1. Retrospecto da História de Israel no Período Patriarcal (2000 à 1750 a.c.):

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "1. Retrospecto da História de Israel no Período Patriarcal (2000 à 1750 a.c.):"

Transcrição

1 PANORAMA HISTÓRICO DO PENTATEUCO Anderson V.Gazzi 1. Retrospecto da História de Israel no Período Patriarcal (2000 à 1750 a.c.): De acordo com a Bíblia, a história de Israel começa com a migração dos patriarcas hebreus da Mesopotâmia para a Palestina. Essas narrativas são encontradas no livro de Gênesis caps. 12 a 50. De acordo com Bright, as narrativas do Gênesis são em preto e branco numa tela simples, sem nenhuma perspectiva de profundidade. Esse livro nos pinta certos indivíduos e suas famílias movimentando-se dentro de um mundo, como se vivessem sozinhos nele. Os grandes impérios, mesmo o pequeno povo de Canaã, se são mencionados, não passam de vozes que se ouvem de fora do palco. Se os faraós do Egito têm uma modesta parte nas narrativas, eles não são identificados pelos nomes; não sabemos quem eram eles; tampouco, nenhum antepassado hebreu mencionado no Gênesis foi revelado ainda em nenhuma inscrição contemporânea. Em consequência de tudo isso se torna impossível dizer em termos exatos quando Abraão, Isaque e Jacó realmente viveram; tampouco podemos subestimar a evidência arqueológica. O testemunho da Arqueologia é indireto. Ele tem dado ao quadro das origens de Israel um sabor de probabilidade e tem fornecido o background ou pano-de-fundo para o entendimento desse quadro, mas não tem provado que as histórias são verdadeiras em seus pormenores. Ao mesmo tempo não apareceu ainda nenhuma evidência que contradiga a tradição bíblica. Segundo Bright, as origens de Israel não eram tão simples fisicamente. Teologicamente eram todos descendentes de Abraão; fisicamente eles provinham de outros troncos diferentes, clãs que imigraram na Palestina no começo do segundo milênio antes de Cristo e aí se misturaram e proliferaram com o passar do tempo. Muitos desses clãs se estabeleceram onde puderam encontrar terra e se organizaram em cidades-estado segundo o padrão feudal. A maior parte desses clãs veio da Mesopotâmia, onde reinava um ambiente de confusão política gerando a desintegração da cidade de Ur com dinastias rivais lutando entre si. No Egito, sob os faraós do Médio Império (de Tebas a Menfis), instalava-se uma época de prosperidade. Os faraós da 12ª dinastia empreenderam projetos ambiciosos, sistema de canais e de fortificações, desenvolvendo-se ainda a Medicina e a Matemática. Os patriarcas propriamente ditos seriam os chefes de clãs consideráveis. A. Costumes e Características Patriarcais: Muitos fatos mencionados no Gênesis são provados pelo conhecimento da cultura de reinos na Mesopotâmia dessa época. Segue abaixo algumas das diversas características desses clãs. Outras características serão consideradas na unidade seguinte quando estudaremos as instituições israelitas do tempo do Antigo Testamento. O patriarca tinha influência decisiva na escolha de cônjuges para seus filhos; Os casais sem filhos adotavam um filho que os servia durante toda a vida e seria o herdeiro. Mas se nascesse um filho natural, o filho adotivo tinha que ceder seu direito de herdeiro; Os contratos nupciais obrigavam a mulher estéril a providenciar uma substituta para o seu marido Se nascesse um filho dessa união ficava proibido o desprezo à esposa escrava e ao seu filho; A aparência desses patriarcas era semelhante à dos seminômades do segundo milênio na Palestina; vestidos com roupas multicoloridas, deslocando-se a pé com todos os seus pertences e filhos em lombo de burro; Habitavam em tendas. B. A Religião dos Patriarcas: A Bíblia considera Moisés como fundador da religião de Israel (Êxodo 3). Apesar disso, a narrativa bíblica liga a religião javista com a religião dos patriarcas (Êx ; 6.3). O quadro que se tem dos patriarcas é que eles adoravam a Deus sob vários nomes; esses nomes estavam ligados a um feito de Deus no passado e em local Página 1

2 especial. Os descendentes dos patriarcas adorariam na memória do nome do patriarca, o Deus que esse patriarca legou, sob diversos nomes. A Bíblia menciona alguns deles, a saber: El Shaddai (Gn.17.1; 43.14) Deus Todo-Poderoso. El Elyon (Gn ) Deus Altíssimo. El Olam (Gn.21.33) Deus Eterno. El Roy (Gn.16.13) Deus que me vê. Na narrativa do Gênesis, cada patriarca é representado adorando ao seu Deus por livre e pessoal escolha e entregando-se, depois a este seu Deus O Deus de Abraão, em Gn.28.13; ; O Temido de Isaque em Gn ; O Poderoso de Jacó em Gn O quadro do Gênesis de uma relação pessoal entre o indivíduo e seu Deus fundamentada por uma promessa e selada por uma aliança é da maior autenticidade. A fé na promessa divina representa o elemento original da fé dos antepassados seminômades de Israel. 2. Os Hebreus no Egito ( a.c.): A. Contexto Histórico: Antes do conhecimento das circunstâncias que levaram os descendentes dos patriarcas a se instalarem no Egito, é necessária uma compreensão do contexto histórico dos impérios que cercavam a Palestina. Por exemplo, no Egito, durante o Séc. XVIII a.c., o poder do Médio Império estava sendo enfraquecido. Com as migrações dos povos asiáticos para as bandas do sul da Palestina, as portas do delta egípcio estavam sendo abertas para a dominação estrangeira. Nessa época, o Egito sofreu a invasão dos soberanos estrangeiros chamados de hicsos (chefes estrangeiros 1720 a 1540 a.c.), os quais efetuaram sua conquista em duas fases: a. Entrincheiraram-se no Delta, consolidando posições (1720 a.c.); b. Iniciaram o domínio político propriamente dito. Os hicsos foram expulsos do Egito em 1540 a.c. pelo faraó nacionalista Amósis. A presença dos hicsos no Egito representa um período de franca abertura para a entrada de estrangeiros, inclusive hebreus. Outro importante império foi o da Babilônia. Durante essa época encontrava-se ameaçado pela Assíria ao norte e Larsa ao sul. Porém, com a ascensão do rei Hamurabi ao trono essa situação de inferioridade se reverteu e a Babilônia resistiu a todas as ameaças, vencendo os seus inimigos. Através de Hamurabi a Babilônia gozou um grande florescimento cultural. Desse período temos uma riqueza de textos: cópias de épicos antigos (por exemplo, narrativas babilônicas da criação e do dilúvio), listas de palavras, dicionários, tratados de matemática e de astronomia, etc. Contudo a mais importante de todas as realizações de Hamurabi foi o seu famoso código de leis, publicado no final de seu reinado. B. Como os Hebreus foram para o Egito: O período de 1750 a 1300 a.c. representa uma época na história de Israel onde a Bíblia é a nossa única fonte. Os registros egípcios nunca fizeram menção de uma presença de Israel. Uma explicação para isso é que, ocorrendo essa passagem dos hebreus pelo Egito durante o período dos soberanos hicsos, os egípcios teriam considerado essa época vergonhosa demais para ser descrita. O fato é que a narrativa bíblica tem o seu valor e, de acordo com o pensamento de Bright, exige uma fé a priori: uma tradição dessa espécie nenhum povo poderia inventar. Não se trata de nenhum episódio épico e heróico da migração, mas da recordação de uma servidão vergonhosa da qual somente o poder de Deus poderia livrar. Um argumento muito forte que reforça a historicidade da passagem de Israel pelo Egito são os nomes egípcios comumente encontrados entre os israelitas nessa época, por exemplo: Moisés, Ofiní, Finéias, Merarí, etc. Duas perguntas devem ser colocadas aqui: Página 2

