ANÁLISE LOCAL DAS ALTITUDES ORTOMÉTRICAS DISPOSTAS NAS ESTAÇÕES PASSÍVAS DO IBGE: UFAL-MACEIÓ-AL



Documentos relacionados
PROPOSTA PRELIMINAR PARA A ADOÇÃO DE UM REFERÊNCIAL GEOCÊNTRICO NO BRASIL

ESTUDO SOBRE O MODELO GEOIDAL BRASILEIRO EM ESTAÇÕES ALTIMÉTRICAS DE PRIMEIRA ORDEM LOCALIZADAS NO LITORAL E AGRESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Introdução à Geodésia

Altera a caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro

Laboratório de Cartografia Digital - CTUFES

NOTA TÉCNICA. Sistema Geodésico de Referência: Figura geométrica da superfície terrestre: Época de referência das coordenadas:

Hoje adota novas tecnologias no posicionamento geodésico, como por exemplo o Sistema de Posicionamento Global (GPS)

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa

Capítulo I GENERALIDADES

No caso de existência no BDG, surgirá a seguinte mensagem: Visualize o resultado da pesquisa no final da página. Clicar sobre o botão OK.

I Seminário SIGCidades: Cadastro Territorial Multifinalitário. Fundamentos de Cartografia aplicados aos SIGs

Disciplina: Topografia I

Nivelamento geométrico

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA- TOPOGRAFIA

AULA 4 SISTEMAS DE REFERÊNCIA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PÓS-GRADUAÇÃO EM GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS

4/12/2013 ELEMENTOS DE GEODÉSIA E CARTOGRAFIA SISTEMAS DE REFERÊNCIA. Geóide -Gauss Modelo esférico Astronomia

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE. Correção geométrica de imagens

Por que os cartógrafos e os geógrafos têm necessidade de conhecer topografia? Os levantamentos de base não existem em todos os lugares;

Universidade do Vale do Rio dos Sinos Programa de Pós-Graduação em Geologia Laboratório de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital

CONCEITO DE GEODÉSIA A FORMA DA TERRA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA MARCOS GEODÉSICOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA

LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS II GA108

Introdução da Topografia

RELATÓRIO TÉCNICO DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMETRO NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA: CARACTERIZAÇÃO DA COTA 100 NO NÚCLEO URBANO

GNSS: CONCEITOS, MODELAGEM E PERSPECTIVAS FUTURAS DO POSICIONAMENTO POR SATÉLITE

DO CARTA GERAL AO SIRGAS-2000, A EVOLUÇÃO DO MAPEAMENTO EM PORTO ALEGRE.

Definição. Cartografia é a ciência que têm como principal. objetivo a representação do espaço geográfico, de

ESPECIFICAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO E APOIO TOPOGRÁFICO

INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA

Engenharia Civil Topografia e Geodésia. Curso Técnico em Edificações Topografia GEODÉSIA

Componente curricular: Topografia e Cartografia. Curso: Técnico em Agroecologia Professor: Janice Regina Gmach Bortoli

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. PTR 2202 Informações Espaciais

OS LIMITES POSICIONAIS DO GOOGLE EARTH

DETERMINAÇÃO DE EPICENTROS E HIPOCENTROS

Norma Técnica Interna SABESP NTS 114

18/11/2010 CURSO BÁSICO DE GPS CURSO BÁSICO DE GPS CURSO BÁSICO DE GPS CURSO BÁSICO DE GPS CURSO BÁSICO DE GPS CURSO BÁSICO DE GPS. Objetivo.

ALGUNS TERMOS TÉCNICOS IMPORTANTES

RELATÓRIO TÉCNICO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMÉTRICO CADASTRAL

O que são satélites? Existem 2 tipos de satélite, são os satélites naturais e satélites artificiais.

UNICAP Universidade Católica de Pernambuco Laboratório de Topografia de UNICAP - LABTOP Topografia 2. Métodos de Aquisição de dados Planialtimétricos

ANÁLISE COMPARATIVA DO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO EXECUTADO COM LEVANTAMENTO GNSS NO MODO RTK E TOPOGRAFIA CONVENCIONAL USADO COMO REFERÊNCIA

Aula 3 - Registro de Imagem

Tenha isso muito claro na cabeça!

