BOLETIM AFSI. Os Dados Não Mentem: Investir no

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1 Nº BOLETIM AFSI Boletim da Associação dos Familiares de Servidores do Itamaraty Nesse número: Os Dados Não Mentem: Investir no E mais... Carta aos Associados PÁGINA 02 cônjuge ou parceiro de funcionário expatriado é fundamental para o bom rendimento profissional. PÁGINA 11 A família ganhou destaque no discurso do Governo Federal. O que isso significa Aconteceu PÁGINA 04 Explorando o Interculturalismo PÁGINA 07 para as famílias do SEB? PÁGINA 15 Cônjuges Estrangeiros O Itamaraty e as mulheres Associados de Talento PÁGINA 13 BOLETIM AFSI PÁGINA 06 PÁGINA 20 Nº

2 Carta aos Associados Caros Associados, Em nossa última Assembleia Geral Extraordinária (AGE), dia 30/03/2019, de acordo com edital de convocação previamente encaminhado a todos os associados (337 e contando!) elegemos e demos posse à nova Diretoria e Conselho Fiscal da Associação (veja quem é quem na nova Administração na página [...]). Apesar da dificuldade logística para a realização de Assembleias de uma Associação que congrega pessoas nos 5 continentes (literalmente!), 12 associados presentes via teleconferência e um total de 46 associados votantes prestigiaram a troca de comando na AFSI. A Diretoria que encerra seu mandato ( ), sob a presidência da Priscila Tanaami, teve seu Relatório de Atividades e Relatório Financeiro aprovados, com o reconhecimento de todos pelas valiosas contribuições nesse período, que incluíram revisão do Estatuto para viabilizar nossa existência formal, abertura de conta no Banco do Brasil e instituição da primeira cobrança de anuidades, em 2018, fortalecendo um crescente número de atividades em prol das famílias do Serviço Exterior Brasileiro, conduzidas pelos dirigentes e colaboradores Projeto Outreach, Projeto Explorando o Interculturalismo, convênios com escolas internacionais em Brasília beneficiando dependentes de associados, ações conjuntas com a ADB na luta pelo Auxílio-Educação para nossos filhos e enteados no exterior, entre outras. No fim de março, foi eleita uma nova diretoria da Associação dos Familiares de Servidores do Itamaraty (AFSI), em uma Assembleia Geral Extraordinária virtual. Agradeço todo o apoio especialmente da Alice Kisteumacher e da Amanda Ourofino e também do restante da equipe: Bianca Scherer, Carolina Vilalva, Caroline Dutra, Liana Fernandes, Priscila Leal e Sarah Theurich. Parabéns à nova equipe, composta por Fernando Cabral, Carolina Vilalva, Michele Bevilacqua, Osvaldo Nascimento, Vânia Vilalva, Caroline Dutra, Liana Fernandes e Bianca Scherer! Muito sucesso nessa nova fase que, tenho certeza, será de muitas realizações para a AFSI! Um abraço, Priscila Tanaami BOLETIM AFSI - PÁGINA 02 Nº

3 Em 2013, eu residia com a família em Ottawa, Canadá, onde minha esposa servia em nossa Embaixada. Em sucessivas remoções, com quatro filhos, aprendemos a duras penas que a vida em um país estrangeiro, sem parentes, sem amigos de longa data, pode ser uma montanha russa de alegrias e dificuldades. Incertezas quanto ao recebimento da RF e para assegurar educação de qualidade para nossos filhos, além de dificuldades imensas para encontrarmos colocação profissional minam o ambiente familiar e põem em xeque nossa opção por servir o Brasil no exterior. Eu já não sabia se aquela vida de expatriados era idealismo ou loucura. Mas naquela época aconteceu algo novo, que encheu de esperança muitos como nós: um grupo de familiares, a partir de Washington, em articulação com colegas pelo mundo, levantou bandeiras concretas em apoio às famílias no exterior, diante das dificuldades que todos enfrentamos. Estavam lançadas as bases para a criação de uma Associação, cuja primeira Assembléia Geral aconteceria em 23/11/2013. Assim, em 2015, quando cônjuges servidores, como eu, foram obrigados a um recolhimento mensal extorsivo para a Previdência, lembrei-me de recorrer à Associação. Para muitos, aquela exigência poderia significar a separação das famílias! Com o apoio da AFSI, liderei então um grupo que, em pouco tempo, reuniria mais de uma centena de cônjuges no exterior. Um grupo no qual havia muita solidariedade e disposição para resistirmos, até a revogação daquela mal-fadada lei. Ficou claro, para todos nós, que a AFSI reunia condições para dar voz e peso a demandas que são muito caras a todos os familiares de servidores do Itamaraty, sobretudo diante de arbitrariedades como aquela. Mas apesar de meu apreço pela nossa Associação, liderar uma chapa que reúne a experiência de algumas fundadoras com a disposição de tantos colaboradores era um passo maior do que eu poderia imaginar. Agradecendo pela confiança em mim depositada pela Carolina, pela Michele, pelo Osvaldo, pela Vânia, pela Caroline, pela Bianca, pela Liana e por todos aqueles que, com seu voto, referendaram nossa eleição, assumo perante os nossos associados e todos os familiares do Itamaraty o compromisso de envidar meus melhores esforços para estar à altura dos muitos desafios que se colocam para nossa Associação. Saudações AFSIanas a todas e todos! Fernando Cabral BOLETIM AFSI - PÁGINA 03 Nº

