Decisão Texto Integral: Acordam os Juízes que constituem a 1ª secção cível do Tribunal da Relação de Guimarães.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Decisão Texto Integral: Acordam os Juízes que constituem a 1ª secção cível do Tribunal da Relação de Guimarães."

Transcrição

1 Acórdãos TRG Acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães Processo: 2046/06.6TBFAF.G1 Nº Convencional: JTRG000 Relator: ISABEL ROCHA Descritores: REENVIO PREJUÍZO Nº do Documento: RG Data do Acordão: Votação: UNANIMIDADE Texto Integral: S Meio Processual: APELAÇÃO Sumário: I Tendo-se apurado, em acidente de viação ocorrido entre um velocípede e um veículo automóvel, que foi a conduta do condutor do velocípede que causou a sua verificação, de acordo com a legislação portuguesa, está excluída a responsabilidade da companhia de seguros com a qual o proprietário do veículo automóvel celebrou o respectivo seguro de responsabilidade civil, no que concerne á indemnização dos danos sofridos pelo condutor do velocípede. Tal responsabilidade não pode fundar-se nem na culpa por não se verificarem os pressupostos previstos no artº 483º nº 1 do CC, nem no risco, atento o disposto nos artºs 505º e 570 do mesmo CC. II Contudo, tendo em conta o princípio da lealdade europeia consagrado no tratado da união europeia, há que averiguar a compatibilidade destas normas nacionais com as directivas do direito da união, designadamente as cinco directivas relativas ao seguro de responsabilidade civil automóvel e a interpretação que das mesmas tem sido feita pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, de onde resulta o entendimento de que, á excepção do caso previsto no artº 2º nº 1 da segunda directiva (ocupantes de veículo causador do sinistro que sabiam ter sido roubado), são inadmissíveis disposições legais ou contratuais que excluam, em determinadas circunstâncias, a prestação da seguradora. III Assim sendo, importa esclarecer quaisquer dúvidas que subsistam quanto à compatibilidade dos artºs 505º e 570º do Código Civil, com os artºs 3º nº 1 da Primeira Directiva, 2º nº 1 da segunda Directiva e, particularmente, com o disposto no 1º-A da terceira Directiva, inserido pela Quinta Directiva. IV Impõe-se pois a este tribunal, para dirimir tal questão, essencial á decisão da presente causa, suscitar, oficiosamente, o reenvio prejudicial previsto no artº 267º do Tratado de Funcionamento da União Europeia, suspendendo-se a instância até ser proferida decisão sobre a sobredita questão pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Decisão Texto Integral: Acordam os Juízes que constituem a 1ª secção cível do Tribunal da Relação de Guimarães. I - RELATÓRIO A e mulher, B, residentes no lugar do Souto freguesia de Armil, por si e na qualidade de legais representantes do seu filho menor C, intentaram a presente acção com a forma de

2 processo ordinário contra a Seguradora S.A., com sede em Lisboa, pedindo que esta seja condenada a pagar-lhes a quantia de ,30 acrescida de juros calculados à taxa legal, contados desde a citação até efectivo pagamento. Para tanto alegam, em síntese, que: ocorreu um acidente em que intervieram um veículo automóvel seguro na ré conduzido por E e um velocípede sem motor conduzido pelo menor; o veículo automóvel e o velocípede colidiram, colisão essa que se deve a culpa da condutora E porque esta conduzia a cerca de 70/80quilómetros, desrespeitando o limite de velocidade imposto por sinal vertical existente no local e totalmente desatenta ao trânsito que circulava na via; em consequência do acidente que descrevem, o menor e seus pais sofreram danos de natureza patrimonial e não patrimonial que computam no valor peticionado. A ré contestou por impugnação, tendo ainda alegado que o acidente se deveu a culpa do condutor do velocípede, que desrespeitou um sinal Stop existente na via onde circulava, entrando na via municipal por onde seguia a condutora do veículo seguro, quando este se encontrava a menos de três a cinco metros de distância, dando-se assim a colisão na metade direita da hemi-faixa por onde circulada o automóvel. Proferido despacho saneador tabelar e organizadas a matéria de facto assente e a base instrutória, que não mereceram reclamação, procedeu-se à audiência de discussão e julgamento. Após decisão que incidiu sobre a matéria de facto da qual não reclamaram as partes, foi proferida sentença que julgou improcedente por não provada a acção, absolvendo a ré do pedido. Inconformados, os Autores interpuseram recurso de apelação da sentença, que foi recebido, apresentando alegações com as seguintes conclusões: A - A divergência dos AA. limita-se tão só e apenas quanto à aplicação do direito aos factos apurados e relatados na resposta aos quesitos e respectiva fundamentação; B-) A douta sentença recorrida sustenta que foi o A. menor quem deu causa ao acidente, por não ter respeitado o sinal de Stop e ainda por violação do disposto no artigo 32 do Código da Estrada, uma vez que esta norma legal impõe aos velocípedes a cedência da passagem aos veículos a motor; C-) O acidente dos autos é complexo, resultando da douta sentença recorrida uma visão simplista que não se pode aplicar ao caso em presença; D -) Se é certo que ficou provado que o A. menor não parou no sinal de Stop, o certo é que a douta sentença recorrida não apresenta o enquadramento fáctico que resulta da fundamentação da resposta aos quesitos e que no nosso entendimento faz cair por terra a visão simplista expressa na douta sentença; E-) O facto de o A. menor não ter parado no Stop, não é por si só bastante para o considerar o exclusivo responsável pela produção do sinistro; F-) Tem que se destacar os depoimentos das testemunhas Jorge Manuel e Sílvia Flora, tal como a Mta. Juiz "a quo" relatou na fundamentação da resposta aos quesitos; G-) Como se pode verificar do depoimento das testemunhas F e G, no dia do acidente na freguesia de Armil havia uma prova de bicicleta; circulavam na via muitos miúdos de bicicleta; H-) O A. menor não circulava sozinho mas com mais 4 ou 5 no dizer de F e cerca de 7 na opinião de G; I-) O A. menor era o último do grupo; J-) Quando os miúdos começaram a passar, a condutora do veículo segurado na Ré estava a cerca de 20 metros do local, e a 6/7/8 metros no momento em que entrou o A. menor na via;

3 K-) Na estrada por onde circulava a condutora do veículo segurado na Ré, uma recta de cerca de 300 metros, existe uma placa de limitação de velocidade para 50Km/hora; L-) A condutora do veículo segurado na Ré, apesar da existência de vários miúdos a circularem no local de bicicleta e de os poder avistar, não abrandou a marcha e nem parou após o embate; M-) Foi preciso buzinar-lhe para parar, o que fez apenas a 20/50 metros do local do acidente; N-) Disse que vinha da capela porque lhe tinha falecido um irmão; O-) Ao invés da condutora do veículo segurado na Ré, a testemunha G que seguia mais devagar cerca de 30/40 km/hora - e atrás desta, logo que viu os miúdos abrandou a marcha; P-) A testemunha G disse que a condutora do veículo segurado na Ré, quando parou afirmou que não viu o miúdo e referiu também que se esta viesse com atenção tinha evitado o acidente; Q-) É pois muito clara a fundamentação que a Mta. Juiz "a quo" "coloca" na resposta aos quesitos e que resulta do depoimentos destas duas testemunhas, o F e G; R-) Daí que se tenha que insistir que a fundamentação da douta sentença é simplista e inadequada; S-) Se é verdade que o A. menor não parou no Stop, a verdade é que tem que se considerar que este seguia integrado num grupo de 5 a 7 miúdos de bicicleta que circulavam em conjunto e que todos entraram na via por onde circulava a condutora do veiculo segurado na Ré, vindos do lugar do Souto, tendo o menor, que seguia em último, sido embatido quando já tinha a roda da frente no lado direito da faixa de rodagem por onde aquela circulava, como refere a testemunha G; T-) Mas mais, a desatenção da condutora segurada na Ré, (que tem uma explicação, pois ela referiu que vinha da capela porque lhe tinha falecido um irmão), é gritante, pois nem sequer se apercebeu do embate, como ela própria disse e porque só parou depois de lhe terem buzinado; U-) É igualmente devido à condutora do veículo segurado na Ré, o dever de cuidado; o circular na via, tendo em conta as condições do momento (havia uma prova de bicicleta e muitos miúdos a circular na via de bicicleta); a velocidade a que circulava (lembre-se que a testemunha G disse que circulava a 30/40 Km/hora e que a condutora do veículo segurado na Ré circulava a velocidade superior), não era a adequada e quando devia ter abrandado não o fez; V-) Tem pois que se considerar que a condutora do veículo segurado na Ré, circulava completamente desatenta ao trânsito que circulava na via nesse momento; sem cuidado e perícia, com inconsideração e em desrespeito às normas estradais, e às condições da via naquele momento e bem assim ao facto de nesse dia no local do embate decorrer uma prova de bicicleta e circularem na via muitos miúdos de bicicleta; W-) Perante todo o exposto deveria a douta sentença recorrida, ter optado por uma repartição de culpas, na ordem dos 50% para cada um dos intervenientes no acidente; X-) É que, tendo em conta que o A. menor surgiu na via vindo de uma outra que tem sinal de Stop, a verdade é que tripulava um velocípede sem motor, o qual encerra uma menor perigosidade, a velocidade que lhe imprimia era muito reduzida, cerca de 10Km/hora, e no momento do embate já tinha a roda da frente na via; Y-) Por outro lado, a velocidade inadequada que a condutora do veículo segurado na Ré lhe imprimia, tendo em conta que no local existe uma placa de limitação de velocidade de 50Km/hora e que nesse dia a via tinha muitos miúdos a circular nela de velocípede sem motor e ainda que a testemunha G referiu que aquela circulava à sua frente e a uma velocidade superior à sua, sendo a sua de 30/40 Km/hora; e ainda o facto de não ter

