Macroeconomia Alex Mendes

Transcrição

1 Macroeconomia Alex Mendes

2 Macroeconomia A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio. Não analisa com profundidade o comportamento das unidades econômicas individuais, porém, permite estabelecer relações entre os agregados e melhor compreensão das interações entre estes.

3 Título Conceitos macroeconômicos fundamentais Os principais agregados são: Renda Emprego Produto Nacional Desemprego Investimento Estoque de Moeda Poupança Taxa de Juros Consumo Balanço de Pagamentos Nível Geral de Preços Taxa de Câmbio

4 Introdução a Macroeconomia

5 O Nascimento da Macroeconomia A teoria Macroeconômica teve início com John Maynard Keynes ( ). Antes de Keynes o domínio da microeconomia. A sua grande contribuição foi exposta no seu livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro (1936) onde argumentou que as políticas governamentais - orçamental e monetária - podem influenciar o produto e assim reduzir o desemprego e encurtar as recessões económicas. As suas teorias foram aplicadas com sucesso a seguir à grande depressão dos anos 1930 e ainda hoje influenciam economistas e políticos de todo o mundo. A década de 30, nos EUA foi marcada por grandes desempregos, pois a economia do país estava em depressão, empresas faliam a todo momento, e automaticamente, pessoas eram demitidas. Entre várias conseqüências dessa tragédia, podemos citar a queda nas produções e nos preços de exportações. Esse caos foi sentido por praticamente todo o mundo. Os principais problemas nessa época eram, portanto, o desemprego, a queda na renda e no total da produção da economia. Antes dessa década, acreditava-se que a renda e o emprego iriam ser ajustados pelo próprio mercado, mas com a crise de 1929, esta tese veio a fracassar, por isso surgiu a grande necessidade da macroeconomia ser aplicada.

6 Moeda Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é geralmente aceito para liquidar as transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações, ou seja, de acordo com esta definição, qualquer coisa pode ser moeda, desde que aceita como forma de pagamento. Ela é considerada o instrumento básico para que se possa operar no mercado. Pois a moeda atua como meio de troca. Quando um indivíduo vende seu produto, ele receberá moeda pelo produto vendido e, por conseguinte, terá moeda para comprar aquilo que desejar. Além disso, a moeda desempenha a função como unidade de conta (também chamado de denominador comum de valor), isto é, fornece um padrão para que as demais mercadorias expressem seus valores, e forneçam um referencial para que os valores dos demais produtos sejam cotados no mercado. E a terceira função da moeda é a chamada reserva de valor, função que decorre do meio de troca, onde o poder de comprar adquirido ao vender sua mercadoria deve manter-se ao longo do tempo. Em outras palavras, a moeda deve preservar o poder de compra (assim como acontece com os títulos, pois eles tem valor de compra e rentabilidade ao longo do tempo).

7 Moeda Resumindo as três funções, temos: Moeda como meio de troca: intermediário entre as mercadorias; Moeda com unidade de conta: ser o referencial das trocas, o instrumento pelo qual as mercadorias são cotadas; e Moeda como reserva de valor: poder de compra que se mantém no tempo, ou seja, forma de se medir a riqueza.

8 Produto É a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por uma dada economia durante um determinado período de tempo. Setores da Economia Primário Secundário Terciário

9 Produto per capita PIB per capita é o produto interno bruto, dividido pela quantidade de habitantes de um país. O PIB per capita é um indicador muito utilizado na macroeconomia, e tem como objetivo a economia de um país, estado, ou região. Problema: distorção na distribuição de renda. PIB per capita = PIB/População absoluta

10

11 PIB per capita É um valor médio, escondendo desigualdades Não considera o peso da economia informal Implica a utilização do corretor PPC (paridade do poder de compra) Não permite medir o bem-estar e a felicidade das pessoas Não reflete os danos ambientais nem a delapidação dos recursos

12 Crescimento econômico versus Desenvolvimento Econômico Crescimento Econômico é o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja uma elevação da produção da região estudada. Já o conceito de Desenvolvimento Econômico está relacionado a melhoria do bem estar da população.

13 CRESCIMENTO ECONÔMICO versus DESENVOLVIMENTO FENÔMENO QUANTITATIVO FENÔMENO QUALITATIVO Aumento duradouro da capacidade produtiva da economia Melhoria das condições de vida da população em geral PIB e PNB Crescimento do produto per capita Rendimento, saúde, educação, habitação, cultura, direitos humanos CRESCIMENTO ECONÔMICO: Condição necessária mas não suficiente para haver DESENVOLVIMENTO!

