DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA. Gripe Sazonal Vigilância Epidemiológica. Região de Saúde do Norte Época 2012/2013

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1 DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA Gripe Sazonal Vigilância Epidemiológica Região de Saúde do Norte Época 2012/2013 Julho de 2013

2 Ficha Técnica Título Gripe Sazonal Vigilância Epidemiológica Região de Saúde do Norte Época 2012/2013 Editor Administração Regional de Saúde do Norte, I.P. Rua Santa Catarina, Porto Presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte, I.P. Dr. Luís Castanheira Nunes da ARS Norte, I.P. Diretora Dra. Maria Neto Área Funcional - Vigilância Epidemiológica Dr. José Rocha Nogueira Morada Rua Anselmo Braamcamp, Porto Tel Fax: Autoria Ana Maria Correia Rui Capucho de contacto directora.dsp@arsnorte.min-saude.pt ii

3 Agradecimentos A todos quantos permitiram, pela sua motivação e persistência, que fosse feita vigilância da gripe na região de saúde do Norte durante estes anos. O nosso agradecimento especial para o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, pela disponibilização dos dados de mortalidade diária. iii

4 ÍNDICE Página 1. Introdução 1 2. Metodologia 2 3. Vigilância epidemiológica Atividade gripal nos cuidados de saúde primários Atividade gripal nos serviços de urgência dos hospitais 7 4. Vigilância laboratorial Centro Hospitalar do Porto Centro Hospitalar de S. João Mortalidade por todas as causas Situação europeia e nacional Comentário final 16 iv

5 1. INTRODUÇÃO O principal objetivo deste relatório é divulgar a caracterização da situação epidemiológica da atividade gripal na região Norte durante a época 2012/2013, nomeadamente, entre outubro de 2012 e maio de A análise da situação na região é complementada com dados nacionais disponíveis, publicados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA) Dr. Ricardo Jorge e ainda com dados europeus relevantes, divulgados nos relatórios do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC). Em 2009, ano em que ocorreu a pandemia de gripe, e durante as duas épocas gripais que se lhe seguiram, os dados de que dispúnhamos, na região, para a vigilância da gripe, garantiam um padrão de qualidade razoável. Durante a época gripal 2012/2013, a qualidade dos dados disponíveis piorou, com sucessivas interrupções nos dados de morbilidade hospitalar e com um atraso significativo na receção, no (DSP) da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), I.P., dos dados de morbilidade nos cuidados de saúde primários, pelo que a qualidade da vigilância que foi possível efetuar foi, necessariamente, limitada. Sendo assim, a interpretação da informação que aqui se reporta deve ser cuidadosa. 1

6 2. METODOLOGIA A análise da situação epidemiológica da gripe, na região Norte, baseia-se em dados provenientes de diversos sistemas de informação: Sistema de notificação de síndromes gripais dos cuidados de saúde primários, criado em 2009, no âmbito da preparação para a pandemia de gripe; Sistema de notificação de síndromes gripais dos serviços de urgência hospitalares, criado em 2009, no âmbito da preparação para a pandemia de gripe; Resultados laboratoriais da pesquisa de vírus Influenza pelos laboratórios do Centro Hospitalar do Porto (CHP) e do Centro Hospitalar de São João (CHSJ), que na região integram a Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe coordenada pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde (INSA) Dr. Ricardo Jorge; Vigilância Diária da Mortalidade (VDM) por todas as causas, através dos dados cedidos pelo INSA ao DSP da ARSN, I.P. Para além dos problemas de validade da informação, que derivam da adesão dos médicos ao registo da codificação dos casos de síndrome gripal, o acesso aos dados foi bastante dificultado, durante a maior parte do período sob vigilância (semana 40 de 2012 a semana 20 de 2013), pelos seguintes motivos: - Falhas nos processos de carregamento de dados por problemas de comunicação entre as instituições envolvidas; - Alterações nas tabelas de dados, previamente definidas, a exportar para o servidor da ARSN, I.P.; - Escassez de recursos humanos na ARSN e alocação dos existentes para o acompanhamento da produção e dos indicadores de contratualização; - Mudança da empresa responsável pela gestão do Sistema de Informação das ARS; - Ausência de informação produzida em alguns hospitais/centros hospitalares e uma unidade local de saúde. Para além disso, não foi possível, em relação a todos os sistemas de informação, dispor de dados de todo o período sob vigilância. 2

