Boletim do. - 1

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1 IBDFAM/SP REALIZOU COM SUCESSO O III CONGRESSO PAULISTA DE DIREITO DE FAMÍLIA Boletim do O grandioso evento, com mais de 600 participantes, contou com parcerias da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Sociedade Internacional de Direito de Família (ISFL). Teve lugar no auditório do campus Mackenzie, em São Paulo, nos dias 27 a 29 de agosto de 2009, com palestrantes de alto nível, do Brasil, de Holanda e de Portugal - 1

2 Agradecimentos do Presidente do IBDFAM/SP Euclides de Oliveira 2 - edição especial IBDFAM A realização do III Congresso paulista somente foi possível graças ao trabalho irmanado do Instituto Brasileiro de Direito de Família, da Sociedade Internacional de Direito de Família e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em efetiva união de esforços para essa empreitada comum. De modo especial, nossa gratidão à Universidade Mackenzie, na pessoa de seus nobres dirigentes e prestativos servidores. Destaque-se a atuação permanente e ativa do Professor Desembargador Roberto Mac Cracken e da secretária geral das coordenadorias da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, Márcia Curto Stávale. Ambos foram incansáveis no suporte e na orientação das providências de preparação do evento. De igual forma, somos gratos à Vice- Presidente da Sociedade Internacional de Direito de Família (ISFL), Dra. Giselle Groeninga, pelo valioso apoio e por ter conseguido a participação de um notável magistrado holandês, o Dr. Adriaan Van der Linden, trazendo a contribuição da experiência do direito europeu. Obrigado carinhoso aos colegas de diretoria do Ibdfam, aos meus auxiliares na secretaria executiva do Congresso e aos operosos funcionários da equipe técnica do Mackenzie. Aos patrocinadores, Bradesco, Casas Pernambucanas, Revista dos Tribunais e outros apoiadores institucionais, cujos nomes constaram do programa, o reconhecimento de que sua ajuda foi inestimável para o engrandecimento deste encontro jurídico institucional. Por fim e com a maior ênfase, os agradecimentos do IBDFAM aos cultos e nobres palestrantes, que desinteressadamente atenderam à convocação para partilhar conosco os seus conhecimentos e experiências. Constitui motivo de justo orgulho servir ao Instituto Brasileiro de Direito de Família -, liderado pelo Presidente nacional Rodrigo da Cunha Pereira e pela Vice-Presidente Maria Berenice Dias, com atuação marcante em todo o território nacional e já completando 12 anos de fundação. Seu trabalho é timbrado por características de dinamismo e contínua luta em prol dos direitos humanos. Respeito à dignidade da pessoa humana no ente familiar, exaltação dos princípios da solidariedade, da igualdade e do afeto, realce da responsabilidade parental. Esses são tópicos relevantes no ideário do IBDFAM. A partir dessa incansável atuação, o IBDFAM tem registrado sua presença no estudo das modificações operadas nas leis brasileiras, até a edição do novo Código Civil, em 2002, e as mutações legislativas decorrentes de avanços da ciência genética, como a relevante questão do aproveitamento de embriões para pesquisas e fins científicos, matéria que foi objeto de ação perante o Supremo Tribunal Federal. Em destaque, ainda, como proposta do Instituto, o projeto de lei n. 2285/2007, denominado Estatuto das Famílias, e a PEC/33, que visa extinguir a separação judicial e estatuir que a sociedade conjugal dissolvese pelo divórcio, sem os formalismos da conversão e do longo tempo de separação de fato. Em São Paulo foram realizados com grande êxito os congressos dos anos de 2007, sobre aspectos civis e processuais do direito de família, de 2008, sobre aspectos patrimoniais do direito de família e, agora em 2009, o evento sobre direitos maiores para os menores, em aprofundada abordagem dos temas relacionados à proteção jurídica da família, da criança e do adolescente, com reconhecido sucesso pela grande participação de público e pelo ato nível dos debates. Século XXI, novos tempos, hora de mudanças e de realizações. Somos felizes por compartilhar as grandezas culturais do novo milênio. Que sejam riquezas frutificantes, abertas, transparentes, postas a serviço da redenção da criança, gente de hoje, sujeito de direitos e não mera expectadora de um futuro longínquo e inatingível. Não há quem esteja desatento a essa realidade. Mas não se pode esperar mais tempo para realizar nossos bons propósitos. Havemos de assegurar direitos maiores para os menores, protegendo a criança e o adolescente no mundo da família brasileira. Assim foi dito e proclamado no congresso, com clareza e objetividade. A todos os nossos agradecimentos por mais esta realização conjunta que engrandece o direito de família. EUCLIDES BENEDITO DE OLIVEIRA PRESIDENTE DO IBDFAM-SP

