido entre eles. Sérgio

Leia mais

Sei... Entra, Fredo, vem tomar um copo de suco, comer um biscoito. E você também, Dinho, que está parado aí atrás do muro!

Sei... Entra, Fredo, vem tomar um copo de suco, comer um biscoito. E você também, Dinho, que está parado aí atrás do muro! Capítulo 3 N o meio do caminho tinha uma casa. A casa da Laila, uma menina danada de esperta. Se bem que, de vez em quando, Fredo e Dinho achavam que ela era bastante metida. Essas coisas que acontecem

Leia mais

Palavras do autor. Escrever para jovens é uma grande alegria e, por que não dizer, uma gostosa aventura.

Palavras do autor. Escrever para jovens é uma grande alegria e, por que não dizer, uma gostosa aventura. Palavras do autor Escrever para jovens é uma grande alegria e, por que não dizer, uma gostosa aventura. Durante três anos, tornei-me um leitor voraz de histórias juvenis da literatura nacional, mergulhei

Leia mais

O mar de Copacabana estava estranhamente calmo, ao contrário

O mar de Copacabana estava estranhamente calmo, ao contrário epílogo O mar de Copacabana estava estranhamente calmo, ao contrário do rebuliço que batia em seu peito. Quase um ano havia se passado. O verão começava novamente hoje, ao pôr do sol, mas Line sabia que,

Leia mais

Titulo - VENENO. Ext Capital de São Paulo Noite (Avista-se a cidade de cima, forrada de prédios, algumas luzes ainda acesas).

Titulo - VENENO. Ext Capital de São Paulo Noite (Avista-se a cidade de cima, forrada de prédios, algumas luzes ainda acesas). Titulo - VENENO Ext Capital de São Paulo Noite (Avista-se a cidade de cima, forrada de prédios, algumas luzes ainda acesas). Corta para dentro de um apartamento (O apartamento é bem mobiliado. Estofados

Leia mais

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses Estudo de Caso Cliente: Rafael Marques Duração do processo: 12 meses Coach: Rodrigo Santiago Minha idéia inicial de coaching era a de uma pessoa que me ajudaria a me organizar e me trazer idéias novas,

Leia mais

O passageiro. 1.Edição. Edição do Autor

O passageiro. 1.Edição. Edição do Autor 1 1.Edição Edição do Autor 2012 2 3 Jonas de Paula Introdução Esse conto relata um mal entendido que poderia acontecer com qualquer pessoa em qualquer lugar, tem haver com a questão da globalização e seu

Leia mais

Transcriça o da Entrevista

Transcriça o da Entrevista Transcriça o da Entrevista Entrevistadora: Valéria de Assumpção Silva Entrevistada: Ex praticante Clarice Local: Núcleo de Arte Grécia Data: 08.10.2013 Horário: 14h Duração da entrevista: 1h COR PRETA

Leia mais

Os dois foram entrando e ROSE foi contando mais um pouco da história e EDUARDO anotando tudo no caderno.

Os dois foram entrando e ROSE foi contando mais um pouco da história e EDUARDO anotando tudo no caderno. Meu lugar,minha história. Cena 01- Exterior- Na rua /Dia Eduardo desce do ônibus com sua mala. Vai em direção a Rose que está parada. Olá, meu nome é Rose sou a guia o ajudara no seu projeto de história.

Leia mais

KIT CÉLULA PARA CRIANÇAS: 28/10/15

KIT CÉLULA PARA CRIANÇAS: 28/10/15 KIT CÉLULA PARA CRIANÇAS: 28/10/15 A mentira não agrada a Deus Principio: Quando mentimos servimos o Diabo o Pai da mentira. Versículo: O caminho para vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona

Leia mais

BOLA NA CESTA. Roteiro para curta-metragem de Marcele Linhares

BOLA NA CESTA. Roteiro para curta-metragem de Marcele Linhares BOLA NA CESTA Roteiro para curta-metragem de Marcele Linhares 25/04/2012 SINOPSE Essa é a história de Marlon Almeida. Um adolescente que tem um pai envolvido com a criminalidade. Sua salvação está no esporte.

Leia mais

MERGULHO de Betina Toledo e Thuany Motta

MERGULHO de Betina Toledo e Thuany Motta MERGULHO de Betina Toledo e Thuany Motta Copyright Betina Toledo e Thuany Motta Todos os direitos reservados juventudecabofrio@gmail.com Os 13 Filmes 1 MERGULHO FADE IN: CENA 1 PRAIA DIA Fotografia de

Leia mais

Lembro-me do segredo que ela prometeu me contar. - Olha, eu vou contar, mas é segredo! Não conte para ninguém. Se você contar eu vou ficar de mal.

