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SETEMBRO / 2010

TRANSGÊNICOS Índice 4 Presença no nosso dia-a-dia 4 Na alimentação 6 Na saúde 7 Em processos industriais 8 O que são 8 Linha do tempo 9 Base dos transgênicos na Pré-história 9 O que mais os transgênicos podem proporcionar 10 Testes apontam segurança alimentar e ambiental 10 Avaliação pela CTNBio 10 Transgênicos liberados no Brasil 11 Rigidez dos testes científicos 11 Aval internacional 12 Benefícios ambientais 13 Redução da poluição 13 O Brasil agradece 14 Ganhos para a agricultura e para o Brasil 14 Área cultivável mundial por habitante 15 Mais renda no campo 15 Quanto o Brasil tem a ganhar 15 Vantagens para o pequeno produtor 16 Adoção e consumo no Brasil e no mundo 16 Área no Brasil 17 Expansão internacional 18 Investimentos na ciência 2 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

A ciência em favor do consumidor s transgênicos estão presentes no dia-a-dia dos consumidores de todo o mundo há mais de 25 anos. Enquanto você lê este Oguia, pessoas de mais de 50 países estão consumindo produtos com ingredientes transgênicos, como um hambúrguer que contém soja geneticamente modificada ou uma calça jeans produzida com algodão transgênico. Depois de anos de consumo de transgênicos, não restam dúvidas sobre a sua segurança para a saúde e o meio ambiente. Falando em meio ambiente, as lavouras transgênicas estão trazendo grandes benefícios para o planeta. Essas plantações são de manejo mais simples, pois requerem menos aplicações de agrodefensivos e menor utilização de máquinas agrícolas, o que reduz a emissão de poluentes e o consumo de água. A primeira geração de plantas geneticamente modificadas (GM) tem como base o melhoramento de características agronômicas, no sentido de diminuir a perda de produtividade no campo causada pelo ataque de insetos, vírus, fungos e bactérias, além de reduzir a competição por nutrientes e água com outras plantas indesejáveis que crescem nas plantações. As sementes geneticamente modificadas também têm um papel fundamental no aumento sustentável da produção agrícola, necessário para alimentar a crescente população mundial. Os transgênicos permitem produzir mais comida, com melhor qualidade, a um custo mais baixo e sem necessidade de aumentar a área plantada. Por conta desses e outros benefícios, tais sementes já são cultivadas em uma área duas vezes maior que o território da França. Organismos transgênicos são usados na fabricação de alimentos, roupas, medicamentos e até produtos de limpeza Além de informações sobre os alimentos transgênicos, este guia traz curiosidades sobre outros usos importantes da biotecnologia, como a fabricação de queijos, pães e medicamentos a exemplo da insulina usada no tratamento de diabéticos, que é produzida por meio de microorganismos transgênicos. Boa leitura! 3

Os transgênicos estão presente 1. Na alimentação A engenharia genética permite agregar benefícios aos mais diversos alimentos que consumimos, por meio de bactérias, enzimas, leveduras e outros micro-organismos geneticamente modificados (GM). Estima-se que 100% de todos os alimentos processados e bebidas contenham pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho, que podem ser transgênicos. Mais de 70% da produção nacional de soja é geneticamente modificada. Desde 2008, diferentes variedades de milho transgênico passaram a ser cultivadas no país, aumentando ainda mais a presença da biotecnologia na nossa alimentação. Biotecnologia à mesa Há mais de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos geneticamente modificados atuam diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos do dia-a-dia, a exemplo de: Queijos Cerveja Embutidos Vinho Picles Sucos Pães e massas Adoçantes A ciência está desenvolvendo plantas biofortificadas que reduzem a anemia e outros problemas relacionados à deficiência de micronutrientes, que atingem cerca de 3 bilhões de pessoas Neuza Brunoro, professora do curso e Nutrição da Universidade Federal do Espírito Santo. 4 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

