PROJETO DE LEI Nº 323/2012 Poder Executivo
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- Lucinda Almada Palhares
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1 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 21 de dezembro de PRO 1 PROJETO DE LEI Nº 323/2012 Poder Executivo Reestrutura o Conselho Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul CES/RS, criado pela Lei nº , de 31 de janeiro de Art. 1 O Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul - CES/RS, criado pela Lei nº , de 31 de janeiro de 1994, é a instância colegiada do Sistema Único de Saúde SUS estadual do Rio Grande do Sul, com autonomia administrativa e financeira, dotado de orçamento próprio. Parágrafo único. O CES/RS tem caráter permanente, propositivo, deliberativo, normativo e fiscalizador, atuando na formulação estratégica, no acompanhamento, no controle e na avaliação da Política Estadual de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. Art. 2 A composição do CES/RS é de cinqüenta e dois membros titulares, com o mesmo número de suplentes, garantida a paridade dos usuários em relação ao conjunto dos demais segmentos, assim distribuídos: I- 50% (cinqüenta por cento) de entidades e movimentos representativos de usuários; II- 25% (vinte e cinco por cento) de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; e III- 25% (vinte e cinco por cento) de representação de governo e prestadores de serviços ao SUS. 1º O processo de escolha das entidades e movimentos representativos dos usuários, das entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde, do Poder Executivo e das entidades representativas de prestadores de serviço do SUS e de seus respectivos suplentes será definido pelo Regimento Interno do CES/RS. 2º A participação de órgãos, entidades e Movimentos Sociais terá como critério a representatividade e a abrangência do conjunto da sociedade, no âmbito estadual. 3º O Gestor Estadual do SUS é membro nato do CES/RS. Art. 3º Os conselheiros serão nomeados pelo Governador do Estado, mediante a indicação formal apresentada ao CES/RS pelas respectivas entidades, movimentos sociais e órgãos públicos que representam. Parágrafo único. As entidades, Movimentos Sociais e os órgãos públicos referidos neste artigo terão autonomia e independência para indicar a substituição de seus respectivos representantes mediante indicação formal ao CES/RS. Art. 4º O conselheiro titular, ou o respectivo suplente representando o titular, que deixar de comparecer a três reuniões consecutivas ou seis intercaladas no período de um ano, sem motivo justificado, perderá a função. 1º Caso o conselheiro titular ou respectivo suplente representando o titular, que substituir o conselheiro destituído da função, voltar a cometer a mesma falta descrita no caput deste artigo, a respectiva entidade, Movimento Social ou órgão público perderá a representação. 2º Não se aplica o disposto no 1º deste artigo ao Gestor Estadual do SUS. Art. 5º A decisão do CES é consubstanciada em Resolução, Deliberação e Moção.
2 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 21 de dezembro de PRO 2 1º O Secretário de Estado da Saúde deve homologar a Resolução ou apresentar negativa justificada no prazo de trinta dias da sua aprovação. 2º No caso da não homologação, o Plenário do CES/RS tem o prazo de quinze dias contados do recebimento da justificativa para aceitar ou não a negativa de aprovação. 3º Em caso de não acolhimento, a Resolução será publicada e terá validade e eficácia imediata. Art. 6º São instâncias do CES/RS: I Plenário; II Mesa Diretora; III - Comissões Permanentes; IV - Comissões Especiais; e V Grupos de Trabalhos. 1º O Plenário é a instância máxima de deliberação com as seguintes competências: I - aprovar o Regimento Interno; II - emitir Resolução, Deliberação e Moção; e III - eleger a Mesa Diretora. 2º A Mesa Diretora, órgão de coordenação administrativa do CES/RS, composta por oito membros, respeitando a proporcionalidade prevista no art. 2º desta Lei, será eleita para um período de três anos, sendo permitidas reconduções de seus componentes. 3º A organização da Mesa Diretora e das demais instâncias será definida no Regimento Interno do CES/RS. Art. 7º A estrutura administrativa do CES/RS será prevista no Regimento Interno e aprovada pelo seu Plenário. Art. 8º Ao CES/RS compete, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo: I - acompanhar, analisar e fiscalizar o Sistema Único de Saúde SUS do Rio Grande do Sul; II aprovar o Plano Estadual de Saúde e fiscalizar a sua execução; III - fiscalizar a Política Estadual de Saúde, a movimentação e o destino dos recursos na execução Orçamentária da Secretaria da Saúde do Estado; IV - aprovar as políticas setoriais de saúde e fiscalizar sua execução; V - aprovar previamente a política de saúde pública da Proposta do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual da Secretaria Estadual de Saúde; VI - aprovar o Plano de Aplicação e a Prestação de Contas do Fundo Estadual de Saúde e fiscalizar sua movimentação; VII - aprovar o Relatório de Gestão do SUS apresentado pelo Gestor Estadual; VIII - avaliar e fiscalizar o prestador de serviços de saúde pública a ser contratado para atuar de forma complementar ao SUS; IX - aprovar os critérios para a celebração de contratos, convênios e assemelhados, no setor público e entre o setor público e setor privado para a prestação de serviços do SUS; X - aprovar previamente os convênios firmados pela SES; XI - apreciar e deliberar sobre os contratos, assemelhados e seus termos aditivos firmados pela SES; XII - aprovar os critérios de credenciamento de entidades do setor privado para integrar o SUS e fiscalizar a sua atuação;
