A questão dos assentamentos no território palestino da Cisjordânia é um aspecto que pode gerar tensões na parceria entre os dois

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A questão dos assentamentos no território palestino da Cisjordânia é um aspecto que pode gerar tensões na parceria entre os dois"

Transcrição

1 Caminhos e descaminhos do conflito na Palestina: os assentamentos na Cisjordânia e a aliança estratégica Estados Unidos-Israel Jade Lopes 1 e Marina Felisberti 2 Apesar da reprovação da comunidade internacional, os assentamentos israelenses na Cisjordânia continuam aumentando em tamanho e população, prejudicando o processo de paz baseado na solução de dois estados. Em 23 de dezembro de 2016, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em uma atitude inédita, condenou a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, com abstenção do veto estadunidense. Conhecido por suas declarações controversas, Donald Trump assume a Casa Branca em um momento caracterizado pela instabilidade tanto na parceria Estados Unidos-Israel quanto no Oriente Médio. Apresentação Este boletim pretende analisar o atual momento do conflito na Palestina, assim como possíveis transformações no cenário político regional devido à mudança administrativa na Casa Branca. Após quase 50 anos de ocupação, a situação da Cisjordânia não parece se encaminhar para uma solução pacífica no futuro próximo. Enquanto cresce a oposição internacional à atual política de Israel, a eleição de Donald Trump pode trazer alguma instabilidade devido a seus posicionamentos controversos. A questão dos assentamentos no território palestino da Cisjordânia é um aspecto que pode gerar tensões na parceria entre os dois países. Apesar de serem considerados ilegais pela Organização das Nações Unidas, o governo israelense continua promovendo a expansão dos assentamentos já existentes, a legalização dos outposts estabelecidos sem autorização e a construção de novos condomínios e complexos industriais em território palestino. A representação dos Estados Unidos na ONU, após décadas de apoio a Israel nessa matéria, recentemente abriu mão do poder de veto e se absteve em votação histórica no Conselho de Segurança da ONU, permitindo assim que fosse adotada uma resolução condenando os assentamentos. Essa mudança de posicionamento foi tomada no apagar das luzes da administração Obama e condenada pelo então presidente eleito 1 Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Participante do Programa de Acompanhamento Ecumênico na Palestina em Israel (PAEPI), Contato: blopes.jade@gmail.com 2 Graduanda em Relações Internacionais na UFRGS. Pesquisadora Assistente do Núcleo Brasileiro de Estratégia e Relações Internacionais (NERINT). Contato: marinafelisberti@gmail.com 42

2 Donald Trump, que chegou a pedir publicamente que a resolução fosse vetada. Algumas semanas após tomar posse, porém, Trump também muda o tom do discurso e afirma que a construção de novos assentamentos pode não ser benéfica ao processo de paz. O presente artigo é uma tentativa de compreender e esclarecer o posicionamento recente dos Estados Unidos na questão dos assentamentos e seus possíveis desdobramentos num futuro próximo, durante a nova administração de Donald Trump. Primeiro, traça um breve histórico do conflito entre israelenses e palestinos, assim como dos assentamentos na Cisjordânia; em um segundo momento, trata das relações entre Estados Unidos e Israel do ponto de vista das administrações republicanas ou democratas; e, por fim, se faz uma reflexão sobre o futuro da questão palestina no âmbito dessa parceria. Etapas do conflito Israel-Palestino: da criação de um Estado à ocupação nos territórios vizinhos A fundação do Estado de Israel em 1948 é um marco importante para o estudo das relações atuais entre israelenses e palestinos. A história dos judeus é marcada desde o início por uma série de expulsões forçadas algumas historicamente documentadas e outras, mais antigas, que faziam parte do texto bíblico e permaneceram no imaginário popular. Dessa forma, a ideia de um lar nacional para o qual as comunidades judaicas espalhadas pelo mundo poderiam retornar e viver livremente faz parte da narrativa judaica e está presente nas tradições religiosas (Marguiles 1979). Várias formas de nacionalismo judaico se desenvolveram ao longo do tempo, mas podese dizer que a concretização do Estado nacional judaico como existe hoje tem raízes no movimento sionista de fins do século XIX na Europa. O sionismo surge como reação às mudanças políticas e socioeconômicas em curso no continente: os sentimentos nacionalistas então predominantes à época acabavam por reafirmar o caráter estrangeiro das comunidades judaicas em cada país, e consequentemente faziam aumentar o preconceito e a segregação social. Para os sionistas, a solução seria a criação de um estado nacional que unisse todas as comunidades judaicas, preferencialmente na região da Palestina por sua importância histórica e religiosa para seu povo. Assim, entre os séculos XIX e XX o movimento sionista vai promover a imigração de judeus para a Palestina como uma forma de retorno a sua terra de origem (Demant 2001). Porém, a terra escolhida para a criação de seu estado nacional não estava desabitada. Um senso de 1922 feito pelas autoridades britânicas que exerciam o controle da Palestina na forma de um mandato desde a dissolução do Império Otomano no fim da Primeira Guerra Mundial registra que lá haviam judeus e árabes, dos quais eram cristãos (Aguiar 2011). Apesar disso, o movimento sionista já havia conseguido apoio internacional na forma da Declaração de Balfour, de 1917, em que a Grã-Bretanha se compromete a apoiar a criação, na região, de um lar nacional judaico. Novas ondas de migração judaica ocorreram nas décadas de 1920 e 1930 e com elas vai se estruturando o embrião de uma sociedade organizada política, econômica e militarmente. Após o Holocausto promovido pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial, a opinião pública europeia passa a apoiar a causa sionista, e em 1947 a ONU aprova o plano e partilha da Palestina através da Resolução 181. O plano previa a criação de dois Estados, um judaico de km² e o outro, palestino, de km², 43

3 ficando Jerusalém sob controle internacional. A fundação de Israel é anunciada em 14 de maio do ano seguinte por David Ben Gurion, que viria a ser primeiro presidente do país o Estado palestino, por sua vez, não chega a ser constituído. Os países árabes do entorno não aceitaram o plano de partilha nem a proclamação do novo estado, e logo se inicia a guerra de 1948/1949, conhecida pelos israelenses como a Guerra da Independência e pelos palestinos como a Nakba (catástrofe). Neste conflito, cerca de palestinos são expulsos ou fogem de suas terras devido à destruição de suas casas, e buscam refúgio nos países árabes do entorno. Mesmo após o armistício de 1949, as relações na região continuam hostis ao longo de toda a década de seguinte (Aguiar 2011, Yazbek 1987). Em 1967 acontece o conflito que dá início à ocupação militar que continua em curso atualmente, a chamada Guerra dos Seis Dias. Gamal Abder Naser, presidente do Egito, bloqueia novamente a saída de Israel para o Mar Vermelho (o que já havia acontecido durante a Crise de Suez em 1956) e, em 5 de junho, Israel lança uma ofensiva preventiva contra as forças egípcias, jordanianas e sírias, incorporando territórios árabes. Ao fim do conflito, no dia 10 de junho, o território do Estado israelense havia triplicado: estavam agora sob seu domínio a península do Sinai, no Egito; as Colinas de Golã, na Síria; a faixa de Gaza, a Cisjordânia, e Jerusalém Oriental. Em 22 de novembro do mesmo ano o Conselho de Segurança das Nações Unidas adota a Resolução 242, exigindo a retirada das forças israelenses de todos os territórios ocupados (Aguiar, 2011). Atualmente, consideramse ocupados os territórios das Colinas de Golã, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental a Península do Sinai foi devolvida aos egípcios em 1982 e as forças armadas israelenses se retiraram de Gaza unilateralmente em A situação de ocupação militar é regida, no direito internacional, pela IV Convenção de Genebra (1949), da qual Israel é signatário. Esse documento prevê uma série de limitações ao poder do Estado ocupante, e em especial, para os fins desse artigo, a proibição de transferência da sua população para o território ocupado, em seu artigo 49º. Porém, desde 1968 têm sido construídos, de forma unilateral, assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada com o apoio do governo, que provê infraestrutura (energia elétrica, saneamento básico, rodovias) para os condomínios e segurança militar para os moradores, além de subsídios e incentivos fiscais para os que decidem se mudar para os territórios ocupados. Os assentamentos costumam ser construídos em propriedade privada palestina, que é expropriada através de processos burocráticos pela administração civil israelense. Alguns dos assentamentos já são considerados cidades, com escolas, universidades (caso de Ariel), hotéis, e até mesmo cemitérios. A comunidade internacional se posiciona majoritariamente contra a expansão dos assentamentos por entender que eles sabotam o processo de paz baseado na solução de dois Estados: quanto maior o conjunto de edificações e a população vivendo nessas áreas, mais difícil será pensar em formas de devolver essas terras aos antigos donos. Apesar disso, a expansão continua: atualmente, mais de pessoas vivem nos cerca de 140 assentamentos na Cisjordânia (além dos outposts, ou postos avançados, estabelecidos fora dos limites dos assentamentos sem autorização do governo), e isso cria uma realidade de segregação no território ocupado. Enquanto que os condomínios israelenses seguem se expandindo praticamente sem restrições e com apoio governamental, os palestinos são impedidos de construir ou reformar suas próprias casas em toda a área considerada área C (mais de 60% do total) pelos Acordo de Oslo 44

