EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL: PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DE UMA ESCOLA NO CARIRI PARAIBANO
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- Orlando Lameira
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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL: PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DE UMA ESCOLA NO CARIRI PARAIBANO Formal Environmental Education: Perception Of The Teachers Of A School in the Cariri region of Paraiba MYLLER GOMES MACHADO Francisco José Pegado Abílio Resumo O presente estudo objetivou desvelar as percepções ambientais dos professores da EJA de uma escola pública na cidade de São José dos Cordeiros-Paraíba. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa utilizando de pressupostos da Etnografia Escolar e da Pesquisa Participante, na qual foram aplicados questionários a nove docentes. A partir da análise dos dados, a maioria relaciona Meio Ambiente (MA) como lugar para viver e Educação Ambiental (EA) como disciplina curricular. Os animais e vegetais mais citados são tatupeba e mandacaru, já os principais impactos ambientais explicitados foram o desmatamento e a poluição. Sobre o termo Semiárico, a maioria definiu como clima seco e poucas chuvas e para o conceito de Desenvolvimento Sustentável, a constituinte mais mencionada foi Uso racional dos recursos. Ao questionar sobre Educação Contextualizada para o Semiárido, a maioria das respostas adentram na constituinte biomas, que seria estudar os biomas, principalmente o bioma Caatinga. Deste modo, a maiorias das percepções dos professores sobre MA e EA denotam uma visão simplista e naturalista, restringindo-se a processos de conservação e de atividades pragmáticas. Os docente conhecem, em sua grande maioria, os animais e vegetais típicos da região, assim como também os impactos ambientais. Palavras-chave : Educação Ambiental Formal. Percepção Ambiental Docente. Cariri Paraibano. Abstract The present study aimed at revealing the environmental perceptions of EJA teachers from a public school in the city of São José dos Cordeiros - Paraíba. This was a qualitative research using the assumptions of School Ethnography and Participant Research, in which questionnaires were applied to nine teachers. From the data analysis, most relate Environment (E) as "place to live" and Environmental Education (EE) as "curricular discipline". The animals and plants most cited are tatupeba and mandacaru, and the main environmental impacts explained were deforestation and pollution. About the term Semiarid, most defined as "dry climate and few rains" and for the concept of Sustainable Development, the most mentioned constituent was "Rational use of resources. When questioning about Contextualized Education for the Semiarid, most of the answers enter into the constituent "biomes", that would be to study the biomes, mainly the Caatinga biome. Thus, most teachers' perceptions of E and EE denote a simplistic and naturalistic view, being restricted to conservation processes and pragmatic
2 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 2 activities. The teachers are mostly familiar with the animals and vegetables typical of the region, as well as the environmental impacts. Keywords : Formal Environmental Education. Teaching Environmental Perception. Cariri Paraibano. Introdução A Caatinga cobre quase 11% do território nacional ( Km²), e abriga cerca de 25 milhões de pessoas sendo então, considerada uma das regiões mais populosas do mundo. Todavia, 80% de seus ecossistemas originais já foram alterados, principalmente por desmatamentos e queimadas. Além do mais, 62% das áreas susceptíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por Caatinga e apenas 1,5% do bioma está abrangido por Unidades de proteção, assumindo a posição de bioma brasileiro menos protegido (BRASIL, 2018a). O efeito combinado entre as condições climáticas próprias da região Semiárida paraibana e as práticas inadequadas de uso e aproveitamento do solo e demais recursos naturais além de acentuar o desgaste da paisagem natural, levando a perda da biodiversidade e esgotamento de recursos naturais, tem disseminado o processo de desertificação nas áreas susceptíveis, no entanto, buscar a Conservação pela gestão não é algo facilmente executável, principalmente quando as propostas de intervenção apresentadas se contrapõem aos padrões comportamentais da comunidade (GADOTTI, 2000). Além de enfrentar esses desafios, o Cariri paraibano apresenta ainda um quadro de atraso econômico e social muito grave, assim como uma destruição desenfreada do bioma Caatinga, determinada pela estagnação ou declínio das atividades produtivas tradicionais (ABÍLIO; FLORENTINO; RUFFO, 2010), como também uma perceptível e preocupante falta de políticas públicas para a conservação deste bioma, como a implantação de projetos(e seu desenvolvimento) relacionados a Educação Ambiental (EA), o conjunto de todos os fatores citados leva a destruição desenfreada e assim aumenta o processo de desertificação (ou de áreas susceptíveis) que já se alastra por grande parte da Caatinga, com ênfase maior no estado da Paraíba. Neste sentido, a escola tem papel fundamental e privilegiado para debater as questões ambientais e assim criar possibilidades para um processo de ensino-aprendizagem relacionado a elementos da política, sociedade, ética, moral, dentro