A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee (1996).

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee (). Ghoeber Morales dos Santos PUC/SP SÃO PAULO

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3 ii GHOEBER MORALES DOS SANTOS A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee () Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento, sob orientação da Profa. Dra. Nilza Micheletto. Projeto parcialmente financiado pela CAPES. PUC/SP SÃO PAULO

4 iii Banca Examinadora Data: / /

5 iv AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho às duas pessoas mais importantes da minha vida: meu pai (Xavier) e minha mãe (Rosângela). Sou extremamente privilegiado em tê-los como meus pais. Muito obrigado por apostarem e investirem tanto em mim. Vocês estão por trás de cada conquista e de cada vitória que eu alcancei até hoje. A certeza de que vocês sempre estarão ao meu lado me traz conforto e ânimo. Amo vocês! Tenho a sorte e a felicidade de poder contar com pessoas especiais. A elas gostaria de dizer algumas palavras: Klaus, ter você como irmão é ter a certeza de um ombro amigo a qualquer momento. Seu apoio e incentivo foram de extrema importância ao longo destes dois anos. Obrigado por tudo! Max, meu irmão, sinto seu carinho e sua preocupação constante com o meu bem estar. Obrigado por sua atenção e paciência nestes últimos tempos. Vovó e Tim, a distância que nos separa nunca foi capaz de impedir que o apoio e o amor de vocês chegassem até mim. Muito obrigado pelas orações. Fabiano e Isabella (Cachorrinha!), vocês são dois irmãos que a vida me deu de presente. A presença de vocês me deu forças para enfrentar mais este desafio. Agradeço por tudo o que vocês fizeram por mim, principalmente naqueles momentos em que eu mais precisei de vocês dois. Vocês moram no meu coração. Leila, foi muito bom pra mim ter concluído este Mestrado com você. Sua companhia nas viagens semanais a São Paulo me fazia muito bem. Lembro com saudades das nossas conversas no ônibus. Enfrentamos dificuldades juntos e também dividimos alegrias. Obrigado por sua disponibilidade em me ajudar nas tantas vezes que precisei e preciso. Denise (Denisiiii), sua companhia no primeiro ano do Mestrado foi fundamental para que eu conseguisse continuar seguindo em frente. Ficar no Laboratório durante as Quartas-feiras só fazia algum sentido porque você ficava lá, estudando comigo. Nunca vou me esquecer disto. Gosto muito de você! Ana Paula Basqueira, demoramos um pouco mais para nos entrosar, mas depois que isto ocorreu nos tornamos grandes amigos. Esse seu jeito doce e acolhedor me fez

6 v muito bem durante estes dois anos. Você também foi uma excelente companheira! Obrigado por sua amizade. Elisa, seu jeito arretado de ser desde o início me cativou. Você me divertiu muito durante o curso, aliviando o stress do dia-a-dia. Um cheiro pra você! Karine, você agüentou muita chatice minha nestes dois anos, né? Adorava te perturbar... Muito obrigado pelo apoio nesta reta final. Você é uma pessoa especial. Ana Paula Maestrello, sua risada gostosa me divertia e me colocava pra cima. Sua companhia foi muito agradável. Sandi, partilhamos de momentos agradáveis nestes tempos, incluindo nossa viagem à São Carlos. Você só ficou me devendo uma canja... Ah! E não se esqueça de tomar conta do Jr.! Thaís Salles, não vou me esquecer da sua boa vontade e disposição constante em me ajudar. Você é um doce de pessoa. Obrigado por tudo. Maria Paula, sempre admirei sua dedicação aos estudos. Por trás da sua feição mais séria existe uma pessoa meiga e prestativa. Regina, sem você os gráficos mais importantes deste trabalho não teriam saído do mundo das idéias... Muito obrigado pela prestatividade e prontidão em me ajudar! Lígia, você é uma pessoa sensacional. Apesar de termos nos conhecido há pouco tempo, sua presença foi bastante marcante nesta minha caminhada! Nico, seus questionamentos e comentários nas aulas que assistimos juntos foram enriquecedores. Receber você e Denise na minha casa foi um momento muito divertido pra mim! Vanessa di Rienzo, sua ajuda no período da Qualificação do meu projeto de pesquisa (tirando dúvidas, discutindo textos e nos ensaios para a apresentação) foi valiosa. Manu, desde quando entramos na faculdade, ser seu amigo é muito bom pra mim. Sei que posso contar com você! Muito obrigado por ter aceitado tão prontamente fazer o teste do meu programa de computador. Vívica (Xislaine!), nossa amizade se solidificou e isto é motivo de alegria pra mim. Suas palavras de incentivo foram muito importantes. Gosto demais de você, Xis! Lu Verneque, admiro seu compromisso e seriedade com a vida de um modo geral. Obrigado pela constante atenção e enorme disposição em me ajudar. Você é uma pessoa maravilhosa.

7 vi Ana Maria Lé Sénéchal Machado (ufa!), seu pupilo favorito aprendeu muitas coisas com você. Tem sido ótimo partilhar minha vida com você. Beijo do Tino! André, nem sei como te agradecer por tudo o que fez e faz por mim. Você deu o pontapé inicial na minha formação enquanto um Analista do Comportamento. Foi um professor que me fez crescer. É provável que não estivesse concluindo este Mestrado se não tivesse sido seu aluno. Obrigado! Andréia, Junea e Sílvia: mesmo que nosso contato tenha diminuído um pouco nestes últimos tempos, sei da torcida de vocês por mim. Obrigado. Paty Casela, sua alegria de viver me emociona. Faz anos que te conheço e cada vez mais gosto de você. Obrigado por seu carinho comigo. Jô (Pê), ainda me lembro da primeira vez que te liguei agendando uma visita sua até a UFMG. Quem diria que deste encontro sairia uma amizade tão boa? Suas palavras de incentivo sempre me fizeram muito bem. Não me esquecerei do nosso passeio em São Paulo. Resende e Isabel, obrigado pelo carinho tão grande que vocês tem por mim. A recíproca é verdadeira. Geraldino, sem sua ajuda a realização deste trabalho seria inviável. O programa de computador ficou excelente! Obrigado por sua paciência, interesse em me ajudar e pelo enorme empenho ao longo destes meses. Você trabalhou duro para que tudo saísse ao meu contento. Dinalva (Bonitinha!) e Neusa, obrigado por sempre me receberam tão bem no Laboratório. E por toda a ajuda que vocês me prestaram. Cibele Santoro, sua presença na minha Banca de Qualificação foi imprescindível. Você atentou para fatos interessantes e que nenhum de nós havia pensado. Obrigado! Maria Eliza Mazzili, obrigado por sua sugestões e comentários na minha Qualificação. A leitura atenta que você fez do meu trabalho foi muito relevante. Roberto, fico muito grato por sua disponibilidade em me ajudar sempre que eu precisei. Suas considerações foram valiosas. Obrigado por tudo. Téia, ter sido seu aluno na atividade de pesquisa supervisionada foi uma etapa fundamental no meu crescimento acadêmico. Além disso, você sempre foi muito gentil e atenciosa comigo, o que me deixava confortável durante as aulas. Muito obrigado mesmo!

8 vii Nilza, ter sido seu orientando foi um privilégio. Você investiu em mim e defendeu comigo minhas idéias. Fez muitos questionamentos que me fizeram olhar além daquilo que eu conseguia enxergar sozinho. Aprendi muito com você durante este tempo. Seu jeito meigo e tranqüilo, além do cuidado que você sempre teve com as palavras ao sugerir algo novo ou ao fazer correções no meu trabalho foram de extrema importância.um beijo e muito obrigado! Aos demais professores do Programa de Mestrado, quero agradecer enormemente por terem contribuído significativamente na minha formação. A qualidade das aulas e cursos que vocês oferecem são excepcionais. A dedicação quase que exclusiva de vocês à Análise do Comportamento realmente impressiona! Finalmente, quero agradecer aos participantes desta pesquisa e à CAPES, que financiou parcialmente este projeto.

9 O estudo de qualquer objeto começa nos domínios da superstição. (Skinner, ) viii

10 ix SUMÁRIO AGRADECIMENTOS... iv SUMÁRIO... ix LISTA DE FIGURAS... x LISTA DE TABELAS... xviii RESUMO... xix ABSTRACT... xxi INTRODUÇÃO... MÉTODO... Participantes:... Local e Equipamento:... Procedimento:... Fase : Treino... Fase : Falhas randômicas seguidas de sucessos inevitáveis... Fase : Falhas randômicas seguidas por mudança direta dos ícones... RESULTADOS... DISCUSSÃO... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO... ANEXO...

11 x LISTA DE FIGURAS Figura : Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e, para os participantes P a P... Figura : Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e, para os participantes P a P... Figura : Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e, para os participantes P a P... Figura : Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e, para os participantes P a P... Figura : Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X,,,,, e Z, onde,,, e referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a e posterior a, respectivamente. Participantes P a P... Figura : Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X,,,,, e Z, onde,,, e referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a e posterior a, respectivamente. Participantes P a P... Figura : Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X, X, X, X, X, Z, Z, Z e Z onde X refere-se aos cliques seguidos de igualação dos ícones e os outros elementos referem-se aos quatro cliques anteriores e posteriores a X, respectivamente... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação...

12 xi Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que

13 xii foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação...

14 xiii Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam

15 xiv cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação...

16 xv Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura a: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura b: emitidas pelo participante P na Fase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura c: emitidas pelo participante P na Fase /subfase (gráfico superior) e na Fase /subfase (gráfico inferior). Os círculos representam cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones, os triângulos representam cliques que foram seguidos de mudança dos ícones (mudança de disposição ou igualação) e os quadrados representam cliques que foram seguidos de aumento na pontuação... Figura : emitida pelo participante P no início da Fase /subfase... Figura : emitidas pelo participante P na Fase /subfase... Figura : emitidas pelo participante P pouco antes da metade da Fase /subfase... Figura : emitida pelo participante P na Fase /subfase. As mudanças na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones... Figura : emitidas pelo participante P no final da Fase. Cliques eram emitidos numa mesma localização até que houvesse igualação dos ícones, momento em que ocorria mudança na localização dos cliques... Figura : Seqüência de cliques alternados nas zonas e exibida pelo participante P no final da Fase... Figura : emitidas pelo participante P no início da Fase. Mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como

17 xvi estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones... Figura : emitida pelo participante P na Fase /subfase. As mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones... Figura : emitida pelo participante P na Fase, que consistiu em clicar nas zonas,,, e em ordem ascendente e descendente... Figura : Seqüência ascendente descendente de cliques nas zonas a emitida pelo participante P no início da Fase... Figura : Seqüência de cliques apresentada pelo participante P nas zonas e e nas zonas e, aproximadamente na metade da Fase... Figura : supersticiosas emitidas pelo participante P nas zonas de localização que continham os ícones (zonas a )... Figura : Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente emitida pelo participante P nas zonas a, durante a Fase /subfase... Figura : emitida pelo participante P, envolvendo zonas que não continham ícones, tais como a seqüência durante a Fase /subfase... Figura : emitida pelo participante P, durante a Fase, mostrando que mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação... Figura : emitida pelo participante P na Fase /subfase, na qual uma quantidade maior de cliques era emitida numa mesma zona de localização antes que ocorresse uma mudança na localização dos cliques. Isto geralmente ocorria logo após a igualação dos ícones. As mudanças na disposição dos ícones pareceram funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização... Figura : emitida pelo participante P durante a Fase /subfase. Várias respostas na zona ocorreram após perda da oportunidade de aumentar a pontuação, já que após a igualação dos ícones ocorreram uma ou mais respostas na mesma zona de localização do clique que produziu a igualação dos ícones antes que fosse pressionada a tecla Seta para cima... Figura : Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente apresentada pelo participante P na Fase /subfase...

18 xvii Figura : apresentada pelo participante P na Fase /subfase. Nota-se algumas respostas supersticiosas envolvendo as zonas a, além de respostas na zona após a perda da oportunidade de acrescentar um ponto no contador numérico... Figura : emitida pelo participante P na Fase /subfase, exibindo cliques em várias zonas de localização, além de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas a... Figura : Seqüência supersticiosa de respostas nas zonas a, emitida pelo participante P na Fase / subfase... Figura : Seqüência de cliques emitida pelo participante P, em ordem ascendente e descendente nas zonas a (que continham os ícones), durante a Fase /subfase... Figura : Seqüência de cliques nas zonas a emitida pelo participante P a partir da metade da Fase /subfase. Mudanças na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones... Figura : emitida pelo participante P na Fase /subfase... Figura : Seqüência de cliques emitida pelo participante P na Fase /subfase, envolvendo as zonas e, caracterizando um padrão supersticioso transitório... Figura : Seqüência de cliques emitida pelo participante P na Fase /subfase...

19 xviii LISTA DE TABELAS Tabela : Ordem das fases experimentais pela qual os participantes dos diferentes grupos passaram... Tabela : Freqüência relativa dos cliques ocorridos sobre os ícones (zonas a )... Tabela : Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase... Tabela : Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase... Tabela : Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase... Tabela : Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase... Tabela : Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase... Tabela : Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase... Tabela : Relação de teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento... Tabela : Pontuação obtida por cada participante ao final do experimento...

20 xix Santos, G. M. (). A Relação entre Comportamento Supersticioso e Estímulo Reforçador Condicionado: Uma Replicação Sistemática de Lee (). Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. RESUMO O comportamento supersticioso foi primeiramente estudado em por B. F. Skinner, cujo trabalho Superstition in the Pigeon deu início a uma série de pesquisas envolvendo este tema. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de replicar sistematicamente o trabalho de Lee () e investigar se mudanças sistemáticas na disposição de ícones na tela do computador poderiam ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de emitir cliques numa mesma localização e, assim, ter contribuído para o padrão de respostas supersticiosas obtido por Lee (). A tarefa dos participantes era obter o maior número de pontos possível. Estes podiam ser obtidos pressionando-se a tecla Seta para cima no teclado do computador logo que cinco ícones presentes na tela ficassem iguais. Não foi dito aos participantes o que fazer para que os ícones se igualassem. A mudança dos ícones dependia da resposta de pressionar o botão do mouse, porém independia da localização na qual os cliques ocorriam. O experimento continha três fases. A tarefa dos participantes na Fase era mudar a disposição dos ícones na tela do computador através de cliques no mouse. A mudança na disposição dos ícones nesta fase obedecia a um esquema de razão, selecionado randomicamente de um arranjo que ia de : até :, sem repetição, sendo que o primeiro número representa um clique no mouse e o segundo número representa uma mudança nos ícones. Portanto, um número n de cliques no mouse (entre e ) era necessário para ocasionar mudanças na disposição dos ícones. As quatro primeiras mudanças que ocorriam se davam apenas na disposição dos ícones. Na quinta mudança sempre ocorria a igualação deles. Na Fase, após n cliques no botão do mouse (que variava de a de forma randômica e sem repetição) nos quais nenhuma mudança nos ícones ocorria, um esquema FR controlava a mudança dos ícones, sendo que os quatro primeiros cliques no botão do mouse mudavam sua disposição (porém eles permaneciam os mesmos) e o quinto e último clique produzia a igualação dos ícones. Na Fase, após o valor de n sorteado pelo computador, ocorria uma igualação direta nos ícones. Doze participantes foram divididos em dois grupos: o Grupo, com oito participantes, passou pelas Fases, e enquanto o Grupo, com quatro participantes, passou pelas Fases, e, respectivamente. Dois tipos de respostas supersticiosas foram identificados: () respostas de clicar sobre zonas de localização que continham ou não os ícones e () respostas de mudar a localização dos cliques após ocorrência de falha ou de mudança nos ícones. Foi observado que a maioria dos participantes do Grupo clicou sobre zonas de localização que continham os ícones, como se estas zonas controlassem sua igualação, enquanto que no Grupo as zonas que não continham os ícones foram as mais utilizadas pela maioria dos participantes deste grupo. A ordem das fases pelas quais cada grupo de participantes foi exposto parece ter influenciado no desempenho geral dos participantes no que se refere à localização dos cliques. Os diferentes valores de n iniciais possíveis de ocorrerem nas Fases e parecem ter colaborado para que estes diferentes desempenhos ocorressem. Também foi

21 xx observado que a maioria dos participantes mudou a localização dos cliques quando estes foram seguidos de mudança nos ícones, a despeito da igualação dos ícones não depender de nenhuma mudança na localização dos cliques. O padrão de respostas supersticiosas encontrado por Lee () - de variar a localização dos cliques quando eles eram seguidos por uma falha na mudança dos ícones e clicar numa mesma localização após um clique que era seguido de mudança dos ícones - não foi visto neste experimento. Porém, em alguns participantes constatou-se que, durante a Fase, as quatro mudanças sistemáticas que ocorriam na disposição dos ícones logo antes de ocorrer uma igualação parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido da primeira mudança na disposição dos ícones. A introdução da Fase não impediu que respostas supersticiosas ocorressem. Nesta fase, estas respostas parecem ter ficado sob controle apenas da igualação dos ícones e não mais sob controle tanto das mudanças na disposição dos ícones quanto pela ocorrência de igualação, que ocorriam na Fase. Palavras-chave: comportamento supersticioso, estímulos reforçadores condicionados, alterações ambientais independentes da resposta.

22 xxi Santos, G. M. (). The relationship between superstitious behavior and conditioned reinforcer: a systematic replication of Lee (). Master Thesis. Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. ABSTRACT Superstitious behavior was first studied in by B.F. Skinner, whose work Superstition in the Pigeon was the startpoint to a series of research on this subject. This study was carried out to systematically replicate Lee () and investigate if systematic changes in icon display on a computer screen could work as conditioned reinforcer to the response of clicking a mouse button in the same location on the screen. This could contribute to the standard set of superstitious responses observed by Lee (). The participants task was to obtain the highest scores possible by depressing the Up arrow key as soon as the five icons displayed on screen matched. The participants were not told what to do obtain the match. Icon change depended on the response of clicking the mouse button despite cursor location. The experiment had three phases. The participants task during phase was to change the icon display on the computer screen by clicking the mouse button. The icon display changed according to a ratio schedule randomly selected from an array that ranged from : to :, without repetitions, in which the first number is the number of clicks on the mouse button and the second number is an icon change. Therefore, n clicks on the mouse button ( to ) were necessary to produce changes in the icon display. The first four were related to icon display only. An icon match was always seen after the fifth click. During phase, following n clicks (that ranged from to randomly, without any repetitions) in which icon change was not observed, an FR schedule controlled icon change the first four clicks changed icon display, although icons remained the same, and the fifth click produced icon match. In phase, the n value was randomly selected by the computer and performing this n clicks produced icon match. Twelve participants were divided into two groups: Group, with eight participants, went through phases, and, while Group, with four participants, went through phases, and. Two types of superstitious responses were identified: () clicking the mouse button on icons or in any other place on the screen that did not have icons and () location changes or location repetitions after a failure to change the icons and after icons changes. The majority of participants in Group clicked over location zones that displayed the icons, as if these zones controlled icon match, while in Group the zones that did not display icons were more likely to be used by participants. The sequence of phases to which each group of participants was exposed seems to have influenced the location of clicks. The different possibilities for initial n values in phases and seem to have influenced the occurrence of different performances. It was also observed that the majority of participants changed the location of the click after an icon change, despite the fact that icon match did not depend on changing click location. The pattern of superstitious responses observed by Lee () - changing location after a failure to change the icons and repeating the same location after a click followed by an icon change - was not

23 xxii observed in this experiment. However, the four systematic changes in icon display right before icon match seem to have worked as conditioned reinforcers to clicking in the same location that was followed by the first change in icon display, as noticed in the performance of some participants during phase. The introduction of phase did not prevent superstitious responses. In this phase, these responses seemed to be controlled only by icon match, and not by changes in icon display and icon match, as observed in phase. Keywords: superstitious behavior, conditioned reinforcer, response-independent environmental changes.

24 INTRODUÇÃO O comportamento, enquanto uma relação entre um dado organismo e seu ambiente, constitui-se o objeto de estudo da Análise Experimental do Comportamento. O conceito de comportamento operante, de extrema importância na área, retira a descrição e a explicação do comportamento apenas da correlação fidedigna existente entre estímulos e respostas - os reflexos - bem como do condicionamento respondente, ampliando assim o campo de análise na medida em que inaugura o estudo de novos tipos de relação entre estímulos e respostas. O termo comportamento operante serve para descrever um outro tipo de relação entre estímulos e respostas - uma relação na qual uma resposta emitida por um organismo produz conseqüências no ambiente, modificando-o. As conseqüências desta resposta, então, retroagem sobre o organismo, alterando a probabilidade de ocorrência de tal resposta no futuro. Um comportamento não se repete exatamente da mesma forma de uma ocorrência para outra (...) Devemos falar não de respostas individuais, mas de classes de resposta com propriedades em comum. (Catania,, p.). Isto quer dizer que a probabilidade futura da emissão de uma instância de uma classe de respostas (uma resposta que produza a mesma conseqüência, independentemente de sua topografia) será selecionada pela conseqüência produzida pela própria resposta. Quando a freqüência de emissão da resposta de uma classe de respostas aumenta, dizemos que a conseqüência que a produziu é um estímulo reforçador. Assim, um estímulo reforçador fortalece uma classe de respostas no sentido de aumentar a freqüência de qualquer uma de suas instâncias. A este fortalecimento da classe de respostas produzido pelo reforçamento, Skinner (/) chamou de condicionamento operante. Segundo Catania (), o reforçamento, enquanto uma relação entre o comportamento e o ambiente, inclui três componentes relevantes: () as respostas precisam ter conseqüências, () a probabilidade destas respostas deve aumentar e () o aumento na probabilidade destas respostas deve ocorrer em função das conseqüências (descritas em ) e não em função de outras conseqüências quaisquer. Apenas satisfeitas estas três condições é que podemos dizer que as respostas foram reforçadas e que os estímulos eram estímulos reforçadores. A primeira data refere-se ao ano da publicação original, enquanto a segunda refere-se ao ano da obra consultada.

