CONVITE AA Nº 01/2011 BNDES ATA DA REUNIÃO DE JULGAMENTO DOS RECURSOS

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1 CONVITE AA Nº 01/2011 BNDES ATA DA REUNIÃO DE JULGAMENTO DOS RECURSOS Aos 21 dias do mês de junho do ano de dois mil e onze, reuniram-se os membros da Comissão Especial de Licitação do BNDES, designados pela Portaria nº 055/2011, de 26/04/2011, para análise e posterior julgamento do recurso interposto pela Licitantes URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA - EPP. 1. RELATÓRIO A Comissão Especial de Licitação do BNDES julgou Habilitadas, na análise da documentação que compunha o Envelope n.º 1, as Licitantes ENGINEERING S/A SERVIÇOS TÉCNICOS, FACCIO ARQUITETURA S.S LTDA, e OFFICEPLAN PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO LTDA EPP. Por sua vez, foram declaradas inabilitadas as Licitantes ANA LIBÓRIO ARQUITETOS ASSOCIADOS LTDA ME, e URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA EPP. Os fundamentos de inabilitação da Licitante ANA LIBÓRIO ARQUITETOS ASSOCIADOS LTDA ME foram: 1) contrato Social não autenticado; 2) não apresentação de documentos de regularidade fiscal; 3) não apresentação do balanço patrimonial referente ao último exercício; e 4) não apresentação da inscrição regular da empresa no CREA. Os fundamentos de inabilitação da Licitante URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA EPP foram: 1) não foi juntada, na documentação de habilitação, prova de inscrição no Cadastro de Contribuintes Municipal, relativo ao domicílio ou sede do LICITANTE, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto ora licitado, como exige o item 6.2.2, b, do EDITAL; e 2) O profissional indicado como Coordenador Geral do Projeto, JOÃO RENATO REMEDE PRANDINA, está registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Espírito Santo como engenheiro, e não na qualidade de arquiteto, como determina os itens 6.2.4, b do EDITAL e 14.1 do PROJETO BÁSICO. 1

2 Divulgado o julgamento de habilitação pelos meios de praxe, foi apresentado recurso pela Licitante URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA - EPP, abrindo-se, conseqüentemente, prazo para interposição de contrarrazões de recurso. Passado o prazo legal sem manifestação de qualquer interessado, o recurso foi analisado pela Comissão Especial de Licitação, cujas razões seguem abaixo. 2. RAZÕES RECURSAIS da Licitante URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA - EPP A Licitante URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA - EPP apresentou recurso em face da decisão que a inabilitou, alegando, em síntese, que atendeu ao requisito previsto no subitem 6.2, do Edital, pois estava previamente cadastrada no SICAF. Alega ainda que mesmo que houvesse a obrigatoriedade da apresentação do documento, a Lei Complementar nº 123/2006, em seu art. 42, exigiria a apresentação dos documentos de regularidade fiscal tão somente na assinatura do contrato Por fim, insurge-se contra a decisão que o inabilitou devido à indicação de engenheiro civil para a função de Coordenador Geral do Projeto. Aduz que o o item 14.1 do PROJETO BÁSICO recomenda apenas um perfil mínimo para os profissionais indicados, mas não veda a participação de outros profissionais, desde que tenham atribuição profissional para tanto. Transcreve-se o dispositivo supramencionado, in verbis: 14. PERFIL MÍNIMO DA EQUIPE TÉCNICA DA CONTRATADA 14.1 Os serviços a serem contratados devem ser prestados por profissionais que possuam os perfis mínimos discriminados abaixo: ATIVIDADE Coordenação-Geral (Compatibilização) de Projetos de Arquitetura e Complementares PERFIL Arquiteto Prossegue alegando que nem o CREA, que é o órgão regulador da atividade de engenharia e arquitetura, nem a Lei restringem a função de Coordenador Geral de Projetos ao profissional arquiteto. inabilitou. Ao final, requer que a Comissão Especial de Licitação reforme a decisão que a 2

3 3. DA ANÁLISE DO RECURSO As razões da Recorrente merecem parcial acolhimento. Em relação a sua inabilitação pela não apresentação do documento de regularidade fiscal, a Comissão Especial de Licitação do BNDES entende pela procedência do recurso quanto a este fundamento. Tal conclusão se fundamenta no disposto na Lei Complementar nº 123/2006, que em seu art. 43, 1º permite às empresas de pequeno porte e às microempresas a apresentação dos documentos de regularidade fiscal no prazo de 2 (dois) dias úteis após a decisão que declara o proponente vencedor do certame. No entanto, em relação ao ponto que inabilitou-a por não atender aos requisitos de perfil técnico mínimo de profissionais exigido no Edital, não assiste-lhe razão. Como mencionado nas Razões Recursais, o Edital indica, em seu item 6.24, b, e no item 14.1, do Projeto Básico, o Perfil Mínimo a ser preenchido pelos profissionais indicados pela Licitante na composição de sua equipe dedicada a prestar os serviços que o BNDES visa a contratar. Portanto, em se tratando de requisitos mínimos a serem atendidos, resta claro que, uma vez não cumpridos pela Licitante, a equipe indicada não se adequa às exigências do Edital. Os serviços que ora se visa a contratar compreendem a elaboração de Anteprojeto e Projetos Básico e Executivo de Arquitetura, peças fundamentais para que sejam equacionados o programa de necessidades do BNDES, padrões de ambientação e conforto em espaços corporativos, tecnologias construtivas e de materiais. É a partir das definições do Anteprojeto e do Projeto Básico de Arquitetura que os outros projetos devem ser desenvolvidos, de forma a complementá-lo, mas nunca a sobrepujá-lo. Ou seja, em qualquer caso o Anteprojeto e os Projetos Básico e Executivo de Arquitetura devem prevalecer sobre os demais. Sendo assim, mais do que apenas concatenar os serviços prestados pelos demais profissionais da Equipe, tem-se que a principal atribuição do Coordenador Geral é a de compatibilizar os diversos projetos que complementam o de Arquitetura, sendo este o principal dentre eles, ao qual os demais devem se subordinar e se adequar. Por isso, é necessário que o profissional de Arquitetura possa efetivamente ingerir sobre a elaboração 3