4 Aconteceu Reunião da AFSI com o Sinditamaraty - 16/04/2019 No último dia 16 de abril, a recém eleita Diretoria da AFSI representada por nosso Presidente, Fernando Cabral, e pela Primeira Secretária Michele Bevilaqua, teve um encontro de articulação e trabalho com a Diretoria do Sinditamaraty, com a presença do Presidente Ernando Neves e da Vice-Presidente Camilla Santos, além da assessora jurídica do Sindicato, Eliane Cesário. Os dirigentes de ambas as organizações reafirmaram a disposição de manterem canais permanentes de comunicação com vistas à troca de informações e à cooperação para o alcance de objetivos comuns. Estiveram em pauta, entre outros, temas como a luta pelo auxílio-educação, iniciativas em apoio à transferência escolar dos filhos ou à busca de emprego no exterior pelos cônjuges de servidores. Ernando Neves congratulou-se com a nova Diretoria da AFSI, colocando gentilmente a infraestrutura do Sinditamaraty à nossa disposição, caso tenhamos necessidade, em vista de não dispormos ainda de uma sede e de pessoal de apoio em Brasília. Convênio Vista Alegre O Convênio permite a aquisição online dos produtos disponíveis no site da Vista Alegre - com um desconto único e específico para os membros do Serviço Exterior Brasileiro e seus familiares. O site está disponível em todos os países, com exceção de Brasil, Rússia, e EUA. Para usufruir do desconto acordado nesta parceria, basta registrar-se em com um que tenha ou que conste da lista de associados da AFSI. Para mais informações acesse o nosso site, clicando aqui. BOLETIM AFSI - PÁGINA 04 Nº

5 Aconteceu ARTICULAÇÕES DA AFSI COM DEMAIS ORGANIZAÇÕES DE CLASSE E ENCONTRO COM A ADB Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros. No final de novembro passado, a AFSI encaminhou ofícios à ADB, ASOF e ao Sinditamaraty propondo encontros de trabalho para tratar, com cada uma das associações congêneres, da construção de agendas convergentes, somando forças para uma atuação sinérgica em temas comuns como auxílio-educação e atrasos sistemáticos na RF, entre outros. No caso da ADB Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros, aproveitamos o ensejo para nos congratularmos com a nova Presidente, Embaixadora Celina Rodrigues, e Diretoria eleitas. Nossa sugestão foi prontamente acatada pela Embaixadora Celina. Como colaborador da AFSI, o associado Fernando Cabral, que esteve presente à posse da nova Presidente, reuniu-se em dezembro/2018 com Fábio Marzano, Vice-Presidente da ADB, e Eduardo Ferreira, membro da Diretoria. Conforme exposto em nosso Ofício n 02/2018/AFSI, de 27 de novembro de 2018, consideramos que este seria o "momento oportuno para a renovação do diálogo entre as nossas instituições, de maneira a identificar sinergias e construir uma agenda convergente para os próximos anos, propondo um encontro para tratar sobre temas comuns entre as associações." Durante o encontro, foram indicados pela AFSI três temas prioritários e desejáveis para trabalho conjunto com a ADB no curto e médio prazos: (i) Auxílio Educação, (iii) Atrasos na RF e (iii) Vedação de participação de cônjuges em Edital de CAPES/Itamaraty para concessão de bolsas de leitorado em universidades estrangeiras. dos cônjuges em processo seletivo sob a condução do Departamento Culturual do Itamaraty, o assunto não era ainda do conhecimento dos colegas da ADB. Ambos concordaram que isso seria prejudicial a interesses legítimos dos cônjuges e suas famílias. A ADB também lembrou a renovação, em 2018, do convênio com a Escola das Nações oferecendo descontos nas mensalidades aos dependentes dos filiados de ambas as associações. Foi solicitada a colaboração da AFSI na divulgação desse e de outros convênios existentes com algumas escolas em Brasília, tambem celebrados em nome da ADB e da AFSI. A esse propósito, aproveitamos para informar aos nossos associados que a AFSI enviou, em novembro/2018, a todos os associados listando os convênios existentes com instituições educacionais em Brasília. Segue também nesta edição, a lista das instituições conveniadas. Os diretores da ADB mostraram interesse em conhecer mais sobre nosso projeto Explorando o Interculturalismo, em apoio às famílias em seus processos de remoção para postos de diferentes regiões do mundo. Fernando reafirmou o compromisso da AFSI com as pautas de apoio e representação dos familiares perante o Itamaraty e demais instituições. Os encontros com representantes das demais associações, segundo contatos verbais estabelecidos naquela ocasião, deverão ser programados para este ano. Isso deverá ocorrer tão logo haja a eleição e posse da nova Diretoria da AFSI. No caso do auxílio educação, a nova diretoria da ADB propôs encaminhamento coordenado ao Congresso Nacional. Quanto aos atrasos na RF, é entendido pelas partes que são necessárias mudanças nas regras atuais do SEB. A respeito da vedação da participação BOLETIM AFSI - PÁGINA 05 Nº