s no nosso dia-a-dia O futuro dos alimentos Cientistas de todo o mundo já estão desenvolvendo plantas biofortificadas, geneticamente modificadas para possuir mais vitaminas, proteínas e outras substâncias importantes para a saúde, como as que atuam na redução do risco de doenças cardiovasculares, materno-infantis, gastrointestinais, oculares e até diferentes tipos de câncer. O que vem pela frente Morangos enriquecidos com vitamina C Óleos de canola e soja com mais gordura monoinsaturada, que ajuda a reduzir o colesterol (LDL) Batatas ricas em proteínas e vitaminas Processos de fermentação utilizados na produção de vinho, queijos, iogurtes e sucos são uma das formas mais antigas da utilização da biotecnologia Trigo com mais vitamina B9 (ácido fólico), que contribui para aumentar a defesa imunológica do organismo Milho e soja com mais aminoácidos, que formam as proteínas Rotulagem de transgênicos O consumidor respeitado Alimentos produzidos com o uso da engenharia genética são consumidos há mais de 20 anos No Brasil, o artigo 40 da Lei de Biossegurança (11.105/05) prevê a rotulagem dos transgênicos conforme o Decreto nº 4680/03. Esse decreto determina que todos os alimentos ou ingredientes alimentícios com presença de organismos geneticamente modificados (OGM) acima de 1% da composição final do produto sejam rotulados. Assim como ocorre com qualquer outro produto, a rotulagem garante ao consumidor o direito à informação e à escolha na hora da compra. E tenha certeza: se o produto contém informação sobre a presença de OGM, é porque sua segurança foi previamente avaliada pelo órgão responsável, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A avaliação de segurança de um OGM é feita antes de seu lançamento no mercado. Só são colocados no mercado os OGMs considerados seguros para o consumo e para o meio ambiente pela autoridade competente, explica a advogada Patrícia Fukuma, especialista em Relações de Consumo. 5

Os transgênicos estão presente 2. Na saúde A engenharia genética contribui para grandes avanços da medicina Há muito tempo, a medicina faz uso da biotecnologia como uma ferramenta fundamental para realizar diagnósticos mais rápidos e precisos de muitas doenças e para encontrar a cura ou prevenir enfermidades cujos tratamentos são custosos. Como tudo começou Uma das primeiras aplicações comerciais da biotecnologia na saúde é também uma das mais úteis: a produção da insulina humana por microrganismos transgênicos. Até a década de 80, ela era extraída de bois e porcos, e, frequentemente, causava alergias. De lá pra cá, diabéticos do mundo inteiro se beneficiam dessa tecnologia, que tornou a insulina mais segura e aumentou a eficiência dos tratamentos. A engenharia genética foi responsável por avanços na saúde, nos processos industriais e na alimentação, e tornou a vida das pessoas mais confortável Alda Lerayer, Diretora-Executiva do CIB Hormônio do crescimento, vitamina C e vacina contra hepatite B são algumas das centenas de aplicações da biotecnologia na saúde. Presente Centenas de medicamentos são produzidos por meio da aplicação da biotecnologia, entre eles, vitaminas, anticorpos e remédios para o combate à AIDS. A biotecnologia já contribui para a fabricação de kits para diagnósticos de doenças. É transgênico o hormônio do crescimento (hgh), contra o nanismo, que afeta 10 mil crianças brasileiras. O Instituto Butantan produz, anualmente, cerca de 45 milhões de doses de vacina contra a Hepatite B, desenvolvida por meio de engenharia genética (Butantan, 2010). Futuro A terapia gênica é uma técnica já em testes que pode alterar a função de células humanas e tratar desde doenças cardíacas até o câncer e a AIDS. Pesquisadores da Universidade de Tóquio (Japão) desenvolveram, com base em arroz transgênico, uma vacina contra o vibrião da cólera, que poderá estar disponível para a sociedade em breve. Uma batata geneticamente modificada por pesquisadores da Universidade de Cornell (EUA) pode ajudar no desenvolvimento de uma vacina comestível contra o HPV, ou vírus do papiloma humano, principal causador do câncer do colo de útero. O tratamento de cânceres de colo de útero, mama, próstata e fígado deve ganhar o reforço de medicamentos desenvolvidos em vegetais modificados no Instituto Tecnológico de Monterrey (México). 6 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

