Análise do Comportamento dos Casos de Esquistossomose em Municípios Endêmicos na Paraíba
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1 Análise do Comportamento dos Casos de Esquistossomose em Municípios Endêmicos na Paraíba Analysis of the Behavior of Cases of Schistosomiasis in Endemic Municipalities in Paraíba Título resumido: Comportamento da Esquistossomose na Paraíba Autores: Bárbara Renata Silveira de Moura 1 Juliana Sousa Soares de Araújo 2 1. Graduanda em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil. barbara.rsm@hotmail.com. (83) Médica. Mestre em Modelos de Decisão e Saúde pela Universidade Federal da Paraíba. Professora da Faculdade de Ciências Médicas. João Pessoa, PB, Brasil. jusousasoares1@yahoo.com.br. (83) RESUMO A esquistossomose é um problema de saúde pública que acomete todo o Brasil, em especial a região Nordeste. A Paraíba é um dos estados em que a endemia é mais notória sendo importante estudos que avaliem a prevalência desta parasitose. Este trabalho tem como objetivo analisar o comportamento dos casos de esquistossomose notificados pelo PCE correspondentes aos anos de 2005 a 2014 na Paraíba. Trata-se de uma análise ecológica descritiva de série temporal, de caráter quantitativo, cujos dados foram obtidos do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE), disponibilizados na página do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para a análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences - SPSS, versão 20. Observou-se uma queda significativa na população trabalhada pelo PCE de habitantes em 2005 para em 2014, seguido por uma redução do número de exames realizados que em 2005 foram coproscópicos contra em O percentual de positividade aumentou
2 significativamente de 5,15% em 2005 para 10,20% em E o percentual de casos tratados que em 2005 correspondia a 75,66% sofreu brusca redução atingindo em 2014 o patamar mínimo de 32,20%, enquanto o percentual de casos não tratados por ausência aumentou no estado da Paraíba tendo seu maior valor em 2012 com um percentual de 41,60%. Os municípios paraibanos em que houve aumento do percentual de não tratados por ausência foram: Alhandra, Conde, João Pessoa, Lucena, Pitimbu, Rio Tinto e Sapé, nos demais, Santa Rita e Caaporã, observou-se uma redução. Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas mais incisivas no controle da esquistossomose que enfoquem a educação em saúde como medida para erradicar a endemia. Palavras-chave: Esquistossomose, Schistosoma mansoni; Atenção Primária à Saúde. ABSTRACT Schistosomiasis is a public health problem that affects all of Brazil, especially the Northeast. Paraíba is one of the states in which the endemic disease is most notorious, and important studies evaluating the prevalence of this parasite are important. This work aims to analyze the behavior of cases of schistosomiasis reported by the PCE corresponding to the years 2005 to 2014 in Paraíba. This is a quantitative descriptive ecological series, whose data were obtained from the Information System of the Schistosomiasis Control Program (SISPCE), available on the website of the Department of Information Technology of the National Health System (DATASUS). Statistical Package for the Social Sciences (SPSS version 20) was used to analyze the data. There was a significant drop in the population worked by PCE from 130,625 inhabitants in 2005 to 28,918 in 2014, followed by a reduction in the number of examinations performed in 2005 were 117,025 coproscopic compared to 23,616 in The percentage of positivity increased significantly from 5.15% in 2005 to 10.20% in And the percentage of cases treated that in 2005 corresponded to 75.66% were abrupt reduction in the minimum level of 32.20% in 2014, while the percentage of cases not treated by absence