outros, buscando a formação de cidadãos críticos e reflexivos. Então nada mais adequado que buscarmos o desenvolvimento da cidadania e formação de uma racionalidade ambiental dentro das escolas. Evidenciando assim a importância dos professores no processo de ensino e aprender, sendo a escola o local mais adequado para a realização de um ensino ativo e participativo, buscando o conhecimento e a importância da Biodiversidade do Bioma Caatinga, para manutenção da vida das populações do Cariri paraibano. Assim sendo, esta pesquisa teve como objetivo desvelar as percepções ambientais dos professores da EJA de uma escola pública na cidade de São José dos Cordeiros-Paraíba. Referencial Teórico Semiárido, bioma Caatinga e Paraíba: conhecendo o ambiente As regiões Semiáridas representam cerca de 1/3 da superfície emersa do planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pessoas. São áreas importantes pela extensão de terras, pelo contingente populacional e potencial econômico envolvido, assim como pelos desequilíbrios a que podem estar sujeitas quando mal manejadas, podendo vir a acarretar reflexos no clima e na biodiversidade globais (ARAÚJO et al., 2002). São três as grandes áreas Semiáridas da América do Sul: a diagonal seca do Cone Sul (Argentina, Chile e Equador), a região Guajira (Venezuela e Colômbia) e o Nordeste seco
3 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 3 Brasileiro. Com temperaturas médias anuais elevadas e constantes, baixos níveis de umidade, escassez e irregularidades nas precipitações anuais, longos períodos de carência hídrica e solos parcialmente salinos (AB SABER, 1985). No tocante as chuvas, conforme Cirilo, Ferreira e Campelo Netto (2007), ocorrem precipitações médias entre 250 e 700 mm anuais (podendo ter exceções), com vegetação predominante arbustiva que perdem as folhas nas estiagens (são caducifólias) e pastagem que secam nestes períodos. É uma área suscetível a degradação, principalmente, pelas variações climáticas e ações antrópicas. A região Semiárida brasileira abrange aproximadamente 18,2% da área do país. Já o Nordeste apresenta 86,48% de seu território na porção Semiárida. O Rio Grande do Norte lidera a lista com 93,4% do território Semiárido. Depois, vem Pernambuco com 88%, seguido do Ceará e Paraíba com 86%. Nos demais estados, também há uma predominância do Semiárido: 69,7% da Bahia, 59,9% do Piauí, 50,9% do Sergipe e 45,6% de Alagoas. Contabilizando uma extensão territorial de ,079 Km² com a presença de municípios. Relacionado à população, é aproximadamente 12% da população brasileira que vive no Semiárido, o que representa habitantes, sendo 42,57% da população nordestina. Equiparando as populações das regiões Norte e Centro-Oeste com a da região Semiárida, observa-se que esta última supera facilmente as dessas regiões e é apenas 17,48% menor do que a população residente na região Sul. Portanto, percebe-se claramente a grandeza numérica que representa a população residente no Semiárido brasileiro. Vale ressaltar que esta área foi demarcada diversas vezes ao longo dos últimos 75 anos (MEDEIROS et al., 2012; ASA, 2018; CIRILO, et al., 2007). Pertinente à economia, a formação história do Semiárido brasileiro tem na água um dos elementos básicos. A sua disponibilidade condicionou a orientação do processo de povoamento e ocupação, pois é fator primordial para a sobrevivência, assim como para a agropecuária, importante setor econômico nordestino. As ocupações ocorreram às margens dos rios ou olhos d água, origem da maioria da malha urbana atual (PESSOA; CAVALCANTI, 2002). Já atualmente, do ponto de vista socioeconômico, o Semiárido é o espaço do Brasil onde é manifestado mais intensamente o fosso que separa a base econômica do crescimento demográfico. A economia vai, muitas vezes, de atividades tradicionais de produtividade a industriais e agroindustriais. Para a maioria da população, o tipo de economia é vulnerável ao fenômeno das estiagens (MACAMBIRA, 2006). Qualquer desequilíbrio na distribuição das chuvas, que não possibilite a criação de animais e a produção agrícola, cria caos na economia loco-regional. A economia atual está interligada com as propriedades dos territórios, uma vez que como afirma Santos, Schistek e Oberhofer (2007), a realidade da situação fundaria, na qual a absoluta maioria das propriedades é constituída de hectares totalmente insuficientes ao necessário para ter uma produção estável é uma consequência direta do modelo da ocupação do Semiárido brasileiro. Um fato marcante foi o surgimento da Lei de Terras, em 1850, que proibia a continuação da formação de posses. Quem tivesse interesse em adquirir novas terras teria que fazê-lo por via de compra. Porém a lei e suas regulamentações abriram espaço para legitimar as antigas posses e sesmarias. Essa legalização serviu para os posseiros de maior porte transitarem em patamar de classe social elevada, tornando-se grandes proprietários rurais (MOREIRA FILHO; GALINDO FILHO; DUARTE, 2002). Se não fossem as dificuldades impostas à ocupação livre da terra, possivelmente a estrutura regional do Semiárido, tanto de ponto de vista econômico, como social e político, poderia ser bem diferente. O vaqueiro teria tido facilidade para transformar-se em proprietário e os que chegassem à região poderiam adquirir suas terras com fortes possibilidades de aqui estabelecerem um equilíbrio entre o tamanho da propriedade e exigência climática (SANTOS; SCHISTEK; OBERHOFER, 2007). Este processo histórico reflete no que temos hoje, a concentração dos territórios para poucas pessoas, como afirma a Articulação no Semiárido (ASA) (2018) o Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite. Essa situação gera níveis
