TRATAMENTO DA INFECÇÃO EXPERIMENTAL DE RATOS POR Strongyloides venezuelensis, MEDIANTE USO DA IVERMECTINA E DO LEVAMISOL INJETÁVEIS



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Transcrição:

TRATAMENTO DA INFECÇÃO EXPERIMENTAL DE RATOS POR Strongyloides venezuelensis, MEDIANTE USO DA IVERMECTINA E DO LEVAMISOL INJETÁVEIS Rubens CAMPOS (1), Pedro Luiz Silva PINTO (1), Vicente AMATO NETO (1), Luís MATSUBARA (1), Akimi MIYAMOTO (1), Silvino Alves de CARVALHO (2), Clóvis Kiomitsu TAKIGUTI (3) & Antonio Augusto Baillot MOREIRA (1) RESUMO Para tratamento da estrongiloidíase humana disseminada são desejáveis medicamentos eficientes em debelar o parasitismo por larvas e vermes adultos e, aplicáveis também pela via parenteral, para contornar dificuldades motivadas pelo estado de determinados pacientes. Por isso, foi realizado estudo baseado na experimental de ratos pelo Strongyloides venezuelensis e administração de ivermectina ou de levamisol injetáveis. Os dois fármacos mostraram-se ativos quando usados em doses únicas, de 0,2 a 0,5 mg/kg e 26 mg/kg, respectivamente, de ivermectina e levamisol, sendo que o primeiro revelou discreta superioridade para a fase larvária enquanto o segundo, para os helmintos adultos. Assim, ficaram delineadas promissoras perspectivas para aprimoramento da terapêutica capaz de beneficiar pacientes com generalizada, comumente grave, devida ao Strongyloides stercoralis. UNITERMOS: Strongyloides venezuelensis Infecção experimental de ratos; Tratamento Ivermectina e levamisol injetáveis. INTRODUÇÃO Para tratamento da estrongiloidíase humana os dois medicamentos mais eficientes, hoje disponíveis, são o tiabendazol e o cambendazol. O segundo fármaco citado proporciona maiores porcentagens de curas e é melhor tolerado pelos pacientes, possuindo ainda a vantagem suplementar de emprego através de dose única 9. Esses anti-helmínticos em geral prestam conveniente auxílio no sentido de eliminar a pelo Strongyloides stercoralis, quando a verminose assume aspectos clínicos diversos, mas nem sempre são eficazes se o processo corresponde à forma disseminada, presente em várias circunstâncias, mormente em determinados indivíduos imunodeprimidos 8 1 0. Nessa condição de parasitose generalizada é preciso tentar eliminar os helmintos adultos e, também, procurar atuar sobre as larvas que Laboratório de Investigação Médica-Parasitologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Av. Dr. Arnaldo, 455. CEP 01246 São Paulo, SP., Brasü. (1) Laboratório de Investigação Médica-Parasitologia, HC/FMUSP. (2) Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (3) Departamento de Medicina Preventiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

se encontram migrando em diferentes tecidos. Além disso, nos eventos que envolvem tal gravidade, vômitos ocorrem freqüentemente, dificultando ou impedindo o uso de remédios pela via oral. Por isso, pareceu-nos adequado e oportuno avaliar se a ivermectina e o levamisol, antiparasitários úteis em Medicina Veterinária, podem debelar a experimental de ratos pelo Strongyloides venezuelensis 1 1 2. Assim procede mos, com o fito de delinear futura aplicabilidade desses compostos, administrados parenteralmente, na terapêutica da estrongiloidíase humana disseminada. A ivermectina e o levamisol injetáveis são indicados para beneficiar animais de múltiplas espécies, acometidos de ectoparasitoses ou infectados por certos tipos de nematóides. Convém frisar que esses medicamentos agem em distintas etapas do desenvolvimento dos parasitas 2 ' 4-9 - 10. MATERIAL E MÉTODOS Os elementos, etapas e condutas componentes da