s no nosso dia-a-dia 3. Processos industriais O s microrganismos têm sido melhorados geneticamente não apenas para a produção de alimentos e remédios, como também para favorecer as indústrias de papel, têxtil, química, petrolífera, ambiental e de mineração. No nosso dia-a-dia, convivemos com inúmeros produtos industriais fabricados por meio da aplicação de micro-organismos transgênicos, como roupas e produtos de limpeza. No sabão em pó, por exemplo, enzimas produzidas por bactérias geneticamente modificadas são usadas para degradar a gordura dos tecidos e resistir às condições do processo de lavagem. Biotecnologia na calça jeans? Há alguns anos, era comum colocar a calça jeans nova com pedras e ácido em máquinas para obter um efeito desbotado e aumentar a maciez do tecido, num processo conhecido como stonewashing. Graças à biotecnologia, foram desenvolvidos microrganismos transgênicos capazes de dar ao jeans as mesmas características, eliminando-se, assim, um processo altamente poluidor do meio ambiente. Microrganismos transgênicos são usados para dar maciez ao jeans 7

O que são os transgênicos A ciência ajuda o homem no desenvolvimento de alimentos mais seguros, saudáveis e nutritivos S egundo o farmacêutico bioquímico Flávio Finardi, professor da Universidade de São Paulo (USP), os transgênicos são organismos que receberam um ou mais genes de outros seres vivos para apresentar novas características. Os genes contêm as informações que definem as características naturais dos organismos, como a cor dos olhos de uma pessoa ou o perfume de uma flor. Ao receber um ou mais genes de outro organismo, um vegetal pode se tornar resistente a pragas ou mais nutritivo, por exemplo. É importante lembrar que os transgênicos são apenas uma das aplicações da biotecnologia, ciência que está contribuindo para melhorar a qualidade de vida em diversos aspectos. Linha do tempo Quase 100% dos alimentos processados e bebidas no Brasil contêm pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho, que podem ser transgênicos, ou mesmo de microrganismos geneticamente modificados A biotecnologia tem sido utilizada não apenas no desenvolvimento de plantas, como também animais e micro-organismos. Seus benefícios já podem ser observados em diversas áreas: Medicina Indústria farmacêutica A palavra biotecnologia é formada por Indústria de alimentos três termos de origem grega: bio, que quer Indústria de higiene dizer vida; logos, conhecimento; e tecnos, Agricultura que designa a utilização prática da ciência. Pecuária Pré-História O homem começa a utilizar o cruzamento de plantas e animais com o objetivo de melhorá-los para utilização e consumo 1865 O monge austríaco Gregor Mendel lança as bases da genética ao explicar a transmissão de características de geração para geração 1953 A estrutura da molécula de DNA é descoberta pelo norteamericano James Watson e pelo britânico Francis Crick, permitindo o surgimento da biotecnologia moderna 1972 O bioquímico Paul Berg consegue combinar duas moléculas de DNA em laboratório, criando a técnica do DNA recombinante 8 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

Frutas e hortaliças transgênicas poderão demorar mais para amadurecer, evitando perdas A base dos transgênicos está na pré-história Se tomarmos como exemplo técnicas primitivas envolvendo plantas, animais e microrganismos, veremos que a biotecnologia a base dos transgênicos é um ramo de conhecimento milenar ou até pré-histórico. Além disso, mesmo antes da descoberta da genética, processos de fermentação utilizados na produção de queijos, vinhos, pães e iogurtes já utilizavam formas rudimentares da biotecnologia. Os transgênicos nada mais são do que a evolução de técnicas milenares Alda Lerayer, Diretora- Executiva do CIB, Ph.D. em Genética de Plantas e Microrganismos O que mais os transgênicos podem proporcionar Além de já reduzir as perdas na lavoura e desenvolver produtos mais nutritivos, a engenharia genética poderá diminuir a quantidade de substâncias indesejáveis nos alimentos, como as que naturalmente podem causar alergias, afirma o professor Finardi. A transgenia já permite o desenvolvimento de alimentos como: frutas e hortaliças que demoram mais para amadurecer, reduzindo perdas; plantas com valor nutricional enriquecido, a exemplo do arroz com mais vitaminas; plantas mais adaptadas às condições adversas do ambiente, como a seca. 1978 1983 1994 1995 - presente Cientistas dos Estados Unidos produzem com sucesso, em laboratório, a insulina humana por meio de microrganismos transgênicos Três grupos de cientistas conseguem adicionar genes de uma bactéria em duas plantas, desenvolvendo, assim, os primeiros vegetais transgênicos Ocorre o primeiro lançamento comercial de uma planta transgênica, uma variedade de tomate, nos Estados Unidos 32 países passaram a importar produtos transgênicos e outros 25 países já plantam e importam, entre eles, o Brasil 9