7 Em relação aos dados dos internamentos hospitalares por gripe em unidades de cuidados intensivos, os quais deveriam ser enviados pelos centros hospitalares/hospitais para a Direção- Geral da Saúde e para o DSP da ARSN, I.P., a sua qualidade foi considerada tão deficitária que foi decidido excluí-los do relatório. Apesar de os dados relativos à pesquisa de vírus Influenza pelo laboratório do CHP dizerem respeito a um período de tempo inferior ao período alvo da vigilância virológica, foi decidido não os excluir do relatório. 3

8 3. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 3.1 Atividade gripal nos cuidados de saúde primários Dados Entre a semana 40 de 2012 (1 a 7 de outubro de 2012) e a semana 19 de 2013 (6 a 12 de maio de 2013) foram registados episódios de síndrome gripal pelos médicos dos serviços de cuidados de saúde primários da região Norte. Na Figura 1 observa-se a evolução do número de episódios de síndrome gripal registados na época atual e em épocas anteriores (semana 1 de 2010 a semana 19 de 2013). De realçar que na época 2010/2011 o pico foi atingido na semana 1 de 2011 (3 a 9 de janeiro) com episódios, na época 2011/2012 o pico foi atingido na semana 7 de 2012 (13 a 19 de fevereiro) com episódios e na época 2012/2013 o valor mais elevado foi observado na semana 10 de 2013 (4 a 10 de março) com episódios. Na época gripal de 2012/2013, que registou valores genericamente mais baixos do que nas épocas anteriores, a subida da curva foi mais gradual do que nas épocas anteriores Figura 1 Distribuição dos episódios de síndrome gripal por semana (40 de 2010 a 19 de 2013) registados nos Agrupamentos de Centros de Saúde da região Norte Dos episódios registados, ocorreram no sexo feminino (58%) e no sexo masculino (42%). A distribuição etária dos casos de síndrome gripal, registados ao longo das 32 semanas em análise, evidencia um ligeiro predomínio do grupo etário anos, sendo de realçar que mais de metade dos casos registados tinha menos de 40 anos (Tabela 1). 4

9 Tabela 1 Distribuição dos casos declarados de síndrome gripal nos Agrupamentos de Centros de Saúde por grupo etário nas semanas 40 de 2012 a 19 de 2013 na região Norte Grupo etário N.º casos Percentagem < ,4% ,4% ,3% ,2% ,8% ,8% ,2% Total ,0% Na Tabela 2 observa-se a distribuição da taxa de declaração acumulada de síndrome gripal registada em cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) da região no período que decorreu entre as semanas 40 de 2012 a 19 de Os valores variaram entre um mínimo de 391,4/10 5 registado no ACeS Aveiro Norte e um máximo de 1 328,3/10 5 no ACeS Marão e Douro Norte, sendo que o valor regional foi de 773,6/

10 Tabela 2 Distribuição da taxa de declaração acumulada de síndrome gripal (/ ) nos serviços dos cuidados de saúde primários (semana 40 de 2012 a semana 19 de 2013) na região Norte ACES/ULS Taxa de declaração acumulada (/ ) Alto Minho 764,6 Alto Tâmega e Barroso 670,3 Aveiro Norte 391,4 Baixo Tâmega 1 026,2 Barcelos/Esposende 743,0 Braga 891,5 Douro Sul 560,1 Gaia e Espinho/Gaia 893,2 Famalicão 599,3 Feira/Arouca 527,6 Gerês/Cabreira 536,2 Gondomar 971,9 Alto Ave 895,2 Maia/Valongo 674,2 Marão e Douro Norte 1 328,3 Nordeste 528,0 Porto Ocidental e Porto Oriental 950,0* Póvoa Varzim/Vila Conde 660,4 Santo Tirso/Trofa 998,8 ULS Matosinhos 573,9 Vale do Sousa Norte 712,0 Vale do Sousa Sul 700,0 Total 773,6 *Adicionaram-se os episódios registados no SASU - Porto