6 O Grupo dos Cônjuges Estrangeiros da AFSI Por Ana da Costa e Silva (Coordenadora do Grupo dos Cônjuges Estrangeiros da AFSI) Atualmente o grupo tem mais de 50 membros de 29 nacionalidades. O grupo é aberto a qualquer cônjuge estrangeiro de servidores do Itamaraty. O termo cônjuge (ou spouse em inglês) é neutro em termos de gênero, abrangendo esposas, maridos e companheiros em união estável. Estrangeiro significa cônjuge originário de outro país que não o Brasil, ainda que adquira eventualmente a nacionalidade brasileira. É importante ressaltar que nossos encontros são sempre abertos a cônjuges brasileiros de servidores do Itamaraty também justamente para incentivar o intercâmbio. No mês de Fevereiro voltámos a reunir-nos depois do interregno do final do ano. Fizemos uma visita à exposição " 50 anos de Realismo" no CCBB seguida de almoço no nosso Clube das Nações. Tivemos conosco a mais jovem participante do grupo, a Violeta com 6 meses. Uma gracinha! Se você tiver interesse em fazer parte do grupo ou desejar mais informações sobre as nossas atividades, por favor nos contate por foreignspouses@afsi.org.br. Até ao próximo encontro algures por Brasília! BOLETIM AFSI - PÁGINA 06 Nº

7 Explorando o Interculturalismo O projeto Explorando o Interculturalismo, que teve como objetivo principal recolher informações e depoimentos dos nossos associados, recolheu um material interessante que está disponível na página da AFSI no Facebook e também no grupo dos associados na mesma plataforma. Além disso, a AFSI recebeu alguns depoimentos por e promoveu duas mesas redondas sobre os temas Ásia/Oceania e Europa. Abaixo compartilharemos algumas dicas recebidas com vocês! ÁSIA/OCEANIA BOLETIM AFSI - PÁGINA 07 Nº

8 Explorando o Interculturalismo BOLETIM AFSI - PÁGINA 08 Nº

9 Explorando o Interculturalismo BOLETIM AFSI - PÁGINA 09 Nº

10 Explorando o Interculturalismo BOLETIM AFSI - PÁGINA 10 Nº

11 Os Dados Não Mentem Investir no cônjuge ou parceiro de funcionário expatriado é fundamental para o bom rendimento profissional. Netexpat é uma consultoria com mais de 20 anos de experiência em relocação, apoio profissional e emocional voltada ao público expatriado. Com mais de 75 escritórios ao redor do mundo, possui um portfólio com mais de 400 companhias só no setor privado, além de organismos internacionais. Aproveitando-se de sua imensa rede de clientela e de profissionais ao redor do mundo, a Netexpat resolveu se unir à consultoria EY Building a better Working World para fazer um levantamento meticuloso sobre o processo de relocação do cônjuge de expatriados profissionais. Os resultados dessa pesquisa extremamente importância foram publicados e divulgados online. A pesquisa de relocação de parceiros tornou-se o maior estudo conduzido sobre esse tópico, oferecendo-nos uma perspectiva verdadeiramente global. Foram participantes, espalhados por 121 cidades, com 81 nacionalidades diferentes. O desafio tem sido uma preocupação crescente entre e a comunidade internacional nos últimos anos, pois o cliché do trailing spouse (ou o cônjuge que é arrastado pelo mundo afora como acompanhante), já não é um conceito atrativo para muitos da geração Y ( millennials ) que estão acostumados a considerar seus parceiros como profissionais igualmente qualificados que contribuem ativamente para a renda familiar. Para além do aspecto financeiro, essa nova geração entende que a identidade profissional de seu parceiro é um dimensão importante, se não essencial, à felicidade do mesmo e, em consequência, do bemestar de toda a família. Reproduzimos abaixo algumas das principais conclusões dessa pesquisa: Os empregadores confirmam que o motivo número um para os funcionários não aceitarem uma tarefa internacional é a possível interrupção da carreira dos cônjuges / parceiros desses profissionais; funcionários não estão mais somente interessados no aspecto financeiro de suas relocação o destino de seus cônjuges no exterior é uma preocupação chave; 33% de empregadores conseguiram aumentar a performance executiva dos seus funcionários no exterior oferecendo um apoio exclusivo a seus cônjuges / parceiros domésticos; 77% por cento de todos os cônjuges / parceiros de funcionários expatriados estavam trabalhando e progredindo em suas carreiras antes da relocação; o nível educacional de cônjuges e parceiros acompanhantes têm aumetando substancialmente ao longo dos anos. Atualmente, 82% deles tem um diploma superior, mestrado ou doutorado; 90% de empregadores internacionais oferecem algum tipo de apoio para os cônjuges / parceiros acompanhando seus funcionários expatriados. A mensagem final é clara: organizações que expatriam seus funcionários não podem deixar de investir em políticas voltadas à famíla. Abordar o bem-estar do cônjuge ou parceiro acompanhando o funcionário expatriado é um fator-chave para o gerenciamento bem sucedido de uma relocação internacional. Noventa porcento das empresas pesquisadas BOLETIM AFSI - PÁGINA 11 Nº

12 demonstraram entender a importância dessa mensagem, relatando que oferecem atualmente políticas de apoio aos parceiros que acompanham seus funcionários relocados internacionalmente. Falta sensibilizar os 10% de instituições restantes que ainda não administram esse tipo de suporte às famílias expatriadas junto às suas missões ex-óficio. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, incluso. A íntegra do relatório pode ser lido através do link Relocating-Part.pdf. Convênio Continua em vigor a parceria com a Academia Acuas da Asa Sul, unidade Big Box 412/413 (Brasília)! Associados têm desconto de 15% nos planos de 13 e 15 meses, e mais 15% na taxa de adesão. Aproveitem! Interessados, favor enviar para diretoria@afsi.org.br com nome completo e telefone. Tel: (61) BOLETIM AFSI - PÁGINA 12 Nº