14 EVOLUÇÃO ATÉ MEADOS DA DÉCADA DE 60 Crescimento = Desenvolvimento MEADOS DA DÉCADA DE 80 Desenvolvimento Sustentável MEADOS DA DÉCADA DE 90 Desenvolvimento Humano NA ATUALIDADE Desenvolvimento Humano Sustentável

15 PD PED Elevado nível de industrialização Alto padrão de vida Predominância dos setores secundário e terciário Rendimento médio elevado Acesso a serviços de educação e saúde de qualidade Níveis de industrialização baixos ou que não se refletem no bem-estar Baixo padrão de vida Predominância do setor primário Rendimento médio baixo Precários e insuficientes serviços de educação e saúde Essencialmente países do Norte Essencialmente países do Sul DIVISÃO CADA VEZ MENOS HOMOGÊNEA!

16 INDICADORES SIMPLES INDICADORES ECONÔMICOS PIB per capita RN per capita Taxa de crescimento anual do PIB Taxa de inflação Repartição da população ativa por setores de atividade Taxa de desemprego INDICADORES DEMOGRÁFICOS Taxa de crescimento anual da população Taxa de natalidade Taxa de mortalidade infantil Esperança de vida ao nascer Taxa de emigração Estrutura etária da população INDICADORES SOCIOCULTURAIS Taxa de alfabetização de adultos Taxa de escolaridade feminina Taxa de analfabetismo Consumo de jornais por habitante Número de médicos por 1000 habitantes Satisfação global com a vida INDICADORES POLÍTICOS Reconhecimento dos direitos humanos Reconhecimento dos direitos da criança Existência/não existência da pena de morte Grau de participação na vida política Existência de democracia parlamentar

17 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO INDICADORES COMPOSTOS Esperança média de vida Escolaridade média Analfabetos em relação a população absoluta PIB per capita DESIGUALDADES IDH AJUSTADO À DESIGUALDADE ÍNDICE DE DESIGUALDADE DE GÊNERO Saúde reprodutiva Capacitação Mercado de trabalho ÍNDICE DE POBREZA MULTIDIMENSIONAL Privações graves ao nível de: Educação Saúde Padrões de vida

18 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida composta dos dados de expectativa de vida no nascimento, educação e PIB per capita em nível nacional de um país. A partir dessas informações, atribui-se a cada país um índice que vai de 0 (desenvolvimento humano muito baixo) a 100 (desenvolvimento humano muito alto). Como são avaliadas as 3 dimensões chave do IDH? Longevidade através de Esperança de Vida à nascença (anos) Educação pela Taxa de Analfabetismo e pela Taxa de matrícula em todos os níveis de Ensino Nível de Vida pelo Produto Interno Bruto (PPC, dólares) per capita A paridade do poder de compra (PPC) é um preço relativo que mede o número de unidades monetárias do país B que são necessárias nesse país para comprar a mesma quantidade de um bem ou serviço individual que uma unidade monetária do país A compraria no país A.

19 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO Quem é responsável pelo IDH? O PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Publica anualmente, desde 1990, um Relatório de Desenvolvimento Humano RDH - que inclui a lista do IDH sobre os países membros da ONU. Desde o início partiu da premissa que as pessoas são a verdadeira riqueza das nações.

20 Indicadores de desenvolvimento do IDH Esperança de vida à nascença Média de anos de escolaridade Anos de escolaridade esperados Rendimento Nacional Bruto (RBN) per capita Natureza do indicador: Demográfico Natureza do indicador: Sociocultural Natureza do indicador: Sociocultural Natureza do indicador: Econômico Dimensão básica do desenvolvimento humano: Longevidade Dimensão básica do desenvolvimento humano: Educação Dimensão básica do desenvolvimento humano: Educação Dimensão básica do desenvolvimento humano: Rendimento

21 Muito elevado Elevado Médio Baixo > 0,8 0,7 0,8 0,55 0,7 < 0,55

22 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO Imperfeições do IDH Os dados são sempre referentes a médias e, por isso, podem ignorar os extremos. As estatísticas sofrem, muitas vezes, distorções devido a fluxos não declarados, por defeitos na obtenção e tratamento de dados ou por provirem de fontes não críveis. Existe uma generalização na classificação de cada país, não refletindo os níveis de desigualdade da população. Ignoram-se as realidades locais, como o trabalho doméstico ou infantil ( ). Faltam indicadores ambientais para analisar o nível de poluição, desmatamento, etc. Ignora-se a dimensão da segurança humana. Faltam critérios para analisar diferenças sociais como as do gênero, dos grupos étnicos, dos idosos e das crianças.

23 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E o Brasil, como se sai? No mais recente relatório do desenvolvimento humano da Pnud, o Brasil apareceu na 79ª posição no ranking mundial, com IDH de 0,754. Com esse resultado, estamos no grupo de países com alto desenvolvimento humano uma realidade estabelecida há alguns anos. O problema é que estagnamos: no relatório anterior, de 2016, havíamos conquistado exatamente a mesma posição e o mesmo nível de desenvolvimento (0,754). Desde 2010, a trajetória brasileira era de alta, com ganho de três pontos percentuais em cinco anos. O não avanço do último ano pode ter relação com a crise econômica iniciada em 2015, que diminuiu nossa renda nacional per capita. Se ajustado à desigualdade, o Brasil cai 19 posições no ranking global, com índice de 0,561. Trata-se de uma das maiores diferenças de resultado de todo o levantamento. Resultados brasileiros em cada sub-índice: Renda nacional bruta per capita: R$ 1.113,00; Médio de anos de estudo (adultos): 7,8 anos; Expectativa de anos de estudo (entre pessoas em idade escolar): 15,2 anos; Expectativa de vida ao nascer: 74,7 anos.