investigação estão adiante especificados. "Instituto Veterinário Rhodia-Mérieux S. A.", Paulínia, Estado de São Paulo. Infecção: os animais, distribuídos em 12 grupos de três, houve inoculação, pela via subcutânea, de 1.300 ou 1.500 larvas filarióides de S. venezuelensis (Tabela 1). Doses: únicas, de 0,2 ou 0,5 mg/kg de ivermectina e de 26 mg/kg de levamisol, aplicadas subcutaneamente, 24 e 48 horas, e oito dias após a (Tabela 1); essas posologias derivaram de trabalhos prévios 4 1 0. A do levamisol é a DL 5 0 em ratos. Avaliação da eficácia: dependeu do número de vermes adultos recuperados do intestino delgado, mediante comparação com os controles; para recolher os helmintos, foi usada a tática segundo a qual 15 cm do primeiro segmento intestinal são invertidos e imersos, em tubo de ensaio, durante uma hora, em água aquecida a 42 C; a procura dos vermes teve lugar oito a 12 dias depois da, conforme a intenção de estimar a ação sobre larvas ou adultos. As taxas de eficácia pertinentes aos dois remédios ficaram estabelecidas consoante a fórmula: Ratos: albinos, com peso corporal de 150 a 200 g, fornecidos pelo Biotério Central da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Eficácia = RVA (grupo experimental) - RVA (grupo controle), RVA (grupo controle) Cepa de S. venezuelensis: obtida a partir de fezes de Rattus norvergicus capturados pelo Departamento de Controle de Zoonoses e Vigilância Sanitária, da Prefeitura do Município de São Paulo. Isolamento segundo metodologia indicada ppr BRENER & CHAIA 3 e relativa ao Strongyloides ratti; manutenção por meio de repiques sucessivos, no Laboratório de Investigação Médica-Parasitologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fármacos a) ivermectina: "Ivomec" injetável, para bovinos; solução a 1% p/v: "MSD AG- VET, Divisão Merck Sharp & Dohme-Química e Farmacêutica Ltda.", Sousas, Campinas, Estado de São Paulo, b) levamisol: "Rhodiverm" injetável, para bovinos e suínos; 7,5 g em 100 ml; na qual RVA expressa a recuperação de vermes adultos. Análise estatística: as cifras decorrentes das contagens receberam tratamento segundo a técnica de Mann-Whiteney (CONOVER 6 ); a apuração dos valores de U derivou de confronto com números fixados em tabelas padronizadas. RESULTADOS Nossas verificações fundamentais estão nas tabelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Considerada a fase de migração larvária, comprovamos nítida atividade dos fármacos, traduzida pelo número de fêmeas partenogenéticas recuperadas do intestino, em comparação

TABELA 1 Tratamento da estrongiloidíase experimental do rato mediante uso da ivermectina e do levamisol injetáveis: grupos de animais; doses; informes sobre a é a avaliação Grupo Fármaco Dose (única) Número de larvas usadas para infectar Época de administração do fármaco após a Época de sacrifício dos animais, após a I Ivermectina 0,2 mg/kg 1.500 24 horas 8 dias II Ivermectina 0,2 mg/kg 1.500 48 horas 8 dias III Ivermectina 0,2 mg/kg 1.500 8 dias 12 dias IV Ivermectina 0,5 mg/kg 1.500 24 horas 8 dias V Ivermectina 0,5 mg/kg 1.500 48 horas 8 dias VI Ivermectina 0,5 mg/kg 1.500 8 dias 12 dias VII Levamisol 26 mg/kg 1.300 24 horas 8 dias VIII Levamisol 26 mg/kg 1.300 48 horas 8 dias IX Levamisol 26 mg/kg 1.500 8 dias 12 dias TABELA 2 Tratamento da estrongiloidíase experimental do rato mediante uso do levamisol injetável: número de vermes recuperados do intestino Época de administração Levamisol (26 mg/kg) Grupo Controle do fármaco, após a Número total Número médio Número total Número médio (trés animais) (por animal) (trés animais) (por animal) 24 horas 23 7,6 325 