3 IBDFAM promove III Congresso Paulista de Direito de Família Auditório esteve sempre lotado para acompanhar painéis que debateram temas como a proteção jurídica da família, da criança e do adolescente { AUDITÓRIO LOTADO DO MACKENZIE ACOMPANHOU AS PALESTRAS DO III CONGRESSO PAULISTA DE DIREITO DE FAMÍLIA No dia 27 de agosto teve início o III Congresso Paulista de Direito de Família, promovido pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família - São Paulo (IBDFAM-SP), na sede da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), auditório Rui Barbosa. O evento, que teve duração de três dias (27, 28 e 29 de agosto), apresentou este ano o debate em torno do tema "Direitos maiores para os menores - Proteção jurídica da família, da criança e do adolescente". Na cerimônia de abertura, o Reverendo Fernando de Almeida, representando o chanceler da universidade, falou sobre a evolução da família e seu papel na sociedade ao longo dos anos, citando os valores do Estado Romano. Em seguida, o presidente do IBDFAM-SP, Euclides Benedito de Oliveira, iniciou o seu discurso exaltando a importância da união de esforços para a concretização de mais um congresso da entidade. Lembrou, também, a todos os presentes que o IBDFAM está prestes a completar 12 anos de sua fundação e que o 7º Congresso Nacional acontecerá de 28 a 31 de outubro em Belo Horizonte/MG. "Que ELE nos dê luz, conforto e harmonia nesses três dias de estudos e que não esperemos mais para pôr em prática os nossos bons projetos", recitou Euclides, O Boletim do IBDFAM-SP é uma publicação extraordinária produzida pela Assessoria de Imprensa da Arpen-SP em apoio ao Evento. URL: Jornalista Responsável: Alexandre Lacerda Nascimento convidando os congressistas para assistirem a um vídeo institucional da entidade e a apresentação do Coral Infantil da UPM. Direito da Criança e do Adolescente foi o tema do primeiro painel do Congresso, Princípios fundamentais do direito da criança e do adolescente. Teve como presidente da mesa de debates Giselda Fernandes Novaes Hironaka, diretora do IBDFAM - Regional Sudeste, e como expositores Francisco Cláudio de Almeida Santos, exministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e diretor do IBDFAM-DF, e Renan Lotufo, ex-desembargador do TJ-SP e associado do IBDFAM e da ISFL. Em apresentação de 30 minutos cada, Santos tratou da Convenção de Haia sobre os Direitos da Criança, passando pela declaração dos direitos da criança (1949), pelos tratados de direitos humanos, incluindo o da Organização das Nações Unidas (ONU), e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Toda criança tem o direito a segurança e leis de proteção que sua condição de menor requer. Quando analisamos esses tratados, devemos levar em consideração as desigualdades sociais e as diversidades culturais de cada país e, principalmente, o maior interesse da criança", ressaltou Santos. Já Lotufo, abordou os fundamentos constitucionais e o princípio da dignidade da pessoa humana, destacando expediente Impressão e CTP: JS Gráfica, Editora e Encadernadora - Telefax: (11) URL: js@jsgrafica.com.br Projeto Gráfico: - Demetrius Brasil Faria da Silva demetriusbrasil@gmail.com - Cel.: [11] /

4 4 - edição especial IBDFAM O PRESIDENTE DO IBDFAM-SP, EUCLIDES BENEDITO DE OLIVEIRA FALA NA ABERTURA DO EVENTO EM SÃO PAULO os aspectos legais acerca da presunção da guarda da criança e a introdução do termo melhor interesse da criança. "Os mecanismos de proteção e segurança, assim como as ações contra a violação dos direitos dos menores, devem ser fortalecidos. Atualmente, o padrão que seguimos é o interesse da criança em detrimento do interesse dos pais", disse Lotufo, reforçando que o direito individual é diferente do direito social da criança. Reprodução Assistida é destaque do III Congresso Paulista do IBDFAM Reprodução Assistida foi o