Clipping Nacional. Educação



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Transcrição:

Clipping Nacional de Educação Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2014 Capitare Assessoria de Imprensa SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.capitare.com.br

27/01/14 4711 O PAÍS SEM TERMINAR A ESCOLA, ALUNOS VÃO À FACULDADE Continua

Continuação 27/01/14

27/01/14 4712 O PAÍS

27/01/14 4713 EDITORIAL Examinar os médicos São desoladores os resultados do exame de proficiência aplicado aos estudantes que se formaram em 2013 nas faculdades de medicina do Estado de São Paulo. Quase 60% dos 2.843 futuros profissionais submetidos ao teste revelaram-se incapazes de acertar pelo menos 3 a cada 5 questões de múltipla escolha propostas pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e foram, por isso, reprovados. A situação das instituições privadas é especialmente preocupante. Enquanto o índice de reprovação nas faculdades públicas foi de 34%, nas particulares --onde está a maioria dos alunos-- nada menos que 71% não conseguiram ter desempenho satisfatório. Infelizmente, não há nenhuma novidade nesses números. Desde 2005, quando o conselho profissional paulista começou a aplicar o exame, repete-se o padrão pífio, sem sinais de evolução. Resta evidente, e de forma categórica, a precariedade dos cursos de medicina, mas este nem é o pior aspecto desse quadro. Mais grave é o fato de que os recémformados, mesmo reprovados, não são impedidos de exercer a medicina. Embora a prova do Cremesp seja obrigatória desde 2012, o candidato não precisa ser aprovado. Basta comprovar sua participação no teste para obter o registro profissional, sendo considerado, no mais das vezes de um ponto de vista puramente burocrático, apto a prestar atendimento à população. O próprio Cremesp reconhece o absurdo desse modelo em que médicos com comprovadas deficiências na formação são autorizados a atuar na área da saúde. Desnecessário lembrar que os prejuízos causados por equívocos nesse campo podem ser irreparáveis. A questão, todavia, só pode ser resolvida por meio de legislação federal. Está além, portanto, da competência do conselho estadual paulista --que, além de ser favorável à obrigatoriedade de aprovação no teste como precondição para o ingresso na carreira médica, é o único que avalia os formandos. Eis por que esta Folha defende a aprovação, pelo Congresso, de verdadeiro exame nacional de habilitação para a medicina. Por razões óbvias, os reprovados não deveriam ser admitidos na profissão. A segurança e a saúde da população, é isso o que está em jogo.

27/01/14 4714 TEC 97% das crianças brasileiras usam internet, diz estudo Cerca de 54% de crianças entre 6 e 9 anos têm Facebook no Brasil, mais que o triplo da média mundial, diz AVG Psicóloga diz que uso da tecnologia não é um problema em si, mas que pode potencializar bullying, por exemplo YURI GONZAGA DE SÃO PAULO Praticamente toda criança brasileira com idade entre 6 e 9 anos filha de pai ou mãe que usa internet está conectada, e mais da metade delas está no Facebook, segundo um estudo feito pela empresa de cibersegurança AVG. A pesquisa, baseada em 5.423 entrevistas on-line com pais de nove países além do Brasil, realizadas em dezembro último, será divulgada globalmente na quarta-feira --a Folha teve acesso exclusivo à íntegra dos dados. Seiscentos pais ou mães foram entrevistados no país. Cerca de 49,1% dos brasileiros com 10 anos ou mais, ou 86 milhões de pessoas, usam a internet, diz o IBGE. A proporção do uso infantil de internet por aqui, de 97%, é alta, mas destoa pouco da média dos outros países pesquisados, de 89%. Já em relação à presença de crianças no Facebook (a rede estabelece idade mínima de 13), a taxa brasileira, de 54%, é mais que o triplo da dos demais (16%) e nove vezes superior à da Austrália. "Vemos que os dados para o uso da tecnologia são mais altos no Brasil que em qualquer outra parte do mundo", diz Tony Anscombe, executivo de segurança da AVG. Para ele, há a necessidade de educar pais sobre a necessidade de restringir o uso que a criança faz do PC e de dispositivos móveis, para evitar problemas de privacidade. "A criança pode, querendo ou sem querer, entrar em um site e fazer uma compra", diz. "Imagine se meu filho acessa o aplicativo de e-mail, o do banco, publica uma foto errada - -ele pode devastar minha vida profissional." Segundo ele, esse tipo de situação é comum por causa do ato de ceder aparelhos a filhos a fim de entretê-los. Anscombe está de passagem pelo Brasil para divulgar um livro digital da AVG sobre o tema, "Proteja Nossas Crianças e Jovens", (grátis, disponível em bit.ly/proteja). Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC- SP, a privacidade das informações da criança é um dos principais problemas do uso irrestrito da internet. "Funciona como na vida: o pai não deve deixar uma criança de 6 anos fazer certas coisas sozinha", diz. "Os pais devem acompanhar o uso da internet e impor limites, como permitir uma só foto no Facebook." A internet, segundo Ruffo, não causa o problema, mas pode amplificá-lo, como no caso do bullying virtual. "Quando a criança é provocada na escola, dá o horário e acabou. Já pela internet, aquilo invade a casa, e ela não sabe o que fazer." Apesar de considerar que o contato com a tecnologia seja necessário para a educação e a vida profissional desde cedo, diz que acha "errado uma criança com menos de 10 anos ter seu próprio tablet, seu próprio celular. Ela não tem maturidade." QUEREMOS MAIS Segundo um estudo da Microsoft divulgado na sexta (24), 79% dos pais em países desenvolvidos acham que crianças deveriam ter mais acesso a ferramentas tecnológicas, e 58% deles creem que a tecnologia amplia a percepção do mundo delas --ante 34% em países ricos. A pesquisa foi realizada com 10 mil entrevistas on-line, 1.000 delas no Brasil.

