A História do Acabamento

Transcrição

1 Acabamento

2 A História do Acabamento As primeiras encadernações consistiam em tábuas de madeira, geralmente cedro - com tiras de couro para envolver o volume e uma correia que amarrava o conjunto. Os escravos romanos, além de copiar o livro eram também os encarregados de encaderná-los (ligatores librorum). As capas tornaram possível uma ornamentação externa do livro, sujeita às influências técnicas e decorativas de cada época e às concepções artísticas próprias de cada país.

3 A História do Acabamento Os primeiros livros encadernados de que se tem notícia eram excessivamente pesados. As folhas de pergaminho vinham costuradas com nervos de boi, enquanto a capa, a fim de manter as folhas planas, era feita de madeira. Não bastassem esses materiais, já bastante pesados, o livro ainda tinha um fecho, cuja função não era meramente decorativa: servia para proteger as páginas do calor e da umidade.

4 A História do Acabamento Só no século IV as folhas de pergaminho ou velino passaram a ser agrupadas e costuradas juntas, como o livro atual. Para proteger esses códices empregaram-se, finas lâminas de madeira, logo depois substituídas por capas de couro, que traziam nos cantos reforços de metal. Frequentemente se adornava o códice com ouro, pedras preciosas e esmaltes. Alguns livros religiosos eram encadernados com metais preciosos incrustados de joias e pérolas, com relevos de marfim.

5 Logo apareceram as encadernações cujas capas de madeira eram recobertas com couro que era adornado com diversas representações que, gravadas em pequenos ferros, eram estampadas em seco e em relevo e sem ouro: é a denominada técnica do gofrado muito empregada na época carolíngia. O couro estampado a frio, isto é, sem ouro, caracterizava a encadernação monástica. O acabamento do livro aparece já revestido com todo o luxo oriental característico do estilo bizantino. A História do Acabamento

6 A História do Acabamento Nas últimas décadas, as grandes gráficas adotaram a automação. Esteiras rolantes ligam muitas máquinas em autêntica linha de montagem. Chegadas do prelo, as folhas são dobradas em cadernos de 64, 32 ou 16 páginas, num ritmo que pode chegar a três mil folhas por hora. Ultimamente, passou-se a utilizar, especialmente na edição de livros baratos, a colagem de folhas soltas em vez de costura, mas quando essa técnica ainda é adotada os cadernos são submetidos a uma operação de compressão, para expelir o ar acumulado entre as páginas. Grande parte do êxito da produção automática depende da uniformidade da espessura dos volumes. Guilhotinas dotadas de três lâminas efetuam o corte.

7 A História do Acabamento Séculos VIII XI Encadernações em pele de cervo, porco e tecido. Cabeceado de alinhavo, sendo as capas de madeira grosseira. Guardas ausentes ou uma de pergaminho. Cortes aparados. Decoração simples. Séculos XII XIII Cobertura de antílope, couros tingidos e pergaminho. Costura sobre nervos. Pranchas de madeira como capas. Lombadas achatadas ou ligeiramente arredondadas. Cabeceado em ponto de seleiro. Cortes aparados. Títulos sobre os cortes. Guardas de pergaminho. Decoração mais variada, com fechos. Séculos XIV XV Surgimento da tipografia, com consequente aumento do volume de livros e da encadernação. Livros menos imponentes. Surgem novas técnicas e materiais. Passagem do pergaminho ao papel. Utilizam-se vaqueta, carneiro e porco. Meia encadernação (fim do século XV).

8 A História do Acabamento Século XVI Aparecem as encadernações de pequenos formatos. Estilos da renascença, incluindo as encadernações Aldinas (os Aldi foram famosos encadernadores e impressores em Veneza). Em Paris e Lyon, surgem oficinas de livreiros e encadernadores. O bibliófilo Jean Groglier marca um estilo com suas encomendas, com entrelaces nas capas. Coberturas de tecido até Século XVII Cobertura de pergaminho, pele de carneiro, marroquim e vaqueta para encadernações de luxo. Costura sobre nervos simples ou duplos. Lombada com banda de pergaminho reforçando o lombo. Cabeceado em cores. Guardas brancas até 1640, depois coloridas, penteado fino a sete cores. Século XVIII Cobertura pleno couro. Meia encadernação para os livros comuns no final do século. Marroquim para as encadernações de luxo. Costura entre nervos. Lombada com nervos longos no final do século. Cabeceado de várias cores. Guardas de seda ou couro. Papéis de cores variadas.

