SIMULAÇÃO E MODELAGEM FOTOREALÍSTICA DE AMBIENTES LUMÍNICOS. 1 - UFSC - Prog. de Pós-Graduação Eng. Produção - Mestrando em Ergonomia

Documentos relacionados
PRINCIPAIS ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PROJETO LUMINOTÉCNICO.

Atelier Prático de Projetos de Iluminação Corporativa

REFORMA SALA DO NÚCLEO DE SEGURANÇA ANEXO 01

Atelier Prático de Projetos de Iluminação Residencial

DESEMPENHO VISUAL EM SALAS DE AULA: ANÁLISE COMPARATIVA DE COMPONENTES DE ABERTURAS LATERAIS

Trabalho de conclusão da. disciplina PROJETOS DE ILUMINAÇÃO E DESIGN RESIDENCIAL

Foto: Divulgação Ella Iluminação A R Q U I T E T U R A

Saneamento e Meio ambiente para Arquitetura Edificações Sustentáveis Análise E1. G10. Brunieli Mori Juliana Oliveira Mayara Serra

USO DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM PROJETOS DE ILUMINAÇÃO INTERNA

AVALIAÇÃO DE AMBIENTE EXISTENTE PARA COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO NATURAL

EXPERIENCE FROM NEW BUILDINGS AND RETROFITTING IN BRAZIL

Iluminação Profissional

Radiação visível - iluminação

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE ENGENHARIA COM BASE NO EMPREGO DO 3D STUDIO MAX

ANÁLISE DO DESEMPENHO LUMÍNICO DE HABITAÇÕES POPULARES: CASO SANTA CRUZ - PB

ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL. Melhor Ambiente em Iluminação / Prêmio Philips Lighting Mariana Albuquerque e Guilherme Ommundsen, com o Restaurante Casa Cor

Atelier Prático de Projetos de Iluminação Residencial

Universidade Ibirapuera Arquitetura e Urbanismo CONFORTO AMBIENTAL: INSOLAÇÃO E ILUMINAÇÃO ILUMINAÇÃO HÍBRIDA. LUMINÁRIAS PROJETO LUMINOTÉCNICO bases

ILUMINAÇÃO LATERAL. Arquitetura é o jogo correto e magnífico das formas sob a luz »AAR. Le Corbusier (1940)

A Iluminação Natural e Artificial em Edifícios Desportivos

SIMULAÇÃO DE ILUMINAÇÃO NATURAL: UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO FRENTE A DIFERENTES CARACTERÍSTICAS DE CÉU E ESPECULARIDADE DE SUPERFÍCIES.

conhecimento? 1. Informação de pequenos

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO LUMÍNICO ATRAVÉS DE MEDIÇÕES COM LUXÍMETRO

Fundamentos de Elétrica Iluminação Combate à incêndio

A R Q U I T E T U R A

Sérgio Ferreira de Paula Silva

Projeto de Iluminação

Qualidade na iluminação urbana

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

Iluminação de Fachadas, Monumentos e Paisagismo

Software Dialux evo. Introdução. Resumo. Programa

TAXA DE PORTO (Lisboa, )

Quem somos e no que acreditamos

AVALIAÇÃO ENERGÉTICA DO EDIFÍCIO SEDE DA TELESC : RETROFIT DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO E SIMULAÇÃO

Eficiência Energética em Iluminação Estudo de Caso na Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre Cleber Correa AEAMESP

Interferência das aberturas na disponibilidade de iluminação natural de ambiente interno associado a uma varanda

FACULDADE GUARAPUAVA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PERFIL DO CURSO

UNIARAXÁ CENTRO UNIVERSITÁRIO DANIELA ALVES BORGES FERREIRA GUIMARÃES QUESTÕES ERGONOMIA ESTÉTICA MEIO AMBIENTE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO LUMÍNICO ATRAVÉS DE IMAGENS HDR

Programa Analítico de Disciplina ARQ327 Conforto Luminoso

c a s e A R Q U I T E T U R A

SIMULAÇÃO DA ILUMINAÇÃO NATURAL NO AMBIENTE CONSTRUÍDO SOB CONDIÇÕES DE CÉUS PARCIALMENTE NUBLADOS

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ILUMINAÇÃO NATURAL NO INTERIOR DAS EDIFICAÇÕES EM UM CONJUNTO HIS NA CIDADE DE SANTA ROSA- RS 1

