APRESENTAÇÃO EMENTA PROGRAMA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL CURSO: Planejamento Urbano e Regional. NÍVEL: Doutorado DISCIPLINA: Economia e Território. PROFESSORES: Hermes Tavares e Jorge Natal. Segundo semestre, APRESENTAÇÃO Sob o modo de produção capitalista a relação estabelecida entre economia e território ganhou contornos próprios na medida em que se acelerou o desenvolvimento das suas forças produtivas, de um lado provocando a concentração espacial da acumulação e, de outro, aparentemente de maneira contraditória, a sua disseminação por diferentes lugares do mundo. Nesta disciplina, a apropriação analítica desse processo se apoiará nos aportes oriundos da Economia Política, especialmente nos da sua Crítica. Nestes termos, para estudar as configurações espaciais, recorrer-se-á centralmente ao conceito de Capital, em sua imbricação com as forças produtivas, como o fazem as principais escolas do pensamento econômico. Em vista do exposto, a abordagem a ser desenvolvida se situa numa perspectiva de longo alcance, de modo a tratar diferentes aspectos da relação entre economia e território no período que vai da chamada gênese das forças produtivas capitalistas até às décadas mais recentes, de profundas transformações sócio-econômicas e tecnológicas, bem como espaciais. Sobre este último período há uma ampla literatura que prioriza a introdução da inovação a partir da ótica empresarial, portanto, microeconômica, mas também à luz do instrumental macroeconômico e macroespacial o que também se contemplará na disciplina. Ademais, em vista da perspectiva de longo alcance, a análise a ser desenvolvida irá ao encontro do estabelecimento de dadas macro-periodizações que buscam apreender e desvelar as principais etapas pregressas do modo de produção capitalista e, notadamente, a da internacionalização do capital dos últimos trinta anos. Cabe notar que do ponto de vista metodológico, em algumas sessões o foco será orientado para determinados conceitos da Economia Política, enquanto em outros são questões e hipóteses a respeito das relações entre dois campos disciplinares, o da Economia e do Território que estarão colocados em primeiro plano. Finalmente, que se buscará também possibilitar aos alunos uma melhor compreensão, sempre que possível, das dimensões complexas antes apontadas em sua interação com a formação social brasileira. EMENTA A disciplina Economia, principais abordagens teóricas, interações com o território e o papel das mudanças tecnológicas. Gênese, desenvolvimento das forças produtivas capitalistas e território. Configurações e reconfigurações espaciais do capitalismo contemporâneo. Mudanças recentes na dinâmica espacial brasileira. Reestruturação econômica na contemporaneidade capitalista e território. A crise econômico-espacial atual do capitalismo. UNIDADE I. PREÂMBULOS PROGRAMA SESSÃO 1. APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA (com definição da sistemática de trabalho, incluindo a de avaliação) E INTRODUÇÃO AO TEMA (03/08). SESSÃO 2. A DISCIPLINA ECONOMIA: PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS, INTERAÇÕES COM O TERRITÓRIO E O PAPEL DAS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS (10/08).

2 VELTZ, P*. Introdução. In: Mundialización, ciudades y territórios, Editorial Ariel, Barcelona, 1999 [Introducción, p. 9 a 19] LANGE, O.* La economia en las sociedades modernas. Grijalbo [p. 183 a 202; e 153 a 167] DOBB, M**. Introducción a la Economía. Fondo de Cultura Econômica, México, CARNEIRO, R**. (ORG.). Os Clássicos da Economia (Ler Smith, Ricardo, Marx, Marshall e Walras). São Paulo, Ática, UNIDADE II: GÊNESE, DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS E TERRITÓRIO. SESSÃO 3. GÊNESE DAS FORÇAS PRODUTIVAS CAPITALISTAS (17/08). MARX, K. (1968)*. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, Livro I, caps. XI, XII, e XIII itens 1, 3, 4, 5, 6 e 8. OLIVEIRA, C. A. (1977)*. Considerações sobre a formação do capitalismo. Campinas/SP: Unicamp, Dissertação de Mestrado (mimeo). MANTOUX, P. (s./d.)**. A revolução industrial no século XVIII. São Paulo: Hucitec. SESSÃO 4. PROCESSO DE TRABALHO E PROCESSO DE VALORIZAÇÃO, E A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E TECNOLÓGICA (24/08). BRAVERMAN, H. (1977)*. