Ocorrência e variabilidade genética do Tomato severe rugose virus em tomateiro e pimentão no Estado de São Paulo

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Transcrição:

Ocorrência e variabilidade genética do Tomato severe rugose virus em tomateiro e pimentão no Estado de São Paulo Kelly Cristina Gonçales Rocha 1* ; Julio Massaharu Marubayashi 1 ; Jesús Navas-Castillo²; Marcelo Agenor Pavan 1 e Renate Krause-Sakate 1 ¹ Departamento de Produção Vegetal, Setor Defesa Fitossanitária, UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas, CEP 18603-970, Botucatu, SP; ² Estación Experimental La Mayora, Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 29750 Algarrobo-Costa, Málaga, España. *Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor: Bolsista da CAPES. Autor para correspondência: Kelly Cristina Gonçales Rocha (kellygoncales@gmail.com) Data de chegada: 05/06/2009. Aceito para publicação em: 29/07/2010. 1661 RESUMO Rocha, K.C.G.; Marubayashi, J.M.; Navas-Castillo, J.; Pavan, M.A.; Krause-Sakate, R. Ocorrência e variabilidade genética do Tomato severe rugose virus em tomateiro e pimentão no Estado de São Paulo. Summa Phytopathologica, v.36, n.3, p.222-227, 2010. Um levantamento para avaliar a ocorrência de begomovírus nas culturas de pimentão e tomateiro no estado de São Paulo foi realizado entre janeiro/2007 e julho/2008. O DNA total de amostras de pimentão (710) e de tomateiro (103) foi extraído e a presença de begomovírus foi testada por PCR. Paralelamente, as mesmas amostras foram avaliadas por amplificação por círculo rolante (RCA) seguidas de PCR, e algumas amostras positivas analisadas por RCA-RFLP com a enzima de restrição HpaII, a fim de se conhecer a variabilidade genética dos isolados. Os resultados demonstraram que, para a técnica de PCR, 99 amostras de pimentão (13,94%) e 39 de tomateiro (37,86%) foram positivas para a presença de begomovírus, enquanto que por RCA-PCR, 333 (46,90%) de pimentão e 82 (79,61%) de tomateiro mostrando a maior sensibilidade desta técnica. Seqüências correspondentes à região 5' da capa protéica (CP) e um segmento de gene da região intergênica foram analisadas e indicaram apenas a presença da espécie Tomato severe rugose virus (ToSRV). Porém, seqüenciamento parcial de clones obtidos a partir de produto RCA de tomateiro permitiu a detecção de infecção mista de ToSRV e Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV). Por RCA-RFLP quatro padrões de restrição foram observados para o ToSRV em pimentão, enquanto que em tomateiro observaram-se 18 padrões.os resultados indicam maior diversidade genética dos begomovírus em tomateiro quando comparada com os de pimentão. Palavras-chave adicionais: Geminiviridae, Bemisia tabaci, levantamento, Solanum e Capsicum. ABSTRACT Rocha, K.C.G.; Marubayashi, J.M.; Navas-Castillo, J.; Pavan, M.A.; Krause-Sakate, R. Occurrence and genetic variability of Tomato severe rugose virus in pepper and tomato plants in São Paulo State. Summa Phytopathologica, v.36, n.2, p.222-227, 2010. From January/2007 to July/2008 a survey was carried out to evaluate the occurrence of begomoviruses in pepper and tomato crops from São Paulo State. Total DNA was extracted from 710 pepper and 103 tomato samples, and the presence of begomoviruses was tested by Polymerase chain reaction (PCR). The same samples were tested by Rolling Circle Amplification (RCA) followed by PCR, and some positive samples analyzed by RCA-RFLP and cleaved by the restriction enzyme HpaII to evaluate the genetic variability of these