SISTEMAS DE COORDENADAS E PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS. Prof. M.Sc. César Vinícius Mendes Nery vinicius.nery@ifnmg.edu.br Skipe: vinicius_nery

II Seminário sobre Referencial Geocêntrico no Brasil

Posicionamento por Satélite. Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão Prof. Esp. Fernando Nicolau Mendonça

VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA FORTALEZA 24 a 31 DE JULHO DE 1977 O DATUM GEODÉSICO DE CHUÁ ENGENHEIRO LYSANDRO VIANA RODRIGUEZ

Projeto de Sistemas I

Palavras-Chave: Sistema de Posicionamento Global. Sistemas de Localização Espacial. Equação de Superfícies Esféricas.

REDE ALTIMÉTRICA FUNDAMENTAL DO BRASIL: ATIVIDADES DO LARAS/UFPR PARA SUA MODERNIZAÇÃO E VÍNCULO A UM SISTEMA GLOBAL DE ALTITUDES

LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS ESTAÇÃO TOTAL x GPS RTK

1. INTRODUÇÃO 3. SISTEMAS DE REFERÊNCIA CLÁSSICOS 4. SISTEMAS DE REFERÊNCIA MODERNOS 5. MATERIALIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE REFERÊNCIA

Passado, Presente e Futuro das Atividades Geodésicas no Brasil em Apoio ao SIRGAS

Topografia Aplicada a Terraplenagem

Capítulo IV TAQUEOMETRIA

Dados para mapeamento

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

muito como cartas náuticas faça para o watercraft, ou o a mapa rodoviário para excitadores. Usando estas cartas e outras ferramentas pilotos possa

As fórmulas para a determinação da gravidade teórica (ou normal) sobre a terra normal são do tipo

Aprovação & Procedimento de Recepção

Processo de Implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade

ISF 203: ESTUDOS TOPOGRÁFICOS PARA PROJETOS BÁSICOS DE FERROVIAS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO / DIURNO PROGRAMA DE DISCIPLINA

rofa Lia Pimentel TOPOGRAFIA

Exercícios de Cartografia I

elipsoide de revolução

AS MISSÕES MODERNAS. Denizar Blitzkow EPUSP PTR. Laboratório de Topografia e Geodésia - LTG IV CONFEGE - IBGE Rio de Janeiro - 21 de agosto de 2006

ORIENTAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL CARTOGRÁFICO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL - AIA

Departamento de Engenharia Civil Implantação de Pontos

A PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DE ADUTORAS DE ÁGUA

O SITE CICLOVIAS DE CURITIBA, DO PLANEJAMENTO A EXECUÇÃO.

AVALIAÇÃO DA EXATIDÃO ALTIMÉTRICA DE DADOS OBTIDOS POR PERFILAMENTO LASER AEROTRANSPORTADO EM ÁREAS DE MINERAÇÃO E RODOVIAS

Programa de Monitoramento do Lençol Freático do AHE Jirau

MÓDULO I UNIDADE CURRICULAR TOPOGRAFIA I 5.1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA TOPOGRÁFICA Conceitos

A reformulação do serviço de pós-processamento on-line de dados GNSS IBGE-PPP: estudo de caso no estado de Mato Grosso do Sul

NOME COMPLETO DA SUA INSTITUIÇÃO. Nome completo do integrante A Nome completo do integrante B Nome completo do integrante C

Atividades do Projeto do Geóide para a América do Sul

Bloqueio atmosférico provoca enchentes no Estado de Santa Catarina(SC)

REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO CONTÍNUO DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL GPS. Luiz Paulo Souto Fortes René A. Zepeda Godoy

GPS Global positioning system

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

Modelagem Digital do Terreno

Estrutura do Trabalho: Fazer um resumo descrevendo o que será visto em cada capítulo do trabalho.

