MORTALIDADE POR LESÕES AUTOPROVOCADAS EM IDOSOS NO BRASIL

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Transcrição:

MORTALIDADE POR LESÕES AUTOPROVOCADAS EM IDOSOS NO BRASIL Mayrane Misayane Sousa dos Santos 1 ; Jonas Siebra de Lima 2 ; Geane Sara de Holanda 3 ; Nayanne Cristinne de Sousa Amaro 4 ; Cicera Renata Diniz Viera Silva 5. 1 Universidade Federal de Campina Grande, maayrane.santos@gmail.com 2 Universidade Federal de Campina Grande, jonassiebra.lima@gmail.com 3 Universidade Federal de Campina Grande, sarholanda@gmail.com 4 Universidade Federal de Campina Grande, nayannecryssjp@gmail.com 5 Universidade Federal de Campina Grande, renatadiniz_enf@yahoo.com.br INTRODUÇÃO A organização mundial da saúde considera o suicídio um problema para a saúde pública, pois este é um fenômeno altamente complexo, possuindo controle e prevenção nada fáceis, é uma conseqüência de vários fatores genéticos, biológicos, psicológicos, ambientais ou culturais 1. Possui a responsabilidade de certa de um milhão (1,4%) de óbitos por ano no mundo 2. Na terceira idade, mudanças decorrentes ao próprio envelhecimento são naturais, tanto existem pessoas que vivem com isso de forma positiva como também alguns idosos podem externar dificuldades ao enfrentar o processo, em decorrência podem evoluir para quadros depressivos ou a própria depressão 3, doença que pode ser determinada como principal motivo de tentativas de suicídio na velhice 1 No Brasil ainda não existem políticas públicas que englobem o suicídio em idosos e isso dificulta o acesso aos que necessitam desse serviço, fazendo com que se intensifiquem o problema dos idosos, em especial daqueles que não possuem estrutura familiar saudável ou outras formas de combater esse problema de saúde pública 4. Diante o exposto, o presente trabalho busca demonstrar os casos de suicídio em idosos e os fatores de risco associados, além de calcular a taxa de mortalidade por lesões autoprovocadas nessa população por sexo e região. METODOLOGIA Foi realizado um estudo analítico e retrospectivo na base de dados on-line do Sistema de Informação de Mortalidade - SIM do Ministério da Saúde 5, onde são registrados os casos de óbitos de acordo com as determinadas causas. A População alvo do estudo foram os idosos (acima de 60 anos), e na base de dados on-line foram utilizadas as variáveis; idade, sexo, causa da morte (CID-

BR-10), e regiões também foram consideradas neste estudo. Houve a coleta de registros de lesões auto provocadas voluntariamente em idosos, nos anos de 2005 a 2015. Os dados colhidos foram agrupados em planilhas do Excel para serem efetuados os cálculos de média, porcentagem e índice de óbitos. O índice de óbitos foi definido a partir da divisão do número total de óbitos ocorrido pelo número de mortes registradas de acordo com alguma das variáveis escolhidas e depois multiplicadas por 100 e o resultado expresso em porcentagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO Atualmente as mortes relacionadas ao suicídio estão se tornando um grande problema de saúde pública. Observando o cenário mundial e em números absolutos, os suicídios estão em disparada e matam mais que os homicídios e as guerras juntos 6. No Brasil segundo os dados do sistema de notificação de mortalidade (SIM) 5, os dados, o total de óbitos foi de 106.452 nos anos de 2005 a 2015, e, diante de resultado, pode haver a comparação das mortes evidenciadas pelos idosos no mesmo período, que foram de 16.436, ou seja, 15,4% dos números detectados no país. Os dados relacionados aos idosos serão mais bem debatidos com a tabela abaixo. Tabela 1 Taxa de mortalidade segundo CID 10 BR- 109 lesões autoprovocadas de indivíduos acima de 60 anos de acordo com o sexo em todos os 27 Estados do país, entre os anos de 2005-2015. Estados Homens Mulheres Total de óbitos (%) Rio Grande do Sul 2.404 552 2.956 18,0% São Paulo 2.329 615 2.944 17,91% Minas Gerais 1.378 329 1.707 10,39% Santa Catarina 902 210 1.112 6,77% Paraná 860 167 1.027 6,25% Rio de Janeiro 683 209 892 5,43% Ceará 666 153 819 4,98% Bahia 644 106 750 4,54% Goiás 526 86 612 3,72% Pernambuco 440 111 551 3,35% Piauí 303 89 392 2,39% Paraíba 268 64 332 2,02%

