ESTUDO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO CONTENDO NANOSÍLICA ESTABILIZADA



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Transcrição:

ESTUDO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO CONTENDO NANOSÍLICA ESTABILIZADA Gustavo Braz de Abreu (1) ; Adriana Guerra Gumieri (1) ; José Márcio Fonseca Calixto (1) ; Fabrício Carlos França (2) ; Cláudio Silva (3) ; TECNOSIL/SILICON (1) (2) (3) (4) Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Holcim, Brasil Wanmix, Brasil Tecnosil/Silicon RESUMO A nanotecnologia pode melhorar significativamente as propriedades mecânicas e a durabilidade dos concretos. Em escala nanométrica, a boa dispersão de materiais é um fator essencial para a melhoria das propriedades do concreto. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar as propriedades mecânicas de concreto de alto desempenho contendo nanosílica estabilizada. A incorporação da nanosílica ao aditivo policarboxilato contribuiu para uma melhor aplicação e eficácia do material no concreto, uma vez que a nanosílica se homogeniza com maior facilidade no concreto. Para realização do estudo foram fabricados três diferentes concretos: um contendo nanosílica estabilizada, um outro com uma mistura de sílica ativa e nanosílica estabilizada e um de referência sem sílica ativa e nanosílica. As propriedades mecânicas dos concretos avaliadas foram a resistência à compressão axial e o módulo de elasticidade medidas em três diferentes idades. Os resultados obtidos indicam um aumento substancial nos módulos de elasticidade e na resistência à compressão dos concretos com nanosílica, mesmo com a redução do consumo de cimento. Os resultados também evidenciam que o efeito da nanosílica é potencializado quando a mesma é combinada com a sílica ativa, uma vez que a mistura de partículas de tamanho micro e nanométrico proporciona uma melhoria no desempenho mecânico dos concretos. A atividade pozolânica dos materiais contribuiu para a melhoria dessas propriedades. A nanosílica demostrou ser bastante vantajosa, principalmente se misturada com a sílica ativa. Os resultados indicaram que a nanosílica é uma boa alternativa para se produzir concretos com elevada resistência mecânica e redução no consumo de cimento. INTRODUÇÃO O concreto de alto desempenho é essencialmente um concreto tendo uma baixa relação água/aglomerantes. A resistência da pasta hidratada de cimento utilizada nesse tipo de concreto pode ser melhorada reduzindo sua porosidade, já que um grande número de poros grandes ou vazios, especialmente quando concentrados em um determinado local, reduz a resistência mecânica e a durabilidade do concreto. O tamanho dos grãos dos materiais empregados também influencia nas propriedades do concreto, pois a resistência de uma fase cristalina aumenta com a diminuição do tamanho dos grãos (AITCIN, 2000). A nanotecnologia pode ser considerada uma das mais importantes inovações da ciência na área de materiais. O uso da nanotecnologia pode melhorar