4 II, de 1995 (Lopes 2016). A instalação desse contingente populacional israelense na Cisjordânia transforma as dinâmicas sociais locais. A presença dos colonos e dos soldados armados que fazem a segurança dos condomínios torna o cotidiano tenso para os palestinos que vivem nos arredores. Casos de ameaça, intimidação e violência por parte de colonos e soldados contra os palestinos são corriqueiros, o que motivou a criação de programas de observação de direitos humanos e o estabelecimento de presença internacional protetiva em certas áreas. Importante lembrar que, frente aos impasses políticos, os palestinos reagiram com atentados, e Israel respondeu construindo um muro que isola a Cisjordânia e protege os assentamentos judaicos dentro dela. Dessa forma, a situação atual parece se afastar cada vez mais da paz negociada através da solução de dois estados. Na prática, palestinos e israelenses já vivem juntos de diversas formas: milhares de palestinos atravessam check points diariamente para trabalharem dentro de Israel, enquanto que o número de israelenses vivendo em assentamentos na Cisjordânia cresce todos os anos. Porém, apesar dessa realidade, não há igualdade de direitos entre os dois povos, uma vez que a população palestina não conta com um estado organizado, com reconhecimento internacional e soberania. Dentro da Cisjordânia, não estão sujeitos nem às próprias leis, mas sim à lei militar israelense sendo que, para os vizinhos israelenses dos assentamentos, é a lei civil que se aplica. Recentemente, a Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental da Organização das Nações Unidas reconheceu, através de um relatório, que israelenses e palestinos vivem uma realidade de um país de facto, e que a diferença de tratamento entre as duas populações, nessa situação, configura um regime de apartheid. Foi a primeira vez que um documento oficial da ONU usou essa palavra para se referir às políticas de Israel com relação aos palestinos. De Democratas a Republicanos: a transição da Casa Branca e as perspectivas para o Oriente Médio Considerada uma aliança bilateral sólida, o relacionamento entre Estados Unidos e Israel, desde 1948, tem se mantido constante independentemente das tendências particulares das administrações tanto à frente de Israel quanto de Washington. Ainda que essa relação apresente, desde a administração de Truman ( ), momentos de crise e de divergência de posicionamentos no cenário internacional, os interesses e valores comuns às suas esferas políticas e sociais têm assegurado a manutenção do relacionamento ao longo de mais de 60 anos. No dia 23 de dezembro de 2016, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, por 14 votos a favor e abstenção norte-americana, condenou a contínua expansão dos assentamentos israelenses na região da Cisjordânia, incluindo o território de Jerusalém Oriental. Optando por um posicionamento histórico, os Estados Unidos, que não saiu em defesa de Israel, justificou seu posicionamento através do argumento de que a expansão dos assentamentos israelenses, principalmente nos últimos anos, configura um obstáculo concreto a resolução do conflito pela proposta da criação de dois Estados, um israelense e um palestino, que, além de ser defendida pela administração de Obama, seria um consenso entre Republicanos e Democratas na busca pelo fim do conflito palestino-israelense (BBC 2016). Apesar dos vários episódios anteriores de ação 45

5 unilateral norte-americana em assuntos que envolvem, também, o Estado de Israel como a opção pela assinatura do Acordo Nuclear com o Irã (2015), a abstenção estadunidense na ONU sinalizou à comunidade internacional um momento de clara divergência entre israelenses e norte-americanos condizente com a postura de todo o último mandato de Barack Obama. Juntamse a essa conjuntura de progressivo afastamento a instabilidade presente na região do Oriente Médio, principalmente após 2011, com o estopim da Primavera Árabe, e, mais recentemente, a rápida expansão do Estado Islâmico entre diversas fronteiras dos Estados da região. Esse cenário desfavorável contribui, ainda mais, para o afastamento dos interesses norte-americanos e israelenses, diminui sensivelmente um prognóstico favorável à resolução da questão palestina e traz o questionamento, principalmente por parte dos EUA, da importância geopolítica e militar desta parceria e dos limites impostos no momento presente. Em uma das últimas ações do partido democrata a frente da Casa Branca, o episódio de divergência colocou em discussão os limites, e o futuro, da aliança norte-americana-israelense, em um momento em que Israel apresenta uma tendência interna de aumento do conservadorismo e os Estados Unidos enfrentam uma mudança turbulenta de administração na Casa Branca. Portanto, a tensão presente no relacionamento entre a administração Obama e o Primeiro Ministro Netanyahu pode ser entendida como um sintoma de problemas mais sérios, que poderiam configurar problemas reais no futuro da relação. A abstenção norte-americana, desta forma, deve ser analisada como um possível ponto de inflexão do relacionamento, já problemático, entre Israel e Estados Unidos. Portanto, a questão que se coloca em pauta é o alcance da repercussão do posicionamento norte-americano a partir do novo governo republicano, que assumiu a Casa Branca em 20 de janeiro de 2017 (Gordon 2016). Eleito no dia 9 de setembro de 2016, o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, que, já durante a campanha eleitoral, ganhou notoriedade na mídia por suas declarações intransigentes e posicionamentos controversos envolvendo cenários de histórica atuação norte-americana, como a região do Oriente Médio, parece ter estabelecido o tom de incerteza para a orientação da política externa estadunidense durante o mandato da nova administração da Casa Branca. Após o silêncio preocupante que marcou os últimos anos da administração Obama em relação ao futuro da sua parceria com Israel, optando por posicionamentos cada vez mais afastados do interesse israelense, o início do governo Trump, que tomou posse no dia 20 de janeiro de 2017, parece trazer uma nova perspectiva para a aliança bilateral. Superficialmente, uma análise da subida de Trump ao poder poderia indicar o início de uma nova fase de estreitamento de laços entre os governos estadunidense e israelense, podendo ser entendidos, sob alguns pontos de vista, como duas formas de conservadorismo andando paralelamente (Simon e Allin 2016). Em Israel, entretanto, a inclinação do governo ao conservadorismo é produto de uma crescente tendência de retorno a religiosidade e ao nacionalismo, em consonância com os interesses de parcela majoritária da sociedade. Nos Estados Unidos, por sua vez, a vitória do Partido Republicano parece estar associada a uma tentativa de restabelecimento do status quo conservador liderada por uma parcela que não é majoritária na sociedade e que se encontra cada vez mais descolada da tendência geral de comportamento político-social progressista norte-americano em 46