13 O Itamaraty e as mulheres Por Guy Mendes Pinheiro de Vasconcellos, Embaixador, filho de Maria José de Castro Rebello Mendes. Na edição 03 do Boletim da ADB, de julho de 1993, o nosso colega Luis Dilermando de Castello Cruz, sob o título As primeiras gerações de mulheres diplomatas no Brasil fez um excelente resumo da luta das primeiras mulheres para ingressarem nos quadros do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Posteriormente, BA edição 64 do Boletim, publicada em 2009, o mesmo tema voltou a ser focalizado. Neste caso, a pesquisadora Glauciane Carvalho, no artigo Os desafios da mulher na diplomacia relatou a batalha em torno da inscrição de Maria José de Castro Rebello Mendes no concurso para o preenchimento de três vagas de terceiro oficial do Itamaraty. Agora, ao se cumprirem 100 anos daquela efeméride, vale aqui fazer algumas considerações em torno do assunto. A Primeira Guerra Mundial viera de terminar e as mulheres na Europa, sobretudo na Inglaterra, onde elas tinham participado ativamente do esforço de guerra, passaram a reivindicar o direito, não somente ao voto, mas também ao trabalho em igualdade de condições com os homens. Eram as sufragistas, era o feminismo que alvorecia. Maria José declarou repetidas vezes que não era feminista nem queria fazer proselitismo, queria apenas ganhar a vida honestamente. De qualquer forma sua inscrição no concurso e sua nomeação para o cargo de terceiro oficial do Ministério das Relações Exteriores eram fatos sensacionais e amplamente noticiados e, por isso, deram origem a fundas discussões sobre se as mulheres poderiam ou deveriam ingressar no Itamaraty, ou seja, num cargo de carreira, coisa inédita já que até então mulher alguma havia entrado no serviço público como funcionária de carreira. Reações contrárias Nosso importante escritor, Afonso Henrique de Lima Barreto, sofrendo, ele mesmo, preconceitos, fez severas críticas à nomeação de Maria José para o cargo de terceiro oficial no Ministério das Relações Exteriores. No periódico A.B.C. de 5 de outubro de 1918, depois de tecer loas à inteligência e à cultura de Nilo Peçanha, então chanceler, escreveu: Entretanto, o seu ato, admitindo, em concurso, para o lugar de terceiro oficial de sua secretaria, uma moça, aprovando-a e nomeando-a, aberra de todas as nossas concepções políticas e vai de encontro a todos os princípios sociais. E mais: É sabido que, desde que as mulheres foram, na Europa, chamadas aos serviços exercidos, normalmente, pelos homens, de ano em ano, as dimensões antropométricas, exigidas para os recrutas, eram diminuídas. Antonio Torres, também escritor e jornalista, ironizou à inscrição de minha mãe no concurso do Itamaraty. Segundo matéria que fez publicar no jornal O Imparcial, Nomear a pretendente é, na opinião do Sr. Wenceslau, um prêmio a uma vida de trabalho e de dedicação ao lar e aí está até onde nos leva o suave burguesismo a Luiz Philippe do Sr. Wenceslau, o nosso Roi-Citoyen! Dar emprego público a uma mulher, numa carreira, por onde correm tremendos segredos de Estado e isso para premiar dedicação ao lar, amor à família! Ah! Pena de Alphonse Karr!. Se uma mulher deu provas de heroica dedicação ao lar, prossegue Torres, e se isso é um fenômeno muito raro, deem-lhe uma pensão registrada, sob protesto, no Tribunal de Contas; nomeiem-na professora numa escola profissional; concedam-lhe medalha humanitária; levantem-lhe estátuas; peçam ao Papa que a canonize, mas pelo amor de Deus ou pelos cornos do Diabo, não a façam, publicamente, preterir candidatos que só contam com a sua inteligência e com as suas barbas para vencer. Esqueceu-se o Senhor Antonio Torres que Maria José tirou o primeiro lugar no concurso, deixando os barbados para trás. Ou melhor, não esqueceu, apenas quis insinuar que o concurso fora fraudado. E tanto assim que, insistindo na sua diatribe invejosa e raivosa, escreveu um abaixo-assinado, como se fosse candidato inscrito no concurso, pedindo que BOLETIM AFSI - PÁGINA 13 Nº