27/01/14 4715 ESPAÇO ABERTO A ponte entre educação e economia João Batista Araujo Oliveira* A última rodada do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (Pisa), divulgada no final do ano passado, mostra que o Brasil continua firme no ranking entre os países com pior desempenho em educação. E os melhores países continuam os mesmos, com algumas mudanças de posição. As sete primeiras são ocupadas pelos asiáticos. A diferença entre os alunos do país mais bem colocado - China, Xangai - e os do Brasil é de mais de 200 pontos, ou seja, o equivalente a cinco anos escolares. É com países desse naipe educacional que competimos na arena internacional. É fato que não se podem esperar grandes mudanças a cada aplicação do Pisa. Para isso acontecer teria sido necessário um esforço gigantesco dos brasileiros, o que não ocorreu. O que chama mesmo a atenção, contudo, é o silêncio e o alheamento dos responsáveis pela política econômica e das lideranças empresariais diante da situação educacional do Brasil em relação ao restante do mundo. Afinal, o Pisa é a ponte que liga a educação à economia do conhecimento. Concebido na virada do século por especialistas reunidos pela Organização de Cooperação para Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa logo se tornou um benchmark, o termômetro da qualidade internacional da educação. A cada ano é maior o número de países que adere a esse teste, aplicado a cada três anos e que é original em várias dimensões. A característica mais importante do Pisa é a de que a avaliação afere habilidades consideradas essenciais para o sucesso do jovem na escola, no mercado de trabalho e na vida da economia do século 21. O teste está para a sociedade do conhecimento da mesma forma que saber ler e escrever estava para os primórdios da Revolução Industrial. É preciso ressaltar que o Pisa não é um teste escolar, ele mede a capacidade das pessoas de mobilizar conhecimentos das três disciplinas escolares básicas - Linguagem, Matemática e Ciências - para lidarem com informações e problemas do mundo real. É tudo o que um empresário gostaria de saber antes de recrutar um novo funcionário. O Pisa faz isso. O Pisa também traz outro alerta importante para o setor produtivo: a escola deve preparar o aluno para continuar a estudar e para resolver os problemas concretos do mundo. Mas para isso é preciso existir um ensino rigoroso das disciplinas básicas no ensino fundamental. Profissionalização é assunto para o ensino médio e deve ser realizada em instituições com vocação específica, não relegadas a status inferior em escolas de educação geral. Os dados colhidos na aplicação dos testes também revelam a importância da disciplina, da pontualidade e do respeito aos professores para o sucesso escolar dos alunos. Crianças que faltam ou se atrasam já na pré-escola se situam entre as de pior desempenho mais tarde. A escola não é fábrica. A educação escolar, contudo, deve ser também educação para a cidadania e para os valores do mundo do trabalho. Estudos realizados com alunos que fizeram o primeiro teste do Pisa, em 2003, comprovam a sua validade preditiva quanto ao desempenho acadêmico e profissional dos jovens nas economias globalizadas. Não por acaso, em pouco menos de dez anos o Pisa virou uma espada de Dâmocles pairando sobre os países Continua