Testes apontam a segurança do O meio ambiente e a saúde são alvo de estudos científicos T odo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série de testes que avaliam a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal. Em mais de 15 anos de uso em todo o mundo, pessoas de cerca de 50 países consumiram alimentos transgênicos em larga escala, sem nenhum registro de impacto negativo no meio ambiente ou na saúde humana e animal. Entidades como a FAO e a OMS, entre outras, já se posicionaram oficialmente a favor dos transgênicos Antes de chegar ao consumidor, todo transgênico é exaustivamente analisado por meio de rígidos testes laboratoriais e de campo CTNBio avalia a biossegurança No Brasil, a Lei de Biossegurança (Lei n o 11.105/05) exige que qualquer organismo geneticamente modificado (OGM) passe pela avaliação criteriosa da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio. Trata-se de um grupo de 54 doutores em todas as áreas relacionadas à segurança dos transgênicos, como meio ambiente, saúde humana, saúde animal, agricultura, saúde do trabalhador, entre outras. Ou seja, são cientistas, representantes de vários Ministérios e da sociedade civil. Eles avaliam, um a um, cada pedido de pesquisa ou comercialização de OGM no Brasil, e só liberam um produto transgênico após analisar o resultado de diversos testes de biossegurança. Redução das micotoxinas no milho Bt O milho Bt é caracterizado pela inserção de um gene da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que induz a planta a produzir uma proteína tóxica apenas para determinadas pragas. Assim, o milho Bt permite reduzir os ataques de insetos às plantações em até 90% e diminui, consequentemente, a probabilidade de crescimento de fungos na espiga, a partir dos locais perfurados pelos insetos-pragas. Esses fungos produzem micotoxinas, substâncias extremamente danosas para o homem e para os animais, pois agem diretamente no fígado, inibindo a síntese de proteínas, causando queda no nível de anticorpos e enzimas. Em razão dessas alterações, pode haver fras de períodos chuvosos. Por inibir as perfurações o aparecimento de lesões e hemorragias, que das espigas pelas larvas dos insetos, o milho Bt reduz, então, a presença de micotoxinas, sendo este podem levar ao câncer e à morte. Vale lembrar que cerca de 50% do milho produzido no Brasil é mais um benefício da variedade transgênica em relação à convencional para a saúde humana e contaminado por micotoxinas, sobretudo nas sa- animal. À esquerda, milho convencional, atacado por lagartas, apresenta crescimento de fungo que produz micotoxina. Acima, milho Bt 10 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