3 increased in the state of Paraíba with its highest value in 2012 with a percentage of 41.60%. The municipalities of Paraíba where there was an increase in the percentage of non-treated by absence were: Alhandra, Conde, João Pessoa, Lucena, Pitimbu, Rio Tinto and Sapé, in the others, Santa Rita and Caaporã, a reduction was observed. These data reinforce the need for more incisive public policies in the control of schistosomiasis that focus on health education as a means to eradicate the disease. INTRODUÇÃO A esquistossomose caracteriza-se como uma doença parasitária tropical de alta prevalência, sendo considerada endêmica em vários municípios brasileiros(1,2). Estima-se hoje um número de casos entre 6 e 8 milhões de pessoas infectadas. Historicamente a região nordeste possui os maiores números de casos da doença, destacando-se a Paraíba como um dos estados com maior prevalência (3). A esquistossomose é considerada uma doença negligenciada, uma vez que o seu tratamento é precário, insuficiente ou desatualizado (4). Apesar do desenvolvimento e avanços da medicina e da indústria farmacêutica, existem poucas opções de quimioterapia para a esquistossomose, evidenciando a falta de interesse econômico em encerrar o ciclo de transmissibilidade da doença. Outro ponto importante para classificar a parasitose como negligenciada é o fato de condições de pobreza, como falta de saneamento básico e baixa educação sanitária, promoverem ambientes e situações de risco para contágio e perpetuação do ciclo (5,6). Evidenciando, portanto, a variedade de fatores de risco para a esquistossomose, sendo considerada um notório problema de saúde pública(7), não só no Brasil, mas também em outros 76 países em desenvolvimento nos trópicos e subtrópicos(8). A importância da parasitose é observada também devido à gravidade das manifestações clínicas da doença e de sua evolução(9). Frente a essa conjuntura apresentada, foram estruturados programas de controle da doença como tentativa de encerrar o ciclo da parasitose. Atualmente o Programa de
4 Controle da Esquistossomose (PCE) é responsável por coordenar e direcionar o programa nacional de combate à doença. Este programa é concretizado e realizado de forma descentralizada pela esfera municipal que possui autonomia para planejar e promover ações visando intervir no ciclo, levando em consideração as necessidades e peculiaridades de cada município(10). O PCE possui pilares para alcançar seus objetivos, entre seus fundamentos destacam se o inquérito coproscópico, a quimioterapia, o controle do hospedeiro intermediário, as medidas de saneamento ambiental, a educação em saúde e mobilização comunitária e o sistema de informação de vigilância. Sendo considerada uma das principais ferramentas do programa, os exames coproscópicos possibilitam a classificação das áreas endêmicas e o próprio diagnóstico da parasitose identificando a população a ser tratada e norteando a quimioterapia (10). Esses exames são comumente realizados pelo método Kato-Katz, padrão ouro para o diagnóstico, que também possibilita mensurar a carga de ovos nas fezes (11,12). Apesar da existência de programas e do combate a doença há várias décadas, estudos apontam expansão das áreas da parasitose e mudança do perfil rural para urbano da doença(1), atingindo regiões residenciais urbanas periféricas e zonas litorâneas(13,14). Diversos estudos têm se delineado com propostas de entender o comportamento atual da doença, principalmente em áreas endêmicas. Apesar de ser um problema historicamente enfrentado no país observa-se uma expansão e mudança contínua das áreas com casos da parasitose (15). Outros estudos evidenciaram a possibilidade de sucesso na intervenção do ciclo da esquistossomose através de metas e medidas para cobertura total da comunidade com rede de saneamento básico, tratamento quimioterápico adequado e levando em consideração a importância da dinâmica dos determinantes sociodemográficos e comportamentais (1,16,17). Assim, para se planejar estratégias de combate à parasitose e buscar encerrar o ciclo da doença faz- se importante contínuo estudo das áreas endêmicas. Dessa forma pode-se analisar e avaliar a efetividade das atuais ações realizadas nos municípios, norteando novas estratégias e reorganizando medidas praticadas para o controle da doença (1).
