PERGUNTAS FREQUENTES OBRIGAÇÕES DO EMBALADOR DO SECTOR HORECA. Índice
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- Luiz Felipe Carreiro Machado
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1 PERGUNTAS FREQUENTES OBRIGAÇÕES DO EMBALADOR DO SECTOR HORECA FEVEREIRO 2016 Índice 1. Todo o tipo de embalagens têm de ter o símbolo ponto verde (embalagens de serviço incluídas)? Qual o enquadramento legal? Existem exceções para a marcação? Em que casos e de que modo? Os estabelecimentos como restaurantes e pastelarias são considerados embaladores? Como devem proceder os mesmos quando adquirem embalagens no estrangeiro, as quais não estão marcadas com o símbolo ponto verde? Situações de estabelecimentos próximos de zonas fronteiriças, como por exemplo um restaurante que compra a um fornecedor estrangeiro através de um intermediário português, ou noutro caso, uma pastelaria faz a encomenda diretamente para um fornecedor de outro país, como Espanha ou França Alguns estabelecimentos compram as suas embalagens em cash & carry. Como podem os mesmos cumprir as suas obrigações legais? Por vezes estas embalagens não têm o símbolo ponto verde, mas mesmo que possuam essa marcação, que garantia tem o estabelecimento que está a efetuar a compra, que cumpre com a legislação? Alguns estabelecimentos adquirem os sacos de plástico onde vão colocar os produtos que os seus clientes adquiriram a revendedores de embalagens que apresentam o símbolo ponto verde na embalagem exterior, mas depois cada saco de plástico por exemplo não está marcado? Perante uma fiscalização é suficiente mostrar a embalagem exterior com a marcação? Em relação ao papel de embrulho de pastelaria, folhas de papel para fazer caixas ou mesmo papel vegetal como se cumpre com a obrigação da marcação com o símbolo ponto verde? Existem situações de compra de embalagens através de intermediários dos fornecedores FESA, nomeadamente Distribuidores de Embalagens de Serviço Acreditadas (DESA), não podendo estes últimos passar aos estabelecimentos os certificados FESA de comprovativo de cumprimento das obrigações legais. Como podem ser desbloqueados estes casos? Terá o pequeno comerciante de se inscrever junto da SPV como embalador?... 5
2 1. Todo o tipo de embalagens têm de ter o símbolo ponto verde (embalagens de serviço incluídas)? Qual o enquadramento legal? Existem exceções para a marcação? Em que casos e de que modo? Não. Nem todas as embalagens precisam de ter o símbolo ponto verde, uma vez que apenas é obrigatória a marcação de embalagens não-reutilizáveis primárias, sendo a marcação das embalagens não-reutilizáveis secundárias e terciárias opcional. Definições legais (artigo 2º do Decreto-lei n.º 366-A/97, de 20 de dezembro): «Embalagem» - todos e quaisquer produtos feitos de materiais de qualquer natureza utilizados para conter, proteger, movimentar, manusear, entregar e apresentar mercadorias, tanto matérias-primas como produtos transformados, desde o produtor ao utilizador ou consumidor, incluindo todos os artigos «descartáveis» utilizados para os mesmos fins. «Embalagem de venda ou embalagem primária» - compreende qualquer embalagem concebida de modo a constituir uma unidade de venda para o utilizador final ou consumidor no ponto de compra. «Embalagem grupada ou embalagem secundária» - compreende qualquer embalagem concebida de modo a constituir, no ponto de compra, uma grupagem de determinado número de unidades de venda, quer estas sejam vendidas como tal ao utilizador ou consumidor final quer sejam apenas utilizadas como meio de reaprovisionamento do ponto de venda; este tipo de embalagem pode ser retirado do produto sem afetar as suas características. «Embalagem de transporte ou embalagem terciária» - qualquer embalagem concebida de modo a facilitar a movimentação e o transporte de uma série de unidades de venda ou embalagens grupadas, a fim de evitar danos físicos durante a movimentação e o transporte; a embalagem de transporte não inclui os contentores para transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo. O mesmo decreto-lei (na alínea b, do ponto 1 do Anexo I) refere ainda que: a definição de embalagem inclui os artigos que se destinam a um enchimento no ponto de venda e os artigos descartáveis vendidos, cheios ou concebidos para, e, destinados a um enchimento no ponto de venda, desde que desempenhem a função de embalagem. A designação geralmente utilizada para o tipo de embalagens referida no ponto anterior é «embalagem de serviço»: «Embalagens de serviço» - são cheias e/ou executadas pelas empresas, normalmente dos sectores da Distribuição/Comércio, Serviços e Restauração e Bebidas, e destinam-se exclusivamente a acondicionar os produtos comercializados por estas nos seus pontos de 1