4 reduzido a velocidade e nem sequer ter parado em consequência do embate, o que revela uma total e completa desatenção do trânsito que circulava na via naquele momento; Z ) É de salientar que nem sequer travou; A-) A douta sentença recorrida violou, entre outras, as normas insertas nos artigos 11, n. 2, 24, n. 1 e 27, n. 1 do Código da Estrada e em consequência deve ser substituída por outra, que considere ambos os condutores responsáveis pelo sinistro, na proporção de 50% cada um deles; B-) Nessa medida, deve a Ré ser na proporção de 50% condenada a pagar aos AA., a título de danos patrimoniais os seguintes montantes: 1-IPP de 50% + 10% a título de dano futuro ,00 ; 2-Tratamentos médicos e medicamentosos ,65E; 3-Ajuda de terceira pessoa ,00 ; E de danos não patrimoniais: 4-Danos morais do menor ,00 ; 5-Danos morais dos AA. (pais do menor) ,00. A ré contra-alegou pugnando pela manutenção do decidido. Colhidos os vistos legais, cumpre decidir. IIFUNDAMENTAÇÃO Objecto do recurso Considerando que: O objecto do recurso está delimitado pelas conclusões contidas nas alegações dos recorrentes, estando vedado a este Tribunal conhecer de matérias nelas não incluídas a não ser que as mesmas sejam de conhecimento oficioso (artºs 684º nºs 3 e 4 e 690 nº 1 do Código de Processo Civil); Nos recursos apreciam-se questões e não razões; Os recursos não visam criar decisões sobre matéria nova, sendo o seu acto, em princípio delimitado pelo conteúdo do acto recorrido, Importa analisar se a ré deve ser condenada a pagar aos AA qualquer indemnização pelos danos sofridos na decorrência do acidente em causa nos autos. A factualidade provada em que se fundamentou a sentença recorrida é a seguinte: No dia 23/04/2005, pelas 11H50, na estrada Municipal que liga Junqueiros a Fafe, ocorreu um embate que envolveu os seguintes intervenientes e veículos: - velocípede sem motor e sem matrícula tripulado pelo A. C menor, que seguia no sentido Silvares-Jugueiros; -ligeiro de passageiros com a matrícula OD-87-82, da marca Renault, pertença de José Filipe Nogueira Sousa e tripulado por E, que seguia no sentido Jugueiros- Fafe. (A) Na via a que se alude em A) intercede uma outra via que liga as freguesias de Silvares a Jugueiras. (B) Do ponto de intercepção de vias referido em B) existe um sinal STOP, atento o sentido de quem provém de Silvares. (C) O A. menor nasceu no dia 27/10/1996. (D) Devido aos ferimentos que sofreu e com o tratamento dos mesmos sentiu e continua a sentir dores. (E) Sempre foi uma criança saudável. (F) É filho dos AA A e B. (G) Por acordo escrito celebrado entre H e a Ré Companhia de Seguros D S.A, titulado pela apólice 5070/ , esta declarou assumir os riscos inerentes à circulação do veículo

5 OD, pelo limite de capital de ,00, atento o pagamento, pelo primeiro, de uma quantia pecuniária a título de prémio de seguro. (H) O velocípede circulava no circunstancialismo de tempo e lugar referido em A) a uma velocidade não superior a 10Km/h. ( 9º) Do sentido de marcha em que seguia o OD existe um sinal vertical de limite de velocidade de 50 KM/h.( 3º) A estrada no local por onde seguia o OD configura uma recta em cerca de 300m de comprimento. (4º) O velocípede surgiu na intercepção de vias referidas em B). (13º) Não parou no sinal de Stop referido em C. (14º) Entrou na via referida em A) quando o OD estava a uma distância de cerca de 20 metros da intercepção das vias referidas em B). (15º) Dando-se a colisão entre os dois veículos.(16º) A colisão referida em 16 ocorreu do lado direito, atento o sentido de marcha do OD na intercepção das vias referidas em B). (17º) E ocorreu entre a roda da frente da forqueta e do guiador do velocípede sem motor e a lateral direita do OD. (18º) Em consequência do embate descrito em A) o A. menor foi transportado para o Hospital de Fafe e daí foi transferido para o Hospital de S. Marcos, em Braga, apresentando-se em coma reactivo, com uma pontuação de 6-7 na escala de Glasgow. ( 19º) Realizou no Hospital de S. Marcos em Braga, TAC cerebral. (20º) Revelou provável contusão do tronco, sangue intraventricular e subaracnoideu com cisternas da base e sulcospatentes. ( 21º) Foi submetido a cirurgia para colocação de sensor de pic (pressão intracraneana) à saída do bloco as P.I.C. eram de 6mmHG. (22º) Foi transferido, em ventilação mecânica, para o Hospital de S. João, no Porto, onde permaneceu internado desde 23.4 a 7.6. (23º) Durante o período referido em 23 apareceu-lhe pancreatite pós-traumática. (24º) No dia 2-5 foi transferido para a enfermaria pediátrica para consolidação do tratamento antibiótico e da pancreatite pós-traumática. (25º) Em , apresentava hemiparésia à esquerda, alterações de coordenação e equilíbrio; fala lentificada. (26º) Em passou para tratamento ambulatório. (27º) Após alta hospitalar, iniciou programas de fisioterapia de mobilização passiva, mobilização activa, reeducação funcional, reeducação da marcha, facilitação neuromuscular e habilitação e reabilitação psicomotora. ( 28º) Em consequência do embate referido em b) advieram-lhe as seguintes sequelas permanentes: dificuldades de concentração, de memória e de aprendizagem, nervosismo acentuado e irritação por motivos não aparentes; dificuldades em fazer e manter amizades com amigos da mesma idade; dificuldades de permanecer em pé mais de dez minutos; dificuldades em descer em plano horizontal, sendo frequentes as quedas; dificuldades em correr por quedas frequentes; dores de cabeça permanentes. (29º) As sequelas descritas em 29 acarretaram-lhe uma IPG de 50%, à qual acresce a título de danos futuros, mais 10%. ( 30º) O A. menor não pode acompanhar os colegas da sua idade nas brincadeiras. (32º) À data do embate era um aluno que mostrava capacidade de aprendizagem e colaboração nas aulas.( 33º) Apercebe-se de todas as dificuldades de aprendizagem.(37º) Precisa de acompanhamento de terceira pessoa na vida diária. ( 38º) Em virtude das sequelas tem frequentado sessões de fisioterapia (39º)

6 De futuro terá de continuar com as sessões de fisioterapia, ( 40º) E acompanhamento pedagógico. (41º) Seguimento em consultas de neurologia e exames subsidiários. ( 42º) E acompanhamento psicoterapêutico. (43º) O Hospital de S. José de Fafe reclama do A. menor a quantia de 2.129,30, por o ter assistido e submetido a tratamentos médicos e medicamentosos. (44º) O A. menor sente desgosto por não poder mais acompanhar os seus amigos nas brincadeiras e actividades escolares. (52º) ( ) e sofre. (53º) Os AA A e B sentem desgosto ao reconhecerem que o seu filho menor, em consequência do embate, deixou de ser uma criança com autonomia e sofrem pela incapacidade física e psíquica que lhe adveio. ( 54º) Terão a sua vida condicionada pelo descrito em 54. ( 55º) O DIREITO Está em causa apurar se a Ré seguradora deve indemnizar os AA pelos danos que sofreram em virtude do acidente em análise nos autos, mercê do contrato de seguro de responsabilidade civil que aquela celebrou com o proprietário do veículo automóvel interveniente nesse acidente, através do qual assumiu a responsabilidade decorrente respectiva utilização. Os Autores, em sede de recurso, pedem a condenação da Ré invocando que o acidente se deve a culpa, na forma de negligência inconsciente, quer do Autor menor, quer da condutora do veículo seguro na Ré, verificando-se pois concorrência de culpas e não culpa exclusiva de um deles. Como se salienta nas alegações de recurso, a divergência dos apelantes no que tange à sentença apelada limita-se tão só e apenas à aplicação do direito aos factos dados como provados na primeira instância. Importa pois saber, tendo em conta apenas factualidade que se provou na 1ª instância, não impugnada, se da mesma resulta que o acidente em causa nos autos se deve também a mera culpa ou negligência inconsciente da condutora do veículo seguro na ré. A responsabilidade civil supõe, em regra, a culpa do agente (artº 483º nº 1 do CC). A culpa lato sensu exprime um juízo de reprovação pessoal da acção ou da omissão do agente, que podia e devia ter agido de outro modo, e é susceptível de assumir as vertentes de dolo ou de negligência. A culpa stricto sensu ou mera negligência traduz-se, grosso modo, na omissão pelo agente da diligência ou do cuidado que lhe era exigível, envolvendo, por seu turno, as vertentes de consciente ou inconsciente. No primeiro caso, o agente prevê a realização do facto ilícito como possível mas, por leviandade, precipitação, desleixo ou incúria, crê na sua não verificação; no segundo, o agente, embora o pudesse e devesse prever, por imprevidência, descuido, imperícia ou inaptidão, não o previu. Por regra, a culpa é apreciada pela diligência de um bom pai de família, em face das circunstâncias de cada caso (artigo 487º, nº 2, do Código Civil). De acordo com esta norma, a culpa deve ser apreciada em abstracto, ou seja, tendo em conta as concretas circunstâncias da dinâmica do acidente de viação em causa, por referência a um condutor normal. Vejamos então os factos provados que relevam para a apreciação da culpa dos condutores interveniente no acidente de viação, que consistiu no embate entre o velocípede conduzido pelo autor menor e o veículo automóvel seguro na ré, com a matrícula OD

