Guia de orientação sobre resíduos e substâncias valorizadas

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1 Ref.: ECHA-2010-GF-01-PT Data: 09/06/2010 Idioma: Português Guia de orientação sobre resíduos e substâncias valorizadas A Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) publica uma série de Fichas Técnicas que dão uma panorâmica geral e estruturada de cada guia de orientação REACH publicado pela Agência: As fichas estão disponíveis nas 22 línguas seguintes: alemão, búlgaro, checo, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, finlandês, francês, grego, holandês, húngaro, inglês, italiano, letão, lituano, maltês, polaco, português, romeno e sueco As fichas técnicas de orientação contêm uma breve síntese dos aspectos fulcrais do respectivo guia de orientação REACH, incluindo informação bibliográfica e outras referências. Em caso de dúvidas ou observações suscitadas pela presente ficha técnica, solicita-se que as mesmas sejam comunicadas por correio electrónico para info@echa.europa.eu, com a indicação da referência da ficha técnica, a data de publicação e a língua da versão, tal como indicado acima. QUEM DEVE LER ESTE GUIA DE ORIENTAÇÃO? Para efeitos do Regulamento REACH, as substâncias que, após terem sido parte de resíduos, deixaram de ser consideradas como tal de acordo com a Directiva-quadro relativa aos resíduos 1, devem ser consideradas substâncias valorizadas. O mes mo se aplica a qualquer outra substância abrangida pelo âmbito dos requisitos de registo do Regulamento REA CH. O guia de orientação sobre resíduos e substâncias valorizadas é destinado a todas as empresas que valorizam substâncias a partir de res íduos no território do Espaço Económico Europeu que pretendam beneficiar da isenção de registo de substâncias valorizadas nos termos do artigo 2.º, número 7, alínea d) do Regulamento REA CH. 1 Directiv a 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, publicada no Jornal Of icial da União Europeia em 22 de Nov embro de 2008 (L 312/3).

2 DE QUE TRATA O GUIA DE ORIENTAÇÃO? O guia de orientação descreve as condições em que os operadores de valorização podem beneficiar da isenção do requisito de registo de uma substância valorizada. Além disso, o documento refere a obrigação de partilhar informações relativas a substâncias valorizadas na cadeia de abastecimento, um requisito que não é anulado pela isenção. O guia de orientação clarifica que todas as formas de valorização (incluindo o processamento mecânico), sempre que resultem numa ou mais substâncias, estremes ou contidas em misturas ou artigos que deixaram de ser resíduos após uma ou mais operações de valorização, são consideradas como processo de fabrico. É essencial que o operador de valorização identifique claramente se um material valorizado específico é uma substância estreme, uma mistura ou um artigo 2 a fim de avaliar os eventuais requisitos de registo. Uma valorização pode resultar na produção de uma ou várias substâncias estremes ou de uma mistura que contenha várias substâncias. Sempre que o material valorizado seja considerado como um artigo, apenas se aplica um requisito geral de registo às substâncias contidas no artigo quando são cumpridas condições específicas 3. Deve ser atribuída uma identidade à substância valorizada da mesma maneira que para qualquer outra substância sujeita a registo, de acordo com as orientações sobre identificação de substâncias. Devido à composição complexa dos resíduos utilizados, o operador de valorização deve coligir informações específicas pertinentes para a substância valorizada. Sempre que o material valorizado for uma substância ou uma mistura, o operador de valorização deve assegurar-se de que as substâncias/misturas individuais foram registadas previamente. Depois de ter sido suficientemente estabelecida a identidade da substância valorizada, as entidades jurídicas que 2 A distinção dev e ser f eita com base nas def inições estabelecidas no artigo 3.º do Regulamento REACH. 3 Artigo 7.º, números 1 e 5, do Regulamento REACH. realizam a valorização podem verificar se as condições para beneficiar da isenção ao abrigo do artigo 2.º, número 7, alínea d), do Regulamento REA CH são cumpridas: A substância valorizada deve ser semelhante a uma substância já registada. A semelhança deve ser avaliada com base nas regras explicadas nas orientações sobre identificação de substâncias. A decisão deve basear-se na semelhança dos componentes principais. O operador de valorização deve assegurar-se de que tem acesso a determinadas informações sobre a substância registada. As informações devem cumprir os requisitos dos artigos 31.º ou 32.º do Regulamento REA CH relativos à apresentação de informações. O operador de valorização deve disponibilizar uma das seguintes informações, dependendo do caso: o uma Ficha de Dados de Segurança (FDS) para a substância registada com, se aplicável, o cenário de exposição anexado; o outras informações suficientes que permitam aos utilizadores adoptarem medidas de protecção para a substância registada no caso de não ser exigida uma FDS; ou o o número de registo, se disponível, o estatuto da substância nos termos de qualquer autorização, pormenores de qualquer restrição aplicável e informações que permitam identificar e aplicar medidas de gestão de risco adequadas. No que respeita à primeira condição, é necessário conhecer o estado de registo da substância. Para esse efeito bastará que um registo tenha sido preenchido para a mes ma substância por qualquer registante. A substância registada originalmente e a