significativamente a propriedade de vários tipos de materiais, tais como plásticos, metais ou fibras de carbono, por exemplo. O uso de nano materiais permite o aumento da superfície de contato e da reatividade, promovendo melhoria nas propriedades dos materiais. A aplicação de nanomateriais na produção de concretos possibilita a melhoria de suas propriedades, pois a resistência mecânica e a vida útil das estruturas do concreto são determinadas por sua microestrutura, assim como pela transferência de massa em nano-escala (GLEIZE, 2007). O uso adequado de nanomateriais pode promover a melhoria das propriedades mecânicas e de durabilidade do concreto e diminuir o peso das estruturas, podendo gerar uma melhora significativa na economia dos recursos naturais, principalmente no que se refere ao consumo de cimento. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar as propriedades mecânicas de concreto de alto desempenho contendo nanosílica estabilizada. Para realização do estudo foram fabricados três diferentes concretos: um contendo nanosílica estabilizada, um outro com uma mistura de sílica ativa e nanosílica estabilizada e um de referência sem sílica ativa e nanosílica. As propriedades mecânicas dos concretos avaliadas foram a resistência à compressão axial e o módulo de elasticidade medidas em três diferentes idades. NANOTECNOLOGIA APLICADA AO CONCRETO A nanotecnologia pode melhorar as propriedades dos materiais cimentícios, tais como, coesão, fluência, fissuração por perda de água por secagem ou sob condições endógenas, resistência mecânica, ductilidade (GLEIZE, 2007; GLEIZE e PELISSER, 2007), porosidade e corrosão em estruturas de concretos reforçadas (CARDENAS et al., 2010). Estudos sobre nanomateriais aplicados aos materiais cimentícios foram realizados por alguns pesquisadores, como por exemplo: LI (2004); LI et al (2004); GENGYING (2004); LI et al (2005); BEAUDOIN (2005); LI et al (2007); MAGHSOUDI et al (2010); GHASEMI et al (2010) e QUERCIA et al (2012). No geral, as pesquisas abordam a adição de nanosílica ou nanotubos de carbono aos cimentos Portland, argamassas e concretos, avaliando as propriedades reológicas, pozolanicidade, resistência à compressão e flexão, aspectos que envolvem a nano e microestrutura e a durabilidade dos produtos cimentícios, entre outras. Em escala nanométrica, a boa dispersão de materiais é um fator essencial para a melhoria das propriedades do concreto. As propriedades mecânicas e dos nanocompósitos são influenciadas pelo nível de dispersão das partículas na matriz. O melhor desempenho de inclusões nanométricas na pasta de cimento é obtido pela distribuição uniforme das mesmas. Segundo YAZDANBAKHSH e GRASLEY (2012), quando uma matriz é constituída de materiais que apresentam partículas de tamanhos grandes, a dispersão máxima das inclusões menores (nanopartículas) é reduzida devido à formação de grandes volumes contíguos que são inacessíveis às nanoinclusões. Quando nanomateriais são utilizados na pasta de cimento, o volume do cimento induz a algum tipo de aglomeração das nano partículas. Na prática, as partículas de cimento podem formar torrões antes e durante a produção da pasta. De acordo com YAZDANBAKHSH e GRASLEY (2012), o tamanho dos torrões pode atingir centenas de mícrons, causando também o agrupamento das nanopartículas. O tamanho das partículas do cimento não é o único fator que influencia na dispersão das nanoinclusões, mas também o percentual utilizado das mesmas. Normalmente, a dispersão de nanoinclusões é mais difícil de ser obtida em relação aos materiais de maior tamanho. O concreto é formado por materiais de diversos tamanhos e

proporções, e também possui porosidade, comportando-se como um meio não contínuo, sendo, portanto, a inclusão de nanomateriais nesse material mais complexa (YAZDANBAKHSH e GRASLEY, 2012). Desta forma, materiais com características dispersantes, quando incorporados ao concreto, permitem a melhoria de suas propriedades. SADRMOMTAZI et al. (2010) citam que nano partículas de SiO 2 mostraram-se muito efetivas no concreto melhorando sua trabalhabilidade, durabilidade e resistência mecânica. A atividade pozolânica da nanosílica na pasta de cimento mostrou-se mais eficiente que a sílica ativa, pois a pozolanicidade depende da superfície específica do material, que é muito mais elevada na nanosílica. Segundo SADRMOMTAZI e FASIHI (2010), o uso da nanosílica também se mostrou eficiente no concreto reforçado com fibras de polipropileno. Quando apenas as fibras de polipropileno foram utilizadas no concreto, sua contribuição não foi muito positiva devido à má dispersão das mesmas. Porém, quando aplicadas juntamente com a nanosílica, o concreto ganhou mais resistência, pois o nanomaterial contribuiu para diminuir a porosidade da zona de transição entre as fibras e a pasta de cimento. Materiais cimentícios suplementares são largamente usados em concretos, seja na composição dos cimentos ou adicionados diretamente na betoneira. Esses materiais podem ser cimentantes, fillers ou pozolânicos. Seu efeito sobre as reações cinéticas é complexo devido à sua interação com as fases do clínquer. Nas primeiras idades, o efeito filer é dominante, levando ao crescimento das reações das fases do clínquer pelo crescimento da taxa de nucleação (LOTHENBACH et al, 2011). A reatividade das pozolanas depende da composição química, do grau de vitrificação e da finura do material, embora esses não sejam os únicos fatores que influenciam na reatividade (TAYLOR, 1987). As pozolanas foram originalmente usadas em concretos e argamassas devido a sua propriedade de reduzir o Ca(OH) 2 liberado durante a hidratação do cimento. O Ca(OH) 2 susceptível a ataques químicos é reduzido, e em seu lugar o C-S-H é formado, aumentando a durabilidade dos concretos (LEA, 1970). As pozolanas artificiais podem ser cinzas volantes, sílica ativa, cinzas de casca de arroz, entre outros materiais originados de processos industriais (LEA, 1970; MALHOTRA e MEHTA, 1996). Em média mundial, os cimentos contêm aproximadamente 5% de gesso, 12 % de materiais cimentícios suplementares (escórias de alto-forno, calcário e pozolanas) e 83% de clínquer (MEHTA, 2010). Devido ao crescimento da substituição de clínquer por materiais cimentícios suplementares, o teor de clínquer dos cimentos está sendo gradualmente diminuído, e consequentemente, as emissões de CO 2 produzidas pela indústria do cimento. Os nanomateriais utilizados como materiais cimentícios podem, portanto, contribuir para a redução dessas emissões. Atualmente, algumas adições minerais sofrem modificações para obtenção de suas partículas em escala nanométrica. A redução do tamanho das partículas pode melhorar as propriedades dos materiais cimentícios tais como o efeito filer e a pozolanicidade. A demanda de água e a trabalhabilidade de pastas de cimento contendo nanosílica foram avaliadas por QUERCIA et al (2012). Segundo os autores, além da atividade pozolânica da nanosílica, as pequenas partículas atuam como pontos de nucleação devido à sua elevada superfície específica, contribuindo para a precipitação do gel de C-S-H, acelerando seu efeito na pasta de cimento. Para teores de adição de nanosílica acima de 1,5% da massa do cimento, a pasta apresentou consistência bastante rija, em consequência do crescimento da área superficial que

