MESTRADO EM DIREITO E SEGURANÇA (VI EDIÇÃO DE 2009/2011 VERSÃO CPOS) 1
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1 1 MESTRADO EM DIREITO E SEGURANÇA (VI EDIÇÃO DE 009/011 VERSÃO CPOS) 1 A Guarda Nacional Republicana foi criada por Decreto Real de 10 de Dezembro de 1801 (como corpo permanente, constituído pelos melhores soldados escolhidos em todo o exército ), sob a designação de Guarda Real de Polícia. Foi depois reformulada pelo Decreto de 3 de Maio de 1911, adoptando então a actual designação de Guarda Nacional Republicana, mas mantendo, no essencial, a mesma missão e natureza. Cabem-lhe hoje as funções de polícia administrativa e de órgão de investigação criminal, envolvendo a ordem e tranquilidade públicas, o funcionamento das instituições e os direitos dos cidadãos. Na formulação estatutária, a Guarda Nacional Republicana é uma força de segurança constituída por militares organizados num corpo especial de tropas, como dispõe o art. 1.º da sua lei orgânica. Para além da tutela do Ministro da Administração Interna e das ligações funcionais permanentes com os Ministérios da Economia e das Finanças nos âmbitos aduaneiro e fiscal, o seu estatuto militar fá-la depender também do Ministro da Defesa Nacional, podendo ser chamada a colaborar na execução da política de defesa nacional e, em especial, a intervir nas situações de estado de sítio e de estado de emergência. Acrescem, a este quadro de missões, as atribuídas no âmbito da cooperação internacional, de que são exemplos mais significativos a missão no Iraque e a actual missão em Timor-Leste. Justifica-se por isso que, no propósito de dotar os seus quadros superiores com graus avançados de formação compatível com a preparação exigida pelas suas responsabilidades, se conjuguem, num curso de pós-graduação, a ser ministrado no âmbito do CPOS da GNR (Curso de Promoção a Oficial Superior), as principais disciplinas jurídicas das áreas do Direito Público e do Direito Penal e Processual Penal com o aprofundamento de estudos em matérias de Segurança e de Defesa. A organização do curso a integrado um bloco complementar do CPOS foi assim pensada pela FDUNL (Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa), em parceria com o OSCOT (Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo) e também em diálogo com o Comando-Geral da GNR. 1 Versão destinada à formação de Oficiais da GNR no âmbito do CPOS Curso de Promoção a Oficial Superior. Aprovada pelo Decreto-Lei n.º 31/93, de 6 de Junho, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 188/99, de de Junho, pelo Decreto-Lei nº 98/94, de 4 de Novembro, e pelo Decreto-Lei nº 15/00, de 9 de Janeiro.
2 A FDUNL impõe critérios e exigências de ensino universitário, e garante-os, tornando-se, por isso, a instituição escolhida pelo Comando-Geral da GNR para esta formação avançada. O OSCOT é portador de um conhecimento especializado nas áreas temáticas envolvidas e de uma já consolidada experiência na organização de acções de formação de nível avançado em matérias de Direito e Segurança. O Comando-Geral da GNR é o melhor intérprete, como interessado na qualidade da formação e no prestígio do reconhecimento, das necessidades a que o currículo destes Estudos Avançados em Direito e Segurança visam dar resposta. Neste contexto de exigência de qualidade, a estrutura do Mestrado em Direito e Segurança, neste VI Curso, assume estreita afinidade curricular com uma parte substancial da composição modular do Mestrado em Direito e Segurança já ministrado por esta Faculdade na sua primeira edição. Prevê-se, assim, que as unidades de crédito que venham a ser conferidas por este º Ciclo, na parte do curso de pós-graduação, possam contar para a obtenção do certificado de Auditor em Segurança Interna ou para o seu prosseguimento com vista ao alcance do grau de Mestre em Direito e Segurança. O presente º Ciclo de Mestrado em Direito e Segurança enquadrando-se no contexto dos Protocolos existentes entre a Guarda Nacional Republica e a Universidade Nova de Lisboa, celebrados em 7 de Dezembro de 006 e em 7 de Outubro de 008 pretende dar continuidade a um programa universitário em que a FDUNL e o OSCOT se assumem como pioneiros, ocupando um ramo universitário com grande potencial de procura e de reconhecido interesse nacional. O proponente do Curso Prof. Doutor Jorge Bacelar Gouveia Lisboa, 11 de Setembro de 009.