25 No entanto, de acordo com Skinner (/), No comportamento operante supersticioso (...) o processo de condicionamento malogrou (p. ). Isto porque o fortalecimento do comportamento ocorre mesmo que a apresentação de um estímulo que segue a resposta e aumenta sua probabilidade futura de ocorrência não dependa diretamente da resposta, ou seja, o fortalecimento do comportamento ocorre mesmo quando a resposta não produz tal estímulo. A propriedade crítica, segundo Skinner (, /), é a contigüidade entre a resposta e o evento subseqüente. Ele chamou este tipo de comportamento, no qual existe apenas uma relação acidental entre uma resposta e a apresentação de um evento subseqüente, de comportamento supersticioso. Dois tipos de relação entre respostas e eventos subseqüentes podem ser descritos (Andery e Sério, ): ) uma relação de contingência - é a relação na qual uma resposta mantém uma relação de dependência com um evento subseqüente, ou seja, a emissão da resposta produz um evento subseqüente (uma alteração ambiental) e é sensível a ele. Isto quer dizer que, sem a emissão da resposta, o evento subseqüente não ocorre. Neste caso, este evento subseqüente recebe o nome de conseqüência. ) uma relação de contigüidade - é a relação na qual um evento segue uma determinada resposta, ocorre logo após sua emissão, porém não é produzido por ela. Este evento recebe o nome de evento subseqüente apenas e deve ser reservado para descrever a relação na qual uma alteração ambiental segue uma resposta, vem depois dela sem, no entanto, ser seu produto. Alterações ambientais (tais como a apresentação de eventos subseqüentes), portanto, podem ocorrer independentemente da emissão de uma resposta por parte do organismo que se comporta. Nestes casos, fala-se em alterações ambientais independentes da resposta. Em, num experimento clássico ( Superstition in the pigeon ), Skinner destacou esta relação de contigüidade na qual alterações ambientais ocorrem independentes da resposta. Neste experimento, em intervalos regulares de segundos (FT s), comida era apresentada a pombos privados de alimento sem nenhuma conexão com o comportamento dos animais. Com a utilização deste tipo de esquema de reforçamento - um tipo de esquema no qual alterações ambientais ocorrem independentemente da emissão de respostas - Skinner constatou que seis dos oito pombos que participaram do experimento desenvolveram padrões de comportamento

26 bastante idiossincráticos e estereotipados. Nenhuma destas topografias de resposta havia aparecido com freqüência notável durante o período de adaptação à caixa experimental ou até que o comedouro fosse periodicamente apresentado. Um dos pombos dava duas ou três voltas no sentido anti-horário no período entre apresentação de alimento; outro enfiava repetidamente a cabeça num dos cantos da gaiola; um terceiro dava espécie de bicadas incompletas na direção do chão da gaiola, porém sem encostar-se a ela; outros dois pombos emitiam movimentos semelhantes a um pêndulo, ficando com a cabeça estendida para frente e balançando da direita para a esquerda de forma abrupta, seguidos de um retorno mais lento. O corpo destes animais geralmente seguia estes movimentos e alguns passos eram dados. Por fim, um outro pombo colocava a cabeça numa espécie de barra invisível e levantava-a repetidamente. Todas estas respostas repetiram-se rapidamente no período que se interpunha entre as apresentações de comida, num total de cinco a seis vezes em segundos. Skinner () forneceu uma explicação para como se deu, possivelmente, o processo de condicionamento. Segundo ele, os animais estavam executando alguma resposta no momento em que ocorreu, pela primeira vez, a apresentação de comida. Como resultado, a probabilidade da emissão de uma segunda resposta do mesmo tipo aumentou. Contanto que o intervalo entre a primeira e a segunda apresentação de comida não fosse muito grande a ponto de ocorrer extinção da resposta, seria bem provável que, na segunda vez em que fosse novamente apresentada comida aos pombos, eles estivessem emitindo uma resposta da mesma classe, e assim sucessivamente. Skinner notou que algumas respostas não eram seguidas por alimento, enquanto algumas apresentações de comida ocorriam antes que uma resposta tivesse sido emitida. Isto poderia ter provocado uma mudança na topografia da resposta que era predominante (variabilidade), já que poderia ocorrer de o animal estar emitindo uma resposta diferente da resposta predominante no momento em que o alimento foi apresentado. No entanto, Skinner apontou que o resultado geral obtido no experimento foi o aumento da probabilidade de emissão das respostas idiossincráticas e estereotipadas observadas. E concluiu dizendo que Seu aparecimento [das respostas supersticiosas] como o resultado de correlações acidentais com a apresentação do estímulo é inequívoco (Skinner,, p. ). A partir de então, um conjunto de estudos passou a ser realizado tanto com animais infra-humanos quanto com humanos, na tentativa de estabelecer as condições sob as quais um comportamento supersticioso emerge, incluindo os tipos de esquemas

27 de reforçamento que produzem tal comportamento (Neuringer, ; Pear, ; Wagner e Morris, ; Ono, ; Higgins, Morris e Johnson, ); os efeitos dos tipos e valores dos esquemas nos quais alterações ambientais ocorrem independentemente da resposta sobre o surgimento de comportamentos supersticiosos (Lachter, Cole e Schoenfeld, ; Ono, ); quais estímulos e quais propriedades de estímulos podem desempenhar um papel importante neste processo (Morse e Skinner, ; Ono, ; Gleeson, Lattal e Williams, ); que tipos de esquemas de reforçamento podem manter um responder supersticioso (Zeiler, ; Weisberg e Kennedy, ; Neuringer, ); a produção de uma superstição concorrente (Catania e Cutts, ); a relação entre seguimento de regras e comportamento supersticioso (Cerutti, ); os efeitos prévios do reforçamento dependente da resposta sobre um comportamento posteriormente mantido por eventos subseqüentes independentes da resposta (Eldridge, Pear, Torgrud e Evers, ; Lattal, ) e a avaliação das relações entre o desamparo aprendido e o comportamento supersticioso (Matute, ; Matute, ), entre outros. A discussão destes estudos é de relevância para o entendimento da superstição. Muitos deles serão aqui abordados. Alguns trabalhos (Zeiler, ; Weisberg e Kennedy, ; Neuringer, e Gleeson e cols., ) estavam interessados na investigação dos efeitos de determinadas alterações ambientais independentes da resposta sobre a manutenção de respostas que haviam sido previamente condicionadas sob esquemas de reforçamento dependentes da resposta. Nestes trabalhos, portanto, uma resposta pré-determinada pelo experimentador foi fortalecida, num primeiro momento, através da apresentação de um estímulo reforçador contingente à sua ocorrência. No trabalho de Zeiler (), por exemplo, realizado com o objetivo de observar a distribuição temporal de respostas ocorrendo sob esquemas nos quais alterações ambientais ocorriam independentemente da emissão de respostas, três pombos com história prévia de reforçamento sob esquemas de razão fixa (pássaros e ), intervalo variável e razão variável (pássaro ) serviram como sujeitos experimentais. Estes animais passaram primeiramente por uma condição na qual apresentação de comida dependia da emissão de respostas de bicar uma chave. Posteriormente, passaram por uma condição na qual a comida era apresentada independentemente das respostas que emitiam. Os esquemas que controlavam a apresentação de comida utilizados foram de intervalo fixo (FI min), intervalo variável (VI min), tempo fixo (FT min) e tempo variável (VT min). Luzes azuis e alaranjadas (que iluminavam a chave de respostas)

28 eram apresentadas alternadamente. Todas as apresentações de comida ocorreram apenas na presença da luz azul, tanto nos esquemas dependentes quanto independentes da resposta. A luz laranja iluminava a chave de respostas após cada apresentação de comida e permanecia acesa por minuto apenas, até que a luz azul era novamente acesa e era então introduzido um novo esquema de reforçamento. A passagem de um esquema de reforçamento dependente da resposta para uma condição na qual alterações ambientais ocorriam independentes do responder dos sujeitos (pombos, e ) seguiu a seguinte ordem: um esquema de intervalo variável (VI min), seguido pelo esquema de tempo fixo (FT min), depois por um esquema de intervalo fixo (FI min) e depois pelo esquema de tempo variável (VT min). O pombo passou, previamente, por dois esquemas de reforçamento a mais que os outros dois pássaros. Começou o experimento num esquema de intervalo fixo (FI min) e depois passou para um esquema de tempo fixo (FT min). Só então passou pelo esquema VI mim, que foi o primeiro esquema pelos quais passaram os pombos e. O último esquema de reforçamento envolveu uma mudança direta do esquema VT para o esquema FT para todos os sujeitos. Os resultados gerais encontrados foram o de uma redução na taxa de respostas de todos os pombos, à medida que as alterações ambientais independentes da resposta entravam em vigor. O pombo, ao final do experimento, parou de emitir respostas; o pombo respondeu com uma taxa cada vez menor, entretanto manteve um responder substancial até o último dia do experimento e o pombo teve suas taxas de resposta estabilizadas a um nível baixo (menor do que os níveis obtidos sob os esquemas de reforçamento dependentes da resposta). No que se refere às luzes azul e laranja, observou-se que na presença da luz laranja (diante da qual nenhuma resposta era reforçada), a freqüência de emissão da resposta foi muito baixa ou nula logo nos primeiros dias do experimento. Já a luz azul, segundo o autor, pode ter funcionado como um estímulo eliciador condicionado (CS) para a resposta de bicar a chave de resposta devido ao pareamento entre a luz azul e a apresentação de alimento (US) independente do comportamento dos pombos. Zeiler () concluiu que a diminuição na freqüência de respostas obtidas sob os esquemas FT e VT, e a manutenção de uma freqüência elevada de respostas obtidas sob os esquemas FI e VI indicam que a dependência entre a emissão de resposta e reforçamento determinam a taxa de respostas. No ano seguinte, Weisberg e Kennedy () realizaram dois experimentos com crianças entre dois e cinco anos de idade. Estavam interessados em avaliar sob que condições e em que extensão alterações ambientais independentes da resposta poderiam

29 manter o comportamento de crianças que foram previamente condicionados utilizando um esquema de reforçamento dependente da resposta. No experimento, após serem treinadas a pressionar uma barra produzindo comida (as crianças ficavam entre duas horas e meia a três horas sem comer e então eram levadas à sala experimental, na qual recebiam pequenos pedaços de comida por pressionarem uma barra de plástico) sob um esquema de reforçamento FR, entrou em vigor um esquema de reforçamento de intervalo variável (VI s), com um limited hold igual a, segundos (fase que os autores chamaram de linha de base). Nove crianças participaram desta etapa. Na próxima fase, seis dos nove participantes foram submetidos a um esquema de reforçamento de tempo variável igual a s (VT s), enquanto que os três participantes restantes não obtiveram nenhuma quantidade de alimento por pressionar a barra (extinção). Viu-se que tanto as operações de extinção quanto as de apresentação de alterações ambientais independentes da resposta reduziram o responder dos participantes. No entanto, a taxa de respostas decresceu de forma abrupta no caso das três crianças que tiveram seu comportamento sob extinção, enquanto que a redução na taxa de respostas para três dos seis participantes que passaram pela condição de alterações ambientais independentes da resposta foi mais lenta. O grau no qual as alterações ambientais independentes da resposta mantiveram a ocorrência de respostas após sua instauração dependeu, de alguma forma, do responder obtido pelos participantes durante a linha de base (VI s LH s), sendo que os participantes cujo responder foi maior na linha de base foram aqueles cujo responder também foi maior na condição de apresentação de eventos subseqüentes independentes da resposta. Um segundo experimento foi então realizado a fim de aumentar a influência das contingências ambientais, proporcionando aos sujeitos uma história de condicionamento que garantisse uma taxa de respostas maior. Utilizou-se então um esquema de reforçamento de razão variável igual a (VR ) durante a linha de base e, nas sessões nas quais estavam em vigor a ocorrência de alterações ambientais independentes da resposta, comida era apresentada a intervalos de tempo fixo (FT). Após passarem pelas sessões de linha de base, dois sujeitos (S e S) passaram por sessões em que alterações ambientais ocorriam independentes de suas respostas, seguidas de retorno à linha de base e, então, extinção. Outro sujeito (S) passou direto da condição de ocorrência de alterações ambientais independentes da resposta para a condição de extinção (sem retorno à condição de linha de base), já que seu responder não apresentou diminuição de freqüência durante a apresentação dos eventos subseqüentes. Os cinco

30 sujeitos restantes (S, S, S, S e S) foram submetidos à seguinte ordem de esquemas: linha de base (VR ), extinção, retorno à linha de base e então pela condição de alterações ambientais independentes da resposta. Como no Experimento, a taxa de respostas da maioria dos sujeitos foi mantida por um período maior de tempo quando a condição de alterações ambientais independentes da resposta estava em vigor do que quando o procedimento de extinção vigorou. Diferentemente do responder obtido com os sujeitos durante a extinção, durante a apresentação das alterações ambientais independentes da resposta três sujeitos (S, S e S) não mostraram evidência de declínio no responder e os sujeito S e S tiveram suas taxas estabilizadas em valores correspondentes a % e % da média das duas últimas sessões de retorno à linha de base VR, respectivamente. De qualquer maneira, o fato das alterações ambientais independentes da resposta ter falhado na preservação indefinida da taxa de respostas de pressão à barra em todos os sujeitos demonstra a importância da contingência de reforçamento na manutenção do comportamento. No trabalho de Neuringer (), bicar uma chave produziu alimento imediatamente após o responder de pombos por apenas três vezes. Em seguida, passouse a apresentar comida independentemente do comportamento por eles emitidos por aproximadamente sessões. O interesse primordial do autor neste estudo era saber se uma resposta recém aprendida (que havia sido reforçada apenas três vezes) poderia ser fortalecida e mantida por uma condição na qual apresentações de alimento ocorreriam independentemente das respostas emitidas pelos sujeitos. A novidade trazida pelo autor é a quantidade de reforços utilizada. Segundo Neuringer (), nos outros estudos sobre comportamento supersticioso que haviam sido realizados até aquele momento, os sujeitos experimentais recebiam centenas ou milhares de reforços produzidos por respostas de bicar uma chave antes do início da ocorrência de um responder supersticioso. Assim, todos os animais que se comportavam de maneira supersticiosa recebiam, primeiramente, um número indefinido de reforçamento dependente da resposta. Em seu experimento, onze pombos ingênuos foram os sujeitos experimentais. Como parte do treino preliminar, todos os animais passaram a se alimentar através do comedouro situado na caixa experimental. Em seguida, trinta apresentações de comida ocorreram a despeito do comportamento dos animais, segundo um esquema VT s. Ao final deste procedimento de treino ao comedouro, todos os animais se aproximavam do mesmo assim que ele era acionado. Após este treino preliminar, os sujeitos foram divididos em três grupos. Os sujeitos do grupo experimental (quatro pombos) foram

31 colocados individualmente numa caixa experimental padrão com a chave de respostas iluminada de vermelho. Nenhuma comida foi apresentada até que o animal bicasse a chave. Quando isto ocorreu, o comedouro foi acionado, a chave de respostas foi apagada e uma luz de feedback (localizada no teto da caixa experimental) piscava. Deve-se notar que não houve nenhuma tentativa de modelar a resposta de bicar a chave. As próximas duas respostas de bicar a chave produziam as mesmas conseqüências anteriormente descritas. Portanto, as três primeiras respostas de bicar a chave produziram alimento de maneira contingente. No restante desta primeira sessão, bem como nas dezenove seguintes, a apresentação de alimento seguiu um esquema de tempo variável igual a segundos (VT s). Em cada sessão ocorriam apresentações de comida a despeito do comportamento dos animais. A resposta de bicar a chave produzia apenas a ocorrência da luz de feedback. No grupo de extinção (grupo controle), os pombos receberam alimento produzido por apenas três respostas de bicar a chave, acompanhadas pela luz de feedback. Após estes três reforços, durante o restante desta primeira sessão e nas dezenove sessões seguintes, bicar a chave ocasionava apenas o aparecimento da luz de feedback. O grupo de extinção foi formado, já que as respostas emitidas pelos pássaros do grupo experimental poderiam ter sido causadas apenas pela ocorrência dos três reforços, apenas pela apresentação de comida a despeito das respostas emitidas pelos animais ou pela combinação de ambas. De maneira semelhante, a fim de determinar se as respostas emitidas pelos pombos do grupo experimental eram geradas apenas pelas alterações ambientais independentes da resposta ou se o bicar era uma resposta provável de ocorrer antes do início do experimento, três animais (grupo controle de alterações ambientais independentes da resposta) foram submetidos diretamente à apresentação de eventos subseqüentes independentes da resposta esquema VT s. Quarenta e cinco apresentações de comida independentes do comportamento dos sujeitos ocorreram durante sessões. Os resultados deste experimento mostraram que os pássaros do grupo experimental emitiram um número muito maior de respostas do que qualquer outro grupo - uma média de respostas, enquanto que o grupo de extinção emitiu uma média de respostas e o grupo que foi submetido às alterações ambientais independentes da resposta exibiu uma média de respostas. Uma replicação do experimento de Neuringer () dezenove anos mais tarde apontou resultados que corroboram os dados por ele encontrados naquela época. Gleeson, Lattal e Williams (), além de replicar os procedimentos conduzidos por

32 Neuringer (), investigaram se a manutenção do responder dos sujeitos poderia ocorrer em função de estímulos reforçadores condicionados - aventou-se a possibilidade de a luz de feedback (que se acendia no teto da caixa experimental toda vez que o animal bicava a chave de respostas) ter funcionado com um estímulo reforçador condicionado para a resposta de bicar a chave de respostas, já que no momento em que a comida era apresentada, o comedouro era iluminado de maneira semelhante. Para tanto, três pombos passaram por uma condição experimental idêntica à do experimento de Neuringer (), exceto pela ausência da luz de feedback. Viu-se que o responder dos animais cuja resposta de bicar a chave havia sido reforçada por apenas três vezes foi mantido durante a condição de alterações ambientais independentes da resposta. Tal manutenção ocorreu a despeito da presença ou ausência da luz de feedback que seguia cada resposta dos animais, descartando a hipótese de que a manutenção do responder supersticioso encontrado por Neuringer () tivesse ocorrido em função de estímulos reforçadores condicionados. Os resultados, portanto, confirmaram as observações feitas por Neuringer () sobre a possibilidade de se obter um responder supersticioso após uma breve história experimental de reforçamento de uma dada resposta. Estes dois experimentos parecem sugerir que uma breve história de reforçamento dependente da reposta não é apenas um fator importante, mas suficiente para a manutenção de um responder supersticioso quando está em vigor uma condição na qual alterações ambientais ocorrem independentemente da emissão de respostas. A rapidez com que comportamentos supersticiosos foram instalados nesses animais sugere que eles podem se comportar desta maneira com bastante freqüência. Segundo Neuringer (), ambientes contêm muitos eventos subseqüentes que ocorrem independentemente da emissão de uma resposta; tais eventos geralmente seguem alguma resposta passível de sofrer condicionamento. Somado a isto, de acordo com Neuringer (), para um comportamento supersticioso ocorrer, pouquíssimas relações acidentais entre resposta e eventos subseqüentes são necessárias, o que, ainda de acordo ele, sugere que a ocorrência de comportamento supersticioso é um evento comum, usual, corriqueiro no repertório de um animal. Se este raciocínio estiver correto, uma grande parte do comportamento aprendido pelos organismos são supersticiosos, mantidos por eventos sobre os quais eles não têm nenhum controle. A necessidade do uso de procedimentos como change over delay e time-out em alguns experimentos (Catania e Cutts, ; Boren e Devine, ) para prevenir a ocorrência de comportamentos supersticiosos também dá suporte ao argumento recém exposto.

33 No que se refere às respostas que produzem estímulos reforçadores e às respostas que apenas antecedem a ocorrência de alterações ambientais sem, no entanto, causarem sua ocorrência (respostas supersticiosas), quatro similaridades são apontadas por Neuringer (): ) ambas as respostas podem ser mantidas por esquemas de reforçamento intermitente; ) ambas toleram atrasos entre a emissão da resposta e a ocorrência do evento subseqüente; ) ambas podem sofrer extinção e ) o padrão temporal de ambas é afetado pelo padrão temporal do evento subseqüente. Estes três últimos experimentos apresentados indicam que a dependência entre respostas e eventos subseqüentes determina a freqüência de respostas, já que quando o evento subseqüente é apresentado a despeito da resposta emitida pelo sujeito experimental, a freqüência de respostas diminui; e quando há uma relação de contingência entre eles, a freqüência é maior. Mas alterações ambientais independentes da resposta, como se sabe, não servem apenas para manter (ainda que com taxas menores) algum padrão comportamental já existente no repertório de um organismo. Elas também podem e geram o desenvolvimento de topografias de respostas idiossincráticas e estereotipadas de comportamento supersticioso. O experimento de Ono () foi delineado para investigar três questões: o desenvolvimento de respostas idiossincráticas estereotipadas semelhantes às obtidas por Skinner (), porém com seres humanos; o desenvolvimento de uma superstição sensorial (tipo de comportamento supersticioso que ocorre quando um determinado estímulo - uma luz, por exemplo - presente quando uma resposta é reforçada, passa a controlar a emissão de tal resposta mesmo que sua presença durante o reforçamento seja acidental) e, por fim, os efeitos dos tipos e valores de alguns esquemas nos quais estão presentes alterações ambientais independentes de respostas. Vinte estudantes universitários entre e anos participaram da pesquisa. O equipamento utilizado consistia de três barras de aço (uma barra central, além de uma barra de cada lado desta). O acionamento correto das barras (respostas emitidas com uma força mínima de N) era indicado por uma lâmpada vermelha que havia ao lado de cada uma delas. Na parede que ficava à frente da estrutura que continha as três barras estava localizado um contador numérico e uma luz vermelha. Abaixo desta luz vermelha foi montada uma luz que podia ser alaranjada, vermelha ou verde. Os sujeitos ouviam uma instrução que indicava que os participantes não precisavam fazer nada em especial, mas que, se

34 fizessem alguma coisa, poderiam ganhar pontos. E eram instruídos a obter o máximo de pontos possível. Durante a sessão experimental, foram apresentadas três lâmpadas de cores diferentes (vermelha, alaranjada ou verde). Cada uma acendia-se de seis a oito vezes em uma seqüência randômica e a duração total de cada lâmpada, bem como a freqüência do aparecimento dos eventos subseqüentes (pontos, luz vermelha e tom sonoro) enquanto cada uma delas estava acesa foram iguais. Os esquemas de reforçamento empregados foram FT s, FT s, VT s ou VT s. Ao final do período de tempo programado por cada esquema, um ponto era adicionado ao contador numérico, seguido por um flash de luz vermelha (esta outra luz ficava junto do contador numérico) e por um tom sonoro, independentemente do responder dos sujeitos. A fase inicial do experimento durou trinta minutos, durante a qual os sujeitos receberam pontos (nos esquemas FT ou VT s) ou então pontos (nos esquemas FT ou VT s). Após esta fase inicial, cada participante foi exposto a um período de dez minutos de extinção. Dos vinte participantes deste estudo, três desenvolveram comportamentos supersticiosos que persistiram durante todo o experimento, enquanto que a maioria apresentou este tipo de comportamento de maneira transitória. Dos participantes cujo padrão supersticioso foi permanente, um deles (S) desenvolveu uma superstição topográfica, cujo padrão estabelecido foi o de várias respostas de pressão às barras (geralmente quatro) seguidas de um tempo no qual apenas uma barra era pressionada e mantida assim por um período de tempo mais longo. Após nove minutos de sessão, seu comportamento estava estereotipado. Outra participante (S) começou a sessão emitindo várias respostas de pressão à barra. Entretanto, tanto o primeiro quanto o segundo ponto no contador numérico só apareceu segundos após uma pressão à barra. Com isto, seu comportamento de pressão à barra diminuiu e ela se engajou em outros comportamentos. Após aproximadamente cinco minutos de sessão, quando ela já havia parado temporariamente de pressionar as barras, um ponto foi adicionado ao contador numérico após ela ter colocado sua mão direita na armação de ferro na qual as barras estavam instaladas. Ela então subiu na mesa e encostou a mão direita no contador numérico. Logo que isto ocorreu, mais um ponto foi adicionado ao contador. Ela passou, então, a tocar vários objetos tais como a luz vermelha, laranja ou verde, o painel dos pontos, a parede e etc. Aproximadamente dez minutos mais tarde, o contador numérico registrou um ponto a mais enquanto ela estava dando um pulo, o que acabou substituindo o comportamento de tocar os objetos pelo comportamento de pular. Após

35 cinco pulos, a ocorrência de um ponto se deu quando ela, com sua sandália em uma das mãos, pulou e encostou no teto. Este comportamento continuou a ocorrer repetidamente e foi seguido por pontos até que ela parou de responder após vinte e cinco minutos de sessão, provavelmente devido à fadiga (Ono, ). Essa mudança na topografia da resposta não é de modo algum inesperada, como Skinner () apontou, já que a resposta mais provável de ser emitida no futuro é aquela que precedeu o estímulo subseqüente que a fortaleceu. Assim, se este for apresentado após um período de tempo longo que permita que novas respostas sejam emitidas, então uma nova resposta terá sua probabilidade aumentada quando da apresentação deste estímulo (estímulo subseqüente). Isto foi o que ocorreu com a maior parte dos sujeitos do presente experimento. O participante S, por exemplo, pressionou por seis vezes as barras na seguinte ordem: barra esquerda - barra do meio - barra direita - barra direita - barra do meio - barra esquerda. Apesar de um ponto não ter ocorrido imediatamente após a emissão deste comportamento, a adição de um ponto no contador numérico ocorreu justamente quando ele emitiu este mesmo padrão de resposta por mais três vezes consecutivas. Outro participante (S) mudou de um padrão de comportamento referente à taxa de respostas para um padrão referente ao local da resposta. Outros exemplos deste tipo envolveram respostas topográficas tais como a posição da mão segurando a barra, a força ou a velocidade com que as pressões eram emitidas e a mão utilizada para pressionar as barras. Assim, com a maioria dos participantes foi observado que um dado padrão de respostas foi repetido por apenas um determinado período de tempo, pois a ocorrência de pontos raramente seguiu o mesmo padrão de respostas de forma repetida. No que se refere aos tipos e valores dos esquemas utilizados no experimento de Ono (), em geral observou-se que esquemas de tempo fixo produziram mais pressões à barra do que esquemas de tempo variável. Além disso, esquemas de segundos também produziram mais respostas do que os de segundos. O aparecimento das três luzes (que ocorria em uma seqüência randômica independente do comportamento dos participantes e que mudava independente da ocorrência dos pontos) gerou um responder supersticioso sensorial em seis participantes: a freqüência de emissão de respostas em determinadas barras aumentou notadamente quando uma determinada cor de luz estava presente e diminuiu enquanto as outras estavam acesas. Este tipo de superstição foi inicialmente investigado por Morse e Skinner (). Desta forma, um estímulo presente quando uma resposta é

36 reforçada pode adquirir controle discriminativo sobre a resposta mesmo que sua presença durante o reforçamento seja acidental (Morse e Skinner,, p.). Eles denominaram de superstição sensorial positiva a discriminação formada quando ocorre um aumento na taxa de respostas na presença do estímulo (situação exemplificada pelas luzes no experimento recém exposto Ono, ) e de superstição sensorial negativa quando a taxa de respostas na presença do estímulo diminui. No mesmo ano do experimento de Ono (), Wagner e Morris () realizaram um experimento que teve por objetivo obter dados sobre a aquisição de comportamento supersticioso através de uma replicação sistemática do experimento de Skinner () utilizando crianças como sujeitos experimentais. Cada criança era levada a uma sala experimental que continha um palhaço mecânico. O nariz do palhaço podia ser iluminado e servia como um manipulandum. De sua boca saíam bolinhas de gude, que ficavam disponíveis num compartimento de plástico por, segundos (limited hold utilizado para replicar de maneira mais semelhante possível os procedimentos utilizados com sujeitos não-humanos.) Duas sessões de linha de base foram conduzidas a fim de observar se as futuras respostas que ocorreriam sob um esquema de reforçamento de tempo fixo já estavam presentes, de alguma maneira, antes de uma condição em que alterações ambientais independentes da resposta entrassem em vigor. Seis sessões de dez minutos cada foram então conduzidas sob esquemas de reforçamento FT s ou FT s (seis participantes em cada grupo). Nesta condição experimental, o nariz do palhaço ficava aceso por segundos antes da entrega das bolinhas de gude, a fim de facilitar a discriminação temporal dos esquemas envolvidos. Cada criança era instruída a pegar uma grande quantidade de bolinhas de gude, para que então pudesse trocá-las por um brinquedo (previamente selecionado por elas). Sete das doze crianças (quatro sob esquema FT s e três sob esquema FT s) mostraram uma resposta dominante específica que aumentou de probabilidade ao final dos intervalos de tempo fixo. Estas respostas dominantes (tocar qualquer parte do palhaço com exceção do nariz, com uma ou ambas as mãos; beijar o palhaço; tocar o nariz do palhaço com uma ou ambas as mãos; chupar o dedo e etc.) não estiveram presentes durante as sessões de linha de base, emergindo durante as sessões sob esquema de tempo fixo. Baseado no comportamento destas sete crianças, os autores acreditam que seu estudo fornece evidências de que comportamento humano emergirá e será mantido sob condições nas quais contingências similares às manipuladas por Skinner () estiverem presentes.