s transgênicos A rigidez dos testes científicos Para avaliar possíveis impactos ao meio ambiente, são realizados experimentos de laboratório e de campo que analisam se o organismo transgênico interage com plantas, insetos e outros animais da mesma forma que o não-transgênico. Também se avalia como o material genético do OGM se dispersa no ambiente e quais as possibilidades de cruzamento com plantas convencionais. Quanto à saúde humana, são feitas avaliações toxicológicas e nutricionais, entre outras. Para o professor Menossi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é importante destacar a avaliação aprofundada dos transgênicos no que diz respeito a possíveis alergias, procedimento que não é aplicado aos alimentos convencionais. Além disso, vale destacar que, preferencialmente, a ciência busca trabalhar com a inserção de genes que já tenham um histórico de uso seguro na alimentação ou mesmo que, indiretamente, estejam presentes no nosso dia-a-dia. Um bom exemplo é o gene da bactéria Bacillus thuringiensis, que confere resistência aos insetos-pragas que atacam o milho. Há mais de duas décadas, a proteína desta bactéria, que é naturalmente encontrada no solo, passou a ser utilizada na agricultura convencional e, posteriormente, na agricultura orgânica como uma das formas de controle de insetos-pragas na lavoura, e, portanto, integram a nossa alimentação diária, não oferecendo nenhum risco à saúde humana ou animal. Desde o início da década de 90, há produtos GM no mercado internacional sendo comercializados. Ao longo desses anos, não existem evidências de efeito colateral para a saúde de quem consome esses alimentos ou para o meio ambiente Elíbio Rech, engenheiro agrônomo, Ph.D. em Genética Celular e Molecular e pesquisador da Embrapa Todas as sementes transgênicas liberadas são seguras para a biodiversidade Os transgênicos são testados como nenhum outro alimento, sendo tão ou mais seguros que os convencionais Marcelo Menossi, biólogo, Ph.D. em Genética Molecular e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Aval internacional Os transgênicos representam o progresso científico, econômico e social do País. Ficar para trás acarretaria um risco muito alto para o Brasil Crodowaldo Pavan, biólogo com doutorado e pós-doutorado na Universidade de Columbia e ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) (1930 2009) Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do uso dessa técnica. Entre elas, estão: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) Organização Mundial da Saúde (OMS) Academia de Ciências do Vaticano Agência de Biotecnologia da Austrália Agência de Controle de Alimentos do Canadá Além disso, cientistas de importantes academias de ciência nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas transgênicas na agricultura como forma de ajudar o homem a aumentar a produção e a qualidade dos alimentos. 11

Transgênicos trazem benefícios A biotecnologia diminui os impactos do homem sobre a natureza A s lavouras transgênicas, além de serem seguras para o meio ambiente, oferecem benefícios em re- lação às convencionais no que diz respeito à preservação do planeta. Isso acontece porque as plantas transgênicas disponíveis no mercado diminuem a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas para combater as pragas. Assim, também se gasta menos água na preparação dos agrodefensivos e menos combustíveis nos tratores e máquinas usados para aplicar esses produtos na lavoura. A engenharia genética torna algumas lavouras mais produtivas e, desta forma, contribui para reduzir a necessidade de plantio em novas áreas Segundo o biólogo Marcelo Menossi, da Unicamp, a biotecnologia vem sendo utilizada há anos para minimizar os impactos do homem sobre a natureza. Para se ter uma ideia dos avanços, já estão sendo testadas plantas transgênicas capazes de despoluir o solo e a água. Estão sendo desenvolvidas também plantas tolerantes a estresses abióticos, a exemplo da seca e de solos salinos, além de trabalhos importantes, inclusive no Brasil, com o eucalipto e a cana-de-açúcar. 12 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

ambientais Redução da poluição Somente em 2008, o uso de variedades GM diminuiu em 15,6 bilhões de quilos as emissões mundiais de dióxido de carbono, em decorrência do menor uso máquinas agrícolas. Para se ter uma ideia da importância ambiental dessa redução, ela representaria tirar das ruas, por um ano, 6,9 milhões de carros equivalente à frota de veículos da Grande São Paulo. Os dados são do relatório Impacto Global da Biotecnologia: efeitos socioeconômicos e ambientais 1996-2008, da consultoria britânica PG Economics. O Brasil agradece Dono de uma das maiores riquezas naturais do mundo, o Brasil tem muito a ganhar com os benefícios ambientais das sementes transgênicas. As variedades já liberadas de soja e algodão transgênicos vão gerar para o meio ambiente do País, nos próximos 10 anos, a redução: Menos combustível, água e defensivos são usados nas plantações transgênicas Do consumo de 898,2 milhões de litros de diesel O suficiente para abastecer por 10 anos uma frota de 374 mil veículos. Do consumo de 107,8 bilhões de litros de água O equivalente ao consumo, em uma década, de uma cidade de 2,5 milhões de pessoas. Da emissão de 2,316 mil toneladas de CO 2 O mesmo que plantar uma floresta com 17 milhões de árvores. Fonte: Céleres 13

