Avaliação do Desenvolvimento do Projeto PET-Geologia Recicla Maurício Brito de Sousa¹, Diogo Isamu de Almeida Okuno¹, Estefânia Fernandes Lopes¹, Flavio Rafael Cogo Ramos¹, Mariana de Assunção Rodrigues¹, Paulo Henrique Ferreira da Conceição¹, Rafael Duarte Modesto¹, Gislaine Amorés Battilani 2 ¹Graduandos do curso de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso, membros do grupo PET Geologia/UFMT. 2 Tutora Grupo PET-Geologia Departamento de Recursos Minerais - UFMT Introdução Desenvolvida em 1800 por Alessandro Volta, as pilhas e baterias apresentam grande importância no desenvolvimento da sociedade moderna, pois são utilizadas em muitos equipamentos, principalmente eletroeletrônicos e veículos automotores. Em sua composição apresentam metais pesados potencialmente perigosos que não são biodegradáveis, tais como Cádmio, Chumbo, Mercúrio, Lítio, dentre outros, e quando descartadas de forma inadequada causam problemas ambientais e à saúde das pessoas. De acordo com MONTEIRO (2001), no Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, as pilhas e baterias funcionam como uma mini usina portátil, a qual transforma energia química em energia elétrica, utilizando-a como combustível para diversos aparelhos. Ainda, segundo MONTEIRO (2001), pilhas e baterias são classificadas como lixo domiciliar especial, que são resíduos gerados nas atividades diárias em casas, empresas, hospitais, etc. e são classificados dessa forma por sua grande quantidade de produção, importância de recuperação e reciclagem. Segundo a ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Eletro e Eletrônica), 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias de celulares são comercializados por ano no Brasil, sendo reciclados apenas 1% desses montantes, e somente 10% dos aterros sanitários realizam manejo correto desses materiais. Objetivos O objetivo principal deste trabalho consiste em avaliar a execução e o desenvolvimento do projeto PET-Geologia Recicla, que tem por finalidades promover a conscientização socioambiental, ressaltar a importância da reciclagem, além de auxiliar e contribuir com os
programas de reciclagem seletiva, dispondo corretamente o material coletado, no caso pilhas e baterias que são destinadas a reciclagem. Metodologia Para concepção deste trabalho foram realizados levantamentos bibliográficos, entrevista e interpretação dos dados obtidos para montagem do trabalho. Foram entrevistadas 145 pessoas, no período de 29 de maio a 02 de junho de 2014, com a aplicação de um questionário na Universidade Federal de Mato Grosso para avaliar o desenvolvimento do projeto e buscar qualificações para a sua continuidade, onde foram feitas as seguintes perguntas, com opções de respostas sim ou não: Você conhece o projeto PET-Geologia Recicla?; Você separa materiais para reciclagem?; Você já contribuiu com o projeto PET-Geologia Recicla?; Você acha relevante o projeto PET-Geologia Recicla?; Você acha necessária à coleta de pilhas e baterias para reciclagem?; Você conhece os problemas causados por pilhas e baterias descartadas no meio ambiente?, exceto as sugestões anônimas, onde os entrevistados poderão expor suas opiniões para melhoria do projeto, onde foi questionado: Sugestões ao Projeto PET-Geologia Recicla. Após a entrevistas, os resultados foram computados e interpretados, possibilitando algumas conclusões sobre o desenvolvimento do projeto. Resultados e discussão De acordo com as respostas obtidas, dos 145 entrevistados, 47,59% conhecem o projeto PET- Geologia Recicla. 26,90% separam materiais para reciclagem. 14,48% já contribuíram com o projeto PET-Geologia Recicla. 88,27% acham relevante o projeto PET-Geologia Recicla. 100% acham necessária à coleta de pilhas e baterias para reciclagem. 83,44% conhecem os problemas causados por pilhas e baterias descartadas no meio ambiente. E, finalizando o questionário, foram feitas as seguintes sugestões anônimas: Maior divulgação do projeto. Recolhimento de lixo eletrônico. Limpeza das lixeiras com maior frequência, pois infelizmente muitos jogam lixo no lugar de pilhas e com isso a maioria das pessoas acha que se trata de uma lixeira. Vejo os mini banners do projeto com a caixinha espalhados pelo campus, não me sinto estimulada a pegar as pilhas de casa e trazer para a faculdade porque acho que elas não me afetam, não sei como elas poderiam me afetar, então, para que? Deixa a caixinha lá bonitinha. Maior divulgação do PET e reformulação dos pontos de coleta (as pessoas os confundem com lixeiras). Implantação de um centro constante de promoção e