5 Diante disso, o presente estudo objetiva analisar o comportamento dos casos de esquistossomose em municípios endêmicos paraibanos atendidos pelo PCE entre os anos de 2005 e METODOLOGIA Este estudo é uma análise ecológica descritiva de série temporal, de caráter quantitativo. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE), disponibilizados na página do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram avaliadas as variáveis: ano de notificação, municípios pesquisados, população trabalhada, exames coproscópicos realizados, casos positivos, percentual de positividade, casos a tratar, casos tratados, número de pessoas não tratadas por ausência, número de pessoas não tratadas por recusa. O período em estudo corresponde aos anos entre 2005 e Quanto às cidades em estudo, optou-se por analisar apenas aquelas que apresentaram casos de positividade durante o período selecionado. Sendo elas: Alhandra, Caaporã, Conde, João Pessoa, Lucena, Pitimbu, Rio Tinto, Santa Rita e Sapé. Com base no cálculo do percentual de positividade apresentado pelo SISPCE, relação entre o número de casos positivos sobre o total de exames realizados no referido ano, foram calculados: Percentual de casos tratados: Percentual de casos não tratados por ausência: Percentual de casos não tratados por recusa:
6 Estes cálculos foram feitos para cada ano em estudo. A variável Casos a Tratar foi utilizada como denominador nos cálculos citados anteriormente pois de acordo com Brasil (25), refere-se ao número de pessoas previstas para serem tratadas contra a doença, porém, isto não significa que todos os casos a tratar obtiveram resultado positivo para a esquistossomose. Vale lembrar que, não foram considerados no presente estudo os indivíduos excluídos do tratamento que a priori preconiza-se seu tratamento, como os casos positivos ou contactantes de casos positivos, mas que possuem uma ou mais das seguintes condições: grávidas, crianças menores de dois anos de idade, insuficiência hepática, insuficiência renal ou outras afecções graves de descompensação clínica.(22) A variável ano de notificação foi considerada como sendo a variável independente e as demais variáveis em estudo como variáveis dependentes, no caso, população trabalhada, exames coproscópicos realizados, percentual de positividade, percentual de casos tratados, percentual de casos não tratados por ausência e percentual de casos não tratados por recusa. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences - SPSS, versão 20. Foram construídos gráficos de dispersão linear e verificado a correlação entre a variável dependente e as variáveis independentes por meio do Coeficiente de Correlação de Pearson, com nível de significância de 5%. Devido ao fato de que todos os dados apresentados neste estudo foram retirados de um banco de domínio público, não se faz necessária a submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS Segundo dados do PCE, entre 2005 e 2014, um montante de usuários foram rastreados para esquistossomose nas áreas endêmicas na Paraíba e durante esse período foram realizados ao total exames coproscópicos. Ao longo dos anos observou-se uma queda significativa no rastreamento: em 2005 a população trabalhada somou habitantes e em 2014 apenas usuários foram rastreados (p-valor<0,01; r= -0,939). O
7 número de exames realizados também sofreu queda significativa: em 2005, foram feitas coproscópicos contra em 2014 (p-valor<0,01; r= - 0,945). A queda desses dois parâmetros contribuiu na redução gradativa do número de casos positivos notificados pelo PCE nos últimos anos. (Figura 1). Figura 1 Tendência de declínio do quantitativo da população trabalhada, exames realizados e casos positivos para a esquistossomose para os municípios endêmicos segundo o PCE, 2004 a 2014 A despeita da menor quantidade de exames realizados, o percentual de positividade aumentou significativamente de 5,15% em 2005 para 10,20% em 2014 o que sugere a grande prevalência da esquistossomose nesses municípios (p-valor=0,038; r= 0,658), como pode ser visto na Figura 2.
8 Figura 2 Tendência ao aumento do número de exames positivos dentre os exames realizados para esquistossomose nos municípios endêmicos da Paraíba, segundo dados do PCE, O percentual de casos tratados em 2005 correspondia a 75,66% e se manteve constante até meados de 2011 quando sofreu uma brusca redução atingindo em 2014 o patamar mínimo de 32,20%. Esta redução mostrou-se estatisticamente significativa ao longo dos anos com p-valor=0,012 (r= - 0,754). Quanto ao percentual de casos não tratados por ausência aumentou no estado da Paraíba tendo seu maior valor em 2012 com um percentual de 41,60%, época que coincidiu com a queda no percentual de casos tratados (Figura 3). A tendência do percentual de casos não tratados por ausência não apresentou significância estatística (p-valor= 0,065).
9 Figura 3- Percentual de casos não tratados para esquistossomose e de casos tratados nos municípios endêmicos da Paraíba, segundo dados do PCE, Apesar de não ter apresentado significância estatística (p-valor= 0,305), observou-se que o percentual de casos não tratadas por recusa diminuiu chegando a 0,25% em 2014, como pode ser visto na Figura 4.
10 Figura 4 - Percentual de casos não tratados para esquistossomose por recusa nos municípios endêmicos da Paraíba, segundo dados do PCE, A Figura 5 mostra a disposição do percentual de casos não tratados por ausência nos municípios endêmicos para esquistossomose na Paraíba. Apesar do aumento da prevalência geral no estado da Paraíba, observamos a queda em alguns municípios paraibanos como em Santa Rita e Caaporã.
