FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: LIMITES E POSSIBILIDADES NOS CURSOS DE PEDAGOGIA RESUMO



Documentos relacionados
Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

O Conselho Estadual de Educação do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições e considerando:

CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN X

PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO E APOIO COMUNITÁRIO

crítica na resolução de questões, a rejeitar simplificações e buscar efetivamente informações novas por meio da pesquisa, desde o primeiro período do

Plano de Aula As Ações Afirmativas Objetivo Geral: O objetivo da aula é demonstrar que as políticas de ação afirmativas direcionadas à população

A Interdisciplinaridade e a Transversalidade na abordagem da educação para as Relações Étnico-Raciais

NORMATIZAÇÃO E REGULAÇÃO DOS DOCUMENTOS OFICIAIS DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR LASSALISTA CURSOS DE GRADUAÇÃO

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

GESTOR ESCOLAR: ENTRE A PEDAGOGIA E A ADMINISTRAÇÃO

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Mantenedora da Faculdade Cenecista de Campo Largo

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

MATRIZES CURRICULARES MUNICIPAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA - MATEMÁTICA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA EM MOGI DAS CRUZES

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: ELEMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DE UMA PRÁTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE

Ministério da Educação. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Reitoria Conselho de Graduação e Educação Profissional

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

TERMO DE REFERÊNCIA SE-001/2011

Educação das Relações Etnicorraciais e A lei 10639/2003 : construindo uma escola plural

ESTÁGIO DOCENTE DICIONÁRIO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINHA DE PESQUISA: TEORIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Duração: 8 meses Carga Horária: 360 horas. Os cursos de Pós-Graduação estão estruturados de acordo com as exigências da Resolução CNE/CES nº 01/2007.

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

Dimensão 1 - Organização Didático-Pedagógica do Curso

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

A influência das Representações Sociais na Docência no Ensino Superior

DCN DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS: DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI /03

CURSO: EDUCAR PARA TRANSFORMAR. Fundação Carmelitana Mário Palmério Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

O PERCURSO FORMATIVO DOS DOCENTES QUE ATUAM NO 1º. CICLO DE FORMAÇÃO HUMANA

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

CURSO DE GRADUAÇÃO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS

Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Física (MNPEF)

As tecnologias digitais da informação e comunicação na formação inicial de professores: uma análise dos cursos de Pedagogia da UNESP

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Curso: Pedagogia ( 1 ª Licenciatura) I Bloco. Fundamentos Epistemológicos de Pedagogia 60 horas

O Ensino a Distância nas diferentes Modalidades da Educação Básica

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças.

1 Para saber mais acesse:

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

PROJETO PEDAGÓGICO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UFPI

EDUCAÇÃO INFANTIL E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: A LEI NO PAPEL, A LEI NA ESCOLA Aline de Assis Augusto UFJF

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA BARREIRA ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

CONSELHO DE CLASSE DICIONÁRIO

Programa: Programa Interagencial para a Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA RESULTANTE DAS DISSERTAÇÕES E TESES EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

Documento orientador de um curso que traduz as políticas acadêmicas institucionais

Mestrado em Educação Superior Menção Docência Universitária

EIXO VI VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: FORMAÇÃO, REMUNERAÇÃO, CARREIRA E CONDIÇÕES DE TRABALHO:

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

Ementas aprovadas nos Departamentos (as disciplinas obrigatórias semestrais estão indicadas; as demais são anuais)

EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS MÓDULOS IV e V. Profa. Dra. Sueli Saraiva (colaboradora)

REGULAMENTO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA

AFRICAMOS: PENSAR E VIVER AFRICANIDADES PARA E COM AS CRIANÇAS EM CONTEXTOS COLETIVOS DE EDUCAÇÃO E CUIDADO

O significado do Ensino Médio Público na visão dos estudantes

Autor (1); S, M, R INTRODUÇÃO

AS NOVAS DIRETRIZES PARA O ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM O CURRÍCULO E COM O ENEM

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SECRETARIA ADJUNTA DE ENSINO DIRETORIA DE ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COORDENAÇÃO DE ENSINO MÉDIO

DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: UMA EXPERIÊNCIA ATRAVÉS DO PIBID Cristiane Rosa Lopes*

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA

CENÁRIO DA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

LEVANTAMENTO DOS MARCOS LÓGICOS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Organização dos Estados EDITAL DE SELEÇÃO 222/2013 Ibero-americanos PROJETO OEI/BRA/08/006 Para a Educação, ERRATA: a Ciência e a Cultura

UMA ANÁLISE DA MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UFPB

Coleção Cadernos Afro-Paraibanos APRESENTAÇÃO

Anexo II CARGOS DE DCA

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ÂMBITO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO NO BRASIL Régis Henrique dos Reis Silva UFG e UNICAMP regishsilva@bol.com.br 1.

Letras - Língua Portuguesa

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA DO ENSINO FUNDAMENTAL

ESCLARECIMENTOS SOBRE OS CURSOS DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Perfil das profissionais pesquisadas

EDITAL nº 04, de 06 de janeiro de 2015

Violência contra crianças e adolescentes: uma análise descritiva do fenômeno

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

AS REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE A DOCENCIA COMO PROFISSÃO: UMA QUESTÃO A SE PENSAR NOS PROJETOS FORMATIVOS.

Gestão e Formação Pedagógica em: Administração, Inspeção, Orientação e Supervisão Objetivo do curso:

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Diretrizes: 1. Cumprir as metas do Compromisso Todos Pela Educação- TPE

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

ANEXO 8 RESOLUÇÃO CNE/CP 1, DE 18 DE FEVEREIRO DE (*)

A ESCOLA MUNICIPAL DE JATAÍ E O DESAFIO NA CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS

CULTURA AFRO CULTURA AFRO

Faculdade de Direito Ipatinga Núcleo de Investigação Científica e Extensão NICE Coordenadoria de Extensão. Identificação da Ação Proposta

AS REPRESENTAÇÕES DO NEGRO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓGICO: Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 3º

HISTÓRICO DAS AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS E DOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ATENAS

UNIVERSIDADE DE MINAS GERAIS - RS UFMG - EXTENÇÃO JUVIVA 2-CURSO DE ATUALIZAÇÃO EJA E JUVENTUDE VIVA 2-T9

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO RESOLUÇÃO CNE/CP 1, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2002 (*)

NÚCLEOS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Transcrição:

FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: LIMITES E POSSIBILIDADES NOS CURSOS DE PEDAGOGIA Ivanilda Amado Cardoso Tatiane Cosentino Rodrigues UFSCAR-PPGE-SP CAPES Eixo: Pesquisa, Formação de Professores e Trabalho Docente-Pôster RESUMO As exigências sociais, históricas e legais da educação das relações étnico-raciais têm provocado a escola e as universidades a repensarem suas práticas pedagógicas, o currículo, a gestão e a concepção de escola, neste cenário, os/as professores/as são considerados agentes de fundamental importância na superação das assimetrias raciais e na promoção de uma educação de qualidade. Mas será que os/as professores/as estão sendo preparados/as, nos cursos de formação inicial de professores/as, para lidar pedagogicamente em situações de discriminação racial e para a valorização da diversidade racial e cultural presente na escola? Mediante essa problematização, este projeto de pesquisa tem como objetivo discutir a política de formação de professore/as para a educação das relações étnico-raciais na UFSCAR- São Carlos e na UNESP- Marília e investigar quais as percepções e experiências dos/as coordenadores/as, professores/as e graduandos/as do curso de Pedagogia quanto à educação das relações étnico-raciais. Para o desenvolvimento da pesquisa, realizaremos revisão de alguns dispositivos legais federais e estaduais que instituem diretrizes para formação de professore/as destacando os aspectos referentes à educação das relações étnico-raciais; faremos levantamento bibliográfico da produção teórica sobre políticas de formação de professores/as e relações raciais no Brasil com ênfase na produção do estado de São Paulo; analisaremos a estrutura curricular dos cursos de pedagogia de ambas as universidades e; aplicaremos entrevistas semiestruturadas aos coordenadores, professores e graduandos. A literatura especializada aponta a ausência de pesquisas sobre formação inicial de professores/as (Monteiro, 2010, Silva 2010) e destaca a necessidade de investigação das metodologias e experiências de formação produzidas no Brasil, em atendimento das DCNs-ERER (Dias, 2010). Desse modo, com base em Gomes (2012), esta pesquisa em desenvolvimento pretende problematizar a consistência política e formativa de modelos de cursos de pedagogia. Consideramos relevante discutir e investigar se e como as instituições de ensino superior têm adotado políticas de formação docente que visem à superação do racismo e a valorização da diversidade étnico-racial na escola. Os resultados do estudo das diferentes experiências dos cursos de pedagogia ofertados pela UFSCar-São Carlos e UNESP-Marília, problematizando ausência/presença da temática racial nos currículos, poderá contribuir para a ampliação das discussões acadêmicas quanto à metodologia adequada para formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais. Palavras- chave: formação inicial de professores/as, currículo, relações étnico-raciais.

Introdução Esta pesquisa tem como objetivo analisar como ocorrem as políticas de formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais e investigar quais as percepções e experiências dos coordenadores/as de curso, professores/as e dos/a graduandos/as dos cursos de pedagogia quanto à temática da formação para a educação das relações étnico-raciais. O Universo pesquisado será duas universidades públicas: uma Federal UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos)-campus de São Carlos e uma Estadual UNESP (Universidade Estadual Paulista)-campus Marília. Em pesquisa anterior intitulada A formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais: limites e possibilidades no curso de pedagogia da UNESP de Marília (1963-2011). Analisou-se o projeto político pedagógico e os planos de ensino (ementas e programas) do curso de pedagogia da Unesp-Marília entre 1963 e 2011, com vistas a educação para as relações étnicoraciais ( CARDOSO, 2013). Tratou-se de uma pesquisa documental quanto às fontes, e para subsidiar a análise dos documentos, realizou-se revisão da literatura especializada organizada em três eixos temáticos, a saber; concepções sobre currículo; conceitos operativos: raça, racismo, discriminação e preconceito racial; e lei 10.639/03 e formação de professores/as. Os dados analisados evidenciam que o curso de pedagogia da UNESP-Marília pouco privilegiou temáticas sobre a história e cultura africana e afro-brasileira e, quando foi possível identificar termos referentes ao debate das relações étnico-raciais, eles estavam pautados na perspectiva colonial, higienista e eugênica da educação, constata-se que a ausência de conteúdos referentes às relações raciais nos cursos de pedagogia compromete a formação de professores/as. Esses resultados indicam a necessidade de ampliar o corpus de análise e a discussão sobre políticas de formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais. Nesta perspectiva, este projeto de pesquisa, pretende aplicar entrevistas aos graduandos, analisar planos de ensino (ementas e programas) com foco nas disciplinas de fundamentos ofertadas entre 2003 e 2013, bem como a investigar as diferentes práticas formativas em duas universidades (UFSCAR e UNESP), nos possibilitará avançar nas discussões sobre as políticas de formações de professores/as para a educação das relações étnico-raciais, tencionando os limites e possibilidades para a implementação da lei 10.6936/03 nos cursos de pedagogia. A UNESP-Marília foi escolhida porque não apresenta em sua grade curricular nenhuma disciplina obrigatória que contemple o debate das relações raciais no contexto da educação

