BALANÇO HÍDRICO DA REGIÃO DE PATOS DE MINAS - MG
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- Júlio César Morais Ramalho
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1 BALANÇO HÍDRICO DA REGIÃO DE PATOS DE MINAS - MG ANDRÊSSA CAIXETA SOUZA¹ DÁCIO JOSÉ CAMBRAIA FILHO² RAFAEL LUIS SILVA³ GUSTAVO RODRIGUES BARBORA 4 Resumo: O objetivo do trabalho foi realizar o balanço hídrico do município de Patos de Minas - MG, utilizando como banco de dados os resultados disponibilizados pela INMET no período de 1960 a 2015 referentes à precipitação e temperatura média. Como forma de concretizar o trabalho utilizou-se o método de Thornthwaite e Mather (1955) calculando a entrada e saída de água no solo. Avaliando e prevendo a situação para os próximos anos com relação à climatologia da região. Palavra chave: Balanço hídrico, precipitação, evapotranspiração, Patos de Minas. 1 Abstract: The aim of the study was the water balance of the municipality of Minas Gerais Patos using as database results available by INMET in the period precipitation and average temperature. In carrying work we used the method of Thornthwaite & Mather (1955) computing the inlet and water outlet on the ground. Later predict a real situation for the coming years regarding the weather in the area. Keyword: water balance, precipitation, evapotranspiration, Patos de Minas. 1- Introdução A água é considerada, dentre os recursos naturais, um dos mais importantes para os seres vivos, porém grande parte da água presente na terra não obtém características de qualidade para o consumo humano, e este é o principal motivo para que a humanidade busque cada vez mais investir em esforços para encontrar maneiras de preservá-la (HORIKOSHI E FISCH, 2007) Acadêmico do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. de contato: andressa-s-2@hotmail.com 2 - Acadêmico do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. de contato: daciocambraia@hotmail.com 3 - Acadêmico do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. de contato: rafael3bmx@hotmail.com 4 - Docente do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. de contato: gustavorb@unipam.edu.br 1878
2 O Brasil está entre os países em que conta com o maior potencial em recursos hídricos, mas o que se percebe é que cada vez mais estes mesmos estão sendo afetados pelas influências humanas, seja pelos lançamentos de efluentes e esgotos domésticos, desmatamentos, ocupação do solo desordenado e utilização desse recurso de forma inconsciente ou irresponsável, principalmente nos processos de produção da agricultura que é considerado como o maior consumidor de água dentro da esfera mundial (BARROS E AMIN, 2008). Recentemente o país sofreu por um período de estiagem que causou a escassez de água em várias regiões e em outras o racionamento da mesma, por estes e outros fatores é que se devem realizar estudos de modo a entender melhor a dinâmica do clima no ambiente tendo em vista na diminuição do índice pluviométrico. O balanço hídrico criado por Thornthwaite & Mather (1955) tem o objetivo de computar as entradas e saídas de água no solo, além de servir como ferramenta para auxílio de cálculos para períodos secos: deficiência hídrica e períodos úmidos: excessos hídricos (DANTAS, CARVALHO e FERREIRA, 2007). Segundo Lima e Santos (2009) o conhecimento dos fatores climáticos é importante para o planejamento, tanto pecuário quanto agrícola, como forma de informações e direcionamento para que os produtores possam realizar suas atividades de acordo com a disponibilidade do recurso hídrico, racionalizando o uso da água sem prejuízos para o desenvolvimento de plantas e animais. Portanto o seguinte estudo tem como objetivo realizar o balanço hídrico de Patos de Minas - MG, com uma série histórica de seis décadas, sendo ela 1960 a 2015, levantando os dados médios mensais de precipitação e temperaturas com o propósito de analisar as possíveis mudanças climáticas ao longo do tempo e prever situações para os próximos anos. 2- Materiais e Métodos O município de Patos de Minas situado na região intermediária ao Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, estado de Minas Gerais, compreendida pelas coordenadas gerais 18º 51 S e O, apresenta uma área de unidade territorial de 3.189,771 Km², uma estimativa de habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2016). Este faz divisa com os municípios de Presidente Olegário, Lagoa Formosa, Carmo do Paranaíba, Patrocínio e Coromandel. 1879