tema do segundo painel do III Congresso Paulista de Direito de Família, promovido pelo IBDFAM-SP. Mediou as discussões, Viviane Girardi, diretora do IBDFAM-SP, cujos palestrantes foram Eduardo Leme Alves da Motta, médico, doutor em Ginecologia e diretor do Huntington Centro de Medicina Reprodutiva, Rafael Vale e Reis, professor e pesquisador da Universidade de Coimbra, Portugal, e Maria Berenice Dias, ex-desembargadora do TJ-RS e vice-presidente do IBDFAM nacional. Eduardo Motta, em breve apresentação, expôs o conceito da reprodução assistida e as diversas questões que envolvem o aproveitamento de embriões excedentes. "Nós temos que produzir embriões excedentes, mas as normas que nos cercam nos impedem de decidir o que fazer com eles. Não podemos descartá-los, as pessoas não aceitam doar os seus embriões excedentes a terceiros e existe certa dificuldade quanto aos prazos para congelamento e as técnicas que envolvem este processo para que doemos esses embriões para estudos científicos", explicou Motta, afirmando se tratar de um problema enfrentado atualmente e que ainda não possui solução. Já Rafael Reis abordou o direito ao conhecimento das origens genéticas, ressaltando os problemas enfrentados na adoção e na reprodução assistida quanto ao anonimato dos doadores, comparando a legislação, acerca do tema, portuguesa e brasileira. "O adotado tem o direito de conhecer a identidade dos seus progenitores. Precisamos de leis que nos orientem melhor, leis mais claras porque há diferenças nas legislações quando comparadas com outros países. Precisamos de uma que salvaguarde o fundamento constitucional do direito ao conhecimento das origens genéticas", destacou Reis. Finalizando o painel, Maria Berenice Dias tratou da reprodução assistida na homoparentalidade. Passando pela adoção à brasileira, por uma breve diferenciação dos diversos modelos de famílias existentes hoje, pela investigação de paternidade, a palestrante disse que é contra o termo 'investigação' e que é a favor do termo 'declaração'. "Um ou dois pais, tanto faz. Nós devemos prestigiar a verdade afetiva, ou seja, fazer valer quem a criança reconhece como seu sendo seu pai ou sua mãe. Hoje, nós nos baseamos em decisões de diversos PAINEL QUE CONTOU COM PALESTRA DA DESEMBARGADORA APOSENTADA DO TJ-RS, MARIA BERENICE DIAS

5 Em apresentação de 30 minutos cada, Paulo Nader tratou da Responsabilidade civil dos pais e abordou assuntos relacionados à doutrina do Código Civil para a sociedade, pagamentos de pensão alimentícia (dever dos cônjuges), responsabilidade civil no âmbito familiar, descompassos na educação (influência dos pais sobre os filhos) e socioafetividade. "O legislador pensa em determinada lei, mas o tempo passa, evolui, então não dá para ficar preso ao que diz o legislador, a lei começa a ter vida autônoma", ressaltou Nader. Já Clilton, abordou o poder familiar e a proteção integral dos filhos, destacando o Direito da Família e o Direito da Infância e a proteção integral da criança e do adolescente. "Se a vida não for sonho para que ela nos serve, por isso, continuamos legislando, porque ainda temos sonhos", afirmou. O último palestrante desse painel foi Paulo Afonso que falou sobre o tema Violência doméstica e pedofilia. Ainda em sua apresentação falou sobre assuntos relacionados à criança e ao adolescente como sujeitos de direitos e guardas dos filhos. "A criança deve ser enxergada como aquilo que ela é, e não como aquilo que deve ser. Não existe problema com o menor carente e sim existe problema com a família carente", finalizou. GISELLE CÂMARA GROENINGA, PSICANALISTA, MESTRA PELA USP, DIRETORA DO IBDFAM-SP E VICE-PRESIDENTE DA ISFL FALA DURANTE O EVENTO ESTADUAL EM SÃO PAULO estados brasileiros para agir, mas precisamos de leis. Leis que reconheçam a identidade afetiva préestabelecida. Sim, porque toda criança precisa de um nome e de um sobrenome", afirmou Berenice. Debates sobre divórcio direto e direitos do menor permeiam atividade do primeiro dia A primeira mesa da jornada da tarde do evento estadual do IBDFAM-SP apresentou o tema "Proteção dos filhos e responsabilidade parental". Compuseram a mesa Sergio Marques da Cruz Filho, advogado e diretor do IBDFAM-SP; Paulo Nader, Magistrado aposentado do TJ-RJ, professor emérito da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor de obras