11 3.2 Atividade gripal nos serviços de urgência dos hospitais Dados Na figura 2 observa-se a evolução do número de episódios de síndrome gripal registados pelos médicos dos serviços de urgência dos Hospitais e dos Serviços de Urgência Básica (SUB) da região Norte (exceto 5 centros hospitalares/ hospitais e um SUB), entre a semana 40 de 2012 e a semana 20 de 2013 (com exceção do período entre as semanas 3 e 8 de 2013, 14 de janeiro a 24 de fevereiro). Durante o período de tempo para o qual dispomos de dados, registaram-se episódios de síndrome gripal Figura 2 Distribuição dos episódios de síndrome gripal registados por semana (40 de 2012 a 19 de 2013) nos serviços de urgência de Hospitais/SUB da região Norte Do total de episódios de síndrome gripal registados nos serviços de urgência, ocorreram no sexo feminino (55%) e no sexo masculino (45%). Na Tabela 3 observa-se a distribuição etária dos casos, evidenciando-se um predomínio de casos nos grupos etários extremos. 7

12 Tabela 3 Distribuição dos casos declarados de síndrome gripal em Hospitais/SUB da região Norte por grupo etário nas semanas 40 de 2012 a 20 de 2013 Grupo etário N.º casos Percentagem < , , , , , ,4 > ,7 Total ,0 Na tabela 4 observa-se o número de casos de síndrome gripal registados nos diferentes serviços de urgência. Tabela 4 Distribuição dos casos de síndrome gripal registados nos serviços de urgência de serviços de saúde da região Norte entre a semana 40 de 2012 e 20 de 2013 Centro Hospitalar/Hospital Número de casos Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim / Vila do Conde, E.P.E. 485 Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, E.P.E. 5 Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, E.P.E. 474 Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E. Sem dados Centro Hospitalar do Alto Minho, E.P.E. 380 Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. Sem dados Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. 323 Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa - Vale do Sousa, E.P.E Centro Hospitalar do Médio Ave, E.P.E. 824 Hospital de Braga Sem dados Centro Hospitalar de São João, E.P.E Hospital Santa Maria Maior, E.P.E. Sem dados Serviço de Urgência Básica de Mogadouro 40 Serviço de Urgência Básico de Montalegre Sem dados Serviço de Urgência Básico de Vila Nova de Foz Côa 5 Serviço de Urgência Básico de Cinfães 153 Serviço de Urgência Básico de Arouca 233 Serviço de Urgência Básico de Moimenta da Beira 64 ULS Matosinhos Sem dados Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, E.P.E. 510 Total

13 4. VIGILÂNCIA LABORATORIAL 4.1. Centro Hospitalar do Porto Dados O Centro Hospitalar do Porto (CHP) disponibilizou dados relativos ao período que decorreu entre 28 de janeiro e 27 de março de Durante aquele período de tempo registaram-se 116 pedidos de pesquisa de vírus Influenza, 2 vindos do exterior e os restantes vindos do CHP. Dos pedidos oriundos deste centro hospitalar, 66 provinham do internamento, 25 do serviço de urgência, 12 de unidades de cuidados intensivos, 5 da consulta externa e 6 de outras unidades ou serviços. A distribuição dos pedidos, de acordo com o sexo e o grupo etário dos doentes, indica um ligeiro predomínio do sexo masculino e dos grupos etários extremos (Tabela 5). Tabela 5 Distribuição dos pedidos de pesquisa do vírus Influenza por sexo e grupo etário. Laboratório do Centro Hospitalar do Porto, janeiro a março 2013 Grupo etário Sexo feminino Sexo masculino Total < > Desconhecida Total Do total de testes efetuados, 31 (26,7%) foram positivos para o vírus Influenza, sendo 18 do tipo A e 13 do tipo B. Em 16 dos vírus Influenza A foi identificado o subtipo A(H1)pdm09. Na tabela 6 observa-se a evolução semanal do número de pedidos e dos testes positivos para o vírus Influenza, indicando que foi nas semanas 10 e 11 que foi mais elevado o número de vírus Influenza isolados, mas foi na semana 12 que o número de pedidos atingiu o seu máximo. 9

14 Tabela 6 Distribuição semanal do total de pedidos de pesquisa de vírus Influenza e dos pedidos com resultado positivo. Laboratório do Centro Hospitalar do Porto, janeiro a março de 2013 Semana Total de pedidos Resultados positivos para Influenza Três dos casos em que houve lugar a identificação do vírus Influenza ocorreram em doentes internados em unidade de cuidados intensivos. O vírus Influenza foi identificado em 8 das amostras colhidas em crianças menores de 10 anos de idade, em 7 das amostras colhidas nos doentes com anos, em 5 das amostras colhidas aos grupos etários 30-39, e 60 e mais anos. Para além do vírus Influenza, foram isolados outros vírus: vírus Sincicial Respiratório (VSR) em 21 amostras, Adenovírus em 9, Rhinovírus em 8, vírus Parainfluenza em 7, Coronavírus em 3, Metapneumovírus em 2 e Bocavírus em 2 amostras. 10