7 Está assente que o menor circulava num velocípede sem motor, numa via que cruza com uma estrada municipal para a qual se dirigia. Nessa estrada seguia o veículo seguro na ré. No entroncamento daquela via com a estrada municipal existe um sinal Stop. O velocípede, ao chegar ao local onde as duas vias se encontravam não parou, entrando na estrada por onde circulava o automóvel OD, quando este estava a uma distância de cerca de 20 metros do dito entroncamento, dando-se a colisão entre os dois veículos. Tal colisão ocorreu no lado direito da estrada municipal atento o sentido de marcha do OD, na intercepção das duas vias. Perante tal factualidade não restam dúvidas de que o autor menor omitiu o dever de cuidado que lhe era exigível no exercício da condução do velocípede, omissão essa consubstanciada quer no desrespeito pelo sinal Stop, que lhe impunha não só parar no entroncamento onde o mesmo se situava, mas também ceder a passagem a quem circulasse na dita estrada municipal ( cfr artº 21º B2 do D. Reg. Nº 22-A/98), quer na violação do prescrito no artº 32º nº 4 do Código da estrada, segundo a qual, por regra, o condutor de um velocípede deve ceder passagem aos veículos com motor. Também se afigura inequívoco que a violação destas normas estradais foi causal da colisão entre os dois veículos. Se o menor tivesse parado e cedido passagem ao OD, a colisão seguramente que não se verificaria. Mas terá a conduta da condutora do OD contribuído, de alguma sorte, para a produção do embate e respectivas consequências? Adiantamos desde já que os factos que se deram como provados não permitem tal conclusão. A condutora do OD tinha prioridade de passagem relativamente aos veículos que circulavam na via de onde proveio o autor Eduardo. É certo que a prioridade de passagem não é um direito absoluto. Como estabelece o nº2 do mesmo artº 29º do CE o condutor com prioridade de passagem deve observar as cautelas necessárias à segurança do trânsito. Quer isto dizer que o direito de prioridade só existe, só nasce, se forem tomadas todas as precauções que se impõem em face das circunstâncias concretas, de modo a evitar que se ponha em causa a segurança do trânsito. Ora, da factualidade provada não vislumbramos qualquer facto de onde se possa concluir que a condutora do OD não teve as cautelas que se lhe exigiam ao aproximarse do entroncamento das aludidas vias. Não se provou a velocidade a que a mesma circulava (v. resposta negativa aos quesitos 2º e 12º). Não resulta do circunstancialismo fáctico apurado que a condutora do OD tenha violado qualquer outra norma estradal. Não foi alegado que circulavam muitos miúdos na estrada por haver uma prova de bicicleta. Não se alegou que o A. Eduardo era o último de um grupo de ciclistas, como também não foi alegado a que distância a condutora do OD podia avistar quem transitasse na via por onde circulava o menor, ou que aquela tenha ou não travado ou que tenha ou não abrandado a sua marcha à aproximação do entroncamento. A circunstância de estes factos não alegados terem sido mencionados na motivação da matéria de facto por terem sido referidos por testemunhas, não permite a este tribunal considerá-los, tanto mais que não lhe foi pedida a reapreciação da decisão que incidiu sobre a matéria de facto. Ou seja, da factualidade provada não se pode concluir que o acidente se deveu a conduta culposa da condutora do veículo seguro na ré, mas antes a conduta do menor e lesado Eduardo Freitas.

8 Contudo, a causa de pedir, nas acções de indemnização por acidente de viação consiste no próprio acidente e abrange todos os pressupostos da obrigação de indemnizar. Assim, ainda que o autor peticione uma indemnização invocando a culpa do agente, deve o tribunal averiguar se o pedido indemnizatório pode proceder com fundamento da responsabilidade pelo risco, caso não se prove a culpa do demandado, ou no caso, a culpa do condutor da viatura segura na Ré demandada.[i] O artº 503º nº 1 do Código Civil prevê a responsabilidade pelo risco no caso de veículos de circulação terrestre dispondo que: Aquele que tiver a direcção efectiva de qualquer veículo de circulação terrestre e o utilizar no seu próprio interesse, ainda que por intermédio de comissário, responde pelos danos provenientes dos riscos próprios do veículo, mesmo que este não se encontre em circulação. Tal responsabilidade aproveita a terceiros lesados (artº 504º nº 1 do Código Civil). Contudo, dispõe o artº 505º do mesmo CC que Sem prejuízo do disposto no artº 570º, a responsabilidade fixada no nº 1 do artº 503º, só é excluída quando o acidente for imputável ao próprio lesado ou a terceiro, ou quando resulte de causa de força maior estranha ao funcionamento do veículo. Por sua vez, o artº 570º estabelece o seguinte: 1. Quando um facto culposo do lesado tiver concorrido para a produção ou agravamento dos danos, cabe ao tribunal determinar, com base na gravidade das culpas de ambas as partes e nas consequências que delas resultaram, se a indemnização deve ser totalmente concedida, reduzida ou mesmo excluída. 2. Se a responsabilidade se basear numa simples presunção de culpa, a culpa do lesado, na falta de disposição em contrário, exclui o dever de indemnizar. Aplicando as referidas disposições ao caso dos autos, teremos que concluir que, de acordo com estas normas, a indemnização peticionada pelo Autor Eduardo não pode fundamentar-se na responsabilidade pelo risco. Contudo, tendo em conta que foi demandada nos autos uma empresa seguradora no âmbito da cobertura do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel e que o lesado, menor de oito anos, conduzia, na altura do acidente, uma bicicleta, suscita-se uma questão prévia: a de saber se a dita legislação nacional (artº 505º e 570º do CC) é conforme às disposições comunitárias relativas ao seguro obrigatório de responsabilidade civil que, como refere Moitinho de Almeida[ii], influenciam também o próprio direito da responsabilidade civil. A verificação da dita conformidade impõe-se a este tribunal tendo em conta o princípio da lealdade europeia, por força do qual os Estados Membros estão obrigados a adoptar todas as medidas necessárias ao cumprimento dos objectivos dos tratados e a não adoptar medidas que ponham em causa tais objectivos. A partir deste princípio de lealdade consagrado no tratado,[iii] o Tribunal de Justiça decompôs uma série de outros princípios que densificam a lealdade e revelam-se indispensáveis à própria sobrevivência do sistema federativo europeu destacando-se: o Princípio do Primado do Direito da União Europeia que implica, como refere Alessandra Silveira na obra citada e que aqui seguiremos de perto, a não aplicação do direito nacional incompatível com o Direito da União e a obrigação dos Estados- Membros fazerem respeitar o Direito da União, a supressão ou reparação das consequências de um acto nacional contrário ao Direito da União e a obrigação de os Estados-Membros fazerem respeitar o Direito da União[iv]; o Princípio do Efeito Directo das Normas Europeias, que autoriza os particulares a invocarem as normas europeias que imponham deveres ou reconheçam direitos de forma suficientemente clara e incondicionada, inclusivamente contra normas violadoras do Direito da União; o

9 Princípio da Efectividade e o Princípio da Equivalência do Direito da União, segundo os quais as autoridades nacionais devem garantir o efeito útil das disposições europeias e assegurar que a protecção das pretensões decorrentes do Direito da União sejam tão protegidas como as pretensões decorrentes do direito nacional o que, segundo a citada autora, vem ampliar consideravelmente os poderes do Juiz, posto que, se o direito nacional não oferece um recurso efectivo ao particular, o juiz deve criar ; o Princípio da Interpretação e Aplicação Uniformes do Direito da União e ainda o Princípio da Interpretação Conforme, que exige que o interprete e aplicador do direito nacional, nomeadamente o juiz, devam atribuir às disposições nacionais um sentido conforme com o Direito da União; e finalmente, o Princípio da Tutela Jurisdicional efectiva que postula que a efectividade do Direito da União depende da garantia judicial das suas normas. É à luz destes princípios que iremos apreciar as normas comunitárias relativas ao seguro de responsabilidade civil automóvel. Existem cinco directivas comunitárias neste domínio: A directiva do Conselho de 24/04/1972 (72/166/CEE) - primeira directiva automóvel, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes ao seguro de responsabilidade civil resultante da circulação de veículos automóveis e à fiscalização do cumprimento da obrigação de segurar esta responsabilidade; A directiva do Conselho de 30/12/1983 (84/5/CEE) segunda directiva automóvel, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes ao seguro de responsabilidade civil que resulta da circulação de veículos automóveis; A directiva do Conselho de 14/05/1990 (90/232/CEE) terceira directiva automóvel, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes ao seguro de responsabilidade civil relativo à circulação de veículos automóveis; A directiva do Parlamento Europeu e do Conselho de 16/05/2000 (2000/26/CE) quarta directiva relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes ao seguro de responsabilidade civil relativo à circulação de veículos automóveis e que altera as Directivas 73/239/CEE e 88/357/CEE do Conselho; A directiva do Parlamento Europeu e do Concelho de 11/05/2005 (2005/14/CE) quinta directiva automóvel, que altera aos Directivas 72/166/CEE, 84/05/CEE, 88/357/CEE 90/32/CEE do Conselho e a Directiva 2000/26/CE relativas ao seguro de responsabilidade civil resultante da circulação de veículos automóveis; Como refere Adriano Garção[v], visou-se, com as mesmas, criar, na matéria, de modo uniforme, regras de protecção dos cidadãos, designadamente dos segurados e lesados por acidentes rodoviários. Esta protecção impõe-se nas sociedades modernas, uma vez que os acidentes com veículos constituem uma das principais causas de morte e lesões corporais graves. Cada vez mais as ordens jurídicas tendem a desvalorizar a culpa como fundamento do direito de indemnização pelos danos decorrentes dos acidentes de viação, encontrando a razão de ser desse direito na própria circulação dos veículos, encarada no seu todo.[vi] Um exemplo paradigmático desta perspectiva é, na ordem jurídica Francesa, a chamada lei Badinter de 5/07/1985, segundo a qual, passageiros, pedestres e ciclistas são sempre compensados pelos seus ferimentos, ninguém podendo opor-lhes a sua própria culpa, excepto se o acidente se dever exclusivamente ao seu comportamento, que deve ser particularmente grave e indesculpável ou se tiverem procurado voluntariamente os danos sofridos. E mais, a culpa grave do lesado nem sequer é relevante nos casos em que os acidentados tenham menos de 16 anos (como sucede no nosso caso) ou mais de 70, ou sejam titulares de uma incapacidade de pelo menos 80%.