brasileira, em atendimento as exigências da LDB vigente, conforme dados da pesquisa realizada anteriormente (CARDOSO, 2013). O curso da UFSCAR foi escolhido por pertencer a uma universidade pioneira na implementação de políticas de ações afirmativas para estudantes negros, indígenas e oriundos de escola pública e por oferecer na estrutura curricular do curso de Pedagogia disciplinas que abordam a diversidade étnico-racial, conforme observa-se no Projeto Politico Pedagógico da instituição. Diante do exposto, nossa hipótese é a de que a presença/ausência de conteúdos sobre as relações étnico-raciais nos cursos têm diferentes impactos na percepção dos/as graduandos/as e isso influencia significativamente as tomadas de decisões em suas práticas docentes e desenvolvimento dos estágios supervisionados. Formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais: breve contextualização No campo de estudo das relações raciais encontramos uma vasta produção sobre as implicações do racismo na educação, embora ainda haja muito a ser investigado sobre a presença do racismo na escola, atualmente a formação de professores/as e a produção de materiais didáticos são evidenciados como pontos principais nas discussões sobre o processo de implementação da Lei 10.639/03 1 e na superação do racismo na escola, conforme Silva (2001) recentemente duas novas linhas de ação têm sido evidenciadas pelo movimento negro: a formação de educadores/as para o combate ao racismo e a produção de recursos didático-pedagógicos alternativos para a discussão do racismo da discriminação racial, e compreensão das desigualdades geradas por eles. (SILVA, 2001, p. 66). As exigências sociais, históricas e legais da educação das relações étnico-raciais têm provocado a escola e as universidades a repensarem suas práticas pedagógicas, o currículo, a gestão, a concepção de escola, de sociedade e de ser humano, conforme Rodrigues (2005) a Lei 10639/03 [...] indica a possibilidade de romper com o paradigma eurocêntrico e estimula alteração nas formulações de politicas educacionais, [...] na medida em que pode implicar a ampla modificação curricular inclusive nos cursos de formação de professores e de todos os profissionais da educação (RODRIGUES, 2005, p. 63). Nesse processo, o professor é considerado agente de fundamental importância na superação das assimetrias raciais e na promoção de uma educação de qualidade. Mas será que os/as professores/as estão sendo preparados/as, nos cursos de formação inicial de professores/as, para 1 Altera a Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afrobrasileira e Africana.

lidar pedagogicamente em situações de discriminação racial e para a valorização da diversidade racial e cultural presente na escola? As instituições de ensino superior têm adotado políticas de formação docente para atender as exigências das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana? Quais os entraves/ possibilidades departamentais no interior das Universidades para a reformulação dos currículos dos cursos de pedagogia? Qual a formação para as relações étnico-raciais do corpo docente? Quais as percepções e experiências dos coordenadores de curso, professores/as e graduandos do curso de pedagogia quanto à temática da educação das relações étnico-raciais? Para Gomes (2002) [...] ainda existe muito que se pesquisar e avançar nas análises e propostas de cursos para a formação de professores e de professoras tanto nas instituições acadêmicas quanto nos centros de formação ligados às secretarias de educação. (GOMES, 2001, p. 21). Segundo Regina Pinto (2004) Uma das questões cogitadas pelos estudiosos é que, a despeito dos avanços da reflexão sobre a diversidade cultural, a formação do professor nessa área necessita de muita investigação (PINTO, 2004, p.7 Apud DIAS, 2007, p. 59). Esses são alguns desafios que a presente pesquisa se propõe a discutir, com intenção de ampliar o debate sobre metodologias de formação docente para as relações étnico-raciais além de contribuir com a produção acadêmica sobre a formação de professores/as, mediante problematização da responsabilidade legal e social das universidades e dos/as professores/as quanto à implantação e implementação da lei 10.639/03. Ademais, é imprescindível ressaltar que as discussões sobre a responsabilidade legal das instituições quanto à oferta de disciplinas sobre a história e cultura afro-brasileira e africana, está respaldada na Lei nº 10.639/03 e demais documentos orientadores para sua implementação, como por exemplo, a Resolução CNE/CP n. 1/2004, de 10 de junho de 2004, que regulamenta a alteração trazida à Lei n. 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e institui Diretrizes curriculares Nacionais para a Educação das Relações étnico/raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Observa-se que a resolução 1/2004 menciona a formação inicial e continuada como locus para implementação das diretrizes, e sobre as atribuições das instituições, estabelece no artigo 1º que: 1º As Instituições de Ensino Superior incluirão nos conteúdos de disciplinas e atividades curriculares dos cursos que ministram a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados no Parecer CNE/CP 3/2004. 2 O cumprimento das referidas Diretrizes Curriculares, por parte das

