Curso : SOM e IMAGEM ESAD Unidade Curricular : MONTAGEM Docente : Pedro Filipe Marques pedrofmarx@hotmailcom / pedro.marx@netcabo.pt pedrofilipemarques@esad.ipleiria.pt Nível: 6 ECTS Objectivos: Aplicar os conhecimentos da linguagem cinematográfica e os diferentes modos de expressão no campo do cinema e vídeo do ponto de vista da montagem. Adquirir conhecimentos sobre a teoria da montagem e sua aplicação nas situações práticas. Identificação de diversas correntes e tendências. Compreender o lado prático, mas também o pensamento por trás das decisões e competências da montagem. Adquirir as competências básicas a nível da montagem e pós-produção de som e imagem na criação cinematográfica. Realização de vários exercícios que irão permitir ao aluno evoluir de forma gradual pondo em prática os conhecimentos adquiridos. Resumo Relação entre a montagem e as descobertas da linguagem cinematográfica ao longo da história do cinema. A gramática do cinema posta em prática na montagem. Instrumentos e conceitos para a montagem:. Noções de continuidade. Eixo da acção. Objectividade e subjectividade. Ponto de vista. Raccords e elipses. Métodos de montagem. Conceitos visuais e sonoros. A noção de escrita com imagens e som. Construção e desconstrução fílmica. Competências: Criar competências técnicas e criativas para a consolidação de uma narrativa cinematográfica coerente do ponto de vista da montagem. Saber interpretar os elementos cinematográficas e as razões da sua utilização. Língua: Português Área Científica
Metodologia Para alem da componente teórica, acompanhada de visionamento de exemplos, serão realizados exercícios práticos nas aulas de análise e descontrução fílmica no campo da montagem, onde os alunos vão trabalhar em grupos de 2 elementos. Esses exercícios deverão ser alvo de reflexão dos alunos entre a aula onde são concebidos e a seguinte onde devem ser entregues ao docente. Exige-se rigor nas datas de entrega dos exercícios sendo descontado 1 valor por cada dia de atraso na entrega mesmo. O exercício final tem uma componente de avaliação global (para os 2 elementos do grupo) e individual (defesa dos conceitos e conteúdos utilizados). CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 0.1 O que é a Montagem? Decoupagem e Montagem Diferentes terminologias segundo línguas internacionais e sua compreensão 1 Origens da montagem e sua relação com a construção da gramática cinematográfica 1.1 Cinema Sem Montagem 1.1.1 vistas e quadros 1.1.2 séries de quadros e sua integridade 1.1.3 Edwin S. Porter e as evidências tempo/espaço da pré-linguagem 1.1.4 Do desejo narrativo à integração dos primeiros filmes 1.2 D.W.Griffith e a construção dramática 1.2.1 A passagem da porta : o raccord de direcção 1.2.2 Estruturação do espaço, do tempo e do discurso 1.2.3 O grande plano 1.2.4 Continuidade espacio-temporal 1.3 Vertov e o Montagismo 1.4 As experiências de Lev Koulechov 1.4.1 Experiência puzzle 1.4.2 Experiência geográfica 1.4.3 Experiência emocional e o efeito K
2 Origens da montagem e sua relação com a construção da gramática cinematográfica. Grelhas de montagem soviéticas. Continuidade vs. Descontinuidade 2.1 Poudovkine 2.1.1 Primeira grelha teórica 2.1.2 Narração e Desconstrução 2.1.3 A interpretação de Griffith 2.2 Dovzhenko e a associação visual 2.3 Eisenstein 2.3.3 A montagem de atracções 2.3.4 Segunda grelha teórica 2.3.5 Montagem Intelectual 2.4 Buñuel e a descontinuidade 3. O advento do som. Montagem transparente de Hollywood e seus princípios. Montagem e Narração. O cinema clássico posto em causa. 3.1 Som, tempo e lugar em Fritz Lang 3.2 A dialéctica do som em Blackmail de Hitchcock 3.3 O discurso narrativo da montagem transparente 3.4 Eixos de Acção 3.5 O plano quanto ao tempo e espaço 3.5.1 Planos de filmagem e planos de Montagem 3.6 Orson Welles Som e Profundidade de Campo 3.7 Montagem e Plano Sequencia