4 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 4 altíssimos de exclusão social e de degradação ambiental e são fatores determinantes da crise socioambiental e econômica vivida na região. Sobre a divisão das terras propícias à agricultura na região, os dados são os seguintes: cerca de 1,5 milhão de famílias agricultoras (28,82% de toda a agricultura familiar brasileira) ocupam apenas 4,2% das terras agricultáveis do Semiárido. Ao passo que 1,3% dos estabelecimentos rurais com mais de 1 mil hectares, conhecidos como latifúndios, detêm 38% das terras. Mais da metade (59,1%) dos brasileiros em situação de extrema pobreza estão no Nordeste. Destes, mais da metade (52,5%) vivem em áreas rurais do Semiárido (IBGE, 2010). Em 60,09% dos municípios do Semiárido, com mais de nove milhões de habitantes, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia de muito baixo a baixo. O IDH leva em consideração indicadores de longevidade, educação e renda. Todos os municípios do Semiárido apresentaram IDHM inferior ao do Brasil (0,727) (ASA, 2018). Nesta conjuntura, Vilar Filho (2018) elenca alguns fatores que concorrem para as problemáticas da seca que é constante: as iniciativas governamentais que só ocorrem durante as estiagens severas, ou seja, sem continuidade; o desenvolvimento de políticas públicas com uma visão hidraulicista, que a água é a solução para todos os problemas; as iniciativas verticais dos governos, como pouca participação efetiva do povo; a não existência de planos assíduos de convivência com a seca; a inatividade das tecnologias disponíveis. Ainda sobre as políticas públicas para o Semiárido nordestino, como afirma Galindo (2008), foram pautadas por estratégias de combate à seca, sendo o principal fator que determinou o subdesenvolvimento da região. Isso é bem claro por trás das ações do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), com a ideia de combater o ambiente inóspito do Semiárido, que este seria inadequado para o trabalho rural e, para nele viver, seria necessário intervir e modificá-lo (PONTES, 2010). Apenas recentemente que tal fenômeno vem modificando-se, com o surgimento de novas políticas, de convivência com a região. Sobre o bioma dominante, a Caatinga é o que abrange maior área dentro do Semiárido brasileiro, correspondendo a 63% da área do Semiárido (ABÍLIO; GOMES; SANTANA, 2010), estende-se diferentemente pelos estados de Sergipe, Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, parte do Maranhão e a região norte de Minas Gerais (BERNARDES, 1999). Caracteriza-se por possuir uma vegetação com adaptações ao clima seco e uma paisagem com significativa riqueza biológica, elevado índice de endemismo em espécies animais e vegetais (ABÍLIO; GOMES; SANTANA, 2010), estimando-se que pelo menos 40% das espécies da flora identificadas sejam endêmicas (LEAL et al, 2005). Sobre as causas dos impactos ambientais, o crescimento da população e da densidade populacional contribui para a exploração dos recursos naturais além de sua capacidade de suporte. O aumento da população, assim como das demandas por alimentos, energia e outros recursos naturais vêm provocando importantes impactos na base de recursos naturais das regiões da Caatinga (ABÍLIO; FLORENTINO, 2010a). Pertinente ao estado que foi realizada a pesquisa, a Caatinga é o tipo de vegetação que cobre a maior parte do território Semiárido paraibano e antes de tudo, é preciso superar a ideia de este bioma está relacionado com a pobreza paisagística e de biodiversidade (ARAÚJO; SOBRINHO, 2009). Mais especificamente, o trabalho foi desenvolvido no Cariri paraibano, este segundo Pereira (2008) localiza-se em áreas tidas como de alta susceptibilidade à ocorrência de processos de desertificação. Além de sofrer degradações naturais, passa por níveis intensos de antropização principalmente no que se refere aos processos de agriculturização e pecuarização. Segundo Leff (2012), apesar dos avanços verificados, tanto na busca de um modelo de Desenvolvimento Sustentável (DS), como na construção de um Saber Ambiental que incorpora a pluralidade axiológica e a diversidade cultural na formação do conhecimento e da maior consciência geral acerca da necessidade de conservação do MA, constata-se que o humano continua a subestimar os impactos decorrentes de sua ocupação sobre o planeta, não sendo diferente no Cariri paraibano. Portanto é extremamente significativo o desenvolvimento de práticas de EA na Caatinga, principalmente em regiões onde o processo de devastação da biodiversidade já está acentuado, necessitando assim uma mudança de postura das sociedades que neste espaço