instituições de ensino, será considerado na avaliação das condições de funcionamento do estabelecimento. (BRASIL, 2004). Recentemente Instituto de Advocacia Racial e Ambiental- (IARA), entrou com uma abertura de procedimento administrativo contra os órgãos de controle e avaliação de políticas públicas e as universidades públicas, devido a ausência e/ou a implementação parcial da educação das relações raciais nos cursos de licenciaturas. Os resultados do Instituto apontam que a lei determina a existência da disciplina como oferta obrigatória, e a maioria das Instituições de Ensino Superior (IES), quando fazem, dispõe em suas grades curriculares apenas de forma optativa, demonstrando o não interesse em cumprir a determinação legal (IARA, 2013, p. 16). A formação inicial de professores/ as para a educação das relações étnico-raciais, é uma temática ainda pouco pesquisada nas academias. De acordo com Monteiro (2010), na pesquisa realizada em 2002, por Marli André, no universo de 834 trabalhos acadêmicos, entre 1980 e 1990, sobre a formação de professores, foi identificada apenas uma dissertação de mestrado, em 1993, que articulou as relações raciais e a formação de professores/as. No levantamento do banco de dados da CAPES, realizado por Monteiro (2010), entre 2001 e 2005, a pesquisadora identificou quatro trabalhos que abordam as relações raciais, sendo duas teses e duas dissertações, desenvolvidas, respectivamente na UFSC (Clemencio, 2001), UFF (Assis, 2006), UFBA (Jesus, 2007) e UFRN (Coelho, 2005) 2. Em sua dissertação de mestrado, Silva (2010), também, realizou um importante levantamento bibliográfico da produção de teses e dissertações em cinco universidades públicas e particulares do Estado de São Paulo, entre 1988 e 2008. As universidades pesquisadas foram PUC- SP, UFSCAR, UNESP, USP e UNICAMP, as fontes de pesquisa foram os próprios bancos de dados das universidades. Este levantamento realizado por Silva (2010) nos possibilita visualizar como está distribuída a produção sobre a formação de professores/as para a educação das relações raciais no estado de São Paulo, bem como, nos leva a conhecer alguns atores sociais (orientadores) e a agências de financiamento de pesquisas. Silva (2010) identificou 16 pesquisas que articulam relações étnico-raciais e formação de professores/as, entre Doutorado e Mestrado, assim distribuídos: três na PUC-SP; três na UFSCAR, uma na UNESP, quatro na Unicamp; e cinco na USP. Das 16 pesquisas identificadas, apenas duas trataram sobre formação inicial de professores. Dentre os/as 12 orientadores/as identificados/as, a Profª Drª Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e a Profª Drª Neusa Maria Mendes Gusmão, 2 Sobre as pesquisas consultar Monteiro (2010).