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no Século XX. Rio de Janeiro: Zahar Editores (Introdução e Cap. I). CORIAT, B. (1992)*. L attelier et le chronomètre; essai sur le taylorisme, le fordisme et la prodution de masse. Paris: Christian Bourgois Edit (em español: 6ª edição, 1991, pp. 8 a 65). MARX, K. (1978)**. O capital Capítulo VI (Inédito). São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas e Artes. (cap. 1, pp. 5-70). SESSÃO 5. FORDISMO, PÓS-FORDISMO, E A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E TECNOLÓGICA (31/08). HARVEY, D. (1992)*. Condição pós-moderna. Rio de Janeiro: Loyola (cap. 9, 10 e 11). MORAES NETO, B. R. (1991)*. Marx, Taylor e Ford: as forças produtivas em discussão. São Paulo: Brasiliense (2 a Edição). JARAMILLO, S. e CUERVO, L.M*. Tendências recentes e principais mudanças na estrutura espacial dos países latino-americanos (pág ). In: Reestruturação urbana: tendências e desafios (Coordenadores: Valladares, L. e Preteceille, E.), Rio de Janeiro, Nobel, UNIDADE III. CONFIGURAÇÕES E RE-CONFIGURAÇÕES ESPACIAIS NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO. SESSÃO 6. ABORDAGENS MACRO E MICRO NA ANÁLISE DO ESPAÇO ECONÔMICO (14/09). MOTA, F*. O. Manual de localização industrial. Banco do Nordeste do Brasil [p. 3 a 73] PERROUX, F*. (1964). Note sur les pôles de croissance. In: PERROUX, F. L économie du XX éme siécle. Paris PUF. Há uma versão em Português: O conceito de pólo de crescimento, págs , in Economia Regional: textos escolhidos. BH, Cedeplar. Schwartzman, Jaques (org.), TAVARES, H**. Políticas de desenvolvimento regional nos países do centro e no Brasil. Rio de Janeiro: Cadernos IPPUR, Ano XV, Número 2, Ago.-Dez. 2001/Ano XVI no 1, Jan.-Julho SESSÃO 7. A ABORDAGEM DOS DISTRITOS INDUSTRIAIS (21/09). BENKO, G. (1996)*. Novos espaços industriais: algumas reflexões. In: BENKO, G. Economia, espaço e globalização na aurora do Século XXI. São Paulo: Nobel. BECCATINI, G. (1994)*. O distrito industrial marshalliano. In: BENKO, G. e LIPIETZ, A. (Orgs.). As regiões ganhadoras. Oeiras/Celta. 2

3 AMIN, A. ROBIN A, K. * Regresso das economias regionais; a geografia mítica da acumulação flexível. In: BENKO, G. e LIPIETZ, A. (Orgs.) As regiões ganhadoras; distritos e redes: os novos paradigmas da geografia econômica. Oeiras/Celta, SESSÃO 8. CONCENTRAÇÃO METROPOLITANA E DESCONCENTRAÇÃO (28/09). VELTZ, P. (1996)*. Mondialisation, Villes et territoires: l économie d archipel. Paris, PUF. TAVARES, H. M. (1996)*. Origens e evolução do planejamento territorial na França (mimeo). Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ. UNIDADE IV. A CRISE ECONÔMICO-ESPACIAL ATUAL DO CAPITALISMO. SESSÃO 09. O CONCEITO DE CRISE, E O DEBATE SOBRE A NATUREZA E AS PERSPECTIVAS DO CAPITALISMO NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O SÉCULO XX (10/10). POSSAS, M. L. (1987)*. Dinâmica da economia capitalista uma abordagem teórica. São Paulo: Brasiliense (Instabilidade e crise, pp ). MAZZUCHELLI, F. (1985)*. A contradição em processo - o capitalismo e suas crises. São Paulo: Brasiliense (Seção: A crise de um debate). SESSÃO 10. A CRISE DO CAPITALISMO: A ABORDAGEM PÓS-KEYNESIANA (26/10). POSSAS, M. L. (1986)*. À guisa dos 50 anos da Teoria Geral. In: Pesquisa e Planejamento Econômico/IPEA, Rio de Janeiro, 16 (2), pp , agosto; SKIDELSKY, R* (1999). Introdução: o homem e o economista (pp ) e A vida (cap. 1, pp ). In: Keynes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. BRAGA, J.C. (1993)*. A financeirização da riqueza. In: Revista Economia e Sociedade, Revista do Instituto de Economia da Unicamp. Campinas/SP: Editora da Unicamp, Ago., N o 2. SKILDELSKY, R. (1999)**. O legado de Keynes (cap. 6, pp ). In: Keynes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. CARDIM DE CARVALHO, F. J. (1988)**. Fundamentos das Escolas Pós-Keynesiana: a teoria de uma economia monetária. In: Ensaios sobre a Economia Política Moderna: teoria e história do pensamento econômico. São Paulo: Editora Marco Zero. PLIHON, D. (1996)**. Desequilíbrios mundiais e instabilidade financeira (a responsabilidade das políticas liberais: um ponto de vista keynesiano). In: Revista Economia e Sociedade, Revista do Instituto de Economia da Unicamp. Campinas/SP: Editora da Unicamp, Dez., N o 7. CHESNAY, F**. Mundialização: o capital financeiro no comando. Publicado em Les tempes Modernes, 607, 2000; no Brasil (mimeo). SESSÃO 11. A CRISE DO CAPITALISMO: A ABORDAGEM NEOSCHUMPETERIANA (09/11). POSSAS, M. L. (1989)*. Em direção a um paradigma microdinâmico: a abordagem neoschumpeteriana. In: Ensaios sobre a Economia Política Moderna teoria e história do pensamento econômico. São Paulo: Editora Marco Zero. COUTINHO, L. (1992)*. A terceira revolução industrial. In: Revista Economia e Sociedade, Revista do Instituto de Economia da Unicamp. Campinas/SP: Editora da Unicamp, Ago., N o 1. SUZIGAN, W. (1997)**. Tecnologia, globalização e políticas públicas. In: Revista Economia e Sociedade, Revista do Instituto de Economia da Unicamp. Campinas/SP: Editora da Unicamp, Dez., Número 9. UNIDADE V. A REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICA NA CONTEMPORANEIDADE CAPITALISTA E TERRITÓRIO. SESSÃO 12. A REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICA NA CONTEMPORANEIDADE CAPITALISTA E TERRITÓRIO (16/11). 3

