Atividades; Nordeste; Questionários; Macrorregiões; Máquinas;
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- Giuliana Prado Cortês
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1 GRAUS TECNOLOGICOS DE MECANIZAÇÃO NO ESTADO DO CEARÁ Ruan Lessa Rodrigues ¹, Daniel Albiero², Reuel Scherrer Xavier 3, Arthur Rodrigues Marques³, Rafaela Paula Melo 4 1 Ruan Lessa Rodrigues, graduando em agronomia na Universidade Federal do Ceará ² Daniel Albiero, professor Doutor adjunto da Universidade Federal do Ceará ³Reuel Scherrer Xavier, graduando em agronomia na Universidade Federal do Ceará ³Arthur Rodrigues Marques, graduando em agronomia na Universidade Federal do Ceará 4 Rafaela Paula Melo, Discente de Pós-Graduação (Doutorado) do Departamento de Engenharia Agrícola da UFC RESUMO: A mecanização no setor agrícola tem ganhado reconhecimento em todo o mundo. Com a ela a produção tende a aumentar e os custos diminuírem. Isso porque a mecanização proporciona uma maior eficiência ao longo dos processos. Contudo, ainda existem muitas áreas em que essa tecnologia ainda não é algo comum, onde a maioria das atividades é feita de forma manual. No estado do Ceará a chegada das máquinas é ainda mais difícil, pois assim como a maioria dos estados do Nordeste, o mesmo sofre com severas secas, e assim não é visto como um grande polo agroindustrial para investidores externos. A fim de saber a que nível tecnológico agrícola está o estado, foi elaborado um questionário que contemple amplamente acerca da área de mecanização. Equipes foram a campo e entrevistaram diversos tipos de produtores, divididos entre pequenos, médios e grandes agricultores ao longo das 8 macrorregiões do Ceará. Como resultados podemos observar que as regiões do litoral leste e litoral oeste possuem 46% e 63%, respectivamente, de suas atividades realizadas de forma mecanizada, sendo esses os maiores índices do estado. Temos ainda que atividade que mais exige a mecanização nas macrorregiões é o preparo do solo. Dos produtores pesquisados, praticamente todos têm acesso à energia elétrica, mas o cenário não é o mesmo quando se trata de água para irrigação. Ainda sobre o setor da mecanização, a falta de assistência técnica, manutenção irregular e sem seguir as recomendações dos fabricantes, além da operação por pessoas despreparadas, foram resultados encontrados em todo o estado. O presente trabalho pesquisou ainda sobre energias alternativas nas propriedades, porém somente uma em todo o estado havia geração de energia através de um pequeno aero gerador. PALAVRAS CHAVE: Tecnologia. Atividades; Nordeste; Questionários; Macrorregiões; Máquinas;
2 RESUMO: A mecanização no setor agrícola tem ganhado reconhecimento em todo o mundo. Com a ela a produção tende a aumentar e os custos diminuírem. Isso porque a mecanização proporciona uma maior eficiência ao longo dos processos. Contudo, ainda existem muitas áreas em que essa tecnologia ainda não é algo comum, onde a maioria das atividades é feita de forma manual. No estado do Ceará a chegada das máquinas é ainda mais difícil, pois assim como a maioria dos estados do Nordeste, o mesmo sofre com severas secas, e assim não é visto como um grande polo agroindustrial para investidores externos. A fim de saber a que nível tecnológico agrícola está o estado, foi elaborado um questionário que contemple amplamente acerca da área de mecanização. Equipes foram a campo e entrevistaram diversos tipos de produtores, divididos entre pequenos, médios e grandes agricultores ao longo das 8 macrorregiões do Ceará. Como resultados podemos observar que as regiões do litoral leste e litoral oeste possuem 46% e 63%, respectivamente, de suas atividades realizadas de forma mecanizada, sendo esses os maiores índices do estado. Temos ainda que atividade que mais exige a mecanização nas macrorregiões é o preparo do solo. Dos produtores pesquisados, praticamente todos têm acesso à energia elétrica, mas o cenário não é o mesmo quando se trata de água para irrigação. Ainda sobre o setor da mecanização, a falta de assistência técnica, manutenção irregular e sem seguir as recomendações dos fabricantes, além da operação por pessoas despreparadas, foram resultados encontrados em todo o estado. O presente trabalho pesquisou ainda sobre energias alternativas nas propriedades, porém somente uma em todo o estado havia geração de energia através de um pequeno aero gerador. PALAVRAS CHAVE: Tecnologia. Atividades; Nordeste; Questionários; Macrorregiões; Máquinas; TITLE: CEARA TECHNOLOGICAL LEVELS OF MECHANIZATION IN THE STATE OF ABSTRACT: The mechanization in the agricultural sector has gained recognition worldwide. With it production tends to increase and decrease costs, that because mechanization provides greater efficiency along the process. However, there are still many areas in which this technology is still not common, where most activities are done manually. In the state of Ceará the arrival of the machines is even more difficult, as well as most of the Northeastern States, it suffers from severe droughts, and so is not seen as a major agro-industrial pole for foreign investors. In order to know at which agricultural technology level is the state, a questionnaire that includes widely about the mechanization area it was developed. Teams went into the field and interviewed various types of producers, divided between small, medium and large farmers over the 8 geographical regions of Ceará. As a result we can see that the regions of the west and east coast coast have 46% and 63%, respectively, of their activities mechanized, these being the highest state levels. Moreover, the activity that requires more mechanization of macro-regions is soil preparation. From the producers surveyed, almost everyone has access to electricity, but the scenario is not the same when it comes to water for irrigation. Still on the mechanization sector, lack of technical assistance, maintenance irregular and without following the manufacturers' recommendations, besides the operation by untrained people were results found throughout the state. This paper also researched alternative energy in the properties, but only one in the entire state had power generation through a small wind turbine.
