O Sr. JUNJI ABE (PSD-SP) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, está em nosso cotidiano, com frequência muito acima do desejável, a ocorrência de acidentes envolvendo vazamentos de considerável quantidade de combustíveis, ocasionados pelo rompimento de dutos. Preocupado com os enormes prejuízos e transtornos que essa situação causa a população residente nas proximidades das ocorrências, à saúde pública e ao meio ambiente, apresentei o projeto de Lei que recebeu o nº 5508/2013. A proposição obriga as companhias transportadoras de petróleo e seus derivados, de gás natural e de álcool etílico combustível a instalarem placas de identificação e de orientação ao longo do território por onde passam os dutos. A sinalização proposta visa exibir mensagens de alerta, de fácil visualização e assimilação, sobre a existência da tubulação,
assim como indicar medidas preventivas, além de informar o número de telefone de acesso gratuito para comunicação em caso de acidentes ou de eventuais dúvidas. As advertências deverão ser dirigidas às comunidades vizinhas às áreas de atuação das respectivas empresas. Dutos são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas no subsolo para transportar petróleo e derivados, álcool, gás e diversos produtos químicos por longas distâncias. É a alternativa utilizada para diminuir o tráfego de cargas perigosas por caminhões, trens ou navios. Ocorre que o rompimento dessas estruturas se tornaram frequentes. Para desespero da população, e em prejuízo direto da sua saúde e do seu bem-estar, além de instalar nas áreas afetadas o temor para as gerações futuras. Não bastasse a sequência de danos aos seres humanos, há efeitos catastróficos, muitos irreparáveis, ao meio ambiente, aqui inclusos a fauna, a flora, o ar,
os recursos hídricos e o solo. O rol de tragédias envolve também desastres de maiores proporções que resultam em pessoas feridas e vítimas fatais. Para exemplificar a teia de incidentes danosos decorrentes da falta de previdência e de descuidos, cito o caso do rompimento de duto de combustíveis no Distrito de Jundiapeba, no meu Município de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Ocorrido em 2010, o acidente provocou o vazamento de 180 mil litros de gasolina e nafta, contaminando cerca quarenta mil metros quadrados de área da várzea do Tietê, o maior Rio paulista, onde havia poços artesianos para abastecer as casas de moradores das imediações, que mantinham o cultivo de hortas e criavam pequenos animais. A resposta da Transpetro, subsidiária da Petrobrás e responsável pela operação do duto, ao acidente foi desastrosa. A empresa expôs a população afetada a riscos inadmissíveis,
dificultou o pagamento de indenizações e deixou de informar, tempestivamente, as autoridades competentes. Em que pese o tratamento inadequado dado aos efeitos do desastre, ficou claro que o rompimento da tubulação derivou de um conjunto de falhas, incluindo a ausência de sinalização apropriada na área por onde passava o duto. Eis, portanto, mais um motivo para aprovar a legislação que objetiva eliminar um foco de causa de ocorrências do gênero. Segundo nosso projeto de Lei, a identificação deverá ser feita de forma detalhada, indicando a espessura, o comprimento, a profundidade e demais características dos dutos, além do nome da companhia responsável pela operação da estrutura. A proposta também obriga as transportadoras de petróleo e seus derivados, de gás natural e de álcool etílico combustível a informar, em até vinte e quatro horas (24h), a ocorrência de vazamentos de substâncias químicas nas estruturas sob sua responsabilidade. Terão de
cumprir o prazo fixado para notificar as autoridades do Município onde fica a instalação atingida pelo incidente, o órgão ambiental competente e a população que pode ser afetada pelo problema. Acidentes podem ocorrer. Quanto a isto, não há dúvida! O que não pode acontecer é a empresa transportadora de combustíveis não prestar as informações necessárias à população afetada, à prefeitura municipal e ao órgão ambiental competente. De igual modo, não é tolerável que a empresa crie embaraços ao socorro das pessoas afetadas, ao pagamento das indenizações devidas e à recuperação dos espaços atingidos. Tão deplorável quanto os efeitos dos desastres é a negligência na adoção de medidas preventivas. É preciso, pois, que sejam adotadas medidas que concorram para a redução de acidentes em dutos de transporte de petróleo e
de outras substâncias químicas, bem como viabilizem a rápida tomada de providências saneadoras diante das ocorrências. Senhor presidente, nobres pares, uma das formas mais baratas e eficientes de fazê-lo é determinar a sinalização ostensiva da presença de dutos, a divulgação de mensagens de alerta para a prevenção de acidentes, dirigidas às comunidades vizinhas, e do telefone de acesso gratuito para comunicação de ocorrências. Nossa proposição tem esse propósito. Eis a razão pela qual apelo aos nobres pares para que apoiem a conversão do projeto em lei o mais rápido possível. Muito obrigado! Deputado JUNJI ABE PSD-SP