AVALIAÇÃO DOS MODELOS DO CAMPO DA GRAVIDADE TERRESTRE ADVINDOS DA MISSÃO GOCE - GRAVITY FIELD AND STEADY-STATE OCEAN CIRCULATION EXPLORER

RBMC-IP. Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS em Tempo Real. Diretoria de Geociências DGC Coordenação de Geodésia - CGED

Aula 9 ESCALA GRÁFICA. Antônio Carlos Campos

Especificações Técnicas para Uso da Rede de Referência Cartográfica Municipal RRCM

Universidade do Estado de Santa Catarina Departamento de Engenharia Civil TOPOGRAFIA II. Profa. Adriana Goulart dos Santos

ST 301 TOPOGRAFIA I

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa CURSO DE GPS. Módulo x. (Aula Prática) Reliance - Ashtech. Suas Aplicações Em SIG.

Figura 17.1 Exemplo de locação.

Noções de cartografia aplicada ao Google Earth

4 Segmentação Algoritmo proposto

Aula 3 - Registro de Imagem

A Alezi Teodolini está há quase de 40 no mercado, oferecendo produtos e serviços na coleta de informações de campo com a missão de:

O que é o Sistema Geodésico de Referência? Qual é o Sistema Geodésico adotado no Brasil? Qual a diferença entre o Sistema SAD69 e SIRGAS2000?

SISTEMA PARA GESTÃO DE ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

RACIONALIZAÇÃO CONSTRUTIVA

COLÉGIO JOÃO PAULO I GEOGRAFIA - EXERCÍCIOS 1ª PARCIAL V2 1ª SÉRIE

Transcrição:

p. 001-006 NÁLISE LOCL DS LTITUDES ORTOMÉTRICS DISPOSTS NS ESTÇÕES PSSÍVS DO IBGE: UFL-MCEIÓ-L CDÊMIC JUCIEL CRISTIN DOS SNTOS 1 CDÊMIC ELNE CRISTIN LOURENÇO DOS SNTOS 1 CDÊMICOLISSON LUIZ D COST 1 PROF. DR. NELSON MRISCO 1 1 Universidade Federal de lagoas - UFL 1 Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio mbiente - IGDEM 1 Engenharia de grimensura, Maceió- L juciela_agrimensura@yahoo.com.br; elane_agrimensura@yahoo.com.br; alcnick@gmail.com; nmarisco@nin.ufms.br. RESUMO proposição deste trabalho tem como objetivo contribuir com a discussão sobre a pertinência do IBGE fornecer informação da altitude ortométrica, da forma como está sendo realizado nos memoriais descritivos dessas estações passivas. Bem como apresentar uma proposta de trabalho a ser desenvolvida no sentido de buscar solucionar alguns dos problemas diagnosticados. Para isso realizou-se um nivelamento geométrico entre as respectivas estações passivas 93206 e 93070, localizados no Campus.C. Simões da Universidade Federal de lagoas/ufl, no município de Maceió/L. Com o resultado pode-se levantar algumas hipóteses que deverão ser confirmadas ou refutas na continuidade dos trabalhos. BSTRCT The proposition of this work aims to contribute to the discussion on the relevance of the IBGE provide information of orthometric altitude, like has being done in the description of these passive stations. s well as presenting a proposal for work to be developed in order to seek find solutions of some of the diagnosed problems. For this way was realized a geometric leveling between the respective passive stations 93206 and 93070, located on the campus.c. Simoes of the Universidade Federal de lagoas/ufl, in the city of Maceio. With the result you can raise some hypotheses that should be confirmed or not in the continuity of the work. 1 INTRODUÇÃO Há uma grande demanda atualmente por metodologias de representação do relevo, para diferentes finalidades em diversas áreas do conhecimento humano, Indo desde representação tridimensional do relevo em modernos equipamentos militares a disponibilidade de informações em terceira dimensão pela Web. É do conhecimento da comunidade científica que a diferença entre as altitudes ortométicas e geométricas, tem causado algumas dificuldades de utilização dessas informações pela comunidade usuária dos sistemas de rastreio de satélites artificiais. Levando a confusões e a má utilização das informações altimétricas. preocupação aqui exposta é o fato de por se tratar de uma forma rápida e barata de se obter altitudes, haja um comprometimento da qualidade dos resultados utilizados, já que o usuário comum não tem conhecimento da diferença existente entre as altitudes geométricas e ortométricas isso pode vir a gerar uma série de problemas no processo de disseminação das informações geoespaciais. Outra questão a ser SNTOS, J.C. SNTOS, E.C.L.; COST,.L; MRISCO,N. discutida é: quais os prejuízos a esses dados altimétricos pela não consideração da ondulação do geóide (N) nas suas determinações? Dentro deste contexto, procurou-se pensar em um trabalho que venha a trazer a tona essa questão. Tomando-se por base as informações disposta pelo IBGE, em seu banco de dados geodésico. E as informações altimétricas contidas nos memoriais descritivos das estações passivas implantadas no campus da UFL/Maceió-L. Segundo Luz et. al, (2004), situação atual do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) não favorece a obtenção de valores precisos de altitudes físicas através das modernas técnicas espaciais. indefinição conceitual das altitudes brasileiras contribui decisivamente para isso, assim como a baixa precisão dos modelos Geopotenciais utilizados. Há também uma problemática em relação a aplicação da redução pseudo-ortométrica (denominação mais adequada para a tradicional correção ortométrica ), que trata apenas do efeito do não paralelismo das superfícies equipotenciais do