Rio Grande do Norte 259 65 324 1,97% Maranhão 231 44 275 1,67% Mato Grosso do Sul 218 44 262 1,59% Espírito Santo 193 52 245 1,49% Mato Grosso 206 31 237 1,44% Pará 180 31 211 1,28% Sergipe 127 38 165 1,00% Alagoas 122 29 151 0,92% Tocantins 110 22 132 0,80% Distrito Federal 102 28 130 0,79% Amazonas 73 16 89 0,54% Rondônia 58 10 68 0,41% Acre 21 2 23 0,14% Roraima 16 5 21 0,13% Amapá 17 1 18 0,11% TOTAL 13.336 3.109 16.445 100,0% Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Na tabela 1, estão classificados os dados coletados entre os anos de 2005 à 2015 foram analisados os números de óbitos por lesões autoprovocadas e a população de pessoas na faixa etária igual ou superior a 60 anos em todas as Unidades Federativas do Brasil para calcular a mortalidade dessa população. Ao todo foram registrado no país 16.445 casos de suicídios em idosos com 60 anos ou mais, sendo os estados do Rio Grande do Sul (18%), São Paulo (17,9%) e Minas Gerais (10,39%) os de maior índices de casos nesses últimos dez anos, e os três estados que apresentam o menor índice de casos foram Amapá (0,11%), Roraima (0,13%) e Acre (0,14%). Nota-se que o sexo Masculino é o de maior numero dos casos de suicídio em todas as unidades da federação ao todo 13.336 óbitos, sendo ao todo responsável por 81,09 % das mortes por essa causa, já o sexo feminino corresponderam a 3.109 óbitos (18,91%) desse total.

Tabela 2 Números dos casos de óbitos por lesões autoprovocadas (CID 10 BR- 109) por regiões nos anos de 2005-2015. Regiões Total de casos % Sudeste 5.788 35,2 Sul 5.095 31,0 Nordeste 3.759 22,9 Centro-Oeste 1.241 7,5 Norte 562 3,4 Total 16.445 100,0 Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM. A tabela 2, revela taxa de mortalidade por suicídio de idosos gerados por lesões autoprovocadas de acordo com as Regiões do Brasil nos anos de 2005-2015. Entre todas as regiões do Brasil, o Sudeste concentra a maior taxa de mortalidade por lesões autoprovocadas (35%) dos casos, entre os estados que o compõe, São Paulo apresenta o percentual mais elevado em comparação com os demais estados dessa região (17,9%). A região Sul, com 3 unidades federativas é a segunda região onde se concentra o maior numero de casos (31%) sendo o estado do Rio Grande do Sul o que apresentou o maior índices de letalidade sendo responsável por 18% dos casos. A região Nordeste conta com 9 unidades federativas, apresenta-se como a 3 região de maior índice de mortalidade por essa causa, sendo responsável por 23% os casos em comparação as demais regiões do pais sendo os estados do Ceará (4,98%) e Bahia (4,58%) os que apresentaram o maior numero de casos nessa região. As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que apresentaram as menores taxas em relações as demais regiões do Brasil, o Centro-Oeste com 4 unidades federativas apresenta uma taxa de 8% dos casos e a região Norte, com sete unidades federativas, detém a menor taxa do Brasil, com o percentual de 3% dos casos. Ao analisar todos os dados da pesquisa, alguns pontos importantes a serem considerados para a discussão serão apresentados a seguir os dados mostraram que, entre os sexos analisados, os homens idosos se suicidam mais que as mulheres, ou seja, suas tentativas são bem sucedidas. O sexo masculino utiliza meios mais violentos em suas tentativas 7. O homem utiliza, frequentemente armas de fogo, enquanto que, a mulher tenta suicídio através de ingestão medicamentosa em excesso ou envenenamento. Defensivos agrícolas e enforcamento estão entre métodos utilizados por ambos os sexos 8,9

O homem representa um papel de provedor da família perante a sociedade, sujeito de poder. Quando envelhece, se aposenta, perde alguém próximo da família ou sua companheira, além de outros fatores de risco, quando perde esse papel social fica vulnerável ao comportamento suicida. Minayo (2010) 10 e Cavalcante (2013) 11 mostram em seus estudos que as mulheres apresentam mais pensamentos de morte enquanto os homens efetivam o suicídio. As mulheres costumam falar mais sobre seus sofrimentos com familiares e amigos, porém os homens tendem a ser mais introspectivos, em relação a sua situação emocional, o que acaba por favorecer o aumento de casos de morte nesse sexo. Destaca-se assim, a importância de profissionais realmente engajados e capacitados, compreensivos humanamente e tecnicamente para detectar o desejo de auto-aniquilamento por parte deste público considerado mais vulnerável, sendo ressaltado em pesquisas nas quais a maioria dos idosos expressam pistas verbais, comportamentais ou situacionais antes do suicídio. Entretanto, muitos destes comportamentos exibidos por esse grupo não são relevantes e passam despercebidos, pois os pedidos de ajuda exigem muita sensibilidade dos familiares, e profissionais que atuam junto a esta clientela 11,12 CONCLUSÕES A mortalidade entre idosos no Brasil deve ser considerada á medida que a população nessa faixa etária cresce e aumenta a sua expectativa de vida, os fatores de risco associados ao comportamento suicida, a depressão e o uso de álcool são considerados pela literatura como principais, no entanto, o isolamento social, a perda do papel social de referência e as doenças causadas pela idade, também se consideram fatores de risco para a população idosa. Considerando os resultados, a atenção à pessoa idosa deve contemplar o cuidado com o processo do envelhecimento e as doenças físicas e emocionais durante esse período de vida. Os profissionais da saúde devem trabalhar o idoso no seu contexto integral levando em consideração o contexto familiar e social da pessoa idosa e deve ter olhar clínico bem como buscar interpretar os sinais de depressão e comportamento suicida em idosos. Portanto deve-se haver incentivo dos governantes e também dos profissionais pela educação continuada e campanhas que façam a sociedade refletir sobre esse problema de saúde pública.

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