Lembro-me do segredo que ela prometeu me contar. - Olha, eu vou contar, mas é segredo! Não conte para ninguém. Se você contar eu vou ficar de mal. -...eu nem te conto! - Conta, vai, conta! - Está bem! Mas você promete não contar para mais ninguém? - Prometo. Juro que não conto! Se eu contar quero morrer sequinha na mesma hora... - Não precisa exagerar!

Leia mais

A DIVERSIDADE NA ESCOLA

A DIVERSIDADE NA ESCOLA Tema: A ESCOLA APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS. A DIVERSIDADE NA ESCOLA Quando entrei numa escola, na 1ª série, aos 6 anos, tinha uma alegria verdadeira com a visão perfeita, não sabia ler nem escrever, mas

Leia mais

ENTRE FERAS CAPÍTULO 16 NOVELA DE: RÔMULO GUILHERME ESCRITA POR: RÔMULO GUILHERME

ENTRE FERAS CAPÍTULO 16 NOVELA DE: RÔMULO GUILHERME ESCRITA POR: RÔMULO GUILHERME ENTRE FERAS CAPÍTULO 16 NOVELA DE: RÔMULO GUILHERME ESCRITA POR: RÔMULO GUILHERME CENA 1. HOSPITAL. QUARTO DE. INTERIOR. NOITE Fernanda está dormindo. Seus pulsos estão enfaixados. Uma enfermeira entra,

Leia mais

Luís Norberto Pascoal

Luís Norberto Pascoal Viver com felicidade é sucesso com harmonia e humildade. Luís Norberto Pascoal Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto. ISBN 978-85-7694-131-6 9 788576 941316 Era uma vez um pássaro que

Leia mais

MEU TIO MATOU UM CARA

MEU TIO MATOU UM CARA MEU TIO MATOU UM CARA M eu tio matou um cara. Pelo menos foi isso que ele disse. Eu estava assistindo televisão, um programa idiota em que umas garotas muito gostosas ficavam dançando. O interfone tocou.

Leia mais

INTERTÍTULO: DIANA + 1 FADE IN EXT. PRAIA/BEIRA MAR DIA

INTERTÍTULO: DIANA + 1 FADE IN EXT. PRAIA/BEIRA MAR DIA DIANA + 3 INTERTÍTULO: DIANA + 1 FADE IN EXT. PRAIA/BEIRA MAR DIA Pablo, rapaz gordinho, 20 anos, está sentado na areia da praia ao lado de Dino, magrinho, de óculos, 18 anos. Pablo tem um violão no colo.

Leia mais

JOSÉ DE SOUZA CASTRO 1

JOSÉ DE SOUZA CASTRO 1 1 JOSÉ DE SOUZA CASTRO 1 ENTREGADOR DE CARGAS 32 ANOS DE TRABALHO Transportadora Fácil Idade: 53 anos, nascido em Quixadá, Ceará Esposa: Raimunda Cruz de Castro Filhos: Marcílio, Liana e Luciana Durante

Leia mais

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE? um roteiro. Fábio da Silva. 15/03/2010 até 08/04/2010

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE? um roteiro. Fábio da Silva. 15/03/2010 até 08/04/2010 ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE? um roteiro de Fábio da Silva 15/03/2010 até 08/04/2010 Copyright 2010 by Fábio da Silva Todos os direitos reservados silver_mota@yahoo.com.br 2. ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE?

Leia mais

Chantilly, 17 de outubro de 2020.

Chantilly, 17 de outubro de 2020. Chantilly, 17 de outubro de 2020. Capítulo 1. Há algo de errado acontecendo nos arredores dessa pequena cidade francesa. Avilly foi completamente afetada. É estranho descrever a situação, pois não encontro

Leia mais

ANTES DE OUVIR A VERDADE. Plano fechado em uma mão masculina segurando um revólver.

ANTES DE OUVIR A VERDADE. Plano fechado em uma mão masculina segurando um revólver. ANTES DE OUVIR A VERDADE FADE IN: CENA 01 - INT. SALA DE ESTAR NOITE Plano fechado em uma mão masculina segurando um revólver. Plano aberto revelando o revólver nas mãos de, um homem de 35 anos, pele clara

Leia mais

A.C. Ilustrações jordana germano

A.C. Ilustrações jordana germano A.C. Ilustrações jordana germano 2013, O autor 2013, Instituto Elo Projeto gráfico, capa, ilustração e diagramação: Jordana Germano C736 Quero-porque-quero!! Autor: Alexandre Compart. Belo Horizonte: Instituto

Leia mais

ALICE DIZ ADEUS 4º TRATAMENTO* Escrito e dirigido por. Simone Teider

ALICE DIZ ADEUS 4º TRATAMENTO* Escrito e dirigido por. Simone Teider DIZ ADEUS 4º TRATAMENTO* Escrito e dirigido por Simone Teider SEQUENCIA 1 Uma mulher, (46), está sentada num sofá vendo TV e lixando as unhas. Ela veste um vestido florido e um brinco grande. (16), de

Leia mais

Ernest Hemingway Colinas como elefantes brancos

Ernest Hemingway Colinas como elefantes brancos Ernest Hemingway Colinas como elefantes brancos As colinas do outro lado do vale eram longas e brancas. Deste lado, não havia sombra nem árvores e a estação ficava entre duas linhas de trilhos sob o sol.