3 3 MESTRADO EM DIREITO E SEGURANÇA (VI EDIÇÃO DE 009/011 VERSÃO CPOS) REGULAMENTO Artigo 1º Objecto 1. O presente Regulamento estabelece a disciplina jurídica do º Ciclo do Mestrado em Direito e Segurança (MDS), na versão destinada à formação de Oficiais da GNR, a realizar no âmbito do CPOS Curso de Promoção a Oficial Superior para os anos lectivos 009/010 e 010/011.. O MDS, ministrado pela FDUNL (Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa), com a colaboração do IESM (Instituto de Estudos Superiores Militares) e do OSCOT (Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo), visa dotar os mestrandos de uma formação avançada em Direito e Segurança, permitindo-lhes obter conhecimentos sobre os diferentes sistemas de segurança em Portugal, habilitá-los no domínio do Direito Público aplicável e, em especial, na protecção dos direitos fundamentais dos cidadãos. 3. O MDS integra duas fases: uma 1ª fase de pós-graduação (60 ECTS), a que corresponde um curso de mestrado, não conferente de grau, com a duração de um ano lectivo, finda a qual com êxito será atribuído um diploma de Auditor em Segurança Interna ; e uma ª fase de investigação (60 ECTS), conferente de grau, a que corresponde a redacção, em um ano, de uma dissertação de mestrado, que deve ser discutida e aprovada em provas públicas, finda a qual com êxito será atribuído um diploma de Mestre em Direito e Segurança. Artigo Admissão
4 4 1. O MDS destina-se primordialmente a habilitados para o Curso de Promoção a Oficial Superior da GNR, que são licenciados em Ciências Militares na especialidade da Guarda Nacional Republicana, bem como a outros oficiais superiores da GNR que disponham de licenciatura, desde que propostos pelo Comando-Geral da GNR.. O MDS está igualmente aberto à participação de quaisquer outros candidatos que integrem os quadros superiores e dirigentes das estruturas do Estado e da sociedade civil ou outras individualidades de reconhecido mérito, desde que habilitados com o grau de licenciado e escolhidos por concurso, sendo-lhes reservado um contingente próprio de 5 vagas, a preencher, sucessivamente, segundo a apreciação curricular a efectuar pela Coordenação do MDS, tendo em conta a classificação académica e a respectiva proximidade científica em relação aos temas ministrados. Artigo 3º Carga horária e unidades curriculares 1. A 1ª fase do MDS consiste num Curso de Pós-Graduação, que tem a duração de 1486 horas, com a seguinte distribuição: a) 196 horas para aulas teórico-práticas; b) 490 horas para estudo e pesquisa académica sob orientação tutorial; c) 300 horas para projectos e trabalhos; d) 50 horas para seminários, conferências e colóquios; e) 450 horas, estimadas, para pesquisa sob orientação tutorial com vista à elaboração e apresentação de trabalhos académicos, acrescidas de 4 horas para a realização da respectiva avaliação.. O Curso é composto por cinco unidades curriculares, com as designações, conteúdos e cargas horárias previstas no Anexo. 3. O Curso tem lugar no IESM, durante o ano lectivo 009/010, de acordo com a carga horária constante do Anexo. 4. Às unidades curriculares estão atribuídos os seguintes ECTS: a) Segurança e Estado de Direito ECTS: 6,5; b) Sistema de Segurança Interna ECTS: 7; c) Sistema de Informações da República Portuguesa ECTS: 6,5: d) Sistema de Investigação Criminal ECTS: 8,5; e) Sistemas de Apoio à Segurança Interna ECTS: 7.