3 1) O que levou os israelitas a se instalarem no Egito? 2) Sob que circunstâncias viveram? Primeiramente, todos os teólogos e estudiosos do Antigo Testamento concordam em afirmar que os israelitas chegaram ao Egito através das migrações dos seminômades que habitavam o sul da Palestina. Nos tempos de fome e carestia esses iam buscar uma vida melhor no Vale do Nilo, que era fértil e não dependia das chuvas. Esta situação é pressuposta em algumas passagens do Gênesis (Gn.12.10; 20.1; 26.1; 42.1, 43.1, 46.1). Essa era uma situação repetida todos os anos e muitos desses grupos seminômades fixaram residência no Egito. Ora, na medida em que se compreende que o período de dominação hicsa foi favorável à entrada de grupos estrangeiros no Egito, compreende-se também que, a partir do momento em que os mesmos foram banidos e expulsos, deu-se início uma política nacionalista xenofobista (aversão ou medo aos estrangeiros) que inclui a perseguição às etnias estrangeiras (Êx ). A partir daí muitos desses grupos seminômades foram convocados pelos egípcios para determinados serviços, sendo inclusive recrutados contra a vontade como trabalhadores braçais, mão-de-obra barata pra atividades na área da construção e olarias. De acordo com a Bíblia (Êx.12.40), o período de permanência dos hebreus no Egito foi de 430 anos. C. O Problema do Conflito de Datas do Êxodo: No caso específico dos faraós da opressão e do êxodo temos um problema histórico visto que dois grupos de historiadores e teólogos têm discordado quanto à datação da escravidão israelita, em virtude de interpretações diferentes para as evidências históricas e arqueológicas. As discussões concentram-se entre os faraós da 18ª e 19ª dinastias. Vejamos, primeiramente, um quadro histórico aproximado desses faraós: Dinastias / Faraó Hicsos dominam o Egito Amósis Amenófis I 18º Dinastia Tutmósis I Tutmósis II Hatshepsut Tutmósis III Amenófis II Tutmósis IV Amenófis III 18º Dinastia Amenófis IIIV (Akenaton) Semenca Tutankamon Aí Horembeb Tutmósis III Ramsés I Set I 19º Dinastia Ramsés II Merneftá Período de Reinado a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c a.c. O primeiro grupo de teólogos e historiadores considera que os faraós da opressão e do êxodo estão na 18ª dinastia. Partem do princípio da literalidade de 1Reis 6.1 que informa que o êxodo aconteceu cerca de 480 anos antes da fundação do templo de Salomão, fato que ocorreu em aproximadamente 966 a.c, o que colocaria a datação da saída de Israel do Egito por volta de 1446 a.c., época de Amenófis II ( ). Essa articulação, estando correta, colocaria o nascimento de Moisés para o período de transição entre Amenófis I ( ) e Página 3

4 Tutmósis I (1526 a 1512), visto que, de acordo com Êx.7.7, Moisés estava com 80 anos pouco antes do êxodo. Moisés teria sido adotado pela filha de Tutmósis I, Hatshepsut ( ), a qual, por sua vez, teria se casado com seu meio-irmão, Tutmósis II ( ), bem mais jovem que sua meia-irmã. Tendo morrido cedo em virtude de doença misteriosa, deixou Tutmósis III ( ) ainda menino como rei, estando o Egito nesse momento regido ainda que não oficialmente por Hatshepsut. Tutmósis III teria sido o mais ilustre e poderoso dos faraós da 18ª dinastia, tendo realizado cerca de 16 campanhas militares na Palestina, consolidando o domínio egípcio nessa região. Hatshepsut, por sua vez, enquanto esteve no poder, caracterizou-se por grande autoridade e tato político. Merrill (2002, p.54) argumenta que o jovem Moisés teria sido uma ameaça para Tutmósis III, visto que ele era filho da filha de faraó (Hb.11.24), o que teria justificado a fuga de Moisés depois deste ter matado um egípcio. O raciocínio aqui é que depois que os hicsos foram expulsos do Egito, Amósis ( ), o faraó mencionado em Êx.1.8 como o rei que não conhecera a José, teria iniciado uma política de trabalhos forçados (Êx ) em olarias e na construção civil aos estrangeiros que ficaram no país, aproveitados como mão de obra escrava, dentre eles, descendentes da Jacó. Como se não bastasse essa política escravizante, um dos faraós seguintes, Amenófis I ( ) ou Tutmósis I ( ), teria praticado um genocídio (Êx ). Assim, pesquisadores como Merrill (ibid, p.55.56) colocam Amenófis II ( ) como o faraó do êxodo, visto que duas de suas campanhas militares na Palestina (Em 1450 e 1446) combinariam com uma possível perseguição a um povo em fuga, tendo seu exército sido desmoralizado numa tentativa frustrada de passagem pelo Mar dos Juncos. O outro grupo de teólogos e historiadores defende que os faraós da opressão e do êxodo estão situados na 19ª dinastia. Partem dos princípios da interpretação simbólica de 1Rs.6.1 e da contribuição da ciência histórica e arqueológica para elucidar essa discordância. Primeiro, porque segundo alguns (BRIGHT, 1978, p.158), a idéia de 480 anos seria simbólica, resultante da multiplicação de 40 vezes 12, harmonizando com 1Cr.6, texto que contaria cerca de 12 gerações no período em discussão. Uma geração ideal abrangeria 40 anos. Mas torna-se simbólica, porque uma geração durava de 20 a 25 anos, o que colocaria a datação do êxodo para os meados do XIII Século antes de Cristo, época dos faraós da 19ª dinastia. Segundo, porque segundo alguns estudos (ALLEN, 1987, p.376), no período da 19ª dinastia, a capital do Egito foi mudada de Tebas, no Alto-Egito, para Mênfis, no Baixo-Egito, na época de Set I ( ), ocorrendo nesse período intensa atividade na área da construção civil. Tendo residido no Alto Egito, os faraós da 18ª dinastia teriam se preocupado pouco com a construção civil nessa região. Isso coaduna com a localização geográfica da escravidão na região de Gosén, bem próxima a Sucot, local de onde partiria o povo de Israel em fuga, e Ramsés, uma das cidades reconstruídas pelos escravos hebreus. Aliás, argumentam ainda que sendo o nome da cidade Ramsés, um nome de um faraó da 19ª dinastia, por si só isso já seria um argumento decisivo. A outra cidade, chamada Pitom, significa Casa de Tom, o deus-sol, uma lembrança de Akenaton (Amenófis IV, ). Outros argumentos a favor dessa teoria (GLUECK, 1987, p.387) defendem que os reinos famosos invadidos pelos israelitas na época da conquista só teriam sido fundados depois do 13º século visto que antes os moradores da Palestina viviam como nômades. Da mesma forma, os reinos de Edom e Moabe, citados em Números 20 e 21. Afirmam também, à luz da arqueologia, que cidades cananéias como Láquis e Debir, mencionadas na conquista, teriam experimentado grande destruição no Século XIII a.c. Nesse sentido, Set I ( ) teria sido o faraó que não conhecera a José (Êx.1.8), o faraó da opressão e Ramsés II ( ), o faraó do êxodo. Ultimamente alguns pesquisadores têm discordado dessa opinião (MERRILL, 2002). Argumentam que os nomes Pitom e Ramsés aplicado às cidades construídas pelos hebreus podem ser, na verdade, anacronismos. Ou seja, mais tarde, quando os relatos da escravidão foram escritos, as cidades foram identificadas com os nomes posteriormente conhecidos, e não com os seus nomes originais. Assim, Ramsés seria o nome posterior para a cidade de Tanes. Um exemplo simples para a compreensão dessa linha de raciocínio é que ao contar a história do Brasil, nenhum historiador afirma que os descobridores chegaram à Ilha de Vera Cruz, termo usado por Cabral na época da descoberta. Ou ainda Terra de Santa Cruz, termo usado mais tarde quando descobriram que a ilha era, na verdade, um continente. Mas os historiadores usam o termo Brasil, termo do Século XVI, posterior, portanto, aos termos anteriormente citados. Um outro grande problema para a datação do êxodo no Século XIII a.c., é que na tentativa de harmonização de Êx.2.15,23 e Êx.4.19 com a cronologia histórica, verifica-se que Moisés não teria retornado ao Página 4