3 KEYWORDS: Activities; Northeast; Questionnaires; Macroregions; Mechanization; machinery; Technology. INTRODUÇÃO Com a revolução industrial e os passos tecnológicos subsequentes, a agricultura alcançou um estágio técnico e científico que possibilitou o aumento da produção sem a necessidade de ampliação da área de cultivo (Francisco, 2010), O uso de máquinas e implementos para o preparo do solo é de fundamental importância para a agricultura, uma vez que, aumenta a produtividade do trabalho, baixando custos e aumentando a produção. Na agricultura moderna, as máquinas com seus implementos possibilitam que o homem realize as tarefas planejadas dentro do calendário agrícola e de acordo com as exigências de qualidade dos serviços, para as mais diversas condições de trabalho (EMBRAPA, 2006). No Brasil não é diferente, todas essas tecnologias vêm se tornando cada vez mais presentes no dia a dia dos agricultores. Contudo não se tem uma base de dados que possa ser acessada a fim de quantificar essas máquinas e suas influências em determinados locais. No estado do Ceará, que se localiza em uma região que não tem uma grande produtividade em relação ao país, cerca de 13,6% (NUNES, 2012) da produção agrícola nacional, esses tipos de dados nunca foram levantados. Para isso, foi proposta uma pesquisa, por meio de um questionário, onde esse seria respondido diretamente no campo com os produtores. O questionário contempla áreas de interesse voltadas para tecnologia e mecanização e foi aplicado nas 8 macrorregiões do estado do Ceará, com o intuito de saber quais as principais deficiências de mecanização do estado. MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento do trabalho, foi criado um questionário que comtemplasse três áreas de interesse na pesquisa: propriedade, energias, máquinas e manutenção. Cada um dos três eixos da pesquisa foi dividido em 6 questões sobre propriedade, 5 sobre energias, e 8 sobre máquinas e manutenções. Eram ouvidos produtores de proporções variadas de produção, de pequeno ao grande, não importando a/as culturas produzidas pelo mesmo. Equipes foram as 8 macrorregiões (Litoral Oeste; Litoral Leste; Sertão do Inhamuns; Cariri; Sertão Central; Ibiapaba; Baturité; Região metropolitana de Fortaleza.) de acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Economia do Ceará (IPECE), no período de setembro de 2015 a dezembro de Colhendo em média 20 questionários por macrorregião, estes foram computados e analisados relacionando suas proporcionais respostas a cada região e formuladas as tabelas de análise.
4 RESULTADOS E DISCURSÃO O primeiro parâmetro analisado foi a forma de trabalho entre os produtores, divididos entre atividades Mecanizadas, onde são contempladas máquinas complexas que utilizam combustível fóssil ou elétrico além de operador preparado para realizar sua operação, Semi mecanizada, que são máquinas mais simples que necessitam de operadores, porém que não exigem um treinamento minucioso para sua operação, e tração animal. A atividade manual foi constada em 100% das propriedades, por isso eliminada da tabela 1. TABELA 1. Formas de trabalho nas macrorregiões do estado. TABELA 1 S. INHAMUNS L. LESTE FORTALEZA L.OESTE IBIAPABA CARIRI S. CENTRAL BATURITE MECANIZADA 45% 46% 29% 63% 16% 44% 50% 33% SEMI MECANIZADA TRAÇÃO ANIMAL 45% 26% 47% 58% 79% 50% 55% 50% 20% 26% 0% 37% 5% 31% 35% 50% Na tabela 2, podemos visualizar a distribuição da utilização da mecanização nas etapas de cultivo relacionadas a cada macrorregião. O preparo do solo, foi em geral a atividade de mais utiliza a mecanização no Estado. TABELA 2 S. INHAMUNS L. LESTE FORTALEZA L.OESTE IBIAPABA CARIRI S. CENTRAL BATURITE PREPARO DE SOLO SEMEADU RA TRATO CULTURA L 60% 49% 45% 74% 84% 58% 60% 72% 5% 29% 16% 0% 0% 20% 10% 5% 15% 22% 39% 16% 16% 14% 20% 22% COLHEITA 20% 0% 0% 10% 0% 7% 10% 0% TABELA 2. Etapa de maior utilização de mecanização.