5 5 ECTS. 5. Aos dois exames escritos e ao trabalho académico são atribuídos 4,5 Artigo 4 Avaliação da 1ª fase da pós-graduação 1. Os formandos na 1ª fase da pós-graduação são avaliados através da apresentação de um trabalho académico escrito, que verse sobre as matérias do curso ou correspondentes às unidades curriculares, bem como pela realização de dois exames escritos, cada um valendo um terço da nota final do curso de mestrado.. O trabalho referido no número anterior é apresentado até ao dia 19 de Julho de 010 e a sua apreciação e classificação será feita por um júri designado pela Coordenação do MDS, a quem compete também a reapreciação das classificações atribuídas em caso de pedido de revisão apresentado pelos pós-graduandos. 3. As classificações, qualitativa e numérica, são as seguintes: Suficiente (10 a 13 valores), Bom (14 e 15 valores), Muito Bom (16 e 17 valores) e Excelente (18 a 0 valores). Artigo 5 Avaliação da ª fase da investigação 1. A ª fase do MDS é facultativa e consiste na redacção, durante um ano, de dissertação de mestrado cujo objecto se insira no seu tema geral e para o efeito especialmente preparada e devendo ser inédita.. O acesso a esta ª fase pressupõe a aprovação do candidato na 1ª fase, devendo os candidatos ao mestrado inscrever-se nos Serviços Académicos da FDUNL até 30 de Setembro de Tendo sido aceite à ª fase, o mestrando deve informar o Conselho Científico da FDUNL, no prazo de dois meses após a sua inscrição, do tema escolhido para a sua dissertação, do orientador que pretende, bem como da aceitação deste. 4. A dissertação de mestrado deve ser entregue até ao dia 8 de Dezembro de 011 e a sua discussão final será pública e feita perante um júri constituído por três membros doutorados, incluindo obrigatoriamente um membro da Coordenação do MDS e um Professor do MDS, todos designados pelo Conselho Científico da FDUNL.
6 6 5. As classificações, qualitativa e numérica, são as seguintes: Suficiente (10 a 13 valores), Bom (14 e 15 valores), Muito Bom (16 e 17 valores) e Excelente (18 a 0 valores). Artigo 6 Leccionação e conteúdos das unidades curriculares 1. Todas as unidades curriculares do Curso do MDS são leccionadas por académicos ou por quadros superiores que sejam uma referência em relação às matérias em causa e que se ocupem profissionalmente dessa mesma área, conforme a lista do Anexo.. As unidades curriculares têm um carácter teórico-prático, adequado à natureza de cada matéria, podendo incluir exercícios práticos, conferências e colóquios, com particular ênfase na análise de casos reais. Artigo 7 Atribuição de diplomas e certificados 1. A atribuição do diploma de pós-graduação e do certificado de participação é condicionada ao aproveitamento no trabalho académico escrito, nos dois exames escritos e à comparência a 80% das aulas ministradas.. A atribuição do diploma de mestrado é condicionada à aprovação nas provas públicas finais de defesa da dissertação apresentada. 3. A emissão dos diplomas e dos certificados fica dependente do pagamento dos emolumentos correspondentes. Artigo 8º Propinas da 1ª e da ª fases 1. A propina da 1ª fase para os candidatos não indicados pelo Comando- Geral da GNR é de euros, ficando a cargo de cada estudante, e sendo pagos 500 euros no acto de inscrição nos Serviços Académicos da FDUNL, outros 500 euros até 3 meses depois e os restantes 500 euros até seis meses depois.. A propina da ª fase é de euros, sendo paga metade no acto de inscrição nos Serviços Académicos da FDUNL e a outra metade até 6 meses depois.
7 7 Artigo 9º Encargos financeiros As despesas com o funcionamento do MDS, na 1ª fase, são da responsabilidade da GNR, sendo os pagamentos efectuados pelo IESM. Artigo 10º Coordenação e omissões 1. O Ciclo de Estudos de MDS é coordenado por um professor doutorado designado pelo Conselho Científico da FDUNL, o qual coordenará também, em especial, cada uma das unidades curriculares.. Qualquer dúvida ou omissão suscitada pela aplicação do presente Regulamento não resolvida pelo Direito subsidiário aplicável é decidida pela Coordenação do Curso.