3 Para a concretização do trabalho, foi utilizado o método de Thornthwaite e Mather (1955) elaborando um banco de dados, do período de 1960 a Ressalva-se que os anos 80 e 2000 são series incompletas e por isso temos um período de 50 anos a ser analisada. Foram levantados dados de característica física média mensal temperatura do ar e precipitação, que é bastante apropriado para determinar características da região segundo Dantas, Carvalho e Ferreira (2007). Os dados foram coletados no banco de dados do INMET (2016) referente a estação convencional de número 8353, situada próxima à localidade do estudo. Após o levantamento dos dados foi calculado o fotoperíodo de cada década, para isso foi utilizado o software Microsoft Excel 2010 para realização, em seguida foram processados os dados e a partir deles obtiveram-se valores de evapotranspiração potencial, armazenamento hídrico mensal, evapotranspiração real, deficiência hídrica e excesso hídrico, conforme nos mostra as tabelas abaixo, além do que, consequentemente estes dados coletados auxiliarão na determinação de períodos mais críticos de deficiência hídrica e posteriormente projetar medidas a mitigadoras relevantes, a fim de garantir uma melhor produção sem a eficiência da matéria primordial a ela. Tabela 1- Banco de Dados da década de
4 Tabela 2-Banco de Dados da década de 1970 Tabela 3-Banco de Dados da década de 1980 Tabela 4-Banco de Dados da década de 1990 Tabela 5-Banco de Dados da década de
5 Tabela 6-Banco de Dados da década de 2010 Fonte dos dados: INMET (2016) - Acessados em Abril de 2016 Organizações: Autor (2016) Após a concretização do banco de dados, foram elaborados gráficos de extração do balanço hídrico mensal, balanço hídrico normal mensal, capacidade de armazenamento (CAD) armazenamento mensal (ARM), deficiência, excedente, retirada e reposição hídrica ao longo do ano, representando os resultados obtidos. 3- Resultados A partir dos dados estabelecidos, percebe-se que a temperatura vem aumentando gradativamente ao decorrer dos anos, como nos mostra nas tabelas já citadas acima, apesar de na década de 80 e 21 terem sido coletados dados de apenas 6 anos, por serem os únicos que estavam disponíveis no INMET ate a data presente da pesquisa. Já a precipitação ocorre alterações durante os anos, mas em pequena escala. Após a conclusão do banco de dados, foram elaborados gráficos para melhor ilustração dos valores obtidos e que serão demonstrados e discutidos a seguir. Gráfico 1- Deficiência e Excedência Hídrica da década de 1960 Gráfico 4- Deficiência e Excedência Hídrica da década de
6 Gráfico 2- Deficiência e Excedência Hídrica da década de 1970 Gráfico 5- Deficiência e Excedência Hídrica da década de 2000 Gráfico 3- Deficiência e Excedência Hídrica da década de 1980 Gráfico 6- Deficiência e Excedência Hídrica da década de 2010 Fonte dos dados: INMET (2016) - Acessados em Abril de 2016 Organizações: Autor (2016) Os gráficos acima representam a deficiência e o excesso hídrico mensal de cada década. Estes fatores exercem características de períodos de estiagem e secas e capacidade máxima de retenção de águas pluviais no solo. Analisando os gráficos, percebe-se que a deficiência hídrica se encontra durante os meses de abril a outubro e que as décadas de 70, 80 e 21 foram as mais prejudicadas com baixas precipitações, chegando a -50 mm, as décadas de 90 e 20 também sofreram com a seca como as anteriores, mas a diferenciação foi que o inicio se deu entre os meses de junho e julho. Gráfico 7- Precipitação, Evapotranspiração potencial, Evapotranspiração real da década de 1960 Gráfico 10- Precipitação, Evapotranspiração potencial, Evapotranspiração real da década de
7 Gráfico 8- Precipitação, Evapotranspiração potencial, Evapotranspiração real da década de 1970 Gráfico 11- Precipitação, Evapotranspiração potencial, Evapotranspiração real da década de 2000 Gráfico 9- Precipitação, Evapotranspiração potencial, Evapotranspiração real da década de 1980 Gráfico 12- Precipitação, Evapotranspiração potencial, Evapotranspiração real da década de 2010 Fonte dos dados: INMET (2016) - Acessados em Abril de 2016 Organizações: Autor (2016) A relação de precipitação juntamente com evapotranspiração potencial e real mostrada pelos gráficos acima os representa de acordo com o quanto de saída ou evaporação de água da superfície da terra se teve, levando em conta que tais características são bastante importantes para representação do balanço hídrico, por estarem relativamente ligado á precipitação, e assim também contribuir na esfera da agricultura para melhor saber quanto de armazenamento terá para melhor desenvolvimento das culturas. Observando os gráficos percebemos que em períodos de estiagem, entre abril e outubro, a precipitação é menor do que a evapotranspiração real com uma média de 71 mm, onde se pode resultar que desta forma tanto o solo, plantas e corpos d água são evidentemente afetados pela perda de água da superfície. O armazenamento de água na superfície terrestre representada por uma média total de 65,5 mm foi determinado pela capacidade de armazenar que se deu por 100 mm. Levando em conta que na grande maioria este armazenamento acontece pela gravidade e a partir dele é que se absorve a água entre um intervalo e outro de chuvas para umidade das 1884