108,3 48 horas 21 7 325 108,3 Tratamento TABELA 3 da estrongiloidíase experimental do rato mediante uso da ivermectina injetável: número de Vermes recuperados do intestino Dose Número total (trés animais) Época de administração do fármaco após a 24 horas 48 horas Número médio Número total Número médio (por animal) (trés animais) (por animal) Grupo controle Número total Número médio (três animais) (por animal) 0,2 mg/kg 0,5 mg/kg 42 1 14 0,33 26 0 744 725 248 241,6 TABELA 4 Tratamento da estrongiloidíase experimental do rato median te uso da ivermectina e do levamisol injetáveis: eficácia Época de administração Levamisol Ivermectina do fármaco após a (26 mg/kg) (0,2 mg/kg) (0,5 mg/kg) 24 horas 92,98% 94,35% 99,86% 48 horas 93,53% 96,53% 100 % com os controles. Erradicação total sucedeu quando injetamos 0,5 mg/kg de ivermectina, 48 horas depois da inoculação das larvas. também notamos sensível influência da ivermectina e do levamisol, documentada pela quantidade média de fêmeas encontradas, claramente menor que as correspondentes aos grupos testemunhas. Sob este aspecto, os 25 mg/kg de levamisol propiciaram 100% de eficácia. A análise estatística mostrou significância para todos os itens do estudo, pois indicou que U = 6 e probabilidade de ocorrência ao acaso igual a 5%. DISCUSSÃO Quanto à eficácia sobre vermes adultos, Os sistemas que têm respaldo nas infecções experimentais por S. ratti e S. venezuelensis

TABELA 5 Tratamento da estrongiloidíase experimental do rato mediante uso da ivermectina e do levamisol injetáveis: número médio de vermes recuperados do intestino, após o período pré patente da. Fármaco e dose Número de vermes Ivermectina Ivermectina Levamisol Grupo controle (0,2 mg/kg) (0,5 mg/kg) (26 mg/kg) respectivo Total (Três animais) Médio (por animal) 30 1 0 744; 725; 325 10 0,33 0 108,3; 248; 241,6 TABELA 6 Tratamento da estrongiloidíase experimental do rato median te uso da ivermectina e do levamisol injetáveis: eficácia, após o período pré patente da Ivermectina Levamisol (0,2 mg/kg) (0,5 mg/kg) (26 mg/kg) 95,96% 99,86% 100% contribuem, inegavelmente, para aprimoramen tos e progressos do tratamento da estrongiloidíase humana 1, 3, 5 ' 7, 1 2. Mais uma vez o segundo helminto citado deu-nos a oportunidade de con cluir pela concreta possibilidade de incorporar a ivermectina e o levamisol, injetáveis, à tera pêutica destinada a enfermos parasitados pelo S. stercoralis. Vale lembrar que aceitamos como básicas as determinações apontadas por WERTHEIM 1 2, salientando que em ratos albinos as larvas de S. venezuelensis chegam aos pulmões a partir de 40 horas após a, requerendo mais 14 horas, para chegarem ao intestino. Para inter pretação de como procedemos, rememoramos ainda que computámos como período pré-paten te e etapa entre a intencional e a presença das fêmeas no intestino, iniciada no quar to dia, mas seguramente consumada no oitavo. Por intermédio de injeções, a ivermectina e o levamisol prestam-se para o tratamento de verminoses de animais, há muito tempo; o primeiro, antiparasitário serve igualmente para tratar doentes com oncocercose, nas doses microfilaricidas únicas de 10 a 200 mg/kg de acordo com a gravidade da, possuindo o segun do capacidade de curar determinadas helmin tíases humanas, a ascaridíase em particular, sen do ainda recomendável como imunestimu lante 2 1 1. Pudemos apurar que a ivermectina e o leva misol debelam, em graus variáveis, a de ratos pelo S. venezuelensis, com ação sobre larvas e vermes adultos, abrindo perspectivas quando em foco a imperiosidade de enfrentar a estrongiloidíase disseminada, mormente se destacada