JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ Vara Federal e Juizado Especial Federal de Pato Branco
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- Felícia Marisa Leveck Bonilha
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1 PORTARIA Nº 001/2009 A DOUTORA LIANE VIEIRA RODRIGUES, MM. JUÍZA FEDERAL DIRETORA DO FORO DA SUBSEÇÃO DE PATO BRANCO -, e O MM. JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO, DOUTOR RAFAEL WEBBER, usando as atribuições que lhes são conferidas por lei, CONSIDERANDO o disposto nos artigos 336, parágrafo único, e 341 do Provimento nº 2 da Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal da 4ª Região; CONSIDERANDO a necessidade de adequar a execução da pena dos condenados a penas restritivas de direitos às condições de fiscalização da Secretaria da Vara; CONSIDERANDO a necessidade de uniformização nos procedimentos de fiscalização das condições da suspensão processual, da transação penal e das penas restritivas de direitos, CONSIDERANDO a necessidade de se oportunizar que entidades reconhecidamente com finalidade social e sem fins lucrativos recebem, equitativamente, os benefícios das penas alternativas e das condições do benefício da suspensão processual, da transação penal, garantindo-se a isonomia na participação dessas entidades, RESOLVEM, através do presente ato, estabelecer o seguinte:
2 Art. 1º. Fica instituído o Programa Rotativo de Distribuição de Prestação Pecuniária, Prestação de Serviços e Entrega de Cestas Básicas de Alimentos e/ou Remédios convertidas em espécie, no âmbito desta Subseção Judiciária. Art. 2º. Referido Programa visa à distribuição eqüitativa entre as entidades cadastradas dos recursos pecuniários e de prestação de serviços obtidos por meio da aplicação de penas restritivas de direitos (arts. 43, I e IV; 45, 1º e 2º; e 46 e, do Código Penal e Lei de Execução Penal ), suspensão condicional do processo e transação penal (Lei 9.099/95 e Lei /01), devendo zelar a Secretaria por seu cumprimento, adotando, se necessário, rodízio. Das inscrições Art. 3º. As entidades interessadas poderão efetuar as suas inscrições a qualquer tempo, indicando, claramente, o nome da pessoa que responderá pelas obrigações decorrentes do programa. Art. 4º. As inscrições poderão ser efetuadas de segunda à sexta-feira, das 13 às 18 horas, na Secretaria da Subseção Judiciária da Vara Federal e JEF de Pato Branco, Seção Judiciária do Paraná, localizada na Rua Itacolomi, 710, Centro, CEP , telefone (46) , mediante a apresentação do respectivo requerimento, devidamente preenchido (Anexo I ou Programa Eletrônico - SISCOPEN), e dos documentos especificados no artigo 7º desta Portaria. Art. 5º. Poderão se inscrever as instituições de natureza privada, com reconhecida finalidade social e sem fins lucrativos, tais como ONG s, entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, que desenvolvam programas, atividades ou serviços que amparam, assistam ou favoreçam: I crianças e adolescentes, especialmente os desprovidos de apoio familiar; II portadores de deficiência física; III pessoas excepcionais e portadores de doença mental; IV portadores de doenças graves ou crônicas, hospitalizados, gestantes e recémnascidos;
3 V dependentes e viciados em drogas de quaisquer espécies; VI pessoas e famílias sem renda ou de renda insuficiente; VII pessoas que vivem nas ruas ou se dedicam à mendicância; VIII idosos; IX vítimas de crimes e seus familiares; X detentos, ex-detentos e seus familiares; XI defesa, preservação e/ou restauração do meio ambiente; XII outros grupos e/ou pessoas que careçam de amparo especial. Art. 6º. Na hipótese de instituição com diversos núcleos ou estabelecimentos autônomos, deverá ser individualizada a entidade indicada, especificando-se a unidade a ser favorecida. Dos documentos necessários à inscrição Art. 7º. Deverão ser apresentados, no ato da inscrição, os seguintes documentos em fotocópias autenticadas: I - certificado de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ; II - estatuto ou contrato social da entidade em que figure a sua finalidade, e demais alterações sociais; III - ata da eleição da diretoria; IV - decreto ou outro ato normativo que atribua à entidade o caráter de utilidade pública; V - demais documentos que indiquem a atividade exercida pela entidade, bem como suas necessidades de caráter filantrópico e sem fins lucrativos.
