Regulamento Concurso - Real Vinícola -

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1 Regulamento Concurso - Real Vinícola - Artigo 1.º - Enquadramento O presente concurso é uma iniciativa promovida pela de Matosinhos que tem em vista enriquecer o programa funcional do complexo de edifícios da Real Vinícola, sito na Avenida Menéres, em Matosinhos Sul, o qual se encontra atualmente a ser alvo de reabilitação. Edificado entre 1897 e 1901 pela sociedade Meneres e Cª, o edifício da Real Vinícola foi a primeira unidade industrial de Matosinhos-Sul, então designada Areal do Prado e, ocupando um quarteirão, destaca-se dos restantes edifícios da zona, porque a sua estrutura foi inspirada nos modelos que tinham sido utilizados em Inglaterra nas primeiras explorações agrícolas industrializadas. Trata-se de uma estrutura de alvenaria de pedra, coberta por telha, que assenta sobre pilares de ferro e asnas de madeira, possuindo um grande pátio onde terminava a linha férrea que fazia ligação às docas do Porto de Leixões, tendo sofrido poucas alterações ao longo do tempo, à exceção do torreão edificado em 1903, e das obras de decoração da fachada em Com a falência da sociedade proprietária do imóvel no ano de 1930, que levou ao encerramento da Real Vinícola e à progressiva degradação do antigo complexo industrial, o edificado foi adquirido pela Câmara Municipal de Matosinhos no ano de 2000, tendo sido considerado como Valor Cultural e Patrimonial no Plano de Urbanização de Matosinhos Sul, da autoria do arquiteto Álvaro Siza Vieira, vindo a ser classificado, no âmbito deste, como Edificação a Salvaguardar. O projeto de reabilitação, que se encontra atualmente em curso, consiste na recuperação das características arquitetónicas e construtivas de todos os edifícios do complexo, bem como na consolidação estrutural dos mesmos e na intervenção ao nível dos seus interiores, de forma a adaptá-los às exigências funcionais, de conforto e segurança exigidas por lei. Em matéria de programação funcional, os 8 edifícios que compõem o complexo da Real Vinícola (identificados na planta que em anexo ao presente regulamento), foram projetados para os seguintes fins: Acolher a Casa da Arquitetura (edifícios B, C e D) e a Orquestra de Jazz de Matosinhos (edifício H); Dispor de um espaço de restauração/ cafetaria (edifício E) e de um espaço coberto onde poderão ser realizados diversos eventos, tais como feiras, mercados, concertos, palestras, entre outros (edifício F); Espaços a arrendar a entidades externas (edifícios A e G). Artigo 2.º - Objeto 1. O presente concurso incide, exclusivamente, sobre a ocupação funcional dos edifícios A (fração 01), G (frações 02 a 14) e E (fração 16), e visa atrair, identificar e avaliar ideias diferenciadoras e concretas da parte de promotores que aí se pretendam instalar. 2. As propostas vencedoras do presente concurso passarão a uma segunda fase, que consistirá numa negociação direta entre os respetivos promotores e a de Matosinhos. Artigo 3.º - Entidade promotora O presente concurso é uma iniciativa da de Matosinhos.

2 Artigo 4.º - Concorrentes Serão admitidas a concurso pessoas singulares ou coletivas, desde que as mesmas se assumam como promotores da atividade a desenvolver, devendo apresentar os seguintes elementos: Documentos de identificação: Cópia do bilhete de identidade e do cartão de contribuinte (pessoa singular); certidão permanente, ou respetivo código de acesso (pessoa coletiva) Contactos: morada, telefone e endereço eletrónico Proposta de ocupação, nos termos do previsto no art.º 6.º Artigo 5.º - Requisitos As propostas submetidas ao concurso deverão consubstanciar-se num contributo efetivo para a concretização dos fins que presidem a intervenção de reabilitação de todo o edificado da Real Vinícola, a saber: Promover a preservação do património e da memória industrial de Matosinhos; Alavancar o esforço de regeneração urbana e dinamização cultural e económica da zona em que se encontre implantado; Disponibilizar valências que possam ser fruídas pela população; Assegurar a rentabilização parcial do investimento municipal realizado. Artigo 6.º - Propostas 1. A formalização da candidatura ao concurso é feita através do envio da proposta (em formato papel ou digital), para os contactos referidos no artigo 9.º, devendo ser instruídas com: a) Descrição detalhada da atividade a desenvolver b) Identificação da área de implantação pretendida (m2) c) Valor de renda a pagar 2. As ideias a apresentar, para além de terem de estar alinhadas com os requisitos previstos no art.º 5.º, devem corresponder a eventuais necessidades de mercado, nos mais diversos domínios de oferta e, desejavelmente, com ligação à temática da cultura artística, devendo ser sustentadas através de uma estrutura sintética de plano de negócios e, caso seja aplicável, uma breve descrição acerca da experiência profissional do proponente (pessoa singular ou coletiva). 3. No caso da proposta a apresentar prever a ocupação da fração 16, isoladamente ou em conjunto com outras frações, esta deverá respeitar ainda as seguintes condições: a) O modelo de negócio a implementar deverá assegurar uma oferta de serviço de cafetaria adequado e com capacidade de resposta para os utilizadores dos edifícios B, C, D e H, cuja funcionalidade está identificada no artigo 1.º. b) Para além da ocupação da fração 15, se a proposta contemplar outras frações, deverá nestes casos ser justificada a pertinência e mais-valia que daí resultará, identificando o tipo de sinergias subjacentes. 4. A área de implantação a propor terá de respeitar o definido no art.º 7.º.