Ganhos para a agricultura bras As sementes transgênicas diminuem as perdas na produção A agricultura encontrou na biotecnologia um de seus maiores aliados para a produção mais eficiente de plantas. Pragas, doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram grandes obstáculos à produção de alimentos, e a aplicação da engenharia genética na agricultura permitiu o desenvolvimento de cultivos com mais qualidade e menos perdas. Assim, a produção de alimentos aumenta. Além disso, a biotecnologia tem permitido o desenvolvimento de diversas plantas resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas (facilitando o controle mais eficiente do mato que cresce nas plantações), o que resulta em lavouras mais produtivas. Isso reduz a necessidade de aumento da área plantada para produzir alimentos à população. Um exemplo importante, desenvolvido pela Embrapa, é o feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado, praga que destrói as lavouras. População mundial (em bilhões) Área agrícola (em bilhões de hectares) População mundial X Área agrícola Enquanto a população cresce, as terras aptas para a agricultura permanecem as mesmas, o que exige que se produza cada vez mais alimentos em espaços menores Crescimento observado de 1961 a 2006: População = 113% Área agrícola= 0% Crescimento previsto de 2010 a 2050: População = 32% Área agrícola= 0% Fonte: FAO e Unctad Veja o que os agricultores dizem sobre os transgênicos As sementes transgênicas tornam a vida do produtor mais fácil. Depois que comecei a plantar, passei a ter mais tempo para outras atividades, por isso pretendo cultivá-las cada vez mais na minha lavoura Luiz Alberto Serenato, produtor de soja (Paraná) As sementes transgênicas são importantes opções para o agricultor, especialmente pela redução dos custos com os herbicidas Mario Broek, produtor de soja (Goiás) Na próxima safra, prefiro usar sementes transgênicas porque as convencionais têm me causado muitas perdas Adriano Lieshout, produtor de milho (Goiás) Quero usar transgênicos porque diminuirão meus custos e tornarão o plantio mais fácil Rubens Tonon, produtor de milho (Goiás) O algodão transgênico Bt reduziu pela metade meus custos com inseticidas, além de ter permitido retomar o plantio dessa cultura na nossa região Adelino Martins, agricultor familiar de Catuti (Minas Gerais) 14 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

ileira Mais renda no campo Um estudo realizado entre 2007 e 2008, pelo Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia, mostrou que agricultores da Espanha que cultivaram o milho transgênico Bt (resistente a insetos) obtiveram uma margem de lucro bruta de até 120 euros (R$ 280 aproximadamente) por hectare/ano, acima da margem registrada nas lavouras convencionais. Esse aumento de rentabilidade é resultado do número menor de aplicações de inseticidas no milho Bt (Gómez-Barbero et al., 2007, 2008a, 2008b). De acordo com uma pesquisa da Universidade de Reading (Reino Unido) com os transgênicos, há redução no custo da produção e economia de 14 horas de trabalho por hectare O algodão transgênico Bt reduziu pela metade meus custos com inseticidas Adelino Martins, agricultor familiar de Catuti (Minas Gerais) Quanto o Brasil tem a lucrar Entre 2009 e 2019, as variedades transgênicas poderão gerar para a agricultura brasiliera ganhos de: US$ 34 bilhões para a cultura do milho US$ 10,5 bilhões para a cultura da soja US$ 3,3 bilhões para a cultura do algodão Fonte: Céleres Não importa o tamanho da propriedade, todos ganham De acordo com o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia, (ISAAA), 13 milhões de pequenos agricultores de todo o mundo plantaram sementes geneticamente modificadas em 2009 e conheceram os benefícios dos transgênicos, a exemplo do aumento de renda. Como os produtores familiares utilizam, em geral, menos tecnologia (máquinas, assistência técnica e fertilizantes) que os grandes agricultores, são os que mais ganham com a redução nos custos de manejo da cultura e com a maior facilidade para cuidar da lavoura. Prova disso é um estudo de três anos realizado por pesquisadores da Universidade de Reading (2006), no Reino Unido, com 2 mil pequenos agricultores da África do Sul. A análise apontou o aumento da produtividade do algodão transgênico resistente a insetos em relação ao convencional, elevando as margens de lucro de US$ 86 para US$ 93 por hectare. Outro dado revela que essa variedade de algodão permite diminuir as aplicações de inseticidas na lavoura, reduzindo os custos da produção e economizando 14 horas de trabalho por hectare. 15