isolates. By PCR, 99 (13.94%) samples collected from pepper and 39 (37.86%) from tomato were positives for the presence of begomovirus, while by RCA-PCR 333 (46.90%) and 82 (79.61%) from pepper and tomato, respectively, indicating higher sensitivity of this technique. The 5 region of the coat protein (CP) gene and a segment of the intergenic region was analyzed indicating the presence of Tomato severe rugose virus (ToSRV) in pepper and tomato plants. However, the partial sequencing of clones from RCA products from a tomato sample indicated mixed infection of ToSRV with Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV). By RCA-RFLP four restriction profiles were observed for ToSRV in pepper, while 18 profiles for begomovirus from tomato plants, indicating higher degree of genetic variability for begomovirus found in tomato plants compared to that in pepper plants. Keywords: Geminiviridae, Bemisia tabaci, Field Survey, Solanum and Capsicum O tomateiro (Solanum lycopersicum L.) e pimentão (Capsicum annuum L.) são as hortaliças mais cultivadas no Brasil. No entanto, as doenças causadas por vírus têm preocupado produtores devido às perdas ocasionadas. Dentre estes destacam-se os begomovírus pertencentes à Família Geminiviridae (10). A família Geminiviridae é constituída por quatro gêneros: Mastrevirus, Curtovirus, Topocuvirus e Begomovirus (26). Os vírus pertencentes ao gênero Begomovirus são considerados os mais importantes pelo número de espécies que infectam plantas cultivadas e invasoras (7, 10), constituindo-se atualmente num dos principais problemas fitossanitários de muitas culturas agrícolas em todo o mundo (20,25). Caracterizam-se por apresentar partículas geminadas com morfologia icosaédrica e genoma composto, na maioria das vezes, por duas moléculas de DNA circular de fitas simples, denominadas DNA- A e DNA-B, cada uma com aproximadamente 2.500 nucleotídeos. No entanto, alguns begomovírus originadas no Velho Mundo como o 222 Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 3, p. 222-227, 2010

Tomato yellow leaf curl virus (TYLCV) e Tomato leaf curl virus (TLCV) têm apenas um componente genômico, o DNA A (26). As espécies de vírus deste gênero são transmitidas pela moscabranca, Bemisia tabaci, um inseto polífago e cosmopolita (2). No Brasil a incidência de begomovírus aumentou drasticamente após a introdução do biótipo B da Bemisia tabaci na década de 90 (21). Desde então, cinco espécies definitivas foram descritas em tomateiro: Tomato chlorotic mottle virus (ToCMV), Tomato rugose mosaic virus (ToRMV), Tomato severe rugose virus (ToSRV), Tomato yellow spot virus (ToYSV) e Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) (6,13,23) além de seis espécies tentativas baseado em seqüências de genomas parciais (12). Em pimentão já foram detectadas as espécies ToSRV (3,22) e ToYVSV (21). Algumas espécies de vírus relacionadas a plantas invasoras como Sida micrantha mosaic virus (SimMV) (5,7) foram relatadas infectando naturalmente tomateiros. A presença de diversas espécies no campo, todas transmitidas por mosca branca, torna comum a ocorrência de infecções mistas, com dois ou mais vírus presentes na mesma planta (7). Com isso, há um alto grau de diversidade genética dos begomovírus encontrados no Brasil (1). O presente trabalho teve como objetivos avaliar a ocorrência e a diversidade genética de begomovírus isolados de plantas de tomateiro e pimentão no Estado de São Paulo, utilizando-se PCR e amplificação do genoma viral por RCA (Rolling Circle Amplification), associado