9 A História do Acabamento Século XIX Aparecimento da encadernação industrial, cartonagem simples ou à la bradel, capa solta. De 1830 a 1850, expande-se a encadernação francesa, com reflexos em Portugal e no Brasil. Aparecimento da costura sobre cadarços. Nervos falsos. Cortes marmorizados combinando com as guardas. Cortes dourados nas encadernações de luxo. Século XX Encadernações em couros diversos, percaline (tecido recoberto com resina não plástica colorida); não confundir com produto do mesmo nome comercializado no final do século, composto de tecido e plástico. O acabamento do livro sofre neste século uma profunda evolução, tanto no que se refere à sua decoração como na técnica. Atualmente quase todos os livros são encadernados mecanicamente e os encadernadores manuais e artesanais foram relegados para particulares e bibliófilos.

10 Encadernação Encadernação Mecânica Foi no século XIX que as máquinas começaram a fazer parte do processo de encadernação. Elas foram usadas para dobrar as folhas impressas transformandoas em cadernos. A encadernação manual sobrevive como um ofício quando se produz objetos de arte, com edições limitadas e baixa tiragem. As máquinas da área de encadernação são capazes de dobrar, alcear, colar, fixar a capa e refilaras folhas impressas num processo continuo.

11 Encadernação Encadernação Industrial (Capa Dura / Paperback) Grampo Forma rápida e barata de encadernar é feita usando grampo cavaleiro. Muito comum em revistas e periódicos, pois proporciona bom acabamento, baixo custo e flexibilidade. Fresa/ hot-melt Encadernação do tipo paperback que utiliza cola, gerando um dorso quadrado. É barato, e substitui a costura em obras com até 200 páginas. No entanto, a durabilidade é pequena, o que torna este tipo de encadernação indicada apenas para obras cujo conteúdo seja rapidamente defasado, como ocorre com publicações de informática.

12 Máquina Grampeadeira Grampeadeira Muller Martini Primera C alimentadores, mais alimentador de capa (a capa entra aberta no alimentador que faz o vinco e a dobra para aplicar sobre o miolo que é alceado pelo equipamento) Velocidade de até ciclos por hora Formato máximo após o corte final 310 x 475 Muller Martini Primera C 140

13 Encadernação Costura Encadernação com costura é mais trabalhoso, porém mais durável do que as encadernações com cola, além do que igualmente barata. Utilizada em processo de encadernação tipo capa-dura. Espiral As páginas são perfuradas e unidas por arame ou plástico enrolado no formato espiral. Nestes casos, utiliza-se capa e contracapa em cima da original, geralmente em PVC. Wire-o Evolução tecnológica do espiral, porém mais cara. É feita em aço, e pode ser colocada em buracos quadrados. Tem um acabamento muito mais elegante que o espiral.

14 Máquinas Perfuradoras Perfuradora Espiral Tamanho da mesa: 30 x 40 cm - Capacidade de perfuração: 20 folhas Perfuradora Wire-o Tamanho da mesa: 49 x 44 cm - Capacidade de perfuração: 20 folhas

15 Encadernação Térmica As páginas são unidas por aquecimento a capa plástica. Produz uma bonita aparência, porém só deve ser utilizada para encadernar quantidades pequenas de folhas. Encadernação Artesanal É aquela onde o corte, colagem, montagem e acabamento das capas dos livros são feitas manualmente, utilizando-se uma grande variedade de materiais. São empregadas desde coberturas tradicionais como papel ou tecido às mais exóticas, como seda, veludo, aniagem ou até mesmo metal.