4 Do cadastramento das instituições Art. 8º. Após a apresentação do formulário de requerimento de inscrição far-se-á a análise dos documentos e, em sendo atendidas as exigências especificadas nesta Portaria, homologação do cadastramento. Art. 9º. Na fase de análise, este Juízo poderá determinar que Servidores desta Subseção façam visitas às entidades a fim de verificar as atividades desenvolvidas, as instalações e se possuem condições de fiscalizar o efetivo cumprimento das penas de prestação de serviços. Art. 10. As entidades cujas inscrições forem homologadas serão incluídas no Cadastro de Instituições da Subseção Judiciária Federal Pato Branco/PR, devendo os formulários e documentos respectivos ser autuados pela Secretaria da Vara Federal como Procedimento Administrativo. Art. 11. O cadastramento das instituições terá validade por 01 (um) ano, a contar da data da homologação, podendo ser prorrogado sucessivamente a critério do Juízo e mediante a atualização da documentação. Art. 12. Ocorrendo a extinção da entidade beneficiada, bem como a suspensão ou cessação de suas atividades, tal fato deve ser comunicado imediatamente ao Juízo, a fim de que os registros sejam baixados. Da atualização e exclusão do Cadastro de Instituições Art. 13. As instituições deverão manter atualizados todos os seus dados constantes do cadastro da Justiça Federal, obrigando-se a informar qualquer alteração em seus quadros estatuários ou atividades prestadas, bem como necessidades outras. Art. 14. As entidades que descumprirem as determinações contidas nesta Portaria poderão ser suspensas temporariamente ou, até mesmo, excluídas do Cadastro, sem prejuízo das sanções cíveis e penais cabíveis, a critério do Juízo.
5 Da origem dos recursos Art. 15. Os recursos do Programa ora implantado são: I - penas pecuniárias; II - prestação de serviços à comunidade, em execuções penais, suspensões condicionais do processo e transações penais; III - entrega de cestas básicas de alimentos e/ou remédios convertida em espécie em suspensões condicionais do processo e transações penais; IV - Outras condições de cunho pecuniário. Da Distribuição dos Recursos Art. 16. Os recursos provenientes da conta judicial única serão distribuídos à entidade(s) credenciada(s) cujo(s) projeto(s) social(is) seja(m) selecionado(s) por este Juízo, inicialmente uma vez por ano, preferencialmente nos meses de outubro/novembro, podendo variar em razão do volume de recursos existentes, a critério dos Magistrados. Art. 17. Quando da distribuição dos recursos, as instituições credenciadas serão comunicadas de que deverão apresentar, no prazo máximo de 10 (dez) dias, informações quanto às suas necessidades, devidamente justificadas (bens duráveis que precisam adquirir para o atendimento de suas finalidades ou reformas/melhorias que necessitam ser realizadas nas instalações da entidade, etc.), acompanhadas de 3 (três) orçamentos, os quais poderão ser objeto de averigüação pelo(a) Juízo/Secretaria. Art. 18. Poderão ser utilizados, a critério do Juízo gestor do Fundo, como critério de seleção quando em igualdade de condições, para efeito de repasse de recursos o número de apenados prestadores de serviços recepcionados pelas instituições. A par disso, serão também preferidas as necessidades de comprovada relevância e significativa extensão social, cuja viabilidade de implementação fique claramente e de pronto evidenciada. Art. 19. Uma vez apreciados os projetos (apresentação das necessidades das entidades) e decidido pelo acolhimento de um ou mais deles, a(s) entidade(s)
6 será(ao) comunicada(s) para indicar(em) o meio que pretende(m) levantar os valores, podendo ser por alvará ou transferência bancária para uma conta de titularidade da respectiva instituição. Da Prestação de Contas Art. 20. As entidades contempladas deverão, no prazo de 30 (trinta) dias da liberação dos recursos, prestar contas na Secretaria da Vara - ainda que parciais e, seja como for, com a apresentação da documentação pertinente - da efetiva aplicação dos recursos. Poderão os Juízes gestores do Fundo e/ou Servidores designados promover visitas às entidades, com vista à constatação da aplicação dos recursos. Art. 21. Encerrado o prazo estipulado para conclusão do projeto, sendo o caso, deve a entidade prestar contas finais, apresentando relatório circunstanciado em que estejam especificadas e comprovadas as despesas pagas com os recursos da doação, além de pormenorizadamente relatadas as ações e atividades custeadas com esses valores. Art. 22. Não havendo a adequada prestação de contas, conforme artigo anterior, a entidade poderá ser excluída do cadastro no referido Programa, com a conseqüente determinação de restituição dos valores repassados. Art. 23. Os gastos com os valores repassados às entidades em decorrência do Programa ora instituído deverão ser feitos exclusivamente nas necessidades que lhes deram causa e que foram anteriormente indicadas e aprovadas. Art. 24. O desvio de destinação do valor da doação, independentemente da justificativa, acarretará a determinação da restituição imediata dos respectivos valores e a exclusão da entidade do programa, sem prejuízo da responsabilização criminal de seus representantes legais. Art. 25. A prestação de contas será analisada pelo Magistrado gestor do Programa que, ouvindo previamente o Ministério Público Federal, a homologará ou solicitará esclarecimentos, nos autos do Procedimento Administrativo da entidade.