37 Higgins, Morris e Johnson () comentam que os procedimentos que até então haviam sido utilizados para estudar o comportamento supersticioso não forneciam um modelo adequado para explicar as superstições culturais nas quais a topografia da resposta parece ser transmitida socialmente (como, por exemplo, andar acompanhado de um pé de coelho). Para Herrnstein (), as superstições humanas, diferentemente das superstições obtidas com animais, surgem num contexto social. Desta forma, cada membro de uma cultura particular (através do processo de aculturação, no qual novos membros recebem uma educação extensiva por parte dos membros mais velhos da cultura) entra em contato com as superstições já existentes em sua cultura. Estas superstições já estabelecidas funcionariam como linha de base sobre a qual as experiências individuais agiriam. Ou seja, uma pessoa pode ouvir desde cedo que andar com um pé de coelho é uma atividade que traz sorte para as pessoas que assim se comportam e pode, então, começar a andar com um pé de coelho. No entanto, relações acidentais entre resposta (andar com um pé de coelho) e eventos subseqüentes são o que determinariam, ainda de acordo com Herrnstein (), se este comportamento seria ou não fortalecido e, portanto, mantido no repertório do indivíduo. Nas superstições transmitidas culturalmente, o padrão de resposta idiossincrático que Skinner () produziu está ausente. O estudo de Higgins e cols. (), então, investigou procedimentos que pudessem produzir comportamentos supersticiosos mais semelhantes ao modo pelo qual comportamentos supersticiosos transmitidos culturalmente são estabelecidos. Mais especificamente, foram observados se instruções e modelação através de uma fita de vídeo produziriam um responder que, subseqüentemente, seria mantido sob um esquema de reforçamento de tempo variável (VT). O equipamento utilizado era bastante semelhante ao descrito anteriormente no trabalho de Wagner e Morris (). Sete crianças com idades entre três e cinco anos foram divididas em dois grupos. Três crianças recebiam instruções completas para realizar as tarefas. As instruções ensinavam-nas a apertar o nariz do palhaço a fim de receberem bolinhas de gude, que posteriormente poderiam ser trocadas por um brinquedo. Após aprenderem a apertar o nariz do palhaço, no dia seguinte foi dito a estes três participantes que o palhaço, agora, só daria bolinhas de gude se eles apertassem seu nariz quando o mesmo estivesse aceso. Em seguida, dava-se início à sessão experimental, que consistia de dez minutos de exposição ao esquema múltiplo VT s EXT. Em um dos componentes, o nariz do palhaço estava iluminado, bem como seus olhos, além de haver uma música tocando.

38 No outro componente, o nariz continuava aceso, porém a luz dos olhos e a música foram desligadas. Os componentes se alternavam a cada minutos, sendo que toda sessão iniciava-se no componente de tempo variável. Na primeira sessão, as primeiras bolinhas de gude foram entregues após a segundos do início da sessão para permitir que respostas pudessem ocorrer antes da apresentação das bolinhas de gude. Um responder diferencial (com taxa de respostas bem maiores no componente VT em comparação ao componente EXT) foi mantido por mais de vinte sessões com dois dos três sujeitos desse primeiro grupo. O outro participante desse grupo estava respondendo na mesma direção, porém começou a chorar numa das vezes em que o componente EXT entrou em vigor e acabou sendo retirado do experimento. Os outros quatro sujeitos receberam apenas parte das instruções ouviram apenas que deviam apertar o nariz do palhaço quando ele estivesse aceso para que recebessem bolinhas de gude (para posterior troca por um brinquedo). Durante cinco sessões experimentais, estes quatro sujeitos não emitiram nenhuma resposta e, portanto, nenhuma sessão adicional foi conduzida com eles. O responder obtido no componente VT pode ser, segundos os autores, conceitualizado como um exemplo de uma classe supersticiosa de comportamento operante adquirida através de interação social e mantida (por aproximadamente sessões) sob um esquema no qual alterações ambientais ocorrem independentemente da emissão de respostas. Um segundo experimento foi então conduzido para determinar se modelação através dos pares - uma maneira comum pela qual comportamento social é instalado - poderia ser utilizado para gerar comportamento supersticioso. Onze crianças com idades entre três e cinco anos foram os sujeitos experimentais. Cinco crianças (Condição ) receberam as instruções completas dadas no experimento anterior, acrescida de mais uma condição: elas assistiram a um vídeo no qual uma criança (do experimento anterior) estava respondendo com uma taxa média de respostas por minuto, sob o componente VT do esquema múltiplo VT s EXT. Além disso, o nariz do palhaço estava aceso, os olhos não estavam iluminados e os participantes só viam a imagem da televisão, sem nenhum tipo de som. Os outros seis participantes (Condição ) assistiram a um vídeo no qual apenas o palhaço com o nariz aceso estava presente na sala experimental, não havendo nenhuma ocorrência de entrega de bolinhas de gude. Em seguida, os participantes de cada um dos grupos foram expostos, individualmente, ao esquema múltiplo VT s EXT. Das cinco crianças que passaram pela Condição, duas desenvolveram um responder diferencial em relação aos dois componentes do esquema em vigor, com taxas elevadas no componente VT e

39 taxas reduzidas no componente EXT. Dos seis participantes restantes (Condição ), cinco não emitiram respostas. O outro sujeito respondeu com taxas muito reduzidas durante apenas uma sessão. Os resultados obtidos com os dois sujeitos cujo responder diferencial foi estabelecido podem ser vistos como um exemplo de uma condição na qual alterações ambientais independentes da resposta produzem comportamento imitativo. Esses três últimos experimentos realizados com seres humanos demonstraram que comportamento supersticioso pode ser adquirido e mantido na ausência de qualquer história programada de reforçamento dependente da resposta. Outro dado importante sobre comportamentos supersticiosos, em parte já explicitado anteriormente nesta introdução, é o de que eles podem apresentar variabilidade. Sabe-se que a variabilidade de respostas é maior durante a extinção do que durante o condicionamento (Antonitis, ). E que esquemas de razão fixa geram um padrão de respostas com muito pouca variabilidade, sendo menor à medida que o valor da razão aumenta; em contrapartida, esquemas de intervalo fixo produzem uma variabilidade de respostas maior (Boren, Moerschbaecher e Whyte, ). No experimento de intitulado A second type of superstition in the pigeon, Morse e Skinner afirmaram: A direção da superstição não é necessariamente estável. Em uma sessão experimental longa, uma superstição positiva pode dar lugar a uma superstição negativa, ou vice-versa. Tais mudanças são geralmente facilmente explicadas em termos de reforçamento adventício ou falha no recebimento do reforçamento na presença do estímulo acidental (Morse e Skinner,, p.). Mesmo no experimento inicial, de, Skinner já expôs a possibilidade de haver variabilidade na topografia da resposta. Para um dos pombos, o intervalo entre apresentações de alimento foi aumentado para minuto. Isto ocasionou uma mudança na topografia da resposta supersticiosa. Concordando com a posição defendida por Skinner () em relação ao comportamento supersticioso, incluindo a questão relativa à possibilidade de variabilidade, Lee () vai um pouco além e afirma ser possível, sob certas circunstâncias, que a variabilidade poderia ser mantida acidentalmente por eventos

40 subseqüentes a outros aspectos do comportamento. Assim, seu estudo teve como objetivo determinar se variabilidade espacial (em relação à localização de uma resposta) poderia ocorrer no comportamento humano quando eventos subseqüentes fossem contingentes a uma propriedade numérica do comportamento. Em seu estudo, portanto, a apresentação destes eventos dependia da emissão de respostas por parte dos participantes (que consistiam de cliques no botão do mouse sobre a tela do computador). Contudo, não dependia da localização na tela do computador na qual as respostas (os cliques) ocorriam. Foi dito aos participantes (seis estudantes universitários) que a pesquisa tinha o objetivo de verificar o que as pessoas fazem quando são solicitadas a completar tarefas de computador; o que elas fazem ao interagir com estas tarefas. Também ficaram cientes de que instruções sobre como obter pontos poderiam ou não ser fornecidas e, caso instruções não fossem dadas, caberia a eles descobrir o que fazer. Para cada quinze minutos de participação no estudo, cada participante recebeu $. dólares. Um bônus de $. dólares seria dado ao participante que obtivesse a maior pontuação. Além disso, as instruções informavam que para ganhar pontos, cada participante deveria aperta a tecla Seta para cima do teclado do computador assim que os ícones na tela do computador ficassem iguais. Não havia instruções adicionais. A primeira tela que aparecia no computador continha cinco ícones diferentes no canto superior esquerdo, um contador numérico registrando zero pontos na parte superior direita e uma área indiferenciada que ocupava o restante da tela. A tela do computador foi dividida pela experimentadora em seis zonas para facilitar a identificação da localização do cursor na tela quando um clique no botão do mouse ocorria. Cada ícone constituiu uma zona diferente e a sexta zona era a área restante da tela (área indiferenciada). Durante a fase de Pré-treino, a tarefa do participante era basicamente mudar a disposição dos ícones. Cliques no botão do mouse mudavam a disposição dos ícones seguindo um esquema de razão igual a cinco. Um arranjo que ia de : até : foi utilizado, sendo que o primeiro número representa um clique no botão do mouse e o segundo número representa a mudança na disposição dos ícones. Cada razão era selecionada de forma randômica e sem repetição, até que todas fossem usadas pelo menos uma vez. Todos os cliques no mouse contribuíam para preencher os requisitos impostos pelo arranjo, independentemente da localização do cursor do mouse. A cada quinta ocorrência de mudança dos ícones, no lugar de ocorrer uma mudança apenas em sua disposição, ocorria uma igualação dos mesmos. Esta fase terminou após cinco igualações dos ícones. Um ponto era adicionado ao contador numérico e um breve

41 tom sonoro ocorria se os participantes apertassem a tecla Seta para cima no teclado do computador apenas quando os ícones se igualassem (e assim que isto ocorresse) e antes de pressionar qualquer outra tecla ou o botão do mouse novamente. Caso isto não fosse feito, um som de reprovação era apresentado e um ponto era reduzido do contador numérico. A próxima fase (Falhas randômicas seguidas por sucessos), era bem semelhante ao Pré-treino. A diferença estava na maneira como a mudança na disposição dos ícones ocorria. Nesta nova fase, os primeiros n cliques no botão do mouse falhavam na mudança da disposição dos ícones. Um valor de n era escolhido entre os valores a, de forma randômica e sem repetição, de maneira sucessiva até que todos os valores fossem utilizados uma vez. Após o valor de n selecionado pelo programa de computador, os próximos cinco cliques no mouse invariavelmente mudavam a disposição dos ícones, porém apenas no último clique é que os ícones se igualavam. Portanto, após o valor de n, o quinto clique no botão do mouse sempre gerava a ocorrência de ícones iguais. Em seguida, outro valor n era selecionado e, ao final dos n cliques, os cinco cliques seguintes mudavam a disposição dos ícones, ocorrendo a igualação dos mesmos apenas no quinto clique. Este ciclo de falhas randômicas seguidas por sucessos inevitáveis na mudança dos ícones ocorreu por três vezes ao todo. O experimento terminava após igualações dos ícones, incluindo as cinco vezes em que eles se igualaram durante o Pré-treino. Os principais resultados mostraram que a maioria dos cliques ocorreu sobre um dos cinco ícones existentes na tela do computador e que as mudanças na localização dos cliques ocorreram, de um modo geral, com maior freqüência após um clique no mouse que não foi seguido por uma mudança na disposição dos ícones do que por um clique que foi seguido de mudança. Uma mudança de localização foi definida como a ocorrência de um clique no botão do mouse quando o cursor estava em uma posição da tela do computador diferente daquela em relação ao clique anterior. Alguns participantes persistentemente se comportaram como se as mudanças nas localizações dos cliques no botão do mouse produzissem a passagem de um estado de não-mudança dos ícones para um estado de mudança, apesar das condições que controlavam a disposição dos ícones na tela do computador não especificarem nenhuma localização especial do cursor para que as mudanças na disposição dos ícones ocorressem. As mudanças dependiam apenas de uma propriedade numérica do comportamento, ou seja, elas ocorriam após uma quantidade específica ( n ) de cliques no botão do mouse, independentes da localização do cursor na tela do computador. Lee () aponta que:

42 O aumento da variabilidade do local do cursor quando o ícone não estava mudando juntamente com o aumento da estereotipia da localização quando os ícones estavam mudando parecem consistentes com as demonstrações de que a extinção aumenta a variabilidade e o reforçamento diminui a variabilidade a menos que as contingências exijam variabilidade (Lee,, p.). Esses resultados sobre variabilidade estão de acordo com Antonitis () e Boren, Moerschbaecher e Whyte () citados anteriormente neste trabalho. Dos seis participantes desta pesquisa, três deles (A, B e C) desde o início do experimento emitiram o comportamento de mudar a localização dos cliques com maior freqüência do que os outros três participantes. Parece que para eles uma dupla discriminação supersticiosa foi mantida, já que quando a disposição dos ícones não estava mudando, ocorriam mudanças nas localizações dos cliques na tela do computador; e quando a disposição dos ícones começava a mudar, mudanças na localização dos cliques raramente ocorriam. Na discussão de seu trabalho, Lee () comenta que a ocasião para que os participantes parassem de mudar a localização dos cliques pareceu ter sido a transição do estado de não-mudança dos ícones para um estado de mudança. De maneira contrária, a ocasião para recomeçar a mudar o local dos cliques no mouse era a ocorrência da próxima tentativa após a igualação dos ícones. O número fixo de mudanças dos ícones (produzidas pelos cinco cliques consecutivos no mouse após o valor de n programado) presumivelmente permitiu que os participantes antecipassem a ocorrência de uma igualação dos mesmos e, portanto, continuassem a emitir cliques no botão do mouse nos mesmos locais que supersticiosamente produziam a mudança dos ícones. O comportamento de contar parece ter sido importante neste caso. Já o número variável de falhas na mudança dos ícones (valor de n variando entre e de forma randômica e sem repetição) exigiu dos participantes o comportamento de observação dos ícones, visto que as mudanças de localização diminuíam após os ícones entrarem no estado de mudança. Segundo a autora, se esta interpretação acima estiver correta, seguir repetidamente um número fixo de falhas na mudança dos ícones (usar um n sempre igual a, por exemplo) por um número variável de sucessos na mudança dos mesmos (utilizar uma razão variável igual a cinco no lugar de uma razão fixa igual a cinco, por exemplo) deve reverter os efeitos acima mencionados. A autora sugere, portanto, um novo problema de pesquisa. No entanto, pode-se supor que esta

43 variação não reverteria, de fato, tais efeitos, já que mesmo que os sucessos na mudança dos ícones fossem variáveis (e não mais fixos), uma discriminação (ainda que supersticiosa) poderia continuar ocorrendo. Por exemplo, se numa determinada série a razão variável programada após um valor de n fixo (vamos supor quer o valor de n fosse sempre igual a ) fosse igual a quatro, os participantes teriam a chance de observar que, por exemplo, durante os três cliques anteriores no botão do mouse teria havido mudança na disposição dos ícones (ainda que eles não tivessem se igualado), enquanto que em todos os outros cliques no mouse (anteriores a estes três últimos) não teria havido nenhum tipo de mudança nos ícones. Isto talvez já fosse suficiente para que os participantes continuassem a emitir cliques no botão do mouse no mesmo local que supersticiosamente produziu a alteração na disposição dos ícones. Ou seja, variar o valor da razão possivelmente não provocaria grandes modificações na localização dos cliques no mouse, já que uma única mudança na disposição dos ícones, em função da passagem de um estado de não-mudança para mudança dos ícones, talvez já fosse suficiente para cessar a mudança na localização dos cliques no mouse. Esta é, no entanto, uma hipótese que precisa ser investigada. Deve-se fazer um exame cuidadoso em relação ao encadeamento de respostas que podia ocorrer nesse experimento. A passagem de um estado de não-mudança na disposição dos ícones na tela do computador para um estado de mudança nos ícones parece ter funcionado como um estímulo reforçador condicionado para a resposta de clicar no botão do mouse na mesma localização na qual se deu o clique anterior (pois tal clique tinha sido emitido numa dada localização e havia sido seguido de mudança na disposição dos ícones). Já a igualação dos ícones parece ter funcionado como um estímulo discriminativo para a resposta de pressionar a tecla Seta para cima no teclado do computador, que produzia os supostos estímulos reforçadores finais: o acréscimo de ponto no contador numérico e a apresentação de um tom sonoro. Desta forma, parece que os estímulos que possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados - mais especificamente a mudança na disposição dos ícones - desempenharam uma função importante no padrão comportamental supersticioso encontrado pela autora. Uma maneira adicional de analisar a dupla discriminação supersticiosa ocorrida no experimento de Lee () é supor que a manutenção da emissão de respostas num determinado local da tela do computador ocorreu por conta de alguns eventos subseqüentes contíguos que adquiriram a função de estímulos reforçadores (ainda que

44 condicionados). A contigüidade de alguns destes eventos com a resposta de clicar o botão do mouse num determinado local talvez tenha sido suficiente para manter o responder supersticioso exibido pelos participantes. No trabalho de Gleeson e cols.(), a emissão das respostas supersticiosas de bicar a chave de respostas não se alterou a despeito da presença ou ausência da luz de feedback quando os pombos bicavam a chave de respostas, suposto estímulo reforçador condicionado. Já no trabalho de Ono (), como visto anteriormente, a freqüência no responder dos sujeitos se alterou em função da presença das diferentes cores das luzes utilizadas durante todo o experimento, o que foi chamada de superstição sensorial por Morse e Skinner (). A influência do esquema de reforçamento FR (após a ocorrência do valor de n no qual não havia mudança nos ícones) utilizado no experimento de Lee () para relacionar os cliques no botão do mouse com a igualação dos ícones parece ter exercido um controle bem maior do que a luz de feedback do experimento de Gleeson e cols. (), visto que todos os participantes diminuíam ou mesmo cessavam a resposta de mudança na localização dos cliques quando os ícones entravam no estado de mudança. No trabalho de Wagner e Morris (), o procedimento de acender o nariz do palhaço por segundos logo antes da entrega das bolinhas de gude é um outro exemplo no qual um estímulo pode ter funcionado como estímulo discriminativo, já que era ocasião em que ocorria o estímulo reforçador. A investigação do controle que um dado estímulo que funcione como um estímulo reforçador condicionado pode vir a exercer sobre uma dada resposta é de fundamental importância no entendimento da ocorrência de um dado comportamento, seja ele qual for. Se um dado estímulo pode funcionar como um estímulo reforçador condicionado que pode vir a exercer algum tipo de controle sobre uma resposta supersticiosa, o estudo desta relação se faz igualmente relevante. Assim, o presente trabalho tem como objetivo replicar de maneira sistemática o trabalho de Lee () e estender o campo de investigação sobre o comportamento supersticioso demonstrado por Skinner () através do exame do papel que os estímulos reforçadores condicionados podem desempenhar na aquisição e manutenção de um comportamento supersticioso; mais especificamente em relação à localização de uma resposta quando o reforço é contingente a uma propriedade numérica do comportamento. Deste modo, seria interessante observar o efeito que uma mudança na igualação dos ícones de forma direta (portanto sem a ocorrência de uma mudança na disposição dos ícones que pode ter funcionado como estímulo reforçador

45 condicionado) terá sobre a localização dos cliques no mouse. Visto que o comportamento supersticioso exibido pelos participantes do estudo de Lee () pareceu depender de uma dupla discriminação (ainda que supersticiosa), promover a impossibilidade desta discriminação poderá ocasionar o término do comportamento supersticioso obtido pela autora. Com o término da contigüidade entre um clique no mouse em uma localização específica que foi precedida pela ocorrência de mudança nos ícones e um novo clique no botão do mouse que supersticiosamente produziu a igualação dos ícones, uma nova contigüidade terá lugar; desta vez, entretanto, entre uma localização específica que não foi precedida por nenhuma modificação na disposição dos ícones e um novo clique no mouse que será seguido pela igualação dos ícones. Assim, agora não mais haverá uma condição de mudança na disposição dos ícones que anteceda sistematicamente uma igualação dos mesmos. Com isto, supõe-se que o comportamento supersticioso (de variar a localização dos cliques quando estes não eram seguidos de mudanças nos ícones e de clicar o botão do mouse numa mesma localização quando os ícones apresentaram mudança) obtido por Lee () deixará de ocorrer ou que, pelo menos, seja alterado de alguma forma. Algumas modificações foram realizadas no presente trabalho em relação ao trabalho de Lee (). Uma nova fase experimental foi adicionada às fases utilizadas pela autora. Além das fases Pré- treino e Falhas randômicas seguidas por sucessos, foi adicionada uma fase na qual as igualações dos ícones ocorriam de forma direta, sem a ocorrência prévia de mudanças em sua disposição. Houve também uma diferença na ordem das fases experimentais pela qual cada grupo de participantes foi submetido, a fim de se observar possíveis efeitos de exposição a uma história prévia na qual a igualação dos ícones era sempre precedida de uma mudança na disposição dos mesmos. Além disto, foram retirados do delineamento o decréscimo na pontuação e o som de reprovação quando o indivíduo não apertou a tecla Seta para cima no teclado do computador logo que os ícones se igualaram. Estes procedimentos foram excluídos da presente pesquisa porque poderiam ter supostamente funcionado como estímulos punitivos para o comportamento de realizar a tarefa. A tela do computador não relativa à região dos ícones também foi dividida em diferentes zonas (não visíveis aos participantes) a fim de analisar de forma mais detalhada a localização das respostas nesta região.

