Sumiglia. por Savina Yannatou e Primavera en Salonico

Transcrição

1 Sumiglia por Savina Yannatou e Primavera en Salonico

2 música 7 sáb outubro h30 grande auditório duração 1h30 Voz Savina Yannatou Arranjos, Acordeão, Quanun, Kalimba Kostas Vomvolos Oud, Guitarra Yannis Alexandris Contrabaixo Michalis Siganidis Violino, Viola Kyriakos Gouventas Percussão Kostas Thedorou Nay, Flautas Haris Lambrakis

3 Savina Yannatou nasceu em Atenas. Embora se tenha dedicado alguns anos à guitarra, o seu instrumento principal foi sempre a voz. Estudou canto no Conservatório Nacional, frequentou workshops de arte vocal em Atenas e fez uma pós-graduação na Guildhall School of Music and Drama de Londres. A sua carreira profissional começou quando era ainda estudante, participando num programa para crianças, então muito popular, da Antena 3 da Rádio Nacional grega. Essa estação estava na altura a ser profundamente remodelada pelo seu director, o compositor Manos Hadjidakisdio, muito famoso pela música que escreveu para teatro, dança e cinema (ganhou um Óscar em 1960). Depois disso, interessou-se pela canção contemporânea grega, colaborando com conhecidos compositores seus compatriotas, e pela música e ópera contemporâneas. Mais tarde dedicou-se à música medieval, renascentista e barroca e no princípio da década de 1990 experimentou diferentes técnicas vocais e livre improvisação. Paralelamente a esses interesses, iniciou a sua colaboração com um conjunto de músicos de Tessalónica, que por esse tempo formaram o grupo Primavera en Salonico e que desde então a tem acompanhado em múltiplos concertos e gravações. Na altura, o projecto envolvia música popular sefardita de Salónica. Um número considerável de judeus sefarditas, expulsos de Espanha no final do século XV, instalara-se em Tessalónica onde formou uma próspera comunidade. Trouxeram as suas canções, a que juntaram muitas outras ao longo dos séculos. A primeira gravação de Savina com o grupo Primavera en Salonico era integralmente dedicada a essas canções. Seguiram-se mais três discos: Songs of the Mediterranean, Virgin Maries of the World e Terra Nostra, este último uma gravação ao vivo editada pela ECM e divulgada em Portugal em 2004, ano em que Savina e o seu grupo estiveram no Festival de Músicas do Mundo de Sines. Em 2005 saiu o CD Sumiglia, também editado pela ECM, que está na base do concerto desta noite. Savina Yannatou é também compositora. Gravou dois discos com composições suas (Rosas das Rosas e Dreams of mermaid, para a editora Musurgia Graeca) e escreveu música para teatro, vídeo arte e dança. A sua discografia conta mais de 20 LP s e CD s.

4 Sumiglia é a mais recente gravação de Savina com os Primavera en Salonico. Reúne catorze canções tradicionais gregas e de outros países Espanha (Galiza), Moldávia, Bulgária, Itália, Ucrânia, Sicília, Córsega, Arménia, Palestina e Albânia, cantadas nas línguas originais. Numa extraordinária demonstração de virtuosismo, de sensibilidade, de delicadeza, de capacidade de entender tão diversas tradições, Savina Yannatou não só interpreta cada canção na língua original, como utiliza as suas imensas capacidades vocais e o seu domínio das várias técnicas de canto para nos oferecer versões que revelam toda a beleza e riqueza emocional de temas tão diversos. Sendo muito distintas entre si as tradições populares reveladas nestas canções, reconhecem-se, também pela forma como são interpretadas, traços comuns na construção dessas melodias, por vezes festivas, outras vezes pungentes, que cantam o amor, a vida, a natureza, mas também o desencontro, a impossibilidade, a dor ou a morte, temas permanentes na cultura popular ou erudita. Os arranjos de Kostas Vomvolos e a interpretação do grupo que utiliza com liberdade e pertinência instrumentos ocidentais (violino, viola, guitarra, contrabaixo) ao lado de instrumentos tradicionais mediterrâneos (oud, nay, tambura, quanum, entre outros), acompanham e sublinham os diversos modos do canto de Savina, em perfeita harmonia com as suas interpretações e dando conta da multiplicidade de competências musicais dos seus membros. Sumiglia foi aclamado pela crítica, recolheu prémios e também esteve na base de uma digressão de sucesso destes músicos pelos Estados Unidos. O grupo Primavera en Salonico formou-se em 1993, sob a direcção de Kostas Vomvolos, colaborando com Savina Yannatou na interpretação das canções sefarditas tradicionais de Tessalónica. Mas antes disso os seus membros já tinham participado, desde o início da década de 1980, em diversos grupos, gravações e projectos musicais. A actividade destes artistas cobre uma grande variedade de géneros musicais e de épocas, desde a música clássica ou antiga europeia à música bizantina, da música tradicional grega e do Próximo Oriente ao jazz, sempre com forte ênfase na improvisação e nas tendências musicais modernas. No seu conjunto, estes intérpretes já participaram em mais de cento e cinquenta gravações, seja como compositores, solistas, membros de outras bandas ou participações menos relevantes