16 Encadernação Corte-e-vinco O corte-e-vinco permite ao impressor recortar formas ou perfurar o papel. É frequentemente usado para marcar traçados em embalagens e displays. Na área editorial, as peças que formam um pop-up são corte-vincadas. A faca usada para esse fim assemelha-se a um cortador de massas. Corte a laser O corte a laser é mais caro e mais lento que o corte-e-vinco. Mas é capaz de fazer incisões excepcionalmente finas. A largura do furo pode ser equivalente a gramatura do papel. Se o preço do laser diminuir, com certeza teremos esse processo incorporado ao acabamento. Serrilha Serrilhas são pequenos furos ou recortes através do papel, que permite que o mesmo seja rasgado corretamente. Os furos geralmente são feitos com pentes de aço. O papel é pressionado contra o pente, perfurando a folha de forma alinhada.

17 Máquina de Corte-e-vinco A PolyVinco é uma máquina de corte e vinco robusta, precisa, de alto desempenho e versátil. Possui uma velocidade máxima de 1560 por hora. Modelo - PolyVinco 960

18 Encadernação Furação O processo de furação é empregado para perfurar diversas folhas de papel ao mesmo tempo. As folhas são encadernadas com anéis metálicos que passam através dos furos. As maquinas possuem múltiplas brocas, que podem possuir diversos diâmetros. Índice de dedo Esse dispositivo é mais fácil de encontrarmos em dicionários, enciclopédias e Bíblias. O corte é semicircular e feito através de todas as páginas indexadas. Permite ao leitor um rápido acesso á letra ou tema desejado. O corte é feito na página exata e o processo precisa ser feito após a costura. Hoje em dia usam-se abas corte-vincadas para fazer as divisões de seção.

19 A encadernação é a técnica de juntar, de várias maneiras, as páginas que compõem um volume. Normalmente usa-se o método para garantir que páginas avulsas com algum conteúdo em comum não se percam ou estejam juntas para uma consulta. Técnicas de Encadernações

20 Técnicas de Encadernações Brochura A brochura apresenta-se como um conjunto de cadernos costurados, com uma simples capa de cartão ou papel reforçado colada no dorso. Essa capa pode ser refilada junto com o miolo do livro ou sobressair do formato das páginas, formando saliências trilaterais denominadas seixas. A brochura é uma técnica bastante utilizada atualmente para encadernação. Nela ocorrem aplicações de adesivos (colas) sobre a lombada já refilada, fresada ou costurada, que em seguida, recebe uma capa (flexível ou rígida) feita de papel de alta gramatura ou cartão rígido. Para que esse tipo de acabamento seja realizado, primeiramente se faz necessário o alceamento (colocação dos cadernos uns sobre os outros em ordem progressiva formando o volume) dos cadernos. Esse alceamento pode ser realizado manualmente ou através de equipamentos específicos como alceadeiras.

21 Máquina Alceadeira Modelo - Alceadeira DFC 120 As alceadeiras como está, tem capacidade de alcear até 70 jogos por minuto ou jogos por hora. O transporte do papel é feito por fricção com 3 roletes de borracha especial para cada bandeja, aceitando papeis com espessura de 52 a 128 g/m2. O modelo DFC-120 pode ser acoplado em outra torre, aumentando assim a capacidade para 24 bandejas. Os jogos alceados podem ser grampeados pelo equipamento DFC-S, ou então grampeados, dobrados e refilados num conjunto BOOKLETMAKER DBM120/120T, produzindo assim revistas prontas.

