Imagem 01 Nasce uma equipe Operária. (1912).

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1 "10 imagens de uma história de paixão - Operário Ferroviário Esporte CLube". Olá, realmente foi um prazer selecionar as imagens em tela. Os parágrafos ficaram um pouco longos, mas a emoção de tentar falar o máximo do meu TCC não deixou sintetizar. Hehe. Maas qualquer coisa dou uma revista. A musica seria legal também. Escolhi a da banda STREIDES, TREM FANTASMA, esta em anexo. Certo? Abraços! Imagem 01 Nasce uma equipe Operária. (1912). Fundado por trabalhadores ferroviários da então Rede Viação Paraná Santa Catarina, o Operário Sport Club (como era chamado na época) nasceu quebrando paradigmas: Era um dos poucos clubes brasileiros da época que fazia questão de contar com jogadores humildes e de pele negra em seus plantéis. Além disso, vale lembrar que as cores escolhidas para representar a nova equipe (o preto e o branco) era uma referência tanto aos negros quanto aos brancos, mostrando que a equipe era desprovida de preconceitos e seria uma bandeira dos operários e das classes trabalhadoras em geral. Em 1912 nascia uma história de amor e paixão. Ponta Grossa jamais seria a mesma depois deste ano.

2 Imagem 02: O fantasma da vila. Não demorou muito e o Operário despontou como o grande campeão local de Ponta Grossa. Mas sua fama não ficou reservada apenas à princesa dos campos gerais, pois se tornou uma das mais fortes esquadras futebolísticas do estado do Paraná. Durante o inicio da década de 1920 os clubes da capital Curitiba vinham certos que venceriam o Operário em Ponta Grossa, mas eram crucialmente derrotados pelo time de vila oficinas (bairro ferroviário que hospeda o Operário há 99 anos). Assim, a imprensa de Curitiba alegava, devido às boas exibições do Operário, que aquilo só poderia ser obras de fantasmas. Durante a década de 50 e 60 se confirmou a fama de fantasma, que acabou virando a mascote da equipe, que aterroriza e mete medo nos grandes clubes da capital paranaense, maldição que dura até os dias de hoje...

3 Imagem 03: Operário quebra a flecha bugrina no clássico OPE GUÁ. O clássico Ope Guá, que foi disputado entre Operário e Guarani desde a fundação de ambas as equipes durante a década de 1910 até o final da década de 1960, é um dos eventos culturais mais marcantes da história de Ponta Grossa. Essas duas equipes teatralizavam uma verdadeira luta de classes em Ponta Grossa: o Guarani representando a elite social e os comerciantes em geral; e o Operário representando o povo trabalhador em geral e as pessoas mais simples. Nos dias de jogos entre as duas equipes, a cidade de Ponta Grossa parava e vivia em função do encontro entre estas duas agremiações. O fim do clássico Ope Guá deixou um grande vazio cultural, causando uma perda inestimável ao ambiente cultural pontagrossense.

4 Imagem 04: Operário Ferroviário: Sofrimento e glória de mãos dadas... A história do Operário Ferroviário foi marcada por altos e baixos, sofrimentos e glórias. Porém, este símbolo resistiu aos vários obstáculos dando jus a fama de fantasma. Nesta foto, a equipe do Operário pousa para foto junto a Taça de Vila Velha (importante ponto turístico da cidade de Ponta Grossa). Após a participação nos campeonatos nacionais, o Operário acabou por virar manchete em vários meios de comunicação de destaque, neste caso, a revista esportiva Placar. O cidadão pontagrossense sentiu se muito orgulhado por ver sua cidade sendo representada pelo Operário a nível nacional.