5 A tabela 3 traz a proporção de propriedades irrigadas de acordo com os proprietários entrevistados. TABELA 3. Proporção de propriedades irrigadas. TABELA 3 80% 66% 82% 68% 84% 56% 55% 83% No eixo de energias foram temos na tabela 4, temos as propriedades que tem instalações e possuem energia elétrica. TABELA 4. Propriedades com energia elétrica. TABELA 4 100% 100% 94% 95% 95% 100% 100% 100% Na tabela 5, visualizamos propriedades que utilizam combustíveis fósseis como fonte de energia. TABELA 5 50% 53% 35% 10% 58% 44% 40% 44% TABELA 5. Propiedades que utilizam combustíveis fósseis No setor das máquinas e manutenção, vemos na tabela 6, a quantidade de proprietários que utilizam tratores alugados de terceiros. TABELA 6 50% 47% 47% 50% 63% 44% 55% 56% TABELA 6. Propiedades que utilizam máquinas alugadas.
6 A tabela 7 mostra a quantidade de produtores que dizem ter fácil acesso a manutenção das máquinas. TABELA 7 85% 40% 47% 47% 53% 50% 80% 83% TABELA 7. Propietarios que dizem ter fácil acesso a manutenção das máquinas. Na tabela 8 visualizamos a quantidade de proprietários que afirmar que os operadores têm orientações e treinamento para operar as máquinas. TABELA 8 45% 20% 35% 47% 16% 19% 50% 44% TABELA 8. Proprietários que dizem ter operadores com preparo técnico para operar as máquinas Tabela 9 relaciona a quantidade de proprietários que dizem realizar a manutenção das máquinas de acordo com o manual do fabricante. TABELA 9 55% 13% 29% 42% 5% 25% 50% 44% TABELA 9. Proprietários que realizam manutenção seguida orientações do manual da máquina Analisando a Tabela 1, temos que maior parte das atividades é realizada de forma semi mecanizada, por serem equipamentos mais acessíveis e que não necessitam de tanta habilidade e treinamento para sua operação. Percebemos também que a tração animal, que poderia ser um forte aliado, principalmente do pequeno agricultor tem baixa expressividade no cenário da mecanização. E maior parte da mecanização é empregada para o preparo do solo em todas as macrorregiões, como podemos ver na Tabela 2.
7 Boa parte das propriedades são irrigadas, porém muito longe do que seria ideal para um grande destaque de produção, principalmente nas regiões mais internas do estado, onde os sinais das secas são ainda mais agravantes e a infraestrutura é mais precária, dados vistos na Tabela 3. Quase 100% dos agricultores entrevistados tem acesso à energia elétrica, uma mínima porcentagem não tem alcance a essa tecnologia, porém, alguns ainda utilizam geradores e motores movidos a combustíveis fosseis, pois em determinados casos tornam-se mais eficientes e econômicos, segundo os próprios agricultores, dados que vemos nas Tabelas 4 e 5. Segundo a Tabela 6, cerca de metade de todas as atividades agrícola mecanizada são feitas por serviços contratados de fora da propriedade, isso porque é a forma mais barata que o agricultor consegue chegar ao serviço. A manutenção dessas máquinas ainda é de difícil acesso em alguns locais do estado, o que torna mais difícil a aquisição de maquinas pelos produtores, além disso, os indicies da falta de preparo dos condutores é ainda mais preocupante, pois esses condutores com falta de treinamento acabam acarretando muitos acidentes no campo, como foram relatados inúmeros durante a pesquisa em campo. Dados constatados pelas Tabelas 7 e 8 Outro fator que acaba elevando os custos de uma máquina por não poder trabalhar de forma correta é a manutenção feita através dos proprietários. Segundo a Tabela 9, poucos são os proprietários que fazem a manutenção de forma correta seguindo o manual, prática que acarreta em uma maior vida útil das máquinas. CONCLUSÃO O Ceará ainda não é um grande produtor quando comparado com outros estados do país, contudo tem um grande potencial produtivo que pode ser alcançado com inovação tecnológica. As máquinas são grandes responsáveis pelas altas produtividades, e como visualizamos no trabalho elas inda não tem grande destaque quanto poderiam se comparada a outras formas de atividades, como a semi mecanizada e tração animal. Com o trabalho visualizamos os déficits, desde a baixa quantidade de máquinas no campo, quanto uma assistência técnica ainda fraca e um despreparo por parte dos condutores dessas máquinas.
8 REFERÊNCIAS ALBIERO, DANIEL. Proposta de uma máquina para colheita mecanizada de babaçu (Orbignya phalearata Mart.) para agricultura familiar. Acta Amazonica, Manaus, vol. 37(3), p , EMBRAPA. CNPS. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 412p FRANCISCO.P. Classificação e Mapeamento de mecanização das terras do estado da Paraíba utilizando sistema de informações geográficas. 101p. Dissertação. Areia PB, Centro de Ciências Agrárias, UFPB, fevereiro de NUNES, Castro. A agricultura no nordeste brasileiro: oportunidades e limitações ao desenvolvimento. Rio de Janeiro: IPEA, (Texto para discussão n. 1786)
Journal of Agronomic Sciences, Umuarama, v.6, n.2, p , 2017.
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