Leia mais

História Para as Crianças. A menina que caçoou

História Para as Crianças. A menina que caçoou História Para as Crianças A menina que caçoou Bom dia crianças, feliz sábado! Uma vez, do outro lado do mundo, em um lugar chamado Austrália vivia uma menina. Ela não era tão alta como algumas meninas

Leia mais

INVERNO Um roteiro de Mikael Santiago 25/05/2009

INVERNO Um roteiro de Mikael Santiago 25/05/2009 INVERNO Um roteiro de Mikael Santiago 25/05/2009 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS COPYRIGHT MIKAEL SANTIAGO mikael@mvirtual.com.br RUA ITUVERAVA, 651/305 JACAREPAGUÁ RIO DE JANEIRO - RJ (21)9879-4890 (21)3186-5801

Leia mais

1º Plano de Aula. 1- Citação: Guardar raiva é o mesmo que, beber veneno e querer que o outro morra. 2- Meditação: Meditação da Compaixão

1º Plano de Aula. 1- Citação: Guardar raiva é o mesmo que, beber veneno e querer que o outro morra. 2- Meditação: Meditação da Compaixão 1º Plano de Aula 1- Citação: Guardar raiva é o mesmo que, beber veneno e querer que o outro morra. 2- Meditação: Meditação da Compaixão 3- História Perdoar Sempre 4- Música Uma Luz Dentro de mim. Vol:

Leia mais

Quem tem medo da Fada Azul?

Quem tem medo da Fada Azul? Quem tem medo da Fada Azul? Lino de Albergaria Quem tem medo da Fada Azul? Ilustrações de Andréa Vilela 1ª Edição POD Petrópolis KBR 2015 Edição de Texto Noga Sklar Ilustrações Andréa Vilela Capa KBR

Leia mais

Lucas Liberato Coaching Coach de Inteligência Emocional lucasliberato.com.br

Lucas Liberato Coaching Coach de Inteligência Emocional lucasliberato.com.br Script de Terapia de Liberação Emocional (EFT) para desfazer crenças relativas aos clientes que você merece ter. Eu não consigo atrair clientes dispostos a pagar preços altos A Acupuntura Emocional é uma

Leia mais

Afonso levantou-se de um salto, correu para a casa de banho, abriu a tampa da sanita e vomitou mais uma vez. Posso ajudar? perguntou a Maria,

Afonso levantou-se de um salto, correu para a casa de banho, abriu a tampa da sanita e vomitou mais uma vez. Posso ajudar? perguntou a Maria, O Afonso levantou-se de um salto, correu para a casa de banho, abriu a tampa da sanita e vomitou mais uma vez. Posso ajudar? perguntou a Maria, preocupada, pois nunca tinha visto o primo assim tão mal

Leia mais

Eu sempre ouço dizer. Que as cores da pele são diferentes. Outros negros e amarelos. Há outras cores na pele dessa gente

Eu sempre ouço dizer. Que as cores da pele são diferentes. Outros negros e amarelos. Há outras cores na pele dessa gente De todas as cores Eu sempre ouço dizer Que as cores da pele são diferentes Que uns são brancos Outros negros e amarelos Mas na verdade Há outras cores na pele dessa gente Tem gente que fica branca de susto

Leia mais

FUGA de Beatriz Berbert

FUGA de Beatriz Berbert FUGA de Beatriz Berbert Copyright Beatriz Berbert Todos os direitos reservados juventudecabofrio@gmail.com Os 13 Filmes 1 FUGA FADE IN: CENA 1 PISCINA DO CONDOMÍNIO ENTARDECER Menina caminha sobre a borda

Leia mais

Mostra Cultural 2015

Mostra Cultural 2015 Mostra Cultural 2015 Colégio Marista João Paulo II Eu e as redes sociais #embuscadealgumascurtidas Uma reflexão sobre a legitimação do eu através das redes sociais. Iago Faria e Julio César V. Autores:

Leia mais

MINHA HISTÓRIA NO NOVOTEL

MINHA HISTÓRIA NO NOVOTEL MINHA HISTÓRIA NO NOVOTEL Lembro-me que haviam me convocado para uma entrevista de trabalho no NOVOTEL. Lembro-me de estar ansioso e ter passado a noite anterior preparando a minha entrevista. Como iria

Leia mais

PERTO DE TI AUTOR: SILAS SOUZA MAGALHÃES. Tu és meu salvador. Minha rocha eterna. Tu és minha justiça, ó Deus. Tu és Jesus, amado da Minh alma.