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO E LUMINOSO DE DOIS AMBIENTES DE TRABALHO DE UMA RESIDÊNCIA

SIMULAÇÃO DE ILUMINAÇÃO NATURAL UTILIZANDO O LIGHTSCAPE: UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO FRENTE A DIFERENTES CARACTERÍSTICAS DE SUPERFÍCIES

O ENTENDIMENTO SOBRE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL NO EXEMPLO DO CASO BRASILEIRO A importância das questões de conforto

O AUXÍLIO DE AMBIENTES VIRTUAIS INTERATIVOS PARA O ESTUDO ARQUITETÔNICO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO ANTONIO EUFRÁSIO DE TOLEDO DE PRESIDENTE PRUDENTE

DESEMPENHO TÉRMICO EDIFICAÇÕES: FACHADAS ENVIDRAÇADAS, PROJETO E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Administração. Carga Horária Microeconomia 74 Cálculo 74 Estatística 74 Fundamentos de Administração 74 Macroeconomia 74

Terminal Rodoviário Tietê

EXPERIMENTANDO A LUZ NATURAL ATRAVÉS DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO DA ILUMINAÇÃO NATURAL EM HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL ESTUDO DE CASO SILVA, Joice Moura da 1

AUT-274 LUZ, ARQUITETURA E URBANISMO

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS (60 h)

Campus Senac. Centro de Convenções e Centro Esportivo: duas soluções em iluminação para o mesmo edifício. c a p a. Da Redação Fotos: Nelson Kon

ACOMPANHAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ELÉTRICO DE EDIFICAÇÃO COMERCIAL E MULTIFAMILIAR

NAVEGAÇÃO ALIANÇA LTDA. Levantamento Técnico de Iluminamento

ANEXO XII - TERMO DE REFERÊNCIA

Especializado CAD. Sobre o curso. Destinatários. Tecnologias de Informação - CAD / 3D

Como avaliar um produto LED. Juliana Iwashita

TE243 Eletricidade Aplicada li. Capítulo 3 Luminotécnica

RELATÓRIO DE VERIFICAÇÃO

Organizar um happy hour ou. receber os amigos. Preparar. um almoço para a família ou. passar o dia em volta da piscina. Surpreender com um jantar

APLICAÇÃO DE CONCEITOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA COMO EXEMPLO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO CLIMA QUENTE E ÚMIDO

ACOMPANHAMENTO E EXECUÇÃO DE PROJETO ARQUITETÔNICO - 20h

ESTUDO DA ILUMINAÇÃO NATURAL EM UMA SALA DE AULA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Ilha Solteira. Curso Engenharia Civil. Ênfase

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

Artigo produzido pelo grupo de pesquisa do Projeto de Avaliação de Pós-Ocupação de Habitação de Interesse Social 2

ILUMINAÇÃO NATURAL E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARQUITETURA NATURAL END ENERGY EFICIENCY LIGHTING IN ARCHITECTURE

Capítulo II Vias públicas Por Luciano Haas Rosito*

SEL-0437 Eficiência Energética PROCEL

ERGONOMIA E AMBIENTE CONSTRUÍDO: Uma Análise de Parâmetros de Conforto Ambiental

eco-eficiência: conforto ambiental e energia na arquitetura de menor impacto ambiental CENPES II

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DA ENVOLTÓRIA NA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFICAÇÕES

c a s e A R Q U I T E T U R A

Laboratório Experimental para Ensino de Iluminação em Arquitetura através de um AVA

Trabalho Final de Graduação

SISTEMA DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

APLICAÇÕES DE TÉCNICAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA GERENCIAMENTO ENERGÉTICO E CONFORTO TÉRMICO EM EDIFICAÇÕES

onde você pretende inspirar tanto quanto você pretende ser funcional, eficiente e dentro de um orçamento.