5 Egito antes que aquele faraó que tentou tirar-lhe a vida estivesse morto, o que colocaria uma dificuldade para situar os eventos no período de Set I ( ) e Ramsés II ( ), dado o curto período de governo de Set I e o longo período de Ramsés II, para que se justificasse uma fuga de Moisés do Egito aos 40 anos de idade e o seu retorno aos 80. Merril (2002, p.65) cita mudanças de perspectiva no exame dos vestígios encontrados nos sítios arqueológicos palestinenses, após as escavações feitas por Glueck. Outros arqueólogos têm chegado à conclusão de que muitos dos achados remontam à Era do Bronze Recente ( ), ou era até mais antigos, o que comportaria as conquistas dos que saíram do Egito numa época em torno de 1400 anos antes de Cristo. O fato é que os dois lados têm argumentos plausíveis e isso explica a divisão no meio histórico-teológico. Contudo, julgamos mais razoáveis os argumentos a favor de uma datação para a opressão e o êxodo para meados do Século XV a.c.. D. O Problema do Nome Hebreu. De acordo com Martin Metzger, é por essa circunstância que os israelitas foram chamados de hebreus. Isso quer dizer que o nome hebreu não traz boas recordações, pois lembra o sofrimento, vergonha da escravidão (Êx ; ). Essa reflexão nos remete necessariamente para a origem do nome hebreu ivri, que tem relação direta com a raiz do verbo avar ( atravessar, passar para o outro lado ), uma referência aos ancestrais que vieram do outro lado do Eufrates. O termo aparece 34 vezes no Antigo Testamento assim distribuídas: a. Narrações do êxodo no cenário egípcio: Êx.1.15,16,19,22 história das parteiras desobedientes. Êx.2.6,7,11,13 nascimento e atuação de Moisés. Êx.3.18; 5.3; 7.16; 9.1,13; 10.3 Deus dos hebreus. b. Leis Êx.21.2; Dt.15.12; Jr.34.9,14. c. Histórias de José Gn.39.14,17; 40.15; 41.12; 43.32; d. Narrações das lutas contra os filisteus 1Sm.4.6,9; 13.3,19; 14.11,21; 29.3; e. Outros (textos tardios) Gn.14.13; Jn.1.9; A análise dos textos acima mostrará que o termo hebreu tem relação com uma situação social desfavorável e de submissão sem que isso indique necessariamente uma pertinência ao povo israelita, aparecendo geralmente na boca dos outros povos como forma de depreciação. Mas também aparece como sinônimo de israelitas. Essa ambigüidade deve-se à possibilidade de mistura das tradições no andamento da história da formação do povo de Israel. Por exemplo, nas narrações das lutas entre filisteus e israelitas (1Sm.13 e 14) os hebreus fazem parte das tropas militares como uma terceira força e estão presentes em ambos os lados. Hans Trein (Pg.21-22) assim comenta o texto: Em 1Sm Jônatas destruiu a guarnição dos filisteus. Saul fez questão de que os hebreus soubessem disso. Os filisteus se reuniram para combater contra Israel ; o povo de Israel se escondeu em covas e cavernas, nos penhascos e poços, enquanto que alguns dos hebreus atravessaram o Jordão. Aqui os hebreus que atravessaram o Jordão estão distintos dos israelitas que se esconderam nas cavernas e nos penhascos. Em 1Sm , importa para os filisteus impedir que os hebreus fabriquem espadas ou lanças; por isso todo o Israel tinha que ir aos filisteus, amolar seus instrumentos de trabalho agrícola. Aqui hebreus e israelitas são a mesma coisa. Em 1Sm os filisteus alertam para os hebreus que estão saindo das tocas e provocam Jônatas e seu escudeiro, para dar-lhes uma lição. Aqui mais uma vez hebreus é idêntico a israelitas, o que também confere com os israelitas que tinham se escondido nas cavernas em 1Sm Em 1Sm os hebreus que tinham estado junto com os filisteus se ajuntaram aos israelitas que estavam com Saul e Jônatas. Aqui hebreus está distinto de israelitas, e temporariamente até pelejaram contra Israel. Não seriam esses hebreus os mesmos que em 1Sm tinham atravessado o Jordão (para ajudar os filisteus?) e que agora voltam, pois a batalha tinha se definido vitoriosa para os israelitas? Não seriam esses também os mesmos hebreus que Saul quis informar subversivamente, de que Jônatas tinha derrotado a guarnição dos filisteus em Gibeá, com a segunda intenção de provocar neles, auxiliares dos filisteus, uma deserção? Página 5

6 Outra vertente no estudo da interpretação sobre a origem do nome está relacionada com a história dos movimentos migratórios já descritos no capítulo anterior. Segundo essa tese, o nome hebreu ( ivri), tem uma íntima relação com o termo aramaico (ap ru), um termo nada elogiável, atribuído por nativos da Palestina aos pastores seminômades que estavam migrando para essa região cerca de 2000 a.c., tratados como bandoleiros, ciganos ou ladrões ou algo parecido. Um estudo feito por Hans Alfred Trein mostra que esses grupos cresceram favorecidos pelos conflitos entre os reinos cananeus que se dividiam a favor e contra o domínio egípcio na Palestina antiga, explorada por uma forte exigência tributária dos faraós. Cartas encontradas em Tell El Amarna (1887 d.c) revelam o pedido de ajuda de príncipes cananeus ao faraó Amenófis IV (1360 a.c) para que este enviasse tropas para expulsar os (ap ru), acusados de pilhagem na Palestina. Para Manfred Weippert (1967) os dois termos são aparentados lingüisticamente, pois as línguas semitas só distinguem entre b e p. Assim a pesquisa iguala os dois grupos com um único grupo denominado em 1Sm.13 e de hebreus pelos filisteus. Parece que esse grupo que, antes servia aos filisteus, tinha desertado para o lado dos israelitas. Mais tarde, em 1Sm.29, os filisteus desconfiarão de Davi e do seu exército de mercenários (que se oferecem para lutar pelos filisteus) temendo que eles também venham a desertar. 3. O Êxodo, a Peregrinação e a Conquista de Canaã (1300 a 1200 a.c.): A. Contexto e Êxodo: Baseados em descobertas arqueológicas e em relatos bíblicos do livro do Êxodo, podemos situar com aproximação o contexto histórico da opressão dos hebreus no Egito, cujas circunstâncias foram estudadas no texto anterior. Nessa época, os egípcios dominavam boa parte do mundo de então, incluindo a Palestina (Canaã), a qual era formada pela aglomeração de cidades-estados, cada uma delas com o seu rei, pagando ao Egito pesados tributos estipulados pelo faraó do momento. Embora a Palestina fosse dividida politicamente, formava uma unidade cultural, pois os povos que lá viviam possuíam língua, costumes e religião semelhantes. No Egito livre, sem a presença do hicsos os hebreus amarguravam uma situação de opressão, forçados ao trabalho nas olarias e na construção das cidades de Pitom e Ramsés (Ávaris, antiga capital dos hicsos), conforme relato de Êx Os dados concretos de Êx.1.11 aliados às escavações arqueológicas permitem-nos concluir que Ramsés II ( a.c.) foi o faraó dessa época. O texto bíblico ressalta nesse período duas importantes passagens: Primeira, a de Moisés como libertador e posteriormente, como legislador. Só a Bíblia tem informado sobre sua história até agora, e tem-se conhecido sobre a sua fina educação na corte egípcia, tendo sido um hebreu salvo da mortandade infantil, nunca negando suas tradições raciais (Êx ). Com certeza, além da condução do povo na saída do Egito pelo Mar (Mar dos Juncos Yam Suf), o ponto alto dessa história é a revelação de Deus a Moisés sob o nome de Yahweh, como fundamento para a religião de Israel. A adoração de Yahweh pelos antepassados israelitas pode ter sido assimilada por mediação dos midianitas (Jetro - Êx.18.12) ou dos canitas (descendentes de Caim - Gn.4.15). Mas, Gn.4.25 faz uma afirmação importante sobre Enosh, descendente de Set, como o primeiro a invocar o nome do Senhor. Contudo, existem duas tradições que ligam Moisés tanto aos midianitas (Êx.2.16ss; 18) quanto aos canitas (Jz.1.16 e 4.11), ambas fazendo referencias ao sogro de Moisés, apesar de conservarem nomes diferentes para a mesma pessoa (Jetro/Hobabe). Mais certo é pensar na importância do evento da teofania do Sinai (Êx.3) para a revelação do nome especial de Deus a Moisés, cuja raiz no hebraico é a do verbo ser, estar, haver (hayah). A resposta do Senhor à pergunta de Moisés qual é seu nome?, pode significar tanto Eu sou o que estarei com vocês, quanto eu sou o que sou e por isso, o que eu sou não é da sua conta. Creia em mim e deixe o resto comigo!. Esse sentido do nome do Senhor evidencia-se através das narrativas que acompanham o processo de saída, peregrinação e conquista de Canaã, as quais estão adornadas com molduras sob a forma de epopéia, visto que nessas condições, as tradições seriam mais fortemente assimiladas pelos que as ouviam na compreensão de um Deus que agiu no passado do seu povo e que continuará intervindo para salvar. Segunda, a referente ao evento das pragas e o endurecimento do coração Lev do faraó (Êx.8.32; 7.14). Alguns têm dado interpretações baseadas em fenômenos da natureza para explicar as pragas. O certo aqui é tentar compreender mais a atitude de faraó com relação a essas pragas, uma vez que alguns textos dizem que Yahweh endureceu o coração de Faraó (Êx.4.21; 7.3; 9.12; 10.1; 10.20; 10.27; 11.10; 14.4,8,17) e outros que Faraó endureceu seu coração (Êx.7.13,14,22; 8.15,19,28; 9.7,34,35). Em Êx.14.4 aparece o sentido teológico da Página 6