6 relação à pautas como as relacionadas ao Estado de Israel. A própria comunidade judaica residente nos Estados Unidos parece estar descolada da orientação autoritária adotada pelo Estado de Israel em questões cruciais, como a Palestina (Gordon 2016). Desta forma, é válido ressaltar que, enquanto Netanyahu e a sua coalizão de direita se parecem com o futuro de Israel, cada vez mais próximo da religião, a versão do governo republicano, liderado pela figura de Trump, parece uma manobra errática da política norte-americana. Além da importância militar e estratégica da aliança bilateral, cabe lembrar que o relacionamento entre Israel e Washington apresenta uma dimensão complexa, podendo ser resumida em uma espécie de imagem espelhada: muitas vezes, os norteamericanos olham para Israel como se este fosse uma extensão de si mesmos. Recentemente, entretanto, o reflexo parece cada vez mais distorcido tanto aos olhos norte-americanos quanto aos olhos israelenses. Mesmo que o imperativo moral do relacionamento esteja passando por um momento delicado, através do sensível hiato cultural entre os dois Estados, ao que tudo indica, o interesse estratégico poderá ser suficiente para manter os dois países alinhados, pelo menos no futuro próximo. Israel, muito provavelmente, ainda permanecerá sendo mais estável do que outros Estados que poderiam vir a projetar o interesse norte-americano no Oriente Médio, como o Egito ou o Iêmen. Isso é verdade, mas não é motivo de complacência por parte dos norte-americanos aos interesses unilaterais de Israel para a região. Vale destacarmos as profundas discordâncias estratégicas sobre a negociação com o Irã, por parte dos Estados Unidos, e a adoção de medidas relacionadas às convulsões no Egito e outros Estados árabes, que seguiram o estopim da Primavera Árabe. Ademais, as disputas entre os dois, nos últimos oito anos, não desrespeitam apenas questões morais, mas também o tratamento da questão palestina (Simon e Alin 2017). A questão palestina: dois passos para trás e um para frente? Quanto ao avanço das negociações de paz entre Israel e Palestina, a administração de Obama foi a que mais prometeu e menos avanços efetivos obteve. Até mesmo administrações anteriores de republicanos, como Nixon e George H. W. Bush, demonstraram-se mais incisivas em suas ações em busca do estabelecimento de diretrizes para a solução do conflito. Obama, que iniciou sua administração em 2009 pedindo veementemente pelo fim da expansão dos assentamentos israelenses, já em 2010 passou a negligenciar a questão. O plano de criação do Estado palestino, durante a administração Obama e, principalmente, após 2011, em pouco tempo esgotou seu ímpeto e enfrentou um longo período de esquecimento e estagnação. Por mais de uma década, Mahmoud Abbas, que tornou-se presidente da Palestina em 2005, tem lidado com posicionamentos de Washington que variam entre apoio efetivo e reconhecimento velado da importância das questões presentes na Agenda Nacional da Palestina ou da urgência da resolução do conflito entre israelenses e palestinos reconhecida, por parte de oficiais do governo norteamericano como umas das peças fundamentais para a estabilização da região árabe no longo prazo. A abstenção norte-americana durante a votação das Nações Unidas em dezembro de 2016, desta forma, parece ter reinserido o conflito na pauta de discussão internacional, representando, 47

7 ademais, uma retomada do fôlego palestino e uma oportunidade de aumento da legitimidade para o governo de Abbas. Nos últimos meses, entretanto, Abbas passou a lidar com uma administração da Casa Branca que, a primeira vista, demonstra ser menos sensível às suas demandas. Além disso, internamente, Abbas depara-se com a perda de popularidade do seu governo junto a parcelas da sociedade palestina, ainda dividida entre as diretrizes do Fatah e do Hamas (Rumley 2017). Considerações finais Não há dúvida de que, nos últimos anos, o distanciamento entre Estados Unidos e Israel, principalmente no âmbito sociocultural, agravouse. Estando em curso a diferenciação dos valores das sociedades israelense e norte-americana, então, resta saber se o interesse estratégico e militar é o suficiente para manter os dois países alinhados durante a nova administração que se inicia na Casa Branca. Sob a perspectiva estratégico-militar, vale ressaltar que Israel, reconhecidamente um vetor do interesse norte-americano na região árabe - embora, por vezes, seja Israel quem mais orienta a política de Washington na região - enfrenta o enfraquecimento da sua posição frente aos novos desafios estadunidenses no Oriente Médio desde 2011 e, mais recentemente, com o advento do Estado Islâmico. Essa tendência corroboraria uma possível percepção, por parte do governo norte-americano, da diminuição da importância da parceria com Israel e, por isso, a adoção de uma postura cada vez menos disposta a ceder às demandas estritamente israelenses. Ao que tudo indica, a nova administração republicana deverá realizar um esforço imprescindível para a retomada de agendas comuns, e rearticulação de objetivos, para que a tendência de afastamento seja interrompida e os laços entre Israel e Estado Unidos sejam integralmente restabelecidos (Simon e Allin 2017). Além dos problemas particulares da parceria, acrescenta-se o início do mandato da figura polêmica de Donald Trump frente ao governo de uma potência econômica e militar, aumentando a incerteza e a desconfiança da comunidade internacional e, principalmente, dos parceiros estadunidenses. A grande questão que aparece em pauta, portanto, é se algumas das bandeiras levantadas durante a campanha de Trump realmente se transformarão em políticas durante seu mandato presidencial - eventos recentes parecem sugerir que sim. A promessa de transferência da embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém, a indicacão de David Friedman (conhecido pela declaração de que a solução de criação de dois Estados, Israel e Palestina, é uma ilusão) para o cargo de embaixador norte-americano em Israel, e as sugestões de reversão das últimas ações de Obama na ONU, como a abstenção do uso do veto em dezembro de 2016, são alguns dos pontos que preocupam, atualmente, o presidente palestino, a liderança israelense e a comunidade internacional, e aumentam a probabilidade de uma desestabilização ainda maior da região árabe (Rumley 2017). Mas o errático Trump pode alterar sua política quando confrontado com a realidade regional, assim como ocorreu com George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de

8 Referências Aguiar, Paula Hohgrawe de Os Acordos de Oslo (1993): Consequência e causa das intifadas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. da.php?nrb= &loc=2012&l=280cd50d8b08d61a Al Jazeera Rami Hamdallah: Israel waging water war on Palestinians. israel-cuts-water-supplies-west-bank-ramadan html Al Jazeera UN report: Israel has established an apartheid regime. features/2017/03/report-israel-established-apartheid-regime html BBC Rights groups challenge Israel settlements law in court. BBC Por que a condenação da ONU a assentamentos israelenses é histórica? internacional Palestina: A construção da paz vista de uma perspectiva global São Paulo: Editora Unesp. Elgindy, Khaled Obama s Record on Israeli-Palestinian Peace. Foreign Affairs. articles/israel/ /obamas-record-israeli-palestinian-peace ESCWA ESCWA launches report on Israeli practices towards the Palestinian people and the question of apartheid. FOLHA DE S. PAULO Trump recua, e diz que novas colônias em Israel podem não ajudar para a paz. Demant, Peter. Identidades israelenses e palestinas: questões ideológicas. In Dupas, Gilberto e Tullo Vigevani (org). Israel- Gordon, Philip The Crisis in U.S.-Israeli Relations. Foreign Affairs. ICRC (International Comittee of the Red Cross) IV Geneva Convention. INTRO/380 Lopes, Jade A demolição pode vir a qualquer momento. Sul

9 Marguiles, Marcos Os Palestinos. Rio de Janeiro: Documentário Middle East Eye, The economics at the heart of israeli settlements. Rumley, Grant Abbas on the Ropes. Foreign Affairs. Simon, Steven, and Dana H. Allin Trump, Clinton, and Israel. Foreign Affairs. israel/ /trump-clinton-and-israel United Nations Security Council Resolution Recebido em 3 de abril de Aprovado em 17 de abril de

Questão Palestina x Israel. Resgate dos conflitos da origem aos dias atuais!