Continuação 27/01/14 industrializados, levados a ajustar os seus sistemas educativos aos resultados do teste. Da última rodada do Pisa participaram 65 países. O Brasil ficou entre os seis e/ou os oito piores, dependendo da disciplina considerada - Linguagem, Matemática e Ciências. O mais preocupante é a quantidade de alunos brasileiros abaixo do mínimo, o nível 2 - em Matemática são mais de 67%. Nos países da OCDE, com os quais competimos comercialmente, 23% dos alunos estão abaixo desse nível. Outro dado que deveria preocupar as elites brasileiras: em média, 12,6% dos alunos dos países da OCDE alcançam o patamar superior da prova. Esse porcentual no Brasil é de apenas 0,8%. Não cuidamos das categorias de base nem do grupo de elite. A média dos alunos de nossas escolas particulares fica a uma boa distância abaixo da dos países mais desenvolvidos. E por aí vai. O Brasil participa do Pisa desde a primeira rodada e tem mostrado alguns avanços. Mas a maior parte deles não se deve a melhoras na educação, e sim na economia. O melhor desempenho econômico das famílias e a escolaridade dos pais estão entre os fatores que explicam o avanço dos alunos. No País é a economia que melhora a educação, e não vice-versa. Nada que justifique qualquer demonstração de euforia. O comentário mais interessante sobre os resultados dos Estados Unidos no Pisa de 2012 veio do economista Erik Hanushek, da Universidade Stanford. Disse ele: "Nossa economia ainda continua forte porque temos um bom sistema econômico capaz de superar as deficiências de nosso sistema educativo". Mudar a educação não é fácil. Se fosse, muitos países teriam um sistema educacional muito melhor. Mas os caminhos para que isso ocorra são conhecidos e são muito diferentes dos que vimos trilhando ou do que está delineado no Plano Nacional da Educação (PNE). Em qualquer país, uma reforma educativa requer o estabelecimento de um consenso e uma mobilização em torno de ideias básicas e cientificamente fundamentadas, como currículo, avaliação, formação e carreira de professores e gestão. Requer foco e capacidade de definir prioridades, sem açodamento. E requer também uma enorme capacidade de implementação adequada, no caso, ao nosso modelo federalista de governo. Se Erik Hanushek teme que a economia americana não venha a se tornar robusta o suficiente para financiar um sistema educacional que se situe na média do dos países da OCDE, o que diria ele da economia brasileira? Penso que não compartilharia a euforia que o ministro da Educação do Brasil tem demonstrado. *João Batista Araujo Oliveira é presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB).

27/01/14 4716 METRÓPOLE Institutos de pesquisa são esvaziados Continua

Continuação 27/01/14 Continua

Continuação 27/01/14 Continua

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Continuação 27/01/14

27/01/14 4717 METRÓPOLE Continua

Continuação 27/01/14

27/01/14 4718 METRÓPOLE Esporte estará em todas as disciplinas Bárbara Ferreira Santos e Victor Vieira Antes restrito à Educação Física e aos torneios entre as turmas, neste ano o futebol será assunto de diversas disciplinas. Professores vão usar o tema da Copa em toda a grade curricular. Em História, será possível ver a trajetória dos países participantes do evento, enquanto na Biologia poderão ser abordadas as transformações do corpo dos atletas durante a prática esportiva. As atividades devem começar a partir de hoje, primeiro dia de aula na maioria das escolas particulares de São Paulo e da rede estadual - na rede municipal, o início será no dia 3. "O que a gente vai mostrar para o aluno é que uma Copa é mais do que um jogo de futebol", diz o coordenador de esportes do Colégio Visconde de Porto Seguro, Alexandre Calixto. Os alunos das três unidades farão uma copa interna e uma competição com colégios convidados. "Em ano de Copa, a comemoração é grande na escola", diz o aluno Isac Werthajn Júnior, de 12 anos. "Não vou perder os torneios." Cultura. Além das competições de futebol, há escolas que apostam nas gincanas culturais, como o Colégio Módulo, que fará o "Desafio cultural: história da Copa". Em outras, o Mundial vai parar em jogos de computador feitos pelos alunos, como no Colégio Santa Maria, onde a oficina de games terá o torneio como tema. Na rede estadual, o campeonato já foi o tema da etapa decisiva da Jornada de Matemática do ano passado. Além de aproveitar o Mundial nas disciplinas, a ideia para este ano é usar o tema nas feiras e atividades culturais nas escolas, realizadas nos fins de semana com pais, alunos e professores. "São projetos interdisciplinares que exploram situações ricas de aprendizagem", explica Rosânia Morrone, subsecretária de Educação do Estado. Nos 224 Centros de Estudos de Línguas (CEL) do Estado, que oferecem aulas de idiomas para alunos do ensino fundamental e médio, a Copa também está nas aulas. No CEL da Escola Estadual Fadlo Haidar, em Itaquera, na zona leste, os alunos já planejam fazer até um jornal com os depoimentos de turistas do exterior coletados durante a Copa.