PERTO DE TI AUTOR: SILAS SOUZA MAGALHÃES. Tu és meu salvador. Minha rocha eterna. Tu és minha justiça, ó Deus. Tu és Jesus, amado da Minh alma. PERTO DE TI Tu és meu salvador. Minha rocha eterna. Tu és minha justiça, ó Deus. Tu és Jesus, amado da Minh alma. Jesus! Perto de ti, sou mais e mais. Obedeço a tua voz. Pois eu sei que tu és Senhor, o

Leia mais

- Você sabe que vai ter que falar comigo em algum momento, não sabe?

- Você sabe que vai ter que falar comigo em algum momento, não sabe? Trecho do romance Caleidoscópio Capítulo cinco. 05 de novembro de 2012. - Você sabe que vai ter que falar comigo em algum momento, não sabe? Caçulinha olha para mim e precisa fazer muita força para isso,

Leia mais

O LAVA JATO MACABRO. Por JULIANO FIGUEIREDO DA SILVA

O LAVA JATO MACABRO. Por JULIANO FIGUEIREDO DA SILVA O LAVA JATO MACABRO Por JULIANO FIGUEIREDO DA SILVA Rua alameda dom Pedro II n 718 Venda da cruz São Gonçalo. e-mail:jfigueiredo759@gmail.com TEL: (21)92303033 EXT.LAGE DA CASA.DIA Renam está sentado na

Leia mais

Atividades Lição 5 ESCOLA É LUGAR DE APRENDER

Atividades Lição 5 ESCOLA É LUGAR DE APRENDER Atividades Lição 5 NOME: N º : CLASSE: ESCOLA É LUGAR DE APRENDER 1. CANTE A MÚSICA, IDENTIFICANDO AS PALAVRAS. A PALAVRA PIRULITO APARECE DUAS VEZES. ONDE ESTÃO? PINTE-AS.. PIRULITO QUE BATE BATE PIRULITO

Leia mais

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira! www.interaulaclube.com.br

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira! www.interaulaclube.com.br A U A UL LA O céu Atenção Aquela semana tinha sido uma trabalheira! Na gráfica em que Júlio ganhava a vida como encadernador, as coisas iam bem e nunca faltava serviço. Ele gostava do trabalho, mas ficava

Leia mais

O PATINHO QUE NÃO QUERIA APRENDER A VOAR

O PATINHO QUE NÃO QUERIA APRENDER A VOAR Numa bela manhã, nasceram seis lindos patinhos que encheram de encanto seus pais. Eram amarelinhos e fofinhos. Um dos patinhos recebeu o nome de Taco. Mamãe e papai estavam muito felizes com seus filhotes.

Leia mais

O Coração Sujo. Tuca Estávamos falando sobre... hm, que cheiro é esse? Tuca Parece cheiro de gambá morto afogado no esgoto.

O Coração Sujo. Tuca Estávamos falando sobre... hm, que cheiro é esse? Tuca Parece cheiro de gambá morto afogado no esgoto. O Coração Sujo Personagens - Tuca - Teco - Tatá - Tia Tuca e Tatá estão conversando. Teco chega. Teco Oi, meninas, sobre o que vocês estão falando? Tuca Estávamos falando sobre... hm, que cheiro é esse?

Leia mais

Amanda Pereira de Farias Fernandes Lima. A Boneca da Imaginação. Biblioteca Popular de Afogados BPA Recife - PE

Amanda Pereira de Farias Fernandes Lima. A Boneca da Imaginação. Biblioteca Popular de Afogados BPA Recife - PE Amanda Pereira de Farias Fernandes Lima A Boneca da Imaginação Biblioteca Popular de Afogados BPA Recife - PE Amanda Pereira de Farias Fernandes Lima Capa e pesquisa de imagens Amanda P. F. Lima A Boneca

Leia mais

O que procuramos está sempre à nossa espera, à porta do acreditar. Não compreendemos muitos aspectos fundamentais do amor.

O que procuramos está sempre à nossa espera, à porta do acreditar. Não compreendemos muitos aspectos fundamentais do amor. Capítulo 2 Ela representa um desafio. O simbolismo existe nas imagens coloridas. As pessoas apaixonam-se e desapaixonam-se. Vão onde os corações se abrem. É previsível. Mereces um lugar no meu baloiço.