10 No que respeita às aludidas normas comunitárias e com o dito propósito, nas três primeiras directivas estabeleceu-se a obrigação de que todos os automóveis fossem cobertos por um seguro de responsabilidade civil, com montantes mínimos de capitais seguros, assegurou-se a livre circulação desses veículos a coberto do seguro em todo o território comunitário e garantiu-se que as vítimas de acidentes provocados por veículos, não identificados ou sem seguro tivessem a possibilidade de ser indemnizadas e ainda que todos os passageiros, mesmo familiares do condutor, pudessem beneficiar da cobertura do seguro. Com a quarta directiva, pretendeu-se assegurar às vítimas de acidentes ocorridos fora do seu país, uma regularização do sinistro semelhante à que teriam se o acidente fosse regularizado no seu país. Com o mesmo objectivo de protecção ao lesado que se pretende obter com o regime do seguro obrigatório, a 5ª directiva, para além do mais e para o que nos interessa no caso concreto, no seu artº 4º, alterando a 3ª directiva, inseriu nesta o art.º 1.º A com o seguinte teor: O seguro referido no nº 1 do artº 3º da Directiva 72/166/CEE assegura a cobertura dos danos pessoais e materiais sofridos por peões, ciclistas e outros utilizadores das estradas que, em consequência de um acidente em que esteja envolvido um veículo a motor, têm direito a indemnização de acordo com o direito nacional. O presente artigo não prejudica nem a responsabilidade civil, nem o montante das indemnizações. A questão que se coloca é a de saber se esta norma deve ser interpretada no sentido de que a cobertura do seguro de responsabilidade civil obrigatório pode excluir os danos sofridos por peões ou ciclistas e outros utilizadores das estradas, em consequência de acidente em que intervenha um veículo a motor, quando aqueles (peões, ciclistas ou utilizadores) tenham contribuído com a sua conduta, total ou parcialmente, para a sua verificação, resultando tal exclusão da aplicação da legislação nacional relativa à responsabilidade civil. O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias já foi chamado a pronunciar-se sobre a possibilidade de exclusão da cobertura do seguro obrigatório de responsabilidade civil em alguns casos concretos. Como refere o Exm.º Sr. Conselheiro Moitinho de Almeida, da Jurisprudência deste Tribunal[vii] resulta o entendimento de que, á excepção do caso previsto no artº 2º nº 1 da segunda directiva (ocupantes de veículo causador do sinistro que sabiam ter sido roubado), são inadmissíveis disposições legais ou contratuais que excluam, em determinadas circunstâncias, a prestação da seguradora. Tal disposição, derrogatória de uma regra geral deve pois ser interpretada restritivamente. Neste sentido, no Acórdão Candolim proferido pelo Tribunal de Justiça, em que estava em causa analisar se os artºs 2º nº 1 segundo parágrafo, da Segunda directiva e 1º da Terceira Directiva[viii], se opunham a uma regulamentação nacional que permitisse a exclusão ou limitação do direito de indemnização do passageiro de viatura, com base na contribuição do passageiro para a produção dos danos que sofreu, concluiu-se nos seus considerandos 24º a 30º e 35º, que: No que diz respeito à exclusão ou limitação do direito a uma indemnização coberta pelo seguro automóvel obrigatório com fundamento na contribuição do passageiro vítima de uma acidente para a produção do dano, resulta do objecto das Primeira, Segunda e Terceira Directivas, bem como do teor das suas disposições, que as mesmas não visam harmonizar os regimes de responsabilidade civil dos Estados Membros e que, no estado actual do direito comunitário, os Estados Membros continuam livres de determinar o regime de responsabilidade civil aplicável aos sinistros resultantes da circulação dos

11 veículos (acórdão de 14 de Setembro de 2000, Mendes Ferreira e Delgado Correia Ferreira, C 348/98, Colect., p. I 6711, n.os 23 e 29). Contudo, não colhe o argumento no sentido de que o direito comunitário não impõe qualquer restrição à apreciação, no âmbito do direito nacional da responsabilidade civil, da importância da contribuição do passageiro para a produção dos danos que sofreu. Os EstadosMembros são obrigados a exercer as suas competências no respeito do direito comunitário, especialmente dos artigos 3., n. 1, da Primeira Directiva, 2., n. 1, da Segunda Directiva e 1. da Terceira Directiva, cujo objectivo consiste em garantir que o seguro automóvel obrigatório permitirá que todos os passageiros vítimas de um acidente causado por um veículo sejam indemnizados pelos danos que sofreram. As disposições nacionais que regulam as indemnizações devidas por sinistros resultantes da circulação de veículos não podem, assim, privar as referidas disposições do seu efeito útil. Seria esse nomeadamente o caso se, apenas com fundamento na contribuição do passageiro para a produção do dano, uma legislação nacional, definida com base em critérios gerais e abstractos, recusasse ao passageiro o direito a ser indemnizado pelo seguro automóvel obrigatório ou limitasse esse direito de modo desproporcionado. Apenas em circunstâncias excepcionais se poderá limitar a extensão da indemnização da vítima, com base numa apreciação individual da sua conduta. Este entendimento foi reafirmado no Acórdão Elaine Farrell do mesmo Tribunal, que considerou ter carácter excepcional a possibilidade de limitar a indemnização às vítimas de acidente de viação, apenas admissível em face de uma apreciação individual e no respeito pelo direito comunitário. Em face da jurisprudência citada, importa esclarecer quaisquer dúvidas que subsistam quanto à compatibilidade dos artºs 505º e 570º do Código Civil, com os artºs 3º nº 1 da Primeira Directiva, 2º nº 1 da segunda Directiva e, particularmente, com o disposto no 1º-A da terceira Directiva, inserido pela Quinta Directiva. A referida legislação nacional relativa á responsabilidade civil, ao excluir a responsabilidade pelo risco nos casos em que o acidente resulte de conduta do lesado, exclui também a responsabilidade da demandada seguradora no que concerne à indemnização dos danos sofridos pelo meno em consequência do acidente em causa, entre a bicicleta que este conduzia e o veículo automóvel objecto de seguro de responsabilidade civil contratado com a ré sociedade de seguros. O menor condutor da bicicleta não pode deixar de se considerar lesado de acordo com o conceito definido no art.º 1º nº 2 da primeira Directiva, já que sofreu danos em consequência do acidente. Para esclarecer estas dúvidas e assegurar o respeito pelos referidos princípios do Direito da União Europeia, entende este Tribunal dever suscitar, oficiosamente, o reenvio prejudicial previsto no artº 267º do Tratado de Funcionamento da União Europeia. Assim, tendo em conta que: 1- A legislação portuguesa sobre responsabilidade civil prevê, para além da responsabilidade por factos ilícitos que pressupõe a culpa do agente, a responsabilidade pelo risco ou objectiva no que concerne aos danos causados por acidentes em que intervenham veículos ( art.º 503º do Código Civil Português) 2- Nos beneficiários dessa responsabilidade objectiva incluem-se os terceiros lesados, ainda que intervenientes no acidente (504º nº 1 do Código Civil Português);