15 4.2. Centro Hospitalar de S. João Dados Entre 1 de outubro de 2012 e 30 de abril de 2013 entraram no laboratório do Centro Hospitalar de S. João (CHSJ) pedidos de pesquisa de vírus Influenza, 139 (12%) vindos do exterior e 981 pedidos internos. Dos pedidos com origem no CHSJ, 316 eram provenientes do internamento, 304 do serviço de urgência, 199 dos cuidados intensivos/intermédios, 110 da consulta externa e 52 de outras unidades ou serviços. A distribuição dos pedidos por sexo e grupo etário pode observar-se na tabela 7, sendo de notar um predomínio dos pedidos em doentes do sexo masculino e nos grupos etários extremos. Tabela 7 Distribuição dos pedidos de pesquisa do vírus Influenza por sexo e grupo etário. Laboratório do Centro Hospitalar de S. João, outubro de 2012 a abril de 2013 Grupo etário Sexo feminino Sexo masculino Total < > Total Noventa e quatro dos pedidos (8%) foram positivos para o vírus Influenza, dos quais 66 foram identificados como sendo do tipo A, 25 do tipo B e 3 sem resultado de tipagem. Dos 66 vírus Influenza A, 46 eram do subtipo A(H1)pdm09 e 20 não foram subtipados. A evolução dos resultados positivos para o vírus Influenza ao longo das semanas sob vigilância (Figura 4), indica que o primeiro isolamento ocorreu na semana 2 de 2013 (7-13 de janeiro) e o pico ocorreu nas semanas 10 e 11 de 2013 (4-17 de março). 11

16 Influenza Total Figura 4 Distribuição semanal do total de pedidos de pesquisa de vírus Influenza e dos pedidos com resultado positivo. Laboratório do Centro Hospitalar de S. João, outubro de 2012 a abril de 2013 Treze dos 93 isolamentos de vírus Influenza registaram-se em doentes internados em unidades de cuidados intensivos/intermédios, sendo que 9 eram do subtipo A(H1)pdm09. A distribuição dos isolamentos de vírus Influenza por grupo etário (tabela 8) indica que o maior número de isolamentos se verificou no grupo etário das crianças com menos de 10 anos e no grupo dos com 50 e mais anos de idade. No entanto, foi no grupo etário dos anos que a proporção de amostras positivas foi maior. Tabela 8 Distribuição dos resultados para o vírus Influenza por grupo etário. Laboratório do Centro Hospitalar de S. João, outubro de 2012 a abril de 2013 Grupo etário Positivo Total % < , , , , , ,2 > ,1 Total ,4 Outros vírus respiratórios foram isolados nas amostras colhidas durante o período sob vigilância, dos quais se destacam o VSR com 178 resultados positivos e o vírus Parainfluenza (VPI), com 22 resultados positivos. Os isolamentos do VSR iniciaram-se na semana 45 de 2012 (29 outubro a 4 novembro de 2012) e atingiram o pico na semana 3 de 2013 (14 a 20 janeiro 12

17 de 2013), circulando mais cedo do que o vírus Influenza (Figura 8). Os resultados positivos para o VPI distribuíram-se de forma relativamente homogénea ao longo do período, circulando em simultâneo principalmente com o vírus Influenza. Tanto o VSR como o VPI foram isolados maioritariamente em crianças com menos de 10 anos de idade (173 em 178 e 21 em 22, respetivamente) Influenza Parainfluenza VSR Figura 5 Distribuição do número semanal de isolamentos de vírus Sincicial Respiratório (VSR), Parainfluenza e Influenza. Laboratório do Centro Hospitalar de S. João, outubro de 2012 a abril de