Questão Palestina x Israel. Resgate dos conflitos da origem aos dias atuais! Questão Palestina x Israel Resgate dos conflitos da origem aos dias atuais! Origens!!!! 1897: Fundação do movimento sionista, que visa o retorno dos judeus à Palestina. No início do século XX, já existiam

Leia mais

Aula 10 - Israel e Questão Palestina

Aula 10 - Israel e Questão Palestina Aula 10 - Israel e Questão Palestina Primeira Guerra Mundial Região era parte do Império Turco Otomano 1917: Declaração de Balfour : buscando apoio para vencer o Império Turco na Primeira Guerra Mundial,

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Oriente Médio. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Oriente Médio. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades 2017 Conflito s do Mundo Contemporâneo Oriente Médio Prof. Marcelo Saraiva Oriente Médio Conflitos do Mundo Contemporâneo Oriente Médio Porque o Oriente Médio é a zona de maior

Leia mais

CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES

CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES Conflitos entre Judeus e Árabes 2 Início dos conflitos Os conflitos ocorrem desde tempos bíblicos; A Diáspora quando os judeus foram expulsos de seu território no ano de

Leia mais

Donald Trump, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA em Israel

Donald Trump, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA em Israel Anunciado em dezembro pelo presidente americano Donald Trump, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA em Israel para a cidade são movimentos delicados e que

Leia mais

O conflito entre Israel e Palestina

O conflito entre Israel e Palestina O conflito entre Israel e Palestina Importância estratégica do Oriente Médio Localizado no sudeste da Ásia, entre três continentes: Europa, Ásia e África Pontos importantes Canal de Suez: ligação artificial

Leia mais

Fronteiras políticas e soberania Parte II

Fronteiras políticas e soberania Parte II Fronteiras políticas e soberania Parte II CANADÁ Quebec 80% da população do Quebec é descendente de franceses e católica Em 1969 ocorreu a oficialização da língua francesa no Quebec. Onze anos depois ocorreu

Leia mais

O Brasil como mediador da paz no Oriente Médio, por André Luiz Reis da Silva & Bruna Kunrath

O Brasil como mediador da paz no Oriente Médio, por André Luiz Reis da Silva & Bruna Kunrath O Brasil como mediador da paz no Oriente Médio, por André Luiz Reis da Silva & Bruna Kunrath Historicamente, o Oriente Médio significou uma das áreas de baixa prioridade da diplomacia brasileira, embora

Leia mais

Cristina Soreanu Pecequilo Professora de Relações Internacionais Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Pesquisadora NERINT/UFRGS e UnB

Cristina Soreanu Pecequilo Professora de Relações Internacionais Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Pesquisadora NERINT/UFRGS e UnB Brasil e Oriente Médio: Os Caminhos da Política Externa Brasileira Cristina Soreanu Pecequilo Professora de Relações Internacionais Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Pesquisadora NERINT/UFRGS

Leia mais

Oriente Médio. Palco de instabilidade da política mundial

Oriente Médio. Palco de instabilidade da política mundial Oriente Médio Palco de instabilidade da política mundial Conhecido como Oriente Próximo Está limitado pelo Oceano Índico e pelos mares Mediterrâneo, Negro, Vermelho e Cáspio. Paisagem marcado por áreas

Leia mais

QUESTÕES : ORIENTE MÉDIO

QUESTÕES : ORIENTE MÉDIO QUESTÕES : ORIENTE MÉDIO Questão 01) O Islã foi o alicerce sobre o qual se ergueu um grande império. O mundo muçulmano, que se estende pelo Oriente Médio, África do Norte, Ásia Setentrional e um pequeno

Leia mais

Correio Braziliense - DF 26/01/2011 Opinião 17

Correio Braziliense - DF 26/01/2011 Opinião 17 Correio Braziliense - DF 26/01/2011 Opinião 17 Intelog - RS 26/01/2011 Artigos / Entrevistas Online O grande jogo de Barack Obama (José Luís Fiori) Nos últimos dois meses de 2010, o presidente Barack

Leia mais

QUAL O MOTIVO DA EXPRESSÃO ORIENTE MÉDIO?

QUAL O MOTIVO DA EXPRESSÃO ORIENTE MÉDIO? ORIENTE MÉDIO QUAL O MOTIVO DA EXPRESSÃO ORIENTE MÉDIO? LOCALIZAÇÃO APECTOS FÍSICOS Clima árido é o mais presente no território Na porção norte uma franja de clima Mediterrâneo A região sobre com a carência

Leia mais

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular ESPAÇO EURO-ATLÂNTICO Ano Lectivo 2012/2013

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular ESPAÇO EURO-ATLÂNTICO Ano Lectivo 2012/2013 Programa da Unidade Curricular ESPAÇO EURO-ATLÂNTICO Ano Lectivo 2012/2013 1. Unidade Orgânica Ciências Humanas e Sociais (1º Ciclo) 2. Curso Relações Internacionais 3. Ciclo de Estudos 1º 4. Unidade Curricular

Leia mais

O histórico acordo entre Fatah e Hamas

O histórico acordo entre Fatah e Hamas O histórico acordo entre Fatah e Hamas Análise Oriente Médio Pedro Casas 01 de Outubro de 2011 O histórico acordo entre Fatah e Hamas Análise Oriente Médio Pedro Casas 01 de Outubro de 2011 Após uma série

Leia mais

HISTÓRIA - 2 o ANO MÓDULO 58 OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO (1956 A 1973)

HISTÓRIA - 2 o ANO MÓDULO 58 OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO (1956 A 1973) HISTÓRIA - 2 o ANO MÓDULO 58 OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO (1956 A 1973) Yasser Arafat Fixação 1) (CESGRANRIO) Quanto aos conflitos entre árabes e israelenses, podemos dizer que: I) se aceleram com a

Leia mais

COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE. Programa de Recuperação Paralela. 2ª Etapa ª Série Turma: FG

COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE. Programa de Recuperação Paralela. 2ª Etapa ª Série Turma: FG COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE Programa de Recuperação Paralela 2ª Etapa 2014 Disciplina: Geografia Professor: Carlos Alexandre 3 ª Série Turma: FG Caro aluno, você está recebendo o conteúdo de recuperação.

Leia mais

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO OBJETIVO 2016 1º ANO E. M. MÓDULO 28 CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO O Oriente Médio, mais especificamente a área do GOLFO PÉRSICO, é uma região estratégica no cenário mundial. Encontram-se no seu subsolo as

Leia mais

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO JUDEUS Hebreus; Abraão; Canaã (Palestina); 400 anos no Egito; Moisés e o êxodo; Israel e Judá; 70: destruição do templo de Jerusalém; 131: Diáspora. MUÇULMANOS Beduínos; Maomé

Leia mais

Damos a seguir a cronologia dos principais acontecimentos subsequentes

Damos a seguir a cronologia dos principais acontecimentos subsequentes QUESTÃO PALESTINA Palestina (do original Filistina Terra dos Filisteus ) é o nome dado desde a Antiguidade à região do Oriente Próximo (impropriamente chamado de Oriente Médio ), localizada ao sul do Líbano

Leia mais

Aula 7 - Primavera Árabe

Aula 7 - Primavera Árabe Aula 7 - Primavera Árabe Árabe ou muçulmano? Árabe: Etnia majoritária na península arábica e norte da África. Podem ou não ser muçulmanos. Há importantes minorias cristãs entre os árabes, podendo chegar

Leia mais

DECISÕES, DECLARAÇÕES E RESOLUÇÃO

DECISÕES, DECLARAÇÕES E RESOLUÇÃO AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: 517 700 Fax: 5130 36 website: www. www.au.int CONFERÊNCIA DA UNIÃO AFRICANA Vigésima Quinta Sessão Ordinária

Leia mais

As Causas da Pobreza na Palestina

As Causas da Pobreza na Palestina Uma Análise Estatística Victor Chagas Matos Orientador: Rogrigo S. Peñaloza PET-Economia Universidade de Brasília 19 de Maio de 2011. 1 Guia Histórico 2 3 e HHI 4 Guia Histórico Conflito Árabe-Israelense

Leia mais

Segundo os dois países, o motivo foi a postura anti-israelense da entidade. Para Israel, a atuação da Unesco tornou-se um "teatro do absurdo".