aparecem com maior número de orientações, cada uma com três pesquisas orientadas, no período pesquisado por Silva (2010). Quanto à distribuição de pesquisas por agências de financiamento, o autor identificou a seguinte distribuição: CAPES quatro; CNPq uma; FAPESP duas; Fundação Ford uma; Financiamento do pesquisador cinco; CAPESP/ CNPq uma; Fundação Ford / CNPq uma. Esses levantamentos realizados por Monteiro (2010) e Silva (2010), confirmam a constatação de Gomes (2001), quanto à necessidade de pesquisar a formação de professores, bem como nos apresenta um panorama das pesquisas, sobre as relações raciais, nas principais universidades de São Paulo, o que nos possibilita refletir acerca dos limites e das possibilidades de reestruturação, mudanças epistemológicas nos currículos dos cursos de licenciaturas, pois ao problematizar o currículo das faculdades de formação de professores/as, é necessário, também, questionar o papel das agências financiadoras, dos grupos de pesquisas, dos departamentos, dos programas de pós-graduação e dos professores/as formadores/as. A ausência ou a inserção parcial de conteúdos relacionados às relações raciais na matriz curricular dos cursos de licenciatura e, por conseguinte, a falta de professores/as capacitados/as para trabalhar essa temática tem se constituído uma das principais dificuldades no processo de implementação da Lei 10.639/03. Essa é também a conclusão de Paixão (2008) quando afirma que a superação das iniquidades raciais e o aproveitamento escolar dos alunos/as, dependerão, principalmente, da capacitação teórica e política do professorado e profissionais da educação, quanto ao entendimento da diversidade e da construção histórica e social do racismo. Assim, o desafio do momento diz respeito ao aprimoramento da capacidade do professorado e demais profissionais da educação para o trato da questão da diversidade dos alunos e alunas no espaço escolar, tanto no plano curricular e dos instrumentos didáticos (livros escolares e paradidáticos), quanto em termos da própria capacitação teórica, e mesmo política, desse agente para que o mesmo venha a se tornar um aliado no esforço da superação das iniquidades raciais em termos do aproveitamento escolar das crianças e adolescentes brasileiros. (PAIXÃO 2008, p. 55). Cavalleiro (2003) compartilha dessa concepção e afirma que [a] maioria dos profissionais de educação não teve a oportunidade de realizar, de maneira sistemática, leituras a respeito da dinâmica das relações raciais e do combate ao racismo na sociedade brasileira. Nessa Trajetória acaba por trazer, em suas falas e práticas, referenciais do senso comum sobre as desigualdades entre negros e brancos na sociedade brasileira. (CAVALLEIRO, 2005, p. 82 apud PAIXÃO, 2008, p. 55). É importante considerar que, estes sujeitos ao ingressarem nas universidades trazem experiências, concepções e representações sociais muitas vezes impregnadas de estigmas,

preconceitos e ideologias racistas, o que evidencia a necessidade de uma formação consistente (Cavalleiro, 2001). Sendo assim, [ ] para realizar uma política consistente e efetiva de formação de professores para combate ao racismo, é imprescindível o conhecimento da teoria, principalmente porque a educação antirracista, para ser empreendida e realizada de modo adequado, necessita que se conheça sobre a organização da sociedade, sobre as relações de poder nela estabelecidas, bem como os processos pelos quais as dimensões de opressão, superioridade e inferioridade são concretizadas. (DIAS, 2007. p. 54). Gomes (2012), Canen; Moreira (2001) alertam para o fato de que uma educação multicultural que vise mudanças estruturais, conceituais e epistemológicas, necessárias à descolonização do currículo, não deve ser confundida com a inserção de apenas uma disciplina na matriz curricular [...] uma perspectiva multicultural deve informar os conteúdos selecionados em todas as áreas do conhecimento (CANEN; MOREIRA, 2001, p. 32). Mediante o arcabouço teórico apresentado, compartilhamos das concepções do/as autores/as supracitados e compreendemos o currículo enquanto construção social, campo ideológico, político e racialmente enviesado (SILVA, 2011), assim consideramos que a análise das políticas de formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais produzidas nas duas universidades, bem como, a investigação sobre as percepções e experiências dos sujeitos envolvidos nos processo formativo, configura-se em pesquisa relevante para o campo da educação. Procedimentos metodológicos Esta pesquisa esta sendo desenvolvida com base na abordagem qualitativa e as descrições das duas realidades investigadas (UFSCar- São Carlos e UNESP-Marília) com vistas à um único objeto de estudo; a política de formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais, desse modo, a pesquisa será delineada pelo estudo de caso (Yin, 2001) em que são utilizados diversos métodos ou técnicas de coleta de dados, como por exemplo, a entrevista e a análise de documentos (GIL, 2009, p.8). Portanto, realizaremos revisão de alguns documentos legais federais e estaduais que instituem diretrizes para formação de professore/as destacando os aspectos referentes à educação para as relações étnico-raciais, também realizaremos levantamento bibliográfico da produção teórica sobre políticas de formação de professores/as Brasil com ênfase na produção do estado de São Paulo, tal revisão subsidiará o desenvolvimento da análise documental e das entrevistas. Após revisão bibliográfica e análise documental, realizaremos entrevistas com roteiro semiestruturado, considerando a diversidade nas variáveis: período de curso, pertencimento racial,