Entrega do exo.1 4. Príncipios e Funções 4.1.1 O papel do montador; sua evolução e relação com a técnica 4.1.2 Fases da montagem 4.1.3 Métodos e organização 4.1.4 A Sala de Montagem 4.2 Montagem e Continuidade 4.3 Montagem e Ritmo Prática de montagem : exercício de realização 5. O Corte 5.1 Moralidade do corte 5.2 Economia : máximos e mínimos 5.3 A regra dos 6 de Walter Murch 5.4 A análise do enquadramento 5.5 O momento do Corte 5.6 Gerência da Linguagem 5.7 Montagem Não Linear e Tecnologia Digital Entrega do exo. 2 6. Ficção e Documentário 6.1 Montagem em documentário : principais diferenças na metodologia prática 6.1.1 Evolução do documentário e montagem 6.1.2 Flaherty e Riefensthal 6.1.3 Novas tecnologias desde os anos 50 6.2 Níveis de sentido em Alfred Hitchcock 6.2.1 Surpresa versus Suspense 6.3 Montagem Alternada versus montagem paralela Prática de montagem : exercício de realização
7. A montagem pós-anos 60 7.1 Nouvelle Vague e a politica de autor 7.2 Montage, mon beau souci Godard e a descontinuidade 7.2.1 Jumpcut e match cut 7.3 Ecrãs de memória 7.3.1 Limites do imaginável em Chris Marker 7.3.2 O tempo em Alain Resnais 7.3.3 Espaço e Durée 7.3.4 Tempo subjectivo 8. A Elipse 8.1 Formas de identificação da elipse 8.2 O rectângulo 8.3 Arquitectura elíptica 8.4 Variações a partir da elipse 8.5 Figuras de estilo Entrega e visionamento do exo. 3 (montagem do exo. De realização) 9. Montagem e Som 9.1 A montagem de som 9.1.1 Montagem Sonora : Clareza vs. Criatividade 9.2 A co-habitação sonora 9.2.1 Voz, ambiente, silêncio e ruído 9.3 Música e montagem: Contraponto vs Pleonasmo 9.4 Novas experiências de montagem no filme narrativo
10. Montagem e Géneros 10.1 Montagem e géneros cinematográficos 10.2 Acção 10.3 Diálogo 10.4 O caso especial da Comédia 10.5 Montagem épica 10.6 Filmes de Montagem 11. Montagem e Ponto de Vista 11.1 Indices de Ponto de vista; estudo de casos : Janela Indiscreta, Mónica e o desejo, Touro Enraivecido 11.2 Objectividade e subjectividade Entrega do exo. 4 (análise de sequência consoante um género) 12. A desconstrução e a apropriação dos processos narrativos 12.1 O caso Peckinpah 12.2 A montagem segundo Tarkovski 12.3 Eixos particulares de acção no cinema de Ozu 12.4 Para lá da utilização clássica da linguagem 12.4.1 Som e detalhe em David Lynch 12.4.2 O caso Hou-Siao-Sien Apresentação oral das sinopses do exercício final 13. Estilo e influência 13.1 Teatro vs. televisão 13.1.2 O caso MTV 13.2 Apropriação do estilo
13.3 Unidade fílmica e montagem 14 e 15. Exercício Final (montagem) Apoio e avaliação in loco do exercício final (montagem) Prática acompanhada de montagem Critérios de Avaliação : Avaliação contínua. Pressupõe a assistência do aluno às aulas, e vigora o regime de faltas. (Presença mínima: 75% das sessões) Percentagem da avaliação: Participação e Assiduidade : 10% Exercícios aula / avaliação contínua : 55 % Exercício Final : 35 % 2ª Época- Exame composto por : entrega dos mesmos exercícios sujeitos à avaliação contínua. Bibliografia Principal: The Tecnique of film and Vídeo Editing DANCYGER, Ken Focal Press, 2002, USA,USA Grammar of the film language, ARIJON, Daniel Silman James, 1990, USA,USA The Technique of Film Editing Karel Reisz e Gavin Miller
Focal Press British Academy of Film and television Arts Early Soviet Cinema-innovation, ideology and propaganda David Gillespie 2000/2005 WallFlower London and New York In the Blink of an eye-a perspective on film editing Walter Murch - Silman-James Press, USA Film Art an introduction David Bordwell, Kristin Thompson 1979, 1986, 1990, 1993 McGraw & Hill, Inc.USA Cinema et montage un art de l ellipse Philippe Durand Les éditions du cerf. 1993 França Le Montage - l espace et le temps du film Vincent Pinel Cahiers du Cinema-les petits chaiers CNDP 2001 Film Editing the art of the Expressive Valerie Orpen WallFLower London and New York - 2003 O sentido do filme, de Sergei Eisenstein Jorge Zahar Editor Film Sense, S. Eisenstein Faber and Faber Behind the seen, by Charles Koppelman New Riders, 2005. EUA The eye is quicker, Richard D. Pepperman Michael Wiese Productions. 2004. EUA Exercícios : 1. Efeito K + inversão de factores (individual) 10% 2. Exo. Decoupagem clássica (fotogramas) 10% 3. Montagem do exercício de realização - 20% 4. Estudo de género de montagem (1 sequência) 15% 5. Montagem com material livre (exercício final) 35%