8 8 Anexo Unidades Curriculares, Docentes e Carga Lectiva do Curso de 009/ Segurança e Estado de Direito Docentes lectivas Estado e Constituição Prof. Doutor Jorge Bacelar 8 Políticas de Segurança Gouveia Profª. Doutora Cristina Montalvão 8 Sarmento Segurança e Criminalidade na Sociedade Contemporânea Mestre António Araújo 8 A segurança como direito fundamental e dever do Estado Dr. Jorge Costa 8 O conceito integrado de segurança e o conceito de defesa General Doutor Loureiro dos 6 A garantia constitucional de direitos fundamentais; Excepção constitucional e declaração de guerra Santos Prof. Doutor Jorge Bacelar Gouveia 8 0 Sistema de Segurança Interna Docentes lectivas Uma decisão administrativa legal, prudente e acertada Prof. Doutor João Caupers A actividade policial como função administrativa pública Mestre João Freitas Raposo 6 Actividade policial e protecção de direitos dos cidadãos e de bens comunitários Dr. João Raposo 4 Teorética Policial e Estratégia de Intervenção: Teorética e Hermenêutica Policial Estratégia de Prevenção da criminalidade Prof. Doutor Pedro Clemente Mestre Luís Fiães Fernandes 3 3 Actividade policial e limitação de direitos Mestre Vitalino Canas 4 A função policial de prevenção: segurança de pessoas e bens, segurança das Mestre Manuel Guedes Valente 6 comunicações, segurança urbana e protecção da natureza As forças e os serviços de segurança Ética profissional e forças de segurança Mestre Arménio Marques Ferreira Prof. Doutor Rui Nunes Sistema de Informações da República Portuguesa Docentes lectivas A importância das informações na segurança do Estado e na defesa nacional Desembargador José Teles Pereira 6 Perspectiva histórico-comparada da actividade de informações Dr. Teresa Miranda Santos 4 A organização do Sistema de Informações Mestre Manuel Botelho da Silva 6 Segurança da Informação Classificada Ciclo de Vida da informação classificada Autoridade Nacional de Segurança Comandante Eduardo Coelho 6 A fiscalização do Sistema de Informações Prof. Doutor Jorge Bacelar A cooperação dos serviços de informações no plano internacional e, no plano nacional, com as forças e os serviços de segurança e os órgãos de polícia criminal Gouveia Drª Teresa Miranda Santos 8
9 9 04 Sistema de Investigação Criminal O sistema de investigação criminal e os órgãos de polícia criminal As fases do processo penal Polícia científica de investigação criminal Segredo de Estado Segredo de Justiça O Ministério Público A execução das penas, a reintegração social do recluso e os mecanismos de apoio à vítima Docentes lecti vas Mestra Alice Feiteira 6 Prof. Doutor Paulo Pinto de 8 Albuquerque Prof. Doutor José Manuel Anes 6 Desembargador José Teles Pereira Desembargador Carlos Almeida Prof. Doutor Paulo Pinto de Albuquerque Prof. Doutor Paulo Pinto de Albuquerque 6 8 Noções de Criminologia Prof. Doutor Cândido da Agra 6 05 Sistemas de Apoio à Segurança Interna Docentes lecti vas O Sistema de Defesa Nacional IESM Major Escorrega 8 Sistema Nacional de Protecção Civil Dr. Manuel João Ribeiro 6 O Sistema de Prevenção Rodoviária A mediação penal Drª Sónia Reis Drª Sónia Reis 4 O Sistema Judicial a orgânica dos tribunais e o estatuto do Ministério Público e Dr. João Ramos de Sousa 6 dos advogados A contribuição das autarquias e da sociedade civil para a segurança as polícias municipais, as empresas de segurança privada, os assistentes de segurança desportiva e os guarda-costas Mestra Catarina Sarmento e Castro 6 Trabalhos académicos escritos e exame final escrito Docentes Calen dário Um trabalho académico escrito e dois exames escritos (100 horas) Docente Tutor: Prof. Doutor Jorge Bacelar Gouveia e outros Até 19 de Julho de 010
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