MANUAL DE FOTOGRAFIA
1. A máquina fotográfica. Breve história As primeiras fotografias tiradas, datam de 1826, mas só em 1870, é que foi possível obter um sistema que permitisse a comercialização de chapas de revelação para máquinas fotográficas. 2. Tipos de máquinas a. Reflex A luz que forma a imagem e é vista no visor, tem que passar pela objectiva. b. Visor directo A luz que forma a imagem e é vista no visor, não passa pela objectiva. A imagem que aparece no visor, é independente da objectiva. 3. Partes de uma máquina As máquinas reflex são compostas por 2 partes: A objectiva e o corpo da máquina. a. Objectivas A objectiva pode ser de vários tipos. Normal, grande angular ou teleobjectiva. A normal tem uma distância focal de 50mm, o que significa que a distância entre a extremidade da objectiva e o filme é de 50mm. Isto equivale a dizer que quando se tira uma fotografia com esta objectiva, o que sai na fotografia é o que se vê. A objectiva grande angular, pode ter uma distância focal entre os 50mm e os 28 mm. No fundo, permite tirar fotografias a grandes planos. A teleobjectiva, tem uma distância a partir dos 80mm. Por exemplo 80/300mm. Esta objectiva permite aproximar objectos que estão longe.
b. Corpo O corpo da máquina é composto por várias partes, mas as mais importantes são o selector de velocidade do obturador (cortina que permite expor o filme à luz) e de abertura de diafragma (dispositivo que controla a quantidade de luz que passa para o filme). 4. Filmes O filme é uma película que serve para fazer o registo da fotografia. O filme possui 2 características principais: A sensibilidade à luz e o nº de exposições ou fotografias. Em relação à sensibilidade os filmes dividem-se pela sua classe ASA e escolhemse de acordo com a quantidade de luz existente para tirar a fotografia. Por exemplo, um filme de 50 Asa é um filme lento porque não permite velocidades de obturação rápidas. Sensibilidade 25 a 50 ASA 100 a 200 ASA 400 ASA 1600 ASA Utilizam-se para Condições de luz Utilizam-se com muita luz ou brilho, são películas lentas Utilizam-se em condições normais de luz. Películas de velocidade média Para fotografar interiores e exteriores. Condições de luz fraca. São películas rápidas fotografar em condições de luz extremas. Interiores escuros por exemplo. São filmes ultra rápidos 5. Velocidades de obturação e Diafragma Estes dois elementos são os mais importantes sempre que se pensa uma fotografia.
Da escolha correcta destes elementos poderá resultar uma grande fotografia ou uma fotografia para ir para o lixo. A escolha correcta é algo que se pode ensinar, mas a experiência é fundamental. Só tirando fotografias se aprende correctamente a tirar partido da nossa máquina. a. Velocidade de obturação A velocidade de obturação determina o tempo que o obturador está aberto para deixar passar a luz e assim impressionar o filme. Na escala apresentada nas máquinas aparecem os valores de velocidade seguintes: 2000 1000 500 250 125 60 30 15 8 4 2 1 0,5 B De notar que estes valores indicam a fracção de segundo. Por exemplo uma velocidade de 1000 significa que o obturador vai ficar aberto 1/1000 segundos. O B significa que, enquanto o nosso dedo estiver a carregar no botão de disparo, o obturador estará aberto. Estas velocidades são apenas indicativas, pois dependendo das objectivas colocadas, as velocidades podem variar. Também a própria máquina pode ou não permitir outro tipo de velocidades. b. Abertura do diafragma Se a velocidade controla a rapidez com que o obturador abre e fecha, o diafragma é um dispositivo que controla a entrada de luz. Assim se o diafragma está aberto entra muita luz e se pelo contrário está muito fechado entra pouca luz. Nas máquinas, o regulador do diafragma encontra-se na extremidade da objectiva e a escala pode ir de f2 a f16.