11 Figura 5 Tendência ao declínio e a elevação do percentual de pacientes não tratados por ausência para a esquistossomose nos municípios endêmicos do estado de Pernambuco, 2005 a DISCUSSÃO
12 Estima-se que cerca de 43 milhões de pessoas habitem em áreas de risco para esquistossomose no Brasil e 7 milhões estejam infectadas pelo Schistosoma mansoni estando a maior parte delas distribuídas nas regiões Nordeste e Sudeste onde a prevalência chega a ser superior a 15%. (21) Para planejar e implementar as ações profiláticas contra a doença foi criado, na década de 80, o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) (19). Os inquéritos coproscópicos realizados pelo PCE, para cumprir seu papel epidemiológico, devem abranger pelo menos 80% dos habitantes do município no ano em que foi realizado (24). No entanto, estudo feito na Paraíba avaliou a porcentagem da população trabalhada entre os anos de 2005 e 2010 e mostrou que os municípios rastreados pelo PCE não cumprem esse critério. Em 2005, a média para todos os municípios acompanhados foi de 34,51% da população total, caindo para mais da metade em 2014, 13,39%.(26). Em nosso estudo percebemos a queda progressiva na população trabalhada o que refletiria índices ainda menores ao preconizado para o rastreio ideal. - endêmicas para esquistossomose em Pernambuco e Sergipe, nos quais o quantitativo de exames realizados caiu de em 2005 para em 2008, e de em 2005 para em 2008, respectivamente (5, 23). Os estados de Pernambuco, Sergipe e Maranhão seguiram a tendência nacional, porém na Paraíba foi observado o aumento do percentual de positividade de 5,15% em 2005 para 10,20% em 2014, apresentando-se superior à média nacional de 5,9% para o mesmo período (5). Contribuem para as altas taxas de positividade do Schistosoma mansoni nas populações de baixa renda os níveis precários de higiene e saneamento básico. Em 2008, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), pouco mais da metade dos municípios brasileiros dispunham de rede
13 de esgoto; esse número era ainda menor na região Nordeste (45,7%) e ainda mais alarmante na Paraíba(22,9%) (10,16,17). Em 2013, a Organização Mundial da Saúde estimou que existem 249 milhões de pessoas infectadas pelo Schistosoma mansoni e destas apenas 42,1 milhões foram tratadas em 2012 (9). Foi evidenciado no nosso estudo o grande percentual de pacientes não tratados a despeito da indicação de quimioprofilaxia, dado corroborado por estudos anteriores realizados nos estados de Alagoas e Pernambuco em que se observou baixa cobertura do tratamento. No estado de Alagoas foi observado o decréscimo importante da porcentagem de indivíduos tratados de 69,42% em 2010 para 59,62% em 2012 (5,21). Os casos a serem tratados que não realizam a terapêutica contribuem para a persistência do ciclo do parasita e a reinfecção dos seus conviventes (5). Os pacientes que não receberam a quimioprofilaxia se subdividem em não tratados por ausência ou por contraindicações, estando incluídos, nesse último, os pacientes que se recusaram a realizar o tratamento (25). Observouse no estudo uma redução considerável da recusa em todas as cidades entre os anos de 2010 e 2014, sendo os responsáveis pelo grande percentual de não tratados os que não foram medicados por estarem ausentes. Os percentuais de não tratados por ausência apresentam curva com tendência a redução nos municípios de Santa Rita, Caaporã, Lucena, Rio Tinto e Sapé com queda de 4,65% para 0,08%, de 13,26 para 12,66%, de 10,58% para 5,42%, de 7,71%- 3,68% e de 6,99% para 1,30%, respectivamente, em relação aos anos de 2005 e As demais localidades apresentaram aumento considerável: em Pitimbu, de 12,35% em 2005 para 76,45% em 2014, Alhandra, de 21,32% para 75,39%, Conde, de 7,21% para 69,38% e João Pessoa de 5,96% para 21,43%. Esse aumento ao longo dos anos é bastante preocupante pois reflete a ineficácia do sistema de vigilância. O PCE possui duas linhas de ação, sendo a primeira e principal delas a busca ativa aos portadores assintomáticos (19). Com a reforma sanitária brasileira e o início do processo de descentralização, na década de 90, as ações do PCE passaram a ser coordenadas pelas instâncias municipais e estaduais (10). Após a consolidação dos municípios na Atenção Primária à Saúde (APS) foi observado um incremento na população trabalhada e no