p. 002-006 campo da gravidade normal (GEMEL, 1999), ou seja, de São Paulo, da Secretária de gricultura do Estado apenas corrige os efeitos das variações da gravidade (IGCSP) e Serviços erofotogramétricos Cruzeiro do advindas das variações de latitude, causando assim um Sul S/ (SCS), (LENCR, 1994). acumulo de possíveis erros e de definição de altitude. Em 13 de Outubro de 1945, o IBGE iniciou os. trabalhos de Nivelamento Geométrico de lta 2 PRESUPOSTOS TEÓRICOS Precisão, inicialmente na cidade de Cocal, Município de Urussanga- SC, onde está localizada a Referência de região estudada está localizada no Nível RN 1-, tomando como base a estação município de Maceió, estado de lagoas, com Maregrafica de Torres- RS. O objetivo desse trabalho coordenadas geográficas Latitude 9 20 S a 9 45 S e era apoiar o mapeamento e servir de suporte às grandes Longitude 35 30 W e 36º50 W. Mais precisamente no obras de engenharia, além de dar apoio altimétrico à Campus da Universidade Federal de lagoas, onde triangulação geodésica projetada ao longo do estão implantados os dois marcos a serem discutidos no meridiano 49º (IBGE, 2008). presente trabalho como mostra a figura 1. Segundo LENCR (2004), o Datum de Torres foi provisoriamente utilizado como referência para a Rede altimétrica, sendo Substituído até os dias atuais pelo Datum de Imbituba, localizado na cidade de Imbituba em Santa Catarina. rede altimétrica neste momento já possuía 30.000 Km de linhas niveladas e a substituição deste Datum em 1958 causou uma enorme melhoria de definição do sistema de altitudes. rede altimétrica, no entanto passou por diversos ajustamentos (1948, 1952, 1959, 1962, 1963, 1966, 1970 e 1975), partindo-se daí o IBGE deu inicio a informatização dos dados altimétricos existentes, com o objetivo de homogeneizar a Rede ltimétricas de lta precisão RP. pós a conclusão do ajustamento em 1993, foram corrigidos alguns problemas de ajustamentos anteriores, com a aplicação da redução pseudo-ortométrica, que trata apenas do efeito do não paralelismo das superfícies equipotenciais do campo da gravidade normal (LENCR, 1994) figura a seguir nos mostra toda a rede altimétricas atual brasileira, com suas linhas de nivelamento e as estações altimétricas. Figura 1: Situação de onde foi feito o trabalho. Fonte: cervo dos utores 2.1 Rede ltimétrica Brasileira. Rede ltimétrica Brasileira é constituída de pontos materializados no terreno conhecidos como Referenciais de Nível (RN), homologados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contendo informações sobre a altitude de um ponto na superfície real até o geóide geométrico, ao longo de uma vertical. No Brasil os órgãos que começaram a implantação da rede altimétrica, realizando os primeiros nivelamentos foram: Instituto Brasileiro de Geografia (IBG), hoje Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG); Instituto Geográfico e Geológico SNTOS, J.C. SNTOS, E.C.L.; COST,.L; MRISCO,N. Figura 2: Rede ltimétrica brasileira Fonte:ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/alt itotal.pdf