produziu altas forças coesivas entre as partículas. A demanda de água também depende do empacotamento e da fração de vazios da pasta. No caso da melhoria do empacotamento entre os grãos, mais água estará disponível para lubrificar as partículas. Nesse estudo, a morfologia predominante das partículas de nanosílica utilizada foi a forma esférica (QUERCIA et al, 2012). A nanosílica reage rapidamente com o hidróxido de cálcio liberado durante a hidratação do cimento produzindo compostos mineralógicos similares aos produzidos pelo cimento, mais concretamente gel de CSH. A diferença do gel de CSH de origem cimento é que a fonte de origem nanosílica apresenta baixa densidade de defeitos e, consequentemente, ótimas propriedades mecânicas. Quando a nanosílica é incorporada a um aditivo orgânico elimina as dificuldades de manipulação e homogenização promovendo melhor desempenho dos concretos (SILICON, 2014). Poucos estudos avaliam o módulo de deformação de concretos com nanomateriais. As propriedades reológicas bem como as propriedades mecânicas e a microestrutura de concreto autoadensável com a adição de nano-sílica foram avaliadas por MAGHSOUDI et al (2010). Os resultados indicaram que houve melhoria da resistência à compressão, flexão e módulo de elasticidade dos concretos com nanosílica. No que diz respeito à mistura de nanosílica e sílica ativa, testes de durabilidade de concretos por penetração de cloretos mostraram que a nanosílica é mais eficiente que a sílica ativa nas mesmas condições. No entanto, em relação à mistura desses materiais, a combinação de ambas no concreto indicou melhor desempenho quando adicionadas isoladamente (GHASEMI et al., 2010). METODOLOGIA DA PESQUISA MATERIAIS UTILIZADOS O cimento utilizado nessa pesquisa foi o CPV ARI - PLUS por não conter adições pozolânicas ou escórias. As características do cimento estão na Tabela 1. Tabela 1 - Características do cimento Portland CP V ARI - PLUS. Análise Química Ensaios Resultados Limites NBR 5733 Resíduo Insolúvel (%) 0,73 1,0 Perda ao Fogo 1000 o C (%) 3,63 4,5 Perda ao Fogo 500 o C (%) 0,76 - SiO 2 (%) 19,37 - Al 2 O 3 (%) 4,73 - Fe 2 O 3 (%) 2,98 - CaO (%) 63,58 - MgO (%) 0,70 6,5 SO 3 (%) 2,98 4,5 CO 2 (%) 2,65 3,0 K 2 O (%) 0,82 - C 3 A (teórico) (%) 7,80 -