14 abortassem sua inscrição, de vez que uma concorrente já contava com a proteção do presidente da República, do conselheiro Ruy Barboza e de toda a imprensa do Rio de Janeiro. Repercussão na mídia O jornal A Rua, trouxe o seguinte comentário: Alguns candidatos à substituição do insinuante Sr. Regis de Oliveira, no futuro governo, com os Srs. Luiz Guimarães e Helio Lobo à frente, estão grandemente alarmados com a marcha vitoriosa do feminismo na secretaria do exterior. Os dois venturosos diplomatas nutrem receios de que a senhorita Castro Rebello, animada pelo sucesso obtido com o primeiro concurso em que se meteu a disputar com alguns glabros mancebos, familiarizados com a burocracia da chancelaria, o cobiçado posto inicial de terceiro oficial, venha a pretender um lugar na carreira, e daí, de vitória em vitória, isto é: de promoção em promoção, lhes venha a comprometer a situação que almejam, porque a senhorita Castro Rebello desde que conseguiu o cargo com a gentileza dos homens da República, tem o direito de aspirar à própria subsecretaria de estado. No Correio da Manhã, em 7 de setembro de 1918, sob o título Diplomacia e saias, aparece mais um comentário maldoso: Quanto ao fundo da questão, o caso é simples e conhecido: resolveu uma senhorita candidatar-se ao lugar de escriturário e logo onde! Na Secretaria de Estado dos Negócios Exteriores, isto é, exatamente no ministério mais radicalmente oposto a determinadas capacidades femininas, no ministério da discrição e dos graves e terríveis segredos de Estado! Mas havia também críticas favoráveis a Maria José. A Capital, em 6 de setembro de 1918, informa: Não receia as provas do concurso. Fala tão bem as línguas francesa, alemã e inglesa, como a sua. Lê o Schiller, o Goethe, o Milton e o Byron com a mesma naturalidade com que algumas leem o Mal Secreto, de Raymundo Corrêa. Conhece o direito internacional público, de Clovis Bevilacqua, e tem lido e relido a Constituição. E continua: Os rapazes candidatos hão de ter muita pestana a queimar para se medirem, sem ruidoso desastre para o sexo, com uma moça que possui tantas línguas e que assim penetra pela seara dos bacharéis. De Carlos Maximiliano Pimenta de Laet, jornalista e prestigiado membro da Academia Brasileira de Letras: Muito propenso, Sr. Jornalista, sempre fui ao sexo belo e posso mesmo dizer que lhe tenho consagrado a melhor parte da minha atividade; mas isso não me impede, antes me autoriza, a lhe reconhecer os defeitos que promanam de sua habitual constituição nervosa. De alguns (defeitos) peço vênia para levemente me ocupar. Em primeiro lugar a indiscrição. Sei, por informações fidedignas, que a senhorita recém-nomeada para a Secretaria da Relações Exteriores é pessoa discretíssima; mas quando o sestro pegar e na secretaria só houver damas e donzelas, muito não dou pelo sigilo da chancelaria do Itamaraty. Defeito número dois: a volubilidade; souvent femme varie...verdi pôs isso em música admirável: la donna è mobile... Ora, isto é um grande inconveniente para a vida oficial. Apenas para fechar este breve ensaio, quero chamar a atenção das leitoras e dos leitores para o registro de seus primeiros três anos de exercício público. Em entrevista ao jornal A Noite, em 5 de setembro de 1921, Maria José declara: Há três anos que estou nesta Secretaria de Estado e creio ter desempenhado a contento dos meus chefes todos os serviços que me foram afetos, pois já tenho trabalhado em diversas seções; na seção de Limites e Atos Internacionais, na Contabilidade, nos Negócios Políticos e Diplomáticos, achando-me atualmente na do Protocolo. Henrique Pinheiro de Vasconcellos, que chefiou Maria José na Contabilidade, também entrevistado, declarou: nesse imenso e complexo serviço em que todos os meus colegas de seção colaboravam com dedicação e inteligência muito se distinguiu a senhorita Castro Rebello. A admiração de Henrique por Maria José já vinha do concurso, de cuja banca examinadora participara. Isso acabou em casamento. Colaboração da ADB para o nosso Boletim. BOLETIM AFSI - PÁGINA 14 Nº

15 A família ganhou destaque no discurso do Governo Federal. O que isso significa para as famílias do SEB? Por Carolina Vilalva, vice-presidente da AFSI e Celina Bühler da Silva, colaboradora da AFSI Em 2019, o Brasil iniciou mais uma etapa de sua trajetória democrática com a posse do novo Presidente da República. Chamou a atenção, já de início, o foco conferido pelo novo governo ao peso e à importância da família na sociedade. Em seu discurso de posse, o Presidente da República Jair Bolsonaro listou como um dos seus objetivos de governo unir o povo e valorizar a família, sendo esta última considerada, por ele, como o alicerce da sociedade. Na cerimônia de posse do Ministro de Estado das Relações Exteriores, a menção à família tampouco passou em branco. O Chanceler Ernesto Araújo declarou, na oportunidade, que a luta pela nação é a mesma luta pela família. O Secretário-Geral das Relações Exteriores, Embaixador Otávio Brandelli, por seu turno, e em um grau de detalhe ainda maior, afirmou, também em sua posse, que temos que estar atentos às peculiaridades de uma carreira que impõe desafios especiais de segurança, saúde e educação a todo nosso pessoal e a todos nossos companheiros e familiares. Nesse mesmo contexto, não poderíamos deixar de mencionar a criação, pelo atual governo, do Ministério das Mulheres, Família e Direitos Humanos, que contém, de maneira inédita, dossiê específico para a família. Para a Associação de Familiares dos Servidores do Itamaraty (AFSI), as novas diretrizes governamentais parecem trazer esperança redobrada à agenda da organização. A AFSI, uma entidade que nasceu com a palavra família em seu nome, tem como único e último fim a proteção dos interesses dos familiares dos servidores do Serviço Exterior Brasileiro (SEB). Se a família passou a ganhar, de fato, espaço na agenda pública nacional, caberia, nesse momento, refletir a respeito de alguns elementos básicos sobre a razão de proteger e cuidar dos familiares dos servidores do Itamaraty. Afinal, qual é o papel fundamental do núcleo familiar para o bem-estar e a felicidade dos funcionários do SEB, cuja vida em nada se assemelha àquelas dos demais servidores públicos (com exceção, talvez, dos militares (1))? Qual é a importância, para não dizer necessidade, de a administração do MRE promover políticas voltadas para aspecto tão crucial na vida de seus funcionários, os verdadeiros expatriados oficiais de nosso país? Que exemplos e iniciativas construtivas direcionados à família o Itamaraty poderia absorver de outros atores internacionais relevantes (multinacionais, organismos multilaterais e governo estrangeiros) sobre o assunto? Estudos demonstram que o baixo rendimento e insatisfação dos expatriados em terras estrangeiras estão intrinsecamente vinculados ao fracasso do ajustamento da família ao novo ambiente físico e cultural. Cientes desse problema, 90% de empregadores no exterior oferecem, segundo dados do Relocating Partner Survey Report 2018 (2), alguma forma de apoio. É cada vez mais comum o emprego de recursos humanos e financeiros em programas de suporte aos familiares. De modo a valorizar a formação profissional do cônjuge, as empresas subsidiam serviços de coaching e recolocação, além de capacitação acadêmica ou técnica. Apesar dos grandes avanços que acompanhamos no setor privado em favor das famílias, o MRE ainda não empreendeu esforço para a atualização de suas políticas e diretrizes de suporte aos familiares de seus servidores.se a família é o âmago da sociedade, o que acontece quando esta é desestabilizada por uma transição ou ruptura resultante de mudança de país? Um Itamaraty em prol da família levará em consideração aspectos centrais para milhares de familiares, que, para acompanharem seus cônjuges em missões oficiais, BOLETIM AFSI - PÁGINA 15 Nº

