CARTA DAS CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE AGRONOMIA DOS CONSELHOS REGIONAIS DE ENGENHARIA E AGRONOMIA A RESPEITO DO DESASTRE EM MARIANA-MG
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1 CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA CONFEA COORDENADORIA DE CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE AGRONOMIA CARTA DAS CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE AGRONOMIA DOS CONSELHOS REGIONAIS DE ENGENHARIA E AGRONOMIA A RESPEITO DO DESASTRE EM MARIANA-MG A Coordenação Nacional das Câmaras Especializadas de Agronomia CCEAGRO, do Sistema CONFEA/CREA, reunida em Brasília-DF, no período de 25 a 27 de novembro de 2015, com a participação de Coordenações Regionais de diversas unidades federativas de todas as Regiões do País, expõe por meio deste documento a indignação frente ao desastre que se iniciou em Mariana-MG. Diante da calamidade decorrente do rompimento da barragem de rejeitos, vem de público manifestar-se no sentido de que os órgãos ambientais promovam a efetiva punição dos culpados e, ao mesmo tempo e de imediato que se promova as ações de mitigação e compensação dos diversos danos causados aos agricultores, pescadores e demais segmentos de pessoas atingidas, como também a recuperação dos corpos hídricos interiores, do mar e das áreas afetadas por este gigantesco crime ambiental. Entende-se que as responsabilidades e as falhas são inúmeras e repartidas entre os poderes públicos federais, estaduais e municipais, do setor privado, e também dos nossos órgãos de fiscalização. Ademais, em relação ao Decreto nº 8.572, de 13 de novembro de 2015, que altera o Decreto nº 5.113, de 2004, com a introdução de parágrafo único ao artigo 2º com o seguinte conteúdo: Para fins do disposto no inciso XVI do caput do art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, considerase também como natural o desastre decorrente do rompimento ou colapso de barragens que ocasione movimento de massa, com danos a unidades residenciais. Embora possa ter a "nobre" intenção de amenizar o sofrimento das pessoas com a liberação de recursos do FGTS, o Decreto também pode ser equivocado tendo em vista que não se trata de desastre natural, mas sim, como frisado anteriormente, de grave falha humana e que demanda responsabilização e assistência financeiramente adequada às pessoas atingidas. Assim, recomenda-se a revogação deste decreto e, que seja providenciada formas 1
2 CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA CONFEA COORDENADORIA DE CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE AGRONOMIA de assistência adequada às pessoas, inclusive que seja cobrado dos responsáveis pelo dano a reposição dos recursos. Aspecto também relevante reside na legislação. Debate participativo com qualidade técnica sobre o Código de Mineração. Que toda a legislação concernente, inclusive a legislação ambiental, procure destacar que o licenciamento de barragens tanto de rejeitos como de acumulação de água, quando estiverem locadas próximo à povoamentos humanos, ou, quando a estrutura de sustentação esteja posicionada em direção a qualquer povoamento humano e o fluxo dessa massa de rejeitos ou água corra o risco de chegar por qualquer motivo a esses povoamentos, independente da distância,, deva ter sua Licença de Operação renovada anualmente, para que se possa exigir correções, melhorias obras ou reformas para garantir a estabilidade estrutural da barragem ou outras medidas que se fizerem necessárias a segurança e a operação da mesma. Que a legislação cabível seja revisada no sentido de encurtar o tempo das inspeções e revisões periódicas de segurança das barragens de mineração. Finalmente, o grande objetivo desta Moção é contribuir para amenizar os efeitos da tragédia e prevenir outras catástrofes. Pressionar os poderes públicos para que tomem as devidas providências no sentido de executar as irrisórias multas, acionarem nos meios legais a empresa para que assuma a sua responsabilidade na recuperação ambiental e indenização das vítimas, promover a retirada das pessoas das áreas de risco, criar um fundo para recuperação da bacia hidrográfica do Rio Doce. Que o sistema CONFEA/CREAs, em integração com outras instituições, promovam ações de fiscalização para cumprimento da Lei nº 5.194, de 1966 (que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo e dá outras providências) e também sobre cumprimento da Lei nº , de 2010 (que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens e cria o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens). Especificamente ao conselho profissional traduzido no sistema CONFEA/CREAs, cabe autoreflexão, no sentido de investigar e, se for o caso, punir exemplarmente profissionais responsáveis pelos projetos das barragens (elaboração, aprovação, execução, recebimento e licenciamento) caso se verifique que existem problemas técnicos nas obras. Além disso, seria oportuno também uma ampla fiscalização nas demais barragens existentes. Além do desenvolvimento da Agronomia, da Engenharia, da Geografia, da Geologia e da Meteorologia pública, tanto no sentido profilático quanto na recuperação das áreas atingidas pela trajédia! Brasília-DF, 27 de novembro de
CAPITULO I DO OBJETIVO
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