p. 003-006 2.1.1 Métodos para obtenção de altitude rastreio por satélites artificiais em regiões na qual o ortométrica geóide é conhecido. Usando GPS e geóide podem ser obtidas as Segundo GEMEL (1999), altitude atitudes geométricas e a ondulação geoidal para ortométrica de um ponto é a distância desse ponto ao estabelecer uma relação com a altitude ortométrica de geóide, contado ao longo da vertical, podendo ser um determinado ponto. De modo geral a obtenção obtida através de Nivelamento Geométrico associado á dessa altitude é obtida da seguinte forma: Gravimetria. través de posicionamento por satélite entre Esse tipo de associação com a Gravimetria é dois pontos, teremos a diferença entre as altitudes dos estudado em Geodésia Física, que se preocupa com o mesmos, tomando como base a relação de desnível de campo da gravidade e suas aplicações geodésicas. ambos os pontos, como mostra a equação a seguir. De acordo com TORGE (2001), distância do geóide ao ponto, sobre a linha de prumo. Integrando-se h = h h' (3) a diferença dos potenciais gravífico entre duas Onde: superfícies equipotenciais separadas por uma distância infinitesimal, obtém-se expressão da altitude h = altitude geométrica no ponto ortométrica, descrita a seguir: h ' = altitude geométrica no ponto C H = (1) v g m Onde: H= altitude ortométrica C = número geopotencial g = valor médio da gravidade ao longo da v m linha de prumo entre o geóide e a superfície física. Partindo-se desta equação temos: obs obs ( g m h ) C = w0 w = gdh (2) Onde: W = potencial gravífico, obs g m = valores médios da gravidade nos pontos nivelados obs h = os desníveis entre os pontos. Nivelamento geométrico é a operação que realiza a medida da diferença de nível entre pontos do terreno por intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais, obtidas com um nível de precisão em miras colocadas verticalmente nos referidos pontos (BNT, 1994). utilização deste nivelamento é o mais indicado por obter grandes precisões nos levantamentos, sendo os métodos mais utilizados o das visadas iguais, que elimina os erros sistemáticos devido à refração atmosférica, colimação vertical e efeito da curvatura terrestre (ZNETTI, 2005). ssim as altitudes são transportadas de um ponto a outro, determinando os desníveis e obtendo-se, portanto as altitudes destes. través de um modelo geoidal pode-se calcular a diferença da ondulação geoidal referente a estes dois pontos, como mostra a equação (OLLIKINEM, 1998). N = N N ' (4) Onde: N = Ondulação Geoidal no ponto N = ondulação geoidal no ponto ' Partindo destas duas equações, pode-se estabelecer uma relação entre Ondulação geoidal e ltitude geométrica para obter-se a altitude ortométrica da seguinte forma: H = H H ' (5) H = h N figura baixo representa de forma sucinta a relação entre a altitude geométrica, a ondulação geoidal e a altitude Ortométrica. 2.1.1.1 Obtenção de altitudes Ortométricas através de GPS. Modernamente surgiu uma nova opção para obtenção das ltitudes Ortométricas, através do SNTOS, J.C. SNTOS, E.C.L.; COST,.L; MRISCO,N. Figura 3: Relação entre altitude Ortométrica, Geométrica e Ondulação Geoidal nas superfícies. FONTE : daptado de ZNETTI (2005)