Segundo os dois países, o motivo foi a postura anti-israelense da entidade. Para Israel, a atuação da Unesco tornou-se um teatro do absurdo. Os EUA cortaram o financiamento à Unesco após o órgão decidir incluir a Autoridade Palestina como membro em 2011, mas mantiveram o escritório na sede da agência em Paris na tentativa de acompanhar e avaliar

Leia mais

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLÓGIAS

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLÓGIAS CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLÓGIAS Lista de Exercícios de GEOGRAFIA/ 2º ano Professor(a): Amanda Rafaela Data: / Março / 2016 De sonhos e conquistas Aluno(a): 1) (UPE) Sobre o assunto abordado na notícia

Leia mais

Com aplausos e entoando estrofes do hino nacional, políticos, militantes dos direitos humanos, vítimas da ditadura e familiares dos mortos e desaparecidos do regime saudaram a instalação da Comissão Nacional

Leia mais

Oriente Médio. Do surgimento as tensões atuais

Oriente Médio. Do surgimento as tensões atuais Oriente Médio Do surgimento as tensões atuais A Região A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem

Leia mais

ISRAEL E A QUESTÃO DA PALESTINA

ISRAEL E A QUESTÃO DA PALESTINA ISRAEL E A QUESTÃO DA PALESTINA Palestina (do original Filistina Terra dos Filisteus ) é o nome dado desde a Antigüidade à região do Oriente Próximo (impropriamente chamado de Oriente Médio ), Localizada

Leia mais

Agenda do Papa nos EUA inclui desafios políticos e religiosos

Agenda do Papa nos EUA inclui desafios políticos e religiosos Durante os seis dias de visita aos Estados Unidos, o papa Francisco terá uma agenda política e religiosa diversificada. Ele deve tentar avançar no tema das relações com Cuba, intercedendo pelo fim do embargo

Leia mais

PEP/2006 5ª AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO FICHA AUXILIAR DE CORREÇÃO HISTÓRIA. 1ª QUESTÃO (Valor 6,0)

PEP/2006 5ª AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO FICHA AUXILIAR DE CORREÇÃO HISTÓRIA. 1ª QUESTÃO (Valor 6,0) PEP/2006 5ª AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO FICHA AUXILIAR DE CORREÇÃO HISTÓRIA 1ª QUESTÃO (Valor 6,0) Comparar a evolução política dos países latinos da América do Sul com a evolução política dos Estados Unidos

Leia mais

CONSELHO DE SEGURANÇA. Prof.Carlos Leopoldo

CONSELHO DE SEGURANÇA. Prof.Carlos Leopoldo CONSELHO DE SEGURANÇA Prof.Carlos Leopoldo ANTECEDENTES A EXPERIÊNCIA DA LIGA DAS NAÇÕES ONU COMO CENTRO DO MULTILATERALISMO POLÍTICO NO PÓS- GUERRA ESTRUTURA DE ÓRGÃOS DA ONU REFLETE AS VERTENTES IDEALISTA

Leia mais

1.(Unicamp 2014) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria.

1.(Unicamp 2014) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria. 1.(Unicamp 2014) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria. O texto diz: Duas infâncias. Na URSS (parte superior) crianças são

Leia mais

1896 Surgimento do movimento sionista Em 1896, o jornalista judeu Theodor Herzl, autor do livro "O Estado Judeu", criou o movimento sionista.

1896 Surgimento do movimento sionista Em 1896, o jornalista judeu Theodor Herzl, autor do livro O Estado Judeu, criou o movimento sionista. 1896 Surgimento do movimento sionista Em 1896, o jornalista judeu Theodor Herzl, autor do livro "O Estado Judeu", criou o movimento sionista. O objetivo era estabelecer um lar nacional para os judeus na

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades do Ano de Conflitos do Mundo Contemporâneo África. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades do Ano de Conflitos do Mundo Contemporâneo África. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades do Ano de 2017 Conflitos do Mundo Contemporâneo África Prof. Marcelo Saraiva África A maior parte do continente africano tem sua identidade construída através do sofrimento e das

Leia mais

Conflitos mundiais PROF. MELK SOUZA

Conflitos mundiais PROF. MELK SOUZA Conflitos mundiais PROF. MELK SOUZA ÍNDIA x PAQUISTÃO A tensa relação entre Índia e Paquistão, pela disputa da região da Caxemira, teve início a partir da independência da Índia do imperialismo britânico,

Leia mais

"Am levad ishkon, ve bagoyim ló yitchashav" (o povo judeu é solitário e não conta entre os povos)".

Am levad ishkon, ve bagoyim ló yitchashav (o povo judeu é solitário e não conta entre os povos). Breve história do Conflito Árabe (Palestino)/ Israelense A Torah nos ensina: "Am levad ishkon, ve bagoyim ló yitchashav" (o povo judeu é solitário e não conta entre os povos)". "Na verdade, os palestinos

Leia mais

[Gabarito] SEMANA 09

[Gabarito] SEMANA 09 [Gabarito] SEMANA 09 LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÃO 01. Letra C. QUESTÃO 03. Letra B. QUESTÃO 04. Letra A. QUESTÃO 05. Letra C. QUESTÃO 06. Letra D. QUESTÃO 07. Letra C. QUESTÃO 08. Letra D. QUESTÃO 09. Letra

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades 2017 Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia Prof. Marcelo Saraiva Ásia Afeganistão A invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos ocorreu após os ataques de 11 de setembro no final

Leia mais

OS VÁRIOS ESPAÇOS DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL

OS VÁRIOS ESPAÇOS DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA UNIDADE: DATA: 05 / 2 / 206 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE GEOGRAFIA 2.º ANO/EM ALUNO(A): N.º: TURMA: PROFESSOR(A): VALOR:

Leia mais

LEGENDA: - Temas - Questionamentos - Objetivos - Mídia (filmes, vídeos, livros, textos, músicas e etc.) - Dicas práticas e culturais - Para o peil

LEGENDA: - Temas - Questionamentos - Objetivos - Mídia (filmes, vídeos, livros, textos, músicas e etc.) - Dicas práticas e culturais - Para o peil LEGENDA: - Temas - Questionamentos - Objetivos - Mídia (filmes, vídeos, livros, textos, músicas e etc.) - Dicas práticas e culturais - Para o peil ÓTICA DE GRUPO MÓDULO SIONISMO E ISRAEL - Sociedade Israeli

Leia mais

Uma visão de mundo renovada (Renascimento Cultural);

Uma visão de mundo renovada (Renascimento Cultural); do 3 e 4 períodos 6º ano História 3 período O mundo grego As origens da sociedade grega Esparta e Atenas A cultura grega O período helenístico Roma: Formação e expansão A formação de Roma A República romana

Leia mais

O HAMAS NO PODER 2006/04/06. Alexandre Reis Rodrigues

O HAMAS NO PODER 2006/04/06. Alexandre Reis Rodrigues 2006/04/06 O HAMAS NO PODER Não tendo conseguido formar um governo de coligação com a Fatah nem com qualquer outro partido, o Hamas viu-se obrigado a propor um gabinete com apenas membros do seu movimento

Leia mais

ATUALIDADES. Top Atualidades Semanal DESTAQUE PROFESSOR MARCOS JOSÉ SEMANA 22 A 28 DE SETEMBRO SEMANA 22 A 28 DE SETEMBRO