4 HARVEY, D*. A globalização contemporânea (capítulo 4, págs ). In: Espaços de Esperança, São Paulo. Edições Loyola, Out HARVEY, D*. Desenvolvimentos geográficos desiguais e direitos universais (capítulo 5, págs ). Op. cit. FIORI, J. (1999)**. De volta à questão da riqueza de algumas nações. In: Estados e Moedas no desenvolvimento das nações (pp ). Rio de Janeiro/Petrópolis, Editora Vozes. POSSAS, M. (1998)*. O projeto teórico da Escola da Regulação. In: Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, Número 21 (pp ). LIPIETZ, A. (1988)**. Miragens e milagres problemas da industrialização no Terceiro Mundo. São Paulo: Nobel (caps. 2 e 4). UNIDADE VI. A CRISE ECONÔMICO-ESPACIAL ATUAL DO CAPITALISMO SESSÃO 13. A CRISE ECONÔMICO-ESPACIAL DO CAPITALISMO: capital fixo e depreciação, e valor; e crédito e capital fictício (23/11). MARX, K. (1968)*. O Capital. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira (cap. VI). HARVEY, D. (1990)*. Los limites del capitalisme y la teoria marxista. México: Fundo de Cultura Econômica (caps. 8 ítens 1 a 4, e 9). HILFERDING, R. (1963)**. El capital financiero. Espanha: Editorial Tecnos S. A.(caps. 7 e 8). HOBSON, J. A. (1983)**. A evolução do capitalismo moderno um estudo da produção mecanizada. São Paulo: Editora Abril Cultural, Série Os Economistas (Apresentação e cap. X). SESSÃO 14. A CRISE ECONÔMICO-ESPACIAL DO CAPITALISMO: princípio da demanda efetiva e gasto público; e o ambiente construído e o circuito secundário do capital (30/11). POSSAS, M. L. (1987)*. A dinâmica das economias capitalistas. São Paulo: Brasiliense (pp Demanda Efetiva e o Componente Cíclico da Dinâmica). HARVEY, D. (1990)*. Los limites del capitalismo y la teoria marxista. México: Fundo de Cultura Económica (cap. 8, ítens 5 e 6). POSSAS, M. (1986)** Para uma releitura da Teoria Geral. In: Pesquisa e Planejamento Econômico/IPEA, Rio de Janeiro, 16 (2), pp , Agosto. KALECKI, M. (1977)**. Crescimento e ciclo das economias capitalistas uma abordagem teórica. São Paulo: Brasiliense (caps. 1 e 2). KEYNES, J. M. (1982)**. A teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro. São Paulo: Editora Atlas (cap. 3). SESSÃO 15. A CRISE ECONÔMICO-ESPACIAL ATUAL DO CAPITALISMO (07/12). HARVEY, D. (1990)*. Los limites del capitalismo y la teoria marxista. México: Fundo de Cultura Económica (caps. 12 e 13) FIORI, J. (1999)**. Estados, moedas e desenvolvimento. In: Op. cit. (pp ). FIORI, J. (2001)**. Brasil no espaço (Parte III, pp ). Rio de Janeiro/Petrópolis: Vozes. NATAL, J. ( )**. Império norte-americano e território no Brasil dos anos 1980 e In: Planejamento e Território ensaios sobre a desigualdade. Rio de Janeiro: DP&A, IPPUR/UFRJ. SESSÃO 16. Esta sessão será reservada para a realização de um balanço coletivo/avaliação da disciplina (14/12). METODOLOGIA DE TRABALHO A estrita observância do horário estabelecido é entendida como indispensável para que a agenda de trabalho possa ser devidamente cumprida. OBS: as leituras indicadas com um * são obrigatórias e as indicadas com dois ** são complementares. 4

5 AVALIAÇÃO Ela será realizada na última sessão (16) e abarcará três aspectos: -apresentação de duas memórias das aulas expositivas dos professores, uma para cada um desses, com prévia distribuição do material elaborado (com duração máxima de 40 minutos), perfazendo, ambas, um total de 40%; -aos itens assiduidade, pontualidade e participação serão atribuídos os demais 30% da avaliação da disciplina (10% para cada um desses itens); -na última sessão do período letivo os alunos serão instados a escrever, em classe, em até cinco páginas manuscritas, uma redação reflexiva de livre escolha sobre os conteúdos ministrados; ou seja, essa reflexão versará sobre as aulas ministradas, bem como a bibliografia constante do programa (total = 30%).. 5