PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - BIOTÉRIO DE MANUTENÇÃO CAMPUS JK
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- Mauro Monsanto Carneiro
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1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - BIOTÉRIO DE MANUTENÇÃO CAMPUS JK LONDRINA 2016
2 REGULAMENTO PARA O USO DO BIOTÉRIO CAPÍTULO I DA CONSTITUIÇÃO Art. 1º - Este regulamento tem por finalidade universalizar o uso do Biotério de Manutenção/Campus JK e definir as regras e procedimentos adequados para a melhor e mais adequada utilização da estrutura do Biotério, de modo a atender a todos sem que haja prejuízos materiais ou institucionais que venham a inviabilizar parcial, completa ou eventualmente as áreas e equipamentos disponíveis no atendimento de suas finalidades acadêmicas. Através deste conjunto de normas, propõe - se a definição clara das regras para utilização e operacionalização do Biotério, delineando os direitos e deveres de seus usuários, bem como, sanções disciplinares previstas pela instituição, para infratores da regra. Art. 2º - O Biotério é um espaço aberto ao funcionamento de atividades pedagógicas das disciplinas afins ao objeto de estudo, aprendizado e experimentação de atividades e projetos relativos ao desenvolvimento e aprimoramento intelectual e prático do aluno das áreas da saúde e agrárias. Toda e qualquer atividade a ser desenvolvida dentro de um biotério apresenta riscos que podem resultar em danos materiais ou em acidentes pessoais. Parágrafo único: A estrutura do Biotério deverá ser utilizada adotando-se os princípios éticos difundidos internacionalmente, segundo critérios do Internacional Council for Laboratory Animal Science (ICLAS) e do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) para nortear as boas práticas do bioterismo nesta instituição de ensino superior. Art. 3º - Em razão de sua importância no processo do ensino, pesquisa e extensão, o Biotério constitui-se em área que deve ser preservada e cuidada por toda a comunidade acadêmica, envolvendo funcionários, discentes e docentes. A conservação da área do
3 Biotério, dos equipamentos e acessórios é fruto da co-responsabilidade atinente a todos que deles usufruem. CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS Art. 4º - O Biotério de Manutenção/Campus JK, tem por objetivo manter animais em estoque mínimo, visando atender as atividades didáticas e de pesquisa por meio de guias de solicitação de animais, de acordo com o planejamento de solicitação e uso de animais, e devidamente aprovadas pela CEUA-UniFil. CAPÍTULO III DA FINALIDADE I - Fornecer animais idôneos, saudáveis e de qualidade aos professores da instituição bem como aos demais interessados mediante preenchimento e submissão de protocolos de aulas práticas à CEUA UniFil. II Realizar monitoração periódica sanitária dos animais através de exames clínicos, laboratoriais e necropsias. III - Negar pedidos de animais fora dos prazos mínimos necessários para a sua aquisição. IV - Dispor de alojamentos que propiciem condições adequadas de saúde e conforto, conforme as necessidades das espécies animais mantidas para experimentação ou docência. V - Oferecer assistência profissional qualificada para orientar e desenvolver atividades de transportes, acomodação, alimentação e atendimento de animais destinados a fins biomédicos.
4 VI - Oferecer capacitação específica a pesquisadores e funcionários envolvidos nos procedimentos com animais de experimentação, salientando aspectos de trato e uso humanitário com animais de laboratório. VII - Cumprir e fazer cumprir, nos limites de suas atribuições, o dispositivo nas leis vigentes a utilização de animais para ensino, pesquisa e extensão. CAPÍTULO IV DAS COMPETÊNCIAS Art. 5º - O Biotério de Manutenção/Campus JK é coordenado por um(a) professor(a) da Instituição, observando sua vasta experiência na manipulação animal, assim como o responsável técnico será obrigatoriamente, um Médico(a) Veterinário (a), que deverão ser nomeados segundo as normas estabelecidas pela Instituição. I - A duração do mandato do coordenador do Biotério de Manutenção e do responsável técnico será pelo período de quatro anos, podendo ser renovado. Art. 6º - Compete à coordenação do Biotério de Manutenção e seu responsável técnico, planejar, organizar, dirigir, coordenar, controlar as atividades e o patrimônio deste Biotério de Manutenção. Art. 7 - São atribuições do(a) coordenador(a) e responsável técnico pelo Biotério de Manutenção/Campus JK: I - Promover constante avaliação do Biotério de Manutenção no processo de ensinoaprendizagem. II - Incentivar e colaborar em atividades de ensino, pesquisa e extensão. III - Atualizar, sistematicamente, juntamente com as Coordenações de Cursos/professores, os protocolos de experimentos prevendo procedimentos, equipamentos, instrumentos, materiais e utilidades necessários para a orientação das atividades práticas desenvolvidas no Biotério de Manutenção. IV - Zelar pelo controle e atualização constante dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP's) dos equipamentos instalados no Biotério de Manutenção.