a aplicação parenteral, indispensável em face ao estado de determinados pacientes. A ivermectina ensejou melhores resultados quanto às larvas com doses pequenas, pelo me nos para o tipo de animal que serviu para a expe rimentação. Discreta superioridade teve o leva misol no que tange aos helmintos adultos, se bem que trabalhamos com quantidade elevada. As conclusões que obtivemos, apesar de pro missoras, estimulam novas pesquisas acerca do assunto, envolvendo o desenvolvimento de pre parações apropriadas para medicar enfermos e diversas das destinadas à Medicina Veterinária, modelos experimentais diferentes e posologias diversificadas. SUMMARY Therapy of the experimental infection by Strongyloides venezuelensis in rats with injectable ivermectin or levamizole For the therapy of human strongyloidiasis, are necessary effective drugs to eliminate both

larvae and adult worm parasitism, which may also be used by parenteral route, to obviate the particular conditions presented by many patients. A study based on the experimental infec tion by Strongyloides venezuelensis in rats was done, administering injectable ivermectin or le vamizole. 4. CAMPBELL, W. C; FISHER. M. H.: STAPLEY, E. O.; ALBERS SCHÜNBERG, G. & JACOB. T A. Ivermec tin: a potent new antiparasitic agent Science, 221: 823 828. 1983. 5. CHAIA, G. Atividade do 2(4' tiazolil) benzimidazol "Tiabendazol" em ratos experimentalmente infectados pelo Strongyloides ratti. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 5. 154 159, 1963. Both drugs were shown to be active, when used in single doses of 0.2 to 0.5 mg/kg of ivermectin, or 26 mg/kg for levamizole. Ivermectin was slightly more effective as far as larval stage of the infection is concerned, and the same happened for levamisole for the adult worm stage. Promising perspectives are visualized to improve the therapy of patients with serious disseminated infection by Strongyloides stercoralis. 6 CONOVER, W J Practical unparametric statistics. 2nd. ed. New York, John Wiley. 1980. 7. GROVE, D. I. Strongyloides ratti and S. stercoralis: the effects of thiabendazole, mebendazole and camben dazole in infected mice. Amer. J. trop. Med. Hyg., 31: 469 476, 1982. 8. IGRA SIEGMAN, Y.; KAPILA, R.; SEN, P.: KAMINSKI, Z. C. & LAURIA, D. B. Syndrome of hyperinfection with Strongyloides stercoralis. Rev. infect. Dis., 3: 397 407, 1981. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9. THE MERCK INDEX. An encyclopedia of chemicals, drugs, and biologicals. 10th. ed. Rahway, Merck, 1983. 1. AMATO NETO, V.; PINTO, P. L. S.; MOREIRA, A A. B.; CAMPOS, R.; SANT'ANA, E. J. de; LEVAI, E. V.; PA DILHA, L. A. A. & TAKIGUTI, C. K. Avaliação da atividade terapêutica do albendazol em ratos experimen talmente infectados com Strongyloides venezuelensis. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 28: 181 184, 1986 2. AZIZ, M. A. Ivermectin vs. onchocerciasis. Parasit. today, 2: 233-235, 1986. 3. BRENER, Z. & CHAIA, G. Isolamento e manutenção do "Strongyloides ratti" (Sandground, 1925) em condi ções de laboratório. Rev. bras. Biol., 20: 447 451, 1960. 10. SCOGGIN, C. H. & CALL, N. B. Acute respiratory failure due to disseminated strongyloidiasis in a renal trans plant recipient. Ann. intern. Med., 87: 456 458, 1977. 11. TRIPODI, D.: PARKS, L. C. & BRUGMANS. J. Drug induced restoration of cutaneous delayed hypersensiti vity in alergic patients with cancer. New Engl. J. Med., 289: 354 357, 1973. 12. WERTHEIM, G. Growth and development of Strongyloides venezuelensis Brumpt, 1934 in the albino rat. Parasitology, 61: 381 388, 1970. Recebido para publicação em 22 6 1988.