27/01/14 4719 METRÓPOLE Ata pública leva a economia de 50% em materiais escolares Sistema de licitação única feita pelo MEC permite que Estados e municípios economizem milhões nas compras Marina Azaredo e Victor Vieira - Uma ata pública de preços permitiu que 74 municípios e 5 Estados economizassem 49,6% nas compras de materiais escolares para escolas públicas entre 2013 e este ano. Os valores são tabelados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), e servem de referência para o contrato entre secretarias e fornecedores. A redução total de gastos foi de R$ 57,3 milhões. O ministério faz uma licitação única para todo o País pelo sistema de Registro de Preços Nacional, que define valores de kits - com cadernos, lápis, borrachas e outros materiais - para cada região e nível da educação, da infantil até a de jovens e adultos. A pasta que adere ao sistema pode negociar diretamente com os fornecedores regionais com base na concorrência de preços do MEC. Os preços são válidos até julho de 2014. De acordo com o FNDE, o Registro de Preços Nacional gerou entre 2008 e 2012 economia de R$ 2,6 bilhões nos gastos com educação, desde compra de ônibus escolares até tablets para professores. A escolha do método de compra de materiais escolares não é prevista por legislação e fica a critério da administração local. A presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação, Cleuza Repulho, diz acreditar que o sistema facilita a compra pelas prefeituras. "O ministério consegue melhor valor de compra por causa da escala da licitação. Com isso, conseguimos materiais de ótima qualidade por um preço vantajoso", afirma Cleuza, que está à frente da pasta de Educação de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, conta que fez economia de quase R$ 6 milhões. Em São Paulo, maior rede municipal de ensino do País, com mais de 741 mil estudantes, a economia estimada na compra de kits escolares é de aproximadamente R$ 20 milhões em relação ao ano passado. Já a Secretaria da Educação do Estado não aderiu à ata do FNDE. Alternativas. Outro modelo de compra de materiais que substitui as licitações é o uso do cartão ou vale material escolar, em que os pais recebem os subsídios para adquirir os itens diretamente nas papelarias. Pelo menos nove redes de ensino do País adotam o formato: o Distrito Federal e oito cidades, seis delas no Estado de São Paulo, a maioria de pequeno porte. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abifiae), Rubens Passos, o sistema de cartões ou vales evita desvios de dinheiro. "A licitação é um sistema falido, em que as fraudes são bastante comuns", diz. Para ele, outros pontos favoráveis são o estímulo ao comércio local e a maior autonomia proporcionada a pais e estudantes. "Muitos jovens não gostam de andar com cadernos que têm o carimbo da Prefeitura ou do Estado. Boa parte desse material acaba desperdiçado", afirma. O Cartão Material Escolar do Distrito Federal, que existe desde o começo do ano passado, atende a 130 mil alunos da rede pública que têm famílias cadastradas no Programa Bolsa Família. Os demais estudantes da rede compram os materiais escolares com recursos próprios. O secretário de Micro e Pequena Empresa do Distrito Federal, Antônio Augusto de Moraes, faz avaliação positiva do primeiro ano. "O programa traz bons resultados para a sociedade e o setor empresarial", diz. Pelas contas da pasta, cerca de R$ 36 milhões em compras de materiais escolares vão para papelarias de pequeno e médio porte. Se houvesse licitação, apenas um fornecedor ficaria com o montante.