3 5. Relativamente ao valor da renda a pagar, a mesma terá que resultar da área de implantação proposta e respeitando o valor mínimo base que foi fixado para o presente concurso, no montante de 8/m2. Artigo 7.º - Áreas de implantação possíveis 1. A área de implantação pretendida a apresentar, nos termos da alínea b) do n.º 1 do art.º 6, terá que corresponder, no mínimo, à área de uma das frações alvo do presente concurso, podendo os concorrentes, caso entendam, indicar qual a fração, ou conjunto de frações, que gostariam de ocupar. 2. Para efeitos do disposto no número anterior, as frações a concurso têm as seguintes áreas de implantação definidas: Fração m2 Fração m2 Frações 03 a m2/cada Fração m2 Frações 08 a m2/ cada Fração m2 3. Em termos de adaptações construtivas, todas as frações estão preparadas para contemplar instalações sanitárias, para além do facto de que, à exceção da fração 01, todas as restantes permitem a construção de mezzanine, possibilitando um aumento da área disponível em até cerca de 70%. 4. Todas as frações, sem prejuízo do disposto no ponto seguinte, serão entregues aos futuros arrendatários no estado de paredes nuas, com piso térreo e devidamente infraestruturadas para efeitos de instalação de eletricidade, água e comunicações. Quaisquer adaptações construtivas necessárias para implementação do projeto, nas quais se incluem as previstas no ponto 3, ficarão a cargo dos arrendatários que vierem a ocupar as mesmas, cabendo à de Matosinhos o acompanhamento e fiscalização das mesmas. 5. No caso da fração 16, não obstante o do disposto no ponto anterior, o espaço será entregue já infraestruturado com sanitários e cozinha não equipada. Artigo 8.º - Esclarecimentos e visita às instalações 1. O processo do concurso encontra-se disponível no sítio do Município onde pode ser consultado e copiado gratuitamente. 2. Os interessados poderão visitar as instalações durante o período para apresentação das propostas. 3. Caso os interessados pretendam efetuar uma consulta do processo em suporte físico ou solicitar agendamento de visita às instalações, deverão contactar a Divisão de Serviços Jurídicos, Contencioso e Património, da de Matosinhos, dirigindo-se para o efeito à Loja do Munícipe ou através dos seguintes meios de contacto: / mail@cm-matosinhos.pt Artigo 9.º - Prazos de candidatura e locais de entrega O concurso inicia dia 9 de maio, sendo apenas aceites candidaturas entregues até ao dia 15 de junho de 2016 da seguinte forma:

4 todos os dias úteis, das 9:00h às 17:00h, na Loja do Munícipe, Edifício dos Paços do Concelho - Av. D. Afonso Henriques, Matosinhos, ou enviadas por correio para o mesmo endereço através do envio para o seguinte mail@cm-matosinhos.pt Artigo 10.º - Processo de Avaliação 1. As propostas apresentadas serão avaliadas por um júri presidido pelo Presidente da Câmara e compostos pelos Vereadores: 1.1 Dr. Eduardo Nuno Rodrigues e Pinheiro 1.2 Dr.ª Joana Mafalda Felício Ferreira 1.3 Fernando Manuel Silva Alves Rocha 1.4 Antonio Fernando Gonçalves Correia Pinto 1.5 Dr.ª Maria de Lurdes Carvalho Gomes da Silva Queirós 1.6 Dr. José Pedro Rodrigues 2. A avaliação será efetuada de acordo com os seguintes critérios de análise: A) Grau de enquadramento e adequação para com o programa funcional do complexo da Real Vinícola B) Grau de originalidade e inovação no quadro da dinâmica do desenvolvimento económico e cultural local C) Experiência profissional relevante da entidade e/ou do promotor D) Valor por m2 de renda proposto 3. A pontuação a atribuir aos critérios A, B e C acima referidos, varia numa escala de algarismos inteiros que vai de 0 até 5 pontos, em que o 0 corresponde a Não satisfaz e o 5 corresponde a Satisfaz globalmente. 4. As propostas que obtenham uma pontuação igual ou superior a 4 no somatório dos critérios A, B e C, passam imediatamente à segunda fase, sem prejuízo do disposto nos pontos seguintes. 5. Serão automaticamente excluídas as propostas que apresentem um valor de renda por m2 inferior ao valor mínimo base identificado no ponto 3 do art.º 6.º do presente regulamento. 6. O critério de análise D, valor por m2 de renda proposto, será tido em conta nas situações cuja proposta não atinja o nível de pontuação mencionado no ponto 4, designadamente para efeitos do disposto no ponto seguinte. 7. Para além das propostas que reúnam o mérito previsto no ponto 4 anterior, o júri poderá selecionar um conjunto adicional de propostas vencedoras que passam à segunda fase referida no ponto 2 do art.º 2.º. Artigo 11.º - Divulgação dos resultados A divulgação dos resultados do presente concurso será feita por comunicação a todos os concorrentes. Da decisão do júri não haverá recurso. Artigo 12.º - Recurso

5 Artigo 13.º - Propriedade intelectual A todas as ideias e projetos apresentados é garantido o direito de propriedade intelectual pelos seus proponentes. Artigo 14.º - Disposições finais 1. À de Matosinhos, na qualidade de entidade promotora, reserva-se o direito de proceder a alterações ao regulamento que entender convenientes e adequadas à prossecução dos objetivos definidos no artigo 2.º, competindo-lhe, ainda, interpretar as dúvidas e omissões que possam surgir. 2. A ocupação efetiva dos espaços a concurso está prevista para Janeiro de 2017, sem prejuízo desta data vir a sofrer alterações em função do andamento dos trabalhos de reabilitação de todo o edificado da Real Vinícola.

6 Matosinhos Anexo I Planta Real Vinícola