Proposta de Metodologia na Elaboração de Projectos A Lei n.º115/99, de 3 de Agosto, estabeleceu o regime jurídico das associações representativas dos imigrantes e seus descendentes, prevendo o reconhecimento da sua representatividade, bem como o direito ao apoio técnico e financeiro do Estado para o desenvolvimento das suas actividades e ainda o direito a beneficiar de tempo de antena nos serviços públicos de rádio e televisão. Aquela Lei foi regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 75/2000, de 9 de Maio, diploma que estabelece o processo de reconhecimento e de registo de representatividade e as modalidades de apoio técnico e financeiro do Estado às associações de imigrantes, por forma a que possam melhor proteger os direitos e interesses específicos daqueles, contribuindo para que todos os cidadãos legalmente residentes em Portugal gozem de dignidade e oportunidades idênticas. Neste contexto, as Associações podem e devem-se candidatar aos projectos de apoio financeiro, devendo para o efeito, obedecer aos diversos condicionalismos legais e normativos impostos pela legislação vigente. Este trabalho é, assim, um pequeno contributo que a equipa do Alto Comissariado para a Imigração Minorias Étnicas põe à disposição de todos aqueles que trabalham nesta área e em prole desta temática. (Note-se que o a seguir exposto é tão só um esqueleto que deverá, sempre que se justifique, ser enriquecido com dados explicativos.)
Metodologia de Elaboração de um Projecto 1 Identificação Consiste nos dados identificativos tanto da Associação, que se candidata ao projecto, bem como o elemento que coordena e é responsável pelo mesmo. 1.1 Entidade Promotora Designação social Morada Telefone; fax; e-mail Número da Associação Número fiscal NIB 1.2 Responsável pelo Projecto Nome do responsável Cargo na Associação Contacto (se diferente do da Associação) 2 Projecto Indicar todos os elementos que estão referidos no Artigo 9º do Decreto-Lei 75/2000, de 9 de Maio e que possibilitem uma correcta avaliação do projecto. Nota : São excluídas do apoio as associações que se encontrem numa das situações previstas no artigo 33.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho. 2.1 Designação Nome do projecto. 2.2 Objectivo Explicar quais os objectivos que o mesmo tem, subdividindo em: Objectivos gerais (ex: melhoria das condições de vida da população) Objectivos específicos (ex: abrange só o grupo de crianças até aos 10 anos)
Os objectivos enunciados, devem estar em consonância com o estipulado no nº 2 do artigo 8º do Decreto-Lei nº 75/2000, de 9 de Maio: [...] Artigo 8.º Apoio do Estado [...] 2 - O apoio referido no número anterior efectiva-se através de ajudas de carácter técnico e financeiro às associações de imigrantes que desenvolvam programas, projectos e acções que tenham como objectivo: a) Contribuir para a integração de cidadãos imigrantes, promovendo a sua dignificação e igualdade de oportunidades; b) A mudança de atitudes e mentalidades, no âmbito da igualdade de oportunidades dos cidadãos legalmente residentes em Portugal, nomeadamente a nível da educação, da cultura e dos meios de comunicação social; c) A formação técnica de suporte a iniciativas empresariais, culturais e sociais com vista a estimular a actividade empreendedora dos imigrantes; d) A formação profissional, de forma a fomentar o aumento da qualificação profissional dos cidadãos imigrantes; e) A criação de serviços de apoio às famílias imigrantes; f) O estabelecimento de intercâmbios com associações congéneres estrangeiras ou a promoção de acções comuns de informação ou formação; g) O estudo e a investigação de casos e medidas de integração social e de discriminação baseada na raça, cor, nacionalidade ou origem étnica; h) A eliminação de todas as formas de discriminação baseadas na raça, cor, nacionalidade ou origem étnica. 2.3 Discriminação Definir, em termos gerais, o que se quer fazer caracterizando as fases ou as acções principais. 2.4 Caracterização do Público-alvo Sendo o projecto dirigido a pessoas é necessário discriminar a quem o mesmo é dirigido tanto directa como indirectamente. Para isso podem-se tornar necessárias informações tão variadas como:
Idade Sexo Habilitações literárias Aspectos sócio-económicos Esta caracterização, ao definir a carência sentida que o projecto irá colmatar, serve de base de apoio à sua justificação. 2.5 Âmbito Geográfico Qual ou quais as zonas em que o mesmo se irá reflectir? Podem-se discriminar: Local principal de funcionamento Âmbito do mesmo (define a zona de acção) o Local o Regional o Nacional o internacional 2.6 Duração Data início o Arranque formal do projecto Data fim o Quando termina definitivamente 2.7 Plano de Acção Consiste no detalhe e encadeamento de todas as acções que compõe o projecto. Deve conter: Descritivo do projecto focando em especial as acções mais importantes Calendário das acções indicando por cada o Data início o Data fim o Encadeamento das acções 2.8 Efeitos, Resultados Esperados e Avaliação Indicar quais são os efeitos esperados não só entre o público-alvo mas também no público envolvente, imediatos e duradouros, directos e indirectos, permitindo uma
comparação (mensurável) entre resultados esperados e alcançados. 2.9 Recursos Qualquer projecto, além dos aspectos financeiros, recorre a outros meios sejam humanos seja materiais. Torna-se pois necessário definir os mesmos pois são a base do orçamento. 2.9.1 Humanos Caracterização e quantificação temporal dos recursos envolvidos ou a envolver. Para facilidade de quantificação poder-se-á associar sempre ao Plano de Acção. Relativamente a esses recursos é necessário não só a componente técnica dos mesmos mas também os voluntários envolvidos. 2.9.2 Materiais, técnicos e logísticos A execução propriamente dita do projecto exige uma certa estrutura por forma a que o coordenador do projecto e associação possam desempenhar as suas tarefas. Assim, é necessário fazer uma discriminação e quantificação dos materiais indispensáveis para a realização das acções previstas. 2.10 Parcerias Caso haja outra(s) entidade(s) envolvida(s) ou a envolver deverão ser indicadas bem como o tipo de parceria (ex: recursos humanos, materiais, financeira ) 2.11 Orçamento Este documento procura reflectir todas as despesas previstas bem como receitas esperadas. É por isso um reflexo do Plano de Acção e dos recursos necessários. 2.11.1 Despesas Detalhe dos custos esperados, subdividindo em: Recursos Humanos
Recursos Materiais Outros (ex: publicidade ) Exemplo: Designação Montante Recursos Humanos Assistente social 20 horas x 20 400 2.11.2 Receitas Detalhes das receitas/apoios esperados, subdividindo em: Auto-financiamento Apoios Públicos Apoios Privados Exemplo: Designação Montante Auto-financiamento Quotizações (350 x 5 ) 1750 Venda de Bilhetes (150x2 ) 300 3 Anexos 3.1 Experiência em Projectos Focar a experiência em projectos se possível dentro do mesmo âmbito levados a cabo pela Associação e que comprovem, na medida do possível a capacidade desta para o cumprimento dos objectivos a que se propõe. Sempre que as actividades envolvam acções de formação apresentar comprovativo da capacidade técnica dos formadores. 3.2 Protocolos com outras entidades Sempre que relevante apresentar cópia dos protocolos estabelecidos com outras entidades.