Transgênicos crescem no Brasil As vantagens e a segurança da tecnologia levam cada vez mais países a plantar e importar C erca de 134 milhões de hectares foram plantados com transgênicos em 25 países em 2009, segundo o relatório do ISAAA. A área é equivalente a duas vezes e meia o território da França, ou cerca de 5 vezes o estado de São Paulo. Área com transgênicos no Brasil No Brasil, foram plantados 21,4 milhões hectares com sementes de soja, milho e algodão transgênicos em 2009, com um crescimento de 35,4% em relação ao ano anterior. Esse desempenho garantiu ao Brasil o segundo lugar no ranking de área plantada com transgênicos no mundo, superando a Argentina e ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Os habitantes de 25 países que plantaram transgênicos em 2009 correspondem a mais 55% da população mundial. Levando em conta as importações, pessoas de mais de 50 países consomem transgênicos Área plantada com transgênicos no mundo em 2009 Milhões de hectares 1 EUA 64,0 14 Espanha 0,1 2 Brasil 21,4 15 México 0,1 3 Argentina 21,3 16 Chile <0,1 4 Índia 8,4 17 Colômbia <0,1 5 Canadá 8,2 18 Honduras <0,1 6 China 3,7 19 República Checa <0,1 7 Paraguai 2,2 20 Portugal <0,1 8 África do Sul 2,1 21 Romênia <0,1 9 Uruguai 0,8 22 Polônia <0,1 10 Bolívia 0,8 23 Costa Rica <0,1 11 Filipinas 0,5 24 Egito <0,1 12 Austrália 0,2 25 Eslováquia <0,1 13 Burquina Fasso 0,1 Fonte: James, Clive (2009) Área plantada com transgênicos Quanto isso representa da área total Soja 16,2 milhões de hectares 71% Milho 5 milhões de hectares 31% Algodão 0,2 milhão de hectares 15% Fonte: Isaaa/Conab 16 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

e no mundo Mercado recebe transgênicos de portas abertas A liberação de uma variedade de soja transgênica em 2003 permitiu ao Brasil aumentar a competitividade da produção nacional e garantir uma posição relevante no mercado mundial de grãos. Caso contrário, não estaríamos entre os maiores exportadores de soja, ao lado dos Estados Unidos e da Argentina, que adotaram o grão geneticamente modificado em 1996. Como maiores importadores de soja desses três países, destacam-se a China e a União Europeia, bloco que importa também grandes quantidades de milho precisamente, 14,6 milhões de toneladas na safra 2007/2008, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) concluiu não haver diferenças entre os alimentos transgênicos do mercado e seus pares convencionais, a não ser a(s) nova(s) característica(s) que o(s) gene(s) inserido(s) no alimento transgênico permitiu(ram) expressar Exportações também crescem Os gráficos mostram que Brasil e Argentina conseguiram aproveitar o crescimento do mercado mundial de soja e derivados para aumentar suas exportações no período após a liberação da semente transgênica (em 1996, na Argentina, e em 2003, no Brasil): Brasil Milhões de toneladas* 50 40 43,0 37,1 30 20 10 0 2002/2003 2007/2008 Argentina Milhões de toneladas* 50 40 48,6 30 20 10 0 12,0 1996/1997 2007/2008 *Total em peso equivalente-grão Fonte: Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) Elaboração: CIB 17

O investimento na ciência Empresas públicas e privadas injetam altos valores em pesquisas de ponta S ó assim, é possível desenvolver novos produtos e realizar descobertas úteis para a socie- dade. No Brasil, há cooperativas, universidades e empresas pesquisando novas tecnologias e novos produtos relacionados aos transgênicos, o que aumenta as opções para os agricultores. Por isso, em todo o mundo, existem leis para garantir que apenas as instituições que criaram produtos ou desenvolveram tecnologias poderão usá-los ou autorizar o uso por outras pessoas/empresas. Assim, a entidade registra a patente de seu invento, que é o que assegura que o produto foi realmente desenvolvido por ela. No caso das sementes transgênicas, os royalties garantem viabilidade econômica para o desenvolvimento de novas tecnologias Quando isso acontece, a detentora da patente pode cobrar royalties para ceder o direito de uso de sua tecnologia, por um período determinado pela legislação de cada país 20 anos, no caso do Brasil. Os royalties são a compensação financeira pelo uso autorizado da tecnologia, retribuindo o esforço intelectual e os investimentos realizados para o seu desenvolvimento. 18 TRANSGÊNICOS A CIÊNCIA EM FAVOR DO CONSUMIDOR