p. 004-006 foi gerada a grade de 10 x 10 empregada no cálculo pesar de conveniente por possuir maior do modelo geoidal. agilidade, simplicidade e menos custos, a altitude Para a realização do presente trabalho, geométrica pode ser obtida com acurácia centimétrica, utilizou-se apenas da altitude Ortométrica pelo posicionamento GPS no modo relativo. No disponibilizada nos memoriais descritivos das eztações entanto, para explorar as potencialidades do GPS na disponibilizadas pelo IBGE referenciada ao altimetria, deve-se utilizar um modelo geoidal com SIRGS2000. acurácia compatível à requerida na altimetria. Partindo-se dessa afirmação, foi realizado um altitude ortométrica obtida por esta técnica possui nivelamento geométrico de classe IIN, segundo a NBR exatidão comparável a das alturas geoidais utilizadas. 13133, com o intuito de comparar a diferença de Entretanto, para a execução desta técnica é altitude (H) entre as referidas estações. necessário o uso de no mínimo uma estação de s Estações 93070 e 93206, localizadas no referência, com coordenadas geodésicas e altitude Campus da Universidade Federal de lagoas, distam ortométrica conhecidas. inda, com uso de apenas uma entre si aproximadamente 450 metros, possuem um estação de referência, eventuais erros presentes nas desnível de 0,613 metros ± 2 mm, sendo essa por sua estações de referência são transferidos para os pontos vez a real diferença de altitude (H) entre os mesmos, de interesse (SNTOS & SÁ, 2006). conforme aponta resultados obtidos em nivelamento geométrico disposto na Tabela 1. 3 NÁLISE E DISCUSSÃO Tabela 1: Caderneta de Nivelamento geométrico Sugere-se no presente trabalho a averiguação das ltitudes Ortométricas existentes em dois marcos Est. RÉ VNTE H da rede passiva do IBGE, localizado no campus da FS FM FI FS FM FI (m) Universidade Federal de lagoas, bem como RN1 1,031 0,881 0,728 - - - 0 proposições para solucionar eventuais problemas encontrados. 1 0,915 0,762 0,610 1,601 1,449 1,296-0,568 Os marcos da rede Passiva do IBGE, 2 2,008 1,853 1,700 1,416 1,265 1,115-0,503 materializados no campus da UFL-Maceió-L 3 1,640 1,485 1,330 1,257 1,102 0,948 0,751 possuem em seu memorial descritivo, altitudes 4 0,960 0,809 0,658 1,118 0,962 0,898 0,523 ortométricas e geométricas, em ambos os sistemas de 5 1,511 1,349 1,188 1,362 1,212 1,062-0,403 referência geodésica (SD69 e SIRGS2000). s altitudes geométricas foram obtidas através de RN2 - - - 1,924 1,762 1,599-0,413 posicionamento por satélites artificiais, já as altitudes Diferença de ltitude = -0,613 ortométricas foram obtidas, através do MPGEO2004 associado aos dados obtidos pelo posicionamento por O desnível foi calculado através das fórmulas satélite. convencionais, contidas nas NBR s. Com o propósito de melhorar a praticidade de obtenção das altitudes ortométricas, o IBGE gerou um Modelo de Ondulação Geoidal com uma resolução de 10 de arco e desenvolveu o MPGEO2004. Em que: (6) Segundo COST & LIM (2005), para a elaboração deste modelo foram utilizadas algumas - é o desnível do ponto. informações para a criação do mesmo. Tais informações consistem nas anomalias ar-livre - é o fio médio de ré. derivadas da altimetria por radar a bordo de satélite em - é o fio médio de vante. áreas oceânicas, utilizando o modelo KMS99; o Modelo Digital de Terreno (MDT) de 1 x1, Tabela 2: Comparação das diferenças de altitudes (H) desenvolvido pela EPUSP, obtido a partir da disponível nos memoriais do IBGE digitalização de cartas topográficas e, quando não disponíveis, utilizando o modelo GLOBE; o modelo Marcos SGR H (m) H (m) geopotencial EGM96 até grau e ordem 180 e o valor 93070 86,71 médio das anomalias de Helmert em cada quadrícula, SIRGS2000 1,65 que segundo LOBINCO et al. (2005), foi obtido 93206 88,36 empregando a média aritmética dos dados ali 93070 86,76 SD69 1,65 constantes, onde nas quadrículas que não haviam 93206 88,41 dados, foram utilizados recursos de interpolação do valor, também através de média aritmética, das Na tabela 2 nota-se a diferença de altitude quadrículas adjacentes. Com base na grade de 5 x 5, (H) entre os marcos nos sistemas SIRGS2000 e SNTOS, J.C. SNTOS, E.C.L.; COST,.L; MRISCO,N.