5 kostas vomvolos arranjos, acordeão, quanum, kalimba Nasceu em Vive em Tessalónica. Estudou acordeão e teoria musical no Conservatório Nacional bem como medicina na Universidade de Tessalónica. Compôs música para mais de cinquenta produções teatrais. É membro de diversos grupos, incluindo o célebre Winter Swimmers e a banda de jazz Wutu Wupatou. Fez arranjos de música grega tradicional e moderna para dez CD s. Para além da participação nas gravações dos grupos de que faz parte, publicou ainda três CD s com algumas das suas composições para teatro. O quanum é um instrumento musical clássico da tradição árabe, semelhante a uma cítara, com um corpo trapezoidal plano a que estão fixadas setenta e cinco cordas agrupas três a três. O instrumento é tocado na horizontal, fazendo-se vibrar as cordas com a ajuda de uma espécie de palheta, que pode ser fixada aos indicadores. Kalimba é um instrumento melódico de percussão de origem africana. Compõe-se de uma caixa de madeira, em cuja tampa estão fixadas por uma extremidade lâminas de metal de diferentes tamanhos que são postas a vibrar com os polegares. yannis alexandris oud, guitarra Nasceu e estudou em Tessalónica. Entre 1966 e 1970 trabalhou no Teatro Estadual do Norte da Grécia como membro do coro e estudou música, dança, ritmo, fonética, etc. Aprendeu também a tocar guitarra, tocando em bares no final dos anos Viveu na Suécia entre 1973 e 1983 começando aí a estudar e a interpretar música tradicional grega. A partir de 1979 começou a construir instrumentos tradicionais de corda como o buzuki, a baglama, o alaúde, entre outros. É membro do Tambourlika Ensemble que tem um enorme repertório de canções rembetika (forma musical nascida no início do século XX na marginalidade urbana grega e que mais tarde ganha respeitabilidade de canção nacional) e frequentemente colabora com Maryo, a grande diva da canção rembetika. Com ela também participou na criação de canções do Café Aman (outro género musical urbano, contemporâneo da rembetika) e na gravação do seu CD Laleldakia. O oud é o principal instrumento do mundo árabe. Com origem na Mesopotâmia, é formado por uma caixa de ressonância de madeira em forma de meia pêra e por um braço, onde estão fixadas, normalmente, onze cordas, dez das quais agrupadas em pares, que são postas a vibrar utilizando-se uma palheta. Deu origem ao alaúde europeu, com o qual, de resto, apresenta muitas semelhanças.