Leia mais

Mensagem Pr. Mário. Culto da Família Domingo 06 de abril de 2014

Mensagem Pr. Mário. Culto da Família Domingo 06 de abril de 2014 Mensagem Pr. Mário Culto da Família Domingo 06 de abril de 2014 VOCÊ RECONHECE ESTES SÍMBOLOS? E ESTES SÍMBOLOS? E ESTES? A BÍBLIA TAMBÉM TEM SEUS SÍMBOLOS ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO AO LONGO DA

Leia mais

O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO

O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO 1 2 O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO Rubens Balestro O achado O Kleto era um menino que morava no interior, numa casa de material que ficava na beira de uma estrada. Ele não era rico, mas não era pobre

Leia mais

chuva forte suas filhas não estavam em casa, decidiram chamar moradores vizinhos a ajudar a encontrá-las. Procuraram em cada casa, loja e beco que

chuva forte suas filhas não estavam em casa, decidiram chamar moradores vizinhos a ajudar a encontrá-las. Procuraram em cada casa, loja e beco que As Três Amigas Em 1970, em uma cidade pequena e calma, havia três amigas muito felizes, jovens e bonitas. O povo da cidade as conhecia como um trio de meninas que não se desgrudavam, na escola só tiravam

Leia mais

RECUPERAÇÃO DE IMAGEM

RECUPERAÇÃO DE IMAGEM RECUPERAÇÃO DE IMAGEM Quero que saibam que os dias que se seguiram não foram fáceis para mim. Porém, quando tornei a sair consciente, expus ao professor tudo o que estava acontecendo comigo, e como eu

Leia mais

Narrador Era uma vez um livro de contos de fadas que vivia na biblioteca de uma escola. Chamava-se Sésamo e o e o seu maior desejo era conseguir contar todas as suas histórias até ao fim, porque já ninguém

Leia mais

UMA ESPOSA PARA ISAQUE Lição 12

UMA ESPOSA PARA ISAQUE Lição 12 UMA ESPOSA PARA ISAQUE Lição 12 1 1. Objetivos: Ensinar que Eliézer orou pela direção de Deus a favor de Isaque. Ensinar a importância de pedir diariamente a ajuda de Deus. 2. Lição Bíblica: Gênesis 2

Leia mais

AS VIAGENS ESPETACULARES DE PAULO

AS VIAGENS ESPETACULARES DE PAULO Bíblia para crianças apresenta AS VIAGENS ESPETACULARES DE PAULO Escrito por: Edward Hughes Ilustradopor:Janie Forest Adaptado por: Ruth Klassen O texto bíblico desta história é extraído ou adaptado da

Leia mais

O menino e o pássaro. Rosângela Trajano. Era uma vez um menino que criava um pássaro. Todos os dias ele colocava

O menino e o pássaro. Rosângela Trajano. Era uma vez um menino que criava um pássaro. Todos os dias ele colocava O menino e o pássaro Era uma vez um menino que criava um pássaro. Todos os dias ele colocava comida, água e limpava a gaiola do pássaro. O menino esperava o pássaro cantar enquanto contava histórias para

Leia mais

10 simples passos que irão mudar a forma como você tira fotos

10 simples passos que irão mudar a forma como você tira fotos VERSÃO FOTOGRAFIA 10 simples passos que irão mudar a forma como você tira fotos Existem várias formas de alterar o resultado final de uma foto, seja através do ISO, da velocidade do obturador, da abertura

Leia mais

este ano está igualzinho ao ano passado! viu? eu não falei pra você? o quê? foi você que jogou esta bola de neve em mim?

este ano está igualzinho ao ano passado! viu? eu não falei pra você? o quê? foi você que jogou esta bola de neve em mim? viu? eu não falei pra você? o quê? este ano está igualzinho ao ano passado! foi você que jogou esta bola de neve em mim? puxa, acho que não... essa não está parecendo uma das minhas... eu costumo comprimir

Leia mais

Não é o outro que nos

Não é o outro que nos 16º Plano de aula 1-Citação as semana: Não é o outro que nos decepciona, nós que nos decepcionamos por esperar alguma coisa do outro. 2-Meditação da semana: Floresta 3-História da semana: O piquenique

Leia mais

017. Segunda-Feira, 05 de Julho de 1997.

017. Segunda-Feira, 05 de Julho de 1997. 017. Segunda-Feira, 05 de Julho de 1997. Acordei hoje como sempre, antes do despertador tocar, já era rotina. Ao levantar pude sentir o peso de meu corpo, parecia uma pedra. Fui andando devagar até o banheiro.