jurídicas; Clilton Guimarães dos Santos, procurador de Justiça, professor de Direito Civil e Infância e Juventude, mestre pela USP; Paulo Afonso Garrido de Paula, procurador de Justiça, professor da PUC- SP, ex-coordenador do centro de apoio das promotorias de infância e juventude do MPSP. Separação e divórcio, com ou sem Litígio? "Separação e divórcio - com ou sem Litígio?". Este foi o tema que fechou o primeiro dia do III Congresso Paulista de Direito de Família, promovido pelo IBDFAM- SP. Mediou as discussões, Cássio Namur, advogado e Diretor do IBDFAM-SP, com Maria Beatriz Ciarlariello, advogada e Diretora do IBDFAM-SP. Os palestrantes foram José Carlos Ferreira Alves, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP); Antonio Carlos Malheiros, também desembargador do TJ-SP e Laís Amaral Rezende de Andrade, advogada e Conselheira do IASP. Os desembargadores José Carlos Ferreira Alves e Antonio Carlos Malheiros falaram sobre o tema "A proteção dos filhos na crise familiar", abordando a conciliação em segundo grau e as diversas questões que envolvem o tema como disputa dos filhos e opinião do menor. "Quem vai julgar a causa precisa ter sensibilidade, conhecer a alma do pai e da mãe para saber qual terá mais condições de criar o filho e assim tomar a melhor decisão", disse Ferreira Alves. Malheiros destacou os pontos que geram crises familiares, como a miséria, além de falar sobre o afeto como elo familiar, conciliação entre as partes envolvidas, litígio conjugal, culpa, responsabilidade e a nova emenda Constitucional, ressaltando a questão de se abolir a separação, projeto já em tramitação. Finalizando o painel, Laís Amaral tratou do tema "A discussão da culpa na separação litigiosa" e criticou aspectos relacionados à desnecessidade da separação, optando-se pelo divórcio direto

6 6 - edição especial IBDFAM Família e Direitos da criança são destaques no segundo dia de palestras No dia 28 de agosto, o tema "Guarda dos filhos e adoção" abriu o painel de debates, em mesa composta por Christiano Cassetari, professor, mestre pela PUC-SP, professor da FMU e da USJT, diretor do IBDFAM SP e João Ricardo Brandão Aguirre, advogado e diretor do IBDFAM-SP. Os expositores desse painel foram Caetano Lagrasta Neto, desembargador do TJSP e autor jurídico; Waldyr Grisard Filho, mestre e doutor pela UFPR, professor da Unicuritiba, diretor do IBDFAM e autor jurídico; Antonio Augusto Guimarães de Souza, advogado, ex-juiz de direito, professor na Faculdade de Direito de Sorocaba-SP. Em apresentação de 30 minutos cada, o desembargador Caetano Lagrasta tratou da alienação parental (ciúme, orgulho ferido, interferência de parentes) e a importância da conciliação entre as partes. "O juiz tem que ter o controle do processo", enfatizou. Já Waldyr, abordou os aspectos polêmicos da guarda compartilhada entre eles a participação equilibrada do pai e da mãe na criação dos filhos, ressaltando que a separação é do casal e não dos filhos, guarda compartilhada envolvendo igualdade de gênero, ter dois lares não prejudica a criança, síndrome da alienação parental e a tirania do guardião. "Está na mão do juiz o futuro da criança, então, ele precisa analisar todos os pontos necessários para sua melhor decisão, pois o juiz precisa enxergar quem dará mais segurança e condições físicas e psicológicas para a criança naquele momento e posteriormente também", finalizou. O último palestrante desse painel foi Antonio Augusto que destacou o tema afeto como fundamento da adoção, com ou sem cadastro. O palestrante falou sobre afeto no que diz respeito ao Direto de Família. "Adotar é um projeto de vida, filho é filho, seja por ordem biológica ou por ordem civil", concluiu. RODRIGO DA CUNHA PEREIRA: RESPONSABILIDADE POR ABANDONO AFETIVO Afinidade e afetividade na relação familiar O segundo painel do dia teve como tema "Afinidade e afetividade na relação familiar". Compuseram a mesa, presidindo o painel, Roberto Mac Cracken, desembargador do TJ-SP. Os palestrantes dessa sessão foram Martha Solange Scherer Saad, mestre em Direito, professora, coordenadora do curso de direito da UPM; Carlos Eduardo Nicoletti Camillo, advogado, mestre em Direito, professor da UPM; Alexandre Alves Lazzarini, juiz de Direito, mestre em direito e professor na UPM. Martha abriu o painel com o tema sobre a posição dos filhos