24 COEFICIENTE DE GINI O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos.

25

26

27 VARIÁVEL FLUXO E ESTOQUE Fluxo (dinâmico): São medidas dentro de um intervalo de tempo Estoque (estático) : São medidas em um ponto específico no tempo

28 CURTO E LONGO PRAZO Microeconomia Em Microeconomia, o longo prazo é o período de tempo conceptual para o qual não temos fatores de produção fixos. Em contraste com o longo prazo, no curto prazo temos ao menos um fator de produção fixo, normalmente o capital, relativamente ao nível de produção escolhido. Em Macroeconomia o curto prazo é quando preços, salários e aluguéis mostram-se rígidos. No longo prazo são flexíveis.

29 Os agentes econômicos A família ( C ): detentora dos fatores de produção As empresas ( I ): produtora de bens e serviços O Governo ( G ): administração pública são órgãos que se dedicam a prestar serviços à sociedade, que são consumidos pela coletividade.. O resto do mundo (x-m): registra as transações econômicas ocorridas com agentes econômicos pertencentes a outros países.

30 Fluxo Circular da Renda A economia é constituída por inúmeros agentes econômicos que se inter-relacionam através de atividades, tais como: produção, venda, compra, etc. Representar todas estas interações representa um enorme desafio e dificuldade. Assim, utilizamos modelos. Para exemplificar um modelo econômico, utilizaremos o fluxo circular da renda. O modelo partirá da simplificação de uma economia fechada, ou seja, que não transaciona com o resto do mundo e que a mesma se apresenta sem governo. Assim, só temos dois agentes econômicos: a família e a firma. Temos dois mercados: fatores de produção e bens e serviços.

31 Mercado Local ou contexto onde compradores e vendedores de bens, serviços ou recursos produtivos se encontram para comercializar

32 Oferta Demanda Mercado de Fatores de Produção Renda Despesa Familia Firma Gasto Mercado de Bens e Serviços Receita Demanda Oferta

33 CAIU NA PROVA! 1. Ano: 2012 Banca: FUNIVERSA Órgão: IFB Prova: Economista Com relação ao fluxo circular simplificado do sistema econômico, com dois agentes econômicos, assinale a alternativa correta. a)o fluxo real é caracterizado pelos pagamentos (despesas) de consumo de bens e de serviços e pela remuneração aos serviços dos fatores de produção. b)as famílias não fazem parte dos mercados de bens e de fatores de produção, pois não constituem a demanda no mercado de bens nem a oferta no mercado de fatores. c)o processo produtivo dá origem a dois fluxos distintos: o monetário (referente à oferta e à procura dos bens e serviços) e o real (referente aos pagamentos aos fatores de produção). d)o fluxo circular simplificado do sistema econômico possui dois fluxos: o real e o monetário. e)no fluxo circular simplificado do sistema econômico com dois agentes econômicos, a oferta de bens e serviços é tipicamente um fluxo monetário.

34 CAIU NA PROVA! 2. Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TCE-PA Prova: Auditor de Controle Externo - Área Administrativa - Economia Acerca de agregados macroeconômicos, das contas nacionais e de balanço de pagamentos, julgue o item subsequente. Em uma economia simples, em que o fluxo circular da renda ocorre somente entre as unidades produtoras e consumidoras, o produto agregado é diferente da renda agregada, ainda que toda a renda obtida pelas famílias seja destinada ao consumo.

35 CAIU NA PROVA! 3. no: 2014 Banca: CESPE Órgão: CADE Prova: Economista Acerca dos indicadores do desenvolvimento econômico e social, julgue o item seguinte. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação, saúde, industrialização e renda.

36 CAIU NA PROVA! 4. Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TCE-GO Prova: Analista de Controle Externo - Planejamento e Desenvolvimento Organizacional O índice de GINI, ou coeficiente de GINI, é um instrumento internacionalmente utilizado para medir o a)nível de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. b)grau de concentração de renda em determinado grupo. c)grau de felicidade interna bruta de um país. d)grau de escolaridade de um determinado grupo. e)nível de mortalidade infantil de um país.

37 CAIU NA PROVA! 5. Ano: 2011 Banca: FUMARC Órgão: BDMG Prova: Analista de Desenvolvimento NÃO diz respeito aos conceitos básicos de macroeconomia: a)produção. b)déficit público. c)pib. d)famílias.

38 Gabarito: 1. D 2. F 3. F 4. B 5. D

39