ao RFLP, que permite avaliar a variabilidade genética destes isolados. MATERIAL E MÉTODOS Amostras vegetais Amostras de tecidos foliares de plantas de pimentão foram coletadas nas principais regiões produtoras do estado de São Paulo, incluindo as áreas de cultivo protegido de Pirajú, Tejupá, Santa Cruz do Rio Pardo, Sorocaba, São Miguel Arcanjo, Itapetininga, Pirajuí, Iacanga, Salto, Avaí e Reginópolis e a campo aberto em Lins, Cafelândia e Sabino. Amostras de tomateiro foram coletadas apenas em cultivo protegido nas regiões de Lins, Sabino, São Miguel Arcanjo, São Pedro do Turvo, Piraju e Santa Cruz do Rio Pardo. Foram coletadas 813 amostras, sendo 710 de pimentão e 103 de tomateiro, durante o período de janeiro/2007 a julho/2008, sendo estas coletas trimestrais. O critério para a escolha e coleta das plantas nas áreas de cultivos foi a presença de sintomas de amarelecimento e distorção foliar e relato de infestação de mosca-branca. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e etiquetadas por localidade e mantidas em refrigerador até a extração do DNA total. Análise do DNA viral A extração de DNA genômico total foi realizada segundo o método descrito por Dellaporta (9). O DNA total extraído de cada amostra foi submetido à reação de Polymerase Chain Reaction (PCR) utilizandose os oligonucleotídeos iniciadores universais PALIv1978/ PAR1c496, que amplificam um fragmento com aproximadamente 1100 bp do DNA-A dos begomovírus correspondente à parte da ORF (Open Reading Frame) AC1 (Rep), à região comum e parte da ORF AV1 (CP) (24). Paralelamente, o DNA total de todas as amostras coletadas foi amplificado por círculo rolante (RCA) segundo método descrito por Inoue-Nagata (15) e Haible (14), por meio do kit Templi Phi (Amersham Biosciences). O método utiliza a DNA polimerase do bacteriófago ö29, que amplifica exponencialmente fita simples ou dupla de DNA circular. O produto de RCA foi utilizado na reação de PCR utilizandose os mesmos oligonucleotídeos. Foram selecionadas 52 amostras de DNA total positivas para begomovírus, sendo 27 isolados de pimentão e 17 de tomateiro e reamplificadas por PCR, com os pares de oligonucleotídeos V324/C889 (4). Oito amostras de DNA total positivas oriundos de plantas de pimentão apresentaram melhor re-amplificação com os oligonucleotídeos PALIv1978/PAR1c715 (24), e todas foram seqüenciadas. Ambos os oligonucleotídeos amplificam diferentes porções da região codificadora para a proteína capsidial. As amostras resultantes do seqüenciamento foram comparadas entre si e com outras seqüências de begomovírus depositadas no GenBank utilizando-se os programas Blast n (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast) e Clustal W (27). A análise filogenética foi realizada com o programa MEGA versão 4.0 (17), utilizando o método de Neighbor-Joining, com valor de bootstrap 2000. Para estimar a variabilidade genética, DNA amplificado por RCA a partir de DNA total extraído de 45 plantas de pimentão e 34 de tomateiro foram linearizados com a enzima de restrição Hpa II. O perfil eletroforético foi observado em gel de poliacrilamida 10%, corado com brometo de etídeo, conforme descrito por Haible (14). Para a análise do genoma viral completo, o DNA de begomovírus amplificado por RCA de pimentão, foi linearizado com BamHI e Bgl II, respectivamente e ligado ao vetor plasmidial pbluescript II SK+ previamente clivado com a mesma enzima e eletroporado em células competentes de Escherichia coli (DH5a). O seqüenciamento foi realizado por primer walking