12 3- A legislação portuguesa estabelece a exclusão da responsabilidade pelo risco ou objectiva quando o acidente for imputável a conduta do lesado ou a terceiro, ou quando resulte de causa de força maior estranha ao funcionamento do veículo (artº 505º do Código Civil Português); 4 - Mais estabelece que cabe ao tribunal determinar se a indemnização ao lesado pode ser excluída ou reduzida quando este tenha concorrido culposamente para a produção ou agravamento dos danos, tendo em conta a gravidade das culpas de ambas as partes (artº 570º do Código Civil Português); 5 - O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias já decidiu que, não obstante os Estados-Membros continuarem a ter liberdade para determinar o regime de responsabilidade civil aplicável aos sinistros resultantes da circulação de veículos, são contudo obrigados a exercer as suas competências no que respeita às normas comunitárias, designadamente assegurando o efeito útil das directivas relativas ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, concluindo que apenas em circunstâncias excepcionais se poderá limitar a extensão da indemnização da vítima, A questão a submeter à apreciação do Tribunal de Justiça será a seguinte: Em acidente de viação em que intervenham um veículo automóvel e uma bicicleta e do qual resultem, para o condutor da bicicleta, danos pessoais e materiais, a exclusão ou redução da indemnização por tais danos quando o evento danoso seja imputável a conduta do ciclista, é ou não contrária ao direito comunitário, particularmente aos art.ºs 3º nº 1 da primeira directiva, (72/166/CEE) 2º nº 1 da segunda directiva (84/5/CEE) e 1º-A da terceira directiva ((90/232/CEE) inserida pelo artº 4º da quinta directiva (2005/14/CE), todas relativas ao seguro de responsabilidade civil resultante da circulação de automóveis, considerando a Jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades no que concerne às circunstâncias em pode ser limitada a indemnização pelo seguro obrigatório de responsabilidade automóvel? A conformidade ou não conformidade das citadas normas nacionais com as directivas comunitárias referidas é questão fulcral para a decisão da presente causa no que respeita apenas aos danos sofridos pelo menor: caso se considere que se verifica tal conformidade, a decisão a proferir será no sentido de não atribuir ao menor qualquer indemnização; em caso de desconformidade, poderá o lesado vir a ser indemnizado. III DECISÃO Por tudo o exposto, acordam os Juízes que constituem esta secção cível em: I - Suscitar perante o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias a seguinte questão prejudicial: Tendo em conta que: 1- A legislação portuguesa sobre responsabilidade civil prevê, para além da responsabilidade por factos ilícitos que pressupõe a culpa do agente, a responsabilidade pelo risco ou objectiva no que concerne aos danos causados por acidentes em que intervenham veículos ( art.º 503º do Código Civil Português) 2- Nos beneficiários dessa responsabilidade objectiva incluem-se os terceiros lesados, ainda que intervenientes no acidente (504º nº 1 do Código Civil Português); 3- A legislação portuguesa estabelece a exclusão da responsabilidade pelo risco ou objectiva quando o acidente for imputável a conduta do lesado ou a terceiro, ou quando resulte de causa de força maior estranha ao funcionamento do veículo (artº 505º do Código Civil Português);

13 4 - Mais estabelece que cabe ao tribunal determinar se a indemnização ao lesado pode ser excluída ou reduzida quando este tenha concorrido culposamente para a produção ou agravamento dos danos, tendo em conta a gravidade das culpas de ambas as partes (artº 570º do Código Civil Português); 5 - O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias já decidiu que, não obstante os Estados-Membros continuarem a ter liberdade para determinar o regime de responsabilidade civil aplicável aos sinistros resultantes da circulação de veículos, são contudo obrigados a exercer as suas competências no que respeita às normas comunitárias, designadamente assegurando o efeito útil das directivas relativas ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, concluindo que apenas em circunstâncias excepcionais se poderá limitar a extensão da indemnização da vítima, A questão a submeter à apreciação do Tribunal de Justiça será a seguinte: Em acidente de viação em que intervenham um veículo automóvel e uma bicicleta e do qual resultem, para o condutor da bicicleta, danos pessoais e materiais, a exclusão ou redução da indemnização por tais danos quando o evento danoso seja imputável a conduta do ciclista, é ou não contrária ao direito comunitário, particularmente aos art.ºs 3º nº 1 da primeira directiva, (72/166/CEE) 2º nº 1 da segunda directiva (84/5/CEE) e 1º-A da terceira directiva ((90/232/CEE) inserida pelo artº 4º da quinta directiva (2005/14/CE), (todas relativas ao seguro de responsabilidade civil resultante da circulação de automóveis), considerando a jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades no que concerne às circunstâncias em pode ser limitada a indemnização pelo seguro obrigatório de responsabilidade automóvel? II - Suspender a instância até ser proferida decisão sobre a sobredita questão, pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Notifique as partes do presente acórdão e para que, em 10 dias, sugiram o que entenderem por conveniente relativamente ao pedido de reenvio. Guimarães, 4 de Março de 2010 [i] Só não será assim se resultar claramente dos autos que o demandante só pretende ser indemnizado se houver culpa do demandado, como se refere no Ac. do STJ de 04/10/2007, in [ii] Seguro obrigatório automóvel: o direito português face à jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, em [iii] O princípio da lealdade decorria já do artº 10º do Tratado da Comunidade. Com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, está agora consagrado no artº 4º nº 3 do Tratado da União Europeia) [iv] Acórdãos do Tribunal de Justiça de 15/07/1963, Costa Enel, processo 6/64 e de 09/03/1978, Simmenthal, processo nº 106/77. [v] A Evolução Decorrente das Directivas Comunitárias, III Congresso Nacional de Direito dos Seguros, pags 127 e ss. [vi] Cfr Acórdão do STJ de 04/10/2007 in

14 [vii] Em particular os acórdãos do Tribunal de Justiça de 28/03/1996, Ruiz Bernaldez, C , Colectânea, p. I-1831, nº 13, de 14/09/2000, Mendes Ferreira e Delgado Correia Ferreira, C-348/98, Colectâneap.I-6711, nº 24 e de 30/06/2005, Katja Candolim, C-537/03,Colectânea p. e de 19/04/2007, Elaine Farrell, processo C-356/05, Colectânea, p. I-3067, disponíveis também em (Jurisprudência). [viii] Estabelece este da terceira directiva a obrigatoriedade de o seguro automóvel cobrir os danos sofridos pelos passageiros de viatura

SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL

SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL J u r i s p r u d ê n c i a d o s C o n s e l h o s SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL Parecer n.º 12/PP/2009-G Relator Dr. Marcelino Pires I. Introdução A Sra. Dra.... vem solicitar parecer

Leia mais

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto Acórdão do Tribunal da Relação do Porto Processo: 9951381 Nº Convencional: JTRP00027995 Relator: AZEVEDO RAMOS Descritores: INTERVENÇÃO PROVOCADA INTERVENÇÃO ACESSÓRIA CONDUÇÃO SOB O EFEITO DE ÁLCOOL ACIDENTE

Leia mais

Processo n.º 753/2014

Processo n.º 753/2014 Processo n.º 753/2014 (Recurso Laboral) Data : 5/Março/2015 ASSUNTOS: - Acidente de trabalho - Duplicação de indemnização SUMÁ RIO : Se a entidade patronal pagou uma indemnização pela morte de um seu trabalhador,

Leia mais

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas 18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar o reconhecimento de divórcios e separações de pessoas obtidos

Leia mais

PARECER N.º 45/CITE/2006

PARECER N.º 45/CITE/2006 PARECER N.º 45/CITE/2006 Assunto: Parecer prévio ao despedimento de trabalhadora puérpera, nos termos do n.º 1 do artigo 51.º da Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto, que aprovou o Código do Trabalho, conjugado

Leia mais

LIÇÃO II 11 DE OUTUBRO DE 2007 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS TIPOS DE ACÇÕES

LIÇÃO II 11 DE OUTUBRO DE 2007 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS TIPOS DE ACÇÕES LIÇÃO II 11 DE OUTUBRO DE 2007 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS TIPOS DE ACÇÕES CASO 1 António, estudante de Direito da Universidade do Minho, reside em Chaves e desloca-se todas as semanas a Braga. No dia 24 de

Leia mais

PARECER N.º 93/CITE/2009

PARECER N.º 93/CITE/2009 PARECER N.º 93/CITE/2009 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 e da alínea a) do n.º 3 do artigo 63.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro Despedimento por facto

Leia mais

Comissão Europeia Direcção-Geral da Justiça B-1049 Bruxelas JUST-CIVIL-COOP@ec.europa.eu N/Ref. Ent.13561 de 25/07/2012

Comissão Europeia Direcção-Geral da Justiça B-1049 Bruxelas JUST-CIVIL-COOP@ec.europa.eu N/Ref. Ent.13561 de 25/07/2012 Comissão Europeia Direcção-Geral da Justiça B-1049 Bruxelas JUST-CIVIL-COOP@ec.europa.eu N/Ref. Ent.13561 de 25/07/2012 ASSUNTO: Resposta da Ordem dos Advogados de Portugal à Consulta Pública sobre Prazos

Leia mais

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE N.º 01/2008 Data: 2008/07/16 Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública Elaborada por: Núcleo de Apoio Jurídico e Contencioso e Unidade de Certificação SÍNTESE: A

Leia mais

LIÇÃO VII. 26 de ABRIL DE 2007

LIÇÃO VII. 26 de ABRIL DE 2007 LIÇÃO VII 26 de ABRIL DE 2007 No dia 2 de Abril de 2003 ocorreu um acidente de viação entre os veículos automóveis conduzidos, respectivamente, por António e Berto, respectivamente, na EN1, perto de Cantanhede.