ATUALIDADES. Top Atualidades Semanal DESTAQUE PROFESSOR MARCOS JOSÉ SEMANA 22 A 28 DE SETEMBRO SEMANA 22 A 28 DE SETEMBRO Tumulto em peregrinação mata 717 muçulmanos perto de Meca ATUALIDADES PROFESSOR MARCOS JOSÉ Maduro e Santos definem plano para pôr fim à crise na fronteira Israel defende embaixador indicado para posto

Leia mais

Conflitos no Oriente Médio. Prof a Maria Fernanda Scelza

Conflitos no Oriente Médio. Prof a Maria Fernanda Scelza Conflitos no Oriente Médio Prof a Maria Fernanda Scelza Revolução Iraniana 1953: o Xá (rei) Mohamed Reza Pahlevi passou a governar autoritariamente o Irã; Seu objetivo era ocidentalizar o país, tornando-o

Leia mais

A formação do Estado de Israel

A formação do Estado de Israel A formação do Estado de Israel 1946: 500 mil judeus na Palestina querem a independência de Israel do domínio britânico Aumento da tensão entre israelenses e ingleses: centenas de ataques de judeus a britânicos

Leia mais

CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA CLAUDIO F GALDINO GEOGRAFIA

CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA CLAUDIO F GALDINO GEOGRAFIA CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA CLAUDIO F GALDINO GEOGRAFIA Oferecimento Fábrica de Camisas Grande Negão AQUELA QUE TRAZ EMOÇÃO. PARA VOCÊ E SEU IRMÃO!!! Canaã Terra Prometida Abraão recebeu de Deus

Leia mais

O bloqueio à Faixa de Gaza e conversações sobre um cessar-fogo

O bloqueio à Faixa de Gaza e conversações sobre um cessar-fogo O bloqueio à Faixa de Gaza e conversações sobre um cessar-fogo Resenha Segurança Eduardo Côrtes 13 de maio de 2008 O bloqueio israelense à Faixa de Gaza e as conversações sobre um cessar-fogo Resenha Segurança

Leia mais

Exercícios sobre Israel e Palestina

Exercícios sobre Israel e Palestina Exercícios sobre Israel e Palestina Material de apoio do Extensivo 1. Observe o mapa a seguir, que representa uma área do Oriente Médio, onde ocorrem grandes tensões geopolíticas. MAGNOLI, Demétrio; ARAÚJO,

Leia mais

GOLFO PÉRSICO GEOGRAFIA E GEOPOLÍTICA

GOLFO PÉRSICO GEOGRAFIA E GEOPOLÍTICA GOLFO PÉRSICO GEOGRAFIA E GEOPOLÍTICA ANTECEDENTES Pressão Internacional sobre o Irã = proibição ao PROJETO NUCLEAR Teerã ameaça criar obstáculos para a travessia de navios petroleiros pelo Estreito de

Leia mais

Cultura e Apatia: uma análise da cisão entre as lideranças palestinas

Cultura e Apatia: uma análise da cisão entre as lideranças palestinas Cultura e Apatia: uma análise da cisão entre as lideranças palestinas Ana Luiza Terra Costa Mathias Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Cruz Aguilar Introdução O impasse entre palestinos e israelenses continua

Leia mais

Segundo os dois países, o motivo foi a postura anti-israelense da entidade. Para Israel, a atuação da Unesco tornou-se um "teatro do absurdo".

Segundo os dois países, o motivo foi a postura anti-israelense da entidade. Para Israel, a atuação da Unesco tornou-se um teatro do absurdo. Os EUA cortaram o financiamento à Unesco após o órgão decidir incluir a Autoridade Palestina como membro em 2011, mas mantiveram o escritório na sede da agência em Paris na tentativa de acompanhar e avaliar

Leia mais

Geografia. Questão 1. Questão 2. Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor:

Geografia. Questão 1. Questão 2. Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor: Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor: Geografia Questão 1 Em 1967, por ocasião da Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou de seus vizinhos árabes uma série de territórios, entre eles a Península do

Leia mais

CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES

CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES O povo judeu é originário do Oriente Médio, onde se localizam os lugares sagrados de sua religião. Em 135 d.c. o imperador romano Adriano expulsou os judeus da Palestina,

Leia mais

Ministro Jungmann participa de seminário sobre a retomada do crescimento realizado no BNDES*

Ministro Jungmann participa de seminário sobre a retomada do crescimento realizado no BNDES* Ministro Jungmann participa de seminário sobre a retomada do crescimento realizado no BNDES* O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou nesta quarta-feira (14) da abertura do fórum nacional "Investindo

Leia mais

Como os EUA estão inundando o Oriente Médio de armas

Como os EUA estão inundando o Oriente Médio de armas Como os EUA estão inundando o Oriente Médio de armas AFP GETTY IMAGES- Acordo entre os EUA e a Arábia Saudita prevê um pacote de defesa de US$ 110 bilhões Não foi à toa que o presidente americano, Donald

Leia mais

ATUALIDADES PROFESSOR MARCOS JOSÉ SEMANA 05 A 11 DE JANEIRO SEMANA 05 A 11 DE JANEIRO SEMANA 05 A 11 DE JANEIRO

ATUALIDADES PROFESSOR MARCOS JOSÉ SEMANA 05 A 11 DE JANEIRO SEMANA 05 A 11 DE JANEIRO SEMANA 05 A 11 DE JANEIRO ATUALIDADES PROFESSOR MARCOS JOSÉ Oposição juramenta deputados impedidos pela Justiça venezuelana Brasil recusa embaixador de Israel, Dani Dayan Situação delicada entre Brasil e Israel prossegue. O governo

Leia mais

Professor Hudson de Paula

Professor Hudson de Paula Professor Hudson de Paula A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões

Leia mais

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA CONFERÊNCIA PORTUGAL NA OSCE: REALIZAÇÕES E DESAFIOS PALÁCIO DE SÃO BENTO 12 de abril de 2017 Foi em 1973 que se reuniu em

Leia mais

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA CHINA -Revoluções 1911 Revolução Nacionalista. -1949 Revolução Comunista. Antecedentes, Século XIX e XX: - impotência da elite tradicional e Dinastia Manchu frente as imposições

Leia mais

30 ANOS DE GOVERNOS CIVIS - BRASIL

30 ANOS DE GOVERNOS CIVIS - BRASIL 30 ANOS DE GOVERNOS CIVIS - BRASIL 1990-1992 1992-1994 1995-2002 2002-2010 2010 -... Sarney Vice de Tancredo (eleito pelo colégio eleitoral); ARENA (suporte a ditadura); Combate a inflação (plano cruzado)

Leia mais

PANORAMA DO REFÚGIO NO SÉCULO XXI: OS REFUGIADOS SÍRIOS NO BRASIL E NO MUNDO

PANORAMA DO REFÚGIO NO SÉCULO XXI: OS REFUGIADOS SÍRIOS NO BRASIL E NO MUNDO PANORAMA DO REFÚGIO NO SÉCULO XXI: OS REFUGIADOS SÍRIOS NO BRASIL E NO MUNDO INTRODUÇÃO A migração aparece, no século XXI, com novos contornos, novas questões jurídicas e políticas (BAENINGER, 2014). Os

Leia mais

a primavera arabe Ditaduras Pobreza Corrupção Radicalismo religioso Internet Desemprego Direitos Humanos Caminhos da Democracia do Mundo Muçulmano

a primavera arabe Ditaduras Pobreza Corrupção Radicalismo religioso Internet Desemprego Direitos Humanos Caminhos da Democracia do Mundo Muçulmano a primavera arabe Corrupção Pobreza Ditaduras Radicalismo religioso Internet Desemprego Direitos Humanos Caminhos da Democracia do Mundo Muçulmano Mapa dos Levantes Os acontecimentos iniciaram na Tunísia

Leia mais

Colégio Santa Dorotéia

Colégio Santa Dorotéia Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: Ano: 8º - Ensino Fundamental Professores: Joyce de Lima e Carlos Afonso Atividades para Estudos Autônomos Data: 8 / 5 / 2017 VERIFIQUE A PUBLICAÇÃO