Quanto maior for o f, menor é a abertura, logo menos luz passa. f2 f2,8 f4 f5,6 f8 f11 f16 + Luz - Luz + Abertura - Abertura + Profundidade - Profundidade c. Profundidade de campo A profundidade de campo é o espaço antes e depois do objecto focado. Se por exemplo quisermos ter uma fotografia, em que apenas o objecto se encontre focado (centra a atenção nesse objecto) temos que usar uma abertura de diafragma pequena, para termos uma fotografia em que todos os objectos estão focados (por exemplo uma paisagem), temos que usar uma abertura grande. Esta variação de abertura de diafragma implica que haja correspondência na velocidade, para evitar a entrada em excesso de luz. No 1º caso, como vamos usar uma abertura pequena, a velocidade tem de ser baixa porque se a abertura é pequena temos que dar mais tempo para a luz entrar. No 2º caso, a abertura é grande por isso usamos uma velocidade alta. 6. Planos e ângulos O fotógrafo, não vai retirar ou acrescentar nada ao que existe no objecto a fotografar. A forma como se posiciona em relação ao objecto, a forma como se enquadra o objecto na fotografia, a capacidade de esperar o momento certo para tirar a fotografia, ou mesmo a escolha certa dos valores da abertura e velocidade, vão fazer depender a qualidade da fotografia. Apesar disto, temos que ter a noção que só a experiência do fotógrafo (com muitos rolos perdidos) o poderá ajudar a escolher a forma como trabalhar estes factores todos. Muitas vezes, uma imagem que vemos depois de fotografada perde a
sua beleza e outras vezes a fotografia é tirada de tal modo que transmite ainda mais beleza que poderíamos pensar. Um conselho a dar é andar sempre com um bloco de notas para apontar, para cada fotografia, a velocidade e abertura. Assim podemos ter a noção do que poderá melhorar para a mesma fotografia, quando tirada de novo, ficar melhor. 7. A revelação e ampliação a. O laboratório O laboratório é o local onde se vai fazer a revelação e ampliação da fotografia. Como é um local onde serão usados alguns produtos químicos, devemos ter o cuidado com a ventilação do local. O laboratório está dividido em 3 zonas: A zona de revelação, a de ampliação e a de secagem. Existem 2 lâmpadas (uma vermelha para a revelação e ampliação e uma branca para secagem e limpeza/arrumação). b. A revelação Para fazer a revelação do filme devemos usar um tanque de revelação. - Colocação do filme no tanque: Com o laboratório totalmente às escuras coloca-se o filme na espiral girando as mãos alternadamente e em sentido contrário. Coloca-se a espiral no tanque e fecha-se. O líquido de revelação deverá estar a uma temperatura de 20ºC. - Revelação: Agita-se o tanque 10seg de 30 em 30seg durante o tempo indicado pelo fabricante para a temperatura do revelador. Depois, retira-se o líquido revelador e introduz-se o banho de paragem. Após 1min. Esvazia-se o tanque e faz-se a lavagem do filme com água corrente durante 20 a 30min. Após esta lavagem pendura-se o filme e deixa-se a secar. Depois de seco, corta-se em tiras de 6 negativos cada.
c. A ampliação A ampliação é a projecção da imagem do negativo no papel fotográfico. Para isso usa-se um aparelho chamado de ampliador. O trabalho nesta fase deve ser feito sempre com a luz vermelha acesa para não estragar o papel (é sensível à luz). Antes de fazer a ampliação temos de preparar os seguintes banho: - Revelador, paragem, fixador e lavagem A duração de cada um dos banhos depende do papel e das instruções do fabricante. Para uma temperatura dos banhos de 20ºC, devemos ter os seguintes tempos de banho: Tempos necessários para a ampliação (20ºC) Papeis à base de fibra Papeis à base de resina Revelação 2min 1,30min Paragem 15seg 15seg Fixação 10min 2min Lavagem 30min 3min Total 42,15min 6,45min Provas de negativos: Antes de se fazer a ampliação devemos fazer provas dos negativos. Isto consiste em determinar o tempo necessário para a revelação de cada conjunto de 6 negativos. Esta tarefa pode demorar algum tempo pois para cada negativo podemos ter um tempo de revelação. Depois de feita a exposição dos negativos, fazemos a revelação do papel e vemos quais os tempos necessários. A experiência, mais uma vez, vai apressar esta fase. Revelação: Depois de determinarmos os tempos de exposição de cada fotografia, basta colocar o negativo no ampliador e com o tempo determinado, impressionar o papel de fotografia. Depois passa-se o papel pelos banhos de forma que foi dita anteriormente
8. Regras de segurança Como estamos a trabalhar com produtos químicos, devemos ter o local bem arejado, para a exaustão dos vapores; As tomadas de electricidade devem estar protegidas para, no escuro, não colocarmos os dedos e apanharmos um choque eléctrico; Ao passarmos da zona húmida para a zona seca, devemos limpar as mãos; Devemos utilizar sempre a mesma pinça para cada um dos banhos; Devemos evitar colocar as mãos nos banhos; Quando terminarmos o trabalho, colocamos os líquidos no recipiente próprio; No final, devemos lavar todo o material utilizado. 9. Conclusão Depois de tudo o que foi dito só resta fazer uma coisa: pegar na máquina fotográfica, verificar se tem rolo e... sair e aproveitar o dia para tirar fotografias! Diverte-te e boas fotografias!