5 V - Representar o Biotério de Manutenção quando solicitado. VI - Exercer o controle dos estoques de produtos utilizados. VII - Solicitar reuniões com Coordenação de Cursos sempre que necessária. VIII - Cumprir e fazer cumprir as decisões da CEUA UniFil. IX - Elaborar o Relatório Anual das atividades do Biotério de Manutenção, e encaminhar à CEUA UniFil. X - Divulgar para professores, funcionários e alunos o regulamento de utilização do Biotério de Manutenção, bem como garantir o preenchimento do termo de responsabilidade de uso das instalações, equipamentos e materiais do Biotério de Manutenção. XI - Cumprir e zelar pelo cumprimento deste regulamento. Art. 8 - Compete aos funcionários executar e organizar o espaço estando subordinado ao (à) coordenador(a) do Biotério de Manutenção/ Campus JK e responsável técnico. Art. 9 Cabe aos auxiliares e técnicos a função de atender, com civilidade e respeito, aos docentes no desenvolvimento das atividades concernentes ao aprendizado. Art. 10 Toda atividade desenvolvida pelos técnicos e operadores deve atender aos planos e projetos de ensino, pesquisa e extensão. CAPÍTULO VII DAS NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA Art As regras e conselhos gerais para desenvolver um trabalho com segurança estão principalmente relacionados com a organização. Isso significa que o tempo dedicado à organização das atividades do biotério deve incluir atividades que previnam riscos. Art A utilização do biotério ou de seus animais implica na aceitação das regras deste regulamento. A não observação de qualquer um dos itens abaixo e/ou a detecção de qualquer conduta e/ou método considerado inadequado, ilegal, imoral, ofensivo e/ou
6 antiético por parte do usuário será passível de punições conforme Regimento Interno da UniFil. 1º - Não somente os técnicos devem ter consciência dos perigos existentes, alguns dos quais específicos para cada área, mas, também os pesquisadores e o pessoal de apoio que tem acesso ao biotério. 2º - Em relação ao ambiente de trabalho, alguns odores animais são agressivos para seres humanos. Grande parte destes odores é produzida pela decomposição bacteriana dos excrementos, porém não se devem usar produtos que os mascare, pois, podem ser extremamente nocivos aos animais. Esses odores devem ser controlados por procedimentos rotineiros de limpeza e ventilação adequados. As pessoas que trabalham nestes ambientes obrigatoriamente devem usar máscaras. O mais comum e mais sério dos contaminantes ambientais dos biotérios é o amoníaco (NH3), que se forma pela ação das bactérias (urease positiva) sobre os excrementos. A concentração do amoníaco é influenciada por muitos fatores, como: ventilação, umidade relativa, número de animais por gaiola e alimentação. 3º - Todos os funcionários bioteristas que trabalham com animais sejam estes infectados ou não, devem ter treinamentos específicos e serem informados sobre todos os riscos a que estão sujeitos, bem como as maneiras de se proteger e evitá-los. 4º - Monitoramento cuidadoso da saúde dos animais e dos técnicos a fim de se evitar doenças que podem ser transmitidas do homem para os animais e vice-versa. 5º - A higiene pessoal constitui uma importante barreira contra infecções. O hábito lavar as mãos antes e após manipular qualquer animal, reduz o risco de disseminar doenças, bem como o de auto-infecção. 6º - É obrigatório o uso de luvas para qualquer procedimento no biotério. 7º - Uniforme completo (jaleco de mangas compridas, calça exclusiva para uso no biotério, máscara, gorro, pró-pé). 8º - Fumar, comer ou beber não é permitido dentro do biotério ou em qualquer outra área em que existam animais de manutenção e experimentação. 9º - Qualquer ferimento na pele do técnico ou pessoal de apoio, deve ser devidamente protegido antes de se iniciar a manipulação de animais e agentes patogênicos. 10º - As roupas de laboratório usadas em áreas de risco devem ser autoclavadas antes de serem lavadas.