5 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 5 vivem, buscando assim estabelecer novas relações, entendendo que o humano não apenas transforma o ambiente na qual insere-se, mas que ele também é o ambiente. Percepção Ambiental Docente A relação e a percepção do humano com o meio na qual insere-se é uma temática de discussões relevantes, o que potencializou-se com o aumento exorbitante do uso dos recursos pelas sociedades e os desequilíbrios ambientais que tal relação tem ocasionado, principalmente a partir da Revolução Industrial. Reigota (2002) ressalta a importância dos estudos de percepção ambiental para os trabalhos de EA, já que eles fornecem um significativo entendimento das interações, sentimentos, hábitos e valores que as pessoas estabelecem com o MA. Esses estudos, segundo o autor, subsidiam projetos e atividades de EA formal, informal e/ou não formal, além de ajudarem na formulação de políticas públicas e concederem suporte para as estratégias de mobilização. Falar de percepção ambiental, segundo Marin, Oliveira e Comar (2003), é falar da relação do ser humano com o mundo. Há diversas formas de perceber o mundo, desde aquela revestida com o manto da sacralização, até aquela ancorada no arcabouço cientificista dominador. Essas formas se revelaram ao longo da história do pensamento humano no meio da diversidade das diferentes civilizações e acabaram por se dicotomizar no idealismo e no realismo-materialismo. Porém, o que procuramos mostrar é que, historicamente, nenhuma delas se restringiu ao racional. Milenarmente, a interação do ser humano com o mundo é marcada pelo imaginário. Quando falamos em percepção, estaremos falando mais do que os conceitos que as pessoas têm do seu lugar, do seu mundo, mas das imagens com que o povoam ( MARIN; OLIVEIRA; COMAR, 2003, p. 618). As percepções refletem as experiências vividas por cada sujeito e para compreendê-las, é preciso discernir o que vem a ser a experiência. Esta é constituída por sentimentos e pensamentos, portanto, é na ação da experiência que se aprende, isso significa atuar sobre o dado e criar a partir dele (TUAN, 2012). Quando verifica-se como os professores compreendem o ambiente em seu município, é possível perceber que o espaço do humano reflete a qualidade de suas experiências, seus sentidos e sua mentalidade, ou seja, sua visão de mundo é construída dos elementos conspícuos do ambiente social e físico na qual habita (FLORENTINO, 2013). O professor enquanto sujeito inserido numa dimensão social é dotado de singularidades, que no processo de ensino-aprendizagem, na sua mediação, acaba deixando transparecer tais características. Assim suas falas, expressões e percepções, de modo geral, sensibilizam os estudantes, podendo ocasionar em formações de conhecimentos. Assim é preciso ver os professores como seres sociais, com identidades pessoais e profissionais, pois a interação desses fatores molda as percepções sobre educação, ensino, papel profissional, e as práticas a elas ligadas, delimitadas pela maneira que as pessoas se veem, como estruturam suas representações, como se descrevem, como veem os outros e a sociedade à qual pertencem (GATTI, 2003). Metodologia Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa de abordagem Qualitativa (MOREIRA, 2004), onde se utilizou dos pressupostos teórico-metodológicos e elementos da Etnografia (ANDRÉ, 2011) e da Pesquisa Participante (DEMO, 2004). A Pesquisa Qualitativa, segundo Moreira (2004), apresenta como características: um foco na interpretação que os próprios participantes têm da situação sob estudo, em vez de na
6 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 6 quantificação; enfatiza aspectos da subjetividade, em vez de na objetividade; demonstra uma flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa. Preocupando-se com o contexto, no sentido de que o comportamento dos indivíduos e a situação interligam-se intimamente na formação da experiência; reconhece o impacto do processo da pesquisa sobre a situação em foco e admite-se que o pesquisador exerce influência sobre a situação de pesquisa e é por ela também influenciado. André (2011) traz aportes do que ela denomina de Etnografia Escolar, sendo esta caracterizada fundamentalmente por um contato direto do pesquisador com o que está sendo pesquisado, permitindo aproximar-se da escola e dos sujeitos que a constituem para entender como operam no dia a dia os mecanismos de dominação e de resistência, de opressão e de contestação. Essa visão de escola como espaço social em que ocorrem movimentos de aproximações e de afastamento, criando e recriando conhecimentos e valores vai exigir o rompimento com uma visão estática e repetitiva que se tem do ensino e das instituições educacionais. Neste contexto, o estudo da prática escolar deve envolver um processo de reconstrução do exercício do ensino, desvelando suas múltiplas dimensões, refazendo seus movimentos, apontando as contradições, reavivando a força que nela está presente, a de transformação social. A Pesquisa Participante, segundo Demo (2004) tem como objetivo repulsar qualquer tipo de manipulação das comunidades, buscando produzir o saber por meio da análise coletiva, criando saber popular, pois acredita que o conhecimento bem feito é fonte de poder e autonomia, colaborando decisivamente no projeto de transformação social. Este tipo de pesquisa tem uma grande vantagem, pois consegue trabalhar com a conjunção desafiadora de conhecimento (com um olhar científico do pesquisador) e a participação, enquanto sujeito social, talvez sendo este processo a potencialidade mais decisiva do ser humano. Saber pensar e intervir juntos é grande desafio da hora e do futuro, já que, quer queiramos ou não, o planeta é nossa morada coletiva e o bem comum precisa prevalecer. O estudo foi desenvolvido no Centro Educacional de Jovens e Adultos (CEJA) ( Figura 01 ), localizada na cidade de São José dos Cordeiros PB (distante cerca de 253 km da capital João Pessoa). Figura 01 - Entrada do núcleo CEJA, na cidade de São José dos Cordeiros-PB, local em que foi desenvolvida a pesquisa. Foram aplicados questionários a todos os docentes (no total de 09) do CEJA. A Análise das percepções dos professores sobre o bioma Caatinga e as interrelações com a vida destes, foi baseada nas categorias e conceitos, para Meio Ambiente (MA) (SAUVÉ, 2005) e EA (ABÍLIO, 2011). Os conceitos de Interdisciplinaridade, Desenvolvimento Sustentável e Educação contextualizada para o Semiárido foram categorizadas utilizando os critérios estabelecidos por Bardin (2011). Resultados