7 obstinação do Lev (coração) de acordo com a tradição sacerdotal. Faraó não pode entender o sentido das pragas e não pode atuar a ponto de correspondê-las. Yahweh é quem faz a história. A sua intervenção chega até a capacidade de pensar e entender dos inimigos. B. Peregrinação no Deserto: O período no qual o povo hebreu viajou pelo deserto entre a região do Sinai e a região média da Palestina tem duas importâncias básicas: 1. É a época intermediária entre a história de Israel no Egito e a conquista de Canaã. 2. Representa o período quando Israel recebeu a sua religião característica, o Javismo, assumindo com ela a consciência de um povo. Isso não quer dizer que o Javismo não tenha evoluído com o passar dos séculos até ganhar a caracterização da religião pós-exílica conhecida posteriormente pelo nome de Judaísmo. Fato importante é que os profetas fizeram alusões a esse período como o momento e o local onde Israel aprendeu a amar ao Senhor nos moldes de uma relação esposo-esposa (Jr.2.2; Os.2.14). De acordo com os pesquisadores do Antigo Testamento, a peregrinação dos hebreus pelo deserto ocorreu em três fases: A primeira fase corresponde à viagem para a cadeia de montes do Sinai (Horebe). Embora a localização do monte seja incerta é pensamento comum que foi lá que Israel recebeu parte da lei de Moisés; a segunda fase corresponde do período da saída do Sinai até a região sul da Palestina conhecida pelo nome de Cades-Barnéia ou Qadesh, onde os israelitas experimentaram uma derrota parcial para o rei de Arad, não podendo assim entrar em Canaã pelo sul; a terceira fase vai da saída de Qadesh à incursão feita pelo flanco oriental, incluindo a instalação na região da Transjordânia, região na qual morreu Moisés de acordo com a narrativa bíblica (Dt.34). C. A Conquista de Canaã: O pensamento básico que a Bíblia nos apresenta sobre a entrada dos israelitas na Palestina não é a conquista ou invasão feita por um povo estrangeiro, mas o retorno de tribos que num passado distante, lá viveram através dos seus antepassados patriarcas. Dt.26.1 apresenta o pensamento que foi Yahweh quem deu a terra de Canaã a Israel. Martin Metzger descreve essa reconquista seguindo duas etapas: 1. Instalação das tribos israelitas nas regiões montanhosas, menos férteis, parcialmente habitadas e pouco guarnecidas (Jz.1.19). 2. Com o crescimento do povo israelita no decorrer dos anos nos territórios cananeus, houve também a conquista de cidades fortificadas tais como Jericó, Hasor e Ai (Js.17.13). BIBLIOGRAFIA: - BENTZEN, A. Introdução ao Antigo Testamento. V.1,2. São Paulo: ASTE, BÍBLIA Estudo de Genebra. Tradução Revista e Atualizada no Brasil. São Paulo: Cultura Cristã, BÍBLIA Português. Bíblia Sagrada. Tradução: Escola Bíblica de Jerusalém, nova ed. rev. São Paulo: Paulus, ELLISSEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Vida, HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Vida, PINTO, Carlos Oswaldo. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, LASOR, William S.; HUBBARD, David A.; BUSH, Frederic W. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo: Paulinas, CHARPENTIER, E. Para ler o Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, FOHRER, Georg. Estruturas teológicas fundamentais do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, Página 7

8 - GRUEN, Wolfgang. O tempo que se chama hoje: uma introdução ao Antigo Testamento. 11ª. Ed. São Paulo: Paulus, HOMBURG, K. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo: Sinodal, MARTIN.ACHARD, Robert. Como ler o Antigo Testamento. São Paulo: ASTE, METZGER, Martin. História de Israel. São Leopoldo: Sinodal, PURY, Albert de (Org). O pentatêuco em questão. Petrópolis: Vozes, RENDTORFF, Rolf. Antigo Testamento: uma introdução. Santo André: Academia Cristã, SCHMIDT, H. Werner. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo: Sinodal, SICRE, Jose Luiz. Introdução ao Antigo Testamento. Petrópolis: Vozes, Página 8

A era dos patriarcas

A era dos patriarcas Os Hebreus Os Hebreus De todos os povos da antiguidade os hebreus talvez sejam os que mais influência cultural e religiosa nós sejamos herdeiros. Pois as raízes da cultura judaico-cristã, da qual fazemos

Leia mais

História de Israel Aula 3. História de Israel. Ricardo Cota

História de Israel Aula 3. História de Israel. Ricardo Cota História de Israel Aula 3 História de Israel Ricardo Cota Contrastes Patriarcas (Gênesis 12 a 50) Narrativa Histórica dos Povos Documentos; Achados arqueológicos; Literatura; Cultura, etc. Narrativa Histórica

Leia mais

Sumário PRIMEIRA PARTE: HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E A BÍBLIA

Sumário PRIMEIRA PARTE: HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E A BÍBLIA Sumário Prefácio...11 Cronologia simplificada dos períodos arqueológicos em Canaã...13 Reduções (siglas e abreviaturas)...15 PRIMEIRA PARTE: HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E A BÍBLIA Capítulo 1 A história bíblica

Leia mais

Introdução ao Estudo do Pentateuco

Introdução ao Estudo do Pentateuco Introdução ao Estudo do Pentateuco A.V.GAZZI Introdução ao Estudo do Pentateuco 1º edição Santo André - SP Edição do Autor 2013 Introdução ao Estudo do Pentateuco Categoria: Teologia / Antigo Testamento

Leia mais

HISTÓRIA GERAL AULA 3

HISTÓRIA GERAL AULA 3 HISTÓRIA GERAL AULA 3 Nesta aula... Hebreus; Fenícios; Persas. Os Hebreus Povo de origem semita; Considerados antepassados dos judeus; Principais informações encontradas no Antigo Testamento; Fundadores

Leia mais

Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento Jörg Garbers Ms. de Teologia 29.06.2013 08:00-09:30 Saudação / Apresentação / Bibliografia / Recapitulação das narrativas

Leia mais

Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento Jörg Garbers Ms. de Teologia 24.08.2013 08:00-09:30 Revisão - Tomada da terra 09:50-11:50 Tomada da terra - O começo da

Leia mais

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT Jörg Garbers Ms. de Teologia A tomada da terra Jörg Garbers Ms. de Teologia Canaã e os Cananeus Província de Egito Cidades, vilarejos e

Leia mais

Características gerais

Características gerais 06. HEBREUS Características gerais Povo seminômade originário da cidade Ur, Mesopotâmia Crença em um único deus Peregrinação à uma terra prometida estabelecidos na antiga terra de Canaã, região da Palestina

Leia mais

HISTÓRICA POLÍTICA DOS HEBREUS 3 FASES PATRIARCAS, JUÍZES E REIS

HISTÓRICA POLÍTICA DOS HEBREUS 3 FASES PATRIARCAS, JUÍZES E REIS 2A aula 05 Os Hebreus HISTÓRICA POLÍTICA DOS HEBREUS 3 FASES PATRIARCAS, JUÍZES E REIS Os hebreus eram pastores nômades da Mesopotâmia. No séc. XIX a. C., guiados por Abraão, deslocaram-se para a Palestina,

Leia mais

História MARCOS ROBERTO

História MARCOS ROBERTO História MARCOS ROBERTO Persas, fenícios e hebreus Objetivos - Identificar aspectos políticos, sociais e culturais dos povos: - persas - fenícios - hebreus 1. O império persa - Localização: planalto do

Leia mais

ANTIGUIDADE ORIENTAL. Modo de Produção Asiá9co Aulas 03/04. hbp://historiaonline.com.br

ANTIGUIDADE ORIENTAL. Modo de Produção Asiá9co Aulas 03/04. hbp://historiaonline.com.br ANTIGUIDADE ORIENTAL Modo de Produção Asiá9co Aulas 03/04 M.P.A.: Modo de Produção Asiá9co M.P.E.: Modo de Produção Escravista M.P.F.: Modo de Produção Feudal M.P.K.:Modo de Produção Capitalista Pré- História

Leia mais

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT Jörg Garbers Ms. de Teologia Pré-História A tomada da terra Jörg Garbers Ms. de Teologia Canaã e os Cananeus Província de Egito Povos e

Leia mais

Persas, fenícios e hebreus. Objetivos - Identificar aspectos políticos, sociais e culturais dos povos: - persas - fenícios - hebreus

Persas, fenícios e hebreus. Objetivos - Identificar aspectos políticos, sociais e culturais dos povos: - persas - fenícios - hebreus OS PERSAS Profa. Schirley Pimentel Persas, fenícios e hebreus Objetivos - Identificar aspectos políticos, sociais e culturais dos povos: - persas - fenícios - hebreus 1. O império persa - Localização:

Leia mais

Fenícios, Persas e Hebreus. Prof. Junior Soares

Fenícios, Persas e Hebreus. Prof. Junior Soares Fenícios, Persas e Hebreus Prof. Junior Soares Civilização fenícia Os maiores comerciantes marítimos da Antiguidade 1. Aspectos geográficos: > Localização da Fenícia em relação ao Mar Mediterrâneo Principais

Leia mais

Judaísmo A mais antiga religião monoteísta. Ana Paula N. Guimarães

Judaísmo A mais antiga religião monoteísta. Ana Paula N. Guimarães Judaísmo A mais antiga religião monoteísta Ana Paula N. Guimarães O que é o judaísmo? A mais antiga religião das três principais e maiores religiões monoteístas Judaísmo Cristianismo (maior em quantidade

Leia mais

2 Timóteo 3:16,17. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça,

2 Timóteo 3:16,17. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, Anésio Rodrigues 2 Timóteo 3:16,17 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, 2 Timóteo 3:16,17 Para que o homem de Deus

Leia mais

1) Os hebreus não desenvolveram um império, mas deixaram uma importante herança:

1) Os hebreus não desenvolveram um império, mas deixaram uma importante herança: Lição 01: Língua hebraica Professor: João Marcos Brandet 1) Os hebreus não desenvolveram um império, mas deixaram uma importante herança: a) o monoteísmo b) o patriarquismo c) a monarquia d) a arquitetura

Leia mais

HISTÓRIA 1 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO

HISTÓRIA 1 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO HISTÓRIA 1 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO CONTEÚDOS E HABILIDADES Unidade I Grandes Civilizações Antigas 2 CONTEÚDOS E HABILIDADES Aula 2.2 Conteúdo Um povo escolhido: os Hebreus

Leia mais

Q uanto às duas datas para o Êxodo, vê-se que é um assunto de muita

Q uanto às duas datas para o Êxodo, vê-se que é um assunto de muita Duas prováveis ocasiões para o êxodo e suas implicações Two possible ocasions for the exodus and its implications Ozeas C. Moura 1 Resumo / Abstract Q uanto às duas datas para o Êxodo, vê-se que é um assunto

Leia mais

Edilson S Ribeiro & Edson M Zenum

Edilson S Ribeiro & Edson M Zenum Edilson S Ribeiro & Edson M Zenum -Abraão- Edilson S Ribeiro & Edson M Zenum Quem foi Abraão? Idoso Pai de família Profeta Pai da Fé Guerreiro Negociador Rico Amigo de Deus Pai das Nações 1. O Chamado

Leia mais

HISTÓRIA. aula Civilizações do Antigo Oriente

HISTÓRIA. aula Civilizações do Antigo Oriente HISTÓRIA aula Civilizações do Antigo Oriente Primeiras Civilizações Revolução Neolítica Domesticação de plantas e animais Nova dieta alimentar e início do sedentarismo Uso de metais e início de disputas

Leia mais

ÊXODO O LIVRO DA LIBERTAÇÃO DE ISRAEL E DA FUNDAÇÃO DA NOSSA FÉ. Paróquia São Francisco de Assis Curso Bíblico 2015

ÊXODO O LIVRO DA LIBERTAÇÃO DE ISRAEL E DA FUNDAÇÃO DA NOSSA FÉ. Paróquia São Francisco de Assis Curso Bíblico 2015 ÊXODO O LIVRO DA LIBERTAÇÃO DE ISRAEL E DA FUNDAÇÃO DA NOSSA FÉ. Paróquia São Francisco de Assis Curso Bíblico 2015 Introdução EGITO E CANAÃ NA ÉPOCA DO ÊXODO O livro do Êxodo supõe um mínimo de informações

Leia mais

A Bíblia diz que Moisés foi escolhido por Deus para liderar a saída dos hebreus do Egito, onde eram escravos, rumo à terra prometida de Canaã.

A Bíblia diz que Moisés foi escolhido por Deus para liderar a saída dos hebreus do Egito, onde eram escravos, rumo à terra prometida de Canaã. A Bíblia diz que Moisés foi escolhido por Deus para liderar a saída dos hebreus do Egito, onde eram escravos, rumo à terra prometida de Canaã. Após o reino do Egito ser atingido pelas dez pragas, o faraó

Leia mais

1 - O CRESCENTE FÉRTIL: Berço das primeiras civilizações; Atual Iraque até Egito; Grandes rios; Terras férteis.

1 - O CRESCENTE FÉRTIL: Berço das primeiras civilizações; Atual Iraque até Egito; Grandes rios; Terras férteis. 1 - O CRESCENTE FÉRTIL: Berço das primeiras civilizações; Atual Iraque até Egito; Grandes rios; Terras férteis. 2 EGITO E MESOPOTÂMIA: Estados TEOCRÁTICOS de REGADIO; - Líder = Deus ou representante dele;

Leia mais

O povo da Bíblia HEBREUS

O povo da Bíblia HEBREUS O povo da Bíblia HEBREUS A FORMAÇÃO HEBRAICA Os hebreus eram pastores nômades que se organizavam em tribos lideradas por chefes de família denominado patriarca. Principais patriarcas: Abraão, Jacó e Isaac.

Leia mais

AULA 04 PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO TURMA DE 2017 ÊXODO

AULA 04 PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO TURMA DE 2017 ÊXODO AULA 04 PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO TURMA DE 2017 ÊXODO INTRODUÇÃO Êxodo e Levíticos formam um conjunto que podemos chamar de formação da nação santa. Os livros do Pentateuco recebem em hebraico os nomes

Leia mais

REGULAMENTO OFICIAL. Alfabeto Bíblico

REGULAMENTO OFICIAL. Alfabeto Bíblico REGULAMENTO OFICIAL Alfabeto Bíblico Tem como objetivo levar o competidor a encontrar na Bíblia versículos que comecem com cada letra do alfabeto da língua portuguesa e contenham em seu texto, uma palavra-chave,

Leia mais

Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da História de Israel e dos textos do Antigo Testamento Jörg Garbers Ms. de Teologia 28.09.2013 08:00-09:30 O cativeiro babilônico e sua produção literária 09:50-11:50 A primeira

Leia mais

PANORAMA GERAL DA BÍBLIA

PANORAMA GERAL DA BÍBLIA PANORAMA GERAL DA BÍBLIA ETERNIDADE FINAL DO NT CRIAÇÃO GÊNESIS 1-2 REDENÇÃO GÊNESIS 3 ATÉ APOCALIPSE 22 VT = O SALVADOR VIRÁ NT = O SALVADOR JÁ VEIO E VOLTARÁ DEUS REVELOU SEU PLANO E SUA VERDADE AO LONGO

Leia mais

Dicas do Professor. História 6º Ano

Dicas do Professor. História 6º Ano Dicas do Professor História 6º Ano O Egito Antigo Essa frase é de um grego chamado Heródoto. Por se localizar numa região desértica - o nordeste da África -, o Egito sempre teve a sua vida ligada às águas

Leia mais

Fatos: Acontecimentos: - A criação - O dilúvio - Formação do povo de Deus - Vida no deserto - Conquista da terra prometida - As dominações

Fatos: Acontecimentos: - A criação - O dilúvio - Formação do povo de Deus - Vida no deserto - Conquista da terra prometida - As dominações O Antigo Testamento é uma coleção de 39 livros onde encontramos a história de Israel, o povo que Deus escolheu para com ele fazer uma aliança. Portanto, o Antigo Testamento é a história de um povo: mostra

Leia mais

15º Estudo 10/06/2016. O livro de Rute. Homens Fundamentais

15º Estudo 10/06/2016. O livro de Rute. Homens Fundamentais 15º Estudo 10/06/2016 O livro de Rute Homens Fundamentais O Pentateuco descreve a criação do mundo e o inicio da história humana, e em sua maior parte tem como foco Deus, como o criador e Aquele que lida

Leia mais

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução a literatura e a pesquisa da Tora e dos profetas anteriores III Jörg Garbers Ms. de Teologia Conteúdo

Leia mais

ANTIGUIDADE ORIENTAL PROFESSOR OTÁVIO

ANTIGUIDADE ORIENTAL PROFESSOR OTÁVIO ANTIGUIDADE ORIENTAL PROFESSOR OTÁVIO CARACTERISTICAS COMUNS DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES OS DOIS ELEMENTOS MAIS MARCANTES FORAM AGRICULTURA BASEADA NOS GRANDES SISTEMAS DE IRRIGAÇÃOE PODER POLÍTICO SUSTENTADO