Leia mais

CASO PRÁTICO COM TODA A MATÉRIA DIREITO ADMINISTRATIVO II

CASO PRÁTICO COM TODA A MATÉRIA DIREITO ADMINISTRATIVO II CASO PRÁTICO COM TODA A MATÉRIA DIREITO ADMINISTRATIVO II O Presidente da Câmara Municipal de Sintra (PCMS) decidiu abrir um concurso público para o fornecimento de serviços de transporte escolar no Município

Leia mais

Sou obrigado a parar e a ceder a passagem ao veículo de tracção animal. a) Certo. b) Errado. c) d)

Sou obrigado a parar e a ceder a passagem ao veículo de tracção animal. a) Certo. b) Errado. c) d) 39 BA 82.60.9 Sou obrigado a parar e a ceder a passagem ao veículo de tracção animal. 38 BA 82.60.10 Nesta situação, sou obrigado a parar e a ceder a passagem ao velocípede. 40 BA 82.60.11_a Ao saír do

Leia mais

Tribunal de Contas. ACÓRDÃO N.º 2/2003 1.ª S/PL de 28 de Janeiro de 2003. R.O. n.º 20/02 Processo n.º 1779/2002 SUMÁRIO:

Tribunal de Contas. ACÓRDÃO N.º 2/2003 1.ª S/PL de 28 de Janeiro de 2003. R.O. n.º 20/02 Processo n.º 1779/2002 SUMÁRIO: ACÓRDÃO N.º 2/2003 1.ª S/PL de 28 de Janeiro de 2003 R.O. n.º 20/02 Processo n.º 1779/2002 CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO / ENCARGO FINANCEIRO / ENDIVIDAMENTO MUNICIPAL / DÉFICE PÚBLICO / MUNICÍPIO /

Leia mais

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS Bruxelas, 5/VI/2008 C(2008) 2274 final RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO de 5/VI/2008 relativa à limitação da responsabilidade civil dos revisores oficiais de contas e das sociedades

Leia mais

(85/577/CEE) Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 100º,

(85/577/CEE) Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 100º, DIRECTIVA DO CONSELHO de 20 de Dezembro de 1985 relativa à protecção dos consumidores no caso de contratos negociados fora dos estabelecimentos comerciais (85/577/CEE) O CONSELHO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,

Leia mais

Processo n.º 441/2008 Data do acórdão: 2010-07-22

Processo n.º 441/2008 Data do acórdão: 2010-07-22 Processo n.º 441/2008 Data do acórdão: 2010-07-22 (Autos de recurso penal com enxerto cível) Assuntos: insuficiência para a decisão da matéria de facto provada objecto do processo acção penal enxerto cível

Leia mais

PARECER N.º 38/CITE/2005

PARECER N.º 38/CITE/2005 PARECER N.º 38/CITE/2005 Assunto: Parecer nos termos do n.º 3 do artigo 133.º do Código do Trabalho e da alínea j) do n.º 1 do artigo 496.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Não renovação de contrato

Leia mais

Processo de arbitragem n.º 78/2015. Sentença

Processo de arbitragem n.º 78/2015. Sentença Processo de arbitragem n.º 78/2015 Demandante: A Demandada: B Árbitro único: Jorge Morais Carvalho Sentença I Processo 1. O processo correu os seus termos em conformidade com o Regulamento do Centro Nacional

Leia mais

P.º R. P. 301/04 DSJ-CT

P.º R. P. 301/04 DSJ-CT P.º R. P. 301/04 DSJ-CT - Registo de hipoteca legal por dívidas à Segurança Social sobre bens dos gerentes da sociedade devedora. Documentos instrutórios : certidão comprovativa da dívida e cópia autenticada

Leia mais

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 Projecto DECISÃO N. o / DO CONSELHO DE ASSOCIAÇÃO instituído pelo Acordo Euro-Mediterrânico que cria uma associação entre as Comunidades Europeias e

Leia mais

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A REGENTE: PROF. DOUTOR MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA 27-02-2015 DURAÇÃO DA PROVA: 2H00 Alice, domiciliada

Leia mais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Convidado para Diretor Sem Fronteiras Dr. Lodi Maurino Sodré Comissão indicou para os Grupos de Trabalhos e demais Comissões. A questão está na aplicação

Leia mais

PARECER N.º 18/CITE/2011

PARECER N.º 18/CITE/2011 PARECER N.º 18/CITE/2011 Assunto: Parecer prévio ao despedimento de trabalhadora grávida, por facto imputável à trabalhadora, nos termos do n.º 1 e da alínea a) do n.º 3 do artigo 63.º do Código do Trabalho,

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA (Quinta Secção) 14 de Setembro de 2000 *

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA (Quinta Secção) 14 de Setembro de 2000 * ACÓRDÃO DE 14. 9. 2000 PROCESSO C-348/98 ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA (Quinta Secção) 14 de Setembro de 2000 * No processo C-348/98, que tem por objecto um pedido dirigido ao Tribunal de Justiça, nos

Leia mais

Convenção nº 146. Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos

Convenção nº 146. Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos Convenção nº 146 Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho: Convocada para Genebra pelo conselho administração da Repartição Internacional

Leia mais

S U M Á R I O. Processo n.º 96/2010 Data do acórdão: 2010-3-25. Assuntos:

S U M Á R I O. Processo n.º 96/2010 Data do acórdão: 2010-3-25. Assuntos: Processo n.º 96/2010 Data do acórdão: 2010-3-25 (Autos de recurso civil e laboral) Assuntos: intervenção provocada auxiliar na defesa art. o 272. o, n. o 1, do Código de Processo Civil art. o 274. o, n.

Leia mais

Regime de Responsabilidade Civil dos Transportadores e Operadores Aéreos Regulamentos Administrativos No 11/2004 e No 19/2011

Regime de Responsabilidade Civil dos Transportadores e Operadores Aéreos Regulamentos Administrativos No 11/2004 e No 19/2011 Regime de Responsabilidade Civil dos Transportadores e Operadores Aéreos Regulamentos Administrativos No 11/2004 e No 19/2011 Perguntas e Respostas 1. A que se referem as expressões transportador aéreo

Leia mais

A ambulância deve: Avançar, mas apenas se assinalar a marcha de urgência. Avançar. Ceder-me a passagem.

A ambulância deve: Avançar, mas apenas se assinalar a marcha de urgência. Avançar. Ceder-me a passagem. A ambulância deve: Avançar, mas apenas se assinalar a marcha de urgência. Avançar. Ceder-me a passagem. A ambulância deve: Avançar. Ceder a passagem apenas ao meu veículo. Ceder a passagem apenas ao veículo

Leia mais

Processo nº 305/2010. Data: 06 de Março de 2014. ASSUNTO: - Marca notória e prestigiada

Processo nº 305/2010. Data: 06 de Março de 2014. ASSUNTO: - Marca notória e prestigiada Processo nº 305/2010 (Autos de Recurso Civil e Laboral) Data: 06 de Março de 2014 ASSUNTO: - Marca notória e prestigiada SUMÁ RIO: - Para que uma marca possa ser qualificada como notória e prestigiada,

Leia mais

RECOMENDAÇÃO N.º 6/ B / 2004 [art.º 20.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril]

RECOMENDAÇÃO N.º 6/ B / 2004 [art.º 20.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril] Número: 6/B/2004 Data: 25-03-2004 Entidade visada: Secretária de Estado da Administração Pública Assunto: Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública. Promoção a técnico superior de 1.ª classe. Processo:

Leia mais

Processo de arbitragem. Sentença

Processo de arbitragem. Sentença Processo de arbitragem Demandante: A Demandada: B Árbitro único: Jorge Morais Carvalho Sentença I Processo 1. O processo correu os seus termos em conformidade com o Regulamento do Centro Nacional de Informação

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 0252/14 Data do Acordão: 23-04-2014 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Sumário: GRADUAÇÃO DE CRÉDITOS IRS HIPOTECA

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

Processo n.º 184/2013. Sentença. I - O processo

Processo n.º 184/2013. Sentença. I - O processo Processo n.º 184/2013 Demandante: A. Demandada: B. Sentença I - O processo 1. O Demandante solicitou a intervenção do Centro Nacional de Informação e Arbitragem de Conflitos de Consumo () no âmbito de

Leia mais

1.º Curso de Estágio de 2006 TESTE DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

1.º Curso de Estágio de 2006 TESTE DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL 1.º Curso de Estágio de 2006 TESTE DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL Analise a hipótese que a seguir se enuncia e responda, depois, às questões suscitadas sobre a mesma, fundamentando as respostas com as disposições

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0347/13 Data do Acordão: 03-07-2013 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: FERNANDA MAÇÃS Descritores: GRADUAÇÃO DE CRÉDITOS Sumário: Nº Convencional: JSTA000P16033 Nº do Documento: SA2201307030347

Leia mais

PARECER N.º 28/CITE/2005

PARECER N.º 28/CITE/2005 PARECER N.º 28/CITE/2005 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 do artigo 45.º do Código do Trabalho e dos artigos 79.º e 80.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Processo n.º 26 FH/2005 I OBJECTO

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO Registro: 2013.0000209289 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0017770-14.2003.8.26.0224, da Comarca de Guarulhos, em que é apelante/apelado HSBC SEGUROS ( BRASIL ) S/A, são

Leia mais

ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS

ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS Mantido pelo acórdão nº 34/10, de 17/12/10, proferido no recurso nº 14/10 Não transitado em julgado ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS Processo nº 187/2010 I OS FACTOS 1. O Município de Gondomar remeteu,

Leia mais

PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL

PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL 17ª Sessão DOS PRINCÍPIOS DA PROVA EM PROCESSO CIVIL Carla de Sousa Advogada 1º Curso de Estágio 2011 1 PROVA? FUNÇÃO DA PROVA: Demonstrar a realidade dos factos (artigo 341.º

Leia mais

7. PROTOCOLO RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA

7. PROTOCOLO RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA 16.12.2004 PT Jornal Oficial da União Europeia C 310/261 7. PROTOCOLO RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA AS ALTAS PARTES CONTRATANTES, CONSIDERANDO QUE, ao abrigo do artigo III 434.

Leia mais

Processo n.º 656/2014

Processo n.º 656/2014 Processo n.º 656/2014 (Recurso Laboral) Relator: Data : João Gil de Oliveira 26/Março/2015 ASSUNTOS: - Comodato e mútuo - Prejuízos; liquidação em execução de sentença SUMÁ RIO : 1. Se A empresta a B certas

Leia mais

Processo n.º 365/2015 Data do acórdão: 2015-6-4

Processo n.º 365/2015 Data do acórdão: 2015-6-4 Processo n.º 365/2015 Data do acórdão: 2015-6-4 (Autos em recurso penal) Assuntos: toxicodependente suspensão de execução da pena de prisão maus resultados nos testes de urina rejeição voluntária do internamento

Leia mais

CONSELHO DA EUROPA TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM 2ª SECÇÃO. CASO MORA DO VALE E OUTROS contra PORTUGAL. (Queixa n.