7 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 7 Analisando os resultados obtidos, foram nove os docentes que participaram da pesquisa, destes a maioria (55,5%) se auto-declararam mulheres e 44,5% homens. Apresentam idades entre 25 e 49 anos e todos têm graduação, sendo que dois destes (22,2%) mencionarem ser especialistas. Neste contexto, perguntou-se aos docentes, a partir dos questionários, o que entendiam sobre o conceito de MA, a mais citada foi Como lugar para viver (44,5%), seguido de Como biosfera e Generalista (ambas com 22,2%) e de Como natureza (11,1%) ( Gráfico 01 ). Gráfico 01 - Percepções dos professores do CEJA envolvidos na pesquisa sobre o conceito de Meio Ambiente. Sauvé (2005) apresenta características para percepção de MA como Lugar para viver, o ambiente é caracterizado pelos seres humanos, nos seus aspectos socioculturais, tecnológicos e componentes históricos. Referente à categoria Biosfera como local para ser dividido, espaçonave Terra, "Gaia", com a interdependência dos seres vivos com os inanimados. Já a Natureza é vista como aquela para ser apreciado, respeitado, preservado, do qual os seres humanos estão dissociados. Florentino e Abílio (2012) e Florentino (2013) estudando a percepção de professores de escolas de Soledade e de Sumé, respectivamente, no Semiárido paraibano, também constataram que a maioria dos docentes associavam o meio ambiente como lugar para viver. Quando indagou-se a respeito do conceito de Educação Ambiental, a maioria dos docentes a definem como Disciplina curricular (55,6%), seguido de Atividade resolutiva (22,2%), de Sensibilização e Preservacionista, ambos com 11,1% ( Gráfico 02 ). A EA é o processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para as questões ambientais, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais (MOUSINHO, 2003), sendo assim um procedimento de formação de conhecimentos (político, cultural, social, econômico) para a discussão e a transformação da realidade socioambiental na busca em que todos os seres consigam viver com dignidade, paz, saúde, segurança e educação, ou seja, ter qualidade de vida. Neste perspectiva, este conceito envereda-se para a EA denominada de Crítica, fato não observado nas respostas dos docentes.
8 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 8 Gráfico 02 - Percepções dos professores do CEJA envolvidos na pesquisa sobre o conceito de Educação Ambiental. Abílio (2011) indaga que uma visão de EA como Disciplina curricular é aquela em que os diferentes atores sociais a associam como uma disciplina curricular ou ensinar para o meio ambiente. Já de Atividade resolutiva se dá quando demonstram que as atividades de EA podem ou vão contribuir para resolver os problemas ambientais. Outro questionamento foi sobre o que os educandos entendiam sobre a Interdisciplinaridade, deste modo a maioria das respostas enquadra-se na constituinte Tema para várias disciplinas, com a subconstituinte Por tema ( Quadro 01 ). Corroborando, Lima-e-Silva et al. (2002) Indaga que a Interdisciplinaridade é a qualidade de uma pesquisa que integra um conjunto de especialistas de diferentes áreas para tratar de uma questão abrangente. Categoria Constituintes Subconstituintes Frequência Total Absoluta Relativa% Interdiscipli-na ridade Temáticas em disciplinas Interação entre disciplinas Tema para várias disciplinas Tema para várias disciplinas com interação 1 11,1% Professor e aluno 1 11,1% Linhas de conhecimento 2 22,2% Linhas de conhecimento 1 11,1% Por tema 3 33,4% 1 11,1% Quadro 01 - Categorias e unidades de registro referente ao conceito de interdisciplinaridade dos docentes da CEJA envolvidos na pesquisa. A cerca do que entendiam sobre a Transdisciplinaridade, um dado alarmante foi que a maioria dos docentes não responderam (33,4%), outros 22,2% mencionaram como Interação entre disciplinas, seguido de Tema por disciplina, Vários temas, Único tema e Temas Transversais nas disciplinas, todos com 11,1% ( Gráfico 03 ). Em uma pesquisa semelhante, realizada com professores das escolas públicas de São João do Cariri por Abílio e Florentino (2010b) e de Sumé por Florentino (2013) também constataram um elevado percentual de professores que não definiram o termo transdisciplinaridade. Trazendo para o campo escolar, elementos da Transdisciplinaridade faz-se presente quando se busca fazer a interação-integração, numa perspectiva sistêmica e complexa, dos sujeitos que compõem a escola, e esta enquanto instituição de transformação social, envolvendo assim os estudantes, professores, gestores, pais de educandos, líderes comunitários, representantes políticos e religiosos, dentre outros nos diversos projetos desenvolvidos. Todos unidos com um propósito em comum, de melhorar a realidade dos sujeitos sociais.