46 MÉTODO Participantes: Participaram deste estudo um total de doze pessoas, sendo que seis delas já haviam concluído o º grau, quatro eram alunos universitários e dois haviam concluído o Ensino Médio. Nenhuma delas foi ou era estudante de Psicologia. Cada participante preencheu um termo de consentimento, explicitando sua disposição em colaborar como voluntário da pesquisa (ANEXO ). Local e Equipamento: As informações foram coletadas individualmente no LACH - Laboratório de Comportamento Humano, situado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Nele continha uma mesa para oito pessoas, um quadro negro e cinco computadores. Um computador com um mouse e um teclado acoplado foi utilizado, bem como um programa de computador especialmente elaborado para os propósitos da pesquisa. Movimentos no mouse controlavam os movimentos do cursor na tela do computador. O computador foi colocado perto do quadro negro, distante dos demais computadores existentes na sala. O programa desenvolvido estava preparado para realizar diferentes registros, tais como os cliques no botão do mouse; as localizações, na tela do computador, destes cliques (as zonas nas quais cada clique ocorreu); as respostas de pressão à tecla Seta para cima no teclado do computador, assim como qualquer outra tecla que o participante veio a pressionar; a ordem das respostas emitidas pelo participante; a disposição dos ícones na tela do computador nos momentos em que ocorrerem cliques no botão do mouse; o tempo no qual cada resposta foi emitida (registrado em ticks / unidades de segundo) e a pontuação obtida por cada participante. Procedimento: O pesquisador acompanhou cada participante até a sala experimental. Em voz alta, leu para ele as instruções da tarefa, que estavam dispostas na tela do computador

47 sobre um fundo de tela azul, além de estarem impressas e disponíveis ao lado do teclado do computador, durante todo o experimento. Foram as seguintes: Esta pesquisa está interessada no que as pessoas fazem quando são solicitadas a completar algumas tarefas de computador. Você deverá realizar as tarefas apresentadas pelo computador até que o mesmo indique o término de sua participação. As tarefas não são testes de inteligência, nem de habilidades pessoais. Estamos interessados apenas em observar o que as pessoas fazem quando elas realizam estas tarefas. O tempo que cada participante gasta nas tarefas varia consideravelmente. A sessão provavelmente vai demorar pouco mais de uma hora. Ao final, você receberá um Vale CD para posterior troca. Um bônus de R$, reais será dado ao participante que obtiver o maior número de pontos. No total, participantes realizarão as tarefas. Você pode ganhar até pontos. Você pode ou não receber instruções de como obter pontos. Caso nenhuma instrução seja dada, caberá a você descobrir o que fazer. Numa tela com fundo azul contendo ícones iguais no canto esquerdo, as seguintes instruções foram dadas: Para ganhar pontos, pressione a tecla "Seta para cima ( ) do teclado LOGO QUE os ícones ficarem todos iguais. A próxima tela continha o final das instruções: Não há instruções adicionais. Caberá a você descobrir o que fazer. Durante a leitura das instruções, o experimentador apontou para a tecla Seta para cima no teclado e também para os cinco ícones que se encontravam na tela do computador. Em seguida, disse ao participante que o computador indicaria o final da sessão experimental e que, assim que ele (o experimentador) se retirasse, quando o participante pressionasse o botão do mouse, teria início a tarefa. O experimentador então deixou a sala.

48 Ao dar um clique no botão do mouse, a tela de fundo azul descrita acima aparecia, no entanto com cinco ícones diferentes na parte superior esquerda, medindo x pixels cada. Do lado direito havia um contador numérico, inicialmente marcando zero pontos, que registrava a pontuação obtida por cada participante durante o decorrer da tarefa. Já a parte inferior da tela continha apenas um fundo de tela azul (ANEXO ). Toda a tela estava dividida em partes (diferentes zonas de localização), que serviram para análise da localização dos cliques no mouse emitidos por cada participante. No entanto, esta divisão não era visível para os mesmos (ANEXO ). Após o término da tarefa, os participantes recebiam o Vale CD e estavam dispensados. Qualquer esclarecimento adicional em relação às tarefas foi realizado neste momento, quando solicitado pelo participante. Fase : Treino A tarefa dos participantes nesta fase era mudar a disposição dos ícones através de cliques no botão do mouse. A mudança na disposição dos ícones nesta fase obedecia a um esquema de razão, selecionado randomicamente de um arranjo que ia de : até :, sem repetição, sendo que o primeiro número representa um clique no mouse e o segundo número representa uma mudança nos ícones. Ou seja, um número entre e era randomicamente escolhido pelo programa de computador. Por exemplo, o número. Assim, após três cliques no botão do mouse, ocorria uma mudança na disposição dos ícones. É importante deixar claro que os ícones mudavam apenas de disposição, mas continuavam diferentes entre si. Em seguida, um novo número (com exceção do número ) era selecionado pelo programa. Por exemplo, o número. Isto significa que somente após pressionar cinco vezes o botão do mouse é que havia uma nova mudança nos ícones (mais uma mudança na disposição apenas). Isto ocorria até que todos os números da série de a fossem utilizados, de forma aleatória e sem repetição. Portanto, para cada cinco vezes nas quais os ícones mudavam de disposição, era necessário um total de cliques no botão do mouse. Cada clique no botão do mouse, independente do local na tela do computador no qual ocorreu, contou como uma resposta de pressão no botão do mouse. Um esquema de razão fixa cinco (FR ) foi usado para relacionar as mudanças nos ícones (na disposição deles, porém ainda gerando ícones diferentes) com a igualação dos mesmos. Assim, toda vez que os ícones mudavam pela quinta vez, no

49 lugar de mudarem apenas de disposição e continuarem diferentes, eles mudavam e ficavam todos iguais. Cada vez que isto ocorria, se a tecla Seta para cima do teclado fosse pressionada, ponto era adicionado ao contador numérico e um tom sonoro era apresentado. Portanto, para ganhar pontos, os participantes deveriam pressionar a tecla Seta para cima assim que os ícones ficassem todos iguais e deveriam fazer isto antes de pressionarem qualquer outra tecla ou o botão do mouse novamente. Ou seja, quando a igualação dos ícones ocorria, os participantes podiam esperar quanto tempo desejassem antes de pressionar a tecla Seta para cima a fim de ganhar pontos. No entanto, se pressionassem qualquer outra tecla que não a tecla Seta para cima ou mesmo se apertassem o botão do mouse antes desta tecla, perdiam a oportunidade de ganhar um ponto. Caso eles pressionassem a tecla Seta para cima mais de uma vez, um ponto era adicionado ao contador numérico desde que a primeira vez que ela fosse utilizada tivesse ocorrido antes da utilização de qualquer outra tecla ou antes que um novo clique no mouse ocorresse. Isto requereu, por parte dos participantes, observação e atenção em relação à mudança dos ícones. Esta fase terminava após cinco igualações dos ícones, ou seja, após a ocorrência de mudanças dos mesmos (incluindo as cinco vezes em que mudaram e ficaram iguais), num total de cliques no botão do mouse. Nesta fase, cada participante podia ganhar até pontos. Fase : Falhas randômicas seguidas de sucessos inevitáveis Esta fase assemelha-se à fase anterior. No entanto, a igualação dos ícones se dava de maneira um pouco diferente. Os primeiros n cliques no botão do mouse invariavelmente falhavam na mudança dos ícones. Ou seja, cliques no botão do mouse ocorriam, porém os ícones continuavam os mesmos, não ocorrendo nem mesmo mudança na disposição deles. O valor de n era selecionado de forma randômica e sem repetição a partir de uma série de trinta valores, entre e. Após este valor de n, os próximos cinco cliques consecutivos no mouse invariavelmente mudavam os ícones, sendo que na quinta mudança havia a igualação dos mesmos. Por exemplo, vamos supor que o primeiro valor de n programado fosse. Isto significa que apenas após os participantes pressionarem vezes o botão do mouse é que os ícones começavam a mudar de disposição. E as mudanças se davam da seguinte forma: após este valor de n, os próximos cinco cliques invariavelmente mudavam os ícones, sendo que os quatro primeiros cliques mudavam a maneira como eles estavam dispostos, porém eles

50 ainda permaneciam diferentes entre si e apenas no quinto clique ocorreria a igualação. Neste momento, cada participante tinha a chance de aumentar sua pontuação, apertando a tecla Seta para cima no teclado do computador. As contingências programadas para a pontuação eram as mesmas da fase anterior. Em seguida, um novo valor de n era apresentado (com exceção do valor igual a ) até que todos os valores entre e fossem utilizados uma vez. Só então podia haver repetição do valor de n. Assim, nesta fase, os ícones saíam de um estado de não-mudança dos ícones (que dependia do valor de n programado) para um estado de mudança, sendo que os quatro cliques consecutivos no mouse após o valor de n tornavam os ícones diferentes no que se refere à sua disposição, ocorrendo a igualação dos mesmos apenas no quinto clique. Todas as respostas de clicar o botão do mouse, independentemente da localização na tela do computador, foram registradas como uma resposta de dar um clique no mouse, contribuindo para preencher os requisitos impostos pelo esquema de mudança dos ícones. Esta fase terminou após a ocorrência do ciclo acima descrito por três vezes no total. Portanto, esta fase foi dividida em três subfases (Fase /subfase ; Fase /subfase e Fase /subfase ) proporcionando a possibilidade de cada participante obter, no máximo, pontos. Fase : Falhas randômicas seguidas por mudança direta dos ícones Nesta fase, após um valor de n variando de até de maneira randômica e sem repetição (como ocorreu na Fase ), o próximo clique no botão do mouse invariavelmente mudava os ícones, igualando-os imediatamente. Não havia mais, portanto, um período no qual os ícones primeiramente mudavam apenas de disposição para, então, no quinto clique no botão do mouse, os ícones se igualarem. Nesta fase, a igualação se dava de forma direta, logo após o valor de n que estava programado. As mesmas contingências programadas em relação à pontuação continuaram em vigor. Esta fase terminava após todos os valores de n terem sido utilizados duas vezes, o que proporcionava a obtenção de, no máximo, pontos. Esta fase foi, portanto, dividida em Fase /subfase e Fase /subfase.

51 Dois grupos diferentes foram formados para realizar as tarefas. O Grupo, contendo oito participantes (P, P, P, P, P, P, P e P - quatro do sexo masculino e quatro do sexo feminino) passou inicialmente pela Fase, seguida pelas Fases e. Já o Grupo, contendo quatro participantes (P, P, P e P - dois de cada sexo) iniciaram o experimento pela Fase, seguida pela Fase e, então, pela Fase. A Tabela abaixo mostra a ordem das fases experimentais pelas quais os participantes de cada grupo passaram. Tabela - Ordem das fases experimentais pela qual os participantes dos diferentes grupos passaram. GRUPOS PARTICIPANTES ORDEM DAS FASES EXPERIMENTAIS Grupo P, P, P, P, P, P, P, P Fase Fase Fase Grupo P, P, P, P Fase Fase Fase

52 RESULTADOS Visto que os participantes passaram o experimento clicando no botão do mouse, foi observada a localização, na tela do computador, sobre as quais estes cliques foram emitidos. Inicialmente, a freqüência relativa dos cliques que ocorreram nos ícones foi calculada. Isto foi feito dividindo-se a soma de todos os cliques ocorridos sobre os ícones (soma dos cliques que ocorreram nas zonas a ) pelo número total de cliques emitidos, em cada uma das três fases. A Tabela apresenta este resultado. Um clique foi considerado como pertencente a uma localização específica (a uma das vinte zonas pré-definidas) se as coordenadas horizontal e vertical do clique estivessem dentro do retângulo de x pixel que delineava cada zona. Tabela. Freqüência relativa dos cliques ocorridos sobre os ícones (zonas a ). Participantes Fase Fase / subfase Fase / subfase Fase / subfase Fase / subfase Fase / subfase P, P,,, P P,,, P,,,,, P,,,,,, P P,,,,, P,,, P, P,,, P, Dos doze participantes, oito deles (P, P, P, P, P, P, P e P) emitiram a maioria das respostas de clicar no botão do mouse nas zonas a, ou seja, nas zonas que continham os ícones. Destes participantes, P e P apresentaram um desempenho semelhante: ambos exibiram uma diminuição significativa na freqüência relativa dos cliques emitidos nas zonas a quando houve a mudança da Fase /subfase para a Fase /subfase. É provável que esta diminuição tenha ocorrido devido à mudança na condição experimental que ocorreu com a introdução da Fase. Já os participantes P e

53 P também apresentaram uma diminuição desta freqüência, porém isto pode ser observado em relação à mudança ocorrida entre as subfases. Ou seja, houve uma diminuição na freqüência de cliques emitidos nas zonas que continham os ícones (zonas a ) na mudança da subfase para a subfase da Fase. Para o participante P, esta diminuição se estendeu para a Fase /subfase, porém na subfase seguinte a freqüência elevou-se. Como esta diminuição na freqüência ocorreu na subfase da Fase, pode-se pensar na possibilidade de isto ter ocorrido devido à exposição prolongada ao esquema de reforçamento em vigor, iniciado na subfase da Fase. O restante dos participantes (P, P, P e P) teve a emissão dos cliques concentrada nas outras zonas (zona à zona, que não continham ícones). É importante destacar que os participantes P, P, P e P (Grupo ) iniciaram a realização das tarefas pela Fase /subfase (fase na qual a igualação dos ícones ocorria de forma direta). Três destes participantes (P, P e P) tiveram a localização de seus cliques concentradas nas zonas a, com exceção do participante P bem no início da tarefa (Fase /subfase ), quando a maioria dos cliques por ele emitido ocorreu quase que exclusivamente nas zonas a, que continham os ícones. Outro dado relevante é que dos participantes do Grupo, apenas P (um dentre os oito participantes deste grupo) emitiu a maior parte dos cliques nas zonas que não continham os ícones. Apesar de durante a Fase e Fase /subfase este participante ainda ter emitido praticamente metade dos cliques nas zonas a, já na subfase da Fase a ocorrência dos cliques passou a se dar nas zonas a. A Tabela já evidencia logo de início, para a maioria dos participantes do Grupo (P, P, P, P, P, P e P) e para um participante do Grupo (P) um padrão supersticioso em relação às zonas de localização dos cliques, visto que a maioria deles ocorreu sobre os cinco ícones que estavam presentes na tela do computador (zonas a ), mesmo que as mudanças na disposição dos ícones, bem como sua igualação não dependeram, em nenhum momento do experimento, da localização na qual ocorreram os cliques no botão do mouse. Em seguida, foi calculada a freqüência relativa dos cliques ocorridos em cada uma das zonas disponíveis, para cada participante, em cada fase da tarefa. Estes dados estão apresentados nas Tabelas,,,, e. Cada uma destas tabelas corresponde a uma fase e subfase do experimento. Esta freqüência foi obtida dividindose a soma do número total de cliques ocorridos em cada uma das zonas pelo total de cliques emitidos, em cada fase.

54 Tabela. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase. Fase Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona P,,,,, P,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,, P P,,,,, P P

55 Tabela. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase. Fase /Subfase Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona P,,,,,, P,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,, P,,

56 Tabela. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase. Fase /Subfase Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona P,,,,, P,,,,, P,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,, P,, P,,,,, P,,,,,,, P,,,,,

57 Tabela. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase. Fase /Subfase Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona P,,,,, P,,,,,,, P,,,,, P,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,, P P,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,, P

58 Tabela. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase. Fase /Subfase Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona P,,,,, P,,,,,,,,,,, P,,,,, P,, P,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,

59 Tabela. Freqüência relativa de cliques ocorridos em cada zona de localização, para cada participante, na Fase /subfase. Fase /Subfase Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona P,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,,,,,,,,,,,,,,,, P,,,,, P,, P,,,

60 A partir destas tabelas, podemos notar que além das zonas a (zonas que continham os ícones), as zonas,,, e foram as mais utilizadas pelos participantes. As zonas, e estão localizadas abaixo das zonas que contém os ícones e o contador numérico, enquanto que as zonas e estão localizadas no centro da tela (ver no ANEXO, para maiores detalhes, a representação da localização das diferentes zonas em que a tela era dividida). Dos participantes do Grupo que apresentaram respostas supersticiosas quanto às zonas de localização dos cliques (P, P, P, P, P, P e P), três deles (P, P e P) emitiram, no decorrer das três fases (Tabelas a ), todos os cliques nas zonas que continham os ícones (zonas de a ), com exceção de um clique emitido pelo participante P na zona, na Fase /subfase (Tabela ). O restante dos participantes apresentou algumas variações no decorrer das fases. O participante P, por exemplo, nas Fases (apresentada na Tabela ) e (cujas subfases, e são apresentadas nas Tabelas, e, respectivamente) emitiu quase que exclusivamente todos os cliques nas zonas a. Na Fase /subfase (apresentada na Tabela ), no entanto, não emitiu nenhum clique nestas zonas, explorando mais as zonas, e. Já na subfase seguinte (Tabela ), continuou a utilizar mais estas últimas três zonas citadas, além de também explorar outras dezesseis zonas. O participante P (Tabela ) iniciou o experimento clicando apenas sobre as zonas a. Na fase seguinte (Fase /subfase - Tabela ), explorou todas as zonas de localização, porém manteve a maioria dos cliques sendo emitidos sobre os ícones. Nas duas subfases seguintes (Tabelas e ), continuou explorando zonas de localização variadas, apesar de ter clicado com maior freqüência sobre os ícones. Vale destacar que, na subfase da Fase (Tabela ), a freqüência de cliques sobre os ícones foi bastante reduzida em comparação com a subfase anterior (Tabela ), ainda que na maior parte das vezes os cliques ocorreram nas zonas que continham os ícones. Com a introdução da Fase (Tabela ) tal freqüência reduziu-se ainda mais, sendo que desta vez a maior parte dos cliques ocorreu nas zonas de localização a. Na última subfase da Fase (Tabela ), entretanto, novamente P voltou a clicar com mais freqüência sobre as zonas de localização a. Em todas as fases e subfases do experimento (Tabelas a ), P emitiu a maior parte dos cliques nas zonas que continham os ícones. Apenas na subfase da Fase (Tabela ) é que explorou mais as outras zonas de localização, sendo que a zona foi a zona que não continha ícones mais utilizada por ele.

61 Finalmente, o participante P, que também apresentou respostas supersticiosas quanto às zonas de localização dos cliques, no decorrer das Fases e (Tabelas a ) apresentou uma freqüência alta de cliques nas zonas de a. Com a introdução da Fase (Tabela ), a freqüência de cliques foi significativamente maior nas zonas a, principalmente nas zonas, e. O participante P (único participante do Grupo que não emitiu respostas supersticiosas em relação às zonas de localização dos cliques) desde a Fase (Tabela ), utilizou não só as zonas de a, mas também as zonas,,, e. Na Fase /subfase (Tabela ) seu desempenho foi semelhante ao desempenho apresentado na fase anterior. Na Fase /subfase (Tabela ), praticamente não emitiu nenhuma resposta de clicar no botão do mouse nas zonas de a, e nas fases seguintes (Tabelas, e ) nenhum clique nestas cinco zonas foi observado. No que diz respeito aos participantes do Grupo (P, P, P e P), como dito anteriormente, P foi o único que apresentou um responder supersticioso em relação às diferentes zonas de localização disponíveis. Em todas as fases (Tabelas a ), emitiu quase todos os cliques no botão do mouse sobre as zonas de localização a. O participante P, que iniciou o experimento pela Fase (Tabelas e ), clicou em várias localizações ao longo desta fase. Ao mudar para a Fase (Tabela ), observase que o participante clicou em apenas uma localização (zona ). Em seguida, na subfase da Fase (Tabela ), voltou a explorar outras zonas. Porém, nas outras duas subfases (Tabelas e ), restringiu os cliques no mouse para apenas duas e uma localizações, respectivamente. Já o participante P, que também iniciou a tarefa pela Fase, na subfase (Tabela ) emitiu cliques em várias zonas de localização, porém com uma freqüência reduzida nas zonas a. Na subfase (Tabela ), emitiu cliques apenas nas zonas e. Ao mudar de fase (Fase - Tabela ), emitiu cliques apenas em uma zona (zona ). Quando a Fase teve início (Tabela ), P voltou a explorar as diferentes zonas, apesar da freqüência de cliques nas zonas de a ter sido bem pequena, semelhante ao desempenho da Fase /subfase (Tabela ). O participante P, em sua primeira fase (Fase - Tabela ), explorou várias zonas de localização, incluindo as zonas a (apesar de ter sido com uma freqüência bastante reduzida). Da subfase em diante (Tabelas,,, e, respectivamente), não emitiu mais cliques nas zonas a, concentrando as respostas (cliques no botão do mouse) em basicamente uma ou duas zonas apenas (dentre as zonas a ).