Ensaios Físicos Área Específica Blaine (cm²/g) 4742 3000 Massa Específica (g/cm³) 3,07 - Finura Peneira # 400 (%) 2,5 - Início de Pega (min) 131 60 Fim de Pega (min) 188 600 Ensaios Mecânicos Resistência à Compressão (MPa) 1 Dia 28,7 14,0 3 Dias 40,5 24,0 7 Dias 44,8 34,0 28 Dias 54,0 - O agregado miúdo utilizado nos concretos foi uma areia lavada quartzosa, com módulo de finura igual a 2,40. O agregado graúdo adotado foi rocha gnaisse, de massa específica igual a 2,680 g/cm 3. Adotou-se uma proporção de 80 %, em massa, de rocha gnaisse de dimensão máxima característica de 19 mm e 20 %, em massa, de rocha gnaisse de dimensão máxima característica 12,5 mm. As dimensões dos agregados foram escolhidas em função do grande uso em concretos usinados no mercado da região metropolitana de Belo Horizonte. Nesta pesquisa também se utilizou a adição de sílica ativa. Esse material apresenta teor de SiO 2 maior do que 85%, superfície específica de 20000 m 2 /kg, massa específica de 2,220 g/cm 3 e formato de partícula esférico. O tamanho típico das partículas de sílica ativa está compreendido entre 200 e 1000 nm. A sílica ativa utilizada encontrava-se na forma de suspensão em água, em proporção 50:50. A quantidade de água presente na suspensão da sílica ativa foi descontada da água do traço do concreto a ser colocada na betoneira, mantendo-se, dessa forma, a relação água/cimento do mesmo. A nanosílica utilizada na pesquisa encontrava-se adicionada ao aditivo químico descrito na Tabela 2. A nanosílica se encontra dispersa homogeneamente no aditivo possibilitando sua perfeita dispersão na massa do concreto. O tamanho típico das partículas de nanosílica está compreendido entre 3 e 200 nm. Tabela 2 Características do aditivo SILICON NS AD 200. Nome do Produto SILICON NS AD 200 Identificação do Produto Aditivo de alta redução de água/superplastificante - Tipo II (SP-IN) / Aditivo neutro Nome Químico Policarboxilato modificado com nanosílica Faixa de Concentração 30,0 % Empregou-se um aditivo plastificante multifuncional retardador de pega, de densidade igual a 1,23 g/cm³. Esse aditivo pode ser utilizado em conjunto com aditivos superplastificantes e incorporadores de ar. A água utilizada foi a de abastecimento na região metropolitana de Belo Horizonte, fornecida pela COPASA.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Para a realização dos ensaios foram fabricados três diferentes concretos, de acordo com a Tabela 3, onde os consumos dos materiais apresentados são por metro cúbico de concreto. O primeiro traço, descrito na Tabela 3, é o traço de referência, sem a adição de nanosílica e sílica ativa. O segundo traço possui adição de apenas nanosílica. Já o terceiro traço possui tanto a nanosílica quanto a sílica ativa. Os traços foram dosados para uma resistência característica à compressão f ck igual a 45 MPa e slump de 120 ± 20 mm. A sequência de colocação dos materiais na betoneira foi: 1) Colocação dos agregados graúdos na betoneira 2) Adição de metade da água do traço 3) Mistura até que todo o agregado miúdo ficasse molhado 4) Adição dos aglomerantes (cimento e sílica ativa) 5) Mistura por 30 segundos 6) Adição do aditivo modificado com nanosílica (traços contendo nanosílica) 7) Mistura por 30 segundos 8) Adição dos agregados miúdos 9) Mistura por 30 segundos 10) Adição do restante da água pouco a pouco, até a obtenção do abatimento desejado 11) Mistura por 60 segundos. Tabela 3 - Traços dos concretos. Concreto Referência Nanosílica Nanosílica e Sílica Ativa a/c 0,41 0,41 0,41 a/agl 0,41 0,41 0,40 Traço 1 : 1,26 : 0,43 : 1,72* 1 : 1,93 : 0,52 : 2,07* 1 : 1,84 : 0,50 : 2,01* Cimento (kg) 483 401 401 Areia (kg) 610 774 740 Brita 0 (kg) 208 207 202 Brita 1 (kg) 832 830 807 Água (l) 199 165 165 Aditivo plastificante (kg) 3,86 (0,80%)** 3,21 (0,80%)** 3,21 (0,80%)** Suspensão de Sílica Ativa (kg) - - 28,07 (7,0%)** Policarboxilato modificado com - 2,81 (0,70%)** 2,09 (0,52%)** nanosílica (kg) * Cimento : areia : brita 0 : brita 1 ** Percentual em relação à massa de cimento A trabalhabilidade dos concretos foi medida de acordo com a norma brasileira NBR 7223: Concreto - determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone (ABNT, 1992). Os corpos de prova de concreto foram moldados segundo a norma NBR 5738: Concreto procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova (ABNT, 2003) em fôrmas de 10 cm de diâmetro por 20 cm de altura. No total foram moldados 45 corpos-de-prova, sendo 15 para cada traço. O adensamento dos corpos de prova foi realizado em duas camadas usando-se uma haste de adensamento. Após 24 horas, os corpos de prova foram desmoldados e imersos em tanque com água até a