p. 005-006 SD69 de cada estação disponível nos memoriais Segundo LUZ et. al (2004), o Mapa Geoidal descritivos do IBGE. do Brasil, em sua versão de 1992 (GB-92), apresenta Conforme pode se denotar da tabela 2, a uma grande "depressão geoidal" na região de Santana, diferença de altitudes (H) no SIRGS2000 é de 1,65 que pode ser resultado da errônea utilização de valores metros, diferente das informações obtidas através do de altitude, anulando a ondulação geoidal nesse ponto. nivelamento geométrico entre as estações que foi de Uma das possíveis causas é a baixa precisão dos 0,613 metros. Isso resulta em uma discrepância de modelos globais de maré utilizados no processamento 1,037 metros entre os (H) para o sistema das observações dos satélites altimétricos, o que SIRGS2000. poderia ser corrigido através da elaboração e aplicação Essa diferença pode ser oriunda do Modelo de de um modelo Hidrodinâmico regional. Ondulação Geoidal MPGEO2004 utilizado para a definição formal de ltitude Ortométrica obtenção das referidas altitudes. Já que através desse inclui informações gravimétricas, que tem como sistema, os usuários podem obter a ondulação geoidal finalidade determinar a ondulação do geóide na região (N) em um ponto, ou conjunto de pontos, referidos aos estudada (GEMEL1999). Contudo, a comunidade sistemas SIRGS2000 e SD69. Cartográfica brasileira convencionou usar a mesma lém do mais, Segundo a Coordenação de denominação para as altitudes que estão contidas nos Geodésia do IBGE, o erro médio padrão associado ao Referenciais de Níveis (RN) existentes. modelo MPGEO2004, é de ± 0,5 metros, inda segundo LUZ et al (2004), citando determinado a partir das comparações de altitudes GPS BLITZKOW et al. (2002), bem poucas RRNN da com altitudes de referências de nível (altitudes obtidas RP possuem valor de gravidade, pois apenas a através de nivelamento geométrico) do IBGE. Isso partir de 1995 o IBGE vinculou a realização de significa que no Brasil, poderão ocorrer erros maiores levantamentos gravimétricos às novas linhas de que 0,5 metros, em regiões onde existe carência de nivelamento geométrico a diretriz principal de sua informações para subsidiar a elaboração do modelo. gravimétria é, desde o início (1991), o preenchimento dos "vazios gravimétricos". Como é notadamente visível, esse erro não se Obviamente, o nivelamento realizado entre os emprega no caso estudado, visto que o erro cometido marcos teve apenas o objetivo de conhecer o desnível pelo sistema é de ± um metro entre as referidas entre os mesmo, para a averiguação das informações estações. existentes, não havendo a inclusão de dados diferença encontrada no (H) das estações é gravimétricos. maior que o erro médio padrão encontrado no Com tudo, pode-se constatar a discrepância MPGEO2004. Desta forma pode-se afirmar que essa das informações e a imprecisão dos mesmos, deixando diferença não se justifica apenas pela utilização do clara a necessidade de informações mais seguras e de modelo MPGEO2004,, havendo provavelmente estudos preliminares antes da utilização dessas outros fatores que influenciam nessa diferença dos H. altitudes para diversos fins. Para converter a altitude elipsoidal (h), obtida Nota-se desta forma, a necessidade da através de GPS, em altitude ortométrica (H), utiliza-se realização do transporte de ltitude Ortométrica, a equação: partindo-se de um referencial de nível (RN) confiável acrescido de dados gravimétricos para a região onde H h N (7) estão localizados os marcos, a fim de disponibilizar altitudes ortométricas confiaveis nas estações e na área do Campus da UFL, bem como elucidar o referido Em que: problema tratado neste trabalho. H = ltitude Ortométrica h= ltitude Geométrica ou elipsoidal N = ondulação Geoidal Esta equação permite encontrar a altitude Ortométrica de um ponto a partir de informações obtidas através do rastreio por GPS, associado a ondulação geoidal (N) para a região, obtida através do MPGEO2004. grande problemática desse sistema é o fato de se tratar de um modelo generalizado para o país, não satisfazendo condições desejadas em algumas localidades. 4 CONCLUSÕES Tendo em vista que o nivelamento geométrico descrito está dentro das normas da BNT, e que o mesmo foi realizado segundo as especificações técnicas exigidas, concluiu-se que, observando o nivelamento geométrico realizado e as informações existente, pode-se afirmar que as altitudes ortométricas disponível nos memoriais descritivos do IBGE, referentes aos dois marcos objeto de análise neste trabalho não devem ser utilizadas pelo usuário.. Desta forma, pretende-se no desenvolvimento deste trabalho realizar as seguintes atividades: SNTOS, J.C. SNTOS, E.C.L.; COST,.L; MRISCO,N.