CONSELHO DA EUROPA TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM 2ª SECÇÃO. CASO MORA DO VALE E OUTROS contra PORTUGAL. (Queixa n. CONSELHO DA EUROPA TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM 2ª SECÇÃO CASO MORA DO VALE E OUTROS contra PORTUGAL (Queixa n.º 53468/99) ACÓRDÃO (reparação razoável) ESTRASBURGO 18 de Abril de 2006 Este acórdão

Leia mais

Painel 1 Tema: Ética e Responsabilidade Civil e Profissional no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito. Responsabilidade Civil Profissional

Painel 1 Tema: Ética e Responsabilidade Civil e Profissional no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito. Responsabilidade Civil Profissional Painel 1 Tema: Ética e Responsabilidade Civil e Profissional no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito Responsabilidade Civil Profissional Responsabilidade Civl Profissional dos Advogados Código de Deontologia

Leia mais

Decreto-Lei n.º 72-A/2003 de 14 de Abril

Decreto-Lei n.º 72-A/2003 de 14 de Abril Decreto-Lei n.º 72-A/2003 de 14 de Abril A Directiva n.º 2000/26/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Maio, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes ao seguro

Leia mais

Processo n.º 363/2014

Processo n.º 363/2014 Processo n.º 363/2014 (Recurso Cível) Relator: Data : João Gil de Oliveira 16/Outubro/2014 ASSUNTOS: - Julgamento da matéria de facto SUMÁ RIO : Não é pelo facto de algumas testemunhas, empregados de uma

Leia mais

directamente o estabelecimento e o funcionamento do mercado interno; Considerando que é pois necessário criar um certificado complementar de

directamente o estabelecimento e o funcionamento do mercado interno; Considerando que é pois necessário criar um certificado complementar de Regulamento (CEE) nº 1768/92 do Conselho, de 18 de Junho de 1992, relativo à criação de um certificado complementar de protecção para os medicamentos Jornal Oficial nº L 182 de 02/07/1992 p. 0001-0005

Leia mais

PARECER N.º 11/CITE/2005

PARECER N.º 11/CITE/2005 PARECER N.º 11/CITE/2005 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 do artigo 51.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto, conjugado com a alínea a) do n.º 1 do artigo 98.º

Leia mais

Processos apensos T-6/92 e T-52/92. Andreas Hans Reinarz contra Comissão das Comunidades Europeias

Processos apensos T-6/92 e T-52/92. Andreas Hans Reinarz contra Comissão das Comunidades Europeias Processos apensos T-6/92 e T-52/92 Andreas Hans Reinarz contra Comissão das Comunidades Europeias «Funcionários Acto que causa prejuízo Reembolso das despesas com auxiliares médicos e enfermagem Redução

Leia mais

Julho 2009 IRECTIVA 2008/48/CE? QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA

Julho 2009 IRECTIVA 2008/48/CE? QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA Julho 2009 A LOCAÇÃO FINANCEIRA E O NOVO REGIME DOS CONTRATOS DE CRÉDITO A CONSUMIDORES: QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA IRECTIVA 2008/48/CE? Para impressionar um potencial cliente numa reunião

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO fls. 2 Registro: 2015.0000086160 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0011047-84.2013.8.26.0011, da Comarca de São Paulo, em que é apelante ORDALIA REGINA DA SILVA BUSO, são

Leia mais

DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006. I - Introdução

DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006. I - Introdução DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006 I - Introdução A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) tem recebido, com muita frequência, um grande número de pedido de acessos a dados pessoais de saúde de titulares

Leia mais

MPBA sociedade de advogados rl

MPBA sociedade de advogados rl Informação jurídica sobre o exercício da profissão de arquitecto em regime de subordinação I) Objecto da consulta Com a presente informação jurídica pretende-se clarificar se o exercício da profissão de

Leia mais

C 326/266 Jornal Oficial da União Europeia 26.10.2012. PROTOCOLO (N. o 7) RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA CAPÍTULO I

C 326/266 Jornal Oficial da União Europeia 26.10.2012. PROTOCOLO (N. o 7) RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA CAPÍTULO I C 326/266 Jornal Oficial da União Europeia 26.10.2012 PROTOCOLO (N. o 7) RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA AS ALTAS PARTES CONTRATANTES, CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 343.

Leia mais

Jornal Oficial nº L 018 de 21/01/1997 p. 0001-0006

Jornal Oficial nº L 018 de 21/01/1997 p. 0001-0006 Directiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de Dezembro de 1996 relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços Jornal Oficial nº L 018 de 21/01/1997 p.

Leia mais

Responsabilidade Civil para Órgãos de Administração e Fiscalização

Responsabilidade Civil para Órgãos de Administração e Fiscalização Este contrato de seguro garante a responsabilidade civil imputável aos membros dos órgãos de administração e fiscalização de sociedades comerciais, de acordo com o legalmente exigível no Código das Sociedades

Leia mais

Novas regras para insolvência avançam em Maio, mas falta regular actividade dos gestores.

Novas regras para insolvência avançam em Maio, mas falta regular actividade dos gestores. Administradores de insolvência ainda sem estatuto Novas regras para insolvência avançam em Maio, mas falta regular actividade dos gestores. Económico, 23-04-12 As novas regras para o processo de insolvência

Leia mais

LEI N.º67/2007. Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas. Artigo 1.º. Aprovação. Artigo 2.

LEI N.º67/2007. Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas. Artigo 1.º. Aprovação. Artigo 2. LEI N.º67/2007 Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas Artigo 1.º Aprovação É aprovado o Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais

Leia mais

PARECER N.º 26/CITE/2006

PARECER N.º 26/CITE/2006 PARECER N.º 26/CITE/2006 Assunto: Parecer prévio ao despedimento de trabalhadora grávida, nos termos do n.º 1 do artigo 51.º do Código do Trabalho, conjugado com a alínea b) do n.º 1 do artigo 98.º da

Leia mais

PARECER N.º 135/CITE/2009

PARECER N.º 135/CITE/2009 PARECER N.º 135/CITE/2009 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 e da alínea a) do n.º 3 do artigo 63.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro Despedimento por facto

Leia mais

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL PARECER N.º 05/2011

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL PARECER N.º 05/2011 1 PARECER N.º 05/2011 Referência: Assunto: Legislação: SM/15/2011.SM.0214 (CJ) Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Deliberação do Conselho de Administração. Circular Informativa. Internato Médico.

Leia mais

PARECER N.º 51/CITE/2009

PARECER N.º 51/CITE/2009 PARECER N.º 51/CITE/2009 Assunto: Dispensas para amamentação Processo n.º 124 QX/2009 I OBJECTO 1.1. Em 5.03.2009, em 23.03.2009 e em 30.03.2009, a CITE recebeu três exposições da trabalhadora, a exercer

Leia mais

Acórdão nº 202 /05-6.Dez-1ªS/SS

Acórdão nº 202 /05-6.Dez-1ªS/SS Transitou em julgado em 09/01/06 Acórdão nº 202 /05-6.Dez-1ªS/SS Proc. nº 2 179/05 1. A Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA) remeteu para fiscalização prévia

Leia mais

PARECER N.º 45/CITE/2011

PARECER N.º 45/CITE/2011 PARECER N.º 45/CITE/2011 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa de autorização de trabalho em regime de horário flexível a trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do n.º 5 do artigo

Leia mais

PARECER N.º 19/CITE/2006

PARECER N.º 19/CITE/2006 PARECER N.º 19/CITE/2006 Assunto: Parecer prévio nos termos do artigo 45.º do Código do Trabalho e dos artigos 79.º e 80.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Processo n.º 20 FH/2006 I OBJECTO 1.1. A CITE

Leia mais

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa MARIA LÚCIA AMARAL * Introdução 1. Agradeço muito o convite que me foi feito para participar neste colóquio luso-italiano de direito

Leia mais

Condições da Apólice de Seguro

Condições da Apólice de Seguro Condições da Apólice de Seguro Minuta de Apólice de Responsabilidade Civil Profissional de Projectistas Requerida para Qualquer Contratação da PARQUE ESCOLAR, E.P.E. O seguro de RC Profissional, nos exactos

Leia mais

Manual de Procedimentos do Seguro Escolar

Manual de Procedimentos do Seguro Escolar Manual de Procedimentos do Seguro Escolar O Seguro Escolar constitui um sistema de protecção destinado a garantir a cobertura financeira da assistência, em caso de acidente escolar, complementarmente aos

Leia mais

PROCESSO DISCIPLINAR N.º: 07/2015

PROCESSO DISCIPLINAR N.º: 07/2015 PROCESSO DISCIPLINAR N.º: 07/2015 Arguido: MARIA DO ROSÁRIO MARTINS SOTTOMAYOR Licenciada FPAK N.º 5097 ACÓRDÃO I No dia 01 de Julho de 2015, a Direcção da Federação Portuguesa de Automobilismo e karting,

Leia mais

II Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

II Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho II Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho A responsabilidade civil e criminal no âmbito da SHST Luís Claudino de Oliveira 22/maio/2014 Casa das Histórias da Paula Rego - Cascais Sumário 1.