nas famílias reconstituídas e destacou como pontos chaves do assunto o afeto, casamento e divórcio. "Mais de 50% de famílias são reconstituídas nos EUA", afirmou Martha. Carlos Eduardo abordou o tema afinidade mais afetividade: direito ao nome, e expôs outros dados importantes ao tema como o fato do afeto ser igual à dignidade humana, direito à personalidade e ao nome. "Ser pai e ser mãe é estado de espírito que gera várias responsabilidades sobre essas crianças em formação", disse. O último palestrante foi Alexandre Lazarini que falou sobre o tema visitas dos avós aos netos: integração do menor na comunidade familiar e exaltou as questões da convivência e direito dos netos com os avós, o direito de visita que os avós possuem, o relacionamento e a afetividade. "Eu quero saudar o IBDFAM-SP pelo estatuto da família. É muito bom saber que temos pessoas que lutam por essa causa que muitas vezes fica esquecida diante de outros problemas", concluiu. Cuidado com as crianças no painel da tarde O período da tarde de sexta-feira teve como primeiro painel o tema "Cuidado com as crianças". Compuseram a mesa, presidindo o painel, Daniela de Carvalho Mucilo, advogada e diretora do IBDFAM- SP e Marcelo Truzzi Otero, advogado, doutor pela PUC-SP e diretor do IBDFAM-SP. Os palestrantes desse painel foram Tânia da Silva Pereira, advogada, mestra pela UFRJ, professora de direito do menor na UERJ e diretora do IBDFAM; Ana Carolina Brochado Teixeira, advogada, mestra em Direito, professora da PUC Minas e diretora do IBDFAM; Alexandre Morais da Rosa, juiz de direito, doutor em direito pela UFPR e professor na UNIVAL-SC. Tânia iniciou o painel falando sobre o tema testemunho e a escuta da criança nos tribunais. Afirmou que a criança e o adolescente devem ter os mesmos direitos que os adultos têm, porém com um diferencial, os menores devem ter a presença dos pais ou responsáveis. "É preciso facilitar a linguagem para as crianças nos tribunais, pois usando termos técnicos as crianças não conseguem se expressar, precisamos deixá-las à vontade", mencionou Tânia.

7 Já Ana Carolina, tratou do tema consentimento da criança e do adolescente em situações jurídicas não patrimoniais, destacando os pontos do caráter em formação da criança, a proteção familiar, autoridade parental, opinião da criança, menoridade diferente de incapacidade. "A criança tem que participar da decisão, não que sua opinião seja definitiva, mas tem que ter valor dentro do processo", explicou Ana. Alexandre Morais foi o último palestrante desse painel e abordou o tema produção probatória na infância e juventude, salientando alguns aspectos como direito ao silêncio, depoimento sem dano e o direito da criança ser escutada separadamente. A família não pode estar só normas de proteção e interdisciplina O último painel do dia 28 de agosto teve como tema "A família não pode estar só - normas de proteção e interdisciplina". Compuseram a mesa, como presidente do painel, Telma Kutnikas Weiss, psicóloga e diretora do IBDFAM SP e como palestrantes Adriaan P. Van Derlinden, juiz da infância e juventude na Holanda, membro do conselho da ISFL; José Fernando Simão, advogado, mestre e doutor pela USP, professor da FADUSP e diretor do IBDFAM-SP; Giselle Câmara Groeninga, psicanalista, mestra pela USP, diretora do IBDFAM-SP e vice-presidente da ISFL. Adriaan falou sobre as mudanças no cuidado e medidas judiciais de proteção à criança na Holanda e destacou o poder de decisão do juiz na proteção da criança, a autoridade paterna, os interesses dos pais e das crianças, avaliação do bem estar da criança. "Todas as crianças têm direito a um desenvolvimento saudável e equilibrado", afirmou. Já José Fernando comentou sobre os diretos maiores - Direito de família e a Constituição e destacou que nem sempre o Judiciário enfrenta os problemas como deveria. "O pai tem que estar preocupado com o melhor interesse do filho, ser pai é comprometer, ser pai é dar afeto". A última palestrante do dia foi Giselle Câmara Groeninga que abordou o tema "o direito à diferença no processo - apoio da psicanálise" e destacou que a Justiça tem que tratar todas as diferenças existentes entre as pessoas de maneira igual, tem que levar em consideração que pensamentos de homens e mulheres são diferentes e o compromisso com a imparcialidade e com a ética. "É fundamental o conhecimento de si mesmo para poder compreender e julgar as demais pessoas", finalizou Giselle. ANTONIO AUGUSTO GUIMARÃES DE SOUZA, J.F. SIMÃO, ANA CAROLINA, PAULO NADER E FERREIRA ALVES EDSON FACHIM FALA SOBRE ALIMENTOS GESTACIONAIS - 7