62 A ordem das fases pela qual cada grupo foi submetido pode ter colaborado para que a localização dos cliques tenha ocorrido com maior freqüência sobre as zonas que continham ou não os ícones. Os participantes do Grupo, por exemplo, passaram inicialmente por uma condição (Fase ) na qual mudanças na disposição dos ícones ocorriam com bastante freqüência, já que o valor de n programado que controlava estas mudanças era um valor pequeno (um valor de a ), o que garantia que após poucos cliques no botão do mouse o participante entrasse em contato com uma mudança na disposição dos ícones. Além disso, como na tela do computador existiam, além da tela de fundo azul (que constituía a maior parte da tela), apenas ícones e um contador numérico, era bem possível que os participantes, de início, explorassem as localizações que continham estes elementos (isto é pertinente tanto para os participantes do Grupo quanto para os participantes do Grupo ). Desta forma, aqueles participantes do Grupo que inicialmente exploraram as zonas a tiveram suas respostas seguidas por mudanças nos ícones, que pode ter reforçado a ocorrência de cliques nestas localizações. Esta hipótese poderá ou não ser validada quando forem apresentados, ao final deste trabalho, gráficos que mostram a seqüência dos cliques emitidos por cada um dos participantes. Na fase seguinte (Fase ), o valor de n programado para controlar a mudança dos ícones foi bem maior (um valor entre e ), porém mudanças apenas na disposição dos ícones continuaram a ocorrer antes que fosse vista uma igualação destes ícones. Sendo que, nesta fase, ocorreram sistematicamente quatro mudanças na disposição dos ícones antes de sua igualação. Portanto, se um participante que na Fase já tinha sido reforçado por ter clicado nas zonas a e se este padrão já tinha sido razoavelmente bem estabelecido ao final desta fase, na Fase a probabilidade deste padrão persistir foi ainda maior justamente em função da ocorrência sistemática destas mudanças na disposição dos ícones antes de ocorrer uma igualação. Ou seja, as quatro mudanças na disposição dos ícones ocorrendo antes que eles se igualassem podem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar nos ícones, já que a igualação certamente estaria próxima de ocorrer. Em contrapartida, os participantes do Grupo iniciaram o experimento numa condição em que o valor de n programado variava entre e e na qual não existiam mudanças sistemáticas na disposição dos ícones (Fase ). Igualações nestes ícones ocorreram sempre de forma direta, após n cliques emitidos pelo participante. Neste caso, mesmo que um participante deste grupo tenha iniciado o experimento clicando nas zonas que continham os ícones, como o valor de n programado nesta fase (Fase )

63 podia ser um valor maior do que o valor programado na Fase (para os participantes do Grupo ), cliques iniciais sobre os ícones podem não ter sido seguidos de igualações e, portanto, diminuído de freqüência. Isto foi o que ocorreu com o participante P (Figura, analisada no final deste trabalho). Um valor de n igual a foi inicialmente sorteado pelo computador para controlar a mudança dos ícones (a igualação). Este participante clicou por dezesseis vezes no botão do mouse nas zonas a e nenhum destes cliques foi seguido de mudança nos ícones. Ao variar a localização do clique seguinte para uma das zonas que não continha ícones, este último clique foi seguido de igualação nos ícones, o que aumentou consideravelmente a freqüência de cliques nesta zona. Assim, iniciar o experimento pela Fase parece ter proporcionado maior probabilidade de ocorrer uma mudança nos ícones após o participante ter explorado outras zonas que não aquelas que continham os ícones (ainda que, neste caso, a mudança nos ícones tenha sido uma igualação dos mesmos e não apenas mudanças em sua disposição) Figuras e analisadas no final do trabalho. Dito de outra maneira, os participantes do Grupo iniciaram o experimento numa condição que não favorecia que a manutenção de cliques iniciais nas zonas a fosse seguida de mudança nos ícones. Ou seja, iniciar o experimento pela Fase pareceu possibilitar maior variação dos cliques no que se refere às zonas de localização devido ao fato de a apresentação de estímulos reforçadores poder demorar mais a ocorrer (se comparado às condições experimentais programadas para a Fase ), a depender do valor de n sorteado pelo computador para relacionar cliques no mouse com mudança nos ícones. Esta afirmação será retomada posteriormente. Pelos resultados das Tabelas a, parece que iniciar as tarefas pela Fase (Tabela ) realmente contribuiu para que a maior parte dos cliques dos participantes do Grupo ocorresse nas zonas que continham os ícones (zonas a ). Esta afirmação é válida inclusive para o participante P, cuja maioria dos cliques ao longo de todo o experimento ocorreu nas zonas de a. No entanto, na Fase, a maior parte dos cliques deste participante ainda ocorreu nas zonas a. Por outro lado, parece que iniciar o experimento pela Fase (Tabela ) contribuiu para que a maior parte dos cliques ocorresse nas zonas a, que não continham os ícones (esta afirmação se aplica aos participantes do Grupo, com exceção do participante P na subfase da Fase e do participante P durante todo o experimento). A freqüência elevada de cliques nas zonas a manteve-se constante para os participantes P e P nas outras duas fases (Fase e - Tabelas a ), enquanto que para o participante P esta

64 freqüência foi maior a partir da Fase (Tabela ). Ou seja, para os participantes P e P a seqüência de fases que sucedeu a Fase (Tabelas a ) não aumentou a freqüência de cliques nas zonas de a ; para P (Tabelas a ) esta seqüência contribuiu para reduzir os cliques nas zonas de a. Além da localização dos cliques em determinadas zonas poder se estabelecer enquanto um tipo de comportamento supersticioso, as respostas de variar tais localizações também podem se estabelecer enquanto respostas supersticiosas. Após os participantes darem um clique no botão do mouse, os cinco ícones presentes na tela do computador às vezes se modificavam (mudando apenas de disposição ou igualando-se), enquanto que outras vezes após um clique não ocorria qualquer tipo de mudança. Isto dependia do valor de n sorteado pelo computador após cada igualação dos ícones. Para avaliar o efeito da ocorrência de uma falha na mudança dos ícones ou o efeito de uma mudança nos ícones sobre as respostas de mudanças de localização dos cliques no botão do mouse, foram construídos gráficos de freqüência acumulada destas mudanças de localização (após uma falha na mudança dos ícones ou após a ocorrência de uma mudança). Estes dados fornecem informações sobre possíveis respostas supersticiosas no que se refere às mudanças na localização dos cliques, já que mudanças de localização após ocorrência de falhas na mudança dos ícones ou a emissão de respostas de clicar numa mesma localização após uma mudança na disposição dos ícones podem ter ocorrido, a despeito da igualação dos ícones não ocorrer em função de nenhuma localização especial dos cliques no mouse. As Figuras e mostram as mudanças de localização dos cliques após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e para os participantes do Grupo e ao longo das Fases, e para os participantes do Grupo, respectivamente. A curva superior pontilhada da figura que divide ao meio os eixos x e y indica a quantidade máxima de mudanças na localização dos cliques após uma falha na mudança dos ícones que poderia ter ocorrido durante o experimento, enquanto que a curva inferior a esta indica o desempenho do participante. As linhas verticais indicam o início e o término de cada uma das três fases.cada gráfico exibido corresponde a um participante.

65 Fase Fase Fase Fase Mudanças acumuladas de localização após falha na mudança dos ícones. P Fase Fase P Fase Fase P P Fase Fase P Fase Fase P Fase Fase Fase Fase P P Oportunidades acumuladas de mudanças de localização Figura. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e, para os participantes P a P.

66 Mudanças acumuladas de localização após falha na mudança dos ícones Fase Fase P Fase Fase Fase Fase P Fase Fase P P Oportunidades acumuladas de mudanças de localização Figura. Mudança de localização dos cliques no botão do mouse após falhas na mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e para os participantes P a P. Como pode ser visto na Figura, os participantes P, P, P, P, P, P e P no início da tarefa (Fase ) mudaram de localização quase todas as vezes em que um clique no botão do mouse não foi seguido de mudança nos ícones. Isto se estendeu para o início da Fase para os participantes P, P, P, P, P e P. Este último participante comportou-se desta maneira em quase todo o experimento. Apenas no final da Fase é que sua freqüência de mudanças de localização diminuiu um pouco. Em seguida (Fase ), porém, este participante voltou a mudar a localização dos cliques com alta freqüência (porém menor que anteriormente), mantendo-a constante até o final do experimento. P, P e P apresentaram um desempenho semelhante, como mostra a Figura. Todos eles durante a Fase e logo no início da Fase /subfase mudaram a localização

67 dos cliques quase todas as vezes quando estes foram seguidos de uma falha em sua mudança. Além disso, estes três participantes apresentaram uma pequena desaceleração na freqüência de mudanças de localização dos cliques após o início da Fase, porém mantiveram-na razoavelmente constante até o final do experimento (com exceção do participante P no final da Fase, quando a curva voltou a ficar mais inclinada). Parece que a transição da Fase para a Fase não gerou nenhuma mudança significativa, para estes participantes, no que se refere às mudanças de localização dos cliques. Já os participantes P, P, P e P (Figura ), no que se refere ao desempenho durante o experimento como um todo, variaram muito pouco a localização de seus cliques quando os ícones falharam em mudar, sendo que P apresentou uma pequena elevação na freqüência de mudança dos cliques no início da Fase e os participantes P e P pararam completamente de mudar de localização ainda no início da Fase, sendo que P parou de mudar a localização dos cliques de forma mais abrupta, enquanto que P foi parando de maneira mais gradual. O fato da freqüência das mudanças de localização dos cliques após falhas na mudança dos ícones destes participantes ter sido pequena sugere que os cliques por eles emitidos concentraram-se em apenas algumas poucas zonas ou então que eles emitiram uma seqüência de cliques um pouco maior em uma dada zona de localização antes de variar a localização dos cliques. Isto poderá ser visualizado em figuras que serão apresentadas posteriormente. Os participantes P, P, P e P (Figura ) iniciaram a tarefa pela Fase, fase na qual a igualação dos ícones ocorria de forma direta. P, P e P logo no início do experimento mudaram de localização com uma freqüência alta, assim como os demais participantes que iniciaram o experimento pela Fase. Esta freqüência elevada de mudanças pode ter ocorrido, como dito anteriormente, em função destes participantes terem iniciado as tarefas pela Fase, fase na qual o valor de n programado pelo computador para relacionar cliques no botão do mouse com mudanças nos ícones variava de a (valor bem maior do que o valor programada para a Fase ). No entanto, esta freqüência não se manteve por muito tempo para nenhum dos participantes. Apenas P passou a variar um pouco mais a localização dos cliques após a ocorrência de falhas em sua mudança a partir do final da Fase, mantendo uma freqüência constante por toda a Fase e início da Fase. Porém, em seguida, a freqüência de suas mudanças reduziu bastante, chegando quase a parar de mudar. Já o participante P praticamente passou o experimento inteiro emitindo cliques em quase que somente uma localização.

68 Com exceção do participante P, que durante todo o experimento mudou muito pouco a localização dos cliques quando estes não foram seguidos de mudança, o desempenho de P, P e P é razoavelmente semelhante ao desempenho de P, P, P e P (participantes do Grupo ) no que se refere à freqüência reduzida de mudanças de localização dos cliques após a ocorrência de cliques que foram seguidos de falhas na mudança dos ícones. A introdução da Fase logo no início da tarefa, portanto, parece que não provocou nenhuma diferença no desempenho destes três participantes do Grupo, se comparado ao desempenho obtido com os participantes P, P, P e P, do Grupo (esta afirmação, no entanto, não pode ser dita se for feita uma comparação com o desempenho dos participantes P, P, P e P, já que estes participantes apresentaram uma freqüência elevada de mudanças de localização). A introdução da Fase tampouco parece ter gerado um responder diferente do que vinha sendo obtido para os participantes do Grupo, que começaram o experimento pela Fase, seguido das Fases e, respectivamente. A mudança da Fase para a Fase (no caso dos participantes do Grupo ) e da Fase para a Fase (no caso dos participantes do Grupo ) não provocou alteração na freqüência das curvas. O que acabou de ser exposto em relação à influência da Fase sobre o desempenho dos participantes é diferente daquilo que há pouco foi comentado sobre a Fase, ou seja, de que a condição experimental planejada na Fase parecia favorecer a variação das zonas de localização em que se davam os cliques (o que dá margem a pensar que, se houve mudanças nas zonas de localização dos cliques, significa que a freqüência da resposta de mudar de localização também será elevada). A utilização de diferentes zonas de localização, no entanto, não quer dizer, necessariamente, que tenha ocorrido uma alta freqüência de respostas de mudar a localização dos cliques. Havia, por exemplo, a possibilidade de um participante, ao longo de todo o experimento, ter explorado quase todas as vinte zonas de localização disponíveis. Isto, não quer dizer, no entanto, que a freqüência da resposta de mudar de localização foi elevada, já que ele pode ter explorado a maioria destas diferentes zonas apenas uma vez. Isto ocorreu com o participante P na Fase /subfase, por exemplo (Tabela ). Assim, trata-se da análise de dois comportamentos distintos: o primeiro diz respeito à zona de localização dos cliques, ou seja, em que local da tela do computador o clique foi emitido (podendo supersticiosamente ter sido emitido em determinadas zonas); o segundo diz respeito à resposta de mudar a localização dos cliques, que também pode ter ocorrido de maneira

69 supersticiosa no sentido de que nenhuma mudança na localização era necessária para que houvesse igualação dos ícones. Como a introdução da Fase após a Fase (para os participantes do Grupo ) e a introdução da Fase após a Fase (para os participantes do Grupo ) não modificou o responder de nenhum participante (Figuras e ), pode-se dizer que a diferença existente entre estas fases (a ocorrência ou não de mudanças na disposição dos ícones antes da igualação - no caso da passagem da Fase para a Fase ; o valor de n que controlava a mudança dos ícones e a ocorrência ou não de mudanças apenas na disposição dos ícones antes de ocorrer igualação dos mesmos - no caso da passagem da Fase para a Fase ) parece não ter exercido controle sobre as mudanças de localização dos cliques após ter ocorrido uma falha na mudanças dos ícones. As Figuras e apresentam gráficos de freqüência acumulada semelhantes aos gráficos apresentados anteriormente. A única diferença refere-se ao fato de que as mudanças de localização dos cliques representadas nas Figuras e ocorreram após a ocorrência de um clique ter sido seguida de mudança nos ícones. A curva pontilhada que divide os eixos x e y refere-se à freqüência máxima de mudanças na localização dos cliques possível de ocorrer. A curva inferior refere-se ao desempenho apresentado pelo participante. Como na Fase a única vez em que os ícones mudavam era quando ocorria sua igualação, foi possível observar se os participantes mudaram ou não a localização dos cliques após a igualação dos mesmos. Cada gráfico das figuras representa um participante. Observando primeiramente o desempenho dos participantes do Grupo (P a P), pode-se notar que, de um modo geral, metade deles (P, P, P e P) mudou a localização dos cliques com muita freqüência nas situações em que um clique foi seguido de uma mudança nos ícones (Figura ). Já os participantes P, P, P e P (Figura ) mudaram a localização dos cliques com uma freqüência menor do que os outros quatro participantes (P, P, P e P). Todos os participantes do Grupo também iniciaram a Fase mudando a localização dos cliques quando estes foram seguidos de mudança dos ícones em quase todas as oportunidades, sendo que P, P, P P e P continuaram apresentando este desempenho no início da Fase. O participante P, ainda no início da Fase, entretanto, parou quase que por completo de variar a localização dos cliques quando eles foram seguidos de mudança nos ícones.

70 Outro dado relevante é que P e P haviam parado de mudar a localização dos cliques logo antes da subfase da Fase começar (provavelmente em função da exposição prolongada à Fase ). Quando a Fase teve início, houve um aumento na freqüência da mudança de localização dos cliques, provavelmente devido ao fato de nesta fase não ocorrerem mais as mudanças na disposição dos ícones antes da igualação. Este aumento também foi observado no desempenho dos participantes P, P e P. Mudanças acumuladas de localização após mudança dos ícones Fase Fase P Fase Fase P Fase Fase P Fase Fase Fase Fase P Fase Fase P Fase Fase P Fase Fase P P Oportunidades acumuladas de mudanças de localização Figura. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e para os participantes P a P.

71 Mudanças acumuladas de localização após mudança dos ícones Fase Fase P Fase Fase Fase Fase P Fase Fase P P Oportunidades acumuladas de mudanças de localização Figura. Mudanças de localização dos cliques no botão do mouse após ocorrência de mudança dos ícones acumuladas sobre as oportunidades para tal tipo de mudança, ao longo das Fases, e para os participantes P a P. Com a ausência das mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones antes de ocorrer uma igualação dos mesmos (mudanças que podem ter funcionado como possíveis estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique anterior), os cliques emitidos pelos participantes numa mesma localização não eram mais seguidos destes possíveis estímulos, o que pode ter diminuído a probabilidade de clicar o botão do mouse numa mesma localização. O participante P também apresentou uma elevação nessa freqüência no final do experimento, porém este aumento teve início no final da Fase. Já os participantes P, P, P e P (Figura ) estavam com um desempenho estável logo antes do início da Fase, ou seja, estavam mantendo o desempenho que já vinham apresentando anteriormente.

72 Os participantes do Grupo, que iniciaram a tarefa pela Fase (P, P, P e P - Figura ) tiveram um desempenho mais regular (ou seja, apresentaram um padrão de respostas mais estável durante todo o experimento), sendo que P foi o único cuja freqüência das mudanças de localização dos cliques após a ocorrência de uma mudança nos ícones foi mais elevada, de um modo geral. Os participantes P e P durante a primeira fase (Fase ) mudaram de localização em praticamente todas as oportunidades que tiveram, sendo que P manteve uma freqüência constante de mudança de localização após o início da Fase até o final do experimento, enquanto P quase parou de mudar a localização dos cliques ainda antes do início da Fase. Já P e P desde o início da Fase raramente mudaram a localização dos cliques, e durante as outras duas fases a freqüência de mudanças também foi reduzida, a ponto do participante P passar a maior parte do tempo emitindo cliques na mesma localização. De uma maneira geral, portanto, no que se refere às mudanças de localização dos cliques quando eles eram seguidos de mudanças na disposição dos ícones, pode-se dizer que os participantes que iniciaram o experimento pela Fase (Grupo ) apresentaram uma freqüência maior de mudanças de localização dos cliques do que os participantes que iniciaram o experimento pela Fase (Grupo ). Comparando-se as Figuras e pode-se notar que, em relação aos participantes do Grupo, todos eles iniciaram o experimento mudando a localização dos cliques com uma freqüência bastante elevada tanto após ocorrência de cliques que não foram seguidos por mudanças nos ícones (com exceção do participante P) quanto por cliques que foram seguidos por mudanças, sendo que estas respostas se estenderam para o início da Fase. Portanto, quase todos os participantes deste grupo, no início do experimento, mudaram a localização dos cliques após praticamente cada clique no botão do mouse, independentemente daquilo que ocorria nos ícones após cada clique. A mesma conclusão pode ser estendida aos participantes do Grupo (Figuras e ), que no começo da tarefa, mesmo tendo iniciado-a pela Fase, exibiram mudanças na localização dos cliques quer os ícones mudassem, quer não (com exceção do participante P). Ainda em relação à comparação das Figuras,, e, observa-se que os participantes P, P, P, P, P e P mantiveram, de um modo geral, no decorrer do experimento, freqüências reduzidas de mudanças na localização dos cliques tanto quando houve falha quanto quando houve mudança dos ícones. Em contrapartida, os participantes P, P, P, P e P mudaram a localização dos cliques com maior

73 freqüência após cliques seguidos de mudança nos ícones do que após cliques seguidos de falha na mudança (ainda que para P, P e P esta diferença não tenha sido muito grande). Já o participante P mudou a localização dos cliques com freqüência elevada nas duas situações, apresentando uma freqüência um pouco maior quando os cliques foram seguidos por falha na mudança dos ícones. O experimento incluía uma série de mudanças e de não-mudanças contingentes à cliques no botão do mouse. Na Fase, por exemplo, uma quantidade n de cliques no mouse não era seguida de nenhuma mudança nos ícones, até que após este valor n os próximos quatro cliques eram seguidos de mudança na disposição dos ícones, finalizando com um clique que era seguido de sua igualação. Para examinar o efeito destas mudanças sobre as mudanças de localização dos cliques exibidas pelos participantes, foi analisado um conjunto de dados contendo elementos (X,,,,, e Z). As Figuras e apresentam as mudanças de localização relativas ocorridas nos elementos acima citados. Na Figura estão representados os dados dos participantes do Grupo, enquanto que na Figura encontram-se os resultados dos participantes do Grupo. Os dados destas figuras são provenientes apenas da Fase do experimento e estão separados em três subfases. Desta forma, cada participante possui três gráficos, referentes à Fase /subfase (representada nos gráficos pela letra a ), à Fase /subfase (representada nos gráficos pela letra b ) e à Fase /subfase (representada nos gráficos pela letra c ), respectivamente. Foi observado se os participantes mudaram ou não a localização dos cliques no mouse nos elementos X,,,,, e Z, em cada uma das subfases. O elemento X referiu-se aos cliques que antecediam os cliques no elemento. Os elementos,,, e eram os cliques que produziam a mudança dos ícones. Ou seja, os elementos,, e referiram-se a cliques que eram seguidos de mudança na disposição dos ícones e o elemento referiu-se aos cliques que eram seguidos de igualação dos ícones. Já o elemento Z referiu-se aos primeiros cliques que foram emitidos logo após a igualação dos ícones. A soma das mudanças de localização obtida em cada elemento foi dividida por trinta no caso dos participantes P a P, que foi o total de cliques ocorridos em cada um dos elementos, em cada subfase. Para os participantes P a P, a soma dos cliques emitidos em cada elemento, por subfase, foi dividida por vinte e nove, já que a Fase para estes participantes foi a última fase por eles completada e, assim, após a última igualação ocorrida não era possível emitir mais nenhum clique, pois se encerrava o experimento. O número que aparece no eixo y

74 do gráfico representa a quantidade relativa máxima de vezes que cada participante poderia ter mudado a localização dos cliques (que corresponderia a no máximo trinta para os participantes do Grupo e vinte e nove para os do Grupo ). Vale salientar que o último clique no elemento Z dado pelos participantes do Grupo na Fase /subfase refere-se ao primeiro clique emitido na Fase /subfase. O resultado foi bastante heterogêneo. Enquanto alguns dos participantes (P, P, P, P, P e P) logo no início da Fase mudaram a localização dos cliques poucas vezes (uma mudança relativa abaixo do valor, ) nos elementos analisados (Figuras e - a), outros (P, P, P, P, P e P) mudaram a localização com uma freqüência maior (mudança relativa acima do valor, ) desde o início da fase (Figura - a) e assim permaneceram (P, P e P), ou então iniciaram com uma freqüência de mudança elevada e, ao longo da Fase, esta foi diminuindo (P, P, e P). Os participantes P e P na subfase da Fase (Figura - a) apresentaram altas taxas de freqüência na mudança da localização dos cliques. A partir da subfase, a freqüência de mudança já diminuiu bastante em praticamente todos os elementos (Figura - b). Outro dado relevante é a freqüência elevada vista no Elemento Z (que refere-se ao primeiro clique emitido logo após a igualação dos ícones) que ocorre com os participantes P, P, P, P, P e P (Figuras e a, b, c). Isto significa que os participantes mudaram freqüentemente a localização dos cliques após sua igualação. Já P, P e P praticamente não mudaram a localização dos cliques nem mesmo após a igualação dos ícones, com exceção da subfase do participante P. O responder dos participantes ao longo das subfases, em alguns casos, foi se modificando. P, P e P (Figura - a, b, c), por exemplo, tiveram as mudanças de localização relativas reduzidas no decorrer do experimento, sendo que para P até no elemento Z esta diminuição na freqüência relativa pode ser observada. Os participantes P e P, a partir da subfase (Figura - b, c), parece que já não vinham mais mudando a localização dos cliques mesmo antes do elemento X (elemento que representava o clique anterior ao primeiro clique que era seguido de mudança nos ícones). A presente análise ( Elementos) permite identificar com mais especificidade aquilo que as figuras de freqüência acumulada de mudança da localização dos cliques após falha e após mudança dos ícones (Figuras,, e ) já haviam evidenciado para os participantes P e P.

75 , X Z, X Z, X Z a, X Z, X Z, X Z b, X Z, X Z, X Z c P P P Mudanças de localização relativas,,, X Z X Z X Z,,, X Z X Z X Z,,, X Z X Z X Z a b c P P P, X Z, X Z a, X Z, X Z b, X Z, X Z c P P Elementos Figura. Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X,,,,, e Z, onde,,, e referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a e posterior a, respectivamente.