22 Técnicas de Encadernação Costura Já a técnica de costura é para trabalhos mais pesados e que serão diariamente usados para sua durabilidade. Este método pode ser realizado a mão ou máquina, aumentando o ângulo de abertura sobre as folhas e a resistência de um volume. Costura feita em máquina

23 Máquina de Costura A QuickSew é uma máquina semi-automática de costura para livros com comprimento até 450 mm e largura até 310 mm. Possui uma velocidade máxima de 70 pontos por minuto, com até 12 pontos de agulhas. Feita em estrutra compacta, é fácil de operar e versátil na configuração. Tem alimentação simples e contínua. Modelo QuickSew 450 Semi-automática

24 Máquina de Costura A Purlux é uma máquina automática de costura para livros com comprimento até 400 mm e largura até 300 mm. Possui uma velocidade máxima de 110 pontos por minuto, com até 11 pontos de agulhas. Feita em estrutra compacta, é fácil de operar e versátil na configuração. Tem alimentação simples e contínua. Modelo Purlux SXZ Automática

25 Máquina de Costura Modelo Purlux SXZ 400 Automática

26 Costura Manual - Artesanal Capa dura com revestimento em tecido com costura de restauro (costura em cadernos*) - o revestimento é colado em toda superfície da capa. Com esta técnica, pode-se usar diversos tipos de revestimento (couro sintético, papel artesanal, tecido, entre outros). Caderno Capa Dura com Costura Japonesa de Encadernação, não aparente (folha solta). Pode ser feito cadernos, blocos e álbum de fotos com esta técnica. *caderno, é um conjunto de folhas dobradas ao meio estes conjuntos são unidos através de costura.

27 Costura Manual - Artesanal Costura copta (costura aparente). Técnica desenvolvida pelos coptas entre os séculos 3 e 4 dc. Capa dura com revestimento em tecido. Abertura do caderno: 360 graus Outros tipos: Costura copta e restauro, Encadernação Buttonhole, Encadernação Sketchbook, Costura Japonesa aparente (folha solta), Encadernação Album de Fotos e Capa dura com espiral.

28 Técnicas de Encadernação Dobradura do Miolo Essa operação consiste na transformação de folhas cortadas por meio de uma guilhotina apropriada, em cadernos com páginas ordenadas progressivamente e prontas para passar pelas operações sucessivas na linha de encadernação. As folhas impressas para o miolo de livros são sempre dobradas em cruz, em quanto às dobras paralelas são geralmente utilizadas para impressos comerciais, folhetos, encartes, sanfonados, etc. Basicamente existem três categorias de máquinas dobradeiras utilizada nas oficinas de encadernação das gráficas: Dobradeiras que atuam por meio de facas; Dobradeiras que atuam por meio de bolsas; Dobradeiras combinadas ou mistas, que utilizam os dois sistemas.

29 As máquinas de dobra com facas são utilizadas para obra de livro devido à sua capacidade de executar dobras cruzadas, com bom registo. A folha é colocada no local desejado entre dois rolos para ser criada a dobra no material. A dobra por facas proporciona uma dobra mais lenta, mas mais precisa. Tipos de Máquinas de Dobras

30 Tipos de Máquinas de Dobras A máquina de bolsas, é o tipo de máquina mais comum. O papel entra na bolsa e através de um mecanismo de paragem do papel a folha é obrigada a passar através dos rolos em rotação, criando a dobra, como mostra a figura abaixo. A dobra pode ser ajustada, alterando o mecanismo de paragem do papel, permitindo fazer diferentes tipos de dobra. A máquina de dobra combinada, como o nome indica, vem equipada com os dois sistemas de dobra, permitindo executar bons registos e velocidade na dobra. A máquina de dobra combinada é usada para quantidades de trabalho volumosas e para operações de dobra mais complexas.

31 Máquina Dodradeira A Titan 520TK é ideal para cadernos de 4, 8, 12, 16, 20 e 24 páginas, também para prospectos e folhetos de todos os tipos. Dobras Até 8 paralelas (sanfona e carta) e 1 cruzada a velocidade máxima 150 por min. 1ª Estação com alimentação e acionamento próprios com possibilidade de até 4 dobras paralelas. 2ª Estação é versátil, possibilitando a execução de até 4 dobras paralelas ou cruzadas. 3ª Estação para dobra cruzada por faca acionada por fotocélula e embreagem eletromagnética.

32 Tipos de Dobras Paralelas Cruzadas

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