DIREITOS HUMANOS. Organização Internacional do Trabalho. Direito Internacional do Trabalho parte 2. Profª. Liz Rodrigues

Transcrição

1 DIREITOS HUMANOS Organização Internacional do Trabalho Direito Internacional do Trabalho parte 2 Profª. Liz Rodrigues

2 - Recomendações: são instrumentos normativos aprovados em conferências internacionais, mas que, em razão do tema ou de algum outro aspecto, tornam inviável a adoção imediata de uma Convenção. - Também precisam ser aprovadas por dois terços dos votos dos delegados presentes à Conferência e, como regra geral, não criam obrigações aos Estados, apenas sugerem normas que podem ser adotadas pelo legislador nacional.

3 - Villatore explica que a única obrigação oriunda de uma Recomendação é o dever do Estado de submeter o seu conteúdo à autoridade nacional competente para legislar ou para adotar outras providências em relação ao seu tema, em um prazo de doze meses (ou, excepcionalmente, de 18 meses).

4 - Portela explica que a recomendação é utilizada para disciplinar temas controvertidos ou acerca dos quais o Direito comparado ainda não revele soluções generalizadas, com o intuito de motivar a universalização de certas regras. - Também é usada para regulamentar a aplicação de princípios gerais inseridos nas convenções ou quando não for possível a adoção imediata de uma convenção.

5 - A Constituição da OIT prevê alguns mecanismos de controle da implementação de suas Convenções. - Todo Estado-Membro assume o compromisso de enviar à Repartição Internacional do Trabalho um relatório anual sobre as medidas adotadas para a execução das Convenções a que aderiram (veja o art. 22 da Constituição da OIT).

6 - Um resumo destes relatórios será apresentado pelo Diretor-Geral à Conferência e, posteriormente, os Estados-membros enviarão às organizações representativas uma cópia das informações e relatórios que tenham sido transmitidos ao Diretor-Geral.

7 - Existem dois procedimentos contenciosos: a reclamação e a queixa (arts. 24 e 34 da Constituição da OIT). - Reclamação: pode ser enviada à Repartição Internacional do Trabalho por organizações de empregados ou empregadores; por este documento, a organização informa ao Bureau que o Estado não está assegurando, de modo satisfatório, a execução de uma Convenção a que tenha aderido.

8 - Queixas: podem ser feitas à Repartição por Estados-membros da OIT e dizem respeito à conduta de outro Estado-membro, que o denunciante entente que não está cumprindo a contento as obrigações de uma Convenção que ambos tenham ratificado (veja o art. 26).

9 - O Conselho pode instituir uma Comissão de Inquérito por decisão própria (ato de ofício) ou em razão de queixas apresentadas por um dos delegados participantes da Conferência (veja o art. 26, 4º). - Todo Estado-membro (diretamente interessado no caso ou não) assume o compromisso de pôr à disposição da Comissão de Inquérito todas as informações que tiverem e que possam dizer respeito ao objeto da queixa em questão.

10 - A Comissão, após estudos aprofundados, produzirá um relatório e indicará as medidas que recomenda para dar uma satisfação ao Estado que apresentou a queixa e os prazos em que tais medidas devem ser realizadas. - Nos termos do art. 29, o Diretor-Geral do Bureau transmitirá o relatório da Comissão de Inquérito ao Conselho de Administração da OIT e aos governos interessados no litígio, assegurando a sua publicação.

11 - Cada governo tem um prazo de três meses para comunicar ao Diretor-Geral se aceita ou não as recomendações contidas no relatório da Comissão. - Caso não as aceite, o Estado pode informar se deseja que a divergência seja submetida à Corte Internacional de Justiça.

12 - A decisão da Corte Internacional de Justiça sobre uma queixa ou questão que lhe seja submetida será inapelável. - As conclusões e recomendações das Comissões de Inquérito podem ser confirmadas, alteradas ou anuladas pela Corte Internacional de Justiça, nos termos do art. 32.

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