Leia mais

A Aliança do povo hebreu com o Senhor

A Aliança do povo hebreu com o Senhor A Aliança do povo hebreu com o Senhor Não é fácil orientar-se numa floresta quando não se têm caminhos, nem trilhas. A Bíblia é como uma floresta e, se não conhecermos o caminho, facilmente poderemos nos

Leia mais

Jörg Garbers Ms. de Teologia GÊNESIS DEUTERONÔMIO INTRODUÇÃO E TEOLOGIA

Jörg Garbers Ms. de Teologia GÊNESIS DEUTERONÔMIO INTRODUÇÃO E TEOLOGIA Jörg Garbers Ms. de Teologia GÊNESIS DEUTERONÔMIO INTRODUÇÃO E TEOLOGIA O livro Gênesis Designação do livro na Bíblia A lei Tora O livro da lei de Deus O livro da lei de Moisés A palavra "gênesis Início

Leia mais

Hebreus, Fenícios e Persas

Hebreus, Fenícios e Persas Hebreus, Fenícios e Persas Os hebreus são antepassados do povo Judeu; Os estudos sobre sua história se baseiam em textos da primeira parte da Bíblia, chamado por eles de Torá; A Torá Composta por 5 livros

Leia mais

Panorama Bíblico O Pentateuco

Panorama Bíblico O Pentateuco Panorama Bíblico O Pentateuco AULA 1 GÊNESIS 01 INTRODUÇÃO A palavra Gênesis é um termo grego que significa origem, fonte, geração ou principio. No hebraico esta palavra é bereshith e significa No Princípio.

Leia mais

Conhecendo a minha Bíblia Antigo Testamento

Conhecendo a minha Bíblia Antigo Testamento Conhecendo a minha Bíblia Antigo Testamento 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina Área de Apoio de Educação Cristã Escola Bíblica Esperança A conquista e os juízes Objetivos: 1.Entender a

Leia mais

Os Hebreus e Fenícios. Prof. Filipe Carota

Os Hebreus e Fenícios. Prof. Filipe Carota Os Hebreus e Fenícios Prof. Filipe Carota 1)Respeitar Regras de Sala 2) Pedir 3) Cumprir Objetivos para aula 1 Exposição do conteúdo pelo professor; 2 Realização de atividades pelos alunos; 3 Identificar

Leia mais

A argila e a cera têm reações diferentes à mesma ação. Com o calor, a argila endurece, enquanto a cera derrete. Assim é com o coração humano, quanto

A argila e a cera têm reações diferentes à mesma ação. Com o calor, a argila endurece, enquanto a cera derrete. Assim é com o coração humano, quanto A argila e a cera têm reações diferentes à mesma ação. Com o calor, a argila endurece, enquanto a cera derrete. Assim é com o coração humano, quanto mais intenso é o seu amor de Deus, ou derrete ou endurece.

Leia mais

DEUTERONÔMIO Devarim = םירבד

DEUTERONÔMIO Devarim = םירבד DEUTERONÔMIO דברים = Devarim Autor e Data Autor Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel (1.1). Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos

Leia mais

História de Israel Aula 2. História de Israel. Ricardo Cota

História de Israel Aula 2. História de Israel. Ricardo Cota História de Israel Aula 2 História de Israel Ricardo Cota Origens de Israel Período de 2000 a 1550 a.c. (Referência Gênesis 12) Abraão partiu de Haran (MESOPOTÂMIA): Povo semi-nômade migra para a Palestina;

Leia mais

Componente: História Série: 1º Ano / Ensino Médio Professor: Otto Terra

Componente: História Série: 1º Ano / Ensino Médio Professor: Otto Terra TEXTO BASE: EGITO ANTIGO A região do Egito está localizada ao nordeste da África em uma longa faixa banhada pelo rio Nilo fazendo parte do que chamamos de Crescente Fértil. Seu clima árido faz com que

Leia mais

Antiguidade Oriental. Egito e Mesopotâmia

Antiguidade Oriental. Egito e Mesopotâmia Antiguidade Oriental Egito e Mesopotâmia As principais civilizações As principais civilizações da Antigüidade oriental são a suméria, assíria, acadiana, egípcia, hebraica, fenícia, hitita e persa. Civilização

Leia mais

Civilizações Hidráulicas

Civilizações Hidráulicas Civilizações Hidráulicas Mesopotâmia e Egito Prof. Thiago Modo de Produção Asiático Sociedades ditas Hidráulicas ou de Regadio; Ausência da propriedade privada; Base social aldeã; Intervenção estatal na

Leia mais

HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS

HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS CAPÍTULO 5 HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS Hebreus n Os hebreus eram semitas originários da Mesopotâmia. n Por volta de 2000 a.c., estabeleceram-se na Palestina. n Eram monoteístas: acreditavam em apenas um

Leia mais

PARÓQUIA SANTA RITA DE CÁSSIA DIOCESE DE JUNDIAÍ

PARÓQUIA SANTA RITA DE CÁSSIA DIOCESE DE JUNDIAÍ PARÓQUIA SANTA RITA DE CÁSSIA DIOCESE DE JUNDIAÍ Material Estudo Bíblico Parte I Apresentação Pe Antônio 24/08 A BÍBLIA SAGRADA Palavra de Deus. Deus fala ao seu povo Deus se revela, se manifesta, intervém

Leia mais

Panorama Bíblico O Pentateuco

Panorama Bíblico O Pentateuco Panorama Bíblico O Pentateuco AULA 2 - ÊXODO 01 - INTRODUÇÃO Êxodo é o registro de nascimento do povo de Israel. O Egito foi O ventre onde esta nação foi gerada, ali Jacó chegou com 70 pessoas e se tornaram

Leia mais

Josué, um líder escolhido por Deus

Josué, um líder escolhido por Deus Josué, um líder escolhido por Deus Introdução Josué é um livro com profundas verdades espirituais. Ele nos inspira a sermos corajosos e nos orienta, a enfrentar as batalhas espirituais, confiando em Deus

Leia mais

O PENTATEUCO. servo, além de instruções a respeito do próprio Deus e como Ele conduz o universo.

O PENTATEUCO. servo, além de instruções a respeito do próprio Deus e como Ele conduz o universo. Lição 3 O PENTATEUCO Introdução A compreensão do Pentateuco, nome dado aos 5 livros escritos por Moisés no período do êxodo de Israel (Gênesis a Deuteronômio), que traduzido significa, cinco rolos, é fundamental

Leia mais

ASSEMBLÉIA DE DEUS MADUREIRA

ASSEMBLÉIA DE DEUS MADUREIRA ASSEMBLÉIA DE DEUS MADUREIRA GEOGRAFIA Aula 3 Terras Bíblicas Sul da Europa Oriente Médio Ásia Menor Norte da África Impor tantancientlands Terras Bíblicas Importantes Terras da Antigüidade Roma Macedônia

Leia mais

Sociedades urbanas e primeiros Estados. Profª Ms. Ariane Pereira

Sociedades urbanas e primeiros Estados. Profª Ms. Ariane Pereira Sociedades urbanas e primeiros Estados Profª Ms. Ariane Pereira Introdução A Revolução Agrícola proporcionou o surgimento dos primeiros núcleos urbanos e os primeiros Estados; As primeiras cidades foram

Leia mais

Panorama do AT-Josué

Panorama do AT-Josué Panorama do AT-Josué Título hebraico: Joshua, Yeoshua:Javé é salvação Autor: Josué e outros:conquista de Hebrom por Calebe, vitória de Otniel, migração para Dã. Provavelmente compilado depois por algum

Leia mais

ANTIGUIDADE ORIENTAL 1 -O CRESCENTE FÉRTIL:

ANTIGUIDADE ORIENTAL 1 -O CRESCENTE FÉRTIL: ANTIGUIDADE ORIENTAL 1 -O CRESCENTE FÉRTIL: Berço das primeiras civilizações; Atual Iraque até Egito; Grandes rios; Terras férteis. 2 EGITO E MESOPOTÂMIA: Impérios TEOCRÁTICOSde REGADIO; -Líder = Deus

Leia mais

O nome reflete a personagem principal do livro. As narrativas do livro têm o seu centro na pessoa de Josué.

O nome reflete a personagem principal do livro. As narrativas do livro têm o seu centro na pessoa de Josué. Jörg Garbers JOSUÉ JUÍZES INTRODUÇÃO E TEOLOGIA 1 JOSUÉ E JUÍZES A. 1.1 JOSUÉ - INTRODUÇÃO 1.1.1 NOME O nome reflete a personagem principal do livro. As narrativas do livro têm o seu centro na pessoa de

Leia mais

Aprenda a diferença entre hebreu, israelita e judeu?