16 deixam para trás carreiras, segurança previdenciária, currículos acadêmicos, línguas maternas e redes de apoio? Um novo enfoque institucional com o objetivo de valorizar o papel da família como fator de equilíbrio para o servidor, não somente em território nacional, mas, especialmente, no exterior, é primordial. Investir na família, e, principalmente, na saúde e segurança emocional do cônjuge, figura como excelente política para empresas com atuação internacional. Pesquisas (3) delineiam as diversas razões que justificam tal postura. Segundo o Survey acima referido, 91% dos cônjuges de expatriados contam com diploma universitário, mestrado ou PhD, o que os torna, consequentemente, portadores de altíssima capacitação profissional. Este vem a ser, aliás, um dos principais motivos que leva um funcionário de multinacional a denegar posto de trabalho no exterior: a possibilidade de que sua decisão interrompa ou afete negativamente a carreira de seu cônjuge. Além disso, a expatriação também pode acarretar relevante queda da renda familiar, caso o cônjuge não consiga emprego no exterior. Vale ressaltar que, cada vez mais, as famílias dependem de duas fontes de remuneração para fazer frente às suas obrigações financeiras. Quando não existe apoio institucional aos familiares de funcionários expatriados, é bem sabido, nos campos da psiquiatria e da psicologia, que doenças mentais podem surgir em tal segmento, como, por exemplo, ansiedade ocupacional, transtorno de ansiedade de separação e transtornos de aculturação (4). Ademais, a literatura especializada (5) atesta a presença de altos índices de depressão e alcoolismo entre funcionários e cônjuges do serviço exterior (de qualquer país), manifestações estas comuns entre indivíduos que passam por períodos de desestabilização emocional e cultural (6). Por esse e tantos outros motivos, a empregabilidade dos cônjuges deverá ser um dos temas prioritários na agenda de fortalecimento da instituição familiar na nova administração do Itamaraty. Os acordos bilaterais celebrados pelo Brasil referentes ao exercício de atividades remuneradas por parte dos dependentes de servidores removidos não têm demonstrado, por sua vez, suficientes para promover uma verdadeira realocação profissional para os familiares do SEB. Conforme levantamento feito pela própria AFSI (7), e evidências encontradas em artigos sobre o assunto (8), os acordos bilaterais são, na prática, muito difíceis de serem implementados. Essa é uma das razões que faz com que outras chancelarias, como a dos EUA, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Reino Unido, entre outros, permitam a contratação local de cônjuges em seus postos no exterior. Adicionalmente, o MRE é o único órgão brasileiro, em nível federal, que não permite o Exercício Provisório (EP) de cônjuges servidores públicos em suas unidades, sendo que o EP foi garantido pela Lei Federal de 1992 justamente para proteger conforme texto original a unidade familiar (9). Não há dúvida, legal ou moral, que a referida vedação mostra-se incoerente com o novo discurso governamental. No caso dos dependentes em idade escolar, as políticas do MRE também deveriam passar por urgente atualização. A não-concessão do auxílioeducação pelo Itamaraty, até hoje, vem a ser uma notória preocupação, pois, há décadas, tornou-se consensual o entendimento de que a garantia desse benefício a expatriados figura como inegociável. Por esse motivo, organizações internacionais (para as quais o Brasil contribui financeiramente), chancelarias de diversos países como Chile, México, Rússia, África do Sul, Índia, Austrália, Canadá, EUA e os 28 membros da União Europeia e a grande maioria das empresas multinacionais proveem auxílio-educação a seus funcionários expatriados. Para a AFSI, o direito ao auxílio-educação é mais que um item no pacote de benefícios. É, em realidade, um direito da própria criança, garantido pelo ordenamento jurídico brasileiro (10). Há seis anos a AFSI vem estudando com empenho esses temas e dialogando de maneira próxima à administração do Itamaraty, visando tornar o investimento em políticas para famílias uma prioridade da gestão de recursos humanos da BOLETIM AFSI - PÁGINA 16 Nº

