16 16,5 x 24 14,5 x 22

Transcrição

1 Introdução O desenvolvimento de um trabalho de design gráfico exige conhecimento acerca dos dados técnicos de produção gráfica para que o resultado final seja exatamente o esperado. É preciso acompanhar as mudanças das tecnologias envolvidas no processo de impressão gráfica para que a criação do projeto gráfico seja precisa e segura. Especificações técnicas de um trabalho devem ser condizentes com o orçamento e com o prazo disponíveis. Os itens principais a ser definidos na PRODUÇÃO GRÁFICA, são: Tiragem; Formato e número de páginas; Tipo de papel e gramatura; Tipo de impressão e número de cores; Digitalização de originais: cromo, fotografia, ilustração; Tipo de prova de gráfica; Acabamento; Encadernação. A criação do design, por sua vez, deve considerar as especificações técnicas definidas. A escolha da tipografia a ser utilizada, por exemplo, está diretamente relacionada com o tipo de papel e impressão em que será desenvolvido o trabalho. Se um desenho tipográfico de traços muito finos e delicados for impresso vazado sobre um fundo de cor, em um papel muito poroso (o chamado papel chupão ), cuja característica é a alta absorção de tinta, corre-se o risco de haver falhas no desenho das letras pela invasão da tinta na parte que seria vazada. Outro exemplo da importância do conhecimento técnico no momento da criação é considerar o tipo de impressão na qual o trabalho será realizado. Se o trabalho for impresso em rotogravura, cuja impressão é menos precisa do que a offset, é preciso mais cuidados com traços finos e delicados, pois podem parecer serrilhados e, assim, prejudicar a legibilidade, além de comprometer a estética. A produção gráfica e a criação devem estar em perfeita sintonia. Por ser altamente tecnológica, a área gráfica passa por mudanças frequentes, que precisam ser acompanhadas pelo designer. Formato O formato de um trabalho é a chave importante do design, pois é o corpo que carrega nele toda a alma do trabalho. Portanto, deve condizer com seu conteúdo. O formato pode ser delicado, esguio ou panorâmico, e deve ser confortável tanto para o manuseio quanto para acomodar seu conteúdo. Os cortes retos (refile com guilhotina) são mais usados, mas pode-se ter um formato único por meio da criação de um desenho de faca, que é uma matriz de corte gerada a partir de um arquivo eletrônico ou fotolito com o desenho do formato diferenciado. Tipos de desenhos de facas especiais e guilhotinas:

2 Quando um trabalho apresenta uma ou mais dobras, existem dois modos de caracterizar o formato: aberto ou fechado. O formato aberto é o tamanho do trabalho sem dobrá-lo. Já o fechado é o tamanho do documento dobrado. Por exemplo, se o formato fechado de um livro for 14 x 21 cm (largura x altura), seu formato aberto será de 28 x 21 (largura x altura), já que ele apresenta apenas uma dobra ao meio. No exemplo de um folder de duas dobras, no formato aberto de 31 x 14 cm (largura x altura), a altura é mantida por não haver dobras, e a largura é dividida em três partes. Assim, o formato fechado é de 10,5 x 14 cm (largura x altura): 10,5 + 10, = 31. Os papéis são fabricados em formatos-padrão e são vendidos em bobinas (para impressão em rotativas) ou folhas planas (para impressão em máquinas planas, como offset). Os formatos-padrão de papéis foram criados por volta de 1911 para economia na produção de papéis e na mão de obra. Conhecido como DIN ( Deutsche Industrie Normunque) ou formato internacional, o cálculo se baseia no sistema métrico e origina uma série harmônica de tamanhos de papel. O lado maior da folha inicial é dividido ao meio, dando origem a duas folhas. Estas, por sua vez, também são divididas ao meio, sempre do lado maior, gerando

3 quatro folhas, e assim sucessivamente. Seguindo a mesma proporção de corte, o tamanho das folhas é, portanto, sempre a metade da anterior e o dobro da seguinte. O sistema DIN apresenta três principais formatos de folha iniciais: A, B e C. O formato A é o mais utilizado na indústria gráfica para todo o tipo de impresso. Já os formatos B e C são empregados na impressão de cartazes e envelopes.