SIMULAÇÃO ENERGÉTICA DO EDIFÍCIO SEDE DA FIESC: ESTUDO DE RETROFIT NO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO

CURRÍCULO DO CURSO. Atividade Curricular Créditos T E P EAD Estrutura Tipo pré-requisito Pré-requisito 2 DISCIPLINA OBRIGATÓRIA

RELATÓRIO ESCOLA DE ARQUITEURA DA UFMG

ISOLAMENTO TÉRMICO EM SISTEMAS PREDIAIS SUSTENTÁVEIS Carlos G. Caruy

POTENCIALIDADES LUMINOSAS DE TIPOLOGIAS DE JANELAS EM INTERIORES

INFLUÊNCIA DA CONFIGURAÇÃO DOS ÁTRIOS PARA A ILUMINAÇÃO DOS ESPAÇOS ADJACENTES EM FLORIANÓPOLIS, BRASIL

AUT-5817 DIALUX EVO ILUMINAÇÃO NATURAL NA ARQUITETURA: METODOLOGIAS PARA PROJETO E AVALIAÇÃO. Arq. Cristiane M. Sato Furuyama Doutoranda FAU-USP

Conheça os diferentes tipos de lâmpadas e soluções em LED para inovar na iluminação com economia

Iluminação natural zenital. Conforto ambiental lumínico

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DOS ESPAÇOS CONDOMINIAIS DO PAR PORTO, PELOTAS-RS

1. Arquitetura Solar, que objetivava incorporar a energia solar às edificações;

POSSIBILIDADES DE LAYOUT COM ESTRUTURAS DE AÇO EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS VERTICAIS DE MÉDIO PADRÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE

Gestão das áreas de estacionamento. Gestão sanitários públicos Restaurantes Gestão de portarias e recepção

AVALIAÇÃO DA ILUMINAÇÃO DOS VÁRIOS AMBIENTES DO CAMPUS DA UNUCET - ANÁPOLIS

A. INTRODUÇÃO B. RADIAÇÃO VISÍVEL C. LUZ NATURAL E VISÃO D. DISPONIBILIDADE DA LUZ NATURAL E. DEFINIÇÕES E UNIDADES A LUZ NATURAL

ILUMINAÇÃO NATURAL PRÁTICAS DE SUCESSO E O CASO DO CENTRO DE INFORMAÇÕES DO CERRADO. Catharina Macedo

MEMORIAL DESCRITIVO: PROJETO LUMINOTÉCNICO

ESPECIFICAÇÕES DE DESEMPENHO EM EMPREENDIMENTOS DE HIS

Transcrição:

SIMULAÇÃO E MODELAGEM FOTOREALÍSTICA DE AMBIENTES LUMÍNICOS S F C G Graziano Jr. 1 & F O R Pereira 2 1 - UFSC - Prog. de Pós-Graduação Eng. Produção - Mestrando em Ergonomia Tel. (0XX48)234-0256 983-6143 fax 224-8701 E.Mail c2sig@pobox.udesc.br 2 - UFSC - Departamento de Arquitetura e Urbanismo - LabCon Tel. (0XX48) 331-7080 Fax 331-9550 E.Mail feco@arq.ufsc.br RESUMO - A luz, como tema central nos projetos de arquitetura, define formas, texturas e cores das estruturas arquitetônicas. Devido a muitos fatores, os projetistas deixaram de considerá-la importante. O objetivo deste artigo é mostrar algumas vantagens ao usar a luz como uma das suas ferramentas básicas de projeto, trazendo alguns exemplos em que isso ficou evidente. Muitos programas de renderização incorporam a modelagem da iluminação e essa técnica pode realçar a visualização do projeto. ABSTRACT - Light, as central theme in architectural design, defines forms, textures and colors of the structures. Designers stopped considering it important due to many factors. This paper wants to show great advantages when using the light as one of its basic tools of project bringing some examples where this was evident. Many rendering programs incorporate the global illumination models and this technology can bring your projects to reality. 1 Luz como arte, veículo de expressão arquitetônica e elemento de projeto A luz fascina o homem na percepção do espaço desde épocas pré-históricas e a busca da iluminação, seus efeitos, benefícios e seu controle são bem anteriores aos conhecimentos científicos de hoje. Desde o aparecimento do fogo, passando pelos diversos combustíveis e culminando com a lâmpada elétrica, quando a evolução tornou-se mais acentuada, todo projeto e instalação de iluminação, natural ou artificial, dependia da experiência do projetista, fórmulas desenvolvidas com o passar do tempo e grande parcela de confiança nos efeitos esperados, sem condições de previsão dos mesmos (Pereira/1996).