Leia mais

Harmonizando a família

Harmonizando a família Harmonizando a família Narrador: Em um dia, como tantos outros, como e em vários lares a, mãe está em casa cuidando dos afazeres doméstic os, tranqüilamente. Porém c omo vem ac ontec endo há muito tempo,

Leia mais

RUA SAUDADE. Roteiro de Curta-Metragem EXT. CALÇADA/EM FRENTE AO PORTÃO DA CASA DE DOLORES DIA

RUA SAUDADE. Roteiro de Curta-Metragem EXT. CALÇADA/EM FRENTE AO PORTÃO DA CASA DE DOLORES DIA RUA SAUDADE Roteiro de Curta-Metragem São as últimas horas da madrugada., senhora viúva com mais de setenta anos, passa pelo portão da rua de sua casa no Bexiga. Carrega um carrinho de feira consigo. Sai

Leia mais

LIÇÃO 8 MANSIDÃO: Agir com mansidão com todos

LIÇÃO 8 MANSIDÃO: Agir com mansidão com todos Lição 3: Alegria LIÇÃO 8 MANSIDÃO: Agir com mansidão com todos RESUMO BÍBLICO Gálatas 5:23; Gálatas 6:1; 2 Timóteo 2:25; Tito 3; 1 Pedro 3:16 Como seres humanos estamos sempre à mercê de situações sobre

Leia mais

Atividade: Leitura e interpretação de texto. Português- 8º ano professora: Silvia Zanutto

Atividade: Leitura e interpretação de texto. Português- 8º ano professora: Silvia Zanutto Atividade: Leitura e interpretação de texto Português- 8º ano professora: Silvia Zanutto Orientações: 1- Leia o texto atentamente. Busque o significado das palavras desconhecidas no dicionário. Escreva

Leia mais

A CURA DE UM MENINO Lição 31

A CURA DE UM MENINO Lição 31 A CURA DE UM MENINO Lição 31 1 1. Objetivos: Mostrar o poder da fé. Mostrar que Deus tem todo o poder. 2. Lição Bíblica: Mateus 17.14-21; Marcos 9.14-29; Lucas 9.37-43 (Leitura bíblica para o professor)

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008 Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008 IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Alexandre da Silva França. Eu nasci em 17 do sete de 1958, no Rio de Janeiro. FORMAÇÃO Eu sou tecnólogo em processamento de dados. PRIMEIRO DIA

Leia mais

Delicadesa. Deves tratar as pessoas com delicadeza, de contrário elas afastar-se-ão de ti. Um pequeno gesto afectuoso pode ter um grande significado.

Delicadesa. Deves tratar as pessoas com delicadeza, de contrário elas afastar-se-ão de ti. Um pequeno gesto afectuoso pode ter um grande significado. Delicadeza 1 Delicadesa Deves tratar as pessoas com delicadeza, de contrário elas afastar-se-ão de ti. Um pequeno gesto afectuoso pode ter um grande significado. As Janelas Douradas O menino trabalhava

Leia mais

Meninas Nhe nhe. Eu Aff Chegando lá. Eu Gente estou com um mau pressentimento

Meninas Nhe nhe. Eu Aff Chegando lá. Eu Gente estou com um mau pressentimento Eu e umas amigas íamos viajar. Um dia antes dessa viagem convidei minhas amigas para dormir na minha casa. Nós íamos para uma floresta que aparentava ser a floresta do Slender-Man mas ninguém acreditava

Leia mais

UM SOL ALARANJADO. Vemos de cima uma pequena vila de subúrbio com suas casas baixas. Amanhece, e pessoas começam a sair das casas.

UM SOL ALARANJADO. Vemos de cima uma pequena vila de subúrbio com suas casas baixas. Amanhece, e pessoas começam a sair das casas. SEQUÊNCIA 1 - EXTERIOR - DIA VILA UM SOL ALARANJADO Roteiro de Eduardo Valente, a partir de argumento e com a colaboração de Rubio Campos. Vemos de cima uma pequena vila de subúrbio com suas casas baixas.

Leia mais

MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO Equipe Dia/mês/ano Reunião nº Ano: Tema: QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO Acolhida Oração Inicial

MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO Equipe Dia/mês/ano Reunião nº Ano: Tema: QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO Acolhida Oração Inicial MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO Equipe Dia/mês/ano Reunião nº Ano: Local: Tema: QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO Acolhida Oração Inicial Esta é uma história de mudança que ocorre em um labirinto em que quatro personagens

Leia mais

O Boneco de Neve Bonifácio e o Presente de Natal Perfeito

O Boneco de Neve Bonifácio e o Presente de Natal Perfeito O Boneco de Neve Bonifácio e o Presente de Natal Perfeito Era uma vez um boneco de neve chamado Bonifácio, que vivia numa terra distante onde fazia muito frio. Ele era um boneco especial, porque podia

Leia mais

Fim. Começo. Para nós, o tempo começou a ter um novo sentido.