CORREIO BRAZILIENSE 27/01/14 4720 CIDADES Educação Segunda chamada do Sisu Hoje é dia de conhecer a segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), segundo programação do Ministério da Educação. A matrícula será entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, e é preciso ficar ligado porque quem perder o prazo também fica sem a vaga. O local, o horário e os procedimentos para a inscrição devem ser verificados pelo estudante na escola em que foi selecionado. O Sisu oferece, este ano, 171.401 vagas em 4.723 cursos de 115 instituições públicas de educação superior. As oportunidades são disputadas por 2.559.987 inscritos. O candidato que não foi selecionado para a primeira opção de curso poderá participar da lista da espera. Entre 27 de janeiro e 7 de fevereiro, fica aberto o prazo para adesão à lista, também na internet. A convocação desses candidatos ocorre a partir de 11 de fevereiro.

Agência BRASIL ECONÔMICO http://www.brasileconomico.ig.com.br 27/01/2014 Educação : Conferência Nacional é adiada O Fórum Nacional de Educação (FNE) adiou a 2ª Conferência Nacional de Educação (Conae). O evento, agendado para 17 a 21 de fevereiro, em Brasília, foi remarcado para 19 a 23 de novembro de 2014, depois das eleições presidenciais. A decisão foi divulgada na última sexta-feira. Em nota, o FNE lamenta o adiamento e diz que isso foi feito por decisão administrativa do Ministério da Educação. ABr

26/01/14 4721 TENDÊNCIAS & DEBATES Ética do cuidado LYGIA VAMPRÉ HUMBERG E LEOPOLDO FULGENCIO Programas voltados ao cuidado com a primeira infância seriam mais eficazes no combate ao crack do que as campanhas em vigor Sucessivas ações de combate à epidemia de crack têm acumulado derrotas no decorrer dos anos. Especialistas e leigos reconhecem a profundidade do problema e a insalubridade a que se submetem os dependentes químicos. Até o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em 2011, apresentou-se como protagonista do documentário "Quebrando o Tabu", reconhecendo a urgência de uma ação mitigadora. Muito investimento financeiro e afetivo e, o que é pior, muitas vidas são ceifadas. A prevenção, em geral, aparece na forma de campanhas dedicadas a mostrar os malefícios da droga (como se os usuários não soubessem, a cada uso, de seu poder corrosivo), ou na forma de práticas repressivas, sob o lema da "tolerância zero!". A experiência mostra, porém, que a repressão, ainda que não possa deixar de existir, não tem logrado vitórias. O problema fundamental, que deveria ser o foco de qualquer ação preventiva, mas não é, concentra-se no motivo pela qual alguns seres humanos procuram e ficam dependentes das drogas. A resposta padrão dá conta de que a droga fornece prazer imediato. Basta um olhar um pouco mais demorado para que se note que, principalmente nos casos de dependência patológica, não é o prazer que dá as cartas. É certo que o uso de substâncias alteradoras dos estados de consciência faz parte dos hábitos humanos. Mas é o uso patológico e destrutivo, a escravidão à droga, que está em questão. Onde poderíamos encontrar a gênese dessa patologia? Psicanalistas como Donald Winnicott e Joyce McDougall propuseram a hipótese de que as drogas são uma tentativa do indivíduo de encontrar-se a "simesmo" ("self"), ainda que, paradoxalmente, elas desintegrem o corpo e a vida. Para nós, as drogas são uma tentativa fadada ao fracasso, uma vez que não fornece duradouramente a integração procurada. Trata-se de uma solução, além de efêmera, externa para um problema interno! A origem das adições deve ser buscada na primeira infância, não propriamente localizada em algum trauma, mas em situações que possam ter produzido quebras significativas no sentimento de ser e de continuar sendo. São elas que estão na origem das adições, como também na de outros distúrbios mais graves, como a psicose e a atitude antissocial (ainda que fatores constitucionais possam contribuir, como uma série complementar, para a instalação dessas patologias). Se houvesse programas voltados para os cuidados com as mães e o ambiente de sustentação da primeira infância, ou seja, o fornecimento de ambientes humanos confiáveis, estáveis e previsíveis, atendendo às necessidades básicas de comida e contato afetivo, isso nos levaria à constituição de pessoas eticamente mais estruturadas. Uma ética do cuidado produzindo seres humanos que cuidam de "simesmos" ("selves") e dos outros. Não é vaga a afirmação de Winnicott segundo a qual é no brincar (infantil ou adulto) que o ser humano encontra a "simesmo". Continua