pela MACROGEN, Inc. (Seoul, Coréia do Sul). RESULTADOS E DISCUSSÃO Ocorrência e diversidade De um total de 710 e 103 amostras de pimentão e tomateiro, respectivamente, coletadas nas principais áreas de produção de hortaliças, foram detectadas 99 (13,94%) e 39 (37,86%) amostras positivas para begomovírus em análise por PCR, enquanto que, por RCA-PCR, observaram-se 333 (46,90%) e 82 (79,61%) amostras positivas em pimentão e tomateiro, respectivamente (Tabela 1). Esses resultados evidenciam maior sensibilidade na diagnose de begomovírus quando se associa a RCA com a PCR. A RCA baseia-se na amplificação por círculo rolante de amostras de DNA circular es e, como o compon ente genômico dos begomovírus é constituído por DNA de fita simples circular, este se torn a substrato para a amplificação ( 14,1 5). Para begomovírus, a RCA também pode ser utilizada para diagnóstico sem posterior utilização da PCR linearizando-se o produto e observan do-se o aparecimento de bandas do tamanho correspondente ao genoma completo dos begomovírus (14). Os resu ltados demon straram predominância da espécie ToSRV em todas regiões amostradas no Estado de São Paulo. A identidade de parte da região codificadora para a CP dos isolados de ToSRV provenien tes de pimentão variou de 92 a 9 9% com paran do-se com o isolado ToSRV (n ú mero de acesso DQ207749). Para os isolados de tomateiro, a identidade variou de 91 a 98% com o mesmo isolado de ToSRV. Essa variabilidade pode ser observada nas árvores filogenéticas (Figura 1 e 2). Algumas espécies de begomovírus encontram-se amplamente distribuídas pelo Brasil, enquanto outras estão restritas a certas regiões. A predominância do ToSRV no Estado de São Paulo, tanto em pimentão como em tomateiro, já havia sido observada Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 3, p. 222-227, 2010 223

Tabela 1. Porcentagem de begomovírus detectados utilizando-se a técnica de PCR e RCA, em amostras provenientes de plantas de pimentão e tomateiro, coletadas em diferentes municípios do Estado de São Paulo durante janeiro de 2007 a julho de 2008. Municípios Números de Amostras PIMENTÃO Piraju 5 3 2 3 2 9 Óleo 3 0 0 Tejupá 120 2 3 7 7 Santa Cruz do Rio Pardo 7 4 2 1 3 9 Capão Bonito 2 0 0 4 Itapetininga 139 2 7 8 4 São Miguel Arcanjo 109 0 3 5 Avaí 1 4 1 8 Lins 4 2 0 5 Reginópolis 5 9 3 2 6 Cafelândia 1 8 0 1 0 Sabino 5 0 0 Pirajuí 1 6 0 1 1 Iacanga 1 1 0 2 Timburí 2 3 0 0 São Manuel 3 0 2 Salto 1 1 1 TOTAL 710 9 9 333 (13,94%) (46,90%) TOMATEIRO Resultado positivo para (%) PCR RCA Sabino 1 2 5 1 0 São Miguel Arcanjo 3 4 6 2 0 São Pedro do Turvo 1 1 8 1 1 Pirajú 1 4 0 9 Santa Cruz do Rio Pardo 1 8 1 4 1 8 Lins 1 4 6 1 4 TOTAL 103 3 9 8 2 (37,86%) (79,61%) por Nozaki (21) e por Fernandes (12), respectivamente. No Estado de São Paulo também foi verificado o Tomato rugose mosaic virus (ToRMV) em tomateiro (8). Já no Distrito Federal predomina o Tomato golden vein virus (TGVV) e o ToSRV, enquanto que no Nordeste predomina o Tomato mottle leaf curl virus (TMoLCV) (12). A prevalência de algumas espécies pode estar relacionada a uma melhor eficiência de transmissão pelo inseto vetor (7). A presença de dois ou mais begomovírus na mesma planta aumenta a probabilidade de eventos de recombinação e/ou pseu dorecombinação entre componentes do genoma viral, o que pode levar ao surgimento de novas espécies mais adaptadas ao novo hospedeiro (16,20). Caracterização do genoma viral A seqüência completa do DNA-A e do DNA B foi determinada obtendo-se taman hos de 259 1 e 25 69 n