data dos ensaios. Antes de serem ensaiados, os corpos de prova passaram por processo de retificação das superfícies superior e inferior, empregando-se um aparelho retificador. Os procedimentos de estudo de dosagem dos traços, trabalhabilidade, moldagem, cura e retificação dos corpos de prova foram executados no laboratório de concreto da empresa Wanmix, em Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil. Os ensaios de resistência à compressão foram realizados conforme a norma NBR 5739: Concreto - ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (ABNT, 1996). Foram rompidos 5 corpos-de-prova de cada traço para as idades de 3, 7 e 28 dias. Inicialmente, foram rompidos 2 corpos de prova para a determinação dos carregamentos adotados nos ensaios de módulo de deformação. Os ensaios de módulo foram realizados segundo a norma NBR 8522: Concreto determinação do módulo estático de elasticidade à compressão (ABNT, 1996). Foram ensaiados 3 corpos-de-prova de cada traço, nas idades de 3, 7 e 28 dias. As leituras das deformações foram obtidas por medidores elétricos (LVDT). A tensão superior correspondeu a 40% da resistência à compressão medida em cada idade. Os ensaios para avaliação das propriedades mecânicas dos concretos foram realizados em uma prensa Mohr FederHaff Losenhausen com capacidade de 200 toneladas. Ambos os ensaios foram realizados no laboratório de concreto da fábrica da Holcim, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Brasil. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 4 apresenta os resultados de resistência média à compressão dos concretos em cada uma das idades com seus respectivos desvios-padrão; a Figura 1 ilustra esses resultados. Os valores dos desvios-padrão foram para todos os concretos e em todas as idades inferiores a 5 % da resistência medida na respectiva idade. Tabela 4 - Resistência à compressão dos concretos Resistência Média à Compressão (MPa) Concreto Idade = 3 dias Idade = 7 dias Idade = 28 dias Referência 50,0 ± 1,90 57,7 ± 1,36 70,0 ± 0,87 Nanosílica 64,4 ± 1,82 69,2 ± 1,67 76,6 ± 1,58 Nanosílica e Sílica Ativa 64,6 ± 1,36 79,3 ± 1,28 86,5 ± 1,74

3 dias 7 dias 28 dias Figura 1 - Resistência à compressão Resumo dos resultados. Com relação à resistência à compressão dos concretos, o traço somente com nanosílica obteve um acréscimo na resistência de 29% aos 3 dias, 20% aos 7 dias e 9% aos 28 dias, em relação ao traço de referência. Já o traço com a mistura de nanosílica e sílica ativa obteve um aumento de 30% aos 3 dias, 37% aos 7 dias e 24% aos 28 dias. Pelos resultados da Figura 1, conforme esperado, observou-se que a combinação da nanosílica com a sílica ativa (micro sílica) é mais eficiente com relação à resistência à compressão. Os melhores desempenhos para as idades de 7 e 28 dias podem estar relacionados ao desenvolvimento da atividade pozolânica de ambos os materiais. A Tabela 5 apresenta os valores médios do módulo de elasticidade estático secante dos concretos em cada uma das idades; a Figura 2 ilustra esses resultados. Os valores dos módulos foram calculados de acordo com as prescrições NBR 8522 (ABNT, 1996) com a tensão superior igual a 40% da resistência à compressão medida em cada idade. Tabela 4 Módulo de elasticidade estático secante dos concretos Módulo de elasticidade estático secante (MPa) Concreto Idade = 3 dias Idade = 7 dias Idade = 28 dias Referência 30660 33710 34850 Nanosílica 38780 40850 39800 Nanosílica e Sílica Ativa 36920 38970 39800