76 , X Z, X Z, X Z a, X Z, X Z, X Z b Mudanças de localização relativas,,, X Z P X Z X Z, X Z P, X Z P c a b, X Z c P Elementos Figura. Mudanças de localização relativas aos cliques ocorridos nos elementos X,,,,, e Z, onde,,, e referem-se aos cliques que produziram mudança nos ícones; X e Z referem-se aos cliques anterior a e posterior a, respectivamente Dos seis participantes cuja freqüência de mudança de localização foi pequena desde o início do experimento (P, P, P, P, P e P), quatro deles são exatamente os participante pertencentes ao Grupo (P a P). Novamente, a análise

77 dos Elementos permitiu identificar com mais detalhe uma parte do desempenho dos participantes P a P que já havia sido apresentado nas Figuras e. Estes participantes, em todas as subfases, mudaram a localização dos cliques pouquíssima vezes (a maior parte delas ocorreu no elemento Z, que representava o primeiro clique emitido após a igualação dos ícones), sendo que P não exibiu nenhuma mudança na subfase (Figura - c). Os participantes (P e P) exibiram uma freqüência relativa de mudança de localização dos cliques um pouco maior, principalmente o participante P na subfase (Figura - a). O elemento Z é aquele cuja freqüência de mudança foi a mais elevada, o que significa que após a igualação dos ícones, a mudança na localização do clique foi comum (participantes P, principalmente, e P). Portanto, parece que a inclinação das curvas vista na Figura para esses dois participantes refere-se basicamente aos cliques ocorridos no elemento Z, principalmente no caso do participante P, já que ele mudou a localização dos cliques em quase todas as vezes em que os ícones se igualaram. Uma análise semelhante à dos Elementos foi realizada na Fase ( Elementos) para verificar o efeito da mudança dos ícones sobre possíveis mudanças de localização dos cliques. Como na Fase a igualação dos ícones se deu de forma direta, logo após um valor de n sorteado pelo computador, foram analisados os cliques que eram seguidos de igualação dos ícones (Elemento X), bem como os quatro cliques anteriores (X, X, X e X) e posteriores (Z, Z, Z e Z) ao Elemento X. A análise destes dados para cada participante (Figura - a, b) foi dividida em dois blocos de elementos, já que a Fase possuía dois blocos de trinta igualações dos ícones (Fase /subfase - representada pela letra a na figura - e Fase /subfase - representada pela letra b na figura), perfazendo um total de oportunidades de mudança de localização dos cliques para os participantes do Grupo (P a P), visto que após a última igualação dos ícones o experimento se encerrava para estes participantes e não era possível emitir mais nenhum clique no mouse. Os participantes do Grupo (P a P) tiveram oportunidades para mudar a localização dos cliques após a ocorrência de igualações nos ícones, já que eles iniciaram o experimento pela Fase. Assim, os último cliques que ocorreram nos elementos Z, Z, Z e Z referemse aos primeiros cliques ocorridos na Fase (fase que ocorria após a Fase ). A Figura (a, b) apresenta as mudanças de localização relativas (na qual o valor refere-se ao valor máximo de mudanças na localização dos cliques que cada participante poderia ter feito nos diferentes elementos representados no eixo x ) em relação aos elementos

78 apresentados. Os valores de cada coluna das figuras foram calculados dividindo-se o número total de vezes em que houve mudanças na localização dos cliques em cada um dos elementos (em cada subfase da Fase ) pelo número no caso dos participantes do Grupo e pelo número no caso dos participantes do Grupo (número total de oportunidades para clicar o botão do mouse após as igualações dos ícones, respectivamente). Os participantes P, P e P (Figura - a, b) destacaram-se por apresentar grande quantidade de mudanças de localização relativas (em ambas as subfases a maior parte das colunas está próxima do valor, ou então estes participantes exibiram colunas com valores maiores que, ) nos elementos analisados. Estes três participantes pertenciam ao Grupo, que passou pelas Fases, e, respectivamente. Com o fim da ocorrência de mudanças na disposição dos ícones ocorrendo sempre antes da igualação dos mesmos, a possibilidade de se estabelecer um controle discriminativo sobre o responder relativo ao momento da tarefa em que ocorreria uma igualação nos ícones diminuiu bastante em relação à Fase (na qual as mudanças sistemáticas na disposição dos ícones que antecediam a igualação podiam adquirir a função de estímulos reforçadores condicionados para as respostas de clicar na mesma localização do clique anterior), o que pode ter contribuído para o aumento das mudanças de localização relativas observadas na Fase para estes três participantes (P, P e P - Figura ). Vale lembrar que na Figura, o participante P exibiu um aumento na mudança de localização dos cliques com a introdução da Fase. O restante dos participantes do Grupo (P, P, P, P e P) pode ser divido em dois grupos no que se refere ao padrão comportamental apresentado. P, P e P (Figura - a, b) mudaram razoavelmente pouco a localização dos cliques (na maior parte dos elementos a mudança relativa de localização encontra-se abaixo de, ) distribuídos entre os elementos. A freqüência reduzida de mudanças de localização nos elementos X, X, X e X (cliques que não eram seguidos de mudança nos ícones) para o participante P estão de acordo com a inclinação da curva apresentada na Figura durante a Fase. Além disso, a freqüência elevada de mudanças de localização nos elementos Z e principalmente no elemento Z (Figura ) dão suporte à elevação da freqüência de mudanças de localização dos cliques após mudança nos ícones observada na Figura. A freqüência de mudanças de localização nos elementos Z, Z, Z e Z (que representam os quatro cliques após ter ocorrido uma igualação dos ícones) para os participantes P P (Figura ) também dão suporte ao leve aumento na aceleração de suas curvas na

79 Figura, durante a Fase., X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z a, X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z b P P P,,, a X X X X Z Z Z Z X X X X X Z Z Z Z X X X X X Z Z Z Z Mudanças de localização relativas, X X X X X Z Z Z Z P, X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z P, X X X X X Z Z Z Z,,,, X X X X X Z Z Z Z P X X X X X Z Z Z Z X X X X X Z Z Z Z P X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z P, X X X X X Z Z Z Z, X X X X X Z Z Z Z P, X X X X X Z Z Z Z b a b a,,, b X X X X X Z Z Z Z X X X X X Z Z Z Z X X X X X Z Z Z Z P P P Elementos Figura. Mudanças de localização relativas dos cliques ocorridos nos elementos X, X, X, X, X, Z, Z, Z e Z, onde X refere-se aos cliques seguidos de igualação dos ícones e os outros elementos referem-se aos quatro cliques anteriores e posteriores a X, respectivamente.

80 Os participantes P e P, desde o início da Fase (Figura - a) quase não mudaram a localização dos cliques, com exceção das mudanças ocorridas nos elementos Z e Z para P (lembrando que o elemento Z representava o primeiro clique após a igualação dos ícones e o elemento Z representava o clique seguinte). Estas mudanças ocorridas nos elementos Z e Z para o participante P foram responsáveis pela aceleração da curva obtida na Figura para este participante, com o início da Fase. Em relação aos participantes do Grupo (P, P, P e P), enquanto P e P mudaram mais vezes a localização dos cliques nos elementos analisados, P e P apresentaram muito menos mudanças (Figura - a, b). O desempenho de P é semelhante ao desempenho dos participantes P, P e P do Grupo (em ambas as subfases a maior parte das colunas está próxima do valor, ou então estes participantes exibiram colunas com valores maiores que, ). A freqüência elevada de mudanças principalmente no elemento Z (Figura ) para o participante P está de acordo com a alta freqüência de mudanças apresentada na Figura, durante a Fase. Alguns participantes (P e P) apresentaram mudanças relativas na localização dos cliques em certos elementos que, em comparação à quantidade de mudanças relativas apresentadas em relação aos demais elementos, se destacam bastante. P e P (Figura - a, b), por exemplo, apresentaram muitas mudanças de localização nos cliques referentes ao elemento Z (cliques emitidos logo após a igualação dos ícones). Já os participantes P, P e P (Figura a, b) mudaram várias vezes a localização dos cliques representados pelo elemento Z (segundo clique posterior à igualação dos ícones). Estes últimos participantes comentaram ao final do experimento que perderam alguns pontos devido à rapidez com que emitiram os cliques no botão do mouse. Nestes casos, o que provavelmente ocorria era que, após a igualação dos ícones, um clique (Elemento Z) era emitido antes que a tecla Seta para cima fosse pressionada, o que ocasionava o não recebimento dos pontos. A tecla Seta para cima era então pressionada e, em seguida, um novo clique (Elemento Z) era dado, numa localização diferente da localização anterior. Por conta disto, P, P e P apresentaram uma taxa alta de mudança de localização no Elemento Z e não no Elemento Z. Destacam-se também os participantes P e P por praticamente não mudarem a localização dos cliques, nos elementos analisados, durante toda a Fase (Figura - a, b). A tarefa não exigia que os participantes utilizassem outras teclas além da tecla Seta para cima para que obtivessem pontos. No entanto, todos os participantes

81 pressionaram teclas diferentes da tecla Seta para cima. A Tabela apresenta a relação das teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento. Tabela. Relação de teclas utilizadas pelos participantes durante o experimento. Participantes Teclas utilizadas P,,,, Enter P, Barra Espaço, End, Enter, + P,,, P, Enter P,,,, B, C, D, N, Q, R, T, X P,,,, Enter, H, L, P, Tab, F, F, F, F, F, F, F, F, F, F, P,, Barra Espaço P,,, P,,,, Barra Espaço, Enter P,,,, Delete P,,,, Barra Espaço, Enter, Tab, P,,, Barra Espaço, Enter Nove participantes (P, P, P, P, P, P, P, P e P) já utilizaram essas outras teclas logo no início do experimento. O participante P se destacou por utilizar a tecla Seta para cima e a tecla Enter durante praticamente todo o experimento (Figura, apresentada no final deste trabalho). Um comportamento que ocorreu com bastante freqüência com os participantes P, P, P, P, P, P, P e P foi o de pressionar várias vezes a tecla Seta para cima do teclado logo após terem perdido uma oportunidade de adicionar um ponto ao contador numérico. Ou seja, após a igualação dos ícones, no lugar de apertarem, em seguida, a tecla Seta para cima, estes participantes emitiram qualquer outra resposta diferente desta (geralmente emitiram mais um clique na mesma localização do clique anterior), o que ocasionava o aparecimento de cinco ícones diferentes e a perda da oportunidade de ganhar um ponto. Em seguida, pressionaram a tecla Seta para cima, possivelmente na tentativa de ainda obter os pontos que deixaram de ganhar. Isto possivelmente se deu principalmente em função da velocidade dos cliques emitidos por estes participantes. Ao emitir cliques com uma velocidade bastante rápida, perdiam a oportunidade de ganhar pontos. Isto pode ser corroborado na Figura - a, b, na qual pode-se observar o elemento Z com uma freqüência reduzida de mudanças, o que indica que provavelmente em função da velocidade dos cliques emitidos, a localização do clique no elemento Z foi a mesma localização do clique anterior (elemento X). Vale

82 destacar que este comportamento ocorreu com os demais participantes, porém numa freqüência bem menor. A Tabela mostra a pontuação de cada participante ao final do experimento. A pontuação máxima possível de ser obtida era de pontos. Pontuações baixas, como as dos participantes P, P, P, P, P e P também ocorreram provavelmente em função da rápida velocidade dos cliques emitidos por estes participantes, como descrito acima. Tabela. Pontuação obtida por cada participante ao final do experimento. Participantes Pontuação P P P P P P P P P P P P Nove dos doze participantes (P, P, P, P, P, P, P, P, e P) também emitiram cliques desnecessários na tecla Seta para cima após a igualação dos ícones, ou seja, emitiram mais de um clique nesta tecla quando os ícones se igualaram. O participante P foi o que mais pressionou esta tecla, exibindo cliques a mais, durante todo o experimento (Figura, apresentada na análise que se segue). Cliques na tecla Seta para cima também ocorreram em outros momentos além daquele especificado nas instruções para a obtenção de pontos (logo após a igualação dos ícones). Mais uma vez, nove participantes (P, P, P, P, P, P, P, P e P) emitiram uma pressão nesta tecla pelo menos uma vez ao longo de todo o experimento. Novamente o participante P (Figura, apresentada na análise que se segue) foi o que mais emitiu tal resposta, exibindo pressões nesta tecla ao longo de todo o experimento, sendo que na maioria das vezes ocorreram conjuntos de pressões seguidas nesta tecla.

83 Os participantes desta pesquisa passaram quase todo o experimento emitindo cliques no botão do mouse. Uma análise da seqüência das localizações em que os cliques foram emitidos foi feita a fim de verificar a ocorrência ou não de algum padrão supersticioso, bem como possíveis mudanças nos padrões apresentados no decorrer do experimento. Um conjunto de respostas foi considerado como um padrão supersticioso quando envolveu seqüências de respostas padronizadas, tais como uma quantidade específica de cliques em diferentes zonas (Ex: ), ou uma seqüência de cliques em ordem ascendente e/ou descendente (Ex: -----; ; ; -----; ; ; ; etc.) ocorrendo por pelo menos duas vezes consecutivas ou então próximas uma da outra, que inicialmente foram seguidas de alterações ambientais independentes da resposta (mudanças nos ícones a despeito da localização dos cliques). As Figuras a, b, c até a, b e c (ANEXOS até ) apresentam a localização de todas as respostas emitidas por cada um dos participantes, na ordem em que ocorreram. As zonas de localização a referem-se à divisão da tela do computador feita para auxiliar na identificação da localização dos cliques (ANEXO ). Já as zonas a foram criadas parar facilitar a identificação de outras respostas (respostas diferentes daquelas de clicar no botão do mouse) que também apareceram durante o experimento podendo, portanto, fazer parte de um padrão supersticioso. Estas zonas referem-se às teclas Seta para cima, Seta para baixo, Seta para o lado direito, Seta para o lado esquerdo, Enter, Barra Espaço e Outras respectivamente. Os cliques que não foram seguidos de mudança dos ícones estão representados por círculos; os cliques que foram seguidos de mudança nos ícones (quer a mudança tenha sido apenas na disposição, quer tenha ocorrido uma igualação) estão representados por um triângulo. Nos casos em que os participantes pressionaram a tecla Seta para cima no momento especificado pelas instruções (tendo aumentado, portanto, um ponto no contador numérico), o clique que produziu a igualação está representado por um quadrado. Caso contrário, está representado pelo triângulo, indicando que houve mudança nos ícones (igualação), porém que o participante não foi reforçado. Isto significa que as respostas de pressionar a tecla Seta para cima que ocorreram no momento especificado pelas instruções não estão representadas diretamente nas Figuras a - a, b, c (e sim indiretamente pelo quadrado). Apenas as pressões nesta tecla

84 ocorridas em outros momentos que não aqueles especificados pela instrução para obter pontos é que foram representadas (zona ). O participante P não iniciou o experimento clicando em algumas das zonas presentes na tela do computador (zonas a ), mas sim apertando teclas compreendidas entres as zonas a (Figura a - gráfico superior). No entanto, nenhuma destas respostas foi seguida de mudança nos ícones. Em seguida, este participante clicou o botão do mouse sobre as zonas a, sendo que após o quinto clique ocorreu uma mudança na disposição dos ícones. Isto parece ter sido suficiente para mantê-lo, em seguida, emitindo cliques nestas zonas, que então foram novamente seguidas tanto por mudanças na disposição dos ícones quanto por sua igualação, culminando com a obtenção de um ponto no marcador numérico (Figura a - gráfico superior). Este participante, como dito anteriormente (Tabela ), emitiu apenas um clique numa das zonas que não continham ícones (zona, Figura a - gráfico inferior). O restante dos cliques ocorreu nas zonas a como pode ser visto nas Figuras a, b e c que apresentam a seqüência de cliques emitidos por este participante em todo o experimento. Lembrando que os pontos representados nas zonas a não se referem a cliques no botão do mouse. Alguns padrões supersticiosos transitórios (que ocorreram em apenas alguns momentos do experimento) podem ser observados nos cliques ocorridos nas zonas a para o participante P, durante quase todo o experimento. Estes padrões envolveram cliques em ordem ascendente e/ou descendente nestas zonas como, por exemplo, as seqüências e no início da Fase /subfase (Figura ), além da seqüência e logo depois (Figura ). Outro exemplo deste tipo de padrão foi a seqüência (Figura ) pouco antes da metade desta fase (por volta dos cliques a ).

85 Figura. emitida pelo participante P no início da Fase /subfase. Figura. emitidas pelo participante P na Fase /subfase.

86 Figura. emitidas pelo participante P pouco antes da metade da Fase /subfase. Padrões de respostas semelhantes a estes foram observados ao longo da Fase e, em diferentes momentos (Figuras a, b e c). Estes padrões foram mantidos tanto pelas mudanças na disposição dos ícones quanto pela ocorrência de igualações mesmo quando, em algumas situações, após a igualação o participante não obteve aumento na pontuação. Ainda na Fase (logo no início) é possível notar que P emitiu uma rápida seqüência de respostas envolvendo a tela do computador cliques nas as zonas a (que continham ícones) e envolvendo respostas que não ocorreram sobre a tela do computador, mas sim as teclas existentes no teclado (zonas a ). A Figura, portanto, evidencia respostas impossíveis de serem analisadas observando as Tabelas a. Durante a Fase, as quatro mudanças apenas na disposição dos ícones antes de ocorrer sua igualação parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones, já que em quase toda esta fase, quando os ícones começavam a mudar, P não mudava a localização dos cliques seguintes (Figuras a, b

87 e ). Provavelmente por conta disto é que a freqüência de mudanças de localização dos cliques obtida na Figura foi baixa. Figura. emitida pelo participante P na Fase /subfase. As mudanças na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones. Um padrão supersticioso transitório diferente foi observado no final da Fase. Tratou-se de cliques em ordem ascendente nas zonas de a, porém ocorreram cliques consecutivos em cada uma das zonas até que houvesse igualação dos ícones, momento em que a zona seguinte era então explorada (Figura ). Além disso, durante as Fases e (Figuras a, b e c), P utilizou as zonas (tecla Seta para cima ) e (tecla Enter ) com bastante freqüência (ainda que de maneira assistemática em muitas das vezes). A utilização da zona ocorreu praticamente após cliques que foram seguidos de igualação dos ícones, porém cliques que não foram seguidos de aumento na pontuação. Ou seja, após a igualação dos ícones, P acabou emitindo mais um clique na mesma localização do clique que foi seguido de igualação (ou em qualquer outra zona, ocasionando a perda da oportunidade de ganhar um ponto) e, em seguida, pressionou várias vezes a tecla Seta para cima (zona ), como se estivesse tentando recuperar o ponto que deixou de receber. Este dado

88 corrobora as baixas freqüências relativas obtidas no elemento Z (Figuras - b, c e - b), além da baixa pontuação no experimento (Tabela ). Na Fase, entretanto, a zona foi intercalada com as zonas de a de uma maneira sistemática, evidenciando um padrão supersticioso transitório envolvendo não só cliques no botão do mouse, mas uma tecla. (Exemplos: seqüência ou então Figura ). Figura. emitidas pelo participante P no final da Fase. Cliques eram emitidos numa mesma localização até que houvesse igualação dos ícones, momento em que ocorria mudança na localização dos cliques. Figura. Seqüência de cliques alternados nas zonas e exibida pelo participante P no final da Fase.

89 Já a zona (tecla Enter ) parece ter sido utilizada por este participante como se ela fosse necessária para que houvesse mudança dos ícones, visto que foi utilizada com bastante freqüência nas Fases e após cliques nas zonas a (Figuras a, b e c). Trata-se, portanto, de outro exemplo de um padrão supersticioso envolvendo cliques no botão do mouse e pressões em uma dada tecla existente no teclado computador. Finalmente, as Figuras a, b e c permitem compreender o motivo da baixa freqüência de mudanças na localização dos cliques tanto após falha quanto após ter ocorrido uma mudança nos ícones (Figuras e ): P, durante quase todo o experimento, emitiu pequenas seqüências de cliques consecutivos numa mesma zona de localização antes de emitir cliques em outras zonas, fazendo com que poucas mudanças de localização ocorressem tanto após falha quanto após mudanças nos ícones. O participante P, na Fase (Figura a gráfico superior), emitiu todos os cliques (com exceção do primeiro) sobre as zonas a, visto que a primeira mudança na disposição dos ícones ocorreu após quatro cliques consecutivos nestas zonas. Na Fase (Figuras a gráfico inferior e b), os únicos cliques ocorridos em zonas que não continham ícones (zonas a ) foram apenas os últimos cliques ocorridos nesta fase, antes da mudança para a Fase. Na Fase, é importante destacar que, logo no ínicio, P apresentou um padrão supersticioso transitório em relação às respostas de mudar a localização dos cliques: ele clicava com o botão do mouse na mesma localização do clique anterior quando este clique não havia sido seguido de mudança nos ícones e variava quase sempre a localização dos cliques quando eram seguidos de uma mudança nos ícones. Estas mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones (Figura ). Este padrão foi em seguida substituído por um padrão que envolvia cliques no botão do mouse em ordem ascendente e descendente sobre as zonas a, até que os ícones começavam a se modificar. Neste momento, P geralmente continuou variando a localização dos cliques até que novamente eles parassem de mudar e então uma nova seqüência ascendente e descendente tinha início (Figura a - gráfico inferior). Apesar desta seqüência não ter sido rigorosamente sistemática (houve alterações na quantidade e na ordem dos cliques emitidos em cada uma destas cinco zonas), P parece ter se comportado como se a igualação dos ícones dependesse da localização dos cliques no botão do mouse. Este

90 padrão se manteve até aproximadamente a metade desta fase (Fase ) e reflete a alta freqüência de mudanças de localização dos cliques após ocorrência de mudanças nos ícones vista na Figura e uma freqüência menor de mudanças após ter ocorrido uma falha na mudança dos ícones (Figura ) já que, assim como o participante P, o participante P também emitiu, até aproximadamente metade do experimento, pequenas seqüências de cliques numa mesma localização. Figura. emitidas pelo participante P no início da Fase. Mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização dos cliques anteriores à primeira mudança na disposição dos ícones No restante da Fase (Figura b), pode-se observar uma diminuição nas mudanças de localização dos cliques tanto após os ícones terem falhado em mudar quanto após terem mudado de disposição (também possível de observar nas Figuras e - curvas mostram uma desaceleração). Com isto, houve uma diminuição na ocorrência do padrão ascendente e descendente nas zonas a. Neste ponto, as mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones (Figura ). Deve-se ressaltar

91 que o participante P só não diminuiu a freqüência das mudanças de localização dos cliques após a ocorrência de igualações (dado corroborado pela Figura - b, c). Figura. emitida pelo participante P na Fase /subfase. As mudanças sistemáticas na disposição dos ícones parecem ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones. Os últimos cliques ocorridos na Fase (Figura b - gráfico inferior) foram em zonas que não continham ícones. P passou praticamente o restante do experimento (Fase - Figura c) clicando nestas outras zonas (este dado também pode ser visto nas Tabelas a ). Não foi observado nenhum padrão supersticioso em relação à localização dos cliques nesta última fase. O leve aumento na freqüência de mudanças de localização dos cliques após uma mudança nos ícones (apresentado na Figura ) pode ser visto principalmente no início e no final da Fase (Figura c). P (Figuras a, b, c) apresentou três padrões supersticiosos bastante definidos envolvendo sempre apenas as zonas de a durante todo o experimento (como já relatado na análise das Tabelas a ). O primeiro deles ocorreu durante a Fase e se estendeu para o início da Fase (Figura a e ). Consistiu em clicar nas zonas,,, e em ordem ascendente e descendente (Ex: cliques na seqüência

92 ---). Por conta deste padrão supersticioso, P mudou a localização dos cliques com muita freqüência tanto após cliques seguidos de falha na mudança dos ícones quanto após ocorrência de mudanças (corroborado pelas Figuras e - Fase ). Figura. emitida pelo participante P na Fase, que consistiu em clicar nas zonas,,, e em ordem ascendente e descendente. O outro padrão apareceu no começo da Fase (Figura a - gráfico inferior) e se estendeu até aproximadamente a metade desta fase. Este padrão também envolveu as zonas de a e consistiu de uma quantidade maior de cliques em cada uma das zonas antes de haver uma mudança para a próxima zona. Os cliques também ocorreram numa seqüência ascendente e descendente (Ex: ). O último padrão observado foi o que ocorreu por mais tempo, tendo início por volta da metade da Fase, indo até o final do experimento (Figuras b e c). Este padrão também consistiu de cliques numa seqüência ascendente e descendente nas zonas de a, tendo início na zona. Cliques foram emitidos nesta zona até que os ícones se igualaram. Em seguida, cliques passaram a ser emitidos na zona, novamente até que ocorreu igualação dos mesmos. Em seguida, as zonas, e foram utilizadas, seguindo o mesmo padrão. Após a zona, os cliques voltaram a ocorrer na zona, dando início a uma nova seqüência ascendente de cliques. Estes dois últimos padrões são os responsáveis pelas baixas freqüências de respostas de mudanças de localização

93 vistas nas Figuras e, já que em ambos os padrões uma quantidade maior de cliques ocorria em cada uma das zonas a antes que houvesse uma mudança de localização. Nestes dois últimos padrões, P não variou a localização dos cliques que ocorreram logo após as quatro mudanças apenas na disposição dos ícones, o que sugere a possibilidade destas mudanças terem funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique anterior. Similarmente a P, o participante P praticamente só mudou a localização dos cliques após mudanças nos ícones quando a mudança ocorrida foi a igualação dos ícones (dado já obtido na análise dos Elementos, representados pela Figura - a, b, c). A introdução da Fase não alterou o padrão supersticioso já estabelecido na fase anterior. A única diferença nesta fase era que antes da igualação dos ícones não havia mais mudanças apenas na disposição dos ícones (como ocorria na Fase ). Pelas Figuras a, b e c também é possível observar, como discutido anteriormente, que a tecla Seta para cima foi utilizada algumas vezes durante o experimento num momento não especificado pelas instruções, sendo que, em todas as vezes, isto ocorreu logo após o participante não ter sido reforçado. Ou seja, o que ocorreu nestas situações foi que assim que ocorreu a igualação dos ícones, P clicou o botão do mouse na mesma zona de localização do clique que foi seguido da igualação dos ícones e, portanto, deixou de receber um ponto e ouvir o tom sonoro. Em seguida, possivelmente na tentativa de recuperar o ponto perdido, apertou a tecla Seta para cima. Cliques nas zonas que não continham ícones foram os primeiros cliques emitidos pelo participante P (Figura a - gráfico superior). No entanto, a primeira igualação, seguida de aumento na pontuação, ocorreu após um clique na zona (zona que cotinha um ícone). A partir deste momento, P permaneceu durante esta fase clicando tanto nas zonas que continham ícones quanto nas que não continham. Isto garantiu altas taxas de respostas nas Figuras e (mudanças de localização dos cliques após falha e após mudança dos ícones, respectivamente). Do início da Fase /subfase até aproximadamente sua metade (Figura a - gráfico inferior), o padrão visto na Fase permaneceu razoavelmente constante, podendo-se observar um outro padrão supersticioso transitório: respostas ocorreram em ordem ascendente e descendente nas zonas de a (Figura ). Neste tipo de padrão também foi observada uma freqüência elevada de mudanças nos ícones após cliques que foram seguidos de falha e de mudança dos ícones (Figuras e ). Aproximadamente a partir da metade da Fase /subfase (Figuras a - gráfico inferior e b), P passou o restante desta fase clicando apenas