Continuação 26/01/14 Esse brincar, mais do que uma ação que faz rir, corresponde a uma atividade criativa, individual ou coletiva, na qual o ser humano encontra tanto a "simesmo" quanto, no brincar compartilhado, os outros; tal como ocorreria na vida cultural saudável, que nada mais seria do que o brincar do adulto. A constituição de ambientes de sustentação da infância, nessa perspectiva de compreensão do desenvolvimento emocional dos seres humano, seria uma atitude preventiva que, como se diz, poderia cortar o mal pela raiz. Programas sociais com esse objetivo seriam mais eficazes e menos custosos do que os bilhões que têm sido gastos com as propagandas de conscientização e com as atividades de repressão. LYGIA VAMPRÉ HUMBERG, 44, é membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e faz doutorado sobre vícios na USP LEOPOLDO FULGENCIO, 54, é professor doutor do programa de pós-graduação em psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas

26/01/14 4 7 2 2 MERCADO ABERTO Sala de aula O Santander, o Insper e a Universidade de Cantábria criaram, em parceria, um curso de MBA em bancos e mercados financeiros. O início das aulas está previsto para maio. Dividido em quatro módulos, o curso terá aulas no Brasil e na Espanha.

26/01/14 4723 ESPECIAL Falta de informação complica decisão Ao optar por curso, profissional deve fazer uma autoavaliação Aluno deve analisar se planeja continuar na mesma área e se quer ser chefe DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO Quem quiser fazer uma pós graduação tem 5.560 cursos que permitem seguir na carreira acadêmica, segundo dados da Capes, o setor do Ministério da Educação que regulamenta os cursos de mestrado e doutorado. Se o intuito for fazer aulas de aperfeiçoamento profissional, que não dão créditos dentro das universidades, o número é ainda maior, diz Marcelo Saraceni, presidente da associação de instituições de pós-graduação. Ele estima que existam pelo menos 125 mil cursos no Brasil, das mais distintas durações e especialidades. "É facílimo se perder no emaranhado de opções", diz a consultora Claudia Gonçalves, especializada nesse tipo de formação. Ela sugere que, antes mesmo de pensar em qual curso fazer, é preciso pensar no que se quer da carreira (veja diferentes objetivos propostos na página 2). Gonçalves lista perguntas que o profissional deve fazer a si mesmo sobre aonde quer chegar: quer mudar de área? O intuito é ser um especialista? Ou um chefe? E, depois, analisar o momento da carreira --se está muito no início, talvez seja interessante fazer um curso mais técnico e menos estratégico para suprir falhas da graduação ou aprender mais sobre o cargo. É preciso saber a finalidade e a vantagem de cada curso. "Áreas da logística, tecnologia e a parte operacional dos hospitais demandam especialistas com mestrado profissional", afirma Renato Pedrosa, pesquisador da Unicamp em educação. "Já em áreas técnicas da engenharia, produção, gestão e economia, cursos de curta duração têm mais apelo." O primeiro passo, saber aonde quer chegar, é o mais simples, diz Gonçalves. O segundo, buscar informações, é mais traiçoeiro. Isso porque as instituições brasileiras não têm o hábito de disponibilizar as informações de maneira clara. "Muitos cursos fazem propaganda de competências generalistas, como possibilitar criar a criação de uma visão abrangente'. É abstrato. Parece horóscopo, qualquer um que lê acha que se encaixa." É indicado conversar com outros alunos da instituição para verificar se o futuro aluno vai se encaixar. Em outros países, como os EUA, os cursos têm sites com informações a respeito dos professores e alunos --é possível saber, por exemplo, a idade média dos estudantes de cada curso, no que eles trabalham, qual a porcentagem de homens e mulheres e quais as empresas que costumam recrutar profissionais dali. Foi de algo assim que o casal de administradores Vagner Paes, 31, e Tatiana Pereira, 29, sentiu falta quando começaram a buscar um MBA. "As informações não estavam completamente disponíveis nos sites. Os processos seletivos não pareciam rigorosos, o que dava a sensação de que a gente iria estudar com pessoas pouco selecionadas", afirma Pereira. No fim de 2012, eles começaram a cursar MBA na IE Business School, na Espanha. Para isso, desembolsaram 120 mil, no total. Adriano Lesme, 26, viu na dificuldade de obter informações a chance de montar um negócio. O site dele, Minha Pós, visa ajudar o profissional a escolher o curso."geralmente, as informações públicas são as que ficam mais escondidas. Até universidades de excelência têm problemas na divulgação", diz.