8 Premiação de Trabalhos Científicos Ainda no período da tarde do dia 28 foram apresentados os trabalhos científicos premiados. Participaram do certame 19 inscritos, com apresentações de excelente nível jurídico. A seleção dos melhores trabalhos foi feita pela comissão formada pelos diretores do IBDFAM/SP Christiano Cassetari, Flávio Tartuce, José Fernando Simão e Mário Luiz Delgado Régis, com o encaminhamento dos textos vencedores para publicação no site do Instituto, além da outorga de certificados e da premiação estabelecida. No último dia, 29, sábado, exposições marcantes e um resumo dos principais temas do congresso No primeiro painel, relativo a Alimentos, estiveram na presidência dos trabalhos os diretores do IBDFAM/SP Daniel Blikstein, coordenador dos núcleos do interior, e Luiz Otávio Sigaud Furquim, com a participação dos palestrantes Luiz Edson Fachin, professor da Universidade Federal do Paraná e diretor regional sul do IBDFAM, Francisco José Cahali, Professor da PUC de São Paulo e diretor do IBDFAM nacional, e Oswaldo Peregrina Rodrigues, Promotor de Justiça e tesoureiro do IBDFAM/SP. O primeiro tema, explanado por Fachin, pôs em realce a natureza jurídica dos alimentos gestacionais e seus fundamentos na solidariedade e na liberdade. O expositor teceu considerações sob os aspectos filosóficos e sociológicos desse encargo assistencial que não diz respeito unicamente à mulher grávida mas também afeta diretamente os interesses do nascituro, no seu sagrado e inalienável direito à vida. Por Franscico Cahali, dando sequência ao mesmo tema, foram examinados os aspectos processuais da ação de alimentos e sua conversão em pensão ao nascido, com análise, primeiro, dos critérios para fixação dos alimentos dessa natureza e, depois, a dificuldade em adequar o mesmo valor para o filho após o nascimento, lembrando a possibilidade de revisão em vista dos novos fatores de necessidade do assistido. Encerrando o painel, dissertou Oswaldo Peregrina sobre a proteção ao idoso, cuja situação equivale a uma volta à infância, por isso necessitando de alimentos com previsão não só no Código Civil como igualmente na Constituição Federal e na Lei do Idoso. No segundo e último painel desse dia, sob o título Afeto e dignidade familiar, sob a presidência de Mário Luiz Delgado Régis, advogado e diretor do IBDfam/SP, atuaram como expositores o Presidente nacional do IBDFAM, Rodrigo da Cunha Pereira, e o diretor regional norte, Zeno Veloso. O primeiro falou sobre abandono afetivo e sua responsabilização passos e descompassos. Salientou que a família contemporânea distanciou-se do fundo meramente econômico para situar-se como núcleo do afeto, razão por que a resposta afetiva na relação paterno-filial torna-se uma necessidade e tem o sentido de um dever ligado ao poder familiar. Nesse contexto, Rodrigo examinou a evolução da incipiente jurisprudência sobre a responsabilidade civil por abandono afetivo e o viés doutrinário no sentido de acolher esse novo entendimento. Por fim, manifestou-se o expositor Zeno Veloso, com vibrante abordagem dos principais tópicos examinados e debatidos no congresso, para concluir que é a hora e a vez do futuro, porque, na poesia realista de Fernando Pessoa, realmente o melhor do mundo são as crianças. As palavras de encerramento do congresso foram proferidas pelo Vice-Presidente do IBDfam/SP, Antonio Carlos Mathias Coltro, com agradecimentos às instituições apoiadoras e a todos os participantes, lembrando que os debates devem constituir ponto de partida para o árduo trabalho de divulgação e de aprimoramento das leis familiares. 8 - edição especial IBDFAM Jantar festivo de confraternização - No centro, à direita, Zeno comanda a festa Organizadores, palestrantes e participantes do congresso tiveram a oportunidade de se reunir de modo informal e festivo no jantar de confraternização realizado nas dependências do Iate Clube. Presentes cerca de 300 pessoas, o encontro deu-se em ambiente descontraído e possibilitou um melhor conhecimento dos congressistas que vieram a São Paulo, de diversas partes do país e do exterior.