Transporte de uma altitude ortométrica, tendo como referência um referencial de nível (RN) do próprio IBGE; Comparar a altitude ortométrica transportado com os dados fornecidos pelo IBGE, nas referidas estações; Realizar uma seção de gravimétria no entorna das estações para a determinação acurada da ondulação geoidal local (N), bem com uma análise dos problemas acarretados pela sua ausência. Entende-se que com tais procedimentos poderse-á contribuir com a questão da qualidade das altitudes ortométricas disponibilizadas pelo IBGE nos memoriais descritivos das estações passivas e a pertinência de sua disponibilização para os usuários. p. 006-006 ZNETTI, M..Z.: postila de Geodésia Geométrica. Curitiba: Editora da UFPR, 2005. 102p 5 REFERÊNCIS BIBLIOGRÁFICS COST, S.M.; LIM, M... justamento da Rede Planimétrica Brasileira em Sirgas2000. In: IV Colóquio Brasileiro de Ciências Geodésicas - IV CBCG. Curitiba, 2005. Disponível em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/artigos/. cesso em: 19 de julho de 2008. GEMEL, C. Introdução a Geodésia Física. Curitiba: Editora UFPR, 1999. GEMEL, C. Introdução ao ajustamento de observações: aplicações geodésicas. Curitiba: Editora da UFPR, 1994. 319p IBGE. Sistema Geodésico Brasileiro Rede ltimétrica. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/alti metrica.shtm, cesso: 14 de junho de 2008..LOBINCO, M.C.B.; BLITZKOW, D.; MTOS,.C.O.C. O Novo Modelo Geoidal para o Brasil. In: IV Colóquio Brasileiro de Ciências Geodésicas - IV CBCG. Curitiba, 2005. Disponível em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/artigos/. cesso em: 19 de julho de 2008. LUZ, R. T.; FREITS, S. R. C.; DLZON, R.. Possibilidades de integração de dados gravimétricos à rede ltimétrica do SGB para cálculo de altitudes sirgas no Brasil. In: anais do I SINGEO 2004, Recife. OLLIKINEM, M.: ccuracy of GPS levelling. The XIII General Meeting of the Nordic Geodetic Commission. nais 1: 25-29, Gävle, Sweden, 1998. TORGE, W.: Geodesy/ by Wolfgang Torge. Transl. From the German by Christopher Jekeli 2 ed Berlin; New York: de Gruyter,1991. SNTOS, J.C. SNTOS, E.C.L.; COST,.L; MRISCO,N.