Leia mais

O Globo, 05 de novembro de 2018

O Globo, 05 de novembro de 2018 O Globo, 05 de novembro de 2018 Para evitar polêmicas, grupo pressiona Bolsonaro a indicar logo novo chanceler Aliados se movimentam após declarações do presidente eleito que podem prejudicar a economia

Leia mais

Aula 27/04 e 14/05 - CH Cultura e Geografia das Religiões Prof. Lucas

Aula 27/04 e 14/05 - CH Cultura e Geografia das Religiões Prof. Lucas Aula 27/04 e 14/05 - CH Cultura e Geografia das Religiões Prof. Lucas Definição de conceitos Aspectos relacionados a cultura Geografia das religiões Conflitos religiosos Atividade Todo aquele complexo

Leia mais

A PAZ ENTRE PALESTINOS E ISRAELENSES CONTINUA DISTANTE

A PAZ ENTRE PALESTINOS E ISRAELENSES CONTINUA DISTANTE Aumentar a fonte Diminuir a fonte MUNDO ÁRABE A PAZ ENTRE PALESTINOS E ISRAELENSES CONTINUA DISTANTE Apesar da vitória diplomática palestina na ONU, a existência de um Estado fica difícil com os novos

Leia mais

Posição Geopolítica Estratégica. Petróleo. Escassez de Água. Origem das principais religiões monoteístas

Posição Geopolítica Estratégica. Petróleo. Escassez de Água. Origem das principais religiões monoteístas ORIENTE MÉDIO Posição Geopolítica Estratégica Está localizado entre Europa, África e Ásia. Foi colonizado por países europeus, que dividiram o território de acordo com seus interesses. Petróleo Escassez

Leia mais

Oriente Médio. Petróleo Guerras Desertos. Fonte de conflitos, riquezas e diversidades étnico-religiosas, podemos defini-lo com 03 palavras-chave:

Oriente Médio. Petróleo Guerras Desertos. Fonte de conflitos, riquezas e diversidades étnico-religiosas, podemos defini-lo com 03 palavras-chave: Oriente Médio Fonte de conflitos, riquezas e diversidades étnico-religiosas, podemos defini-lo com 03 palavras-chave: Petróleo Guerras Desertos TÁCIUS FERNANDES PROF. DE HISTÓRIA - CNSA Oriente Médio:

Leia mais

ATIVIDADES 9º ANO. Do texto, depreende-se que a Rússia

ATIVIDADES 9º ANO. Do texto, depreende-se que a Rússia ATIVIDADES 9º ANO 1) (FUVEST-2008) Há oitenta anos, a Rússia era forte por causa do dinamismo revolucionário do comunismo, incluindo o poder de atração da sua ideologia. Há quarenta anos, a Rússia Soviética

Leia mais

(Folha de S.Paulo, Disponível em: <https://goo.gl/uuyp62>. Adaptado)

(Folha de S.Paulo, Disponível em: <https://goo.gl/uuyp62>. Adaptado) 65. Leia a notícia a seguir. Marine Le Pen e Emmanuel Macron venceram o primeiro turno das eleições francesas neste domingo [23 de abril], classificando-se para o embate final em 7 de maio. O resultado

Leia mais

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SEN. ARGEMIRO DE FIGUEIREDO

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SEN. ARGEMIRO DE FIGUEIREDO ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SEN. ARGEMIRO DE FIGUEIREDO DISCIPLINA: GEOGRAFIA PROFESSOR: TIBÉRIO MENDONÇA ALUNO (A): Nº DATA: / / OS CONFLITOS ENTRE JUDEUS E ÁRABES CONFLITOS ENTRE JUDEUS

Leia mais

HISTÓRIA. Professor Paulo Aprígio

HISTÓRIA. Professor Paulo Aprígio HISTÓRIA Professor Paulo Aprígio REGIMES TOTALITÁRIOS DO SÉCULO XX QUESTÃO 1 Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa

Leia mais

TRANSATLANTIC TRENDS PORTUGAL

TRANSATLANTIC TRENDS PORTUGAL TRANSATLANTIC TRENDS PORTUGAL Q1. Pensa que será melhor para Portugal participarmos activamente nas questões mundiais ou afastarmo-nos das questões mundiais? - Participarmos activamente nas questões mundiais

Leia mais

I. CARACTERÍSTICAS GERAIS:

I. CARACTERÍSTICAS GERAIS: ORIENTE MÉDIO I. CARACTERÍSTICAS GERAIS: Ligação entre Ásia, Europa e África (norteprolongamento do Oriente Médio) Clima predominantemente desértico Escassez de água (principais Bacias Hidrográficas: Tigre

Leia mais

EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD

EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD CANOAS, JULHO DE 2015 DISCIPLINA PRÉ-HISTÓRIA Código: 103500 EMENTA: Estudo da trajetória e do comportamento do Homem desde a sua origem até o surgimento do Estado.

Leia mais

FORMAÇÃO DAS NAÇÕES AFRICANAS

FORMAÇÃO DAS NAÇÕES AFRICANAS FORMAÇÃO DAS NAÇÕES AFRICANAS Grande exploração por parte dos países europeus Divisão do território feita pelos europeus O continente africano fornecia mão de obra escrava, produtos agrícolas e minerais

Leia mais

CONSELHO EXECUTIVO Vigésima Quarta Sessão Ordinária de Janeiro de 2014 Adis Abeba, ETIÓPIA EX.CL/819(XXIV) Original: Inglês

CONSELHO EXECUTIVO Vigésima Quarta Sessão Ordinária de Janeiro de 2014 Adis Abeba, ETIÓPIA EX.CL/819(XXIV) Original: Inglês SC11372 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: 517 700 Fax: 5130 36 website: www. Africa-union.org CONSELHO EXECUTIVO Vigésima Quarta Sessão Ordinária

Leia mais

PEP/2016-2ª AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO FICHA AUXILIAR DE CORREÇÃO HISTÓRIA. 1ª QUES TÃO (Valor 6,0)

PEP/2016-2ª AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO FICHA AUXILIAR DE CORREÇÃO HISTÓRIA. 1ª QUES TÃO (Valor 6,0) 1 PEP/2016-2ª AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO FICHA AUXILIAR DE CORREÇÃO HISTÓRIA 1ª QUES TÃO (Valor 6,0) Estudar a conformação política do Oriente Médio, a partir do término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

Leia mais

Oriente Médio: aspectos físicos e humanos gerais

Oriente Médio: aspectos físicos e humanos gerais Oriente Médio: aspectos físicos e humanos gerais 1. Oriente Médio: uma visão eurocêntrica A expressão Oriente Médio designa a região da Península Arábica. Oriente Próximo: Turquia, Líbano e Síria. Extremo

Leia mais

EGIPTO. O QUE ESTÁ À VISTA? MUDANÇA DE LIDERANÇA OU DE REGIME? (ACTUALIZAÇÃO 4)

EGIPTO. O QUE ESTÁ À VISTA? MUDANÇA DE LIDERANÇA OU DE REGIME? (ACTUALIZAÇÃO 4) 2011/02/15 EGIPTO. O QUE ESTÁ À VISTA? MUDANÇA DE LIDERANÇA OU DE REGIME? (ACTUALIZAÇÃO 4) Emitem-se muitas e variadas opiniões sobre o futuro do Egipto, mas na verdade o que se diz hoje arrisca-se a valer

Leia mais

3) Sobre a interdependência dos elementos da natureza, caracterize:

3) Sobre a interdependência dos elementos da natureza, caracterize: Educador: Abílio José C. Curricular: Geografia Data: / /2013 Estudante: 8 Ano 1) Caracterize resumidamente, as três esferas terrestres e responda: elas ainda apresentam os mesmos aspectos de quando se

Leia mais

Antecedentes ao Embargo Marítimo

Antecedentes ao Embargo Marítimo Flotilha Humanitária à Faixa de Gaza 31.05.2010 Antecedentes ao Embargo Marítimo Israel retirou suas forças militares e população da Faixa de Gaza em 2005. O Fatah, então, assumiu o controle da região.