94 em algumas localizações específicas (basicamente nas zonas e ), sem apresentar nenhum padrão supersticioso (corroborando as freqüências baixas e/ou nulas nas Figuras, e - b, c). Figura. Seqüência ascendente descendente de cliques nas zonas a emitida pelo participante P no início da Fase. O início da Fase (Figura c - gráfico superior) não mudou o padrão de respostas estabelecido na Fase (evidenciado pelas mudanças de localização relativas quase nulas apresentadas na Figura ). A tecla Seta para cima foi bastante utilizada ao longo das três fases, principalmente logo após o participante não ter sido reforçado (Figuras a, b e c). Ou seja, quando o participante não apertou esta tecla logo após a igualação dos ícones, ocasionando a perda da possibilidade de aumentar sua pontuação, foi comum que, em seguida, ele pressionasse esta tecla. Porém, não foi observado nenhum padrão supersticioso em relação a isto. A utilização da zona não ocorreu com muita freqüência quando os cliques após a igualação dos ícones foram seguidos de aumento na pontuação. O desempenho do participante P foi bastante diversificado ao longo das Fases, e (Figuras a, b e c). Os cliques iniciais ocorreram sobre as zonas a (Figura a - gráfico superior), porém olhando para o experimento como um todo observa-se que este participante explorou todas as zonas disponíveis (dados também vistos nas Tabelas a ). Na Fase e início da Fase (Figura a), nota-se um padrão supersticioso envolvendo as zonas a, de maneira ascendente e descendente. Em

95 seguida, P explorou diferentes zonas de localização, variando bastante a localização dos cliques (Figura a, a partir da metade da Fase - gráfico inferior), corroborando as freqüências elevadas de mudanças na localização dos cliques obtidas na Figura e principalmente na Figura. Pela Figura também foi possível notar que após a igualação dos ícones, este participante quase sempre mudou a localização dos cliques. O padrão de clicar de maneira ascendentes e descendentes nas zonas a também ocorreu ao longo da Fase (Figuras a e b), porém de forma bastante transitória e menos sistemática do que no seu início, quando P emitiu seqüências do tipo com maior freqüência (Figura a - gráfico inferior). Outro padrão transitório apresentado por P referiu-se a cliques alternados nas zonas e ( Seta para cima ) e depois nas zonas e, aproximadamente na metade da Fase (Figura ). A alternação dos cliques nas zonas e foi seguida de aumento na pontuação por duas vezes, enquanto que a alternação nas zonas e foi seguida por acréscimo de um ponto apenas uma vez. Figura. Seqüência de cliques apresentada pelo participante P nas zonas e e nas zonas e, aproximadamente na metade da Fase.

96 No final da Fase (Figura ), um conjunto de seqüências supersticiosas de cliques foi observado envolvendo as zonas a de maneira ascendente apenas (Ex: ). Nas três fases da tarefa, P emitiu cliques em várias zonas de localização, principalmente nas zonas a (Figuras a, b e c). Nestas, emitiu um conjunto de cliques em ordem ascendente e descendente ao longo das três fases, porém de forma não muito sistemática, ou seja, a quantidade de cliques em cada zona, a cada momento, variou bastante (Figura ). Figura. supersticiosas emitida pelo participante P nas zonas de localização que continham os ícones (zonas a ). Figura. Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente emitida pelo participante P nas zonas a, durante a Fase /subfase.

97 Em alguns momentos da Fase, pode-se destacar algumas seqüências mais sistemáticas, envolvendo também as zonas que não continham ícones, tais como as seqüências (Figura ), e ocorridas aproximadamente na metade da Fase, em diferentes momentos. Figura. emitida pelo participante P, envolvendo zonas que não continham ícones, tais como a seqüência durante a Fase /subfase. Todas estas seqüências, porém, ocorreram por pouco tempo. Tratou-se, portanto, de um padrão supersticioso transitório (ocorrido nas três fases do experimento), já que o experimento não exigia que os participantes emitissem cliques em nenhuma localização específica para que os ícones se igualassem. É interessante observar que as mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e aumento na pontuação (Figura ). Assim como P, o participante P nas Figuras, e apresentou taxas elevadas de mudanças de localização. As Figuras a, b e c permitem uma visualização detalhada destas mudanças.

98 Figura. emitida pelo participante P, durante a Fase, mostrando que mudanças de uma seqüência de cliques para outra ocorreram, muitas vezes, mesmo quando uma dada seqüência foi seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação. De maneira semelhante ao participante P, P iniciou o experimento explorando as teclas existentes no teclado do computador (Figura a - gráfico superior). Estas respostas não foram seguidas de mudança nos ícones. Em seguida, P passou a clicar nas zonas a e, após cinco cliques, ocorreu a primeira mudança na disposição dos ícones. A partir daí (Figuras a, b e c), este participante passou a utilizar apenas as zonas a, assim permanecendo durante todo o experimento (como já mostrado na Tabela ). Em relação à seqüência de respostas emitidas por P, pode-se observar claramente dois padrões supersticiosos que se mantiveram razoavelmente constantes nas Fases e. Ambos já foram observados em outros participantes. O primeiro deles ocorreu no final da Fase e início da Fase e consistiu em cliques sistemáticos em ordem ascendente nas zonas a (Ex: ) e também em ordem ascendente e descendente nestas mesmas zonas (início da Fase ) - Figuras a e b - gráfico superior. Neste padrão, a localização dos cliques variou bastante, independente de um clique ter sido seguido de mudança nos ícones ou não. Por conta disto é que se observa freqüências elevadas nas Figuras e. O segundo padrão, iniciado por volta da metade da Fase (Figura ), também envolveu estas mesmas zonas ( a ) de maneira ascendente e descendente, porém uma quantidade maior de cliques foi dada em cada uma delas antes que ocorresse uma mudança na localização dos próximos cliques (Ex:-

99 ). Este tipo de padrão contribuiu para diminuir um pouco a aceleração das curvas das Figuras e. Através da Figura também é possível notar que neste segundo padrão de respostas a ocasião para o participante P mudar a localização dos cliques era a ocorrência de uma igualação dos ícones (dado corroborado pelas altas freqüências obtidas no elemento Z da Figura - a, b, c). Ainda em relação a este padrão supersticioso, viu-se que assim que começavam a ocorrer as mudanças na disposição dos ícones, P emitia os cliques seguintes na mesma localização do clique que primeiramente foi seguido de mudança (Figura ), o que sugere que, assim como visto com os participantes P, P e P, estas mudanças funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de emitir cliques numa mesma localização. Figura. emitida pelo participante P na Fase /subfase, na qual uma quantidade maior de cliques era emitida numa mesma zona de localização antes que ocorresse uma mudança na localização dos cliques. Isto geralmente ocorria logo após a igualação dos ícones. As mudanças na disposição dos ícones pareceram funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização. Com a introdução da Fase, este último padrão supersticioso se manteve (Figura c). A tecla Seta para cima também foi utilizada após a ocorrência de cliques que não foram seguidos de aumento na pontuação (Figura b), e com o início da Fase, a freqüência deste comportamento aumentou bastante (Figura c), possivelmente porque com a ausência das mudanças apenas na disposição dos ícones, para que o participante

100 fosse reforçado, ele deveria observar com mais cautela a disposição dos ícones na tela do computador para averiguar se uma igualação havia ou não ocorrido após ter clicado o botão do mouse. Se a velocidade dos cliques ocorresse de forma rápida, era provável que o participante perdesse a oportunidade de ser reforçado (pressionando a tecla Seta para cima num momento inadequado ). No caso do participante P (Figura ), a tecla Seta para cima foi pressionada após ele já ter clicado com o botão do mouse por uma ou mais vezes na mesma zona de localização do clique que foi seguido da igualação dos ícones. Isto não ocorreu apenas com o participante P, mas com os demais participantes que utilizaram a zona de localização com muita freqüência. Figura. emitida pelo participante P durante a Fase /subfase. Várias respostas na zona ocorreram após perda da oportunidade de aumentar a pontuação, já que após a igualação dos ícones ocorreram uma ou mais respostas na mesma zona de localização do clique que produziu a igualação dos ícones antes que fosse pressionada a tecla Seta para cima. O participante P começou o experimento clicando nas zonas e (Figura a - gráfico superior). Estes cliques não foram seguidos de mudança nos ícones. Em seguida, emitiu um clique na zona, que ocasionou mudança na disposição dos ícones. Isto pareceu ser suficiente para P continuar emitindo mais alguns cliques nesta zona. Após clicar mais algumas vezes nas zonas e e ter estes cliques seguidos de aumento na pontuação, a emissão de quatro cliques consecutivos que não foram seguidos de nenhuma mudança nos ícones parece ter feito com que P explorasse,

101 então, uma das zonas que continham ícones. Este participante deu um clique na zona (zona que continha um ícone) e este clique foi imediatamente seguido de uma mudança na disposição dos ícones. Como os cliques seguintes continuaram sendo seguidos de mudança nos ícones, P começou a apresentar uma seqüência mais sistemática de cliques nestas zonas ( a ). Vários padrões supersticiosos transitórios foram apresentados pelo participante P. Ao longo das Fases e (Figuras a, b e ) pequenas seqüências ordenadas de respostas podem ser observadas, envolvendo as zonas a, em ordem ascendente e descendente. Assim como observado com participantes com desempenhos semelhantes (P, P e P), a seqüência de respostas apresentada por P mostrou uma variação elevada no que se refere à mudança na localização dos cliques, tanto após ter ocorrido uma falha quanto uma mudança dos ícones, possível de ser observada também nas Figuras, e - a, b. Figura. Seqüência de cliques em ordem ascendente e descendente apresentada pelo participante P na Fase /subfase. Do final da Fase até o término do experimento, P além de continuar clicando nas zonas de a, passou a clicar em outras outras zonas com mais freqüência (Figuras b e c). As mudanças nas localizações dos cliques continuaram ocorrendo, como já

102 havia sido evidenciado na Figura - a, b. Nas zonas a, porém, não foi observado nenhum padrão supersticioso. Na Fase, é possível identificar alguns padrões supersticiosos, ainda que transitórios, nos cliques emitidos nas zonas de a (Figura ). Cliques na zona ( Seta para cima ) aumentaram consideravelmente na Fase (Figura ), quase que exclusivamente ocorrendo após um clique que não foi seguido de aumento na pontuação (provavelmente isto ocorreu pelos mesmos motivos descritos para o participante P). Figura. apresentada pelo participante P na Fase /subfase. Nota-se algumas respostas supersticiosas envolvendo as zonas a, além de respostas na zona após a perda da oportunidade de acrescentar um ponto no contador numérico. Antes de apresentar o desempenho dos participantes do Grupo, é importante retomar uma questão levantada anteriormente neste trabalho. Ao analisar as Tabelas a, aventou-se a possibilidade de que a diferença na ordem das fases experimentais por qual cada grupo de participantes foi inicialmente exposto pode ter contribuído para que cliques mais freqüentes nas zonas que continham os ícones terem ocorrido com os participantes do Grupo por conta destes participantes terem iniciado o experimento pela Fase, na qual o valor de n programado para relacionar cliques com mudança na disposição dos ícones era um valor pequeno (um valor entre e ). Assim, a mudança na disposição dos ícones pode ter reforçado a ocorrência de cliques iniciais sobre estas zonas. A partir da análise das Figuras,, e - a, b, c, pode-se notar que tal hipótese foi corroborada com quatro (P, P, P e P) dos oito participantes deste grupo. Apesar dos participantes P e P (Figuras e - a, b, c) terem iniciado o experimento utilizando algumas teclas (zonas de localização que não produziam

103 mudança nos ícones), os primeiros cliques ocorreram sobre as zonas que continham os ícones (zonas a ), sendo seguidos de mudança na disposição dos ícones. O participante P (Figuras - a, b, c) emitiu o primeiro clique na zona, porém os cliques seguintes foram nas zonas a. Estes cliques foram então seguidos de mudança nos ícones. Já o participante P (Figuras - a, b, c) desde o início explorou as zonas que continham os ícones e também parece ter sido reforçado pelas mudanças nos ícones. Outra questão abordada anteriormente referiu-se à possibilidade deste padrão de resposta já bem estabelecido na Fase - clicar com freqüência sobre os ícones - (visto com os participantes do P, P, P e P) persistir na Fase devido às quatro mudanças sistemáticas na disposição dos ícones terem funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de continuar emitindo cliques sobre os ícones. Isto pareceu ocorrer com os quatro participantes acima citados (Figuras,, e - a, b, c). Os participantes P, P, P e P iniciaram o experimento pela Fase, seguida das Fases e, respectivamente. O participante P (Figura ), no início da Fase (aproximadamente nos primeiros cliques), emitiu cliques em uma grande quantidade de zonas de localização diferentes, sendo que suas respostas foram seguidas por aumento na pontuação tanto após cliques emitidos nas zonas que continham ícones ( a ) quanto após cliques ocorridos nas zonas que não continham ícones ( a ). Neste momento inicial, P também apresentou rápidas seqüências de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas a, ainda que de maneira não sistemática (Figura ). Figura. emitida pelo participante P na Fase /subfase, exibindo cliques em várias zonas de localização, além de cliques em ordem ascendente e descendente nas zonas a.

104 Ainda neste começo da Fase (Figura a), um outro padrão supersticioso transitório ocorreu. Consistiu em seqüências não-sistemáticas e alternadas de cliques consecutivos nas zonas de a com bastante freqüência (por exemplo, clicava na zona até ocorrer igualação dos ícones, depois clicava na zona até que os ícones novamente se igualassem, em seguida clicava na zona até ocorrer uma nova igualação e assim por diante). Cliques consecutivos nas zonas, e também ocorreram no final da Fase (Figura a - gráfico inferior). É importante destacar que este padrão (cliques consecutivos em algumas zonas) perdurou por grande parte desta fase, (Figura a) ainda que P tenha emitido uma grande quantidade de cliques que não foram seguidos por aumento na pontuação (depois de pouco mais da metade da Fase até seu final, os cliques de P não foram seguidos de aumento na pontuação nenhuma vez). Pressões seguidas na tecla Seta para cima (zona ) logo após a ocorrência de cliques que não foram seguidos de aumento na pontuação também foram observados com bastante freqüência no desempenho deste participante (Figura a). Nesta primeira fase (Fase ), portanto, P obteve muito poucos reforços, possivelmente devido à velocidade com que emitiu os cliques. Parece que a ocorrência de reforços intermitentes foi suficiente para manter as seqüências de respostas apresentadas por P durante esta primeira fase (Figura a). Nas duas fases seguintes (Fases e ), P emitiu cliques consecutivos quase que exclusivamente na zona, e nenhum padrão supersticioso foi observado (Figuras b e c). A quantidade de vezes que a zona foi utilizada na Fase diminuiu significativamente (Figuras b e c), possivelmente em função do aumento do número de vezes em que o participante foi reforçado (ele só perdeu reforços). Este aumento no número de reforços obtidos (em relação à Fase ) ocorreu possivelmente porque na Fase ocorriam as quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones antes de sua igualação, o que aumentava as chances de o participante, mesmo clicando com alta velocidade, prever o momento exato da igualação dos ícones. Na Fase, como a igualação ocorria de forma direta, isto não era possível, e cliques emitidos com alta velocidade dificultavam ainda mais a obtenção de aumento na pontuação. As Figuras a, b e c mostram a seqüência de respostas emitidas pelo participante P em todo o experimento. Como previamente evidenciado nas Tabelas a, este participante emitiu apenas um clique no botão do mouse numa zona que não continha ícones (zona ). Desde o início da Fase (Figura a - gráfico superior),

105 portanto, cliques ocorreram nas zonas a. Nesta fase, alguns padrões supersticiosos transitórios podem ser observados. Cliques em ordem ascendente nas zonas a (Ex: ----) ou em ordem ascendente e descendente (Ex: ) podem ser visualizados logo no início da Fase (Figura a - gráfico superior). Este padrão, no qual mudanças na localização dos cliques ocorriam com freqüência (tanto após ocorrência de falha ou não na mudança dos ícones), foi o responsável pelas altas freqüências de respostas exibidas nas Figuras e. O outro padrão de respostas que teve início em seguida consistiu de cliques nas zonas a, porém ocorreram seqüências de cliques em cada uma das zonas até que ocorresse a igualação dos ícones (Figura ). Neste momento, o participante P passava a clicar na zona seguinte (Exemplo: ) ou então numa zona próxima, mas não necessariamente na zona seguinte (Ex: ). Figura. Seqüência supersticiosa de respostas nas zonas a, emitida pelo participante P na Fase / subfase. No final da Fase o padrão ascendente e descendente nas zonas a voltou a ser emitido e pode ser facilmente observado na Figura. Este padrão de respostas foi responsável por uma nova aceleração nas curvas da Figura e pelo aumento das mudanças de localização relativas vistas na Figura - b. A zona, assim como ocorreu com a maioria dos outros participantes, foi utilizada principalmente após um clique que não foi seguido de aumento na pontuação (Figura a).

106 Na Fase e início da Fase, o mesmo padrão supersticioso ocorrido no final da Fase também pode ser observado (Figura b). Porém, logo em seguida, o padrão de respostas envolvendo cliques consecutivos numa das zonas a até a ocorrência de igualação dos ícones, quando então outra zona era utilizada (padrão que ocorreu rapidamente na Fase ), voltou a aparecer e perdurou durante todo o restante do experimento (Figura ). Neste padrão, as mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones. A Figura, mostrada anteriormente, também evidencia características deste padrão. Figura. Seqüência de cliques emitida pelo participante P, em ordem ascendente e descendente nas zonas a (que continham os ícones), durante a Fase /subfase. Figura. Seqüência de cliques nas zonas a emitida pelo participante P a partir da metade da Fase /subfase. Mudanças na disposição dos ícones possivelmente funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar na mesma localização do clique que foi seguido de mudança na disposição dos ícones.

107 Cliques na zona continuaram a ocorrer (porém com uma freqüência menor), sendo que a maioria deles continuou ocorrendo após um clique que não foi seguido de aumento na pontuação (Figuras b e c). O participante P, que também passou inicialmente pela Fase, explorou logo no começo desta fase as zonas que continham ícones ( a ), algumas das zonas a (que não continham ícones) e também teclas existente no teclado do computador (Figura ). As mudanças de localização vistas neste início ocorreram principalmente após cliques que foram seguidos de falhas na mudança dos ícones (dado constatado na Figura ). Figura. emitida pelo participante P na Fase /subfase. Das doze primeiras vezes em que ocorreu igualação dos ícones, em sete delas P havia acabado de clicar na zona (Figura ). Após a décima segunda igualação dos ícones, pode-se observar (Figura a) que P passou a clicar apenas nesta zona de localização, pelo menos por um tempo maior. Até o final desta fase (Figura a), este participante emitiu cliques em apenas outra zona de localização (zona ). Assim, P emitiu uma grande quantidade de cliques numa mesma localização durante esta primeira fase, como pôde ser observado anteriormente nas Figuras, e através das baixas taxas de mudanças de localização. No que se refere a algum tipo de padrão supersticioso, o participante P, no início da Fase (Figura ), apresentou uma rápida seqüência de cliques nas zonas e (entre os cliques e ). Em seguida, no

108 entanto, não apresentou nenhum padrão supersticioso de respostas. Nas duas fases seguintes (Fases e ), P (Figuras b e c) continuou exibindo cliques seguidos em determinadas zonas de localização, sem apresentar nenhum padrão supersticioso em relação a estes cliques. Alguns poucos cliques seqüenciais envolvendo as zonas e ou e foram emitidos, caracterizando um padrão supersticioso transitório (Figura ). Figura. Seqüência de cliques emitida pelo participante P na Fase /subfase, envolvendo as zonas e, caracterizando um padrão supersticioso transitório. Mudanças na localização dos cliques ocorreram poucas vezes, com freqüência maior após cliques seguidos de mudança nos ícones (mostrado na Figura ), especialmente quando esta mudança foi uma igualação nos ícones (Figura - a, b, c). Logo no começo da Fase (Figura ), P explorou zonas que continham e que não continham ícones, além de zonas que continham teclas (zonas,,, e ). A primeira igualação nos ícones ocorreu após um clique na zona (Figura ). Em seguida, alguns outros cliques ocorreram em outras localizações, sem serem seguidos de nenhuma mudança nos ícones. O participante P novamente foi reforçado quando voltou a utilizar a zona. Daí em diante, ficou clicando apenas nesta zona por um tempo (Figura ). Em toda a Fase, clicou em apenas mais duas zonas diferentes, sendo que, antes de mudar de uma zona para outra, uma grande quantidade de cliques foi emitida em cada uma destas zonas de localização (Figura a). O desempenho deste participante nas Fases e (Figuras b e c) foi bastante semelhante ao seu

109 desempenho na Fase, ou seja, o participante P mudou a localização dos cliques pouquíssimas vezes (evidenciado pelas Figuras e ). Quando isto ocorreu, na maioria das vezes ocorreu após ter havido uma igualação nos ícones. Nenhum padrão supersticioso de respostas foi observado em seu desempenho (Figuras b e c). Figura. Seqüência de cliques emitida pelo participante P na Fase /subfase. A análise das Figuras e a, b, c dos participantes P e P permite constatar, como dito anteriormente no início da análise dos resultados, que iniciar o experimento pela Fase parece ter possibilitado maior variação na localização dos cliques em relação às diferente zonas disponíveis (se comparado às condições experimentais programadas na Fase ). Ou seja, na Fase, o valor de n sorteado pelo computador para relacionar cliques no mouse com mudança nos ícones podia ser uma valor entre e, valor este bem maior do que o valor de n na Fase (valor entre e ) e que, portanto, possibilitava maior variação em relação à localização dos cliques no botão do mouse antes que uma mudança nos ícones ocorresse. As Figuras a a, b, c exibindo a seqüência de cliques emitidas por cada um dos participantes no decorrer de todo o experimento mostram que, de modo geral, a maioria dos participantes (P, P, P, P, P, P, P, P e P) apresentou padrões transitórios de respostas supersticiosas, principalmente nas zonas de localização a, que continham os ícones. Apenas dois participantes (P e P) exibiram padrões supersticiosos mais constantes. Vale destacar que o participante P pertencia ao Grupo

110 , que iniciou o experimento pela Fase. Este participante foi o único do Grupo que apresentou um desempenho supersticioso constante nas três fases. O participante P (também do Grupo ) apresentou respostas supersticiosas apenas na primeira fase (Fase ), enquanto que P (Grupo ) apresentou apenas um padrão transitório bastante rápido (poucas respostas supersticiosas foram emitidas) apenas na primeira fase (Fase ), e P (Grupo ) não apresentou nenhum padrão de respostas supersticiosas. Outro dado que merece destaque é que apenas dois dos oito participantes do Grupo (P e P) não continuaram a apresentar um padrão supersticioso de respostas na Fase. O restante deles, mesmo com a introdução da Fase, continuou a exibir padrões supersticiosos. Ou seja, a retirada das quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones antes de sua igualação não impediu que respostas supersticiosas continuassem a ocorrer, já que tais respostas não eram mantidas exclusivamente por estímulos reforçadores condicionados. O que não foi mais possível de se ver na Fase foram apenas os cliques na mesma localização do clique que havia sido seguido de mudança na disposição dos ícones, já que estas mudanças sistemáticas foram retiradas da condição experimental que vigorava na Fase. Dito de outra maneira, se o experimento disponibiliza uma condição experimental que possibilita que o participante saiba com antecedência quando ocorrerá a apresentação de um estímulo reforçador (como foi o caso da Fase ), este participante pode responder discriminativamente a algum aspecto sistemático que venha a ocorrer no experimento antes que o reforço seja apresentado. Se esta condição é retirada (Fase ), o participante não mais responderá discriminativamente, porém isto não significa que respostas supersticiosas necessariamente deixarão de ocorrer.

