A elaboração da presente dissertação foi apoiada, em parte, por um financiamento da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, no

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1 Dissertação de Mestrado em Psicologia, especialização em Psicologia Desportiva, sob a orientação conjunta do Prof. Doutor José Fernando da Silva Azevedo Cruz e do Prof. Doutor Leandro da Silva Almeida. iii

2 A elaboração da presente dissertação foi apoiada, em parte, por um financiamento da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, no âmbito do seu apoio ao Projecto de Investigação e Intervenção Psicológica (P.I.I.P.A.C.) e C.O.P. Comité Olímpico Português. iv

3 RESUMO O presente estudo procurou observar a relação entre a percepção que os atletas têm do seu treinador, enquanto líder, e a coesão de grupo ao longo da época, procurando, da mesma forma, encontrar uma relação entre estas variáveis, a satisfação dos atletas e o rendimento das equipas. Foi seguida a teoria de Brawley e colaboradores (1987), que consideraram a observação da relação entre coesão, seus antecedentes e consequências como a adequada condução deste tipo de estudo. Participaram neste estudo 108 atletas séniores e de nacionalidade portuguesa, que pertenciam a todas as equipas (seis equipas do sexo masculino e cinco equipas do sexo feminino), do Campeonato de Voleibol da 1ª Divisão Nacional, na época de 1995/96. A análise destas relações foi efectuada em dois momentos principais (um no início e outro no final da época desportiva) de avaliação de diferentes medidas e variáveis, de natureza psicológica, mas também de rendimento e sucesso desportivo. Para isso, foram utilizados o GEQ Group Environmental Questionnaire, o LSS Leadership Scale for Sports, três medidas de rendimento objectivo, duas medidas de rendimento subjectivo e a SS Satisfaction Scale. Os resultados obtidos parecem indicar uma preferência pelos aspectos da tarefa tanto ao nível dos comportamentos do treinador como ao nível da coesão de grupo em equipas de alto rendimento. Parecem existir também diferenças nas preferências das percepções relativamente à liderança e à coesão de grupo quanto ao sexo. Quanto ao estatuto dos atletas, não parecem existir diferenças relativamente à percepção da liderança. No entanto, em relação à coesão de grupo é evidente a maior noção de pertença ao grupo por parte dos atletas titulares, nomeadamente nas questões associadas à tarefa. Comparando equipas de sucesso com equipas de insucesso, as equipas com sucesso parecem preferir mais aspectos do treinador e do grupo voltados para a tarefa e para os aspectos técnicos e tácticos, enquanto que equipas com insucesso desportivo dão mais importância aos aspectos relacionais e de partilha de decisões. Comparando as equipas relativamente aos dois momentos de avaliação, as percepções relativas ao comportamento do treinador revelam-se mais importantes, para os atletas, no início da época do que no final da época, bem como a sua percepção acerca da semelhança e proximidade dentro da equipa como um todo nas questões da tarefa. Verificam-se também resultados estatisticamente significativos quanto às correlações efectuadas, bem como às análises de regressão múltipla. ABSTRACT v

4 The present study has tried to observe the relationship between the perception athletes have of their coach in terms of leadership, and the group cohesion throughout the season, as well as to find a connection between these variables, the athletes satisfaction and the teams performance. We followed the theory of Brawley and collaborators (1987), who have considered the observation of the relationship between cohesion, its antecedents and its consequences as the adequate way to conduct this kind of research. In this study, 108 (a hundred and eight) Portuguese senior athletes took part, representing all the teams (six male teams and five female teams) of the Portuguese Volleyball Championship of the 1 st National Division Campeonato de Voleibol da 1ª Divisão Nacional in the 1995 / 96 season. The analysis of these relationships was carried out in two main moments, one at the beginning and another one in the end of the season; at each of these moments, there was an evaluation of different measures and variables of psychological nature, but also of performance and of sporting success. In order to do this, we used the GEQ Group Environmental Questionnaire, the LSS Leadership Scale for Sports, three measures of objective performance, two measures of subjective performance and the SS Satisfaction Scale. The results obtained seem to point out to a preference for the task s aspects both at the coach s behaviour level and at the group cohesion in high performance level teams. Also, there seem to be differences in perceptions regarding leadership and group cohesion according to gender. As for the athletes status no differences seem to exist regarding the perception of leadership. However, in terms of group cohesion a enhanced notion of group belonging is obvious among main team athletes, namely in task related matters. Comparing successful and unsuccessful teams, successful teams seem to privilege coach and group aspects related to the task as well as to the technical and tactical matters, while unsuccessful teams privilege relational and decision sharing matters. Comparing the teams in the two evaluation moments, the coach related perceptions are more important for the athletes in the beginning of the season than in its end; the same conclusion is valid concerning the perception of similarity and proximity within the team as a whole in task related matters. Statistically significant results were also found in terms of correlation and multiple regression analyses. vi

5 O principal é nos sentirmos tranquilos, em paz, para poder fazer escolhas, todo o tipo de escolhas, com base unicamente naquilo que queremos das nossas vidas e não nas coisas que temos medo de perder (Marcel Postig, 1984; p.61) AGRADECIMENTOS vii