Aprenda a diferença entre hebreu, israelita e judeu? Aprenda a diferença entre hebreu, israelita e judeu? Aprenda a diferença entre hebreu, israelita e judeu? Tassos Lycurgo Sempre que falamos sobre judaísmo, surge uma pergunta que parece simples, mas pode

Leia mais

HISTÓRIA. Antiguidade Oriental Parte 2. Profª. Eulália Ferreira

HISTÓRIA. Antiguidade Oriental Parte 2. Profª. Eulália Ferreira HISTÓRIA Parte 2 Profª. Eulália Ferreira Mesopotâmicos Mesopotâmia "terra entre rios A Mesopotâmia foi uma região por onde passavam muitos povos nômades oriundos de diversas localidades. A terra fértil

Leia mais

Sociedades da Antiguidade Oriental. Profª. Maria Auxiliadora

Sociedades da Antiguidade Oriental. Profª. Maria Auxiliadora Sociedades da Antiguidade Oriental Profª. Maria Auxiliadora 1 Crescente Fértil Impérios Teocráticos de Regadio Civilizações Hidráulicas Berço das primeiras civilizações; Egito e Mesopotâmia; Grandes rios;

Leia mais

Mas depois de anos esperando o filho que lhe fora prometido, Deus pediu a Abraão para Lhe dar o filho de volta.

Mas depois de anos esperando o filho que lhe fora prometido, Deus pediu a Abraão para Lhe dar o filho de volta. Aventuras em Hebreus 11, 3 a Parte A menos que seja indicado o contrário, todos os versículos foram extraídos da Edição Contemporânea de João Ferreira de Almeida. Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova,

Leia mais

O livro continua a avaliação do sentido e da função da autoridade.

O livro continua a avaliação do sentido e da função da autoridade. O 2º Livro de Samuel continua a narração do primeiro. O núcleo do livro é a figura de DAVI, cuja história começa no 1º livro de Samuel capítulo 16. O 2º livro traz também, as lutas dos pretendentes para

Leia mais

Lição 10 para 2 de setembro de 2017

Lição 10 para 2 de setembro de 2017 Lição 10 para 2 de setembro de 2017 OS DOIS PACTOS Em Gálatas 4:21-31, Paulo apresenta a oposição entre a salvação pela fé e a salvação pelas obras usando uma alegoria: O filho da livre (Sara), em oposição

Leia mais

NÃO TERÁS OUTROS DEUSES

NÃO TERÁS OUTROS DEUSES NÃO TERÁS OUTROS DEUSES Esboço I. A AUTORIDADE DA LEI 1. A fórmula introdutória do Decálogo. 2. As partes do concerto. 3. O Senhor do universo. 4. A libertação do Egito. II. O PRIMEIRO MANDAMENTO 1. Um

Leia mais

Geografia Bíblica. De Adão a Ararate

Geografia Bíblica. De Adão a Ararate Geografia Bíblica De Adão a Ararate Geografia Bíblica O mundo antigo Geografia Bíblica Localize-se Geografia Bíblica Voltando a Ararate: Encontra-se na Armênia entre os lagos Vã e Urmia Descendentes de

Leia mais

Nas sociedades hidráulicas apenas as categorias sacerdotais, militares e burocratas têm controle dos saberes letrados. Os textos em geral sacralizam

Nas sociedades hidráulicas apenas as categorias sacerdotais, militares e burocratas têm controle dos saberes letrados. Os textos em geral sacralizam ilwyzx Nas sociedades hidráulicas apenas as categorias sacerdotais, militares e burocratas têm controle dos saberes letrados. Os textos em geral sacralizam a natureza, ritualizam as relações humanas meio

Leia mais

Assunto. A presença de Deus no meio de Seu povo

Assunto. A presença de Deus no meio de Seu povo Assunto A presença de Deus no meio de Seu povo 70 almas Israel torna-se grande em número Novo Faraó - antipatia e crueldade Escravidão dos descendentes de Israel Quanto mais opressão, mais numerosos se

Leia mais

04. PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

04. PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES 04. PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES Crescente Fértil: localização e importância Entre o nordeste da África e parte da Ásia ocupada por diversos povos desde tempos remotos destaque para os egípcios e mesopotâmicos

Leia mais

ÊXODO INTRODUÇÃO DIVISÃO FATOS IMPORTANTES

ÊXODO INTRODUÇÃO DIVISÃO FATOS IMPORTANTES INTRODUÇÃO DIVISÃO FATOS IMPORTANTES Êxodo ( saída ou partida ) Também é chamado de O Livro da Aliança : Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas. Por quem foi escrito (autor)? Moisés. Em qual

Leia mais

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes 4ª FASE Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes Unidade II Natureza-Sociedade: questões ambientais 2 Aula 8.1 Conteúdo Hebreus, Fenícios e Persas. 3 Habilidade Identificar as principais características físicas,

Leia mais

HISTÓRIA GERAL AULA 2

HISTÓRIA GERAL AULA 2 HISTÓRIA GERAL AULA 2 REVISANDO... PRÉ-HISTÓRIA PALEOLÍTICO NEOLÍTICO IDADE DOS METAIS A HISTÓRIA IDADE ANTIGA HISTÓRIA IDADE MÉDIA IDADE MODERNA I. CONTEMPORÂNEA REVISANDO... PRÉ-HISTÓRIA PALEOLÍTICO

Leia mais

Revisão 7º Islamismo. Professora Esp. Schirley Pimentel

Revisão 7º Islamismo. Professora Esp. Schirley Pimentel Revisão 7º Islamismo Professora Esp. Schirley Pimentel TEXTO DE REVISÃO PARA A PROVA DE HISTÓRIA O MUNDO ISLÂMICO É denominado de mundo islâmico, ou mundo muçulmano, o conjunto de países que tem como principal

Leia mais

A BÍBLIA DESENTERRADA?

A BÍBLIA DESENTERRADA? A BÍBLIA DESENTERRADA? Uma reflexão, à luz da arqueologia bíblica, em resposta às recentes críticas sobre a historicidade dos relatos das Sagradas Escrituras Deivinson Bignon Todos os direitos reservados

Leia mais

A ALIANÇA DE ABRAÃO: OS PRIMÓRDIOS DO SISTEMA PATRIARCAL HEBRAICO

A ALIANÇA DE ABRAÃO: OS PRIMÓRDIOS DO SISTEMA PATRIARCAL HEBRAICO A ALIANÇA DE ABRAÃO: OS PRIMÓRDIOS DO SISTEMA PATRIARCAL HEBRAICO CORDEIRO, Eduardo Cristiano Vaine (FAFIPA) PIRATELI, Marcos Roberto (FAFIPA) Introdução O presente texto tem como objetivos Investigar

Leia mais

OS LIVROS HISTÓRICOS JUIZES

OS LIVROS HISTÓRICOS JUIZES Lição 6 OS LIVROS HISTÓRICOS JUIZES Introdução O livro de Juízes retrata um período anterior à monarquia em Israel e posterior à ocupação da terra prometida. Este intervalo é caracterizado pela adaptação

Leia mais

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA O Egito está situado no Nordeste da África em meio a dois imensos desertos: o da Líbia e o da Arábia.

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA O Egito está situado no Nordeste da África em meio a dois imensos desertos: o da Líbia e o da Arábia. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA O Egito está situado no Nordeste da África em meio a dois imensos desertos: o da Líbia e o da Arábia. O Egito Antigo possuía um território estreito e comprido que compreendia duas

Leia mais

Hb 11:2 Porque por ela os antigos alcançaram testemunho.