111 DISCUSSÃO Dois tipos diferentes de respostas supersticiosas foram analisadas no presente trabalho: () respostas supersticiosas em relação à localização dos cliques nas diferentes zonas de localização disponíveis e () respostas supersticiosas de mudanças de localização dos cliques. No que se refere à localização dos cliques, viu-se que tanto na pesquisa realizada por Lee () quanto na presente pesquisa, a maior parte dos cliques ocorreu sobre as zonas de localização que continham os ícones, a despeito do fato da localização dos cliques não controlar a ocorrência das mudanças nos ícones. Desde o início do experimento, por exemplo, os participantes P a P utilizaram as zonas de localização que continham os ícones (zonas a ) e passaram a clicar nestas zonas como se elas tivessem algum controle sobre as igualações dos ícones. A rapidez com a qual este padrão foi instalado sugere, como Neuringer () apontou, que poucas relações acidentais entre uma resposta (neste caso, cliques em localizações específicas) e eventos subseqüentes (mudança dos ícones) são suficientes para que uma resposta supersticiosa seja instalada e mantida no repertório de um organismo. No presente experimento, foi possível constatar que quanto maior o valor de n sorteado pelo computador para que cliques no mouse fossem seguidos de mudança nos ícones, maior a probabilidade do participante variar mais a localização dos cliques nas diferentes zonas disponíveis até que, num dado momento, um clique fosse seguido de uma alteração nos ícones. Na Figura a (participante P na Fase /subfase ), por exemplo, viu-se que houve variação na localização dos cliques e na localização das teclas utilizadas até o momento em que ocorreu a primeira mudança nos ícones (após vinte cliques no mouse e sete pressões em teclas que não foram seguidos de nenhum tipo de mudança). Mais algumas variações ocorreram e a próxima mudança nos ícones novamente ocorreu após um clique na zona, o que então gerou cliques consecutivos nesta zona. Caso a primeira mudança nos ícones tivesse ocorrido sobre uma das zonas de localização que continha ícones, por exemplo, possivelmente a freqüência de cliques sobre esta zona teria aumentado (pelo menos temporariamente), como ocorreu com o participante P, por exemplo.

112 Como a diferença entre os valores de n programados nas Fases e podia ser um valor muito discrepante, desempenhos completamente diferentes podiam ser obtidos no que diz respeito à localização dos cliques no botão do mouse (como foi o caso, por exemplo, do desempenhos dos participantes P e P). Assim, a localização dos cliques sofreu influência marcante da fase experimental na qual cada participante iniciou o experimento, sendo que os participantes do Grupo (por conta do valor de n programado na Fase ser um valor pequeno) tiveram maior probabilidade de clicar sobre as zonas que continham ícones e serem seguidos por mudanças nos mesmos caso tivessem inicialmente explorado as zonas a do que os participantes do Grupo. Em relação às respostas supersticiosas de mudar a localização dos cliques no botão do mouse, viu-se que a maior parte dos participantes (P, P, P, P, P, P, P, P, P e P), no início do experimento, mudou a localização dos cliques com muita freqüência quer eles tivessem sido seguidos de mudança nos ícones, quer não (Figuras a, a, a, a, a, a, a, a, a e a, respectivamente). Desta maneira, observa-se que, pelo menos num primeiro momento, as diferenças entre as Fases e (o valor de n que estipulava a quantidade de cliques no mouse que era necessário ocorrer antes que houvesse mudança nos ícones e a ocorrência de uma mudança inicial apenas na disposição dos ícones ou uma igualação direta dos mesmos após o valor de n ) parece que não tiveram influência sobre o desempenho dos participantes. Outro ponto a ser levantado em relação às respostas de mudanças de localização dos cliques diz respeito à seqüência de respostas apresentadas por cada participante (Figuras a a). Ou seja, dependendo da seqüência de cliques no botão do mouse, a freqüência de mudanças de localização dos cliques foi maior ou não. Cliques consecutivos emitidos em ordem ascendente e/ou descendente (em diferentes zonas de localização) foi a seqüência de cliques que mais contribuiu para a alta freqüência de mudanças em sua localização. Já seqüências que envolveram uma quantidade maior de cliques numa mesma zona de localização antes que outra zona fosse utilizada contribuíram para uma freqüência reduzida de respostas de mudanças na localização dos cliques. Também foi observado que, para a maioria dos participantes, diferentes padrões transitórios de respostas supersticiosas ocorreram. Skinner () sugeriu que mudanças na topografia da resposta supersticiosa são possíveis de ocorrer, já que a apresentação de um evento subseqüente pode ocorrer logo após a emissão de uma resposta de

113 topografia diferente das respostas emitidas anteriormente e, então aumentar a probabilidade de emissão desta nova topografia de resposta. Em alguns momentos do experimento, foi possível observar que mudanças em uma seqüência específica de respostas (padrão supersticioso) para outra seqüência diferente (padrão supersticioso diferente) ocorreram, basicamente, em função do valor de n programado num dado momento ter sido um valor alto que permitiu, portanto, que um número maior de cliques não fossem seguidos por nenhuma mudança nos ícones, ocasionando uma mudança no padrão dos cliques. Ou seja, uma seqüência supersticiosa de cliques que não foi mais seguida de igualação dos ícones e de aumento na pontuação acabou se extinguindo e dando lugar a um outro padrão. No entanto, foi possível observar também que, em alguns momentos, uma seqüência específica de respostas parou de ocorrer mesmo quando esta seqüência estava sendo emitida e sendo seguida com freqüência por igualação dos ícones e aumento na pontuação, ocorrendo então uma variação na seqüência das respostas, que era seguida por igualação nos ícones. Ou seja, foi observada variabilidade no padrão de respostas supersticiosas mesmo quando determinados padrões de respostas estavam sendo seguidos por igualações nos ícones e aumento na pontuação. Uma possível explicação deste fato pode ser, mais uma vez, a relação sugerida por Neuringer () de que poucas relações acidentais entre uma resposta (neste caso, variar a seqüência de cliques, mesmo que esta seqüência estivesse sendo reforçada) e eventos subseqüentes (mudanças nos ícones) são suficientes para instalar e manter um comportamento no repertório de um organismo. Outro ponto importante a ser destacado refere-se ao fato de padrões supersticiosos de resposta terem sido emitidos por longos períodos mesmo quando tais padrões não foram seguidos de acréscimo na pontuação todas as vezes (como ocorreu com o participante P na Fase, por exemplo - Figura a). Assim como ocorreu no experimento de Skinner (), portanto, viu-se que para um padrão supersticioso continuar sendo emitido não é necessária que a apresentação do evento subseqüente seja contígua a toda emissão da resposta. No trabalho de Lee (), três dos seis participantes que realizaram o experimento apresentaram um padrão de respostas supersticiosas bastante definido. Foi observado que estes três participantes (A, B e C) mudavam com freqüência a localização dos cliques quando eles eram seguidos de uma falha na mudança dos ícones. Porém, quando os cliques eram seguidos de mudança nos ícones, estes participantes clicavam o botão do mouse na mesma localização do clique anterior. Ou seja, a ocasião

114 para interromper a mudança de localização dos cliques pareceu ser a transição dos ícones de um estado de não-mudança para um estado de mudança, sendo que esta transição ocorria de forma sistemática, ou seja, após um valor n de cliques seguidos de falhas na mudança dos ícones, os próximos quatro cliques no botão do mouse invariavelmente mudavam sua disposição e o quinto clique produzia sua igualação. Já a ocasião para voltar a mudar a localização dos cliques pareceu ser a ocorrência da igualação dos ícones, visto que nos resultados apontados por Lee (), os participantes A, B e C já clicavam o botão do mouse numa localização diferente da localização anterior logo após a igualação dos ícones. Como exposto anteriormente no presente trabalho, a mudança sistemática na disposição dos ícones culminando com a igualação dos mesmos, que ocorria no experimento de Lee (), pode ter funcionado como um estímulo reforçador condicionado para a resposta de continuar emitindo cliques na mesma localização do clique que produziu a mudança dos ícones (no caso o Elemento das Figuras, e ). Isto pode ter colaborado para a ocorrência do padrão supersticioso encontrado nos participantes A, B e C de seu experimento. Com a introdução da Fase, a presente pesquisa lançou a hipótese de que o padrão supersticioso (descrito acima) encontrado por Lee () não mais ocorreria ou, pelo menos, sofreria alguma modificação. Entretanto, tal padrão supersticioso (variar a localização dos cliques quando eles eram seguidos por falha na mudança dos ícones e clicar repetidamente o botão do mouse na mesma localização do clique que foi seguido por mudança na disposição dos ícones) não foi observado com nenhum dos participantes do Grupo (P a P) - cujas Fases e foram idênticas às fases do experimento de Lee () - e nem com os participantes do Grupo (P a P) - que apesar de terem iniciado a tarefa pela Fase, posteriormente também foram expostos às Fases e, respectivamente. O participante P foi o único participante que apresentou um desempenho um pouco mais semelhante ao obtido pelos participantes A, B e C de Lee (). Na análise dos Elementos (X,,,,, e Z), os participantes A, B e C paravam quase que completamente de mudar a localização dos cliques quando os ícones começavam a mudar de disposição. Isto ocorreu com o participante A desde a primeira subfase da Fase e, para os participantes B e C, isto ocorreu na subfase. A diminuição desta freqüência teve início no Elemento (primeiro clique após ter ocorrido uma mudança dos ícones) para os participantes B e C e no Elemento (segundo clique após ter

115 ocorrido uma mudança nos ícones) para o participante A. No presente experimento, apenas na última subfase da Fase (representada pela letra c da Figura ) é que o desempenho de P começou a se assemelhar ao desempenho dos participantes A, B e C. Ou seja, apenas o participante P parece ter diminuído um pouco a freqüência de mudanças de localização dos cliques após eles começarem a mudar de disposição (Elementos,, e ) da maneira como foi obtido com os participantes A, B e C de Lee (). Ainda assim, deve-se notar que, para o participante P, a freqüência de cliques emitidos no Elemento X (que representava o clique anterior ao primeiro clique que era seguido por mudança na disposição dos ícones) e no Elemento (primeiro clique seguido de mudança nos ícones) também apresentou diminuição em relação às duas subfases anteriores (o que não foi visto com os participantes A, B e C). Trata-se, portanto, do desempenho de apenas um participante e, ainda, assim, de um desempenho muito pouco semelhante ao dos participantes A, B e C do experimento de Lee (). Diferentemente do resultado obtido por Lee (), no presente estudo a maior parte dos participantes mudou a localização dos cliques com mais freqüência após a ocorrência de cliques seguidos de mudança nos ícones do que após cliques seguidos de falha na mudança. Este resultado foi completamente oposto ao resultado visto com metade dos participantes no trabalho de Lee (). O participante P logo no início da Fase (Figura a) chegou, inclusive, a apresentar um desempenho oposto ao obtido por Lee (): este participante clicou nas mesmas zonas de localização quando os cliques foram seguidos de falha na mudança dos ícones e mudou de localização após cada clique seguido de mudança nos ícones. Como na presente pesquisa o desempenho dos participantes do Grupo - que passaram inicialmente pelas mesmas contingências planejadas no experimento de Lee () - não foi semelhante ao desempenho obtido pelos participantes A, B e C de seu experimento, não foi possível avaliar se com a introdução da Fase o padrão por ela encontrado se modificou de alguma maneira ou mesmo se extinguiu. Na atual pesquisa, entretanto, o que se observou foi que dos onze participantes (P, P, P, P, P, P, P, P, P, P e P) que exibiram algum tipo de padrão supersticioso - ainda que não aquele padrão obtido por Lee () de variar a localização dos cliques quando eles eram seguidos por falha na mudança dos ícones e clicar na mesma localização quando eram seguidos por mudança nos ícones - apenas dois (P e P) não exibiram respostas supersticiosas durante a Fase. Com o início desta fase, os participantes P, P, P, P e P (Figura ) apresentaram um aumento na freqüência de mudanças de localização

116 dos cliques após ter ocorrido mudança dos ícones (lembrando que o experimento não exigia que nenhuma mudança de localização ocorresse para que houvesse igualação dos ícones). O fato de o padrão supersticioso encontrado por Lee () não ter sido obtido nesta pesquisa não impede, no entanto, que algumas afirmações sejam feitas sobre o fato das quatro mudanças sistemáticas apenas na disposição dos ícones antes de sua igualação (ocorridas na Fase ) poderem funcionar como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar numa mesma localização. Cinco dos doze participantes deste experimento (P, P, P, P e P) apresentaram, em pelo menos algum momento, seqüências de respostas nas quais as mudanças sistemáticas na disposição dos ícones pareceram ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados para a ocorrência de cliques numa mesma localização. Estas seqüências são semelhantes e envolveram geralmente uma quantidade maior de cliques numa determinada zona de localização antes que ocorresse uma mudança para outra localização qualquer (Ex: ou então ). Assim, nestes casos, após a primeira vez em que um clique foi seguido de uma mudança na disposição dos ícones, os cliques seguintes ocorreram na mesma localização de tal clique e foram seguidos de igualação. Portanto, a hipótese de que tais mudanças sistemáticas puderam ter funcionado como estímulos reforçadores condicionados pareceu se confirmar, ainda que na presente pesquisa o mesmo padrão supersticioso obtido por Lee () não tenha ocorrido. É importante destacar que as seqüências de cliques consecutivos do tipo ascendentes e/ou descendentes apresentadas por muitos participantes (Ex: ) são incompatíveis com a ocorrência de cliques numa mesma zona de localização, já que cada clique ocorre numa localização diferente. Neste tipo de seqüência, portanto, não era de se esperar que as quatro mudanças sistemáticas funcionassem como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar numa mesma localização. Apesar destas mudanças nos ícones serem menos prováveis de funcionar como estímulos reforçadores condicionados, isto foi visto por um breve período de tempo com o participante P antes da metade da Fase, por exemplo (Figura b). Ainda em relação aos estímulos reforçadores condicionados acima descritos, deve-se salientar que com a introdução da Fase (para os participantes do Grupo ), os padrões de respostas nos quais as mudanças sistemáticas na disposição dos ícones

117 funcionaram como estímulos reforçadores condicionados para a resposta de clicar numa mesma localização continuaram a ocorrer com os participantes P, P, P, P e P. No entanto, sua emissão parece ter ficado sob controle apenas da ocorrência da igualação dos ícones, e não mais sob controle das mudanças na disposição dos ícones (já que estas elas não mais ocorriam nesta fase). Ou seja, a introdução da Fase não extinguiu o padrão supersticioso de clicar numa mesma localização por um tempo maior antes de mudar a zona de localização dos cliques obtido com os participantes P, P, P, P e P. O que mudou foi a contingência controladora deste padrão de respostas (na Fase controlado tanto pela mudança na disposição dos ícones quanto por sua igualação e agora na Fase controlada apenas pela igualação dos ícones). Portanto, o que realmente parece ter controlado a resposta de mudar ou não a localização dos cliques dos participantes foi a ocorrência de algum tipo de mudança nos ícones, quer esta mudança tenha sido na disposição dos ícones, quer tenha sido uma igualação. As Figuras a a, b, c exibem todos os cliques no botão do mouse emitidos por cada participante, nas diferentes fases do experimento, o que permite observar os diferentes padrões supersticiosos que ocorreram com onze dos doze participantes do presente estudo. Nove deles (P, P, P, P, P, P, P, P e P) apresentaram respostas supersticiosas transitórias, ou seja, ao longo do experimento apareceram padrões supersticiosos que perduraram por apenas algum tempo, sendo substituídos posteriormente por uma outra seqüência de respostas, supersticiosa ou não. Respostas supersticiosas transitórias também foram obtidas com a maior parte dos participantes do experimento de Ono (). Dos vinte participantes de seu experimento, apenas três exibiram um padrão supersticioso mais constante. No presente experimento, semelhantemente ao experimento de Ono (), apenas dois participantes (P e P) apresentaram padrões supersticiosos mais duradouros durante todo o experimento. Grande parte dos experimentos que investigaram o comportamento supersticioso utilizaram esquemas nos quais alterações ambientais ocorriam independentemente da emissão de respostas (Skinner, ; Ono, ; Wagner e Morris, ; Higgins, Morris e Johnson, ), ou então utilizaram combinações de esquemas envolvendo alterações ambientais dependentes e independentes de respostas (Zeiler, ; Weisberg e Kennedy, ; Neuringer, e Gleeson e cols., ). No presente experimento, alterações ambientais dependiam da emissão de respostas por parte dos participantes, ou seja, respostas (quantidade n de cliques no botão do mouse) produziam conseqüências (mudança dos ícones). Porém, mesmo utilizando um esquema de reforçamento no qual

118 os estímulos possivelmente reforçadores eram contingentes a um aspecto numérico do comportamento, padrões supersticiosos referentes a um aspecto espacial da resposta (cliques em zonas de localização específicas e mudanças na localização destes cliques) foram encontrados. Esta pesquisa mostrou a ocorrência de respostas supersticiosas em seres humanos e vem se somar a outros trabalhos na área (Catania e Cutts, ; Gleeson e cols. ; Higgins e cols, ; Matute, ; Matute, ; Ono, ; Wagner e Morris, ; Weisberg e Kennedy, ; entre outros), apontando a importância de mais estudos sobre relações contingentes e não-contingentes entres eventos, visto que a ocorrência de comportamentos supersticiosos pode ser mais freqüente do que se possa imaginar. A presente pesquisa contém uma série de diferentes aspectos possíveis de serem investigados no que se refere à emissão de comportamentos supersticiosos. Futuras pesquisas poderiam investigar, por exemplo, a relação entre a emissão de certos padrões supersticiosos de respostas e a velocidade com que estas respostas são emitidas, já que alguns participantes deste estudo chegaram a deixar de aumentar sua pontuação possivelmente em função da velocidade de seus cliques nas zonas de localização. O valor de n também pode ser uma condição a ser manipulada, já que diferentes padrões de respostas supersticiosas pareceram depender do valor de n inicial a que os participantes foram expostos. Neste sentido, talvez fosse interessante criar um grupo de participantes que fosse exposto, numa primeira fase, apenas a valores menores de n (tais como valores entre e, por exemplo, variando de forma randômica e sem repetição), enquanto um outro grupo seria exposto, nesta primeira fase, a valores de n maiores (valores entre e, por exemplo, variando da mesma maneira que ocorria no outro grupo). Após esta fase, padrões diferentes e razoavelmente bem estabelecido de respostas provavelmente já teriam ocorrido em cada um dos grupos. Poderia ser investigado, então, como tais padrões foram estabelecidos e quais as diferenças nestes padrões (estes padrões são mais duradouros ou mais instáveis?). Em seguida, então, poderia ser inserida uma fase na qual o valor de n fosse igual a um valor entre e, variando de forma randômica e sem repetição para todos os participantes. Com isto, talvez seja possível observar, além do papel de diferentes relações acidentais entre cliques e mudanças nos ícones sobre os padrões iniciais de respostas, as condições que estabelecem e mantém (ou não mantém) diferentes padrões, contribuindo para o estudo da variabilidade supersticiosa.

119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andery, M. A. e Sério, M. T. P. (). Respostas a eventos subseqüentes: contingência e contigüidade. Artigo disponível em página da web: Antonitis, J. J. (). Response variability in the white rat during conditioning, extinction, and reconditioning. Journal of Experimental Psychology,, -. Boren, J. J. e Devine, D. D. (). The repeated acquisition of behavioral chains. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Boren, J. J., Moerschbaecher, J. M. e Whyte, A. A. (). Variability of response location on fixed-ratio and fixed-interval schedules of reinforcement. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Catania, A. C. e Cutts, D. (). Experimental control of superstitious responding in humans. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Catania, A. C. (). Aprendizagem: Comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. Cerutti, D. T. (). Discriminative versus reinforcing properties of schedules as determinants of schedule insensitivity in humans. The Psychological Record,, -. Eldridge, G. D., Pear, J. J., Torgrud, L. J. e Evers, B. H. (). Effects of prior response-contingent reinforcement on superstitious behavior. Animal Learning and Behavior,, -.

120 Gleeson, S., Lattal, K. A. e Williams, K. S. (). Superstitious conditioning: a replication and extension of Neuringer (). The Psychological Record,, -. Herrnstein, R. J. (). Superstition: A corollary of the principles of operant conditioning. Em W.K. Honig. Operant behavior: areas of research and applications. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall. Higgins, S. T., Morris, E. K. e Johnson, L. M. (). Social transmission of superstitious behavior in preschool children. The Psychological Record,, -. Lachter, G. D., Cole, B. K. e Schoenfeld, W. N. (). Response rate under varying frequency of non-contingent reinforcement. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Lattal, K. A. (). Combinations of response-reinforcer dependence and independence. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Lee, V. L. (). Superstitious location changes by human beings. The Psychological Record,, -. Matute, H. (). Learned helplessness and superstitious behavior as opposite effects of uncontrollable reinforcement in humans. Learning and Motivation,, -. Matute, H. (). Human reactions to uncontrollable outcomes: further evidence for superstitions rather than helplessness. The Quarterly Journal of Experimental Psychology, B, -. Morse, W. H. e Skinner, B. F. (). A second type of superstition in the pigeon. The American Journal of Psychology,, -. Neuringer, A. J. (). Superstitious key pecking after three peck-produced reinforcements. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,,-.

121 Ono, K. (). Superstitious behavior in humans (). Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Pear, J. J. (). Spatiotemporal patterns of behavior produced by variable-interval schedules of reinforcement. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Skinner, B. F. (). Superstition in the pigeon. Journal of Experimental Psychology,, -. Skinner, B. F. (). Ciência e Comportamento Humano. Trad. João Cláudio Todorov e Rodolfo Azzi. São Paulo: Martins Fontes. (Publicação original ). Zeiler, M. D. (). Fixed and variable schedules of response-independent reinforcement. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,, -. Wagner, G. A. e Morris, E. K. (). Superstitious behavior in children. The Psychological Record,, -. Weisberg, P. e Kennedy, D. B. (). Maintenance of children s behavior by accidental schedules of reinforcement. Journal of Experimental Child Psychology,, -.

122 ANEXO

123 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Dados de identificação do participante da pesquisa: )Nome do participante: Documento de identidade n.º: Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Endereço: Data de nascimento: Cidade: Telefone(s) para contato: CEP: Eu,, (nome do participante) dou meu consentimento livre e esclarecido para minha participação como voluntário(a) da presente pesquisa, sob a responsabilidade do pesquisador Ghoeber Morales dos Santos, mestrando do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Assinando este Termo de Consentimento declaro estar ciente de que: - O objetivo da pesquisa é observar o que as pessoas fazem quando são solicitadas a realizar tarefas de computador. - Participarei de apenas uma sessão experimental de aproximadamente uma hora e trinta minutos.

124 - Caso eu necessite ou considere apropriado, poderei encerrar minha participação neste estudo a qualquer momento, sem que haja qualquer prejuízo à minha pessoa e sem a necessidade de fornecer qualquer tipo de explicação. - Minha identidade será mantida anônima. - Os resultados obtidos nesta pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, incluída sua publicação na literatura científica especializada e em congressos científicos. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a autorização da participação na referida pesquisa. Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Belo Horizonte, de de. Assinatura do Participante

125 ANEXO Tela inicial vista pelos participantes

126

127 ANEXO Tela dividida em diferentes zonas de localização

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