É adequada a frase de Le Corbusier mencionando que a "arquitetura é a apropriação, o correto e grandioso jogo de massas conduzidos juntamente com a luz", resumindo tal necessidade (Ashdown/1996). Cada vez mais, clientes e usuários finais querem saber como será o resultado da iluminação, como ficarão seus espaços e necessitam de uma antevisão do resultado e discutir opções de salientar e valorizar alguns ângulos de visão, reforçar ambientes com a luz ou dissimular outros. 2 Luz como ciência e um sistema ambiental da edificação Neste sentido, tem-se a satisfação da necessidade da luz como aspecto facilitador das tarefas, além da eficiência do sistema de iluminação, fundamental para a economia de energia, buscada por projetistas, administradores e clientes. Em alguns países, houve incentivos através de taxas reduzidas a grandes consumidores da energia elétrica, muitas vezes subsidiadas por pequenos consumidores finais, ocorrendo desperdícios (Lam/1986). Entretanto, atualmente a preocupação é muito diferente e a tônica é minimizar o consumo, pois a energia elétrica não é tão acessível quanto antes e tornase cada vez mais difícil a construção de novas usinas geradoras, pelos custos diretos e indiretos envolvidos. Mesmo terminada a crise do petróleo da década de 70, quando o custo da energia sacudiu a sociedade, os preços continuam altos e a atenção volta-se para estratégias de uso mais eficiente dos recursos naturais (Pereira/1995). Assim, para se obter os benefícios na utilização da luz natural e complementá-la com a iluminação artificial, sob os dois aspectos, é necessário: apoiar o desenvolvimento da intuição de projeto, usando conceitos de iluminação natural; compreensão, entendimento da responsabilidade do projeto do sistema de iluminação, definindo os papéis dos profissionais envolvidos: arquiteto, engenheiro eletricista, projetista de iluminação; antever resultados com a luz direta, indireta, elementos de controle e de distribuição de luz com métodos completos de análise, incluindo banco de dados sobre a disponibilidade da luz natural, os aspectos de desempenho da iluminação, energia e conforto visual e térmico; Com os atuais recursos da computação gráfica, softwares de modelagem em 3D e renderização fotorealística, é possível a simulação da iluminação dos ambientes, internos e externos. Tal ferramenta mostra sua utilidade na comparação entre os efeitos da luz natural e complementação pela iluminação artificial, tanto sob o aspecto da luz como arte, instrumento de projeto e veículo de expressão arquitetônica, como ciência e um sistema ambiental da edificação. O objetivo deste trabalho é mostrar os benefícios utilizando modelagem fotorealística dos ambientes, pelo tratamento arquitetônico dos espaços e pelo dimensionamento do sistema de iluminação, considerando tanto a iluminação natural como a artificial nas diversas áreas da arquitetura.

3 Aplicação da simulação computacional As aplicações das simulações, mostram vantagens a partir da antevisão do resultado final da obra, com possibilidades de alterações, fornecendo ainda uma melhor apresentação dos projetos, com grande fotorealismo, atendendo projetistas envolvidos, clientes e usuários finais. São apresentadas, a seguir, alguns exemplos de projetos com o auxílio desta ferramenta, tanto na concepção dos espaços, com estudos objetivando melhorar a qualidade visual do ambiente, quanto em reestudo de instalações existentes, visando redução do consumo de energia elétrica, tanto na iluminação artificial como na climatização do ambiente. Foram utilizados os seguintes programas/softwares: - Lightscapes Visualization System - Versão 3 da Lightscape Technologies (processamento da iluminação e renderização) - Autocads R14 da Autodesk e Arqui 3Ds R14 da Grapho para modelagem em 3D do modelo, planos e superfícies. I. Praça de Alimentação do TOP Tower, edifício comercial, projeto do escritório Guiorzi Arquitetos, com iluminação, em malha 2m x 2m, luminárias puntuais e pilares valorizados, iluminados individualmente com um conjunto de 4 spots em cada face. A escolha de revestimentos e cores também considerou aspectos visuais simulados (Fig. 1 e 2). Figura 1.Planta baixa da praça de alimentação em edifício comercial e mini-shoping.