3 venda (por exemplo: saco de plástico ou de papel para pão e bolos e embalagem de comida pronta). Dado destinarem-se a ser utilizadas diretamente pelo consumidor final no ponto de compra, estas embalagens são consideradas embalagens primárias, exceto os «sacos de caixa» que são um tipo específico de embalagem de serviço. Tal como no caso das embalagens de serviço, não existe na legislação a definição de sacos de caixa, pelo que se considera a seguinte definição: «Sacos de caixa» - são embalagens disponibilizadas por empresas dos sectores da Distribuição/Comércio para que os consumidores acondicionem os produtos adquiridos, à saída dos pontos de venda. Normalmente tratam-se de sacos de plástico ou de papel com asas. O enquadramento legal da obrigatoriedade de marcação das embalagens está presente no Decretolei n.º 366-A/97, de 20 de dezembro com as alterações que lhe foram dadas pelo Decreto-lei n.º 162/2000, de 27 de junho e pelo Decreto-lei n.º 92/2006, de 25 de maio, pelo Decreto-Lei n.º73/2011 de 17 de junho, pelo Decreto-Lei nº110/2013 de 2 de agosto e pelo Decreto-Lei n.º 48/2015 de 10 de abril: A marcação deve ser feita com o símbolo definido pela entidade gestora do sistema integrado de gestão de resíduos de embalagens (designado por símbolo ponto verde), o qual atesta que foi pago por aquela embalagem a respetiva prestação financeira para a sua gestão. Apesar desta obrigatoriedade, existe a possibilidade do embalador pedir isenção de marcação de certas embalagens primárias, em casos devidamente fundamentados, de acordo com a mesma legislação (Artigo 6º, Decreto-Lei n.º 366-A/97, com as respetivas alterações), pedido esse dirigido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Para isso, o interessado deverá remeter à APA um requerimento no qual devem constar os seguintes elementos: Identificação dos produtos cuja embalagem pretendem ver isenta de marcação; Descrição das embalagens que pretendem ver isentas de marcação, em termos do material utilizado e do seu tamanho (sempre que possível colocar a fotografia da embalagem); Quantitativo de embalagens a ser abrangidas pela isenção e o período para o qual requer a isenção da marcação das mesmas; Clarificação relativa ao destino de comercialização dos produtos, ou seja, se os produtos embalados se destinam ao consumidor comum ou industrial; Fundamentação para a isenção requerida; Envio de prova de adesão a uma entidade gestora de resíduos de embalagens (a isenção de marcação não significa isenção de adesão a uma entidade gestora). 2
4 Um exemplo de pedidos de isenção de marcação de embalagens primárias dizem respeito à importação de produtos já embalados, mas que não vêm marcados com o símbolo ponto verde. Embora não esteja previsto na legislação, a entidade gestora de resíduos de embalagens (Sociedade Ponto Verde SPV) prevê, com a concordância da APA, para o caso das embalagens de serviço, a possibilidade de ser o fornecedor destas embalagens a assumir a responsabilidade de adesão ao sistema integrado gerido pela SPV, através do pagamento da respetiva prestação financeira (depois repercutida no cliente) e de marcação dessas mesmas embalagens, ao invés de serem os seus clientes a fazerem-no de forma individual. Assim, o estabelecimento que usa este tipo de embalagens e as adquira a um fornecedor FESA (Fornecedor de Embalagens de Serviço Acreditado pela SPV), não tem que aderir e declarar estas embalagens à SPV, desde que garanta que efetivamente o FESA as declarou à SPV. Como forma de salvaguarda de que as embalagens adquiridas já cumprem as obrigações estabelecidas no Decreto-Lei em causa, deve o embalador pedir juntamente com a fatura de compra, um documento que discrimine o