ucleotídeos, respectivamente. Quando comparados a outros begomovírus, os clones 44E e 82A apresentaram maior identidade de seqüência, de 98%, com ToSRV-DNA A (número de acesso DQ 207749) de Petrolina de Goiás, proveniente de pimenta, e de 98% com ToRMV DNA B ( número de acesso AF29170 6), isolado de tom ate proveniente de Uberaba. Deste modo, foi comprovada a identidade viral seguindo os critérios taxonômicos atuais para o gênero Begomovirus (11,26). Tanto o DNA-A como o DNA-B apresentaram todas as seqüências conservadas e a organização genômica semelhante a outros begomovírus bipartidos. O DNA-A codifica uma provável ORF no senso viral e quatro no senso complementar. Comparandose a seqüência nucleotídica do DNA-A verificou-se 98% de identidade para as regiões que codificam CP (AV1) e AC4, e 99% para as regiões AC1 (Rep), AC2 (TrAP) e AC3 (REn) quando comparada ao ToSRV (DQ207749). O DNA B codifica duas ORFs (uma viral e uma complementar) com identidade de 98% para as ORF BV1 (NSP) e BC1 (MP) comparada ao ToRMV (AF291706) e de 97% para a região comum (RC) ou região intergênica entre ambos os componentes A e B. 0.01 50D - Tejupá 50A - Tejupá 46C - Tejupá 22G Itapetininga 46H - Tejupá 59G - Itapetininga 60C - Itapetininga 61B - Itapetininga 62A - Itapetininga 63C - Itapetininga 62B - Itapetininga Pi Sk - Salto 100C - Piraju 23H - Itapetininga 59F - Itapetininga ToSRV DQ207749 100A - Piraju 74F -Piraju 74A - Piraju 23J - Itapetininga 77F -Tejupá 9A - Santa Cruz do Rio Pardo 44E - Reginópolis 23E - Itapetininga 31H - Reginópolis 60B - Itapetininga 99D - Piraju ToSRV AY029750 SiMV NC 004637 88C -Itapetininga ToYVSV EF459696 Figura 1. Análise filogenética de begomovírus provenientes de pimentão do Estado de São Paulo e outros begomovírus do GenBank, baseado no alinhamento de nucleotídeos referente à parte da região codificadora para a proteína capsidial. Valor de Bootstrap 2000, Programa Mega Versão 4.0. Seqüências de begomovírus utilizadas para comparação: ToSRV (DQ207749), ToSRV (AY029750), SiMV, (NC004637) e ToYVSV (EF459696). 224 Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 3, p. 222-227, 2010

68To - Santa Cruz do Rio Pardo 101To - Lins 3To - Sabino 79To - Santa Cruz do Rio Pardo 75To - Santa Cruz do Rio Pardo ToSRV DQ207749 17To - São Miguel Arcanjo 37To - São Miguel Arcanjo 87To - Sabino 88To - Sabino 92To - Lins 93To - Lins 103To - Lins 74To - Santa Cruz do Rio Pardo 69To - Santa Cruz do Rio Pardo ToSRV AY029750 80To - Santa Cruz do Rio Pardo 48To - São Pedro do Turvo 42To - São Pedro do Turvo SiMV NC 004637 ToYVSV EF459696 0.02 Figura 2. Análise filogenética de begomovírus infectando tomateiro no Estado de São Paulo e outros begomovírus do GenBank, baseado no alinhamento de nucleotídeos referente à parte da região codificadora para a proteína capsidial. Valor de Bootstrap 2000, Programa Mega Versão 4.0. Seqüências de begomovírus utilizadas para comparação: ToSRV (DQ207749), ToSRV (AY029750), SiMV, (NC004637) e ToYVSV (EF459696). Pela análise por RCA-RFLP com a enzima HpaII foram observados quatro padrões de clivagem para os isolados de ToSRV proven ien tes de pim en tão, in dicados pelas setas presentes na Figura 3A. Todos os isolados foram confirmados como ToSRV (Figura 1). Para o ToSRV proveniente de tomateiro, foram observados 18 padrões de restrição (Figura 3B). Os padrões (24To, 37To, 46To, 48To, 69To, 75To, 79To, 87To, 88To, 92To, 93To, 101To e 103To Figura 3B) tiveram porções do genoma viral seqüenciados tendo sido confirmada a espécie ToSRV. Dois padrões são possivelmente