Hb 11:2 Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. 1 Capítulo 11 A natureza da fé é exemplo da fé tirados do Antigo Testamento Hb 11:1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Hb 11:2 Porque por ela

Leia mais

Descrição Aliança Referência. Instruções de conservação e leitura pública Garantias/Leitura Dt. 27:2-3

Descrição Aliança Referência. Instruções de conservação e leitura pública Garantias/Leitura Dt. 27:2-3 Introdução ao Livro de Deuteronômio - A nova geração Ao contrário do que o nome, vindo do grego, sugere, Deuteronômio não se trata de uma segunda lei, mas é uma recapitulação, para a nova geração pós-êxodo,

Leia mais

Mensagem #2 - As Origens. Da criação ao Judaísmo Quinta-feira, 17 de Março de 2016

Mensagem #2 - As Origens. Da criação ao Judaísmo Quinta-feira, 17 de Março de 2016 Conheça sua Bíblia - Uma visão panorâmica das Escrituras Mensagem #2 - As Origens. Da criação ao Judaísmo Quinta-feira, 17 de Março de 2016 Colocamos em sua folha um gráfico que ajuda a compreender a evolução

Leia mais

AULA 13 - GÊNESIS. Profecias de Jacó (Gn 49) 29/07/ Rubén 2-Simeão 3-Levi 4-Judá 10-Zebulom 9-Issacar

AULA 13 - GÊNESIS. Profecias de Jacó (Gn 49) 29/07/ Rubén 2-Simeão 3-Levi 4-Judá 10-Zebulom 9-Issacar AULA 13 - GÊNESIS Profecias de Jacó (Gn 49) Gn 49. 4 Gn 49. 5-6 1-Rubén 2-Simeão 3-Levi 4-Judá 10-Zebulom 9-Issacar 5-Dã 7-Gade 8-Aser 6-Naftali 11-José 12-Benjamim Manassés Efraim 1 As 12 tribos de Israel

Leia mais

A ELEIÇÃO DE DEUS RM

A ELEIÇÃO DE DEUS RM PALAVRA DA CÉLULA A PERPLEXIDADE DE PAULO RM 9.1 5 No verso 1 lemos que o Espírito Santo testemunha em nossa consciência, o que mostra que a consciência é uma função do espírito humano. Paulo está preocupado

Leia mais

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia

Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT. Jörg Garbers Ms. de Teologia Introdução e visão geral da história, estrutura e teologia do AT Jörg Garbers Ms. de Teologia Jhwh e os deuses Jörg Garbers Ms. de Teologia Escrita e pronúncia O textos hebraico antigo somente escreve

Leia mais

Pentateuco. Êxodo. Introdução Geral 1. Cf. Richard J. CLIFFORD Roland E. MURPHY, "Esodo" in Nuovo Grande Commentario Biblico,

Pentateuco. Êxodo. Introdução Geral 1. Cf. Richard J. CLIFFORD Roland E. MURPHY, Esodo in Nuovo Grande Commentario Biblico, 47 1 - Título Êxodo Introdução Geral 1 O livro do Êxodo é o segundo livro da Tôrāh ou. Este livro é, em grande parte, uma compilação que reúne diversas tradições sobre a saída do Egito e época do deserto.

Leia mais

PAINEL HISTÓRICO: Maria e seu tempo

PAINEL HISTÓRICO: Maria e seu tempo Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo. - O Espírito da Verdade PAINEL HISTÓRICO: Maria e seu tempo Mario Danner

Leia mais

PARA NÃO ESQUECER. Blog IEBU:

PARA NÃO ESQUECER. Blog IEBU: Duas tarefas realizadas na aula anterior: 1ª) memorizar o versículo-chave; 2ª) Aprender a classificar os livros do Antigo Testamento, enumerandoos sequencialmente. Parabéns à classe! Blog IEBU: www.iebu.wordpress.com

Leia mais

586 a.c. Jerusalém foi invadida pelos exércitos de Babilônia

586 a.c. Jerusalém foi invadida pelos exércitos de Babilônia Anésio Rodrigues A vida continua 586 a.c Jerusalém foi invadida pelos exércitos de Babilônia 586 a.c Jerusalém foi invadida pelos exércitos de Babilônia 586 a.c Jerusalém foi invadida pelos exércitos de

Leia mais

A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI)

A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI) A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI) Teologia Bíblica da Missão de Deus Paulo Adolfo A Revelação e a Missão de Deus (Missio Dei) Objetivos da matéria: 1. Apresentar as bases bíblicas para o projeto

Leia mais

História do povo bíblico

História do povo bíblico História do povo bíblico Ao contrário das outras religiões, o Judaísmo não se pode considerar como o produto directo de uma única revelação, num determinado momento e espaço muito específicos. Trata-se

Leia mais

COMO USAR O CHECKLIST

COMO USAR O CHECKLIST COMO USAR O CHECKLIST Este Checklist é uma maneira fácil de ler partes chaves da Bíblia em apenas alguns minutos de cada vez. Se você ler duas por semana, terá lido as histórias básicas das Escrituras

Leia mais

Conhecendo a minha Bíblia Antigo Testamento

Conhecendo a minha Bíblia Antigo Testamento Conhecendo a minha Bíblia Antigo Testamento 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina Área de Apoio de Educação Cristã Escola Bíblica Esperança Examinai as Escrituras... porque são elas que testificam

Leia mais

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL IEGI Lição 47 LIVROS HISTÓRICOS JOSUÉ 11 AO 15 Domingo 21 de novembro de 2010

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL IEGI Lição 47 LIVROS HISTÓRICOS JOSUÉ 11 AO 15 Domingo 21 de novembro de 2010 ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL IEGI Lição 47 LIVROS HISTÓRICOS JOSUÉ 11 AO 15 Domingo 21 de novembro de 2010 Salmos 119:97 Oh! Quanto amo a tua lei, é a minha meditação em todo o dia. Estes capítulos descrevem

Leia mais

O ESPIRITISMO E O ANTIGO TESTAMENTO:

O ESPIRITISMO E O ANTIGO TESTAMENTO: O ESPIRITISMO E O ANTIGO TESTAMENTO: ESAÚ E JACÓ NA CODIFICAÇÃO ESPÍRITA, Allan Kardec não incluiu o Velho Testamento, e não foi por acaso. Os espíritas devem se dedicar ao estudo da codificação que não

Leia mais

b) Qual a melhor condição para que o egípcio comece a semear a terra? R.:

b) Qual a melhor condição para que o egípcio comece a semear a terra? R.: PROFESSOR: EQUIPE DE HISTÓRIA BANCO DE QUESTÕES - HISTÓRIA - 6º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ============================================================================================== 01- Heródoto, o principal

Leia mais

Aulas 6 e 7. A Antiguidade Oriental

Aulas 6 e 7. A Antiguidade Oriental Aulas 6 e 7 A Antiguidade Oriental Hebreus (Monoteísmo e judaísmo) III- I- Local: Economia: região da agricultura, Palestina pastoreio ( Canaã (rio ou Jordão) terra prometida ). e comércio Atualmente:

Leia mais

PANORAMA GERAL DA BÍBLIA

PANORAMA GERAL DA BÍBLIA PANORAMA GERAL DA BÍBLIA ETERNIDADE FINAL DO NT CRIAÇÃO GÊNESIS 1-2 REDENÇÃO GÊNESIS 3 ATÉ APOCALIPSE 22 VT = O SALVADOR VIRÁ NT = O SALVADOR JÁ VEIO E VOLTARÁ DEUS REVELOU SEU PLANO E SUA VERDADE AO LONGO

Leia mais

Antiguidade: - MESOPOTÂMIA - POVOS DA PALESTINA - PERSAS

Antiguidade: - MESOPOTÂMIA - POVOS DA PALESTINA - PERSAS Antiguidade: - MESOPOTÂMIA - POVOS DA PALESTINA - PERSAS Mesopotâmia Sumérios e Acádios (3.500a.C. aprox.) Organização em cidades-estado > Patesis. Agricultura irrigada por canais. Criação da escrita cuneiforme.

Leia mais

OS LIVROS SAMUEL E REIS

OS LIVROS SAMUEL E REIS OS LIVROS SAMUEL E REIS INTRODUÇÃO, TEOLOGIA E HISTÓRIA Jörg Garbers Ms. de Teologia INTRODUÇÃO Nome Reflete as pessoas centrais dos livros Os profetas anteriores (Js 2Rs, menos Rut e Crônicas) História

Leia mais

MINISTÉRIOS DA GRAÇA NO BRASIL DEPARTAMENTO DE TREINAMENTO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO VELHO TESTAMENTO

MINISTÉRIOS DA GRAÇA NO BRASIL DEPARTAMENTO DE TREINAMENTO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO VELHO TESTAMENTO MINISTÉRIOS DA GRAÇA NO BRASIL DEPARTAMENTO DE TREINAMENTO SETE - SISTEMA DE ENSINO TEOLÓGICO POR EXTENSÃO DISCIPLINA: SÍNTESE DO VELHO TESTAMENTO I INSTRUTOR: PR. URIAN RIOS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO VELHO

Leia mais

O livro continua a avaliação do sentido e da função da autoridade.

O livro continua a avaliação do sentido e da função da autoridade. O 2º Livro de Samuel continua a narração do primeiro. O núcleo do livro é a figura de DAVI, cuja história começa no 1º livro de Samuel capítulo 16. O livro traz também as lutas dos pretendentes para suceder

Leia mais

Linha do tempo. A História é a grande mestra. Aprendamos dela! Importa saber ler

Linha do tempo. A História é a grande mestra. Aprendamos dela! Importa saber ler Linha do tempo A História é a grande mestra Aprendamos dela! Importa saber ler 1 Como ler a História Linha reta: tudo já está determinado. Não há participação, nem liberdade Círculo: tudo se repete. O

Leia mais