8 plantas os gráficos a seguir representam os limites de disponibilidade hídrica do solo, onde se observa que a partir dos meses de agosto a outubro são os com menos armazenamento de água no solo consequentemente os mais secos. Gráfico 13- Armazenamento de água no solo na década de 1960 Gráfico 16- Armazenamento de água no solo na década de 1990 Gráfico 14- Armazenamento de água no solo na década de 1970 Gráfico 17- Armazenamento de água no solo na década de 2000 Gráfico 15- Armazenamento de água no solo na década de 1980 Gráfico 18- Armazenamento de água no solo na década de 2010 Fonte dos dados: INMET (2016) - Acessados em Abril de 2016 Organizações: Autor (2016) A retirada de água do solo pode se dar por vários fatores, como a evapotranspiração, condensação, e consumo da mesma, desta maneira com os gráficos abaixo representa a retirada e a reposição durante o ano a partir dos índices de deficiência e exedência hídrica. 1885
9 De acordo com os gráficos, tanto a retirada quanto à reposição são equivalentes, ou seja, a mesma quantidade que é retirada de água posteriormente é reposta, analisando ainda o gráfico, conclui-se que nos anos 70 apresentou um menor valor, sendo este de 85,2 mm, já nos anos 2000 apontou uma maior quantidade, 94,9 mm, consequentemente se percebe uma maior deficiência hídrica neste mesmo ano. Gráfico 19-Retirada e Reposição hídrica da década de 1960 Gráfico 22-Retirada e Reposição hídrica da década de 1990 Gráfico 20-Retirada e Reposição hídrica da década de 1970 Gráfico 23-Retirada e Reposição hídrica da década de 2000 Gráfico 21-Retirada e Reposição hídrica da década de 1980 Gráfico 24-Retirada e Reposição hídrica da década de 2010 Fonte dos dados: INMET (2016) - Acessados em Abril de 2016 Organizações: Autor (2016) 1886
10 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: 4- Conclusão Neste trabalho avaliou-se a média mensal climatológica do armazenamento de água no solo do município de Patos de Minas durante o período de , utilizando o método de Thornthwaite e Mather (1955), que se conclui que a área estudada apresenta estações bem definidas, sendo de novembro a março, períodos com maior índice de precipitação e abril a outubro, períodos mais secos, com maior evapotranspiração. Percebe-se ainda com o estudo que ao passar dos anos vem sofrendo um aumento gradativo de temperatura, o que resulta significativamente um maior poder de evaporar a água da superfície, o que consequentemente ocorrerá problemas futuros, pelo tempo que existe para acontecer todo o ciclo hidrológico entre uma chuva e outra. Desta forma, o meio socioeconômico poderá ser afetado prejudicando o bom andamento da qualidade de vida. Conclui-se que o clima está relativamente ligado as ações cometidas pelo homem, que por sua vez usa dos recursos naturais de forma brusca e sem consciência. 5- REFERÊNCIAS BARROS, Fernanda Gene Nunes; AMIN, Mário M. Água: um bem econômico de valor para o Brasil e o mundo. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 4, n. 1, Disponível em: < Acesso em: 05 abr CINTRA, Fernando Luis Dultra; LIBARDI, Paulo Leonel; SAAD, Antônio Melhem. Balanço hídrico no solo para porta-enxertos de citros em ecossistema de Tabuleiro Costeiro. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 4, n. 1, p , Disponível em: < Acesso em: 07 abr HORIKOSHI, Andréa Sanae; FISCH, Gilberto. Balanço Hídrico atual e simulações para cenários climáticos futuros no município de Taubaté, SP, Brasil. Revista Ambiente e Água: An Interdisciplinary Journal of Applied Science, v. 2, p , Disponível em: < palmeiras_no_entorno_de_escorregamentos_no_parque_estadual_da_serra_do_mar Ncl eo_santa_virgnia_sp/links/552fb62b0cf27acb0de62db8.pdf#page=34>. Acesso em: 05 abr IBGE. Cidades. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Disponível em: < Acesso em: 27 mar INMER- Instituto Nacional de Meteorologia, Disponível em < Acesso em: 23 abr 2016.
11 LIMA, F.B.; SANTOS, G.O. Balanço hídrico-espacial da cultura para o uso e ocupação atual da bacia hidrográfica do Ribeirão Santa Rita, Noroeste do Estado de São Paulo f. Monografia. Fundação Educacional de Fernandópolis, Fernandópolis - SP, PEREIRA, Antônio Roberto. Simplificando o balanço hídrico de Thornthwaite- Mather. Bragantia, v. 64, n. 2, p , Disponível em: < Acesso em: 08 abr SANTOS, G. O.; HERNANDEZ, F. B. T.; ROSSETTI, J. C. Balanço hídrico como ferramenta ao planejamento agropecuário para a região de Marinópolis, noroeste do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, v. 4, n. 3, p , Disponível em:< Acesso em: 12 abr
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