5 Imagem 05: O carro alegórico trem fantasma Além de toda essa importância cultural já destacada, o Operário Ferroviário se destaca por ser uma herança de outro patrimônio cultural nacional: as ferrovias. São vários os traços e marcas da memória ferroviária que o clube de vila oficinas carrega: o próprio nome (Operário FERROVIÁRIO), sua localização (ao lado da antiga Rede Ferroviária e no bairro de oficinas, fundado por ferroviários), o nome de uma de suas torcidas (trem fantasma), diversas menções aos trens em músicas, montagens, etc. Na foto observamos o carro alegórico trem fantasma. Pertencente a um torcedor do Operário Ferroviário da década de 1960, representava uma Maria Fumaça que apitava e soltava fumaça. O trem fantasma acostumava desfilar antes das partidas a fim de chamar e motivar os torcedores a ir ao estádio e após as vitórias e conquistas alvinegras. Assim, o Operário ajuda a preservar a memória ferroviária e dos ferroviários e seus descendentes.

6 Imagem 06: Germano Krüger: Espaço de representação. O estádio Germano Krüger em dias de jogos do Operário se configura como um espaço de representação. Dele emergem diversas manifestações culturais peculiares, misturando uma diversidade social e cultural entre as pessoas que o freqüentam, libertando estas da cotidianidade e possibilitando a estas experiências plenas. A própria platéia torna se o espetáculo, e o estádio torna se um caldeirão de riqueza cultural, sendo apenas lá que insurgem certas manifestações e performances culturais ou folclóricas características.

7 Imagem 07: Michael Jackson Operariano Membro da torcida Operariana se fantasia e diverte a todos nas gerais do Germano Krüger. Neste ano (2009), com a morte do astro Pop Michael Jackson, a torcida operariana mostrou sua criatividade e produziu até uma canção que divertia na geralzona do Germano Krüger: Nasceu preto! Morreu Branco! Agora é fantasma! Michael Jackson Operariano! (a música fazia menção às cores alvinegra da equipe e a mascote fantasma, relacionando os com a morte do rei do pop...). Estes exemplos, de músicas criativas e torcedores folclóricos, mostram que além de ser um patrimônio cultural por sua história e simbologia, o Operário possui intrínseco a si, inúmeras manifestações culturais peculiares.

8 Imagem 08: Torcida invade o campo para comemorar o acesso do fantasma a elite paranaense É preciso o caos para gerar uma estrela. Esse aforismo do filósofo Nietzsche metaforiza o grande sofrimento que o torcedor operariano passou, até transbordar de alegria durante o acesso em Após se afastar temporariamente das atividades profissionais em 1994, o Operário retornou a segunda divisão paranaense em 2004, onde por seis anos tentou o acesso. Quando este veio, nada pode segurar o torcedor operariano. O sofrimento engasgado explodiu e a torcida invadiu o gramado e desfilou nas principais ruas da cidade. Ponta Grossa se unia em torno de um de seus símbolos culturais mais fortes: o Operário Ferroviário.

9 Imagem 09: Comemoração do acesso na Avenida Vicente Machado debaixo de muita chuva. A comemoração do acesso rumou noite adentro, tomando as principais avenidas da cidade de Ponta Grossa. Por horas, o torcedor debaixo da chuva, pulou, gritou e festejou o tão sonhado acesso a divisão principal paranaense. Ponta Grossa se unia para festejar pelo fantasma. A união que o Operário causou a toda cidade de Ponta Grossa foi algo incomparável. O Operário virava uma das principais marcas da identidade do ser pontagrossense. Atualmente a equipe vem se firmando no cenário estadual, conseguindo inclusive acesso a competições nacionais, como a Série D do Brasileirão e a Copa do Brasil.

10 Imagem 10: Torcedor atravessa o gramado do Germano Kr:üger de joelhos É impossível explicar o que um clube de futebol pode representar para alguns torcedores e para uma cidade. Só é possível compreender... O futebol faz emergir todo um simbolismo por trás dele, sendo fundamental para a vida social. Assim, este esporte é um dos elementos centrais da cultura brasileira, e merece ser preservado e valorizado para que todos os cidadãos possam ter acesso a este bem cultural. O Operário, ao longo de um século, acumulou diversos simbolismos e traços culturais peculiares. Foram diversas as modificações sociais, espaciais e culturais que o Operário contribuiu no cotidiano da sociedade de Ponta Grossa, constituindose num importante elemento no processo de criação e manutenção da identidade local. Desta forma, o Operário Ferroviário Esporte Clube é um patrimônio cultural em vários sentidos.