6 michalis siganidis contrabaixo Nasceu em Tessalónica em Começou por tocar guitarra em criança e depois estudou contrabaixo e bandolim no Conservatório Nacional. Em 1979 começou a dedicar-se ao jazz e à música improvisada: É membro do grupo Winter Swimmers. Compõe música para filmes e espectáculos de teatro. Participou em numerosos CD s, integrado em grupos ou como líder. kyriakos gouventas violino e viola Nasceu em Tessalónica em Estudou violino no Conservatório Nacional e colaborou com a Orquestra de Tessalónica e com conjuntos de câmara. É membro do Ensemble de Música Tradicional do município de Tessalónica. Participou em perto de sessenta gravações de música tradicional grega. Com frequência também acompanha a cantora de rembetika Maryo e é muito solicitado pelos mais famosos cantores e músicos gregos que se dedicam à música tradicional. É co-fundador e membro da orquestra de música popular Estudiantina. haris lambrakis nay, flautas Nasceu em Atenas em Completou os seus estudos musicais na escola de música de Pallini em 1994 e obteve uma licenciatura em musicologia na Universidade de Atenas em Estuda e toca nay desde Compôs metade dos arranjos do CD Virgin Maries of the World. Colabora com vários grupos de música tradicional e contemporânea e é muito solicitado como tocador de nay por conceituados músicos do circuito da música tradicional, bem como de compositores gregos contemporâneos ou grupos de jazz. Está a fazer um doutoramento em música tradicional urbana no departamento de musicologia da Universidade de Atenas. Nay é uma flauta tradicionalmente feita de cana de bambu, usada nomeadamente na Turquia e no Irão. kostas thedorou percussão É o habitual percussionista substituto do outro membro do grupo, Angouridakis, que muitas vezes não pode viajar para fora do país devido às suas obrigações para com a Orquestra Nacional. Kostas Thedorou tem sido um membro activo da cena musical grega desde 1983, quando se mudou para Tessalónica da sua aldeia natal do Norte da Grécia, onde tinha abandonado a escola com 16 anos para se dedicar inteiramente à música. Aprendeu sozinho a tocar guitarra e baixo eléctrico até se concentrar no contrabaixo. Durante anos viajou pela Europa numa caravana, aprendendo a tocar diferentes instrumentos e estilos musicais. Desde que voltou para a Grécia, trabalhou como contrabaixista ou percussionista com muitos compositores e músicos como Mikis Theodorakis. Fez arranjos para vários CD s de famosos intérpretes gregos.

7 próximo espectáculo novo circo sex 13 e sáb 14 de outubro 21h30 grande auditório duração 55 minutos (peut-être) (talvez) de João Paulo Santos e Guillaume Dutrieux / O último momento (peut-être) é um dueto entre João Paulo Santos, acrobata de mastro chinês, e Guillaume Dutreux, músico. Em (peut-être), os artistas exploram as fronteiras e os limites dos seus respectivos espaços: os espaços de jogo dos dois protagonistas, o cimo e o baixo, a horizontal e a vertical, o espaço visual e o espaço sonoro, o real e o virtual, o espaço e o tempo, que se justapõem e se confundem. Música acústica ou música electrónica? Corpo real ou virtual? O vídeo e a electrónica confundem a percepção: inversão da gravidade, multiplicação dos intérpretes pela imagem e pelo som. Entre o instante (o último?) e a duração, há a proeza e o risco, sempre presentes, mas nunca reivindicados. Três artistas encontram-se na construção deste espectáculo, confrontando as suas experiências nos campos da performance física, da música e do vídeo: os irmãos, João Paulo e Pedro Santos, e Guillaume Dutrieux. Os dois primeiros são de Lisboa, onde João Paulo se iniciou nas artes do circo e Pedro nas artes plásticas, o terceiro é compositor e músico, um trompetista de formação que se tornou multi-instrumentista. licinio da costa os portadores de bilhete para o espectáculo têm acesso ao parque de estacionamento da caixa geral de depósitos.

8 conselho de administração presidente manuel josé vaz vice-presidente miguel lobo antunes vogal luís dos santos ferro assessores dança gil mendo teatro francisco frazão arte contemporânea miguel wandschneider serviço educativo raquel ribeiro dos santos direcção de produção margarida mota produção e secretariado patrícia blazquez mariana cardoso de lemos jorge epifânio exposições produção e montagem antónio sequeira lopes produção paula tavares dos santos montagem fernando teixeira culturgest porto susana sameiro comunicação filipe folhadela moreira estagiária teresa nunes publicações marta cardoso rosário sousa machado actividades comerciais catarina carmona serviços administrativos e financeiros cristina ribeiro paulo silva direcção técnica eugénio sena direcção de cena e luzes horácio fernandes audiovisuais chefe de imagem américo firmino chefe de audio paulo abrantes tiago bernardo iluminação de cena chefe fernando ricardo nuno alves maquinaria de cena chefe josé luís pereira alcino ferreira técnico auxiliar álvaro coelho frente de casa rute moraes bastos bilheteira manuela fialho edgar andrade joana marto recepção teresa figueiredo sofia fernandes auxiliar administrativo nuno cunha Culturgest, uma casa do mundo. informações edifício sede da cgd, rua arco do cego, lisboa culturgest@cgd.pt