idênticos aos verificados ao ToSRV encontrado em pimentão: 17; 101 (igual ao 31H em pimentão) e 1; 92 igual ao 44E de pimentão). Este dado indica ocorrência de infecção pelos mesmos isolados de ToSRV em ambas as culturas. Seis padrões (66To, 70To, 77To, 78To, 80To e 9 1To Figura 3B), positivos por PCR para begomovírus, não foram seqüenciados. A amostra 46To apresentou a infecção mista por ToSRV e ToYVSV. A 48To apresentou padrão de restrição idêntico ao da 46To, além de ter sido coletada na mesma área, concluindo-se que esta possivelmente encontrava-se também com infecção mista por ambos vírus. Possivelmente outras infecções mistas não puderam ser detectadas pelo seqüenciamento direto do produto de PCR. A técnica RCA pode ser utilizada eficientemente associada ao PCR no monitoramento de begomovírus, assim como na clonagem de genoma completo do vírus (15). Neste trabalho a espécie ToSRV foi a única encontrada infectando pimentão e baixa variabilidade genética foi observada nestes isolados. Diferentemente, em tomateiro foram identificadas as espécies ToSRV e ToYVSV, e alta variabilidade genética para os isolados de ToSRV. A maior preferência de mosca-branca biótipo B pelo tomateiro em relação a pimentão poderia explicar a maior diversidade dos isolados de ToSRV e a infecção mista nesta cultura, pois a dinâmica do adulto qu anto à alimen tação e con seq üen te tran smissão é possivelmente maior nesta hospedeira. Villas Bôas ( 28) já observou menor atratividade da mosca branca ao pimentão quando comparada ao tomateiro. Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 3, p. 222-227, 2010 225

Figura 3. Produto de RCA digerido com HpaII e separado em gel de poliacrilamida a 10%, a partir de isolados de ToSRV coletados em plantas de pimentão em regiões produtoras do estado de São Paulo. M= 1 Kb plus DNA ladder (Invitrogen). Núneros indicam diferentes amostras (Cultivar/Município): (A) 9A (Eppo/Santa Cruz do Rio Pardo); 22G (Sandy/Itapetininga); 23E, H e J (Wando/Itapetininga); 31H (Margarita/Reginópolis); 44E (Margarita/Reginópolis) e 46C (Prador/Pirajú). As setas indicam a presença de bandas clivadas por HpaII, observando-se quatro padrões de restrição. (B) 1 (Carmen/Sabino); 17 (Santa Clara/São Miguel Arcanjo); 24 (Santa Clara/São Miguel Arcanjo); 26 (Santa Clara/São Miguel Arcanjo); 37 (Santa Clara/São Miguel Arcanjo); 46 (Cordilheira/São Pedro do Turvo); 48 (Cordilheira/São Pedro do Turvo); 66 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 69 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 70 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 75 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 77 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 78 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 79 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 80 (Colibri/Santa Cruz do Rio Pardo); 87 (Paron/Sabino); 88 (Paron/Sabino); 91-93 (Paron/Lins); 101 (Momotaro/ Lins) e 103 (Momotaro/Lins). Mesmo sendo restrita a região das coletas de amostras efetuadas neste trabalho, pode-se inferir a melhor adaptação da espécie ToSRV em tomateiro e pimentão no Estado de São Paulo, servindo como base para os programas de melhoramento genético nestas culturas. AGRADECIMENTOS Á CAPES pela concessão de bolsa de estudos ao primeiro autor e ao Consejo Superior de Investigaciones Científicas-CSIC, Málaga, Espanha pelo auxílio financeiro 226 Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 3, p. 222-227, 2010

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