14 número de exames coproscópicos realizados pelo PCE (7), porém, alguns municípios, devido às diferenças políticas, não avançaram no processo de descentralização da vigilância epidemiológica que passou a operar com recursos escassos e mal utilizados pela gestão(17). Nesses municípios a falta de profissionais qualificados nas atividades de rotina do PCE frente a grande demanda de casos diagnosticados atrapalha a coordenação do cuidado e inviabiliza o tratamento dos usuários (20). A segunda linha de ação do PCE é a demanda espontânea vinda da Estratégia de Saúde da Família (ESF). O processo de descentralização, na década de 90, tornou a ESF um órgão decisivo para promoção da saúde, tendo o profissional de saúde papel importante na avaliação da demanda e dos riscos individuais da população. Porém, a ausência de recursos materiais básicos para a realização de exames, a falta de encaminhamento dos casos positivos de esquistossomose à ESF, a dificuldade do acesso da população ao serviço de atenção básica e à medicação contribuem para manutenção da endemia nesses municípios. Além disso, fatores não relacionados as questões de infraestrutura como a não adesão ao tratamento pelo próprio paciente por receio dos efeitos colaterais das drogas pode justificar o grande percentual de não tratados averiguados no estudo (12,19). A esquistossomose permanece como um importante problema de saúde pública vigente até os dias de hoje na Paraíba. A intensificação das ações de controle pelo PCE através da busca ativa é indispensável, porém não deve ser a única providência a ser adotada para seu controle. Destacamos como medida resolutiva a compreensão do processo saúde e doença do parasita e da relação já bem estabelecida de sua prevalência com os determinantes sociais, econômicos, biológicos e culturais. Diante disso, há necessidade de valorizar as mudanças dos hábitos de vida através de propostas pedagógicas da educação em saúde trabalhadas na APS promovendo a conscientização da população e dos governantes em relação ao impacto da endemia em seus municípios. (18) Com este trabalho foi possível destacar a importante prevalência dos casos de esquistossomose na Paraíba. Os dados apresentados ressaltam a importância da busca ativa pelo PCE, a necessidade de integrar o cuidado e de
15 desenvolver políticas públicas que busquem a promoção e educação em saúde como via para erradicar a doença. REFERÊNCIAS 1. Teles HMS, Ferreira CS, Carvalho ME de. Assessment of control and epidemiologic details of the schistosomiasis mansoni in Bananal, São Paulo, Brazil. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2014;17(2): Available from: 2. Wilson J, Brum A, Conceição S, Vaz F. Parasitoses oportunistas em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana *. Revista Bras Clínica Médica. 2013;11(3): Amorim RF, Maciel JDS, Ambrozim FM, De Almeida CP, Albuquerque NDO, Venturin DA, et al. Schistosomiasis in the Northern State of Espírito Santo, Brazil. Rev Patol Trop [Internet]. 2014;43(3): Available from: 4. Parques EM, Cidade DA, Horizonte DEB, Gerais M, Massara CL, Enk MJ, et al. OCORRÊNCIA DE MOLUSCOS DO GÊNERO Biomphalaria. 2012;41(4): Barreto AVMS, Melo ND, Ventura JVT, Santiago RT, Silva MBA. Análise da positividade da esquistossomose mansoni em Regionais de Saúde endêmicas em Pernambuco, 2005 a Epidemiol e Serviços Saúde [Internet]. 2015;24(1): Available from: 6. Grimes JET, Croll D, Harrison WE, Utzinger J, Freeman MC, Templeton MR. The Relationship between Water, Sanitation and Schistosomiasis: A Systematic Review and Meta-analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2014;8(12). 7. Farias LMM de, Resendes AP da C, Magalhães R de O, Souza-Santos R, Sabroza PC. Os limites e possibilidades do Sistema de Informação da Esquistossomose (SISPCE) para a vigilância e ações de controle. Cad Saude Publica [Internet]. 2011;27(10): Available from:
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