SÉRIE JABULANI LEVANDO A ALEGRIA A OUTROS Encontro 2: Jogue ofensivamente!

Transcrição

1 SÉRIE JABULANI LEVANDO A ALEGRIA A OUTROS Encontro 2: Jogue ofensivamente! ESTUDO O objetivo deste estudo é conscientizar o grupo da necessidade de sermos intencionais em nossos relacionamentos quanto ao compartilhar da vida de Deus em nós, usando para isto o estilo de evangelização mais apropriado à nossa personalidade. E novamente ele chegou com inspiração, com muito amor, com emoção, com explosão em gol, sacudindo a torcida aos 33 minutos do segundo tempo, depois de fazer uma jogada celestial em gol; Tabelou, driblou dois zagueiros, deu um toque, driblou o goleiro, só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol. Foi um gol de classe, onde ele mostrou sua malícia e sua raça. Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa, que a galera agradecida assim cantava: Fio maravilha, nós gostamos de você, Fio maravilha, faz mais um pra gente ver! Música Fio Maravilha (Jorge Bem Jor) Para nós brasileiros, futebol e arte se confundem. Jogar na retranca não é aceitável. Queremos ver os jogadores em momentos inesquecíveis que colocam a torcida em pé, dando dribles desconcertantes que deixem o adversário completamente sem ação. Individual ou coletivamente, os jogadores de futebol armam jogadas incríveis para atingir o objetivo maior de fazer o seu time alcançar a vitória. 1 Intencionalidade O objetivo desta seção é relembrar a convocação para a missão e incentivar os participantes a jogarem ofensivamente, contagiando outros com as boas novas do Evangelho. Também no jogo da evangelização precisamos atuar ofensivamente. Como vimos no Estudo 1, fomos convocados por Deus para sermos cristãos contagiantes, isto é, para compartilhar da vida que recebemos dele com as pessoas ao nosso redor e testemunhar das grandezas do nosso Senhor (1Pe 2:9). O apóstolo Paulo, ao proclamar o Evangelho, tinha atitudes intencionais, pensadas e planejadas para tornar eficaz sua pregação: Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da Lei, tornei-me como se estivesse sujeito à Lei (embora eu

2 mesmo não esteja debaixo da Lei); a fim de ganhar os que estão debaixo da Lei. Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei (embora não esteja livre da lei de Deus, e sim sob a lei de Cristo); a fim de ganhar os que não têm a Lei. Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele. (1Co 9:19-23). Vemos um exemplo prático disto em sua pregação no areópago de Atenas (Atos Então Paulo levantou-se na reunião do Areópago e disse: "Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anúncio.. Paulo usou algo existente na própria religião de Atenas 1 para fazer uma conexão com sua mensagem. Um pouco adiante, ele usa a própria literatura grega, citando um de seus poetas (Atos Pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dos poetas de vocês: Também somos descendência dele. ). Paulo sabia que não podia abrir mão da mensagem central do Evangelho, mas a forma de apresentar esta mensagem deveria ser relevante e compreensível aos ouvintes. A mensagem precisa gerar identificação com a audiência, sem abrir mão dos princípios eternos das Escrituras. Paulo entendeu bem esta diferença entre forma e função. Portanto, devemos ter convicção das verdades essenciais do Evangelho, ao mesmo tempo em que buscamos entender a cultura e o grupo em que estamos inseridos e estabelecer conexões significativas e inteligíveis entre as boas novas e a forma de pensar de quem está ao nosso redor. Porém, não devemos nos tornar como robôs reproduzindo uma gravação nem como vendedores de telemarketing que empurram coisas que nem conhecem direito. O próximo ponto nos ajuda a compreender melhor como Deus pode fazer isso nas nossas vidas. 2 Estilos de evangelização O objetivo desta seção é enfatizar que Deus nos usa como somos na tarefa de anunciar o Evangelho. Para isso, seis estilos diferentes são propostos como auxílio para o participante perceber diferentes formas de compartilhar sua fé. No futebol, devido ao estilo dos jogadores, alguns são posicionados como atacantes, outros nas laterais, ainda outros na zaga. O jogo para o qual fomos convocados também possui estilos e jogadas diferentes. Cada jogador tem seu próprio jeito de ser e todos são importantes para que o time vença a partida. Já aprendemos no Estudo 1 que devemos valorizar a forma singular como Deus nos fez e nos dispor a agir de acordo com o nosso estilo pessoal. Como é libertadora e gratificante a percepção de que Deus sabia o que estava fazendo quando nos criou, e que deseja operar através de nossa personalidade, de nosso modo peculiar de ser e agir. Pessoas extrovertidas são usadas por Deus, mas pessoas introvertidas também são. Tanto os mais práticos como os mais intelectuais são úteis. Não precisamos nos violentar tentando ser ou agir de uma forma extravagante. Podemos ser muito frutíferos exatamente como somos. Deus intencionalmente formou a igreja com grande diversidade de dons, temperamentos, e características. Podemos encontrar na Bíblia pelo menos 6 diferentes de exemplos estilos de evangelização, segundo ensina Bill Hybels. Embora não seja uma lista exclusiva, muitas pessoas acabam identificando-se com um desses estilos ou com uma combinação deles. Aplique o questionário de estilos de evangelização em seu grupo agora, antes de começar a explicar sobre os estilos. Anote para você mesmo os resultados de cada um do grupo, para que depois você possa ajudá-los a usarem seu estilo pessoal para testemunhar do amor de Deus. 2 1 A religiosidade dos atenienses era tão forte que eles construíram vários altares nas estradas de acesso à cidade para não correrem o risco de ofender alguma divindade desconhecida. Há ampla evidência literária e histórica deste fato.