3 dias 7 dias Figura 2 - Módulo de Deformação Resumo dos resultados. Os resultados mostrados na Figura 2 mostram um aumento significativo no módulo de elasticidade estático secante para os concretos com nanosílica e com combinação desta com a sílica ativa em relação ao concreto de referência para todas as idades estudadas. No entanto, para as idades de 3 e 7 dias ocorreu uma ligeira redução do módulo de elasticidade do concreto com nanosílica em relação ao concreto com a combinação dos dois materiais. Os resultados dessa pesquisa foram obtidos com uma economia de 82 kg de cimento por metro cúbico de concreto, representando 17% do consumo de cimento para o traço de referência. Observou-se, também, que os resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão são bastante superiores a resistência característica à compressão estipulada de 45 MPa aos 28 dias ou a resistência de dosagem (f cj ) considerando-se o desvio padrão para esta mesma idade. CONCLUSÕES De acordo com a análise dos resultados obtidos, observou-se um aumento substancial no módulo de elasticidade e na resistência à compressão dos concretos com nanosílica, mesmo com a redução do consumo de cimento. Os resultados evidenciam que o efeito da nanosílica é potencializado quando a mesma é combinada com a sílica ativa, uma vez que mistura de partículas de tamanho micro e nanométrico proporciona melhoria no fator de empacotamento das partículas, contribuindo para a diminuição da porosidade do concreto, e melhorando, assim, suas propriedades mecânicas. Além disso, a atividade pozolânica dos materiais contribui para a melhora dessas propriedades.

O fato da nanosílica já ser incorporada ao aditivo policarboxilato contribuiu para uma melhor aplicação e eficácia do material no concreto, promovendo melhor homogenização e maior facilidade de manuseio do concreto. O uso da nanosílica demonstrou ser bastante vantajoso, principalmente se misturada com a sílica ativa. Os resultados indicaram que a nanosílica é uma boa alternativa para que se produzam concretos com elevada resistência mecânica e redução no consumo de cimento. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à CAPES pelo suporte financeiro para o desenvolvimento dessa pesquisa, às empresas Wanmix Concreteira e Holcim Cimentos pelo suporte técnico para realização dos ensaios da pesquisa e à Tecnosil/Silicon pelo fornecimento da sílica ativa e da nanosílica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 67 Concreto determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1998. ABNT NBR 5733 Cimento Portland de alta resistência inicial. Rio de Janeiro, 1991. ABNT NBR 5738 Concreto procedimento para moldagem e cura de corpos-deprova. Rio de Janeiro, 2003. ABNT NBR 5739 Concreto ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos de concreto. Rio de Janeiro, 1996. ABNT NBR 7223 Concreto: determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1992. ABNT NBR 8522 Concreto determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2008. AITCIN, P. C. Concreto de Alto Desempenho. São Paulo, PINI, 2000. BEAUDOIN J.J. Nanotechnology and concrete: Small Science for big changes. National Research Council Canada, Ottawa, Canada, 2005. CARDENAS, H.; KUPWADE-PATIL, K.; EKLUND, S. Corrosion mitigation in mature reinforced concrete using nanoscale pozzolan deposition. In: 2 nd International Conference on Sustainable Construction Materials and Technologies. Proceedings, Ancona, Milwaukee: UWM Center, 2010, v. 1, p. 29-40. GENGYING L.; Properties of High-volume ash concrete incorporating nano-sio 2. Cement and Concrete Research, Pergamon, 2004, v. 43, p. 1043-1049.

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