26/01/14 4724 ESPECIAL Tire o máximo da sua pós Consultores de carreira e professores indicam o que fazer e o que evitar para que o investimento nesse tipo de curso valha a pena REINALDO CHAVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A pós-graduação não pode ser encarada como uma passagem automática para realizar um sonho profissional. Para ter sucesso, é necessário fazer adaptações de comportamento no trabalho e em casa. Para que o curso renda frutos, a vida da pessoa tem que mudar. É o que diz Simone Leon, diretora de gestão de carreiras e talentos da consultoria Right Management. "Será necessário deixar de lado algumas atividades e criar uma rotina de estudos. Negocie com familiares, amigos e chefia esse tempo extra para você", afirma. "A pós exige muitas leituras e pesquisas que condizem com um profissional que busca excelência. Sem isso, é jogar dinheiro fora." Os especialistas também ressaltam que essa qualificação não é atributo automático para promoções ou aumento de salários --o profissional tem que mostrar ganhos de qualidade e produtividade para conseguir isso. Mas em termos de mudança de carreira ou de empresa a pósgraduação é, sim, muito útil. Bruna Tokunaga Dias, gerente de orientação de carreira do Grupo DMRH, diz que o aluno deve aproveitar o curso principalmente para fazer contatos profissionais. "A pós-graduação é uma fonte ótima de relacionamento com colegas de classe e professores, é parte da formação de uma imagem profissional. É importante deixar que as pessoas conheçam seus objetivos e, do mesmo modo, mostrar interesse pelos projetos dos outros", afirma a consultora. Ela também recomenda que o profissional se esforce para manter esses contatos depois da formatura, conversando com essas pessoas periodicamente, e não apenas quando precisar delas. Essa também é uma oportunidade de conhecer profissionais de outras áreas de atuação. Em muitas escolas o aluno pode fazer disciplinas optativas de outros setores correlatos (em uma pós-graduação em direito tributário o aluno pode fazer uma aula de introdução ao direito internacional, por exemplo), o que pode ser útil em projetos futuros.

26/01/14 4725 ESPECIAL Governo não cumpre meta da pós Número de cursos de mestrado e doutorado cresce, mas não chega ao programado para 2013 Nordeste e centro- oeste têm só um programa top cada DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO O número de cursos de pósgraduação "stricto sensu" cresceu 23% entre 2010 e 2013, mas não atingiu a meta do governo. O país dispõe de 5.560 cursos "stricto sensu", mas deveria ter chegado a 6.029 no ano passado, de acordo com o Plano Nacional da Pós- Graduação. "Estamos crescendo utilizando toda a capacidade. Não temos estrutura para avançar mais que isso", afirma Lívio Amaral, coordenador de Avaliação da Capes (órgão do Ministério da Educação responsável por esses cursos). A mais recente avaliação da Capes, divulgada no fim do ano passado, aponta estabilidade na qualidade dos cursos e uma descentralização dos mestrados e doutorados para regiões menos tradicionais em pesquisa. Em três anos, o número de cursos cresceu 40% na região Norte. O Centro-Oeste (37%) e Nordeste (33%) também tiveram aumentos expressivos. Há diferenças notáveis na qualidade dos cursos. Entre os 232 programas do país que receberam nota máxima (7), há apenas um no Nordeste, a pós-graduação em saúde coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia). "Há fila para encaixar servidores das secretarias de saúde que querem se especializar aqui", diz a coordenadora Maria Teixeira. O Centro-Oeste também tem apenas um programa considerado "top", o de antropologia, da UnB (Universidade de Brasília). Os dados mostram que cinco instituições particulares com cursos de mestrado e doutorado têm nota máxima: as PUCs de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) paulista e carioca, e, pela primeira vez, a Unisinos, de São Leopoldo (RS). Para Rafael Alcadipani, especialista em Organizações da FGV, não basta criar novos cursos sem perseguir a excelência --69% dos programas do país estão em uma faixa intermediária da avaliação, entre 3 e 4 pontos. Entretanto, há críticas ao modo de avaliar da Capes, que seria muito concentrado em critérios numéricos, como produção científica. "Não sabemos quais dos nossos cursos são uma referência global porque a avaliação é deficiente para dizer isso. Você tem uma análise gigantesca de métricas", diz Alcadipani.