Fim. Começo. Para nós, o tempo começou a ter um novo sentido. Fim. Começo. Para nós, o tempo começou a ter um novo sentido. Assim que ela entrou, eu era qual um menino, tão alegre. bilhete, eu não estaria aqui. Demorei a vida toda para encontrá-lo. Se não fosse o

Leia mais

1. COMPLETE OS QUADROS COM OS VERBOS IRREGULARES NO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO E DEPOIS COMPLETE AS FRASES:

1. COMPLETE OS QUADROS COM OS VERBOS IRREGULARES NO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO E DEPOIS COMPLETE AS FRASES: Atividades gerais: Verbos irregulares no - ver na página 33 as conjugações dos verbos e completar os quadros com os verbos - fazer o exercício 1 Entrega via e-mail: quarta-feira 8 de julho Verbos irregulares

Leia mais

Os encontros de Jesus. sede de Deus

Os encontros de Jesus. sede de Deus Os encontros de Jesus 1 Jo 4 sede de Deus 5 Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6 Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou

Leia mais

Era uma vez um príncipe que morava num castelo bem bonito e adorava

Era uma vez um príncipe que morava num castelo bem bonito e adorava O Príncipe das Histórias Era uma vez um príncipe que morava num castelo bem bonito e adorava histórias. Ele gostava de histórias de todos os tipos. Ele lia todos os livros, as revistas, os jornais, os

Leia mais

"A felicidade consiste em preparar o futuro, pensando no presente e esquecendo o passado se foi triste"

A felicidade consiste em preparar o futuro, pensando no presente e esquecendo o passado se foi triste "A felicidade consiste em preparar o futuro, pensando no presente e esquecendo o passado se foi triste" John Ruskin "O Instituto WCF-Brasil trabalha para promover e defender os direitos das crianças e

Leia mais

Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates

Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates 1º ano do Ensino Fundamental I O que você gosta de fazer junto com a sua mã e? - Dançar e jogar um jogo de tabuleiro. - Eu gosto de jogar futebol

Leia mais

BRINCADEIRA. por. Vinícius Bernardes

BRINCADEIRA. por. Vinícius Bernardes BRINCADEIRA por Vinícius Bernardes baseado na crônica "Brincadeira" de Luís Fernando Veríssimo oliverplentz@gmail.com Copyright (c) 2015 This screenplay may not be used or reproduced without the express

Leia mais

Fantasmas da noite. Uma peça de Hayaldo Copque

Fantasmas da noite. Uma peça de Hayaldo Copque Fantasmas da noite Uma peça de Hayaldo Copque Peça encenada dentro de um automóvel na Praça Roosevelt, em São Paulo-SP, nos dias 11 e 12 de novembro de 2011, no projeto AutoPeças, das Satyrianas. Direção:

Leia mais

Material: Uma copia do fundo para escrever a cartinha pra mamãe (quebragelo) Uma copia do cartão para cada criança.

Material: Uma copia do fundo para escrever a cartinha pra mamãe (quebragelo) Uma copia do cartão para cada criança. Radicais Kids Ministério Boa Semente Igreja em células Célula Especial : Dia Das mães Honrando a Mamãe! Principio da lição: Ensinar as crianças a honrar as suas mães. Base bíblica: Ef. 6:1-2 Texto chave:

Leia mais

ENTRE FRALDAS E CADERNOS

ENTRE FRALDAS E CADERNOS ENTRE FRALDAS E CADERNOS Entre Fraldas e Cadernos Proposta metodológica: Bem TV Educação e Comunicação Coordenação do projeto: Márcia Correa e Castro Consultoria Técnica: Cláudia Regina Ribeiro Assistente

Leia mais

Palestra tudo O QUE VOCE. precisa entender. Abundância & Poder Pessoal. sobre EXERCICIOS: DESCUBRA SEUS BLOQUEIOS

Palestra tudo O QUE VOCE. precisa entender. Abundância & Poder Pessoal. sobre EXERCICIOS: DESCUBRA SEUS BLOQUEIOS Palestra tudo O QUE VOCE sobre precisa entender Abundância & Poder Pessoal EXERCICIOS: DESCUBRA SEUS BLOQUEIOS Como aprendemos hoje na palestra: a Lei da Atração, na verdade é a Lei da Vibracao. A frequência

Leia mais

Alô, alô. www.bibliotecapedrobandeira.com.br

Alô, alô. www.bibliotecapedrobandeira.com.br Alô, alô Quero falar com o Marcelo. Momento. Alô. Quem é? Marcelo. Escuta aqui. Eu só vou falar uma vez. A Adriana é minha. Vê se tira o bico de cima dela. Adriana? Que Adriana? Não se faça de cretino.