3 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 21 de dezembro de PRO 3 XIII - aprovar o Regimento Interno e propor o Regulamento da Conferência Estadual de Saúde ordinária e extraordinária, bem como, convocar a Conferência extraordinária; XIV - promover a ampla descentralização das ações e serviços de saúde, bem como os recursos financeiros; XV - aprovar as diretrizes e normas para a formação e funcionamento de Conselho Regional de Saúde, como extensão administrativa descentralizada e subordinada ao CES/RS, bem como fiscalizar a correta constituição de sua composição e atuação no controle social regional do SUS; XVI - fomentar o desenvolvimento de conselho municipal, distrital e local de saúde e conselho gestor, bem como fiscalizar a legalidade de sua composição e atuação; XVII - aprovar os critérios e valores complementares à tabela nacional de remuneração de serviços, e os parâmetros estaduais de cobertura assistencial; e XVIII - outras atribuições definidas em lei federal e em atos complementares, editados pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde, que se referem a Gestão do Sistema Único de Saúde SUS. Art. 9º Será assegurado ao Conselheiro Estadual de Saúde o custeio das despesas de alimentação e hospedagem quando no exercício de suas funções, nos termos do art. 2º, inciso III, da Lei nº , de 22 de junho de 2012, que fixa o valor das diárias dos agentes públicos do Poder Executivo Estadual. Parágrafo único. Será disponibilizada diária de forma antecipada ao conselheiro quando no exercício de suas funções, observadas normas aplicáveis. Art. 10. Será garantido ao Coordenador de Plenárias eleito no Estado do Rio Grande do Sul o custeio das despesas de deslocamento, hospedagem e alimentação, quando em representação. Art. 11. Será garantido ao convidado pelo Plenário do CES/RS, o ressarcimento de despesas com transporte, estadia e alimentação quando necessárias, mediante justificativa da necessidade, para participar das atividades do órgão. Art. 12. A função de conselheiro estadual de saúde é de relevância pública, com a garantia de dispensa do trabalho sem prejuízos funcionais ou remuneratórios durante o período das reuniões, capacitações e ações específicas do CES/RS. Art. 13. O Plenário do CES/RS pode autorizar deslocamento e diárias a membros de comissões e grupos de trabalho que não são conselheiros. Art. 14. O CES/RS terá cento e oitenta dias a partir da publicação desta lei para aprovação de Regimento Interno. Art. 15. Cabe à Secretaria Estadual de Saúde SES/RS, dar suporte financeiro, administrativo e material, para a operacionalização dos trâmites necessários para a reestruturação do CES/RS. Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art.17. Fica revogada a Lei Estadual nº /1994. JUSTIFICATIVA O Projeto de lei que ora encaminho a essa Egrégia Casa Legislativa reestrutura o Conselho Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul CES/RS, criado pela Lei nº , de 31 de janeiro de 1994, e dá outras providências.
4 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 21 de dezembro de PRO 4 A Constituição da república de 1988 estabelece como diretriz do Sistema Único de saúde a participação da comunidade, e esta participação foi regulada pela Lei Federal 8142/90, que cria os Conselhos de Saúde nas três esferas de governo do país. No Estado do Rio Grande do Sul foi promulgada a Lei Estadual n /94, criando o Conselho Estadual de Saúde. Ocorre que devido aos avanços da participação da comunidade, e da necessidade no aperfeiçoamento da saúde pública no nosso país, através da execução das políticas públicas de saúde, imperioso que o modelo de Colegiado seja reestruturado, a fim de buscar uma maior participação dos segmentos representativos da sociedade, com o dinamismo que o mundo moderno exige. Ademais, importante ressaltar a necessária adequação da referida lei estadual ao texto da Resolução n. 435/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que estabelece diretrizes para a participação efetiva da sociedade no Controle social do SUS. O presente projeto moderniza a participação popular, visto que traz em seu texto modificação importante, qual seja, apresentar rol não taxativo quanto a sua composição. Atualmente, as entidades constam no texto de lei, o que exige modificação legislativa sempre que houver desinteresse na participação do Colegiado. Pela presente proposição, esta modificação legal não seria mais necessária, visto que caberia ao próprio Colegiado, por meio de chamamento público, a atribuição de substituir entidades que não demonstrarem interesse no controle Social, substituindo-as por outras que demonstrarem efetivo interesse, fortalecendo desta forma a participação de toda a sociedade. Ademais, o presente Projeto fortalece ainda mais o Conselho de Saúde, visto que lançam-se maiores garantias de manutenção do pleno, efetivo e regular funcionamento desta instância estadual de controle social do SUS. Torna-se imprescindível a aprovação de medidas que fortaleçam a participação da sociedade no controle da execução das políticas públicas de saúde, a fim de atender à previsão constitucional, bem como adequar-se ao próprio programa do governo do Estado, que sempre lutou pelo fortalecimento do controle Social como política de Estado, e não de governo. Assim, vale afirmar que a aprovação deste projeto vem ao encontro do aperfeiçoamento do planejamento da gestão do SUS, bem como do aprimoramento da execução das políticas públicas de saúde, em atenção aos princípios da Universalidade de acesso e integralidade no tratamento de saúde da população. Estas são, pois, as razões que justificam a presente proposição. RC 325/2012 OF.GG/SJL/UAL Porto Alegre, 19 de dezembro de Senhor Presidente:
5 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 21 de dezembro de PRO 5 Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto de Lei que reestrutura o Conselho Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul CES/RS, criado pela Lei nº , de 31 de janeiro de 1994, e dá outras providências, a fim de ser submetido à apreciação dessa Egrégia Assembleia Legislativa, no regime de urgência previsto no artigo 62 da Carta Estadual. proposta. A justificativa que acompanha o Expediente evidencia as razões e a finalidade da presente Atenciosamente, TARSO GENRO, Governador do Estado. Excelentíssimo Senhor Deputado ALEXANDRE POSTAL, Digníssimo Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha, NESTA CAPITAL.
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