faixa etária, condição socioeconômica e gênero. Para Gomes (2002) os cursos de formação de professores/as cometem contradições aos lançar no mercado professores/as de diversos segmentos raciais, que não discutem e não refletem sobre seu processo formativo e experiências raciais, a autora ainda aponta a importância dos professores/as refletirem sobre seu próprio processo de construção de identidade racial e como isto interfere em suas práticas pedagógicas. As entrevistas serão analisadas focalizando o discurso dos sujeitos e a conjuntura social em que eles estão inseridos, compreendendo seu lugar de fala como revelador de realidades e ideologias presentes em um determinando contexto histórico (Fernandes, 2008). Destarte, a entrevista possibilitará obter informações que complementem os dados encontrados por meio da análise documental (Marconi e Lakatos, 1996). Serão entrevistados os estudantes, o/a atual e ex-coordenador/a de curso, participantes da comissão para elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos e os/as professores/as das disciplinas de fundamentos e metodologias. Análise dos dados, não pretende estabelecer valoração hierárquica entre as universidades. Pelo contrário, os procedimentos serão baseados na abordagem qualitativa e propõe análise descritiva, interpretativa e crítica dos contextos e dos materiais coletados (Bardin, 1977), com finalidade de expandir generalizações teóricas (Yin, 2001), para que assim possamos identificar e avançar nas discussões quanto aos limites e possibilidades da formação para a educação das relações étnico-raciais. Resultados Os resultados da pesquisa realizada anteriormente (CARDOSO, 2013) apontam a necessidade dos cursos de formação de professores/as contemplarem, amplamente, nos projetos políticos pedagógicos, nos planos de ensino e, ao longo de toda formação, conteúdos, fundamentos, metodologias, práticas e discussões teóricas acerca da dinâmica do racismo no Brasil e suas implicações na educação, possibilitando a compreensão dos termos e conceitos presentes no debate sobre relações étnico/raciais e, também, o conhecimento das reivindicações históricas dos movimentos sociais negros e dispositivos legais que instituem diretrizes e orientações educacionais. Com base na análise das instituições pesquisadas nesta pesquisa, espera-se explicitar, os limites e as possibilidades para a implementação da lei 10.639/03 na formação docente, apreender a percepção dos graduandos do curso de pedagogia sobre a sua formação com intuito de contribuir com a produção científica acerca da formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais.