3 2.1 Confrontador Um bom exemplo deste Estilo de Evangelização é o apóstolo Pedro. Em sua primeira pregação, Pedro se levantou diante de milhares de judeus em Jerusalém e os confrontou dizendo que eles crucificaram o Senhor Jesus (At ). Pedro era um homem de ação: era sempre o primeiro a falar, a se mover e a reagir. Foi ele quem andou sobre a água e quem decepou a orelha de um servo. Pedro era impetuoso e sanguíneo. Aqueles que possuem o estilo de Pedro são confiantes e agressivos. Rapidamente expõem o Evangelho e exigem uma resposta imediata (2Tm.4:2). Não são pessoas diplomáticas, cheias de colocações cuidadosamente elaboradas; antes, se expressam de forma contundente e direta. Normalmente, quem possui o estilo confrontador gera frutos mais rápido, mas também experimenta as maiores resistências e rejeições. É preciso ser sábio ao confrontar pessoas com a verdade para evitar que elas fiquem desnecessariamente ofendidas. 2.2 Intelectual Um bom exemplo deste Estilo de Evangelização é o apóstolo Paulo. Ele era muito culto, inteligente e argumentativo. Vimos acima como ele usou a história e a cultura de Atenas para proclamar aos gregos o Evangelho de Deus. A marca de seu método era a apresentação lógica e racional da mensagem cristã. Pessoas assim gostam de defender a fé e não se importam de se envolver em debates e discussões intelectuais. Testemunham apresentando provas contundentes de todas as verdades cristãs. Conhecem bem a Bíblia e não se intimidam quando questionadas, pois sempre têm preparada uma resposta apropriada. São inquisitivos e analíticos. Sua estratégia de evangelismo busca levar o ouvinte a se posicionar por Cristo. Isto é bom porque algumas pessoas precisam de uma apresentação do evangelho mais persuasiva e acadêmica. Tais pessoas não aceitam ser confrontadas, mas querem ser persuadidas. Contudo, é preciso cuidar para não substituir a mensagem do Evangelho por uma polêmica religiosa ou mero debate acadêmico. 2.3 Testemunhal Um bom exemplo deste Estilo de Evangelização é o cego de João 9. Jesus curou este cego de nascença, e os fariseus o questionaram sobre quem o havia curado. O cego não tinha visto Jesus, pois só começou a enxergar depois que se lavou no tanque. Por isso respondeu: Quem ele era eu não sei, só sei que era cego e agora vejo (Jo.9:25). Esse é o testemunho típico de quem é novo na fé. Se lhe perguntam algo a respeito de Jesus, da Bíblia ou da igreja, ele simplesmente responde: Isso eu ainda não sei direito, só sei que eu era assim e assim, mas eu fui transformado! É o melhor tipo de testemunho, porque contra fatos não há argumentos. As pessoas podem ter muitas idéias a respeito da igreja e da Bíblia, mas acabam reconhecendo que aquela pessoa foi tocada e transformada por Deus. Pessoas com este estilo gostam de falar de sua própria experiência de transformação. São bons comunicadores, e são claros e envolventes em suas histórias. É preciso ser perceptivo aos interesses da audiência para criar conexões entre nossa história pessoal e a situação de quem nos ouve. 2.4 Interpessoal Um bom exemplo deste Estilo de Evangelização é o apóstolo Mateus. Ele era próspero e bem relacionado em sua profissão e ambiente. Após se tornar discípulo de Jesus, ele fez o possível para atrair seus amigos. Organizou uma festa colocando-os em contato com Jesus (Lc.5.29). Por meio dos relacionamentos estabelecidos, foi mostrando sua própria transformação e influenciando a vida de muitos. Não abandonou suas amizades antigas. 3