7 Das Prestações de Serviços à Comunidade Art. 26. A pena restritiva de direito de prestação de serviço à comunidade ou a entidades assistenciais, assim como a prestação de serviços como condição para o benefício da suspensão processual ou transação penal (Lei 9.099/95 e /01), serão cumpridas junto às Entidades Conveniadas por todos os condenados/beneficiados da Vara Federal e JEF de Pato Branco/PR. Parágrafo único. Quando o cumprimento da prestação de serviços à comunidade for deprecado ao Juízo da Comarca de residência do réu, caberá àquele a definição da instituição na qual este prestará os serviços. Art. 27. Para prestação de serviços comunitários, a escolha da entidade será feita tendo em conta o local de residência do executado/réu, sempre que possível dentre as entidades que ainda não foram selecionadas, de modo a que todas sejam contempladas. Art. 28. A seleção e a escolha da atividade a ser desenvolvida deverão ser acertadas entre o apenado e o responsável pela fiscalização da pena, na entidade, de acordo com as aptidões do apenado e deverá atender aos interesses da Entidade Conveniada, desde que não prejudiquem a jornada de trabalho normal do apenado ou beneficiado com a suspensão processual ou transação penal. Art. 29. A entidade credenciada deverá contar com funcionários aptos a fiscalizar a pena de prestação de serviços à comunidade. Mensalmente, deverá ser encaminhado a este Juízo, devidamente preenchido, o Relatório de Prestação de Serviços à Comunidade, no qual deverão constar, obrigatoriamente, entre outros dados, os horários de entrada e de saída do apenado/beneficiário, em cada dia que o serviço for efetivamente prestado, bem como eventuais intervalos para almoço ou lanche. Tal relatório deverá ser assinado pelo representante da entidade e o funcionário que fiscaliza as atividades. Art. 30. Poderão ser realizadas visitas às Entidades Conveniadas por Servidores da Vara Federal e JEF de Pato Branco/PR, sem prévio agendamento, com o objetivo de averiguar a efetiva prestação dos serviços pelos apenados. Art. 31. A fiscalização e o controle das penas substitutivas de prestação de serviços à comunidade, bem como enquanto condição de suspensão processual ou transação penal, poderão ser aperfeiçoados, via sistema informatizado. 1º. Em sendo instituído sistema informatizado, o relatório mensal conterá a
8 identificação digital da(s) pessoa(s) responsável(eis) pela inserção diária dos dados e por seu ajuste definitivo. Disposições Finais Art. 32. A Direção de Secretaria providenciará, com urgência, a abertura de uma conta judicial única, junto à Agência da CEF-PAB Justiça Federal, destinada ao Programa. Art. 33. Os depósitos de prestações pecuniárias e entrega de cestas básicas convertidas relativos às execuções/benefícios iniciais, deverão, a partir desta data, serem depositados diretamente na conta judicial já referida, ficando vedada sua utilização para qualquer outro fim. Parágrafo Único. Com a publicação desta, a Secretaria da Vara deverá tomar as providências cabíveis, o mais breve possível, para intimação de todos os apenados devedores de prestações pecuniárias e entrega de cestas básicas convertidas cuja execução/benefício está em andamento de que deverão fazer seus depósitos na conta única aberta exclusivamente para essa finalidade, e não na conta das instituições. Constará da intimação o número da conta (única) em questão e a observação de que o depósito pode ser feito em qualquer agência da CEF, mas que os comprovantes deverão ser apresentados na via original para juntada aos respectivos autos Art. 34. A Secretaria autuará em um Procedimento Administrativo (PA) uma via da presente portaria, no qual serão tomadas as deliberações de caráter geral do Programa ora instituído. Ainda, deverão ser autuados também em Procedimentos Administrativos os cadastros efetivamente homologados de cada uma das instituições, a fim de que os documentos que digam respeito a elas sejam mantidos conjuntamente. Art. 35. Todas as instituições participantes deste Programa poderão fiscalizar os atos praticados durante sua execução, bem como, naturalmente, o Ministério Público Federal, a OAB/PR, os apenados/beneficiados (processados) ou qualquer do povo, podendo, para tanto, ter acesso aos documentos existentes, mediante acompanhamento funcional. À OAB/PR e ao MPF, deverá ser emitido expediente, dando-ihes conhecimento do teor da presente, solicitando que, querendo, indiquem o nome de um de seus integrantes para acompanhar a execução do Programa. Art. 36. Providencie a Direção da Secretaria a ampla divulgação, de forma a atingir
9 o maior universo possível, para que as instituições interessadas apresentem documentos constitutivos para integrar/ingressar no presente programa. Art. 37. A fiscalização da execução dos serviços e atividades determinados por este Juízo será feita ex officio, diretamente pelo Juiz ou por Servidor designado, ou com a provocação do Ministério Público Federal, na forma prevista na Lei nº 7.210/84 e demais legislação aplicável. Art. 38. Dê-se ciência da presente Portaria a todos os Servidores deste Juízo, à OAB, Subseção de Pato Branco/PR e à Procuradoria da República atuante neste município. Art. 39. Providencie-se a realização dos demais atos necessários para o efetivo cumprimento desta Portaria. Art. 40. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, PUBLIQUE-SE. REGISTRE-SE. CUMPRA-SE. Pato Branco/PR, 21 de janeiro de Liane Vieira Rodrigues Juíza Federal Diretora do Foro Rafael Webber Juiz Federal Substituto
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