O Conselho de Informações sobre Biotecnologia (www.cib.org.br) é uma organização não-governamental e uma associação civil sem fins lucrativos e sem nenhuma conotação político-partidária ou ideológica. Seu objetivo básico é divulgar informações técnico-científicas sobre a Biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores da sociedade com o tema. EXPEDIENTE Coordenadora-Geral: Editor Executivo: Redação: Consultores Técnicos: Alda Lerayer Antonio Celso Villari Débora Marques Elibio Rech - agrônomo, Ph.D. em Genética Molecular e pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Apoio Operacional: Projeto Gráfico: Fotos: Tratamento de imagens: José Maria da Silveira - agrônomo, doutor em Economia e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcelo Gravina - agrônomo, Ph.D. em Fitopatologia e Biologia Molecular e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Marcelo Menossi - biólogo, Ph.D. em Genética Molecular e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Patrícia Fukuma - advogada especialista em Relações de Consumo Jacqueline Ambrosio Frederico Franz Renata Loreta Sérgio Brito CIB; Sérgio Andrade Dandalo Gabrielli 19

Como saber mais sobre transgênicos Se você quer saber mais sobre biotecnologia e transgênicos, confira os sites do CIB em www.cib.org.br e www.biotecpragalera.org.br. Neles, você encontra notícias nacionais e internacionais sobre as pesquisas que estão sendo desenvolvidas e entrevistas especiais com cientistas que trabalham com biotecnologia. Os sites também dão acesso a todas as publicações do CIB, como outros guias específicos sobre o milho, o algodão e o eucalipto. O Biotec pra Galera, desenvolvido especialmente para os jovens, traz ainda uma seção com o Dr. Jairo Bouer, que entrevista, na linguagem da garotada, os maiores especialistas no assunto. SITES RELACIONADOS Abrabi Associação Brasileira das Empresas de Biotecnologia www.abrabi.org.br AGBIOS www.cera-gmc.org AgroBio Colômbia www.agrobio.org AgroBio México www.agrobiomexico.org.mx Anbio Associação Nacional de Biossegurança www.anbio.org.br Argenbio (Argentina) www.argenbio.org CBI Council for Biotechnology Information (Estados Unidos) www.whybiotech.com Céleres http://www.celeres.com.br ChileBio www.chilebio.cl CTNBio Comissão Técnica Nacional de Biossegurança www.ctnbio.gov.br Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária www.cenargen.embrapa.br European Commission Joint Research Centre http://ec.europa.eu/dgs/jrc/index.cfm ISAAA Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia www.isaaa.org O DNA vai à escola www.odnavaiaescola.org PG Economics http://www.pgeconomics.co.uk Porque Biotecnologia (Argentina) www.porquebiotecnologia.com.ar SBB Sociedade Brasileira de Biotecnologia www.sbbiotec.org.br www.cib.org.br SBG Sociedade Brasileira de Genética www.sbg.org.br Universidade de Reading http://www.reading.ac.uk USDA http://www.usdabrazil.org.br/home www.biotecpragalera.org.br SETEMBRO / 2010

Transgênicos liberados no Brasil Soja tolerante a herbicida Algodões tolerantes a herbicidas Algodões resistentes a insetos Milhos tolerantes a herbicidas Milhos resistentes a insetos Ainda aguardam a aprovação da CTNBio outras variedades de soja, algodão e milho, além de arroz tolerante a herbicida e milhos com ambas as características: tolerantes a herbicida e resistentes a insetos. Para ter informações atualizadas sobre novas liberações de transgênicos, acesse o site www.cib.org.br