coleta no DCE (Restaurante Universitário) da UFMT. Maior divulgação, contato com áreas afins e possíveis parcerias. Penso ser interessante que haja uma maior divulgação do projeto, movimentações no RU, mais lixeiras espalhadas. Conscientizar os universitários para que serve o projeto, pois muitos não sabem. Colocar em locais mais visíveis, e chamar a atenção de quem passa, para depositar as pilhas. Durante a concepção do projeto, foram realizadas reuniões entre os membros do grupo para defini-lo, selecionando pontos estratégicos para fixação de lixeiras apropriadas no campus da UFMT. As lixeiras foram fixadas em locais estratégicos no Campus da UFMT-Cuiabá, juntamente com mini banners personalizados e após a fixação das mesmas, foram realizadas divulgações na TV Universitária, site e jornais internos, atualmente, o Grupo PET-Geologia utiliza redes sociais para realizar a divulgação do projeto e demais atividades. O projeto PET-Geologia Recicla foi desenvolvido a partir da necessidade de promover a conscientização ambiental, alertando a sociedade sobre a importância e o correto manejo de pilhas e baterias. Segundo (FISHBEIN, 1998 apud Wolff e Conceição 2000) pilhas e baterias são divididas em duas grandes categorias: úmidas (wet cell battery) e secas (dry cell battery), sendo as úmidas mais comuns, utilizadas principalmente em veículos automotores, e as secas, ou domésticas, utilizadas em diversos aparelhos eletroeletrônicos. Alguns pesquisadores (BRENNIMAN et al., 1994, FISHBEIN, 1998 apud Wolff 2001) dividem as pilhas secas em duas categorias: primárias e secundárias, sendo que, as primárias são aquelas que devem ser descartadas, quando descarregadas pelo esgotamento da energia de suas reações químicas irreversíveis, já nas secundárias, as reações químicas são reversíveis, possibilitando o seu recarregamento. O projeto PET-Geologia Recicla recolhe apenas pilhas e baterias domésticas, ou secas. O material depositado nas lixeiras é coletado regularmente e, pode-se constatar que são depositados diversos tipos e modelos de pilhas, baterias, além de aparelhos eletrônicos tais como celulares. A coleta do material permite verificar que a população, de forma geral, ainda precisa ser conscientizada da importância da reciclagem e também precisa se educar pois, juntamente com o lixo reciclável são descartados papeis, embalagens plásticas, lixo orgânico dentre outros. Do início do projeto, em novembro de 2012, até o momento foram recolhidos cerca de 140 kg de pilhas e baterias, o que mostra a aceitação da ideia pela comunidade. As pilhas recolhidas são armazenadas na sala do grupo PET- Geologia e posteriormente encaminhadas a caixas de coletas de um supermercado que encaminha tudo para indústria de reciclagem em São Paulo.
Conclusão A importância da reciclagem vem sendo amplamente debatida, mas sua prática ainda é mínima quando referido a pilhas e baterias. O correto manejo de pilhas e baterias é de grande importância socioambiental, podendo evitar danos à saúde pública e meio ambiente. Com esse intuito o projeto PET-Geologia Recicla buscou disponibilizar pontos de coleta seletiva em locais estratégicos, bem como tenta difundir a conscientização socioambiental. A análise dos resultados das pesquisas permitirá ao grupo PET-Geologia aperfeiçoar ideias para melhoria do projeto, pois, observa-se que a comunidade ainda precisa de maiores informações para a tomada de consciência ambiental e da necessidade de separação de resíduos. Dentre as principais sugestões destaca-se a de maior divulgação do projeto. De acordo com os dados obtidos, percebe-se que após um ano e meio de implantação, o projeto ainda é pouco conhecido, mas relevante, em que as pessoas têm o conhecimento dos problemas causados por pilhas e baterias descartados diretamente no meio ambiente, e apesar da quantidade de pilhas recolhidas, poucas pessoas colaboraram com o projeto. No entanto, todos os entrevistados acham que é necessário haver a coleta de pilhas e baterias para reciclagem, mas a grande maioria, cerca de 73,10% dos entrevistados não separam qualquer forma de lixo para reciclagem. Referências Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Disponível em: http://www.noticia.abinee.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_day=17&fro m_month=11&from_year=2013&image%2ex=27&image%2ey=13&infoid=139613&qu ery=advsearch&search_by_authorname=all&search_by_field=tax&search_by_keywords =any&search_by_priority=all&search_by_section=all&search_by_state=all&search_text _options=all&sid=111&text=pilhas&to_day=20&to_month=11&to_year=2013. Acesso em: 29 de jan. 2014. Brenniman et al., 1994, Fishbein, 1998 apud Wolff, Eliane. Reciclagem, tratamento e disposição segura das pilhas zinco-carbono e alcalinas de manganês/eliane Wolff. 2001. Disponível em :<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/buos- 8EZJ5N/eliane_wolff.pdf?sequence=1>. Acesso em : 25 mai. 2014.
Monteiro, José Henrique Penido [et al.]; coordenação técnica Victor Zular Zveibil. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos, Rio de Janeiro: IBAM, 2001. Fishbein, 1998 apud Wolff, Eliane; Conceição, Samuel Vieira. Resíduos sólidos: a reciclagem de pilhas e baterias no Brasil. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2001_tr104_0146.pdf>. Acesso em: 23 mai. 2014.