6 Ao dois orientadores da dissertação, Prof. Doutor Leandro Almeida e Prof. Doutor José Fernando da Silva Azevedo Cruz, pela disponibilidade, paciência, capacidade de trabalho e generosidade. A todos os treinadores e atletas das equipas que colaboraram na parte experimental pela disponibilidade, interesse e cuidado no preenchimento dos questionários. Aos treinadores e atletas das equipas que não puderam colaborar, a minha sincera compreensão. Aos meus colegas do Mestrado, pela companhia, divertimento e trocas de conhecimento constantes. A todos os amigos e amigas que de uma forma ou de outra me motivaram para a realização deste trabalho. Ao Francisco e à Maria João pela conquista de uma grande amizade, através do Mestrado. As conversas, o carinho e a motivação guardo sempre comigo. Os amigos nunca se esquecem! Luísa, sem o teu computador não teria havido candidatura a este mestrado. Obrigada pela amizade! À Filipa, pela ida à biblioteca da universidade que foi determinante para este sprint final. Obrigada amiga...as amizades nascem e mantêm-se se soubermos ultrapassar idades e estatutos. À Silvia Gouveia, pelo carinho e conhecimentos da língua inglesa! À Silvina e Filomena, pela motivação, pelos desabafos e pela distância...sempre a desculpa não posso por causa do mestrado.... Que bom ter amigas assim! Ana Brandão, pela disponibilidade e amizade comovente. À Nath, pelas conversas e sensibilidade com a minha neura mestrada. Dulce, Pat e Rosário, pelo carinho e companhia. A toda a minha Família, pela constante motivação, apoio e amor demonstrados em todos os momentos. Ao Paulo, Maria José, Sofia e Pedro pelos jantares, dormidas, companhia, carinho e motivação no ano da pós-graduação. À Graça, João Paulo e Nuno Afonso, apoiantes sem tréguas de tudo o que decido e faço, foram e são motivadores constantes da minha eterna procura de dar sentido à vida. Aos meus Pais, personagens incríveis desta vida, que tudo me deram, e a quem devo tudo o que existe de bom em mim. À sua sabedoria, amor pelos filhos e por tudo o que pensam de tudo e de todos. Nada vale mais do que o orgulho de ser vossa filha! Finalmente, à Ana Santos por ser a pessoa que existe em mim. viii

7 ÍNDICE PÁGINA INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO 1 9 LIDERANÇA DO TREINADOR E SATISFAÇÃO DOS ATLETAS 9 1. Introdução 9 2. Conceito e dimensões Modelos teóricos da liderança no desporto Estudos sobre liderança no desporto Liderança e satisfação nos atletas Satisfação e desempenho dos atletas 32 CAPÍTULO 2 49 LIDERANÇA DO TREINADOR E COESÃO DO GRUPO Introdução Conceito e dimensionalidade da coesão de grupo Fenómeno da coesão nos grupos desportivos Avaliação da coesão em grupos desportivos Coesão, satisfação e rendimento do grupo desportivo Investigação sobre o impacto da coesão do grupo no desporto 76 CAPÍTULO 3 84 CONTORNOS METODOLÓGICOS DO ESTUDO Introdução Delimitação do estudo Hipóteses do estudo Sujeitos Instrumentos Procedimentos 101 CAPÍTULO APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Introdução Descrição dos resultados obtidos Análises de diferenças nas médias das subescalas Análises correlacionais dos resultados 123 CONCLUSÕES 137 REFERÊNCIAS 149 ix

8 ÍNDICE DE FIGURAS Figura Modelo multidimensional da liderança no desporto 19 Figura Relação entre processos, resultados e satisfação 35 Figura Modelo conceptual para examinar a equipa deportiva como um grupo 60 Figura Modelo conceptual da coesão 64 Figura Sistema conceptual geral da coesão em equipas desportivas 67 Figura Modelo da eficácia das equipas/grupos 70 ÍNDICE DE QUADROS x

9 Classificação das facetas da satisfação dos atletas baseada em Quadro resultados e processos 34 Quadro Classificação de facetas propostas pelos agentes desportivos 48 Quadro Proposta de facetas classificadas como facetas extrínsecas ou intrínsecas 49 Quadro Desenvolvimento histórico nas medidas de coesão na psicologia desportiva 54 Quadro Algumas causas de problemas nos grupos 72 Quadro Intervenções para promover a eficácia das equipas 75 Quadro Sujeitos nos diferentes momentos de avaliação 90 Quadro Resultados nas subescalas aplicadas no Início da época (N= 108) 106 Quadro Resultados nas subescalas e indicadores de rendimento no final da época (N=58) 108 Quadro Diferenças, no início da época, em função do sexo 112 Quadro Diferenças, no fim da época, em função do sexo 114 Quadro Diferenças, no início da época, em função do estatuto dos atletas 115 Quadro Diferenças, no fim da época, em função do estatuto dos atletas 116 Quadro Diferenças, no início da época, em função do nível de sucesso desportivo no final da época 118 Quadro Diferenças, no fim da época, em função do nível de sucesso desportivo no final da época 119 Quadro Comparação de médias nas escalas aplicadas no início e final da época 122 Quadro Correlações entre as variáveis da liderança e da coesão no início da época Quadro Correlações entre as variáveis da liderança, coesão e satisfação no fim da época Quadro Correlações entre as medidas subjectivas e objectivas de rendimento Quadro Correlações entre a coesão (avaliada no início da época) e o rendimento (fase inicial e fase final) Quadro Correlações entre o rendimento (fase inicial e fase final) e a coesão (avaliada no final da época) Quadro Correlações entre satisfação (avaliada no final da época) e rendimento (fase inicial e fase final) Quadro Sumário da análise de regressão múltipla - Rendimento objectivo na fase final Quadro Sumário da análise de regressão múltipla - Rendimento objectivo total (ao longo da época) Quadro Valores médios das percepções da liderança, da coesão e da satisfação, em diferentes momentos e em função dos níveis de rendimento desportivo xi