3 substância valorizada não necessitam de fazer parte da mesma cadeia de abastecimento que levou à produção do resíduo. Além disso, uma vez que o ciclo de vida de uma substância registada termina com a fase de resíduo, as utilizações de uma substância valorizada não necessitam de ser incluídas no cenário de exposição da substância «original». As principais fontes de informação sobre o estado de registo das substâncias para os operadores de valorização são: O FIIS (se a substância a valorizar tiver sido registada previamente), o sítio Web de divulgação da ECHA 4 e as informações fornecidas pelas associações de valorização. No que respeita à segunda condição, a entidade jurídica que realiza a valorização deve ter disponíveis as informações previstas nos artigos 31.º ou 32.º do Regulamento REA CH. Com excepção da FDS, o formato no qual as informações devem ser disponibilizadas não é especificado. Os operadores de valorização não recebem geralmente uma FDS ou outras informações de segurança. Sempre que exigido, devem preparar a sua própria FDS ou chegar a acordo com os proprietários de FDS existentes sobre a utilização destas. Podem também utilizar quaisquer informações disponíveis, nomeadamente as informações apresentadas no sítio Web da ECHA. No entanto, devem assegurar-se de que não infringem quaisquer direitos de propriedade intelectual e certificarem-se de que têm acesso legítimo às informações. Os operadores de valorização devem avaliar pessoalmente a fonte de informações adequada e a forma de documentar um eventual benefício da isenção prevista no artigo 2.º, número 7, alínea d), do Regulamento REA CH. Independentemente do facto de a referida isenção ser ou não aplicável, o fornecedor da substância valorizada deve fornecer ao destinatário informações adequadas e pertinentes sobre a forma de utilizar as substâncias valorizadas em segurança. 4 Nos termos do artigo 77.º, número 2, alínea e) do Regulamento REACH. As informações sobre substâncias registadas serão disponibilizadas publicamente de acordo com o disposto no artigo 119.º do Regulamento REACH. Dependendo do caso, estas informações podem consistir numa FDS (e, quando pertinente, o cenário de exposição anexado) ou outras informações que permitam uma utilização segura da substância ou do artigo que contenha uma substância que suscita elevada preocupação 5. Embora nos termos do artigo 31.º do Regulamento REACH a FDS não seja automaticamente exigida 6, a obrigação prevista no artigo 32.º de fornecer informações que permitam uma utilização segura permanece aplicável. Além disso, para cumprir as obrigações de registo, os operadores de valorização devem assegurar que as substâncias valorizadas cumprem os requisitos de restrição e autorização. As obrigações de comunicação relativas às substâncias em artigos e as obrigações de notificação podem ser igualmente aplicáveis a substâncias incluídas na «lista de substâncias candidatas» e que estão presentes em artigos 7. COMO ESTÁ ESTRUTURADO O GUIA DE ORIENTAÇÃO? O Capítulo 1 introdutório aborda os conceitos de resíduos nos termos do Regulamento REACH e as características que diferenciam os resíduos e os materiais que deixaram de ser resíduos. O segundo capítulo explica pormenorizadamente os requisitos aplicáveis a substâncias valorizadas nos termos do Regulamento REA CH: O Capítulo 2.1 ilustra as vantagens em efectuar o pré-registo de uma substância valorizada em termos de continuação da actividade antes de quaisquer registos terem sido preenchidos e de acesso a informações pertinentes sobre o fabricante da mes ma substância. 5 As inf ormações que poderão ser f ornecidas por um operador de v alorização são as previstas nos artigos 31.º, 32.º ou 33.º do Regulamento REACH. 6 A substância não cumpre os critérios para classificação como perigosa ou PBT/mPmB, não está incluída na lista de substâncias candidatas e não está sujeita a restrições. 7 Para mais informações, consultar as Orientações sobre substâncias em artigos.