9 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 9 Gráfico 03 - Percepções dos professores do CEJA envolvidos na pesquisa sobre o conceito de Transdisciplinaridade. Mais uma pergunta foi a cerca da definição de Desenvolvimento Sustentável (DS), a constituinte mais citada foi Uso racional dos recursos, com as subconstituintes Conviver com o meio e Conservação ( Quadro 02 ). Melhorado de a Agenda 21, o DS deve compatibilizar a preservação do meio ambiente, a justiça social, o desenvolvimento econômico e a participação e o controle da sociedade como elementos para democratizar o direito à qualidade de vida a todos (BRASIL, 2018b). Deste modo percebe-se que a maioria dos docentes, ao relacionar o DS ao uso racional dos recursos, assemelham o conceito ao que é estabelecido pelos relatórios e conceitos dos pesquisadores no mundo. Categoria Constituintes Subconstituintes Frequência Total Absoluta Relativa% Desenvolvi-me nto Sustentável Uso racional dos recursos Conviver com o meio 3 33,3% Conservação 3 33,4% Preservação dos Uso de técnicas 1 11,1% recursos Atitudes 1 11,1% Generalista % Quadro 02 - Categorias e unidades de registro referente ao conceito de DS dos docentes da CEJA envolvidos na pesquisa. Quando indagou-se a cerca do conceito de Agricultura familiar, a maioria das respostas dos professores adentram na categoria Como produção de alimentos orgânicos para a família (66,7%), seguida de Como técnica de preservar recursos e Como programa assistencial familiar, ambas com 11,1%. 11,1% não responderam. Assim percebe-se a capacidade dos docentes em relacionar a agricultura familiar a sua origem, ou seja, para produzir alimentos para a sobrevivência, isso pode ser reflexo do que é praticado pelos moradores da cidade na qual residem. Todavia, como afirma Wanderley (2003) para muitos o conceito de Agricultura Familiar já vem tomando outras dimensões, sendo definida como determinado grupos de agricultores, capazes de se adaptar às modernas exigências do mercado em oposição aos demais pequenos produtores incapazes de assimilar tais modificações. São os chamados agricultores consolidados ou os que têm condições, em curto prazo, de se consolidar. Quando questionados sobre o conceito de Semiárido, a maioria dos docentes definiu Como clima seco e poucas chuvas (66,7%), seguido de Temperatura alta (22,2%), sendo que 11,1% não responderam. Deste modo os docentes responderam o que é a realidade do Semiárido, local de poucas chuvas e estas irregulares, temperaturas elevadas durante o ano todo. Perguntou-se também sobre os vegetais terrestres típicos do bioma Caatinga, assim o mais citados foram o mandacaru (21,4%), seguido do xique-xique (18,3%) e de umbuzeiro,
10 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 10 juazeiro e macambira, todos com 6,1%. Outros vegetais citados, cada um com 3% foram jatobá, jurema, embira, umburana, marmeleiro, pereiro, cajueiro, craibeira, angico e aroeira, mangueira, coqueiro e algaroba, sendo estes últimos três exóticos. Um fato alarmante foi à espécie exótica algaroba ter sido citada, entretanto apesar de ser tida como uma promissora alternativa econômica - como produtora de lenha, forragem, madeira, entre outros - é também uma grande consumidora de água, podendo provocar alteração no regime hídrico local. Além disso, ao invadir áreas abertas, formam aglomerados densos, excluindo outras espécies por sombreamento, invadem ainda com facilidade áreas de agricultura e pastagens (DOSSIÊ PERNAMBUCO, 2009). Na Paraíba, a família Cactaceae está representada por 17 espécies subordinadas a nove gêneros, que se encontram distribuídas nas diversas microrregiões do Estado (ROCHA et al. 2006). Para o Cariri paraibano, são 10 espécies registradas (BARBOSA, 2010). Pertinente a percepção dos docentes relacionado aos animais terrestres do bioma Caatinga, os três mais citados foram o tatupeba, a raposa e o bode, todos com 12,1%. Aves, répteis e anfíbios foram pouco mencionados pelos professores. A presença do bode como um dos animais mais citados pode está associado com a elevada criação de caprinos no Cariri paraibano, donde estes animais são utilizados na culinária para a produção de buchada e a famosa bodeoca, que é a tapioca de carne de bode e ficou conhecida 1 nacionalmente através dos meios de comunicação. Também o nome bode associa-se a diversas festas no Cariri, como o Bode na Praça em Prata-PB, Bode na Rua em Gurjão-PB e Bode Rei em Cabaceiras-PB. De acordo com Freitas e Silva (2007), fatores como baixos índices pluviométricos e irregularidade das chuvas acarretam uma menor diversidade de anfíbios na Caatinga, quando comparamos com outros biomas brasileiros. Quando perguntados sobre os impactos ambientais que acontecem na Caatinga, os mais citados foram o desmatamento (29,2%), a poluição (16,5%) e as queimadas e erosão do solo, ambos com 12,5% ( Gráfico 04 ). Gráfico 04 - Percepções dos professores do CEJA envolvidos na pesquisa sobre os impactos ambientais que acontecem o bioma Caatinga. De acordo com Brasil (2018c) e considerando a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente de 23 de janeiro de 1986, impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Deste modo, todos os impactos citados pelos docentes adentram em uma ou em diversos aspectos do conceito acima citado. 1 Matéria exibida no Jornal Hoje, da Rede Globo, sobre a cidade de Cabaceiras e a bodeoca. Disponível em: ude-nordestina.html Acesso em: 08 abr
