Questões Jurídicas Camilla do Vale Jimene
INTRODUÇÃO Existe legislação específica para o ambiente eletrônico? Ambiente eletrônico é um novo território ou apenas um meio de praticar atos jurídicos? Precisamos de legislação específica para tal fim?
NOVAS LEIS - Medida Provisória 2.200/01: instituiu ICP-Brasil. - Lei n.º 8069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente): crime de pornografia infantil por meio de sistema da Internet. - Lei 9.983/2000 (alterou art. 313-A do CP): crime de inserção de dados falsos em sistemas de informações. - LEI 12551/2011: incluiu na CLT o teletrabalho. - LEI 12737/2012: caso Carolina Dieckmann.
PROVEDORES DE ACESSO
PORTAS DA REDE 1. A evolução da Internet, como ocorre com o desenvolvimento de qualquer inovação tecnológica, provocou uma transformação no estudo das normas jurídicas, formando o que se pode denominar de direito digital ou direito da informática, que tem o desafio de equilibrar a delicada balança em que se pesa o interesse econômico, a proteção da privacidade e o anonimato. 2. Os hackers são indivíduos que entram num sistema de informática, quebrando sistemas de segurança, para causar danos. 3. A discussão do tema segurança na rede envolve a discussão de dois assuntos polêmicos: anonimato e privacidade. 4. O direito à privacidade constitui um admite natural ao direito à informação. 5. O direito ao anonimato constitui um dificultador dos mecanismos de segurança em ambiente virtual. 6. Incentivar a clandestinidade na rede significa torná-la um mundo em que ninguém é obrigado a nada, nem responsável por nada. 7. OS PROVEDORES, COMO PORTAS DE ENTRADA E SAÍDA DA REDE, SÃO OS QUE TÊM POSSIBILIDADE DE AVERIGUAR OS DADOS DOS INTERNAUTAS QUE SEJAM SEUS CLIENTES, PROPICIANDO QUE SE INVESTIGUE A PRÁTICA DE ATOS IRREGULARES. 8. Desprovimento ao Agravo de Instrumento. (TJRJ, 8ª Câmara Cível, AI n.º 2004.002.20186, Des. Letícia Sardas)
CASES - PROCESSOS - MONTAGEM DE FOTOGRAFIAS PORNOGRÁFICAS: homem divulga montagens de fotografias da ex-namorada. Condenado a pagar R$ 100.000,00 de indenização por danos morais. - VAZAMENTO DE PROJETO NOVO PRODUTO EM REDE SOCIAL: empregado publica fotografias de novo produto na sua rede social. É demitido por justa causa e condenado a se abster de publicar as fotografias sob pena de multa de R$ 10.000,00 por dia. - COMUNIDADE COM VIOLAÇÃO DE MARCA EM REDE SOCIAL: cliente cria rede social com marca do hospital. Google não remove do ar e é condenado a pagar R$ 20.000,00 de indenização por danos morais. - Companhia Aérea: blog divulga notícias jornalísticas falsas. Empregado é descoberto como autor e é processado criminalmente.
LINKS PATROCINADOS
CONEXÃO WIRELESS
RACISMO Lei nº 7.716/89 Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
CRIMES CONTRA A HONRA CP,. Art. 139 Difamação: Desacreditar publicamente uma pessoa, maculando-lhe a reputação Chegar ao conhecimento de terceiro (3 meses a 1 ano); CP, Art. 138 Calúnia: Imputar falsamente a alguém fato definido como crime; CP, Art. 140 Injúria: Ofensa à dignidade ou decoro de alguém.
TERMO DE USO DANOS MORAIS - Indenização - Criação de comunidade por ex-aluno contendo ofensas e injúria a colégio em sitio de relacionamentos "Orkut" - Comprovada conduta ilícita - Reconvenção improcedente - Sanção regularmente aplicada - Sentença mantida Recurso Não Provido. DANOS MORAIS - Provedora de serviços que apenas disponibiliza espaço para armazenamento de páginas dos usuários - Ausência de responsabilidade - Impossibilidade de monitoramento - Notificação judicial efetuada após exclusão da comunidade - Inexistência de notificação extrajudicial anterior - Ausência de descumprimento da ordem liminar ou de omissão - Culpa não demonstrada - Sentença reformada - RECURSO PROVIDO. (...) Conforme se às fls 102, ao criar uma conta no "Orkut" O USUÁRIO TOMA CIÊNCIA DOS "TERMOS DE USO", QUE CONTÊM ALERTA SOBRE A SUA RESPONSABILIDADE PESSOAL E EXCLUSIVA PELO CONTEÚDO ALI INSERIDO. Assim, o provedor hospedeiro não pode ser responsabilizado por cada um dos milhares de recados, fotos, vídeos e comunidades postados a cada minuto pelos internautas, uma vez que somente disponibiliza o espaço para a inserção.
PROVAS ELETRÔNICAS Com razão. Não há controvérsia em que o empregado, operando máquina instalada na biblioteca, mediante solicitação dos alunos, procedia na cópia reduzida de subsídio didático passado por professores, de resto providenciando no alcance de material plastificante à confecção de cola destinada a fraudar exames escolares. Inverossímil alegação de que desconhecesse a finalidade por que, reiteradas vezes, eram-lhe requisitadas a redução das cópias e o material plastificante, tanto assim que, fruto de sua atuação, viu-se homenageado por estudantes com a CRIAÇÃO DA COMUNIDADE AMIGOS DO SEU ADEMIR, NO SITE ORKUT, de concorrido acesso na internet (fl. 31). Aos mais de 500 membros da referida comunidade, na fl. 40, assim se dirige o empregado, verbis: Oi galera! Agora tenho minha página no orkut. Peço que vocês entrem, porque se eu tiver de ir atrás de cada um vai levar muito tempo. Valeu, um grande abraço para todos. (...) Dentre outros, são exemplos desses depoimentos, mediante veiculação na referida página da internet. (TRT 4ª R)
OBRIGADA
copyright Camilla do Vale Jimene, 2013 DR CAMILLA DO VALE JIMENE camilla@opiceblum.com.br @ Advogada atuante na área do Direito Eletrônico e Tecnologia da Informação; @ Pós graduada em Direito Processual Civil pela PUC/SP; @ Professora de graduação da UNIP; @ Professora do MBA em Direito Eletrônico da Escola Paulista de Direito; @ Professora convidada a Pós Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie nos cursos Governança de TI e Computação Forense; @ Autora do livro O Valor Probatório do Documento Eletrônico ; @ Perfil Linkedin: Camilla Jimene