4 O Capítulo 2.2 explica as questões prévias a ter em conta no que se refere aos requisitos de registo nos termos do Regulamento REA CH. Descreve igualmente a equivalência entre os processos de fabrico e de valorização e a identificação de substâncias valorizadas. O Capítulo 2.3 descreve os critérios a cumprir para beneficiar da isenção prevista no artigo 2.º, número 7, alínea d). Explica a semelhança entre a substância valorizada e uma substância registada, bem como as informações exigidas. O Capítulo 2.4 descreve as informações que os operadores de valorização devem disponibilizar aos utilizadores de substâncias valorizadas e quais as considerações que devem ser tidas em conta sobre a pertinência e adequação dessas informações. O Capítulo 2.5 apresenta uma perspectiva geral das restantes obrigações que os operadores de valorização podem ter que cumprir. O Capítulo 2.6 resume as fases de avaliação básicas que devem ser realizadas pelos operadores de valorização e que são descritas nos capítulos anteriores. O Apêndice 1 apresenta exemplos específicos de materiais valorizados: papel, vidro, metais, agregados, polímeros, borracha, óleos de base, solventes. PRINCIPAIS TERMOS UTILIZADOS NO GUIA DE ORIENTAÇÃO Resíduos Entende-se por resíduos, na acepção da Directiva 2008/98/CE (Directiva-quadro relativa a resíduos), «quaisquer substâncias ou objectos de que o detentor se desfaz ou tem intenção ou obrigação de se desfazer». Os resíduos não são considerados substâncias, misturas ou artigos nos termos do Regulamento REA CH e, por conseguinte, os requisitos REACH não são, em princ ípio, aplicáveis. Todavia, os fabricantes e importadores de substâncias estremes, contidas em misturas e em artigos, sujeitas a registo nos termos do Regulamento REA CH devem fornecer algumas informações sobre resíduos decorrentes do fabrico e utilização da substância. Além disso, devem ter em conta a fase do ciclo de vida dos res íduos, se aplicável, aquando da realização de uma avaliação de segurança química 8. Substância valorizada Para efeitos do Regulamento REACH, uma substância valorizada deve ser entendida como uma substância que, após ter sido parte de resíduos, deixou de ser considerada como tal de acordo com a Directiva-quadro relativa aos resíduos. Os processos de valorização podem consistir em várias etapas das quais só a última resultará num material que já não é classificado como resíduo. Se os resíduos deixarem de ser res íduos, tem início um novo ciclo de vida da substância, o qual não faz parte do ciclo de vida da substância original. Critérios de fim do estatuto de resíduo O ponto em que os «resíduos deixam de ser resíduos» é uma questão a ser debatida no caso de fluxos de resíduos específicos. Determinados resíduos específicos deixam de ser resíduos caso tenham sido submetidos a uma operação de valorização e satisfaçam os designados critérios de fim do estatuto de resíduo a estabelecer nos termos das condições jurídicas previstas na Directivaquadro relativa aos resíduos: a) a substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) existir um mercado ou uma procura para essa substância ou objecto; c) a substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos 8 Ver Capítulo R.18 sobre «Estimation of exposure from the waste life stage» (estimativ as de exposição relacionadas com as f ases do ciclo de vida) do Guia de orientação sobre requisitos de inf ormação e av aliação da segurança química disponív el no sítio Web «Guidance».

5 e respeitar a legislação e as normas aplicáveis aos produtos; e d) a utilização da substância ou objecto não acarretar impactos globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da saúde humana. Impurezas Pode ser dif ícil determinar se um componente de um material valorizado é uma substância ou uma impureza. As impurezas não precisam de ser registadas separadamente. No entanto, necessitam de ser: identificadas na medida do necessário e atribuídas à(s) substância(s) valorizada(s) a fim de facilitar a comparação com outra(s) substância(s) já registada(s); e identificadas e avaliadas na medida do necessário para estabelecer o perfil de perigo e a classificação e rotulagem da substância estreme ou contida numa mistura na qual as impurezas ocorrem. O conceito de impurezas aplica-se a substâncias bem definidas, estremes ou contidas numa mistura, mas não é aplicável a substâncias UVCB (substâncias de composição desconhecida ou variável, produtos de reacção complexos ou materiais biológicos). LIGAÇÕES PARA MATERIAL RELACIONADO Regulamento REA CH (CE) n.º 1907/2006. O sítio Web Guias de orientação sobre o REA CH e o CRE é um ponto de acesso único para obter orientação técnica geral e específica acerca do REA CH e do CRE. As Fichas técnicas de orientação estão disponíveis na secção de publicações do s ítio Web da ECHA. INFORMAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ACERCA DO GUIA DE ORIENTAÇÃO O guia de orientação sobre resíduos e substâncias valorizadas pode ser descarregado do sítio Web da Agência Europeia dos Produtos Químicos. Versão 2 Páginas 32 Data 2010 ISBN ainda não disponível DOT ainda não disponível Agência Europeia dos Produtos Químicos, 2010 Esta é uma v ersão de trabalho de um documento originalmente publicado em inglês. O documento original está disponív el no site da ECHA., Annankatu 18, p.o. Box 400, fi Helsinki