Referências BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa-Portugal. 1997. BRASIL, Parecer CNE/CP/003/2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico/Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. BRASIL, Congresso Nacional Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.. Diário Oficial da União de 10 de janeiro de 2003. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CP nº 1 de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico/Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF, 2004. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação/ Conselho Pleno. Resolução CNE/CP n 1/2006, aprovada em 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. CARDOSO, I. A.; BARBOSA, M. V. Identidade negra: uma abordagem sobre o referencial estético de meninas negras na escola. In: BARBOSA, M.V.: MENDONÇA, S.G.L. (Orgs.). 10ª Jornada do Núcleo de Ensino de Marília, 2011. CAVALLEIRO, E. S. Educação antirracista: compromisso indispensável para um mundo melhor. In: CAVLLEIRO, E. (Org). Racismo e antirracismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001.p. 141-160. CUNHA JR. H. A indecisão dos pais face à percepção da discriminação racial na escola pela criança. Cadernos de Pesquisa, n. 63, p. 54-55, nov. 1987. DIAS, LO. L.R. No fio do horizonte: educadoras da primeira infância e o combate ao racismo. 2007, 321f. Tese (Doutorado em Educação) Universidade de São Paulo, São Paulo. FERNANDES, C. A. Análise do discurso: reflexões introdutórias. 2 ed. São Carlos: Editora: Claraluz, 2008. 112 p. GIL, C.A. Estudo de Caso. São Paulo; Atlas, 2009, 148p. GOMES, N. L. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil. In: Educação antirracista caminhos abertos para a lei 10.639/03. Brasília: SECAD, 2005, p. 39-62. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, São Paulo, 2002. Disponível em http://www.scielo.br/. Acesso em 05 de maio de 2010. Educação cidadã, etnia e raça: o trato pedagógico da diversidade. In: CAVLLEIRO, E. (Org) Racismo e antirracismo na educação. São Paulo: Sammus, 2001, p. 83-96.

Relações étnico/raciais, educação e descolonização dos currículos. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol12iss1articles/gomes.pdf Acessado em: 25 de agosto de 2012. Mulheres negras e educação: trajetórias de vida e história de lutas. Disponível em: http://www.miniweb.com.br/educadores/artigos/pdf/profas_negras.pdf. Acessado em: 25 de março de 2014. MONTEIRO, R.B. A educação para as relações étnico-raciais em um curso de pedagogia: estudo de caso sobre a implementação da Resolução CNE/CP 01/2004. 2010, 267f Tese (Doutorado em Educação) Universidade Federal de São Carlos, São Carlos- SP. MUNANGA, K. Educação e diversidade cultural. In: Cadernos PENESB, Niterói: Eduff V. 10 2008/2010. p. 37-54. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Disponível em: http://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59 Acessado em: 25 de novembro de 2011. PAIXÃO, M. A dialética do bom aluno. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008, 104p. RODRIGUES, T.C. Movimento negro no cenário brasileiro: embate e contribuições à política educacional nas décadas de 1980-1990. 2005 114f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP. ROMÃO. J. O educador, a educação e a construção de uma autoestima positiva no educando Negro. In: CAVLLEIRO, E. (Org.) Racismo e antirracismo na educação. São Paulo: Sammus, 200. p. 161-178. SILVA, C. B. R. Trajetórias do movimento negro na ação afirmativa no Brasil. Cadernos PENESB, Niterói: Eduff. v. 10 2008/2010. p. 117-138. SILVA, M. A. Formação de educadores/as para o combate ao racismo: mais uma tarefa essencial. In: CAVLLEIRO, E. (Org). Racismo e antirracismo na educação. São Paulo: Sammus, 2001. p. 65-104p. SILVA, R. F. Educando pela diferença para a igualdade: professores, identidade profissional e formação continuada. 2010, 316f Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade de São Paulo. SILVA, T. T. Documento de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. Ed. 2. reimp. Belo Horizonte: Autêntica. 2011.154p. SISS, A. Multiculturalismo, educação brasileira e formação de professores: verdade ou ilusão? In: 28ª Reunião Anual da ANPE, GT 21- Afro-brasileiros e Educação, 2005. Disponível em: 28reuniao.anped.org.br/textos/gt21/gt211442int.rtf Acessado em: 15 de Dezembro de 2014. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. - 2.ed. -Porto Alegre : Bookman, 2001.