montante da prestação financeira (valor ponto verde) pago à SPV pela embalagens adquiridas, fazendo assim prova que as obrigações estão salvaguardadas. De referir que qualquer empresa que forneça embalagens de serviço não é obrigada a constituir-se como um FESA junto da SPV, sendo este procedimento voluntário, uma vez que não existe enquadramento legal que obrigue a este procedimento. A obrigação legal de adesão à entidade gestora de resíduos de embalagens e restantes obrigações cabe, em primeiro lugar, ao embalador que enche/utiliza as embalagens de serviço. A lista dos FESA com contrato válido e respetivos contactos pode ser consultada no site da SPV: (em Profissionais /Adesão ao sistema Ponto Verde / Casos Específicos / Lista FESA) 2. Os estabelecimentos como restaurantes e pastelarias são considerados embaladores? Como devem proceder os mesmos quando adquirem embalagens no estrangeiro, as quais não estão marcadas com o símbolo ponto verde? Situações de estabelecimentos próximos de zonas fronteiriças, como por exemplo um restaurante que compra a um fornecedor estrangeiro através de um intermediário português, ou noutro caso, uma pastelaria faz a encomenda diretamente para um fornecedor de outro país, como Espanha ou França. Os estabelecimentos em causa são considerados embaladores, uma vez que as embalagens de serviço são cheias no ponto de venda. De acordo com Decreto-lei n.º 366-A/97, de 20 de dezembro é ao embalador ou importador de produtos embalados que cabe a responsabilidade de adesão ao sistema integrado, pagamento da prestação financeira e marcação das embalagens. Como tal são os estabelecimentos referidos que têm a obrigação de assegurar o cumprimento das obrigações legais. Neste caso, como os estabelecimentos adquirem as suas embalagens de serviço a um fornecedor estrangeiro, com grande probabilidade as obrigações referidas não estão salvaguardadas. Portanto, 3
5 os estabelecimentos terão que aderir à SPV e pagar a prestação financeira, a qual, dada a dimensão típica deste tipo de estabelecimentos, será a prestação mínima, que corresponde a 60 anuais. Relativamente à marcação, podem optar por não fazê-la diretamente na embalagem, mas sim na etiqueta que tem o preço e que normalmente é costume estes estabelecimentos colarem na embalagem. Outra opção é efetuarem um pedido de isenção de marcação à APA, tal como descrito na resposta à questão anterior. 3. Alguns estabelecimentos compram as suas embalagens em cash & carry. Como podem os mesmos cumprir as suas obrigações legais? Por vezes estas embalagens não têm o símbolo ponto verde, mas mesmo que possuam essa marcação, que garantia tem o estabelecimento que está a efetuar a compra, que cumpre com a legislação? Tal como na questão anterior, é aos estabelecimentos que compram estes artigos no cash & carry, enquanto embaladores, que cabe a responsabilidade de adesão ao sistema integrado de gestão de resíduos de embalagens, de pagamento da prestação financeira e de marcação das embalagens, e não ao cash & carry. Acresce que o cash & carry ao vender estes artigos está a vender um produto e não uma embalagem, razão pela qual muitas das vezes apenas estar marcado com o símbolo ponto verde o saco exterior que acondiciona estes artigos (esse sim embalagem para o cash & carry) e não cada artigo individualmente (ver também questão 4). Se o cash & carry for um FESA emitirá juntamente com a fatura de compra, um documento que discrimina o montante da prestação financeira (valor ponto verde) pago à SPV pelas embalagens que lhe declarou, caso o embalador assim o solicite, o que deverá sempre fazer como forma de salvaguarda de que as embalagens adquiridas já cumprem as obrigações estabelecidas no Decreto- Lei anteriormente mencionado. Os artigos podem não estar marcados com o símbolo ponto verde, mas tal resultar de um pedido de isenção de marcação e não de uma infração, algo que o embalador deverá verificar. No caso de os artigos estarem marcados com o símbolo ponto verde mas houver desconfiança de que a legislação não está a ser cumprida, pode ser dado conhecimento da situação à SPV, que avaliará a veracidade do símbolo. Em suma, os estabelecimentos que não adquirirem as embalagens a um FESA que tem um contrato voluntário com a SPV por forma a assumir a responsabilidade a montante, terão que aderir à SPV e pagar a prestação financeira, a qual dada a dimensão típica deste tipo de estabelecimentos, deverá ser a prestação mínima de 60 anuais. Relativamente à marcação, podem optar por não fazê-la diretamente na embalagem mas na etiqueta que tem o preço e que normalmente é costume estes estabelecimentos colarem na embalagem. Outra opção é efetuarem um pedido de isenção de marcação à APA (ver questão 1). 4