Leia mais

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular ESPAÇO EURO-ATLÂNTICO Ano Lectivo 2016/2017

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular ESPAÇO EURO-ATLÂNTICO Ano Lectivo 2016/2017 Programa da Unidade Curricular ESPAÇO EURO-ATLÂNTICO Ano Lectivo 2016/2017 1. Unidade Orgânica Ciências Humanas e Sociais (1º Ciclo) 2. Curso Relações Internacionais 3. Ciclo de Estudos 1º 4. Unidade Curricular

Leia mais

04. O INÍCIO DO SÉCULO XX E A GRANDE GUERRA

04. O INÍCIO DO SÉCULO XX E A GRANDE GUERRA 04. O INÍCIO DO SÉCULO XX E A GRANDE GUERRA La Belle Époque Visão otimista entre as grandes nações domínio sobre os continentes asiático e africano consolidação do capitalismo monopolista industrialização

Leia mais

ATUALIDADES. AL ASSAD, PUTIN E A GUERRA NA SÍRIA Parte 1. Profª Eulália Ferreira

ATUALIDADES. AL ASSAD, PUTIN E A GUERRA NA SÍRIA Parte 1. Profª Eulália Ferreira ATUALIDADES AL ASSAD, PUTIN E A GUERRA NA SÍRIA Parte 1 Profª Eulália Ferreira Al Assad, Putin e a Guerra na Síria De como uma guerra civil se torna uma questão internacional Parte 1 Distribuição de

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO DIVISÃO REGIONAL (REGIONALIZAÇÃO) *Europa Ocidental *Europa Centro Oriental *Europa Setentrional *Europa Mediterrânea

Leia mais

ATIVIDADES COMPLEMENTARES PB4/4B

ATIVIDADES COMPLEMENTARES PB4/4B COLÉGIO ALMIRANTE TAMANDARÉ Credenc. e autorização de funcionamento do Ens. Fundamental. 2002 Deliberação CEE/MS Nº 10.278, de 19 de dezembro de 2013. Educ. Infantil Aut. Del. CEE/MS Nº 1872 de 04 de fevereiro

Leia mais

ATUALIDADES. Repaginando a VUNESP. Prof. Rodolfo Gracioli ATUALIDADES. Prof. Rodolfo Gracioli 2018

ATUALIDADES. Repaginando a VUNESP. Prof. Rodolfo Gracioli ATUALIDADES. Prof. Rodolfo Gracioli 2018 Repaginando a VUNESP ATUALIDADES 2018 Vunesp TJ/SP (Capital) Vunesp TJ/SP (Capital) Exercício inédito 1. () Observe o trecho da reportagem veiculada pelo portal G1, em outubro de 2017. O presidente da

Leia mais

ATIVIDADES ONLINE 9º ANO

ATIVIDADES ONLINE 9º ANO ATIVIDADES ONLINE 9º ANO 1) (UFV) Das alternativas, aquela que corresponde à causa do acordo entre Israel e a Organização para Libertação da Palestina (OLP) é: a) o fortalecimento do grupo liderado por

Leia mais

Mundo árabe: países localizados no norte da África e no Oriente Médio Liga árabe: 22 países membros, formada em 1945 Fatores que ajudam a determinar

Mundo árabe: países localizados no norte da África e no Oriente Médio Liga árabe: 22 países membros, formada em 1945 Fatores que ajudam a determinar A primavera árabe Mundo árabe: países localizados no norte da África e no Oriente Médio Liga árabe: 22 países membros, formada em 1945 Fatores que ajudam a determinar se um indivíduos é árabe ou não Político:

Leia mais

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO Parlamento Europeu 2014-2019 Documento de sessão B8-0389/2018 11.9.2018 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência de uma declaração da Vice-Presidente da Comissão / Alta Representante da União para

Leia mais

A ORDEM GEOPOLÍTICA BIPOLAR E.U.A:

A ORDEM GEOPOLÍTICA BIPOLAR E.U.A: A ORDEM GEOPOLÍTICA BIPOLAR E.U.A: Capitalismo U.R.S.S: Socialismo Antecedentes Panorama geopolítico (2ª Guerra Mundial); Choque entre as potências europeias (Inglaterra, França, Alemanha); Formação de

Leia mais

Geopolítica. foi criado pelo cientista. político sueco Rudolf Kjellén, no início do século. XX, inspirado pela obra de Friedrich Ratzel,

Geopolítica. foi criado pelo cientista. político sueco Rudolf Kjellén, no início do século. XX, inspirado pela obra de Friedrich Ratzel, Geopolítica O termo foi criado pelo cientista político sueco Rudolf Kjellén, no início do século XX, inspirado pela obra de Friedrich Ratzel, Politische Geographie (Geografia Política), de 1897. Geopolítica

Leia mais

Equatorial. Ocupação colonial da Palestina. Setenta anos de resistência à Nakba: o cotidiano de Comunidades beduínas na Cisjordânia

Equatorial. Ocupação colonial da Palestina. Setenta anos de resistência à Nakba: o cotidiano de Comunidades beduínas na Cisjordânia Equatorial v.5 n.8 jan/jun 2018 ISSN: 2446-5674 ENSAIO VISUAL Ocupação colonial da Palestina. Setenta anos de resistência à Nakba: o cotidiano de Comunidades beduínas na Cisjordânia Leonardo Carneiro Ventura

Leia mais

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D Ensino Fundamental Ciências Humanas Questão Conteúdo Habilidade da Matriz da EJA/FB 1 Oceania H8 2 Oriente Médio H8 3 Campanha das Diretas Já H33 4 FHC Neoliberalismo e Privatizações

Leia mais

Aula 6 - Rússia e Ucrânia

Aula 6 - Rússia e Ucrânia Aula 6 - Rússia e Ucrânia Rússia Histórico de expansão e conquista sobre diversos outros povos. Governos autoritários. Século XX: colapso do Império Russo, formação da URSS (União das Repúblicas Socialistas

Leia mais

IDADE CONTEMPORÂNEA ATUALIDADES

IDADE CONTEMPORÂNEA ATUALIDADES 2012 Adriano Francisco Denardi Fernando Mesadri ORIENTE MÉDIO IMPORTÂNCIA DA REGIÃO: Maiores reservas de petróleo do mundo. Origem das primeiras grandes civilizações. Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Leia mais

HISTÓRIA. aula Mundo Contemporâneo I

HISTÓRIA. aula Mundo Contemporâneo I HISTÓRIA aula Mundo Contemporâneo I Revolução Chinesa (1949) Após a Segunda Guerra, disputas políticas e militares na China entre: Partido Nacionalista Liderança de Chiang Kai-shek (apoio dos EUA) X Mao

Leia mais

QUESTÃO 25. Analise estes dois mapas-múndi, comparando-os: Henricus Martellus, Londres: British Library.

QUESTÃO 25. Analise estes dois mapas-múndi, comparando-os: Henricus Martellus, Londres: British Library. PROVA DE história QUESTÃO 25 Analise estes dois mapas-múndi, comparando-os: Henricus Martellus, 1489. Londres: British Library. Abraham Ortelius, Theatrum Orbis Terrarum, 1570. 22 PROVA DE HISTÓRIA - 1

Leia mais

PALESTINOS E ISRAELENSES: A TRAJETÓRIA DOS FATOS HISTÓRICOS E O DIREITO INTERNACIONAL

PALESTINOS E ISRAELENSES: A TRAJETÓRIA DOS FATOS HISTÓRICOS E O DIREITO INTERNACIONAL WILIANDER SALOMÃO OS CONFLITOS ENTRE PALESTINOS E ISRAELENSES: A TRAJETÓRIA DOS FATOS HISTÓRICOS E O DIREITO INTERNACIONAL Os Conflitos entre Palestinos e Israelenses: a trajetória dos fatos históricos

Leia mais