4 Para melhor adaptação às máquinas impressoras, criou-se, no Brasil, um padrão nacional de formatos para a produção de folhas planas. São os formatos AA (76 x 112 cm) e BB (66 x 96 cm), sendo o BB o mais empregado pelas gráficas. Algumas editoras trabalham com os formatos-padrão definidos, outras deixam a cargo do designer. Nesses casos, o bom aproveitamento reflete no custo do produto. Cálculos de formatos O cálculo de formato pode ser feito de forma simétrica ou assimétrica. A simetria do corte garante total aproveitamento do papel, enquanto a assimetria gera a perda de papel. Depois da impressas, são feitos os cortes nas folhas planas ou iniciais. O número de cortes varia de acordo com o tamanho do trabalho. Quanto menor o formato do documento, mais repetições na folha plana e, portanto, maior o número de cortes. As folhas planas apresentam uma área útil de impressão, na qual acomodarão o formato aberto do trabalho com sangria. A sangria é um excesso proposital da área impressa que ultrapassa o limite da marca de corte. Sua função é garantir que após o refile (corte) do trabalho, não haja filetes sem impressão, da cor do papel. Cada pedaço de papel gerado pelos cortes apresenta uma área de impressão que comporta o formato aberto do trabalho, com sangria e marcas de corte e registro. Marcas da impressora A. Marcas de corte B. Marcas de registro C. Informações sobre a página D. Barras de cores E. Área de sangria Um modelo de cálculo para se chegar à um formato final favorável do trabalho é o de subtrair 2 cm de cada lado (largura x altura) do formato do corte do papel. Por exemplo: se o formato do corte do papel, a partir de uma folha 66 x 96 cm, for de 33 x 48 cm, o formato aberto da publicação medirá 31 x 46 cm e será repetido quatro vezes na folha inicial. Tabela de aproveitamento de papel BB. Folha inicial: 66 x 96 cm. Nº de repetições por folha Formato do papel Formato final do trabalho 1 66 x x x x x x ,5 x 24 14,5 x 22

5 Tabela de aproveitamento de papel AA. Folha inicial: 76 x 112 cm. Nº de repetições por folha Formato do papel Formato final do trabalho 1 76 x x x x x x x x 26 Formato do corte do papel a partir da folha inicial BB A pesar da padronização de corte de papel das folhas AA e BB, a área de impressão varia de uma gráfica para a outra, pois depende da máquina na qual o trabalho será impresso. Geralmente, as gráficas possuem sua própria tabela de formatos econômicos. Portanto é importante conferir com a gráfica se o formato escolhido é o melhor, precisando ás vezes de um ajuste milimétrico. Cadernos e Imposição de páginas Tratando-se de um miolo de livro ou qualquer outra publicação com acabamento em brochura, após o processo de impressão as folhas são dobradas e intercaladas. Formam os chamados cadernos. O livro é constituído pelo conjunto de certo número de cadernos cosidos (costurados) ou colados, que, juntos, compõem o corpo da obra.

6 Cada caderno pode ter 4, 8, 16 ou 32 páginas. Esses são os números-padrão utilizados pelas gráficas: In-plano: formato sem dobras In-folio: formato com 1 dobra (2 folhas) = caderno de 4 páginas In-quarto: formato com 2 dobras cruzadas (4 folhas) = caderno de 8 páginas In-oitavo: formato com 3 dobras cruzadas (8 folhas) = caderno de 16 páginas In-dezesseis: formato com 4 dobras cruzadas (16 folhas) = caderno de 32 páginas Formato In-oitavo para capas: Existem também o formato de caderno In-doze, composto por 12 páginas. Menos usual, tem uma apresentação quase quadrada. Portanto, os projetos devem ser constituídos por cadernos em múltiplos de 4, 8, 16 ou 32. Para que o número das páginas do projeto siga a ordem numérica crescente, é feita a imposição das páginas. Esse processo determina a posição correta de montagem e impressão de cada página que compõe o caderno. Por exemplo, em um folheto formado por 2 cadernos de 8 páginas, a imposição das páginas do primeiro caderno aconteceria da seguinte forma: Página 1 ao lado da página 8 Página 2 ao lado da página 7

7 Página 3 ao lado da página 6 Página 4 ao lado da página 5 O segundo caderno começaria na página 9 e terminaria na 16, assim: Página 9 ao lado da página 16 Página 10 ao lado da página 15 Página 11 ao lado da página 14 Página 12 ao lado da página 13 Esse processo é feito, geralmente, nas gráficas, que possuem softwares apropriados para executar esse trabalho. Ao final, os cadernos são intercalados para a encadernação, de modo que a sequência de leitura seja respeitada.