4 Pessoas assim são calorosas e comunicativas, de personalidade amigável, compassivas, sensíveis, e com foco nas pessoas e suas necessidades. É preciso tomar cuidado para não considerar a amizade acima da verdade do Evangelho. O verdadeiro amor por nossos amigos se demonstrará em compartilharmos com eles a vida que recebemos de Jesus sem distorções ou jeitinhos. 2.5 Convidativo Um bom exemplo deste Estilo de Evangelização é a mulher samaritana. Após ter conversado com Jesus, a mulher samaritana foi à cidade e convidou as pessoas para ouvirem e conhecerem Jesus (Jo ). Pessoas deste estilo são hospitaleiras e extrovertidas. Não sabem confrontar ou persuadir, mas gostam de convidar os outros para um ambiente não ameaçador onde poderão aprender mais de Jesus. Pessoas com este estilo devem buscar estar preparados para responder aos outros sobre sua fé (1Pe.3.15). 2.6 Assistencial Um bom exemplo deste Estilo de Evangelização é Dorcas. Ela era uma evangelista assistencial; ela gostava de servir os outros. Sua estratégia não era forte em palavras, mas em ação. Por meio de atos de bondade ela atraía pessoas a Jesus (At ). Uma pessoa com este estilo é humilde, centrada nos outros e paciente. Ela percebe necessidades e se alegra em supri-las, demonstra amor mais por ações do que por palavras, e reconhece a importância de pequenos gestos aos outros. Se você é assim, cuidado para não subestimar seu precioso serviço e ficar desanimado. A- ções amorosas alcançam até os mais endurecidos e resistentes ao Evangelho, muito embora às vezes isto demore um longo tempo. Também é preciso atenção para não usar esta característica para se omitir e deixar de apresentar a mensagem do Evangelho verbalmente quando houver oportunidade. 3 Seja você mesmo O objetivo desta seção é salientar alguns princípios importantes na evangelização. Deixe bem claro neste estudo que o estilo de cada um pode variar, mas é necessário ser intencional no amor ao próximo e no compartilhar do Evangelho com os outros. No jogo da evangelização não há um método certo ou errado, é tudo uma questão de estilo. Alguns princípios essenciais neste jogo que são válidos para todos os estilos são: Fidelidade ao Evangelho: não se desvie da mensagem básica e central da Bíblia. 2 Ela pode ser resumida em quatro pontos básicos: o Criação (Deus criou o universo e viu que era tudo bom; Gn.1.31) o Queda (o homem se rebelou contra seu Criador e se tornou seu inimigo; Cl.1.21) o Redenção (o Criador se encarnou em Jesus e reconciliou o mundo consigo; Cl.1.22) o Consumação (viveremos para sempre na presença do nosso Criador; Ap ). Relevância cultural: entenda o contexto em que você vive e como pensam as pessoas ao seu redor para que você possa traduzir o Evangelho na linguagem delas. Dependência de Deus: entenda que é o Espírito Santo quem faz a obra de convicção do pecado e compreensão do amor gracioso divino revelado em Jesus. Você foi chamado a cooperar neste ministério de reconciliação. Amor pelo outro: lembre-se de que você não está vendendo um produto nem ganhando pontos por cada vida evangelizada. É porque já fomos amados sendo ainda inimigos de Deus que devemos amar os outros e compartilhar com eles sobre a graça divina. 4 2 Caso os participantes não saibam explicar sucintamente esta mensagem, aí está sua oportunidade de lhes ensinar!

5 Vida na presença de Deus: ao viver sintonizado com Deus, você pode compartilhar desta Vida (Jesus) exercendo qualquer atividade seja como advogado, comerciante ou trabalhador; seja como médica, funcionária ou dona-de-casa. Deus quer usar você do jeito que você é e aonde você está! 5 Bibliografia HYBELS, Bill; MITTELBERG, Mark; BISPO, Armando. Cristão contagiante: descubra seu próprio jeito de evangelizar. São Paulo: Vida, ; STROBEL, Lee. Cristão contagiante: guia do participante. São Paulo: Vida, 2001.