Leia mais

Processo nº 523/2012 Data: 11.10.2012 SUMÁ RIO. cerca de 44,9 metros, e que a ofendida não a utilizou ao atravessar

Processo nº 523/2012 Data: 11.10.2012 SUMÁ RIO. cerca de 44,9 metros, e que a ofendida não a utilizou ao atravessar Processo nº 523/2012 Data: 11.10.2012 (Autos de recurso penal) Assuntos : Acidente de viação. Proporção de culpas. SUMÁ RIO 1. Provado estando que no local, havia uma passadeira para peões a cerca de 44,9

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO PARA O USO DA VIATURA DO CCD PM CASCAIS

REGULAMENTO INTERNO PARA O USO DA VIATURA DO CCD PM CASCAIS REGULAMENTO INTERNO PARA O USO DA VIATURA DO CCD PM CASCAIS 2014 Regulamento Interno para o uso da viatura do CCD PM Cascais Página 1 Artigo 1º Objeto O presente regulamento interno estabelece as normas

Leia mais

TENDO DECIDIDO concluir a Convenção para este propósito e ter pela circunstância o combinado como segue: Capítulo 1 O direito de limitação

TENDO DECIDIDO concluir a Convenção para este propósito e ter pela circunstância o combinado como segue: Capítulo 1 O direito de limitação Texto consolidado da Convenção Internacional sobre a Limitação de Responsabilidade Relativa às Reclamações Marítimas, 1976, como emendada pela Resolução LEG.5(99), adotada em 19 Abril 2012 OS ESTADOS PARTE

Leia mais

L 343/10 Jornal Oficial da União Europeia 29.12.2010

L 343/10 Jornal Oficial da União Europeia 29.12.2010 L 343/10 Jornal Oficial da União Europeia 29.12.2010 REGULAMENTO (UE) N. o 1259/2010 DO CONSELHO de 20 de Dezembro de 2010 que cria uma cooperação reforçada no domínio da lei aplicável em matéria de divórcio

Leia mais

Processo nº 71-A/1990 Acórdão de: 22-06-2011

Processo nº 71-A/1990 Acórdão de: 22-06-2011 PDF elaborado pela Datajuris Processo nº 71-A/1990 Acórdão de: 22-06-2011 ACORDAM NO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA I. OBJECTO DO RECURSO E QUESTÃO A SOLUCIONAR. No Tribunal do Trabalho de V..., AA SEGUROS

Leia mais

ACÓRDÃO Nº 20/2002-MAR.12-1ªS/SS

ACÓRDÃO Nº 20/2002-MAR.12-1ªS/SS Mantido pelo acórdão nº 21/02, de 07/05/02, proferido no recurso nº 15/02 ACÓRDÃO Nº 20/2002-MAR.12-1ªS/SS Processo nº 3620/01 A Câmara Municipal de Ovar celebrou com a empresa Construções Carlos Pinho,

Leia mais

BOLETIM ESCLARECIMENTOS II A partir de 01 Agosto 2010

BOLETIM ESCLARECIMENTOS II A partir de 01 Agosto 2010 BOLETIM ESCLARECIMENTOS II A partir de 01 Agosto 2010 Plano Base oferecido pelo OTOC O que é este seguro? Este seguro de saúde foi negociado em 2007 pela OTOC com o Grupo Espírito Santo (Banco Espírito

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0409/11 Data do Acordão: 11-05-2011 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ISABEL MARQUES DA SILVA RECLAMAÇÃO PRESCRIÇÃO DO

Leia mais

Processo n.º 228/2006. Assuntos: SUMÁRIO: Data: 27/Julho/2006. - Direito de regresso

Processo n.º 228/2006. Assuntos: SUMÁRIO: Data: 27/Julho/2006. - Direito de regresso Processo n.º 228/2006 Data: 27/Julho/2006 Assuntos: - Direito de regresso SUMÁRIO: Não vindo provado o facto justificativo do direito de regresso, no caso, o abandono do sinistrado, o pedido não pode deixar

Leia mais

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições 1997R2027 PT 30.05.2002 001.001 1 Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições B M1 REGULAMENTO (CE) N. o 2027/97 DO CONSELHO de 9 de Outubro de 1997 relativo à

Leia mais

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Valor de Mercado

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Valor de Mercado AÇÃO CIVIL PÚBLICA Valor de Mercado Resumo: Tomamos a iniciativa de relatar este caso, dado seu interesse e relevância para o segmento segurador, além do significado para os consumidores de seguros, especialmente

Leia mais

PARECERES Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados

PARECERES Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados CONSULTA N.º 52/2008 Artigo 91º do Estatuto da Ordem dos Advogados QUESTÃO A Senhora Dra.... vem solicitar que o emita parecer sobre uma questão relacionada com o âmbito de aplicação do dever consagrado

Leia mais

Processo nº 581/2012 Data: 11.10.2012 SUMÁ RIO. por um interveniente já admitido a intervir nos autos.

Processo nº 581/2012 Data: 11.10.2012 SUMÁ RIO. por um interveniente já admitido a intervir nos autos. Processo nº 581/2012 Data: 11.10.2012 (Autos de recurso penal) Assuntos : Omissão de pronúncia. Nulidade. Devolução dos autos. SUMÁ RIO 1. Incorre-se em nulidade, por omissão de pronúncia, se o Tribunal,

Leia mais

Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor-Leste

Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor-Leste Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor-Leste Banking and Payments Authority of Timor-Leste Av a Bispo Medeiros, PO Box 59, Dili, Timor-Leste Tel. (670) 3 313 718, Fax. (670) 3 313 716 RESOLUÇÃO DO

Leia mais

PARECER N.º 81/CITE/2012

PARECER N.º 81/CITE/2012 PARECER N.º 81/CITE/2012 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa de autorização de trabalho em regime de horário flexível a trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do n.º 5 do artigo

Leia mais

PARECER N.º 52/CITE/2004

PARECER N.º 52/CITE/2004 PARECER N.º 52/CITE/2004 Assunto: Parecer prévio ao despedimento de trabalhadora grávida, nos termos do n.º 1 do artigo 51.º da Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto, que aprovou o Código do Trabalho, conjugado

Leia mais

P.º 110.SJC.GCS/2010

P.º 110.SJC.GCS/2010 PARECER: DESPACHO: P.º 110.SJC.GCS/2010 ASSUNTO: Disposição transitória do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 20/2008, de 31 de Janeiro. 1. O Senhor Chefe do Gabinete de Sua Excelência, o Secretário de Estado

Leia mais

De entre vários direitos que o diploma contém destacamos os seguintes:

De entre vários direitos que o diploma contém destacamos os seguintes: NATAL. UMA ÉPOCA FESTIVA ONDE AS FRONTEIRAS NÃO TÊM LUGAR... Uma vez que se aproxima mais um Natal, é importante não descurar e conhecer os seus direitos. Esta quadra, ainda que nos acompanhe por poucos

Leia mais

Fórum Jurídico. Junho 2013 Direito do Trabalho INSTITUTO DO CONHECIMENTO AB. www.abreuadvogados.com 1/5

Fórum Jurídico. Junho 2013 Direito do Trabalho INSTITUTO DO CONHECIMENTO AB. www.abreuadvogados.com 1/5 Junho 2013 Direito do Trabalho A Livraria Almedina e o Instituto do Conhecimento da Abreu Advogados celebraram em 2012 um protocolo de colaboração para as áreas editorial e de formação. Esta cooperação

Leia mais

5. A rescisão do contrato de trabalho sem prévia instauração de um processo disciplinar é considerado despedimento sem justa causa.

5. A rescisão do contrato de trabalho sem prévia instauração de um processo disciplinar é considerado despedimento sem justa causa. Proc. n 101/97 Prisão Abandono do posto de trabalho Processo disciplinar Nulidades secundárias Legitimidade Processo sumário Conciliação Sumário: 1. Apenas às partes ou seus mandatários é conferida legitimidade

Leia mais

Poderão contratar este seguro os colaboradores, incluindo os seus familiares directos.

Poderão contratar este seguro os colaboradores, incluindo os seus familiares directos. Ficha técnica 1. TOMADOR DO SEGURO / SEGURADO Poderão contratar este seguro os colaboradores, incluindo os seus familiares directos. São considerados familiares directos: - o cônjuge, desde que viva em

Leia mais

PARECER N.º 77/CITE/2010

PARECER N.º 77/CITE/2010 PARECER N.º 77/CITE/2010 Assunto: Parecer prévio ao despedimento de trabalhadora grávida por facto imputável à trabalhadora, nos termos do n.º 1 do artigo 63.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei

Leia mais

A partir de que momento devem os docentes contratados ser remunerados?

A partir de que momento devem os docentes contratados ser remunerados? CONTRATAÇÃO A partir de que momento devem os docentes contratados ser remunerados? Conforme decorre do disposto no n.º 11 do artigo 9.º do Decreto lei n.º 132/2012, de 27 de junho, na redação conferida

Leia mais

Senhor Presidente e Senhores Juízes do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, Senhores Juízes Conselheiros do Supremo Tribunal Administrativo,

Senhor Presidente e Senhores Juízes do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, Senhores Juízes Conselheiros do Supremo Tribunal Administrativo, Intervenção do Presidente do Supremo Tribunal Administrativo Conselheiro Manuel Fernando dos Santos Serra por altura da visita de uma Delegação do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias Supremo

Leia mais

Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009)

Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009) LEGISLAÇÃO Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009) ( DR N.º 21, Série I 30 Janeiro 2009 30 Janeiro 2009 ) Emissor: Ministério do Trabalho

Leia mais

REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO

REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO APROVADO PELO CONSELHO DISTRITAL DE LISBOA DA ORDEM DOS ADVOGADOS NO ÂMBITO DO REGULAMENTO N.º 52-A/2005 DO CONSELHO GERAL A formação e avaliação têm

Leia mais