4 dos projetos complementares àquele sob sua responsabilidade, cabendo, então, a ele - e apenas a ele - a Coordenação Geral dos projetos. Cumpre esclarecer também que a indicação de Perfis Mínimos foi realizada tendo por base a Resolução CONFEA nº1010/2005, documento mais recente exarado pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Economia com o objetivo de disciplinar a atuação e as atribuições dos profissionais a ele vinculados. Tal Resolução estabelece em seu art. 6º. (os grifos são nossos): "Art. 6º Aos profissionais dos vários níveis de formação das profissões inseridas no Sistema Confea/Crea é dada atribuição para o desempenho integral ou parcial das atividades estabelecidas no artigo anterior, circunscritas ao âmbito do(s) respectivo(s) campo(s) profissional(ais), observadas as disposições gerais estabelecidas nos arts. 7º, 8, 9, 10 e 11 e seus parágrafos, desta Resolução, a sistematização dos campos de atuação profissional estabelecida no Anexo II, e as seguintes disposições: I - ao técnico, ao tecnólogo, ao engenheiro, ao arquiteto e urbanista, ao engenheiro agrônomo, ao geólogo, ao geógrafo, e ao meteorologista compete o desempenho de atividades no(s)seu(s) respectivo(s) campo(s) profissional(ais), circunscritos ao âmbito da sua respectiva formação e especialização profissional; e II - ao engenheiro, ao arquiteto e urbanista, ao engenheiro agrônomo, ao geólogo, ao geógrafo, ao meteorologista e ao tecnólogo, com diploma de mestre ou doutor compete o desempenho de atividades estendidas ao âmbito das respectivas 4

5 áreas de concentração do seu mestrado ou doutorado." Dessa forma, todos os profissionais vinculados ao Sistema CONFEA/CREA com graduação plena em suas respectivas formações estão aptos a desenvolver as atividades - e a se responsabilizar pelas atribuições - circunscritas ao seu campo profissional, atividades e atribuições estas sistematizadas no Anexo II da Resolução CONFEA nº 1010/2005. Considerando o rol de projetos complementares requeridos, e que a Resolução CONFEA nº 1010/2005 indica sua elaboração por diferentes categorias profissionais, requer-se do Coordenador Geral a compatibilização de atividades multidisciplinares, tal como descrito no Edital. Esta atribuição foi vinculada, no Anexo II da Resolução CONFEA nº 1010/2005, exclusivamente a profissionais de Arquitetura e Urbanismo - formados por meio de graduação plena, e, como descrito no inciso II do art. 6º da mesma Resolução, estendido a detentores de diplomas de mestrado ou doutorado na área de Arquitetura e Urbanismo. Tal sistematização vem reforçar o entendimento do BNDES quanto à necessidade de que o Coordenador Geral tenha formação em Arquitetura e Urbanismo, e pode ser observada exclusivamente nos itens elencados abaixo, expressos na Resolução CONFEA nº 1010/2005, todos referentes a este campo de atuação profissional: , referente ao "setor" de Arquitetura; , referente ao setor de Arquitetura das Edificações; , referente ao setor de Paisagismo; , referente ao setor de Arquitetura de Interiores; , referente ao setor de Patrimônio Cultural; , referente ao setor de Conforto Ambiental; e , referente ao setor de Planejamento Urbano e Regional. 5

6 Por fim, o momento para que a Recorrente impugnasse o perfil mínimo do Coordenador Geral do Projeto era antes da sessão pública, como permitiu o item 14.2 do EDITAL, ocasião na qual quedaram inertes todos os participantes do certame, anuindo aos seus termos, precluindo, assim, no direito de questionar as disposições editalícias. Considerando o exposto acima, reiteramos a necessidade de que o Coordenador Geral possua formação em Arquitetura e Urbanismo, seja graduação plena, ou seja mestrado ou doutorado. 4. CONCLUSÃO E JULGAMENTO Diante das as considerações acima, a Comissão Especial de Licitação, por unanimidade, reconsidera em parte sua decisão no tocante à exigência de apresentação dos documentos de regularidade fiscal da Recorrente, mas mantém a sua inabilitação pela indicação inadequada do Coordenador Geral do Projeto com formação diversa da exigida pelo Edital. Outrossim, a Comissão, em conformidade com o disposto no art. 109, 4º da Lei n.º 8.666/93, submete esta ata à apreciação da autoridade superior, para se for o caso, ratificar a decisão proferida. Nada mais havendo a tratar, a Presidente da Comissão Especial de Licitação deu por encerrada a sessão, da qual foi lavrada a presente ata. Comissão Especial: GEÓRGIA ESPOZEL PINHEIRO DA SILVA Presidente BIANCA SPOTORNO DA SILVA Vice-Presidente RICARDO LUIZ FEITOZA MATHEUS Membro MÔNICA DOS SANTOS MONTEIRO Membro 6