Figura 2. Aspecto da praça de alimentação, salientando pilares com spots e luzes pontuais no teto. II. Sala residencial para ambiente de estar e jantar: a proposta considerou algumas soluções de ambientação como a amplitude da iluminação indireta com sanca, pontos de luz centrais no teto para iluminação geral com opções de iluminação direta, spots sobre o aparador no ambiente de jantar para ressaltar os pratos e a louça e abajures de mesa e de chão para leitura e ar mais íntimo (Fig. 3, 4 e 5). Figura 3. Planta baixa da sala de estar e jantar, indicando diversos pontos de iluminação.

Figura 4.Proposta com iluminação indireta, gerando uma sensação de amplitude do espaço da sala. Figura 5. Proposta com iluminação localizada, onde o pretendido é ter maior intimidade. III. Agência Kobrasol da Caixa Econômica Federal, em São José/SC: situada numa esquina, ambas fachadas envidraçadas, tendo 80 lâmpadas fluorescentes instaladas, de 40W cada, no pavimento térreo; o estudo do aproveitamento da iluminação natural mostra que, para manter o mesmo nível de conforto visual, seria suficiente o acionamento de apenas 36 lâmpadas localizadas na região dos guichês, durante a maior parte do horário de trabalho. Neste caso, devido a mudanças dos níveis de iluminação em função do horário, época do ano e condição de céu, a recomendação é que as luminárias sejam acionadas através de interruptores que agrupem as luminárias considerando a variação das iluminâncias (Fig. 6, 7 e 8).

Figura 6. Planta baixa da agência da Caixa Econômica Federal, pavimento térreo em esquina, envidraçada. Figura 7. A agência bancária apenas com a iluminação natural às 10:00h em 21 de Junho. Figura 8. Simulação às 15:00 h somente cosm luz natural, insuficiente na área dos caixas. Figura 9. Simulação do aspecto da agência às 15:00, céu 50% encoberto e iluminação artificial sobre a área dos guichês de caixa, ligando apenas 36 lâmpadas 40W ao invés das 80 instaladas. IV. Clínica Casa Alpina: o projeto de iluminação das áreas externas, leva em conta a vegetação existente, o paisagismo do conjunto arquitetônico e áreas de convívio com

possibilidades de atividades noturnas, tanto à frente, na via de acesso, que é uma grande avenida com ciclovia, como nos fundos, área arborizada com vegetação nativa, visando maior segurança e valorização da arquitetura - (fig. 10). Figura 10. Clínica Casa Alpina, iluminação vapor de mercúrio, spots no jardim e estacionamento. 4 Resultados possíveis e conclusões Em relação às decisões técnicas, são muito importantes as interações possíveis entre responsáveis pelos projetos arquitetônico, elétrico, executivo, clientes, usuários e fornecedores, de forma a decidir conjuntamente, ainda na fase de projeto, diversas opções de especificações técnicas, preços, cores, potência e antever os resultados sem custos e obras de experimentação e num prazo aceitável. A simulação com iluminação mostrou-se, inclusive, capaz de mostrar o clima psicológico do ambiente, ora mais ora menos íntimo, seguro, agradável a diversas atividades. Com a crescente evolução da representação de projetos - gráfica, simulação fotorealística, vídeo e animação, etc. - há um caminho longo a ser percorrido em diversas áreas do conhecimento e da percepção. Cada vez mais, as decisões de projeto passam pela questão "será que ficará bom?" ou "o resultado ou o clima do ambiente será o que estamos esperando?" Talvez neste último aspecto resida a maior vantagem da simulação fotorealística, quando o cliente "vê e sente" o espaço, trazendo-o de uma visão abstrata do projetista, aproximando o projeto da realidade virtual.

5 Referências bibliográficas Ashdown, I. (1996): Lighting for Architects in Computer Graphics World, vol. 19, nr.8 (Aug 96), pp. 38-46. Lam, W. M. C.: Sunlighting As Formgiver For Architecture, McGraw-Hill, New York 1986 Pereira, F. O. R. (1995): Apostila do Curso Iluminação Natural no Ambiente Construído ministrado no 3 º Encontro Nacional e 1 º Encontro Latino-Americano de Conforto no Ambiente Construído - ANTAC, Gramado/RS. Pereira, F. O. R. (1996): "Iluminação Natural" Apostila do Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina Área de Ergonomia - Conforto do Ambiente Construído / Iluminação.