17 instituição - políticas essas que tem efeito positivo no bem-estar e produtividade não só dos familiares, mas também dos funcionários do ministério. Finalmente, parece haver sinais de que os pleitos históricos da associação poderão encontrar ressonância no novo governo e parlamento brasileiro. oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente (art. 6º, art. 205 e art º e 2º). Todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput da Constituição Federal) e, acima de tudo, todos são iguais perante os direitos sociais constitucionalmente garantidos, como é o caso do direito à educação. No entanto, os servidores do MRE, quando em missão no exterior, estão evidentemente afastados da possibilidade de o Estado brasileiro prestar diretamente a seus filhos a oferta obrigatória e gratuita de ensino prevista pela Constituição. Notas de Rodapé: (1) Cabe destacar que as Forças Armadas contam com benefícios diferenciados, dos quais o MRE não goza, como pensão por morte vitalícia para o cônjuge e escolas militares espalhadas em território nacional, com vistas a facilitar a continuidade curricular de seus filhos. (2) O relatório pode ser acessado em Part.pdf. (3) Vide os artigos de PEREIRA, Neuri A. F.; PIMENTEL, Ricardo; KATO, Heitor Takashi. Expatriação e estratégia internacional: o papel da família como fator de equilíbrio na adaptação do expatriado. In Revista de Administração Contemporânea, vol. 9, no. 4, Curitiba, Oct/Dec (4) Artigo cientifico publicado em (5) Artigo pode ser acessado em (6) It s an institutional problem. ( ) I know personally of one case where a wife was drinking at home, she was very unhappy in Paris, and I couldn t get anyone in my upper management to address the fact that this woman was calling her husband every hour on the hour, that she d been mugged in the Métro because she was drunk, she was picked up by the police on suspicion of prostitution because she was wandering around in inappropriate clothing but also under the influence of alcohol. Exemplo de um caso do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Mesmo texto (7) (8) Vide o artigo For Expat Spouses, Moving Involves Sacrifice and Reinvention que pode ser acessado em página web: fbclid=iwar38j2kd4ed1ckiczit6ikb5xdsviz5ymeyy393oef7vis 6_MVn-cjGXdkU (9) Para mais informações vide: (10) É sabido que o direito à educação e o acesso ao ensino obrigatório e gratuito são garantidos pela Constituição Federal e são deveres do Estado brasileiro. Seu não-oferecimento, ou sua BOLETIM AFSI - PÁGINA 17 Nº

18 Conheça a nova Diretoria e Conselho Fiscal da AFSI Veja, a seguir, um breve perfil de cada um dos membros da nova Diretoria e Conselho Fiscal da AFSI, eleitos em 30/03/2019 para um mandato de dois anos a partir daquela data (biênio ), nos termos do Estatuto da Associação, artigos 18 e 27. Fernando Cabral, Presidente 57 anos, Engenheiro Civil pela UFRJ, Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela UnB, Analista do Banco Central do Brasil. Casado com a Psicóloca Marisa Rocha, que ingressou na Carreira de Oficial de Chancelaria em Esteve com sua esposa e filhos em Montevidéo, Boston, Roma, Ottawa e Hartford. Em 2008 permaneceu no Rio de Janeiro com os 4 filhos enquanto sua esposa servia como Encarregada em Conacri, na República da Guiné. Seus dois filhos mais velhos se formaram no Canadá, residindo e trabalhando atualmente em Vancouver. O terceiro cursa a UnB e o caçula conclui este ano o Ensino Médio na Escola das Nacões de Brasília. Carolina Vilalva, Vice-Presidente Internacionalista, Psicóloga e Coach de formação, cônjuge e filha de diplomata, Carolina dispensa apresentações para nós da AFSI, tendo sido uma de suas fundadoras. Com sua voz sempre altiva em defesa das famílias do SEB, foi Presidente e Vice-Presidente da Associação nas gestões anteriores. Reside atualmente com a família em Lusaca, Zâmbia, devido à remoção de seu marido para aquela capital. Michele Bevilaqua, Primeira Secretária Formada em Secretariado, acompanha o esposo há 16 anos em sua carreira no Serviço Exterior Brasileiro. Reside atualmente em Brasília. Com sua experiência e conhecimento do Itamaraty, deseja promover o maior envolvimento de cônjuges e familiares de servidores da Casa no trabalho da AFSI. Osvaldo Vieira, Segundo Secretário Professor formado em Letras, Português Inglês pelo UniCEUB, pós-graduado na área de administração escolar, trabalha na área de educação desde Casado com a Oficial de Chancelaria Andrea Galvão Vieira do Nascimento, tem três filhos. Acompanhando a esposa em suas remoções há 25 anos, morou em Nagoia e Tóquio, no Japão, e em Camberra, na Austrália. Vânia Vilalva, Primeira Tesoureira Formada em Pedagogia pela UnB, esposa do Embaixador Mário Vilalva e mãe de quatro filhas, morou nos EUA (Washington D.C. e Boston), África do Sul, Itália, Portugal, Chile e Alemanha. Dedicou seu tempo como voluntária em várias escolas no Brasil e em outros países. De volta a Brasília após 12 anos no exterior, está disposta a contribuir, com sua experiência de mais de 40 anos como cônjuge de diplomata, para o fortalecimento da nossa AFSI. Caroline Dutra, Segunda Tesoureira Engenheira Elétrica pela UFSC, mestre em Gestão de Projetos pela École de Mines de Saint Étienne, França. Acompanhando o cônjuge em sua carreira diplomática residiu em Teerã, Washington D.C. e está atualmente em Pretória, na África do Sul. Reeleita, Caroline pretende continuar colaborando com a AFSI, colocando à nossa disposição seus conhecimentos nas áreas de gestão e informática. Bianca Scherer, Conselheira Fiscal Casada desde 2001 e mãe de dois filhos, acompanha o cônjuge em sua carreira diplomática, enfrentando as dificuldades comuns a todos os cônjuges para conciliar sua vida profissional (nas áreas comercial, cultural e educacional) com as remoções e a vida em diferentes países. Acredita na importância do trabalho da AFSI para centenas de famílias de servidores do SEB, tendo sido reeleita para seguir colaborando com a Associação. Liana Fernandes, Conselheira Fiscal Advogada e Mestre em Direito Tributário, atuante em sua área profissional, Liana é mãe do Henrique e está atualmente em Lisboa, seu primeiro posto no exterior. Assessora de relações públicas e institucionais da AFSI desde 2015, foi também reeleita, para continuar contribuindo na construção de uma rede de apoio para as famílias integrantes do SEB e no diálogo com o Itamaraty. BOLETIM AFSI - PÁGINA 18 Nº