7 11º - Se agentes altamente infecciosos ou nocivos são usados, o animal deve ser isolado em unidade de fluxo laminar ou mesmo em isoladores, nos quais o ar que entra e sai é convenientemente filtrado, através de filtros absolutos. 12º - Necrópsias de animais infectados com organismos altamente contagiosos devem ser feitas em gabinetes ventilados, que permitam a filtragem do ar. 13º - O material descartado (proveniente de necrópsia, carcaças de animais infectados, etc) deve ser identificado e autoclavados antes de ser levado por empresa especializada. 14º - Avaliação sorológica periódica do pessoal, considerando o agente de risco. 15º - O pessoal deve receber, anualmente, reforço de treinamento ou treino adicional quando houver mudanças de procedimentos. 16º - Gaiolas devem ser apropriadamente higienizada com água e detergente sem perfume, seguida de duplo enxágue. 17º - Equipamentos e superfícies de trabalho devem ser sanitizados com desinfetante apropriado, em uma rotina básica, após o término do trabalho e especialmente após derrame, gotejamento ou outra forma de contaminação. 18º - Gabinetes de fluxo laminar, contenções físicas e/ou equipamentos de proteção individual (respiradouros, máscaras faciais) devem ser usados sempre que procedimentos com alto potencial de formação de aerossóis são realizados. 19º - Aventais, jalecos ou uniformes são vestimentas de proteção usadas nas áreas de animais, devendo ser retiradas antes de sair. 20º - O biotério deve ter um programa de segurança que inclui equipamentos de combate a incêndio, instruções para o uso correto de equipamentos e treinamento de primeiros socorros. 21º - Todo o pessoal que trabalha com animais deve saber manipular corretamente todas as espécies envolvidas, para a segurança e saúde deles próprios, bem como dos animais. I. Acidentes que geralmente ocorrem em biotérios: A) Ferimentos causados por animais (arranhão, mordedura, etc). A contenção do animal efetuada de maneira adequada evita este tipo de acidente. B) Cortes causados pelas gaiolas, tampas ou outro material;
8 C) Quedas causadas por pisos escorregadios; D) Torções causadas por objetos pesados, levantados incorretamente; E) Ferimentos nos olhos e pele, quando da utilização incorreta de agentes químicos. É imprescindível a notificação IMEDIATA de possíveis acidentes que venham ocorrer nos biotérios. II. Riscos Ambientais nos biotérios: Físicos Ruídos, Temperatura, luminosidade Químicos Poeiras, gases, vapores Biológicos Agentes patogênicos (Bactérias, Fungos, Helmintos, Protozoários, etc). Mecânicos Equipamentos, ligações elétricas e ferramentas Ergonômicos Trabalho exaustivo, postura incorreta, levantamento de pesos, etc. III. Principais agentes biológicos de risco com reservatório em roedores: Homem x Animais de Experimentação Um grande engano que se comete é entender que infecção é sinônimo de doença. Infecção ocorre sempre que um agente vivo penetra no interior de um organismo hospedeiro causando ou não doença. A doença nem sempre é visualizada. No caso dos animais de laboratório, a maioria das doenças são subclínicas, aparecendo apenas em caso de desequilíbrio extremo da relação bioterista/animal. Doenças Virais: Febre Hemorrágica Coreana Sintomatologia: Vírus Hantaan camundongos e ratos Febre, Cefaléia, hemorragias, insuficiência renal e choque. Coriomeningite Linfocítica (LCM)
9 Vírus da Coriomeningite Linfocítica camundongos, ratos, hamsters, Cobaias. Coriomeningite Linfocítica (LCM) Sintomatologia: Vírus da Coriomeningite Linfocítica camundongos, ratos, hamsters, Cobaias. Semelhante à gripe Doenças Bacterianas: Leptospirose Leptospira interrogans roedores Campilobacteriose Sintomatologia: Prevenção: Campylobacter jejuni Muitos animais e aves Diarréia medidas sanitárias Salmonelose Sintomatologia: Prevenção: Salmonella spp Muitos animais e aves Febres entéricas, enterocolites e septicemias. Medidas sanitárias e uso de E. P. I.s Doenças por protozoários: Toxoplasmose Toxoplasma gondii Roedores, gatos e aves
10 Infecções e/ou infestações por Helmintos: Cestodíase Prevenção: Hymenolepis nana Ratos, camundongos, hamsters. vermifugação e medidas sanitárias de controle. Infestação por artrópodes: Os artrópodes de roedores como ácaros, pulgas e piolhos representam uma importante fonte de risco biológico para o ser humano, principalmente no que se refere às reações de hipersensibilidade. A Ácaros: Camundongos Myobia musculi (mais patogênico), Myocoptes musculinus. Ratos Radfordia ensifera Coelhos - Psoroptes, Sarcoptes B Piolhos: Camundongos e ratos Poliplax Coelhos Haemadipsus Mordidas e arranhaduras: A Febre da mordida do rato: Streptobacillus moniliformes, Spirillum minor Hospedeiro: Ratos
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Biossegurança em Experimentação animal Um enfoque microbiológico Jonas Borges da Silva Procedimento Operacional Nº /CECAL/FIOCRUZ Biossegurança em Biotério. Manual para experimentação animal Tânia Araújo Jorge e Solange Lisboa de Castro 2000 Ed.Fiocruz. Animais de Laboratório Criação e Experimentação- Antenor Andrade et al, 2002 Ed Fiocruz
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