Leia mais

Muito prazer Curso de português do Brasil para estrangeiros

Muito prazer Curso de português do Brasil para estrangeiros Muito prazer Curso de português do Brasil para estrangeiros s de gramática do uso da língua portuguesa do Brasil Sugestão: estes exercícios devem ser feitos depois de estudar a Unidade 14 por completo

Leia mais

Sou Helena Maria Ferreira de Morais Gusmão, Cliente NOS C827261492, Contribuinte Nr.102 297 878 e venho reclamar o seguinte:

Sou Helena Maria Ferreira de Morais Gusmão, Cliente NOS C827261492, Contribuinte Nr.102 297 878 e venho reclamar o seguinte: Exmos. Senhores. Sou Helena Maria Ferreira de Morais Gusmão, Cliente NOS C827261492, Contribuinte Nr.102 297 878 e venho reclamar o seguinte: Sou cliente desde a época da TVTel nunca, até hoje, mudei de

Leia mais

Anexo 2.1 - Entrevista G1.1

Anexo 2.1 - Entrevista G1.1 Entrevista G1.1 Entrevistado: E1.1 Idade: Sexo: País de origem: Tempo de permanência 51 anos Masculino Cabo-verde 40 anos em Portugal: Escolaridade: Imigrações prévias : São Tomé (aos 11 anos) Língua materna:

Leia mais

MULHER SOLTEIRA. Marcos O BILAU

MULHER SOLTEIRA. Marcos O BILAU MULHER SOLTEIRA REFRÃO: Ei, quem tá aí Se tem mulher solteira dá um grito que eu quero ouvir Ei, quem tá aí Se tem mulher solteira dá um grito que eu quero ouvir (Essa música foi feita só prás mulheres

Leia mais

Trabalhar em Casa. Um Guia para quem quer iniciar um trabalho em casa e não sabe por onde começar. 2015 bastianafutebol.com @bastianafutebol

Trabalhar em Casa. Um Guia para quem quer iniciar um trabalho em casa e não sabe por onde começar. 2015 bastianafutebol.com @bastianafutebol Trabalhar em Casa Um Guia para quem quer iniciar um trabalho em casa e não sabe por onde começar 2015 bastianafutebol.com @bastianafutebol Como Começar? Primeiro você deve escolher o tipo de trabalho que

Leia mais

Há 4 anos. 1. Que dificuldades encontra no seu trabalho com os idosos no seu dia-a-dia?

Há 4 anos. 1. Que dificuldades encontra no seu trabalho com os idosos no seu dia-a-dia? Entrevista A13 I Experiência no lar Há quanto tempo trabalha no lar? Há 4 anos. 1 Qual é a sua função no lar? Encarregada de Serviços Gerais. Que tarefas desempenha no seu dia-a-dia? O contacto directo

Leia mais

Geração Graças Peça: Os Cofrinhos

Geração Graças Peça: Os Cofrinhos Geração Graças Peça: Os Cofrinhos Autora: Tell Aragão Personagens: Voz - não aparece mendigo/pessoa Nervosa/Ladrão faz os três personagens Menina 1 Menina 2 Voz: Era uma vez, duas irmãs que ganharam dois

Leia mais

9º Plano de aula. 1-Citação as semana: Não aponte um defeito,aponte uma solução. 2-Meditação da semana:

9º Plano de aula. 1-Citação as semana: Não aponte um defeito,aponte uma solução. 2-Meditação da semana: 9º Plano de aula 1-Citação as semana: Não aponte um defeito,aponte uma solução. 2-Meditação da semana: Enraizando e criando raiz (CD-Visualização Criativa faixa 2) 3-História da semana: Persistência X

Leia mais

Dedico este livro a todas as MMM S* da minha vida. Eu ainda tenho a minha, e é a MMM. Amo-te Mãe!

Dedico este livro a todas as MMM S* da minha vida. Eu ainda tenho a minha, e é a MMM. Amo-te Mãe! Dedico este livro a todas as MMM S* da minha vida. Eu ainda tenho a minha, e é a MMM. Amo-te Mãe! *MELHOR MÃE DO MUNDO Coaching para Mães Disponíveis, www.emotionalcoaching.pt 1 Nota da Autora Olá, Coaching

Leia mais

DANIEL EM BABILÔNIA Lição 69. 1. Objetivos: Ensinar que devemos cuidar de nossos corpos e recusar coisas que podem prejudicar nossos corpos

DANIEL EM BABILÔNIA Lição 69. 1. Objetivos: Ensinar que devemos cuidar de nossos corpos e recusar coisas que podem prejudicar nossos corpos DANIEL EM BABILÔNIA Lição 69 1 1. Objetivos: Ensinar que devemos cuidar de nossos corpos e recusar coisas que podem prejudicar nossos corpos 2. Lição Bíblica: Daniel 1-2 (Base bíblica para a história e

Leia mais