19 Associados de Talento "Associados de Talento" é um espaço para que os associados possam divulgar suas experiências, relatos, trabalhos artísticos, literários ou qualquer outra forma de expressão. Meu nome é Amanda Ourofino, sou mãe da Júlia e esposa do Renato, nascida e criada em Brasília. Sou graduada em Artes Plásticas e mestre em Comunicação, ambos pela Universidade de Brasília. Fui sócia-fundadora do Estúdio Cabine por 5 anos, desenvolvendo um trabalho lindo na área da fotografia de casamento e ensaios de família com a minha sócia, Antúria Viotto. Sempre criei trabalhos artísticos, fossem de fotografia, pintura ou trabalhos com papel. Em 2015, ao encerrar as atividades da empresa de fotografia, decidi recomeçar a vida profissional na área de autoconhecimento, então estudei Coaching em São Paulo - especializando-me em Life Coaching - e Constelação Familiar em Brasília. Sempre persegui a arte (ou ela sempre me perseguiu?), por isso fiz cursos de bordado paralelamente aos estudos e atendimentos terapêuticos. Para ajudar a lidar com uma perda imensa que eu sofri no início de 2016, comecei a crochetar. E o crochê foi tomando a minha vida como um todo, as demandas foram surgindo e a criatividade encontrou um lugar muito próprio e fluido. Após muito estudo, comecei a ensinar essa técnica em cursos presenciais, mantendo a professora que há em mim muito feliz. Eu produzia peças sob encomenda quando morava em Brasília, crio apostilas com o passo a passo de peças originais e estou sempre ligada nas tendências de decoração, moda e design. Amo crochetar com fio de malha, barbante e lãs mais grossinhas. Com a remoção, veio o momento de pensar em como trabalhar mudando de país de tempos em tempos. A solução que encontrei foi virtualizar ao máximo o meu trabalho. Por esse motivo, criei o blog e a loja online. No blog aproveito para falar de tudo que envolve as manualidades, inclusive conto sempre sobre os armarinhos e feiras que visito na minha cidade (Londres) e nas pequenas viagens que fazemos. Também disponibilizo vários tutoriais gratuitos e dicas. Na loja online vendo as apostilas com o passo a passo de peças em crochê (e futuramente outras técnicas) em português, que são entregues por . São sempre peças originais que eu crio para os tutoriais gratuitos do blog e para as apostilas da loja on-line. No momento também estou produzindo meu primeiro curso on-line, que é o meu projeto principal para conseguir trabalhar à distância. BOLETIM AFSI - PÁGINA 19 Nº

20 Associados de Talento Para acompanhar o trabalho da Amanda: Blog: Facebook: BOLETIM AFSI - PÁGINA 20 Nº

21 Ficha Técnica Editora Celina Bühler Carolina Vilalva Fernando Cabral Diagramação Amanda Ourofino Revisão Bianca Scherer Fernando Cabral Diretoria Presidente Fernando Cabral Vice-Presidente Carolina Vilalva Primeira Secretária Michele Bevilaqua Colaboradores Amanda Ourofino Ana da Costa e Silva Carolina Vilalva Celina Bühler Guy Mendes Pinheiro de Vasconcellos Priscila Tanaami Segundo Secretário Osvaldo Oliveira Primeira Tesoureira Vânia Vilalva Segunda Tesoureira Caroline Dutra Conselheira Fiscal Bianca Scherer Conselheira Fiscal Liana Fernandes O Boletim da AFSI é uma publicação voltada para a divulgação de material de interesse dos familiares dos servidores do Itamaraty. Você, associado, também poderá contribuir enviando materiais de sua autoria. Fotos, poemas, crônicas, QUALQUER material que mostre o SEU talento. Contribua! Envie para: diretoria@afsi.org.br BOLETIM AFSI - PÁGINA 21 Nº