6 4. Alguns estabelecimentos adquirem os sacos de plástico onde vão colocar os produtos que os seus clientes adquiriram a revendedores de embalagens que apresentam o símbolo ponto verde na embalagem exterior, mas depois cada saco de plástico por exemplo não está marcado? Perante uma fiscalização é suficiente mostrar a embalagem exterior com a marcação? Não é suficiente mostrar à fiscalização a embalagem exterior. Para dar prova do cumprimento das suas obrigações, os estabelecimentos poderão adquirir os sacos a um FESA que tenha um contrato voluntário com a SPV e mostrar o comprovativo de compra à entidade fiscalizadora (nesse caso a fatura deverá ter um documento anexo onde é discriminado o valor de prestação financeira pago à SPV pelos sacos). Caso os estabelecimentos não comprem os sacos a um FESA, deverão ser eles próprios a aderir à entidade gestora tal como já foi descrito. Caso os sacos não estejam marcados, deverá ser feito o pedido de isenção de marcação à APA (ver questão 1). Tal como abordado na questão 3, o revendedor está a vender um produto e não embalagens. Para o revendedor apenas é embalagem o saco exterior e apenas perante essa é necessário cumprir obrigações enquanto embalador. O estabelecimento que compra os sacos é que tem o dever de cumprir as obrigações relativamente aos sacos de plástico que vêm acondicionados no saco exterior. 5. Em relação ao papel de embrulho de pastelaria, folhas de papel para fazer caixas ou mesmo papel vegetal como se cumpre com a obrigação da marcação com o símbolo ponto verde? Caso seja inviável a marcação diretamente nestas embalagens ou na etiqueta com o preço colocada posteriormente nestas embalagens, pode ser solicitado um pedido de isenção de marcação, conforme referido na resposta à questão Existem situações de compra de embalagens através de intermediários dos fornecedores FESA, nomeadamente Distribuidores de Embalagens de Serviço Acreditadas (DESA), não podendo estes últimos passar aos estabelecimentos os certificados FESA de comprovativo de cumprimento das obrigações legais. Como podem ser desbloqueados estes casos? Terá o pequeno comerciante de se inscrever junto da SPV como embalador? Tal como referido na resposta à questão 1, os FESA, de acordo com o contrato voluntário que estabelecem com a SPV, devem discriminar num documento anexo às faturas o montante de prestação financeira (valor ponto verde) pago à SPV pelas embalagens que lhe declaram. Por outro lado, é-lhes atribuído um número de contrato FESA. No entanto, aos intermediários dos FESA isto não se aplica, pelo que será mais difícil comprovar que já foram assumidas as responsabilidades pelas embalagens em causa perante a SPV. Para ultrapassar esta dificuldade, os intermediários podem adquirir as embalagens de serviço sem contribuição ponto verde incluída e celebrarem eles próprios um contrato de FESA com a SPV. As 5
7 responsabilidades legais dos estabelecimentos só ficam salvaguardadas caso estes adquiram as embalagens de serviço diretamente a um FESA que lhes emita os respetivos documentos comprovativos, o que não é possível via intermediários (que não venha a ser um FESA por via de um contrato com a SPV). Assim, não conseguindo o estabelecimento comprovar que essas responsabilidades já foram assumidas, e uma vez que de acordo com o Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de dezembro, é ao embalador ou importador de produtos embalados que cabe a responsabilidade de adesão ao sistema integrado de gestão de resíduos de embalagens, de pagamento da prestação financeira e de marcação das embalagens, devem esses pequenos estabelecimentos aderir à SPV e assumir estas responsabilidades. 6
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