18 5. MORTALIDADE POR TODAS AS CAUSAS Dados Na figura 6 observa-se a evolução do número semanal de óbitos por todas as causas registados na região Norte e em Portugal, entre a semana 1 de 2012 e a semana 20 de O padrão de mortalidade observado nas últimas semanas na região Norte acompanha o padrão observado em Portugal. Não foram atingidos, durante as primeiras semanas de 2013, os valores de mortalidade registados em igual período de Portugal Região Norte Figura 6 Número semanal de óbitos registados por data do óbito em todas as conservatórias em Portugal e na região Norte (semana 1 de 2012 a semana 20 de 2013) Descrição do sistema O INSA Dr. Ricardo Jorge implementou um sistema de Vigilância Diária da Mortalidade (VDM) em parceria com o Instituto dos Registos e do Notariado, de forma a monitorizar diariamente a mortalidade da população portuguesa. O sistema VDM monitoriza o número de registos de óbito nas Conservatórias do Registo Civil em Portugal. O INSA envia à ARS Norte os dados relativos aos óbitos registados nas conservatórias da região. 14

19 6. SITUAÇÃO EUROPEIA E NACIONAL De acordo com os dados publicados pelo ECDC em 24 de maio de , a transmissão de gripe na Europa iniciou-se na semana 49 de 2012, tendo atingido o seu pico entre a semana 52 de 2012 e a semana 8 de Os resultados da vigilância laboratorial indicaram que do total de amostras sentinela positivas para o vírus Influenza, 47% eram do tipo A e 53% do tipo B. Dentro das amostras positivas para o vírus Influenza A que foram subtipadas, 62% eram A(H1)pdm09. De acordo com os dados publicados pelo INSA em maio de , a atividade gripal em Portugal ultrapassou o nível de atividade basal entre as semanas 4 e 12 de 2013, tendo o pico sido atingido na semana 10, com uma estimativa de incidência de 70,2/10 5, valor inferior ao pico observado na época 2004/2005 (163,1/10 5 na semana 5 de 2005). Ainda de acordo com os dados publicados pelo INSA, e considerando os dados da vigilância virológica da rede de médicos sentinela, do projeto EuroEVA e dos serviços de urgência, foi na semana 9 de 2013 que o número de vírus Influenza detetados atingiu o seu valor máximo, sendo que em toda a época gripal 2012/2013 ocorreu uma proporção muito semelhante de vírus Influenza A e B circulantes (51% versus 49%, respetivamente). Dentro dos vírus Influenza A subtipados, a grande maioria eram vírus A(H1)pdm09 (88%), sendo os restantes 12% A(H3). Durante a época gripal 2012/2013 a mortalidade por todas as causas não ultrapassou, em nenhuma das semanas sob vigilância, o limite superior do intervalo de confiança a 95% da linha de base 3. De acordo com os últimos dados relativos a internamentos hospitalares por gripe em unidades de cuidados intensivos (UCI) publicados pelo INSA 4, durante a época gripal 2012/2013 foram internados, em UCI, 103 doentes com gripe, tendo o pico ocorrido na semana 9 de 2013 (18 internamentos), semana durante a qual a percentagem de doentes com gripe admitidos naquelas unidades foi de 10%. 1 European Centre for Disease Prevention and Control. Surveillance Report. Fortnightly influenza surveillance overview. 24 May Disponível em 2 Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Vigilância Epidemiológica da Sindroma Gripal. Médicos sentinela e serviços de urgência. Semana 21 (20/05/2013 a 26/05/2013). Disponível em 3 Idem nota anterior. 4 Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Vigilância Epidemiológica da Sindroma Gripal. Médicos sentinela e serviços de urgência. Semana 20 (13/05/2013 a 19/05/2013). Disponível em 15

20 7. COMENTÁRIO FINAL Como já foi referido anteriormente, os dados apresentados neste relatório, principalmente os dados originados nos hospitais, devem ser interpretados com reserva, face à sua reduzida qualidade. No entanto, a informação globalmente extraída para a região Norte é consistente com a informação relativa a Portugal, ou seja: A atividade gripal registada na região Norte na época 2012/2013 foi genericamente menos intensa do que em épocas gripais anteriores, tendo atingido o pico nos cuidados de saúde primários durante a semana 10 de 2013 (4 a 10 de março de 2013). Em Portugal, o pico de atividade gripal também se registou durante aquela semana; Os vírus Influenza detetados nos dois laboratórios da região foram predominantemente do tipo A (72%), predomínio que ultrapassou a magnitude registada nos dados disponíveis para Portugal (51%). Tanto na região como em Portugal, registou-se, dentro do vírus tipo A, um predomínio franco do vírus pandémico A(H1)pdm09; Não se registou durante a época gripal 2012/2013 um excesso de mortalidade por todas as causas, nem na região Norte, nem em Portugal. Porto, 26 de julho de