11 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 11 Um aspecto que pode ter relação com a significativa explicitação do desmatamento e das queimadas é que tais processos ocorrem rotineiramente no Cariri paraibano, são as coivaras, sendo este um método utilizado a várias décadas que é passado entre as gerações, aonde o agricultar costuma desmatar uma determinada área para fazer o plantio de outros tipos de vegetais como o milho e o feijão e também utilizando os vegetais para a produção de carvão vegetal. Este processo é um dos principais responsáveis pelo processo de desertificação do bioma Caatinga, já que os nutrientes gerados com a queima na sua maioria são retirados daquela região através de ações pluviais e fluviais, assim o solo fica pobre de nutrientes e consequentemente em vegetais. Vale salientar que estas práticas supracitadas carregam consigo um processo de exclusão destas pessoas, que por muitas vezes para sobreviverem (não falando nem em qualidade de vida) realizam tais atividades (MACHADO; ABÍLIO, 2016). Por último, perguntou-se aos docentes o que seria uma Educação Contextualizada para o Semiárido, a maioria das respostas adentra na constituinte Biomas e da subconstituinte Estudo da Caatinga ( Quadro 03 ). Categoria Constituintes Subconstituintes Frequência Total Absoluta Relativa% Educação Contextuali-za da para o Semiárido Convivência Conviver com o meio 1 11,1% Entender os contextos 1 11,1% Para sensibilizar Preservação 1 11,1% Conservação 2 22,,2% Biomas Estudo da Caatinga 3 33,4% Outros biomas % Quadro 03 - Categorias e unidades de registro referente ao conceito de educação contextualizada para o semiárido dos docentes da CEJA envolvidos na pesquisa. Como afirma Silva (2018), a educação contextualizada para o Semiárido é um processo dinâmico de construção de conhecimentos e atitudes dos seres humanos, considerando o ambiente no qual esta inserido, tendo a finalidade de construir de uma cultura da convivência, dos seus sentidos e significados que estão subjacentes nas diversas praticas produtivas apropriadas e nas tecnologias alternativas. Buscando assim formar agentes (crianças, jovens e adultos) multiplicadoras de novas visões, conhecimentos e práticas apropriadas ao Semiárido, explicitando suas potencialidades sem omitir as fragilidades dos seus ecossistemas. Assim na maioria das respostas dos professores percebe-se elementos a respeita da educação contextualizada para o Semiárido. Considerações Finais As percepções de MA e EA denotam uma visão simplista e naturalista, de abordar tais temas em sala de aula apenas considerando o aspecto convencional, restringindo-se a processos de conservação e pragmatismo, o que remete a falta de embasamento teórico que os capacite a promover discussões mais críticas que enfatize elementos políticos-econômicos-sociais. A cerca dos vegetais e animais terrestres da Caatinga é notório o bom conhecimento dos docentes, que citaram na grande maioria espécies nativas do bioma como mandacaru e tatupeba. Algumas espécies exóticas foram mencionadas, todavia é comum a presença na região, como foi o caso da algaroba e do bode. Os professores conhecem muito bem os principais impactos que acometem a Caatinga, como mostrado nos questionários, o que falta, pelo próprio discurso é uma efetivação de atividades relacionadas ao bioma. Caso que está relacionado com a carga horária alta, de a maioria trabalhar em mais de uma escola, como também a falta de materiais didáticos e paradidáticos contextualizados para a Caatinga, fato observado durante a presença do pesquisador na escola.
12 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 12 Assim, os resultados sobre a percepção ambiental docente são de extrema relevância para entender sobre os conhecimentos e inquietações destes acerca do ambiente na qual residem, para buscar-se compreender as relações (harmônicas e desarmônicas) e os estereótipos materializados nos sujeitos. Portanto, evidencia-se a importância deste estudo. Referências AB SABER, A. N. Sertões: a originalidade da terra. Rev. Ciência hoje. V. 3, n. 18, p , ABÍLIO, F. J. P. (Org.). Educação ambiental para o semiárido. 1 ed. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, ABÍLIO, F. J. P.; FLORENTINO, H. S. Impactos ambientais na Caatinga. In: ABÍLIO, F. J. P. (Org). Bioma Caatinga : Ecologia, biodiversidade, educação ambiental e práticas educativas. João Pessoa: Ed. Universitária, 2010a. ABÍLIO, F. J. P.; FLORENTINO, H. S.; RUFFO, T. L. M. Educação Ambiental no Bioma Caatinga: formação continuada de professores de escolas públicas de São João do Cariri, Paraíba. Pesquisa em Educação Ambiental, vol. 5, n. 1, p , 2010, ABÍLIO, F. J. P.; GOMES, C.S.; SANTANA, A.C.D. Bioma Caatinga: caracterização e aspectos gerais. In: ABÍLIO, F.J.P. (Org.). Bioma Caatinga: ecologia, biodiversidade, educação ambiental e práticas pedagógicas. João Pessoa: UFPB/ Ed. Universitária, 2010, p ABÍLIO, F.J.P.; FLORENTINO, H.S. Percepção de professores de escolas públicas de São João do Cariri sobre o Bioma Caatinga e suas problemáticas ambientais. In:ABÍLIO, F.J.P. (Org.) Educação Ambiental: formação continuada de professores no Bioma Caatinga. João Pessoa: UFPB/ Ed. Universitária, p , 2010b. ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, ARAÚJO, A. J. R. P. et. al. Desertificação e seca: contribuição da ciência e da tecnologia para a sustentabilidade do semi-árido do Nordeste brasileiro. Recife: Nordeste, ARAÚJO, C.S.; SOBRINHO, J.F. O Bioma Caatinga no Entendimento dos Alunos da Rede Pública de Ensino da Cidade de Sobral Ceará. Revista Homem, Espaço e Tempo, Articulação do Semiárido (ASA). Semiárido é no Semiárido que a vida pulsa! Disponível em: < Acesso em: 26 Abr BARBOSA, M. R. V. Vegetação da Caatinga. In: ABÍLIO, F. J. P. Bioma Caatinga : Ecologia, biodiversidade, educação ambiental e práticas educativas. João Pessoa: Ed. Universitária, BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, BERNARDES, N. As Caatingas. Estudos Avançados, São Paulo, v.13, n. 36, p.69-78, BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: Acesso em: 27 Abr. 2018c. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caatinga. Disponível em: Acesso em: 27 Abr. 2018a. BRASIL. Ministério do meio ambiente. Disponível em: Acesso em: 20 Abr. 2018b. CIRILO, J. A. et al. (Org). O uso sustentável dos recursos hídricos em regiões semi-áridas. Recife: EDUFPE, CIRILO, J. A.; FERREIRA, J. P. L.; CAMPELLO NETTO, M. S. C. Aspectos gerais das regiões semi-áridas, áridas e processos de desertificação. In: CIRILO. J. A. et al. (Org). O uso sustentável dos recursos hídricos em regiões Semi-áridas. Recife: EDUFPE, 2007, p DEMO, P. Pesquisa Participante : saber pensar e intervir juntos. Brasília: Liber Livro Editora, DOSSIÊ PERNAMBUCANO. Contextualização sobre espécies exóticas invasoras. Recife, Disponível em: Acesso em: 08 abr
13 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 13 FLORENTINO, H. S. Educação Ambiental no bioma Caatinga : por uma formação continuada de professores no município de Sumé-PB. Dissertação. Programa de Pós Graduação em desenvolvimento e Meio Ambiente, João Pessoa, FLORENTINO, H.S.; ABÍLIO, F.J.P. Percepção Ambiental: A bacia Hidrográfica do rio Taperoá na visão dos Professores da Educação Básica. In: ABÍLIO, F.J.P.; SATO, M. (Org.). Educação Ambiental : do currículo da educação básica às experiências educativas no contexto do semiárido paraibano. João Pessoa: UFPB/ Ed. Universitária, p FREITAS, M.A.; SILVA, T.F.S. Guia ilustrado : a herpetofauna das Caatingas a áreas de altitudes do nordeste brasileiro. Pelotas: USEB, GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, IBGE. São José dos Cordeiros. Disponível em: < paraiba sao-jose-dos-cordeiros >. Acesso em: 02 mar GALINDO, W. C. M. Intervenção rural e autonomia : a experiência da Articulação no Semi-Árido (ASA) em Pernambuco. Recife: EDUFPE, GATTI, B. A. Formação do professor pesquisador para o ensino superior : desafios. In: Congresso Paulista de Formação de Professores, 2003, Aguas de Lindoia : UNESP, LEAL, I.R. et al. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Revista Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, LEFF, E. Aventuras da epistemologia ambiental : da articulação das ciências ao diálogo de saberes. São Paulo: Cortez, LIMA-E-SILVA, P.P. et al. Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais. Rio de Janeiro: Thex Ed., MACAMBIRA, D. M. O Semi-árido nordestino: estratégias para o desenvolvimento sustentável. Rev. Princípios, v. 83, p , MACHADO M. G.; ABÍLIO, F. J. P. Educação ambiental no bioma Caatinga : a utilização de modalidades didáticas inovacionais na realização de vivências eco pedagógicas. XIII Congresso Internacional de Tecnologia da Educação. Anais, MARIN, A. A.; OLIVEIRA, H. T.; COMAR, V. A educação ambiental num contexto de complexidade do campo teórico da percepção. INCI, Caracas, v. 28, n. 10, p , oct MEDEIROS, S. S. et al. Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro. Campina Grande: INSA, MOREIRA FILHO, J. C.; GALINDO FILHO, O. T.; DUARTE, R. A seca de 1993 crônica de um flagelo anunciado. Fortaleza: BNB; Recife: FUNDAJ, MOREIRA, D.A. O Método Fenomenológico na Pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante PEREIRA, D.D. Cariris Paraibanos: do sesmarialismo aos assentamentos de reforma agrária. Raízes da desertificação? Tese (Doutorado em Recursos Naturais) Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PESSOA, D. M.; CAVALCANTI, C. caráter e efeitos da seca nordestina em Fortaleza: BNB; Recife: FUNDAJ, PONTES, E. T. M. Transições paradigmáticas : do combate à seca à convivência com o Semiárido nordestino, o caso do programa Um Milhão de Cisternas no município de Afogados do Ingazeira-PE. Recife: Ed. Universitária da UFPE, REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. 5. ed. São Paulo: Cortez, ROCHA, E.A. et al. Lista anotada das Cactaceae no Estado da Paraíba, Brasil. Boletim do Herbarium Bradeanum, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p , SANTOS, C. F.; SCHISTEK, H.; OBERHOFER, M. No Semi-árido, viver é aprender. Gráfica Franciscana, SAUVÉ, L. Uma cartografia das correntes em educação ambiental. In: SATO, M.; CARVALHO, I. (Org.). Educação Ambiental: pesquisa e desafio. Porto Alegre: Artmed, 2005, p
14 Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança 14 SILVA, R. M. A. Educação contextualizada para a convivência com o Semiárido brasileiro. Disponível em: Acesso em: 18 abr TUAN, Y. Topofilia : Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo; Rio de Janeiro: Difel, VILAR FILHO, M. D. O Sertão frugal e verdadeiro crônica de uma convicção. Disponível em: < ugal-e-verdadeiro-2013cronica-de-uma-conviccao-artigo-de-manoel-dantas-vilar-filho/> Acesso em: 12 Abr WANDERLEY, M. N. B. Agricultura familiar e campesinato: rupturas e continuidade. Rev. Estudos Sociedade e Agricultura, V. 42, N. 61. Rio de Janeiro, 2003.
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